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Subestacoes Projecto, Construgao, Fiscalizagao 2.7 Edigao MANUEL BOLOTINHA engebook ‘auror ‘Manuel Bolotinna Lo ‘SubestacSes: Projecto, Construgdo, Flecalizagho -2 Edicao EDICAO Quiinsica Eatora ~ Contedos Especiaizados, ida E-mail geraltquamicaeditera pt worwavanticaedtora pt Praca da Conweran: $8. 4300-144 PORTO CHANCELA Engebook - Conteustes de Engenharia DISTRIBUIGAO Booki- Conteuides Especializedos Tel 220 104872 Fax22010487 infogsboskapt - war book PARCEIRO DE COMUNICAGAS. oloceicgta Revista Técnica REVISAO Quintica Editora -Corteudos Fspecialzados, aa DESIGN Diana Vila Pouca Publindtstria, Produgse de Comunicagi, La IMPRESSAO Espana, janeiro de 2018 DEPOSITOLEGAL 4487288 Reame ‘Acopla llegal isla os sires dos autores (Os prewudicados somos todos nos Copyright « 2018) Publindustria, Product de Comunicagte, ids Todos 06 deltas reservados 9 Publingustra, Produce de Camunicacas, Lda para. lingua portuauesa Areproduge desta obra, no todo ou em parte, pot foracopia ou qualiuer Outre mela, seja letronico, Mecanico OU Uitos, sem prtivla autorzagho exehta do Eater, ¢ lta e passvel de procadimente judieal conta o infratot Nenhurna parte desta publicacdo podera set reprodusida No toxto ou em arte sob qualquer ‘otrra ou mato seia pletronico, mecdnico, de fotocopia. de gravacio ou oUtIOS seen aurorlzacae previa por escrito do autor [ste tre ndo se encontra em conformnidade com © nove Acordo Ortearatica de 1990, 6215 Engenharia Bornes sn Pope rageaRR TIS Ebook — a7aganasznis2 Catatogagao da Publicagao Familia Fletroteenia Subfarila Brodueso, Transporte e Distribuigto de Frergia Elotries Subestacgées Projecto, Construgao, Fiscalizagao 2.° Edigao MANUEL BOLOTINHA engebook Indice INDICE SIGLAS E ACRONIMOS xl iNDICE DE TABELAS E FIGURAS xi fi CONCEITOS GERAIS DE SUBESTACOES 1 1.1 CONSIDERAGOES GERAIS 1 1.2 TENSOES DE SERVIGO 2 1.3 DISTANCIAS DE SEGURANCA NO AR 3 1.4 CONFIGURAGOES DE SUBESTACOES. 3 15 TIPOS CONSTRUTIVOS 8 1.6 TRABALHOS AREALIZAR 14 1.7 TIPOS DE DEFEITOS 15 1.8 DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS, 16 a ORGANIZAGAO DO ESTALEIRO E PREPARAGAO DOS TRABALHOS 25 2.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 25 2.2 DOCUMENTOS DE REFERENCIA 25 23. ORGANIZACAO DO ESTALEIRO 25 24 — PREPARAGAO DOS TRABALHOS 25 25 MEDIDAS DE SEGURANCA E SAUDE 26 2.6 INFRA-ESTRUTURAS DE ESTALEIRO 26 3. CONSTRUGAO CIVIL 29 3.1 TRABALHOS A REALIZAR 29 3.1.1 Trabalhos gerais 29 3.1.2 Trabalhos no Parque Exterior da Subestacdo 29 3.1.3. Construgdo de Edificios Técnicos 29 3.2 TOLERANCIAS ADMISSIVEIS 30 3.3 REGULAMENTOS APLICAVEIS 30 4. EMBALAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 33 4.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 33 4.2 DOCUMENTAGAO 33 4.3 EMBALAGEM 44 TRANSPORTE 4.5 QO PROBLEMA DO TRANSPORTE DOS TRANSFORMADORES 46 ARMAZENAMENTO. Bees Subestagbes: Projecto, Construgo, Fiscalizagso 5. 54 52 53 54 6. 61 62 63 64 641 642 643 7. 7A 72 73 74 75 76 8. 8.1 B14 812 813 B14 8.1.5 8.1.6 817 B18 819 ESTRUTURAS METALICAS AMBITO. NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS DOCUMENTOS DE REFERENCIA PROCEDIMENTO DE MONTAGEM BARRAMENTOS E LIGADORES AMBITO NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS, DOCUMENTOS DE REFERENCIA PROCEDIMENTO DE MONTAGEM Materiais utilizados Colunas e Cadeias de isoladores Ligadores TERRAS E PROTECCAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS TENSOES DE PASSO E DE CONTACTO CALCULO E CONSTITUICAO DA REDE DE TERRAS ‘SISTEMA DE PROTECGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS, NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS DOCUMENTOS DE REFERENCIA PROCEDIMENTO DE MONTAGEM EQUIPAMENTOS DE MAT E AT CARACTERISTICAS DOS EQUIPAMENTOS MAT E AT Geral Transformadores MAT/MAT e MAT/AT Disjuntores Seccionadores Transformadores de medida de tensao Transformadores de medida de intensidade Transformadores de medida combinados Sensores Opticos de tensao e corrente. Descarregadores de sobretensées 8.1.10 Condensadores de acoplamento e bobinas tampao 8.1.11 Reactancias de neutro 8.1.12 Impedancias limitadoras de curto-circuito 8.1.13 Shunt reactors 8.1.14 Baterias de condensadores 8.1.15 Blocos extraiveis 8.2 83 8.4 85 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS DOCUMENTOS DE REFERENCIA PROCEDIMENTO DE MONTAGEM TOLERANCIAS ADMISSIVEIS 37 37 37 38 a1 at at a at a 43 45 49 B88ss 53 59 59 59 74 76 73 BRR 89 91 93 93 95 888 Indice 9. QUADROS DE MEDIA TENSAO of CARACTERISTICAS GERAIS 92 TIPOS DE QUADROS MT 92.1 Metal-Enclosed 92.2 Metal Clad 9.2.3 _ Ring Main Unit (RMU) 9.3 EQUIPAMENTO MT - TIPOS E CARACTERISTICAS 94 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 9.5 DOCUMENTOS DE REFERENCIA 96 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM 10. CABOS E CAMINHOS DE CABOS 10.1 DEFINIGOES E CARACTERISTICAS 10.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 10.3. DOCUMENTOS DE REFERENCIA 104 | PROCEDIMENTO DE MONTAGEM 10.4.1 Cabos 10.4.2 Caminhos de cabos 11. SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO 41 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO 11.1.1. Principios Gerais 14.1.2 Comando e controlo 11.1.3 Proteccéo 11.1.4 Religagao 11.1.5 Teleprotecedo e teledisparo 11.1.6 Oscilopertubografia 11.1.7 Medida 11.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 11.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA 12, SERVICOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA 12.1 FUNGOES E CONSTITUIGAO DOS SERVIGOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA 12.1.1 Geral 12.1.2 Filosofia e constituigéo dos SACA, 12.1.3 Transformador dos Servigos Auxiliares (TSA) 12.1.4 Grupo Gerador de Emergéncia 12.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS. 12.3. DOCUMENTOS DE REFERENCIA 12.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM. 99 100 100 101 102 102 105 105 105 107 107 "1 m1 m1 m1 114 119 19 119 122 123 125 128 129 131 132 132 135 135 135 135 136 136 139 139 139 ‘Subestagbes: Projecto, Construgo, Fiscalizago 13. 13.4 SERVIGOS AUXILIARES DE CORRENTE CONTINUA FUNGOES E CONSTITUICAO DOS SERVICOS AUXILIARES DE CORRENTE CONTINUA 13.1.1 Geral 13.1.2 Formagao de polaridades de comando e controlo 13.1.3 Conjunto bateria - rectificador 13.1.4 Quadro dos Servigos Auxiliares de Corrente Continua (QSACC) 13.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 13.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA 13.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM 14, INSTALAGOES COMPLEMENTARES DOS EDIFICIOS 14.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 142 DOCUMENTACAO 143 DESCRICAO DAS INSTALAGOES COMPLEMENTARES 144 DESCRICAO DOS TRABALHOS A REALIZAR 14.4.1 1EG 14.4.2 AVAC 14.4.3 SES 15. INSTALAGOES ELECTRICAS EXTERIORES 15.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 15.2 DOCUMENTACAO 15.3 DESCRIGAO DAS INSTALAGOES ELECTRICAS EXTERIORES 15.4 DESCRIGAO DOS TRABALHOS A REALIZAR 16. PLANO DE INSPECGOES E ENSAIOS 16.1 ORGANIZAGAO DOS ENSAIOS 16.2 PRINCIPIOS DO PLANO DE INSPECGOES E ENSAIOS 16.3 ESTABELECIMENTO DO PLANO DE INSPECCAO E ENSAIOS 164 TERMINOLOGIA 165 CONTEUDO DO RELATORIO DE ENSAIO 17. ENSAIOS E COMISSIONAMENTO 17.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 17.2. DOCUMENTACAO 173. ENSAIOS EM FABRICA (FAT) 174 _ ENSAIOS EM OBRAE COMISSIONAMENTO 17.4.1 Recepgao dos equipamentos em obra 17.4.2 Ensaios em obra (SAT) e de funcionamento da instalacao 17.4.3 Ensaios para verificacao de defeitos no nticleo e nos enrolamentos devidos a impactos mecanicos 17.4.4 Aparelhos de medida e outros equipamentos utilizados nos ensaios 17.4.5 Nao Conformidades 141 141 141 141 142 144 144 144 144 147 147 147 147 148 148 148 148 151 151 151 151 151 153 153 155 155 157 157 159 159 159 159 160 160 160 163 164 166 Indice 18. SEGURANCA 169 181 OS EFEITOS DACORRENTE ELECTRICA NO CORPO HUMANO 169 182 COMUNICAGAO PREVIA DE ABERTURA DE ESTALEIRO 172 18.3 TECNICO DE HIGIENE E SEGURANCA 172 184 EQUIPAMENTOS DE PROTECCAO 173 18.5 _ LEGISLAGAO, NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS 176 18.6 © DOCUMENTACAO 177 19. MEIOS DE MONTAGEM ~ FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS 179 ANEXOS 187 ANEXO 1 - RELACAO DE NORMAS RELEVANTES 189 A117 NORMAS EN, NP, NP HD E NP EN 189 1.2 NORMAS IEC 190 13 NORMAS AMERICANAS 192 A1.4 OUTRAS NORMAS 195 ANEXO 2 ~ FORMULARIO E CARACTERISTICAS E VALORES TIPO PARA CALCULO 197 2.1 ESFORGO TERMICO DE CURTO-CIRCUITO — FACTORES “m’ E “n” A22 CARACTERISTICAS ELECTRICAS E MECANICAS DE BARRAS E TUBOS CONDUTORES 198 2.2.1 Barra de cobre 198 A2.2.2 Barra de aluminio 198 2.2.3. Tubo de cobre 199 A2.2.4 Tubo de aluminio 199 2.2.5 Correcgao de temperatura 200 A2.2.6 Valor maximo da tensdo mecdnica admissivel (002) 200 2.3. IMPEDANCIAS EQUIVALENTES TIPICAS DE EQUIPAMENTOS 201 A2.3.1 Introdugéo 201 A2.3.2 Geradores 201 2.3.3. Transformadores e reactancias 201 2.3.4 Cabos de poténcia 202 A2.3.5 Impedancias homopolares 202 2.4 REDE DE TERRAS - RESISTIVIDADE DO SOLO 203 ANEXO 3 - INDICES DE PROTECCAO DOS EQUIPAMENTOS 205 A314 INTRODUGAO 205 3.2 INDICE DE PROTEGAO DOS EQUIPAMENTOS CONTRA. APENETRACAO DE CORPOS SOLIDOS E DE AGUA 205 A3.3 INDICE DE PROTEGAO DOS EQUIPAMENTOS CONTRA OS IMPACTOS MECANICOS 206 Subestagbes: Projecto, Construgao, Fiscalizacao ANEXO 4 — SISTEMA DE UNIDADES ANEXO 5 - INDICES DE PROTECGAO DOS EQUIPAMENTOS AS. INTRODUGAO AS.2 APLICAGAO DACORRENTE CONTINUA NO TRANSPORTE DE ENERGIA AS.3 SUBESTACOES BIBLIOGRAFIA 209 209 209 an 215 Siglas e Acrénimos SIGLAS E ACRONIMOS = Entidades: D.O. (Dono de Obra); ADJC (Adjudicatario de Construgao); EDP (Energias de Portugal); REN (Redes Energéticas Nacionais); OGEG (Direccao-Geral de Energia e Geolo- gia); ACT (Autoridade para as Condigdes de Trabalho) — Regulamentos: RSLEAT (Regulamento de Seguranga de Linhas Eléctricas de Alta Tensao)'; RSSPTS (Regulamento de Seguranga de Subestagdes e Postos de Transformagao e Sec- cionamentoy; RSRDEEBT (Regulamento de Seguranga de Redes de Distribuic&o em Baixa Tensao)’; RTIEBT (Regras Técnicas de Instalagdes Eléctricas de Baixa Tensao)’; Regula- mento das Caracteristicas de Comportamento Térmico dos Edificios (RCCTE): — _Normas: IEC (International Electrical Commission); EN (Normas Europeias); NP EN (Normas Portuguesas Harmonizadas com as Normas Europeias); |SO (Intemational Organization for Standardization); ANSI (American National Standards Institute); IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers); ASTM (American Society for Testing and Materials); NFPA (Nation- al Fire Protection Association); NETA (InterNational Electrical Testing Association. = Outros Documentos: CE (Cademo de Encargos) FPS (Fichas de Procedimentos de Segu- ranga); LVCS (Listas de Verificagéo e Controlo de Seguranca); PSS (Plano de Seguranca e Satide) Outros: MAT (Muito Alta Tensdo); AT (Alta Tenséo); MT (Média Tensao); 8T (Baixa Ten- 840); TT (Transformador de Tensdo); TI (Transformador de Intensidade); IED (intelli- gent Electronic Device); RAT (Regulador/Regulagéo Automatica de Tensdo); SCCP (Sistema de Comando, Controlo e Protecgao), SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition); RDP (Registador Digital de Perturbagdes); SACA (Servigos Auxiliares de Cor- rente Alternada),; TSA (Transformador dos Servigos Auxiliares); SACC (Servigos Auxilia- res de Corrente Continua); IEG (Instalagdes Eléctricas Gerais), AVAC (Ar Condiciona- do, Ventilagéo, Aquecimento e Climatizago); EPI (Equipamento de Protecgao Individual) Decreto Regulamentar n,* 1/82 de 18 de fevereiro, 2 Decreto n* 42895 de 31 de marco de 1960, alterado pelos Decretos Regulamentares n° 14/77 de 18 de fevereiro @ 1° 56/85 de 6 de setembro, Decroto Regulamentar n ° 90/84 de 26 de dezembro Portaria n° 949-4/2006 de 11 de setembro, Decreto-Lei n° 80/2006 de 4 de abn x! _, Fs Pee ee oe eee = _ a = en ‘haere a a - - Indice de Tabelas e Figuras INDICE DE TABELAS E FIGURAS Indice de Tabelas Descrigao Cepttulo 4 Tabela 1 — Tensdes normalizadas ‘Tabela 2 — Distncias de seguranga no ar Capitulo 6 ‘Tabela 3 — Valores de salinidade e linhas de fuga especificas. ‘Tabela 4 — Niveis de poluig&o e comprimento das linhas de fuga Capitulo & Tabela 5 — Principais grupos de ligacdes Tabela 6 — Refrigerago e simbolos dos refrigerantes ‘Tabela 7 - Limites de erro para as classes de preciséo 5P e 10P_ Capitulo 9 Tabela 8 — Intensidade estipulada dos fusiveis MT para protecg4o de transformadores Capitulo 10 ‘Tabela 9 — Tensées estipuladas dos cabos MAT, AT, MT e BT Capitulo 11 ‘subestacées ‘Tabela 11 — Taxa de sucesso das religagdes Tabela 10 ~ Proteceses utilizadas n: Capitulo 16 Tabela 12 - Tipos de ensaios - descricéo Tabela 13 - Documentagao de ensaios Tabela 14 — Intervencao do D.O. nos ensaios Tabela 15 - Passos do PIE Capitulo 18 Tabela 16 — Distancias de isolamento de seguranca Anexo 3 Tabela A3.1 - Indices IP Tabela A3.2 - indice Ik Tabela Ad.1 — Principais grandezas ‘Tabela A4.2 ~ Milltiplos e submitiplos 44 45 61 n 83 104 109 124 126 153 154 154 155 71 205 207 208 xi Subestagbes: Projecto, Construgdo, Fiscalizago Indice de Figuras Figura 1 - Esquema simpliicado da Rede Primaria 1 Figura 2 - Barramento simples 4 Figura 3 - Barramento duplo 5 Figura 4 — Disjuntor e meio 6 Figura 5 ~ Triplo barramento 7 Figura 6 - Planta de uma Subestagao 8 Figura 7 — Corte de uma Subestagao 9 Figura 8 — Disposigao de equipamento numa Subestacao 10 Figura 9 - Esquema de um GIS 10 Figura 10 - GIS para montagem interior " Figura 11 ~ GIS para montagem exterior " Figura 12 ~ Exemplo de uma subestacao hibrida 2 Figura 13 - Comparagao de espaco entre uma subestagao AIS e uma subestagao hibrida 3 Figura 14 — Subestago enterrada 2 Figura 15 ~ Diagramas de curto-circuito 15 Figura 16 ~ Determinagao de ¢ 18 Figura 17 — Componentes simétricas 2 Figura 18 - Diagrama em 1 de uma linha aérea 22 SRA RAE at 2 eens FS Si a Figura 19 - Simbolos de identificago de embalagens 34 ES ic Cotes: 2S Figura 20 - Estruturas metalicas 7 ADS RIS IR ao, eapine RES Figura 21 — Barramento e ligagSes em tubo 42 Figura 22 ~ Barramento em cabo e ligagbes tendidas a2 Figura 23 - Colunas de isoladores 43 Figura 24 ~ Cadeias de isoladores pingas de amarracso 44 Figura 25 — Exemplos de ligadores 46 Figura 26 — Exemplo de lista de ligadores 46 8 Figura 27 ~ Tensdes de contacto, de passo e transferida Figura 28 ~ Maiha de terra 8 x WV Indice de Tabelas e Figuras Figura 29 — Tapete equipotencial 52 Figura 30 ~ Hastes de descarga e cabos de guarda 53 Figura 31 — Ligagdo do cabo de guarda 54 Figura 32 - Soldaduras aluminotérmicas, 55 Figura 33 — Ligadores em “C* 55 Figura 34 ~ Ligadores de terra 56 a Figura 35 — Diagrama de um transformador com enrolamento tercidirio 60 Figura 36 ~ Transformador com conservador 63 Figura 37 ~ Transformador hermético 64 Figura 38 - Transformador isolado a gas 64 Figura 39 - Transformador seco 65 Figura 40 - Esquema de um autotransformador 65 Figura 41 - Transformador de fases dissociadas 66 Figura 42 ~ Transformador Zig-Zag 67 Figura 43 - Comutador de tomadas mecanico 68 Figura 44 ~ Chapa de caracteristicas 69 Figura 45 ~ Paredes corta-fogo (esquerda) e sistema de extinggo de inc&ndios (direita) 73 Figura 46 — Disjuntor de SF6 4 Figura 47 — Disjuntor de ar comprimido 74 Figura 48 — Disjuntor de pequeno volume de dleo 75 Figura 49 - Seccionador rotativo de corte vertical de duas colunas 7 Figura 50 ~ Seccionador rotativo de corte horizontal 7 Figura 51 - Seccionador pantégrafo nas posigbes "Fechado” (esquerda) e “Aberto” (direita)” 78 Figura 52 - Seccionador de ligago a terra 78 Figura 53 ~ Diagrama de um TT capacitivo 80 Figura 54 ~ Transformador de medida de tenséo at Figura 55 ~ Curva de magnetizagao de um TI 84 Figura 56 — Ligagao de um TI a4 Figura $7 ~ Ligagdo de Tis para proteccSo diferencial cy Figura 58 - Transformador de medida de intensidade a5 Figura 59 — Transformadores de medida combinados 86 Figura 60 — Representacdo esquematica do sensor bullk-optics: 87 Figura 61 ~ Sensor combinado de corrente e tensdo 88 Figura 62 — Disjuntor com sensor de corrente 88 Figura 63 — Descarregador de sobretensbes 89 xv ‘Subestagbes: Projecto, Construgéo, Fiscalizacao Figura 64 — Condensador de acoplamento e bobina tampao 80 Figura 65 ~ Reactancia de neutro 90 Figura 66 ~ Impedancia limitadora de curto-circuito 1 Figura 67 — Instalagao de uma impedancia limitadora de curto-circuito 92 Figura 68 — Limitador do tipo HTS 92 Figura 69 — Bateria de condensadores 93 Figura 70 ~ Esquema de uma bateria de condensadores 94 Figura 71 Bloco extraivel 95 CREE I 3 Comme scant hina Figura 72 — Esquema construtivo de um QMT 99 Figura 73 — Esquema unifilar tipo de um QMT 99 Figura 74 — QMT do tipo "Metal-Enclosed” 101 Figura 75 — QMT DO tipo "Metal Clad” 101 Figura 76 - RMU 102 Figura 77 — Interruptor associado a fusiveis 103 Figura 78 Disjuntor extraivel de corte no vacuo 104 LR RIOR aihie 2 canine cn celada a aaa RR RN Figura 79 - Constituigao de um cabo isotado 107 Figura 80 — Cabo de comando e controlo 110 Figura 81 ~ Cabo instalado em vaia 111 Figura 82 ~ Bragadeiras de serrlha 112 Figura 83 - Tritubo 112 Figura 84 ~ Instalagdo de cabos unipolares em esteira (esquerda) e em triangulo ou trevo (direita) 113 Figura 85 — Terminais para cabos BT e de comando e controlo 113 Figura 86 — Caixas de fim de cabo monopolares e tripolares 4 Figura 87 — Caixa de uniao de cabo 114 Figura 88 ~ Caleira 15 Figura 89 — Caminho de cabos em chapa perfurada 15 Figura 90 ~ Caminho de cabos tipo escada 116 Figura 91 - Caminho de cabos aramado 116 Figura 92 - Arquitectura tipica simplificada do sistema de comando, controlo e protecgao de uma subestacao = Figura 93 -1ED 121 Figura 94 Actuaco das proteccées de distancia 128 xv! Indice de Tabelas e Figuras Figura 95 ~ Exemplos de registo de perturbagdes: 130 Figura 96 - Conversor de medida 131 Figura 97 ~ Grupo gerador de emergéncia 138 Figura 98 - Quadro BT 139 Figura 99 - Esquema simplificado do QSACC. 142 Figura 100 — Bateria instalada em “rack” 143 Figura 101 — Carregador de baterias 143 EES ee ee ee Figura 102 ~ Medidor de fase 164 Figura 103 - Comparador de fases 165 Figura 104 ~ Equipamento de teste multi-fungdes 166 Figura 105 - Equipamento de ensaio de relés ¢ aparelhos de medida 166 ae Bee) Se Figura 106 ~ Percurso da corrente eléctrica através do corpo humana 169 Figura 107 ~ Efeitos do choque eléctrico 170 Figura 108 - EPIs 173 Figura 109 - Painel de sinalizacao 174 Figura 110 ~Amés e cinto de seguranca 174 Figura 111 -Andaime 175 Figura 112 - Equipamento de proteceao respiratoria 175 a ae Figura 113 - Grua telescépica “todo o terreno” 179 Figura 114 ~ Camiao com grua 179 Figura 115 ~ Plataforma elevatéria com barquinha 180 Figura 116 - Tirefor 180 Figura 117 ~ Pull Lif 181 Figura 118 - Porta-bobinas 181 Figura 119 - Cavalete para bobinas 182 Figura 120 - Toma 182 Figura 121 - Jogo de chaves de roquete 183 Figura 122 ~ Prensa de cravar 183 Figura 123 ~ Chave dinamométrica 183 Figura 124 — Kit para soldaduras aluminotérmicas 184 Figura 125 — Kit para ligagbes de fibras opticas 164 ‘Subestagbes: Projecto, Construgdo, Fiscalizacao Figura A2.1 — Factor 197 Figura A2.2 ~ Factor 197 Figura A2.3 - Factores de correcgo da temperatura 200 SEARS intestate oni Ee Figura AS.1 ~ Representagso esquematica da transformacao ca/cc e cclca 209 Figura A5.2 - Representagao esquematica de uma SE ca/cc 2n Figura AS.3 ~ Conjunto de fitros de harménicas e de baterias de condensadores an Figura A5.4 — Transformadores conversores ¢ DST 212 Figura AS.5 ~ Inversor calcc e colca 213 Figura A5.6 ~ SE inversora back-to-back 213 Figura AS.7 — Representagdo esquematica de uma SE back-to-back 214 Figura AS.8 - Seccionador de bypass 214 CONCEITOS GERAIS DE SUBESTAGOES 1. CONCEITOS GERAIS DE SUBESTACOES 1.1 CONSIDERAGOES GERAIS ‘As Subestagdes (SE) MAT/MAT e MATIAT néo integradas nas centrais eléctricas estao incor- poradas na Rede de Transporte de Energia (Rede Primaria), enquanto as Subestagdes AT/MT integram a Rede de Distribuicdo de Energia, o que se ilustra na Figura 1. inatt ‘SE MATMATIAT ou MAT Luana MAT SE MATIAT nha ar nha at SEATIMT Produgao de Energ.a Rede Primaria Reece de Distibuiga0 Figura 1 ~ Esquema simplificado da Rede Primaria Em Portugal as Subestagdes MAT/MAT e MATI/AT so propriedade da REN, enquanto as Subes- tagdes AT/MT sao propriedade da EDP. Existem situagdes em que no mesmo local das subestagdes MAT/AT existem painéis AT perten- cente a EDP, quando este concessionério alimenta directamente em AT clientes industriais que necessitam de um valor elevado de poténcia a alimentar. Nas Subestagdes MAT/MAT e MAT/AT existem igualmente instalagdes MT, destinadas a alimen- tagao do(s) Transformador(es) dos Servigos Auxiliares de Corrente Alternada. Alguns clientes industriais, cujo consumo de energia eléctrica ¢ elevado (cimenteiras, siderur- 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO gias, fundicdes, refinarias, etc.) s4o alimentadas em MAT ou AT, dispondo portanto de subesta- gées privadas MAT/AT e/ou AT/MT, cujo interface com a entidade fornecedora de energia tem que ser considerado. 1.2 TENSOES DE SERVICO Aclassificagao dos niveis de tensao difere de pais para pais, razao pela qual devem ser referidos os valores das tensées normalizadas, de acordo com a Norma IEC 60038, que correspondem aos valores maximos de tensdo suportados pelos equipamentos e que se indicam na Tabela 1 Tabela 1 ~ Tensées normalizadas ixa Te <1 (CA sate aad s peice 2 a 36 10 40 72 20 60 - 12 28 75 Média Tensdo esl ‘as a (MT) 24 50 125 36 70 170 52 95 250 Alta Tenséo 72,5 140 325 (ar) 123 230 550 170 325 750 245 395 950 Muito Alta Tenséo 300 460 1050 (MAT) 420 630 1425 560 740 1675 800 830 2100 Os valores indicados para as tensdes suportaveis minimas referem-se aos valores das tensbes de ensaio dos equipamentos. Os valores adoptados em Portugal 40 os seguintes, sendo U, a tensdo de servico. = MAT: U, 2 110 kV (150 KV; 220 kV; 400 kV). = AT. 45 kV Fy. + Céleulo de ¢ = ((gxp xl)’ 24xF 2)x(11(1 100x1)#(1(11Ex))) N/m Para calcular o valor de F.,, € necessario determinar os valores dos parametros $e % € um parametro caracteristico do vao, e calculado pela expressao: © = ((axp Xl)? 24xF g)x(1(1 100X1) +(1/ (TEX seq) ¥ € 0 factor de reaccdo do vao, sendo uma fungao de ¢ e de um parametro @ - [f(Z,@)] - e que depende do esforgo térmico de curto-circuito ¢ do peso (por unidade de comprimento) do condutor e ligadores, e que se determina através do grafico representado na Figura 16 Para tal € necessario considerar as seguintes express6es: = 3x A(T+(FAaxp)) — 1) F (Ném)= 0,2 x I'x28 [kA]/d (m) 6) Calculo mecanico de barramentos tendidos a) Esforgo de tracgao + Como ealculado no ponto 5 b) Aceao do vento De acordo com o art.° 10 do RSLEAT a ac¢ao do vento F (N) é calculada pela expressao: °F = yxexqxs: y@ 0 coeficiente de redugao (art. 14 do RSLEAT) c 60 coeficiente de forma (art. 15 do RSLEAT) 18 CONCEITOS GERAIS DE SUBESTAGOES ©, medido em pascal (Pa) é a pressao dinamica do vento, que de acordo com os arts. 11 a 13 do RSLEAT, para vento reduzido e altura até 30m, é 300 Pa s (m?) 6 a area da superficie batida pelo vento, considerado perpendicular ao cabo, isto é, 6 a area da semi-superficie cilindrica, calculada por: + s=(PxW2 © Po perimetro da secgao recta do condutor c) Flecha maxima Considerando que os comprimentos dos vaos sao normalmente muito curtos, a formula de calcu- lo apresentada para a flecha maxima (fu) € simplificada, desprezando-se 0 efeito de temperatura (considera-se apenas 0 esforco de tracc4o maximo), a forga do vento a velocidade reduzida, 0 factor de ressonancia estrutural (factor de vo) e 0 factor de rajada fy = (kxp'XP) / (8X S.cX Fos) © k 60 factor de sobrecarga e calculado pela expresso + k= (pF py © Sq, a SeCea0 equivalente do condutor Legenda - Z.:Impedancia sincrona ou directa. = Z,: Impedancia homopolar. — I"! Corrente inicial de curto-circuito trifasico simétrico. = Ig! Corrente inicial de curto-circuito fase-fase. = Ip: Corrente inicial de curto-circuito fase-terra, = I"¢ Corrente inicial de curto-circuito. = In: Corrente de curto-circuito de curta duragao. le Corrente de curto-circuito (valor de pico) = S,:Poténcia nominal = U,: Tens&o nominal = |, Corrente nominal. = m; Factor que traduz 0 efeito de aquecimento da componente CC (ver Anexo 2). 1: Factor que traduz 0 efeito de aquecimento da componente AC (ver Anexo 2). = Ona,’ Valor maximo da tensao mecanica no condutor devido ao curto-circuito. = Gx: Valor maximo da tendo mecAnica admissivel pelo material do barramento. = M: Momento da forga — W: Modulo de seceao do condutor (cm:). — F: Esforgo electrodinamico. — d: Distancia entre fases. = |: Comprimento do vao. — _E: Médulo de elasticidade ou de Young (kg/cm?) - 0, 12x10 para 0 cobre; 7,04x10° para o aluminio. — Fog’ Esforgo de tracgao, que de acordo com o RSLEAT nao deve ser superior a 40% da carga de ruptura nominal (art. 24). =F’ Carga de ruptura nominal do condutor. 19 ‘SUBESTACOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO ~ & Parametro caracteristico do vao. — _p: Peso do condutor (kg/cm). =p’: Peso do condutor e ligadores (N/m), — g! aceleracdo d gravidade - 9,81 m/s? — J: Momento de inércia (cm*), = s: Seogo do condutor (mm*) — 48: Aumento de temperatura. — a: 13 para condutores de Cu e 8,5 para condutores de Al. = t: Tempo de duragao do defeito — f Frequéncia calculo das correntes de curto-circuito deve ser feito para cada um dos niveis de tensdo da instalagao e a impedancia total do circuito de defeito (Z, ou Z,) deve ser calculada considerando © seguinte — Impedancia equivalente da rede a montante. = Impedancia equivalente dos geradores, caso existam na instalacao em defeito. —_ Impedéncia equivalente dos transformadores, linhas aéreas e cabos. No caloulo das correntes de curto-circuito deve ser tomada em consideragao a existéncia de motores, quer de BT, quer de MT, de poténcias elevadas, visto que estes em situagao de de- feito comportam-se como geradores assincronos, aumentando desta forma o valor da corrente de curto-circuito Definigéo de componentes simétricas As redes e equipamentos tém uma impedancia interna que pode ser dividida em trés componen- tes simétricas, associadas a rotagdo do campo electromagnético, que no caso de um sistema nao equilibrado s4o as seguintes: = Componente directa ou sincrona (X,/ Z,) — 0 campo electromagnético gira no sentido dos ponteiros do relégio, com uma desfasagem entre fases de 120° — Componente inversa (X / Z,) — 0 campo electromagnético gira no sentido contrario ao dos ponteiros do relégio, sendo a desfasagem igualmente 120° ~ Componente homopolar (X, /Z,) ~ 0 campo electromagnético é estatico e ndo ha desfasa- gem entre fases. CONGEITOS GERAIS DE SUBESTAGOES 3 ev Aa 4 Biter rio ered 8. x Wy Nay — > "a > > HP 2 ——> Bi» i * Qu 4 wt 2 a [caspian] | eoapcantimane corporate apa Figura 17 — Componentes simétricas O sistema é dividido nas suas componentes simétricas, resolvendo-se individualmente cada sistema, sobrepondo-se os resultados para se obter a solugdo final. Os valores de cada uma das componentes sao habitualmente fornecidos pelos fabricantes, sen- do pratica comum, para equipamento estatico, nao rotativo, considerar a componente inversa igual & componente directa (X, = X /Z, = Z). Acomponente homopolar varia com 0 método de ligagao a terra do neutro da instalagao e com 0 tipo de equipamento, e caso os dados nao sejam disponibilizados pelo fabricante, podem utilizar- -se 08 valores indicados no Anexo 2. As impedancias equivalentes dos equipamentos e da rede a montante sao: Geradores + Z5= Ro +)X% = Rot ilX'(%) * Us?/ (100 * Sa) + Re= 0,05 * X"; (Sc 2 100 MVA) + Ro=0,07 * Xs (Sc< 100 MVA) Rede a montante + Zy=RytiXy + IZ = 1,1 * Uy/N3 * I'ky OU Zyl = 1,1 * U,2/ Sig * Ry = 0,1 - 0,15 * X,, (valor empirico) 2 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Motores 8 2y= Xe 8 X= Up (erly) * V3 * by) + Vy 1 KUN * Xy + Zc= Pane *U 42 * KF RL + Re= Pree US + X= 2x MxPx + WZo1 = N(EREXSD) Linhas aéreas Para efeitos de cdlculo, uma linha aérea pode ser representada pelo “diagrama em ni’. ut ° raMn_Avj, EXTREMO VV extrema ae 25 TT —_|__4 TERRA Figura 18 Diagrama em rm de uma linha aérea Este diagrama é considerado rigoroso para linhas com comprimentos até 200 km; para compri- mentos superiores é necessario considerar varios diagramas em 1, associados em série Nas linhas MAT e AT a resisténcia dos condutores € habitualmente desprezavel quando compa- rada com a reactancia indutiva, ao contrario do que sucede nas linhas BT e MT. No calculo de correntes de curto-circuito que no envolvam defeitos a terra, a reactancia capa- citiva nao @ considerada. As impedancias equivalentes de uma linha aérea sao calculadas de acordo com as seguintes expressées: = Ru (Pave * b/s) - = X= 2% Tx fm (Yo/2 * T)x(l0g, (d/t,)+(1/4 * n)) — Afkm (linha simples) 2 CONCEITOS GERAIS DE SUBESTACOES = Xqe 2x mx FX (ho/2 x m)x(log, (d * dit, * d")+(1/4 * n)) — Qikm (linha dupla) + d=NGa* da di) sd (dz * Ges * ds) “od N(Gia * Ges * Gy) - 2.5 VERA ERA Impedancia equivalente total Z,= (OR) + OX) 3: Poténcia de curto-circuito — I"ks: Corrente de curto-circuito - Z, Impedancia sincrona. — 2,: Impedancia homopolar. = S, Poténcia nominal - So: Poténcia aparente nominal do gerador (Sz = Pe/0,85) = U,: Tens&o nominal = Uo: Tensao nominal do gerador. = |: Corrente nominal = Z: Impedancia. = ZI: Médulo de Z. — X: Reactancia - X" Reactancia sub-transitoria. — x',: Reactancia sub-transitoria relativa do gerador. = R: Resisténcia. — p: Resistividade. — _s: Secgo do condutor. — |: Comprimento do cabo (m). = |: Comprimento da linha aérea (m) — d,d', d": Média geométrica das distancias entre as trés fases da linha aérea — dy d’,9: Distancia entre os condutores das fases 1 € 2 (linha 1 e linha 2) - mm. = drs, dss: Idem fases 2 e 3 - mm. = dy, day: Idem fases 3 e 1 ~ mm. = d’y, d"~, d's: Distancia entre as fases 1 (2 € 3) da linha 1 € da linha 2— mm = f_: Raio equivalente do feixe de condutores do cabo — mm =n: Numero de condutores individuais que constituem o cabo. = Us: Permeabilidade magnética espacial (4mx10* H/km). = 10g,: Logaritmo natural (ou neperiano).. = L:Inductancia - ux Tensao de curto-circuito do transformador (também pode ser representada por u..). ~ P..: Perdas no cobre do transformador. — f Frequéncia = Proc = 1156 Q.mimm? - cobre. = Proc = 1133 O.mimm? — aluminio 23 a Rel eet or ane oT oF z= 8-H - pe ae oa ee -aeae nae aa oo ORGANIZAGAO DO ESTALEIRO E PREPARAGAO DOS TRABALHOS 2. ORGANIZACAO DO ESTALEIRO E PREPARACAO DOS TRABALHOS 2.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RSSPTS. — RTIEBT. Manual ITED 3 (Telecomunicagées). = Regulamento Geral dos Sistemas Publicos e Prediais de Distribuigao de Agua e de Drena- gem de Aguas Residuais 2.2 DOCUMENTOS DE REFERENCIA = Caderno de Encargos do D.O. — Planta geral da Subestacao — PSS — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP). 2.3 ORGANIZAGAO DO ESTALEIRO O estaleiro de apoio & montagem constitui uma infra-estrutura relevante para um bom desenvol- vimento dos trabalhos de montagem. O estaleiro, se possivel, deve ter os seguintes requisitos: ~ Proximidade de um centro urbano ou semi-urbano, para vantagens logisticas. = Ter na proximidade transportes publicos. - Ter acessiveis ligagao de agua, esgotos, e energia eléctrica e ligacdo a rede de teleco- municagées. Caso o estaleiro seja localizado numa zona isolada e/ou se nao houver transportes ptiblicos, o ADJC devera providenciar alojamento e alimentagao para os seus trabalhadores, e/ou transporte para os mesmos. A organizago do estaleiro deve estar ajustada ao apoio logistico montagem, respeitar as exi- géncias do D.O. referidas no CE da Subestagao, cumprir a legislagéio em vigor, ser funcional e estar de acordo com 0 descrito nos pontos subsequentes. 2.4 PREPARAGAO DOS TRABALHOS Antes de iniciar os trabalhos 0 ADJC deve efectuar 0 reconhecimento minucioso da area da subestacdo e acessos. Nesse reconhecimento so identificados e, eventualmente, construidos os acessos adequados operacionalidade de todos os meios de montagem a utilizar na construc. Os acessos devem ser devidamente sinalizados através da colocagao de tabuletas contendo a indicagao, em tinta indelével, da subestacao. 28 SUBESTACOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 2.5 MEDIDAS DE SEGURANGA E SAUDE Devem ser implementadas as medidas e respeitados os procedimentos a seguir discriminados — Proceder-se ao levantamento de todas as infra-estruturas e, solicitar 4s entidades explora- doras 0 seu desvio, caso se encontrem na zona de influéncia dos trabalhos; se tal no for possivel, deve-se efectuar um planeamento dos trabalhos a executar, de acordo com as con- cessionarias, para programagao dos cortes das infra-estruturas existentes e sua reposicao. ~ Elaborar um plano de sinalizago que inclua a sinalizagao de seguranga do estaleiro e a sinalizagdo rodoviaria da proximidade do estaleiro. — Identificar 0 “Ponto de Encontro”, onde todas as pessoas presentes no estaleiro e na obra se devem concentrar em caso de emergéncia — Dar a conhecer a todos os trabalhadores 0 regulamento de estaleiro, ~ Fazer formagdo de seguranga a todos os trabalhadores e visitantes. — Assegurar o fomecimento de agua potavel, energia e telecomunicagbes - Executar a ligacdo a rede de esgotos existente, e caso esta nao exista, construir uma rede com fossa(s) séptica(s) = Colocar uma vedagao a volta de todo o perimetro do estaleiro. = Os contentores metalicos devem ser equipotencializados e ligados a terra —_Instalar vestiarios (localizados préximo do alojamento ou da entrada da obra), refeitério, bal- nearios (ligagdo contigua aos dormitorios e/ou vestiarios), retretes e urindis. — Instalar, no exterior, cinzeiros. —_ Instalar uma portaria, para controlo de acessos de pessoas, materiais e equipamentos no estaleiro. = Todo o estaleiro social deve estar fora da zona de influéncia da grua, eventualmente existente. — Recolher todos os lixos, acondicionar em recipientes proprios e remover para aterro autorizado. — Manter os caminhos em estado adequado para a circulagao. ~ Utilizar 08 meios mecanicos de forma adequada — Utilizar 08 equipamentos de acordo com as capacidades indicadas pelo fabricante — No estaleiro no local dos trabalhos devem estar indicados os EPs a utilizar, bem como os limites de velocidade; se necessario deve ser colocado um limitador de altura. 2.6 INFRA-ESTRUTURAS DE ESTALEIRO As infra-estruturas adstritas ao estaleiro so — Acessos. ~ Delimitagao — Circulagdes e estacionamento (as viaturas devem estacionar de marcha atras, para facilitar a evacuago) — Eseritérios. — Armazéns interiores, para armazenamento dos equipamentos que no possam estar a intempérie. — Parque exterior de armazenagem. —_ Instalagdes sociais. — Instalagdes eléctrica, de aguas e esgotos e de telecomunicagdes do estaleiro. — Instalagdo eléctrica da obra CONSTRUGAO CIVIL, 3. CONSTRUGAO CIVIL 3.1 TRABALHOS A REALIZAR 3.1.1 Trabalhos gerais — Preparago do terreno de implantaco da obra e do estaleiro (terraplanagem e/ou aterro) € respectivo nivelamento. 3.1.2 Trabalhos no Parque Exterior da Subestagao — Impiantagao (por meios topogréficos) e construgao dos macigos de suporte das estruturas metélicas dos pérticos de amarracao e de suporte dos equipamentos, incluindo a ligacdo a terra do ferro de armagao. — Fornecimento e montagem de chumbadores nos macicos atras referidos; a montagem dos chumbadouros deve ser acertada em altimetria, a fim de compensar eventuais desniveis do terreno. — Execugdo das vigotas e laje de assentamento dos transformadores, incluindo: + Macigos de tracgao dos transformadores. + Carris de rolamento e sua ligagdo @ terra. + Fossa de dleo e caixa de separagdo dleo-agua — Execugao do macigo do transformador dos servicos auxiliares e da respectiva fossa de éleo, ‘quando necessério. — Caixa de recolha do éleo dos transformadores, incluindo a tubagem de ligagao as fossas dos transformadores, — Execugdo de paredes corta-fogo entre transformadores. — Abertura e tapamento de valas. — Execugdo de caleiras — Rede de infra-estruturas de telecomunicagées. — Montagem de tubos em PVC ou PEX (polietileno recticulado), enterrados e envolvidos em betdo. — Rede de drenagem de aguas residuais. — Caixas de recolha de aguas residuais. = Caixas de visita para cabos eléctricos e para cabos de fibra éptica — Fornecimento e montagem da rede de vedaco e respectivos portées e portas, incluindo: + Macigos dos prumos. + Ligagéio da rede de vedacdo a rede de terras. — Nivelamento final do terreno e colocagao de gravilha, = Colocagao de betuminoso nos caminhos de circulagao, 3.1.3 Construgao de Edificios Técnicos — Elementos estruturais. — Alvenarias e rebocos. — Cobertura 29 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO - Fornecimento e assentamento de portas, janelas e loicas sanitarias. - Acabamentos e pinturas. Redes de aguas e de drenagem de aguas residuais. — Vedagées ¢ telheiros, caso existam. 3.2 TOLERANCIAS ADMISSiVEIS As tolerancias admissiveis na implantagao dos macigos das estruturas metalicas e montagem de chumbadores, so normaimente indicadas no CE. Contudo ¢ recomendavel que nao sejam admitidas tolerancias, a fim de evitar posteriores altera- g6es nos macicos e nas furagSes das estruturas metélicas, Nas restantes actividades as tolerancias admissiveis so as indicadas nas Normas e regulamen- tos aplicaveis e em vigor. 3.3 REGULAMENTOS APLICAVEIS Todos 0s trabalhos envolvendo a execugao de elementos estruturais em betéo armado deverdo obedecer aos Eurocédigos Os Eurocédigos sao as Normas NP EN 1990, 1991, 1992, 1993, 1997 e 1998 que vieram subs- tituir os regulamentos aplicaveis aos trabalhos de construgao civil, designadamente 0 REBAP (Regulamento de Estruturas em Betdo Armado e Pré-esforcado). EMBALAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 4. EMBALAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE EQUIPA- MENTOS E MATERIAIS 4.1 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — Codigo da Estrada; — Norma ISO 7000, 4.2 DOCUMENTAGAO — Caderno de Encargos do D.O.; — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP); = Instrugées dos fabricantes, 4.3 EMBALAGEM — Aembalagem deve ser adequada para manuseamento miltiplo e transportes de longa dis- tancia, seja(m) qual(quais) for(em) o(s) meio(s) de transporte utilizado(s); — Aembalagem deve assegurar a proteccaio dos materiais e equipamentos contra os agentes atmosféricos e ambientes corrosivos, caso existam, quer no transporte, quer no armazena- mento exterior em obra; = Se qualquer medida de proteceao adicional deva ser implementada (cera, pintura, etc.), os equipamentos e materiais nao podem ser embalados até a cura dos produtos de proteccao; — Antes de serem embalados, os equipamentos e materiais que possam ser deteriorados por esforgos mecdnicos durante o transporte, devem ser devidamente fixados; — Os pontos de igamento e manuseamento da embalagem devem estar indicados; — Aembalagem deve obedecer aos requisitos do transportador, do pais de destino e do D.O.; — Aembalagem deve ser marcada com as seguintes indicacoes: + Nome do 0.0. e do projecto; + Identificagao do(s) equipamento(s); + Identificagao do ADJC; + Identificagao do fabricante ou fornecedor: + Namero da encomenda do ADJC. ~ Aembalagem deve ser marcada obrigatoriamente com pictograma, de acordo com a Norma 1SO, para situagdes especiais (“Fragil’, ‘Este lado para cima’, “Proteger da chuva’, etc.): 3 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO ai} Ll ie — fac uae NAO Cod 2b | ae Figura 19 - Simbotos de identificagéo de embalagens — A-embalagem deve, obrigatoriamente ser acompanhada de uma “Lista de Embalagem (“Packing List’). 4.4 TRANSPORTE — A-empresa transportadora deve coordenar-se com o fabricante e/ou forecedor e com ADJC, para que sejam garantidos os meios de carga e descarga, bem como a responsabili- dade de os disponibilizar; — O transporte de mercadorias “perigosas” deve estar de acordo com as convengées intema- cionais e com as normas e regulamentos do pais de destino. — As embalagens devem ser devidamente protegidas e fixadas pelo transportador, a fim de evitar queda da carga, danos na embalagem, ou outras situagSes que possam provocar aci- dentes pessoais e materiais; — Eda responsabilidade do transportador obter, junto das entidades competentes a autorizacdo de transporte de cargas especiais e de providenciar os meios logisticos e de apoio necessa. rios para a realizagao desse transporte; — Caso 0 transporte seja rodoviario, 0 transportador deve cumprir 0 Cédigo da Estrada, ndo so do pais de destino, mas também de outros paises por onde circular; — As operagées de carga e de descarga devem obrigatoriamente obedecer as instrugdes técni- cas do fabricante, devendo ser utilizados os meios adequados — Todo 0 equipamento transportado deve ser acompanhado da respectiva guia de transporte, que sera entregue aquando da sua descarga. 4.5 O PROBLEMA DO TRANSPORTE DOS TRANSFORMADORES Os transformadores para tens6es a partir de 123 kV e para grandes poténcias sao transportados sem 6leo (habitualmente sao cheios com azoto), eventualmente sem 0 conservador, e sem as travessias, por questées de peso e manuseamento, requerendo em varias situagdes meios de transporte especiais, para a circulacao rodoviaria, Se os equipamentos nao forem devidamente embalados e fixados podem sofrer impactos meca 4 EMBALAGEM, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS nicos que os podem danificar. No caso das travessias, 0 principal problema é o eventual aparecimento de fissuras internas, que 86 sero detectadas em obra com a realizagao do ensaio da medicao do factor de dissipacao dieléctrica (tg a) No caso dos transformadores propriamente ditos, se a forga do impacto for superior & equivalente a "3g" (g 6a aceleragdo da gravidade — 9,8 m/s*), resultando os seguintes possiveis danos Deslocamento ou distoreao do nticleo e/ou dos enrolamentos; Danificag4o do isolamento entre espiras, com a consequente probabilidade de curto-circuitos durante a operagdo do transformador; As vibragdes mecdnicas podem provocar a diminui¢&o da presso de aperto das ligages, podendo provocar o colapso dos enrolamentos A distancia de isolamento entre a cuba e as partes activas do transformador pode diminuir drasticamente. Nestas situagbes, e com 0 objectivo de se ficar a saber 0 que pode ter acontecido durante o transporte, devem ser utilizados registadores de impacto. 4.6 ARMAZENAMENTO Nenhuma embalagem pode ser descarregada no estaleiro ou na obra se no tiver as marca- ‘96es indicadas no ponto 6.3 e se nao for acompanhada da ‘Lista de Embalagem”; Antes da descarga deve ser vistoriada a embalagem, a fim de se detectarem eventuais danos na mesma; Q armazenamento dos equipamentos e materiais deve estar de acordo com as instrugdes do fabricante; Consoante o tipo de equipamento ou material, o mesmo deve ser armazenado no interior ou exterior, conforme as instrugSes do fabricante; Antes de serem colocados em obra os equipamentos e materiais devem ser arrumados em locais previamente destinados, de acordo com a organizagao de estaleiro; Os locais onde os equipamentos e materiais fiquem armazenados devem estar devidamente identificados, de forma a inequivocamente serem identificados esses equipamentos e materiais; As partes das embalagens destruidas para efeitos de armazenagem devem ser de imediato recolhidas e transportadas para os locais destinados para esse fim. Caso 0 equipamento va directamente para a obra, deve ser seguido o mesmo procedimento; Os locais destinados a armazenamento devem estar limpos e organizados, ndo devendo ser criados quaisquer obstaculos imprevistos a circulagdo de pessoas. 38 ESTRUTURAS METALICAS 5, ESTRUTURAS METALICAS 5.1 AMBITO Este capitulo refere-se as estruturas metalicas que constituem os porticos de amarragao de linha € 0s suportes dos equipamentos de MAT e AT a serem instalados nas subestagdes As estruturas metalicas séo normalmente treligadas e galvanizadas por imersao a quente, tendo em atengao a corrosao provocada pelo ambiente onde as estruturas seréo montadas. Contudo, em Portugal no caso da EDP, os pés de apoio s4o normalmente tubulares, a fim de evitar 0 roubo do cabo de cobre da ligagdo da estrutura e do equipamento a rede de terras Os desenhos das estruturas metalicas devem apresentar as alturas, espagamentos, localizagao direcgao e valor das cargas aplicadas, inclusive as de origem electromagnética (esforcos de curto-circuito), detalhes de montagem, configuracdo das estruturas e quantidade e espacamento entre chumbadores, assim como seus diametros. ia Suporte de AHL equipamen q Figura 20 ~ Estruturas metélicas 5.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS - RSLEAT. - RSSPTS - Normas EN ISO 14713, ISO 2063, ISO 1459 e ASTM A123/A123M, 7 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO 5.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA = Cademo de Encargos do 0.0 ~ Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP) 5.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM Antes de ser iniciada a montagem das estruturas metélicas deve ser assegurada a correcta im- plantagao dos macigos e chumbadores. Os procedimentos de montagem a observar so os seguintes: — Levantamento das estruturas metalicas, com meios auxiliares. — Fixago das estruturas aos chumbadores e aperto de parafusos e porcas. ~ Assemblagem das varias partes que constituem a estrutura (caso dos pérticos de amarra¢a0) © aperto de parafusos e porcas — Caso durante o transporte para o local e/ou montagem das estruturas ou devido a neces- sidade de pequenas alteragSes haja deterioramento da galvanizag3o de origem, nos locais onde tal acontega deverd ser aplicado um spray de zinco, a fim de restaurar a galvanizagao. = Verificagao final do alinhamento das estruturas, por meios topograficos. BARRAMENTOS E LIGADORES 6. BARRAMENTOS E LIGADORES 6.1 AMBITO Este capitulo refere-se aos equipamentos e materiais (tubos, cabos nus, cadeias de isoladores @ ligadores) que constituem os barramentos a serem instalados nas subestagdes, bem aos des- tinados a ligagao dos equipamentos de MAT e AT. 6.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RSLEAT. — RSSPTS. - Normas ASTM B3, B33, B75, B174, B251 e B466/B466M, para tubos e cabos nus em cobre (ASTM — American Society for Testing and Materials), — Normas EN 50182 e 50183 e ASTM B85/B85M, B179, B236, B317/B317M e B549, para tu- bos e cabos nus em liga de aluminio. — Norma IEC 60071 (coordenagéo de isolamento). — Normas IEC 60383 (isoladores), 61109 (isoladores compésitos) e 60815-1, 2 e 3 (linhas de fuga em fungao do ambiente). — Normas IEC 60865-0, 1 e 2 € 60909-0,1 e 4 (cdlculo das correntes de curto-circuito e dos esforgos térmicos e electrodinamicos). 6.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA — Cademo de Encargos do D.0. — Requisitos especiais da Entidade Concessionéria (em Portugal, REN ou EDP) 6.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM 6.4.1 Materiais utilizados Nas subestag6es os barramentos € a ligagdo aos equipamentos podem ser realizados por: — Tubo de cobre ou de liga de aluminio (ligagdes rigidas). — Cabo nu em liga de aluminio (ligagées flexiveis). As ligagdes em cabo entre os barramentos € os equipamentos so habitualmente designadas Por ligagdes tendidas. “a Figura 22 - Barramento em cabo e ligagdes tendidas Actualmente, e por questées econémicas, utilizam-se preferencialmente tubos e cabos nus em liga de aluminio. Esta solugdo apresenta ainda a vantagem, relativamente ao cobre, de o alumi nio nao ser susceptivel de ser roubado. Em Portugal, designadamente nas subestagdes da REN, é utilizado 0 cabo de liga de aluminio com condutores cableados concéntricos, compostos por varias camadas de fios de liga de alu minio, do tipo 570 AL4 (antigo ASTER 570) No caso de serem utilizados tubos, os comprimentos dos vaos néo devem exceder o comprimen: to maximo de fabrico e/ou entrega desses tubos, a fim de evitar soldaduras. a2 BARRAMENTOS E LIGADORES As caracteristicas fisicas, eléctricas e mecdnicas dos tubos e cabos devem obedecer as normas aplicaveis e serem obtidos junto do respectivo fabricante, devendo as caracteristicas indicadas serem homologadas por entidades competentes e certificadas. No Anexo 2 indicam as principais caracteristicas fisicas, eléctricas e mecdnicas de barras e tu- bos de cobre e aluminio. Na mesma subestagao podem coexistir ligagdes rigidas e flexiveis, e cobre e liga de aluminio. Os barramentos e as ligagdes, quer sejam em tubo quer sejam em cabo, tem que ser dimen- sionados de acordo com a corrente de servigo, tendo em atencao as condigSes ambientais, designadamente a temperatura, € os esforcos térmicos e electrodinamicos das correntes de curto-circuito, de acordo com o estabelecido nas Normas IEC 60865-0, 1 e 2 € 60909-0,1 € 4 No caso dos barramentos rigidos, estes devem ser também dimensionados para a frequéncia de ressonancia”. Asolugao a adoptar depende das exigéncias do Dono de Obra (D.0.) e do projecto de execucao. 6.4.2 Colunas e Cadeias de isoladores As colunas de isoladores as cadeias de isoladores constituem o suporte mecanico dos barra- mentos e ligagdes entre equipamentos da subestagdo (tubos e/ou cabos condutores), permitindo garantir a distancia de isolamento entre estes e as estruturas (metalicas) ligadas a terra As cadeias de isoladores, destinadas @ amarracdo nos pérticos de barramentos tendidos, sao constituidas por isoladores cerdmicos, em resina epoxy ou em vidro, sendo dotadas de pingas de amarragao, para fixagao dos cabos. Colunas de isoiadores Figura 23 - Colunas de isoladores 10. Ver Capitulo 3. “a 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Pinga de amarragao ~ Cadela de isoladores Figura 24 ~ Cadeias de isoladores e pingas de amarragéo Aaltura das colunas de isoladores e o nlimero de isoladores em cada cadeia dependem nao s6 da tensdo da rede, mas também do comprimento minimo da linha de fuga, para evitar a formagao de um arco eléctrico (disrupgao) entre os condutores activos e as massas metalicas ligadas 4 terra (‘contomamento’), tendo em atengao a poluigao existente na zona Os agentes poluidores que se depositam sobre a superficie dos isoladores, principalmente por aceao do vento, so clasificados em dois tipos: poluigao salina e poluicao industrial A classificagao da severidade poluente dos locais, de acordo com as Normas IEC, 0 valor da salinidade suportavel e o comprimento da linha de fuga especifica s40 indicados na Tabela 3 Tabela 3 - Valores de salinidade e linhas de fuga especificas Média >3km >28 20 Forte 1a3km >80 25 Muito Forte 160 31 BARRAMENTOS E LIGADORES De acordo com a Tabela anterior, os comprimentos minimos das linhas de fuga dos isoladores 840 08 indicados na Tabela 4. Tabela 4 — Niveis de poluic8o e comprimento das linhas de fuga Média 8400 400 Forte 10500 Muito Forte 13020 Média 4900 220 Forte 6125 Muito Forte 7595 Média 3400 150 Forte 4250 Muito Forte 5270 Média 1450 60 Forte 1813 Muito Forte 2248 6.4.3 Ligadores Os ligadores destinam-se a ligagdo entre os tubos cabos e os terminais dos equipamentos ou a execucdo de derivagées. Aescolha de cada ligador é feita tendo em consideracao os seguintes parametros: — Tipo de material a ligar (cobre-cobre; cobre-liga de aluminio; liga de aluminio-liga de alu- minio). — Diametro exterior dos tubos e cabos e forma e dimensées dos terminais dos equipamentos. No caso de ser utilizado tubo no barramento, e dependendo do comprimento deste, os ligadores poderéo ser elasticos ou deslizantes, a fim de serem absorvidas as variagdes do comprimento do tubo, em fungao da temperatura. Para a ligacdo “cobre-cobre” os ligadores so em bronze, e para a ligagéo “liga de aluminio-liga de aluminio” os ligadores sao em liga de aluminio. No caso de ligagao entre metais diferentes, os ligadores devem ser bimetdlicos’, de forma a evitar a corrosao electrolitica, provocada em meio humido, pela passagem da corrente eléctrica em dois metais diferentes. 45 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Figura 25 ~ Exemplos de ligadores O projecto da subestagao deve incluir uma lista de ligadores (ver exemplo na Figura 26) e plantas e cortes com a disposi¢ao dos equipamentos e identificagdo dos ligadores. [Careers | cs OAD Ee OT) | [Cito | Tt re 06 A Cae bce Lats ce ads 1 Sacer = 1 Taser 7 Figura 26 — Exemplo de lista de ligadores TERRAS E PROTECCAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS. 7. TERRAS E PROTECCAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 7.1 TENSOES DE PASSO E DE CONTACTO Nas subestagdes exteriores 0 campo electromagnético causado pelas cargas estaticas nos con- dutores nus e pelas condigdes atmosféricas dao origem a tensdes induzidas nas partes da ins- talacdo normalmente sem tenso, como por exempio as estruturas metalicas, criando diferengas de potencial quer entre elas e a terra, quer entre pontos diferentes no solo da subestago. Situagdes semelhantes ocorrem a quando de um defeito Fase-Terra que envolva as ja referidas estruturas metalicas. Estas diferencas de potencial dao origem as “tensdio de contacto” (Users) € “tensdo de passo” (Upaass), OU @ Uma combinagdo de ambas, que podem provocar a circulag4o de uma corrente através do corpo humano, com todas as consequéncias dai resultantes. A “tensao de contacto” pode ser definida como a diferenca de potencial entre qualquer ponto do solo € uma estrutura metdlica a terra capaz de ser tocada, quando a corrente de defeito circula, sendo habitual considerar a distancia de um metro entre a estrutura e 0 solo. ‘A“tensdo de paso" define-se como a diferenga de potencial superficial entre os pés, quando a corrente de defeito circula, sendo habitual considerar a distancia de um metro entre os pés. Um caso particular da tensao de contacto é a “tensao transferida” (U,), que € uma tensao que transferida para a subestacao a partir de um ponto remoto exterior a subestaco, ou transferida para o exterior da subestaco, para um ponto remoto exterior. Definem-se ainda: = Tensao da maiha (U,): Tenso de contacto maxima na maha da rede de terras. = Tensao de contacto entre partes metélicas no activas (Umm): Diferenga de potencial entre partes metélicas nao activas, susceptiveis de serem tocadas simultaneamente por "mao-pé" ou “mao-mao". — Elevagao do potencial da terra (EPT): Potencial eléctrico maximo que possa existir entre a rede de terras da subestagao e uma ligagdo remota a terra, que se assume estar ao mesmo poten- cial da rede de terras (é igual ao produto da resisténcia de terra da malha pelo valor maximo da corrente de defeito na malha). Estes conceitos sao ilustrados na Figura 27. 49 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO | | smo | [af] fall | ad rat centre partes as| | 23 : | imotdcas as 5 a Terras remotas Figura 27 ~ Tensdes de contacto, de passo e transferida 7.2 CALCULO E CONSTITUIGAO DA REDE DE TERRAS Arede geral de terra € constituida por uma malha de cabo de cobre nu, enterrado no solo, com- plementada por varetas de aco revestido a cobre (eléctrodo de terra), tendo com objectivo a seguranca das pessoas, limitando as tensdes de passo e de contacto a valores no perigosos, mostrando-se na Figura 28 um exemplo. mH tt em Figura 28 ~ Maiha de terra TERRAS E PROTECCAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS ‘A seceao do cabo é calculada de acordo com o valor da corrente de curto-circuito Fase-Terra, embora seja pratica habitual utilizar para este fim o valor da corrente de curto-circuito trifasico. Aexpresséo a utilizar para este efeito ¢: s [mm] ‘e/13 xN(ETBO) Onde: + I's, 6a corrente de defeito Fase-Terra, em ampére. +t 60 tempo de duragaio do defeito, em segundos. + 0 a elevacdo de temperatura admissivel no condutor, em °C (para o cobre nu A@ = 150 °C), Recomenda-se que 0 dimensionamento da rede de terras seja feito de acordo com o estabele- cido na Norma IEEE Std. 80-2000;0s valores maximos admissiveis das tensdes de passo e de contacto e da corrente maxima através do corpo humano (,,), bem como a resisténcia da rede de terras (R,) sao calculados pelas expressées: Tensao de passo Usase0 = (1000 + 6xC,xp,) x 0,116//T, — para um peso corporal de 50 kg 1000 + 6xC.xp,) x 0, 157 m Ide 70 k passe ‘Tensao de contacto Vcore = (1000 + 1,5xC,xp,) x 0,116/1t,— para um peso corporal de 50 kg core = (1000 + 1,5xC,xp.) x 0,157/f,— para um peso corporal de 70 kg Corrente maxima admissivel no corpo humano Ly = 0,116 Yt, — para um peso corporal de 50 kg Jen = 0,157 /¥t, para um peso corporal de 70 kg Reslethiel R= (p/A) x{V/A) + pl, C6 0 factor de depreciagao da camada superficial do solo, sendo calculado pela expressao: _ 0,09 « (1 - (/ps) 2hs + 0,09 + {,6 0 tempo de duragao do defeito, em segundos. + p.€ a resistividade superficial do terreno (usualmente a gravilha), em Om. +p @ a resistividade do terreno abaixo da gravilha, em Om. + h,€ a espessura da camada superficial, em m. + Aa area total ocupada pela malha de terra, em m?, + 1,60.comprimento total do cabo de cobre enterrade, incluindo os eléctrodos de terra, em m. 51 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Caso nao exista camada superficial, entdo C, = 1 € p, =p. Estes calculos sao iterativos, habitualmente realizados com recurso a software especifico, pre conizando-se que 0 calculo se faca para uma massa corporal de 70 kg Chama-se a atengao para o facto de que o RSSPTS impde que a resisténcia de terra da subes. taco seja S 1 Q, 0 que nas instalagdes em Portugal deve ser respeitado. Embora a norma seja explicita, afirmando que apenas se aplica a subestacées exteriores, é ha- bitual utilizé-la igualmente para o cdlculo da rede de terras das subestagées interiores Todas as massas metalicas e as diversas ferragens normalmente sem tensdo, bem como a rede de vedago (no caso de ser metalica) e a rede de terra aérea deverao ser ligadas a rede de terra subterranea, isto — As estruturas metalicas de suporte dos equipamentos e os pérticos. — As facas de terra dos seccionadores. — Os cartis de assentamento dos transformadores. — As tubagens do sistema de extingao de incéndios. — Os descarregadores de sobretensdes e contadores de descarga — Todos os armarios e caixas de reagrupamento e de BT, instalados no parque exterior, bem. como no interior dos edificios. — As bases das cadeias de amarracdo e suspensao. = Todo o aparelho ou parte do aparelho em que a colocagdo a terra imposta pelos regulamen. tos em vigor e/ou indicada nos planos de montagem. Os cabos de guarda. — Ashastes de descarga — Os prumos da vedaco exterior Junto a cada armario de comando dos disjuntores e seccionadores deve ser instalado um “tape- te” metalico equipotencial, ligado a referida rede de terras. Figura 29 - Tapete equipotencial 82 TERRAS E PROTECCAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS 7.3 SISTEMA DE PROTECGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS O sistema de protecgao contra descargas atmosféricas (SPDA), também designado por rede de ter- ras aérea, € constituido por cabos de guarda (habitualmente cabo de ago galvanizado ou cabo alu- minio-ago do tipo ACSR — Aluminium Cable Stee! Reinforced) apoiados nas cabegas dos pérticos de amarracao de linha ou de apoio dos barramentos tendidos da SE, complementada com hastes de descarga (normalmente para-raios do tipo Franklin) igualmente apoiadas nos pérticos. Nos casos em que no existem porticos de amarragao na SE 0 SPDA € realizado por para-raios do tipo Franklin apoiados em estruturas metélicas proprias. Recomenda-se que o dimensionamento do SPDA seja feito de acordo com os métodos preconi: zados no “Guia Técnico de Para-raios” da DGEG. Figura 30 — Hastes de descarga e cabos de guarda 7.4 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RSSPTS. — RSLEAT. — Normas IEEE Std. 80-2000, Std. 81-1983 e Std. 837 (soldaduras aluminotérmicas). = Normas ASTM B3, B33, B75, 8174, B251 e B456/B466M, para barras e cabos nus. 7.5 DOCUMENTOS DE REFERENCIA - Caderno de Encargos do D.O. — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP). 53 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 7.6 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM Os procedimentos de montagem a observar so os seguintes Rede de terras aérea Amontagem da rede de terras aérea devera ser executada de acordo com 0 RSLEAT, sendo os cabos de guarda amarrados nas cabecas dos pérticos, e ligados a rede de terras subterranea. ( Peca de fxacao | edeligacso [Gabo de guara [Gasepa ca porico Estrutura do partico Figura 31 — Ligago do cabo de guarda Rede de terra subterrénea As ligages e derivagées entre os condutores da rede de terra subterranea podem ser executa- das das seguintes formas: - Soldadura aluminotérmica, utilizando um “kit" apropriado. TERRAS E PROTECGAO CONTRA DESCARGAS ATMOSFERICAS, Figura 32 Soldadura aluminotérmica Nos casos em que sejam utilizadas soldaduras aluminotérmicas, o ntimero de ligagdes executa- do por cada molde no pode ultrapassar 0 indicado pelo fabricante. — Ligadores em “C’, com recurso a prensa de cravar hidrdulica e matrizes com as dimensdes adequadas as dimensdes dos ligadores. Figura 33 Ligador em °C” As ligagdes dos cabos as estruturas metalicas treligadas far-se-4o acima do solo, sem desconti- nuidade da malha, por fixagao de dois cabos sobre a estrutura utilizando ligadores apropriados. A partir deste ligador seré derivada uma ligagdo em antena, constituida por uma barra de cobre nu fixada sobre a estrutura metélica por ligador apropriado (Figura 34), que permitira a ligagao entre a malha de terra e a aparelhagem suportada. No caso de a estrutura ser tubular, a ligagao & apa- relhagem suportada sera realizada através de cabo de cobre nu, instalado no interior da estrutura 55 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Figura 34 — Ligadores de terra As ligagdes aos carris de rolamento dos transformadores devem ser feitas preferencialmente por soldadura. As varias ligagdes devem ser concebidas de forma que nao exista contacto entre metais diferen- tes susceptiveis de provocar corrosao electrolitica. EQUIPAMENTOS DE MATE AT 8. EQUIPAMENTOS DE MAT E AT 8.1 CARACTERISTICAS DOS EQUIPAMENTOS MAT E AT 8.4.4 Geral Os equipamentos MAT e AT considerados neste capitulo sdo os seguintes: = Transformadores MAT/MAT e MATIAT. = Disjuntores. — Seccionadores. — Transformadores de medida de tensao (TTS). — Transformadores de medida de intensidade (Tis). — Transformadores de medida combinados. — Sensores de corrente e de tensao. — Descarregadores de sobretensées (DST). — Condensadores de acoplamento e bobinas tampao = Reactancias de neutro — Impedancias limitadoras de curto-circuito. = Shunt reactors. — Baterias de condensadores. — Blocos extraiveis. 8.1.2 Transformadores MAT/MAT e MAT/AT Conceitos gerais De uma forma geral os transformadores so utilizados para baixar o valor da tens&o no transpor- te e distribuigdo de energia, mas sendo o transformador uma maquina reversivel, ele também pode ser utilizado para aumentar a tens&o (transformadores elevadores), como é 0 caso dos transformadores das subestag6es das centrais eléctricas, que elevam a tensao de produgo (MT, normalmente entre 3 kV e 15 kV) para MAT ou AT. Os transformadores trifasicos t8m, quer no primario, quer no secundario, trés enrolamentos (um por cada fase) que se ligam entre si de forma diversa e que, de alguma forma, condicionam o ‘seu comportamento. Por definigao 0 enrolamento primario 6 o que se encontra do lado da fonte e o enrolamen- to secundério 0 que se encontra do lado da carga. Assim num transformador elevador (por exemplo 6/60 KV, numa central eléctrica) a tensdo primaria ¢ 6 kV e a tenséo secundaria 60 KV; ja num transformador abaixador (400/150 kV, numa subestacao da rede de transporte), 400 kV é a tensdo primaria e 150 kV a tensdo secundaria Em MAT eAT as ligagées utilizadas sao as ligacdes em estrela (¥; y) € triangulo (D; d). As letras maiusculas referem-se sempre a tensao mais elevada e as letras minusculas referem-se sempre a tensao mais baixa. 59 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Quando 0 neutro esta acessivel acrescenta-se a letra N ou n a letra da tensdo superior ou infe- rior, respectivamente. Arelagao de transformagao é a relacao entre 0 niimero de espiras dos enrolamentos primarios, ¢ designando-a por “a’, verifica-se a seguinte relacdo, considerando um transformador com — Numero de espiras do primério: N,; tensdo primaria: U,; corrente primaria: |, — _Niimero de espiras do secundario: N;; tens&o secundaria: Up; corrente secundaria: |, a= N,/N; =U,/U; = le/ I, Nas subestagdes MAT e AT 0s transformadores podem ter ainda um terceiro enrolamento (tercia- rio), ligado em triangulo, com uma tensao secundaria em MT (normalmente 6 KV ou 10 KV), que para além de realizar a compensagao de harménicas, pode ainda ser utilizado para a alimenta- 40 do Transformador dos Servicos Auxiiares da Subestagao. Na Figura 35 mostra-se um exemplo de um transformador com trés enrolamentos, Primario Enrolamento Terciario Seeundario Figura 35 — Diagrama de um transformador com enrolamento tercirio De uma forma geral utilizam-se as ligagdes Yd ou Yy entre linhas de transporte O valor da desfasagem entre as tensdes primaria e secundaria da mesma fase define o grupo de ligag6es do transformador (por exemplo, num transformador Yy5, a tens&o secundaria esta desfasada de 150° relativamente a tenso primaria — em atraso) A Tabela 5 mostra os principais grupos de ligagdes EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Tabela 5 ~ Principais grupos de ligagbes Ddo 0 ro) = zo Dy5 5 (150°) Ae Yz5 Dd6 6 (180%) Yy6 Dz6 bytt 1 (330°) Yd (-30°) yz" ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Nos transformadores de MAT/MAT e MATIAT o grupo de ligagdes habitual € o YNyn0, embora este tipo de ligagdes apresente problemas de desequilibrios das tensdes e da terceira harmonica, sendo necessério que os transformadores tenham um enrolamento terciario, ligado em triangulo. s transformadores elevadores das centrais eléctricas (MT/AT e MT/MAT) e os transformadores MAT/MT e AT/MT tém habitualmente 0 grupo de ligagdes YNd1. Perdas e rengimento dos transformadores Os transformadores apresentam dois tipos de perdas: — Perdas em vazio (P;), que 0 as perdas magnéticas. — Perdas no cobre (P.,), que So as perdas nos enrolamentos, por efeito de Joule, quando o trans- formador esta em carga. As perdas totais (Pt) sao calculadas pela seguinte expressao: P.=P,+P., O valor das perdas depende das tensées e da poténcia do transformador, e é um dado que deve ser obrigatoriamente indicado pelo fabricante. O rendimento do transformador (n) & definido pela relagao entre a poténcia total (trifésica) no secun- dario e a poténcia total (trfasica) no primario; sendo “cos g” o factor de poténcia da carga, tem-se P. _ V3: Us" le: cosp 13 Us: lo" cosp PVE U1, cosp 13° U; h- cosp +P +P, ‘Tensao de curto-circuito Atens&o de curto-circuito pode enunciar-se como a tens4o que ao ser aplicada a um dos enrola- mentos com os terminais do outro enrolamento em curto-circuito, faz aparecer o valor da corrente nominal nesse enrolamento Atensdo de curto-circuito (u, ou u,,) de um transformador é indicada na placa de caracteristicas, 6 expressa em % e representa a impedéncia do transformador. Paralelo de transformadores Quando dois transformadores trifasicos TF1 e TF2 se destinam a ser ligados em paralelo é neces- sério conhecer 08 desfasamentos entre as tensées primarias e secundarias em cada um deles ‘S6 assim se podera saber se as 3 tensOes secundarias doTF1 estao em fase com as respectivas tensdes doTF2; caso nao o estejam, entao nao devera ser feito 0 paralelo pois que, nesse caso. poder existir correntes de circulag3o intensas entre os transformadores, danificando-os. De igual forma as tensdes de curto-circuito devem ser iguais, para que a reparticao de carga entre 0s transformadores se faga sem que um deles possa entrar em sobrecarga 62 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Veja-se o seguinte exemplo: Poténcia total a ser alimentada por dois transformadores em paralelo: 38 MVA (I= 366A) | U=60kKV | Poténcia do TF1 (S1) = Poténcia do TF2 (S2) = 20 MVA — Ug, (TF1) = 1,5 *u(TF2) > — Zyp:21,5 * Zie | Aplicando as leis de Kirchoff pode-se calcular a reparticao da carga pelos dois transformadores. leh+h © Lel-k | Zoey b= Zope % by = 1,5 % Zoe 21,5 1,5 * Zip XV 1) > (1,5/2,) «1 12=220A <> 3MVA O TF2 tem assim uma sobrecarga permanente de 15% Um outro tépico que é necessario abordar quando se fala de paralelo de transformadores que tém regulagdo de tensdo em carga, com comando automatico a partir do SCCP, um dos transfor- madores deve funcionar como “master” e o(s) restante(s) como *s devendo ser gerado um alarme caso exista mais do que um transformador com funcionamento como “master” lave’ Tipos construtivos Existem os seguintes tipos de transformadores, clasificados quanto ao tipo de dieléctrico: — Transformadores a dleo com depésito de expansao ou conservador: Figura 36 ~ Transformador com conservador 63 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO — Transformadores a 6leo de enchimento integral (herméticos): Figura 37 — Transformador hermético - Transformadores isolados a gas. sre Nucleo | | Enrolamento cit Figura 38 — Transformador isolado a gas Os transformadores isolados a gas (GIT — Gas insulated Transformer) sao utilizados quando o ‘espaco disponivel para implantar a SE é reduzido, tendo uma aplicagdo semelhante ao GIS. A poténcia destes transformadores esta limitada a cerca de 60 MVA, porque o espago necessario para o sistema de refrigeragao do SF6, para poténcias superiores, atinge dimensées tais que anulam a vantagem da reducao de espago proporcionada pelo GIT. EQUIPAMENTOS DE MAT E AT — Transformadores secos: Figura 39 ~ Transformador seco Nas subestagSes MAT/MAT e MAT/AT utilizam-se os transformadores com deposito de expansdo. Por razées econémicas e de manuseamento, para poténcias muito elevadas e para niveis de tensdo superiores a 123 kV € habitual utilizarem-se bancos de transformadores monofasicos, Uma das situagdes mais comuns nestes casos é a utilizagdo nas subestagbes MAT/MAT de transformadores monofasicos com um Unico enrolamento — os autotransformadores, cujo esque- ma se apresenta na Figura 40. ——o x 9 Primario Secundario Figura 40 ~ Esquema de um autotransformador 65 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZAGAO As principais vantagens da utilizago de um autotransformador, quando comparado com um transformador monofasico, so = Mais econdmico e mais facil de transportar (existe apenas um enrolamento, pelo que as di- mensées e 0 peso so menores) — Menor queda de tensao interna — Melhor eficiéncia (devido ao facto de haver apenas um enrolamento as perdas por efeito de Joule séo menores) As principais desvantagens sdo — Os enrolamentos primario e secundario nao estao isolados entre si. — Sendo menor a sua impedancia interna os valores das correntes de curto-circuito 40 maiores. Outra solugéo é a construcao dos transformadores trifasicos constituidos por trés conjuntos mo- nofasicos, inseridos num involucro comum, onde sao feitas as ligagSes das trés fases e onde sdo instalados as travessias ~ transformador de fases dissociadas. conservador, o sistema de refrigeragao e o regulador em carga, podem ser montados naquele invélucro, ou separadamente, como se mostra na Figura 41 Figura 41 ~ Transformador de fases dissociadas O regime de neutro de um transformador pode ser: — Ligagao directa a terra = Ligagdo @ terra através de uma resisténcia ou de uma reactancia (por exemplo a bobina de Peterson) — Isolado. Quando se revela necessario proceder a ligagdo a terra e o ponto de neutro nao esta acessivel ‘como é 0 caso da ligagao em tridngulo dos enrolamentos dos transformadores, é necessario criar um “neutro attificial’, 0 que se consegue utilizando um transformador com ligagao em zig-zag, como se mostra na Figura 42 66 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT ‘Transformador de Poténcia ‘Transtormador Zig-Zag Figura 42 ~ Transformador Zig-Zag Regul Qn fe As redes de eléctricas sofrem variagdes de tensdo, que so devidas a varios factores, como por ‘exemplo o nivel de produgao, a configuracdo da rede e variagdes nao pontuais da carga E pois necessdrio proceder & regulagao da tensdo, no nivel de tensdo mais adequado, que depende do modo de exploragao da rede ou dos compromissos assumidos entre a produgdo, 0 transporte e a distribuigao de energia, para que 0 nivel de tens&o nos diversos pontos da rede, nao esteja fora dos limites de variagao de tensao estabelecidos nas normas intemnacionais ou nos contratos entre as diversas entidades que exploram as redes Essa regulagao é feita preferencialmente no enrolamento da tensdo mais elevada (as correntes $40 menores), que para 0 efeito dispde de varios pontos (designados como tomadas), onde se- ro ligadas as redes a montante, isto 6, para além do ponto central (a que corresponde a tensdo nominal da rede) existem outros pontos acima ou abaixo do referido ponto central (expressos em % da tens&o nominal), que permitem aumentar ou diminuir a tensao do secundario. Assim, nas subestagdes MAT/MAT e MATIAT, as tensdes primarias de um transformador (ou autotransformador) sao definidas da seguinte forma: 400 + 12x1,5% kV/ 220 kV 67 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Esta definigao significa que o enrolamento primario, para alem do ponto correspondente a tensao nominal do transformador, possui 12 tomadas que correspondem a um aumento da tensao de saida do transformador (+) € 12 tomadas que correspondem a uma diminuigao da tensdo de sai- da do transformador (-), e em qualquer das situagdes, com uma variagdo de tensao de tomada para de tomada de 1,5%. A regulacao de tensao pode ser feita em carga (MAT/MAT, MATIAT e AT/MT) ou sem tensao (em vazio) (MT/BT). Aregulago, nas subestagbes em causa, é feita em carga, através de um equipamento adicional que se instala no transformador, designado por comutador de tomadas, que permite a manobra manual sobre o referido equipamento, bem como de forma automatica, através do Sistema de Comando, Controlo e Proteccao (SCCP). Os comutadores de tomadas em carga mais vulgarmente utilizados s40 mecanicos, de que se mostra um exemplo na Figura 43, 0 equipamento de comutagao de tomadas esta imerso em 6leo isolante, separado do dleo que esta contido na cuba do transformador. Existem também modelos em que a comutagao de tomadas ¢ feita no vacuo. ft Figura 43 - Comutador de tomadas mecénico Nesse caso, este automatismo designa-se por RAT, onde é definido uma janela de variacao de tensdo em torno da tenso nominal (normaimente +/- 2,5% U,) @ caso a tens&o se encontre fora dessa janela, é dado ordem ao comutador de tomadas, para que este faga subir/descer tomada 0 que ira fazer subir/descer tensdo. Existem transformadores em que descer tomada € descer ten- so e outros em que descer tomada é subir tensdo (a mesma logica aplica-se para a operacao de subir tomada): trata-se de uma propriedade construtiva do transformador e pode ser verificada na chapa caracteristica do mesmo EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Existem ainda transformadores desfasadores que além de actuarem na tensao também permi- tem a regulacao de fase. A principal vantagem é que regulando a fase (alterando a desfasagem entre a corrente e a tens&o) torna-se possivel direccionar 0 transito de energia Refrigeragao dos transformadores Os transformadores podem libertar elevadas quantidades de calor, que é necessario evacuar para que a temperatura da maquina se mantenha dentro de limites aceitaveis e nao Ihe sejam causados danos (habitualmente no dleo e/ou no isolamento dos enrolamentos). a) Transformadores isolados a 6leo, com conservador Para os transformadores a dleo, com conservador, empregam-se varios processos para os refri- gerar, consoante a poténcia destes: = Circulagdo natural do ar. — Circulagao natural do dleo. — Circulagdo forgada do éleo obtido por circulagdo forgada de ar, do éleo ou de agua. No caso das subestagdes MAT/MAT e MAT/AT adopta-se um proceso de arrefecimento hi- brido. Assim, com carga reduzida, os radiadores cumprem a sua fungao. Para cargas elevadas entram em funcionamento ventiladores, devidamente localizados, que provocam uma corrente forgada de ar (ventilagao forgada) junto dos radiadores. A entrada em funcionamento e a paragem dos ventiladores faz-se automaticamente a partir de uma certa temperatura do dleo. Com ventilacao forcada os radiadores podem ter menores di- mensées do que quando esta é natural E corrente a indicagdo, pelos construtores, de dois valores para a poténcia nominal do transfor- mador: um para a situacdo de ventilagao natural e outro para 0 caso de ventilaco forgada, como se verifica no exemplo da chapa de caracteristicas (Figura 44) Figura 44 ~ Chapa de caracteristicas 63 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Para as poténcias mais elevadas a circulagao do leo é forgada e acelerada por meio de bombas, ‘© que favorece a transmissao do calor entre as suas fontes (enrolamentos € nucleo) e 0 dleo. Consegue-se assim uniformizar a temperatura do dleo em todo 0 circuito atenuando os pontos quentes, 0 que permite economizar na construgao da maquina. A circulago forgada do éleo pode ser dirigida para cada uma das fontes térmicas em quantida- de proporcional as suas perdas. Nas muito elevadas poténcias, em casos muito particulares, o calor transportado pelo dleo nao é dissipado directamente para o ar ambiente. Em vez do radiador monta-se um permutador de calor onde 0 éleo transfere 0 calor para Agua circulando em tubos. Num refrigerador independente do transformador a agua ¢ refrigerada por meio de ventiladores b) Transformadores isolados a gas (Os métodos habituais na refrigeracao dos G/T sao: + Circulagao natural do ar e do gas. + Circulagdo natural do ar e circulagao forcada e dirigida do gas. + Circulagdo forgada do ar e circulagao forgada e dirigida do gas. + Circulagao forgada da agua e circulagao forgada e dirigida do gas. Tal como nos transformadores isolados a dleo, nos G/T 0 gas desempenha as fungées de iso- lamento e de fluido de arrefecimento dos enrolamentos. Nos transformadores com circulacéo forcada e dirigida do gas, este ¢ dirigido para o ponto mais quente dos enrolamentos. Como os GIT so, na generalidade, instalados no interior de um edificio, ou em subestagées en- terradas, a maior parte dos fabricantes utiliza para a refrigeragdo 0 método de circulagao forcada da agua e circulacao forgada e dirigida do gas ©) Aspectos gerais ‘A opco por cada sistema de refrigeragao dos transformadores depende dos factores economi- cos e técnicos em jogo A opcao por cada sistema de refrigerag4o dos transformadores depende dos factores economi- cos e técnicos em jogo. Os transformadores podem ser designados atendendo ao tipo de refrigerago utilizado; na Tabe- la 6 apresentam-se os simbolos usados. 70 EQUIPAMENTOS DE MATE AT Tabela 6 - Refrigeracdo @ simbolos dos refrigerantes Oleo mineral Ar Agua Gas Isolante sélido Natural Forgada Forgada com distribuig&o dirigida oos>0 onz Para a designagao dos transformadores quanto ao tipo de refrigeragdo usam-se quatro letras. Assim designam-se por ONAN (Oil Natural / Air Natural) os transformadores (por exemplo de distribuigao) em banho de éleo com circulaco natural deste e do ar. Um transformador em banho de éleo com circulagao forgada e refrigerado por meio de ventilacao forcada do ar designa-se por OFAF (Oil Forced / Air Forced). Os transformadores OFAN/OFAF tém circulagéo forgada de dleo e ventilag4o natural ou forgada segundo as condigées de carga. Os transformadores GDAN tém circulagao natural do ar e circulagao forgada e dirigida do gas Travessias As travessias dos transformadores representam a fronteira entre 0 isolamento interno e externo destas maquinas, sendo as mais vulgares as capacitivas (que incorporam camadas de semicon- dutores), habitualmente utilizadas para niveis de tenséo a partir de 123 kV, € as construidas em materiais inorganico (ceramica, vidro, etc.) e em resina (habitualmente designadas por travessias sélidas) para tens6es inferiores a 123 kV. efeitos nos transformadores Os defeitos nos transformadores podem acontecer principalmente no niicleo (mais raramente), nos enrolamentos e no dleo Os defeitos no 6leo, resultantes do envelhecimento precoce do dleo, devido na maior parte dos casos por sobreaquecimento resultante de sobrecargas, sao habitualmente os seguintes: = Formagao de gas. — Contaminagao devido @ degradagao do papel do isolamento dos enrolamentos, a humidade © contaminantes polares. n SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO = Pressdo e/ou nivel baixos do dleo, em parte significativa dos casos devido a fugas na cuba do transformador. Os defeitos no nucleo podem ser causados por “shunts” na estrutura laminada devido a presenca de materiais condutores ndo isolados, provocando sobreaquecimento Os defeitos mais comuns nos enrolamentos so = Curto-circuito entre espiras do mesmo enrolamento. — Curto-circuito entre os enrolamentos primario e secundério. Estes defeitos so habitualmente causados pela degradacdo do isolamento dos enrolamentos, sendo uma consequéncia de sobreaquecimento devido a ciclos de sobrecarga superiores aos estabelecidos nas normas aplicaveis (IEC 60076-7 para transformadores a dleo e IEC 60905 para transformadores secos) © regime de carga dos transformadores é definido pelo aumento maximo admissivel da tempera- tura do dleo (65°C) e do ponto mais quente dos enrolamentos — “hot spof’ - (80°C), a plena carga. Cuba e acessorios A cuba dos transformadores (e autotransformadores) incorporara radiadores desmontaveis; os ‘moto-ventiladores serdo fixados sob os radiadores. (Os radiadores tém a fungao de dissipar o calor do oleo durante a circulagao (normal ou forcada) deste. Os acessérios sd, normalmente, os seguintes: — Chapa de caracteristicas. = Comutador de regulaco em carga. — Proteog6es intrinsecas (pressdo de gas ~ relé Buchholz ~, nivel de dleo, temperatura de dleo, imagem térmica e proteceao do regulador em carga); estas protecgdes actuam a 2 niveis: primeiro geram um alarme e posteriormente provocam o disparo do disjuntor. — Valvula de descompressao do dleo — Indicador de humidade do éleo (exsicador de silica gel) = Termometro. — Indicador de nivel do dleo. ~ Manémetro - Rodado. = Olhais de tracgao. ~ Terminais de terra iy EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Montagem Os transformadores (e autotransformadores) so instalados sobre vigas de betéo, onde so montados os carris de rolamento, sobre os quais assenta 0 rodado; em zonas de forte manifes- taco sismica, os rodados serao substituidos por chapas de fixagao. Deverdo ser previstos “macigos de traccdo", para a movimentagao do transformador. Sob o transformador sera construida uma fossa, para recolha do dleo, em caso de derrame. A capacidade da fossa deve ser tal que possa conter a totalidade do volume do dleo do trans- formador, 0 volume da agua da chuva durante o tempo de duragdo de um presumivel inc&ndio do transformador e o volume da agua de combate a incéndios do transformador, caso exista calculado para 0 tempo de duragao do incéndio. Associado a fossa deverd existir um separador 6leo-agua, para evitar que o leo derramado seja escoado pela rede de drenagem da subestagdo. Cada transformador, ou autotransformador, devera ser separado dos restantes por paredes cor- ta-fogo, devendo ser instalado um sistema automatico de extingdo de incéndios por agua pulve- rizada, comandado por detectores de chama "Sistema de extingso Je incéncio ("deluge") = . Figura 45 — Paredes corta-fogo (esquerda) e sistema de extingdo de ine&ndios (direita) 7 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 8.1.3 Disjuntores Os disjuntores destinam-se a interrupgao das correntes de servigo e de curto-circuito Actualmente o agente de extingdo do arco utilizado nos disjuntores AT e MAT é 0 Hexafluoreto de Enxofre (SF6), como o que se apresenta na Figura 46, e 0 mecanismo de comando é ge ralmente por mola Camara de _extingo do arco Figura 46 — Disjuntor de SF6 Existem ainda em servigo diversos disjuntores que utilizam a tecnologia do ar comprimido e 0 6leo (disjuntores de pequeno volume de dleo) para extingao do arco, como os que se mostram nas Figuras 47 e 48, respectivamente Depésto de ar ‘comprimido Figura 47 ~ Disjuntor de ar comprimido EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Figura 48 ~ Disjuntor de pequeno volume de éieo Entretanto a ABB, associada 4 3M, esté a desenvolver um gas isolante para substituigao do SFE baseado num composto organico com dois grupos alcalinos fluorados associados a carbono, ‘com menor contribuigéo para © aquecimento global do que o SF6, encontrando-se em fase experimental desde meados de 2015 na Suica uma instalagdo GIS com este novo gas isolante. As caracteristicas dos disjuntores sao os seguintes: — Tens&o estipulada”: 72,5 kV; 123 kV, 170 kV; 245 kV, 300 kV; 420 kV: 550 kV; 800 k. — Intensidade estipulada: 2000 A; 2500 A; 3150 A; 4000 A; 5000 A. — Poder de corte estipulado: 40 kA; 50 kA; 63 kA; 80 kA - Ciclo de religagao: A-F-A (abertura-fecho-abertura), o mais habitual, e A-F-A-F-A. Normaimente, todas as bobinas (abertura e fecho) actuam por emissao de corrente. Nalgumas situag6es, particularmente em MAT, os disjuntores tém duas bobinas de abertura, uma de- dicada @ actuagao (ordem de disparo) das protecgées ¢ a outra a ordens de manobra de abertura e fecho Normalmente, todas as bobinas e as correspondentes electrovalvulas actuam por emissdo de cor- rente. Alguns casos ha em que uma das duas bobinas de disparo e a correspondente electrovalvula actuarao por falta de tensdo e as outras bobinas e electrovalvulas actuaro por emissao de corrente 11. Valor estiputado (para equipamentos): Valor de uma grandeza fxado, em regra, pelo fabricante para um dado funcionamento lespecticado de um componente, de um dispositive ou de um equipamento— RTIEBT ~ Capitulo 212 1, este valor comesponde 20 anteriormente designado por ‘valor nominal’, designagSo que actualmente & apenas ublizade pare redes. 75 SUBESTACOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZAGAO Os sistemas de comando dos disjuntores possuem ainda as seguintes caracteristicas: — Dispdem de um sistema de acumulacdo de energia (normalmente por mola) com capacidade para permitir executar trés ciclos de fecho-abertura partindo da situacdo correspondente & de colocagao em servigo do dispositive de reposiga0, admitindo-se que, sendo a reserva de energia assegurada por dispositivos mecAnicos, esta seja suficiente para apenas um ciclo abertura-fecho-abertura (A-F-A), estando o disjuntor fechado, na situagao em que nao haja forca motriz para alimenta¢&o do motor de carregamento das molas. Se o mesmo se encon- trar na posigao de aberto, as molas apenas executam o ciclo F-A; a energia das molas tem que ser suficiente para que a ultima manobra do disjuntor seja sempre a de abertura — Se uma ordem de abertura estiver presente, nenhuma ordem de fecho devera ser cumprida — Impedir uma ordem de fecho, apés um ciclo de religacdo F-A, enquanto a primitiva ordem de fecho se mantiver (anti-bombagem). — Abertura automatica em caso de discordancia de polos, temporizada de modo a permitir a religagdo monofasica (em MAT) — Bloqueio por falta de pressdo do dieléctrico da camara de corte (SF6), com possibilidade do ‘operador optar pela abertura do disjuntor ou por manté-lo na posigdo de fechado. Em caso de falta ou fuga de gas, primeiro € gerado um alarme para informar o operador e onde a mano- bra do disjuntor ainda é possivel, até que o nivel de SF6 desca até um determinado patamar que provoque o bloqueio do mesmo. — Bloqueio por insuficiente reserva de energia, para manobra, com pelo menos dois niveis de actuago: bloqueio de abertura e bloqueio de fecho. — Bloqueio por falta de corrente continua/forga motriz. O fecho do disiuntor é feito sem tensdo na linha e com tens4o no barramento (live bar - dead line) ou por recurso a sincronizagdo, com tenséo na linha e no barramento (live bar - live line), atra- vés de informagao de tensao fornecida pelos transformadores de medida de tensao. Os disjuntores s40 montados em disposi¢ao vertical e apoiados em estruturas metalicas de su- porte, Todas as partes metalicas que estejam ao potencial da terra, em servico normal, permitirao uma ligagao facil e segura a rede de terra da instalacao. 8.1.4 Seccionadores Os seccionadores destinam-se ao isolamento de parte da instalacao, no tendo qualquer poder de corte, pelo que sé deverao ser manobrados em vazio. Nas configuragdes “duplo barramento” e “triplo barramento” é possivel fechar os seccionadores de barras sem ser em vazio, uma que estando ao mesmo potencial nao ha circulagao de corrente, e consequentemente nao se forma um arco eléctrico ente as “facas" do seccionador. Os seccionadores serao, na maioria dos casos, de trés tipos: — Seccionadores de duas ou trés colunas, rotativos de corte horizontal e rotativos de corte vertical, permitindo ligar condutores situados ao mesmo nivel, com accionamento tripolar ou unipolar; 76 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Figura 49 — Seccionador rotativo de corte vertical de duas colunas Figura 50 - Seccionador rotativo de corte horizontal Seccionadores pantografos que permitem ligar directamente condutores situados a niveis diferentes, com accionamento tripolar ou unipolar. Este tipo de seccionadores ¢ utilizado em instalagdes MAT e AT, permite economia de espago e sao normalmente usados na ligagdo aos “barramentos rigidos” 7 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Figura 51 ~ Seccionador pantégrafo — Seccionadores de ligaco a terra, distinguindo-se as facas de ligagdo a terra que esto aco- plados aos seccionadores de duas colunas (com accionamento tripolar) e os seccionadores. de ligagdo a terra propriamente ditos, Figura 52 ~ Seccionador de ligag&o a terra 78 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT As caracteristicas dos seccionadores so os seguintes: = Tensdo estipulada: 72,5 KV; 123 kV: 170 KV; 245 kV, 300 KV; 420 kV; 550 KV; 800 KV. — Intensidade estipulada: 2000 A; 2500 A; 3150 A; 4000 A; 5000 A. — Corrente estipulada de curto-circuito de curta duragdo (3 s): 40 kA; 50 kA; 63 kA; 80 kA. Em todos os seccionadores, o comando das manobras sera: — Manual e mecSnico, operando-se o aparelho localmente mediante uma alavanca directa ou por intermédio de uma manivela — Eléctrico, operando-se 0 aparelho localmente ou a distancia, mas existindo sempre um dis- positive de recurso para manobra local. © comando de recurso sera previsto com todos os acessérios a fim de permitir a manobra, encontrando-se 0 operador no solo, 0 esforgo a produzir sera moderado e a manobra deve ser ‘executada em qualquer condig&o climatica. A introdugao da manivela deve inibir automaticamen- te 0 comando eléctrico. Os seccionadores devem possuir dispositivos de encravamento destinados a evitar falsas ma- nobras (abertura ou fecho em carga) e que os aparelhos, incluindo os respectivos comandos, possam sair das posi¢des de aberto ou fechado por efeito de esforgos electrodindmicos, presso do vento, vibragSes, choques ou esforgos acidentais nas barras do mecanismo de comando. Os seccionadores devem possuir bloqueio mecanico das posiges de aberto e fechado; na pre- senga de bloqueio mecanico sera impedido 0 comando eléctrico. Os seccionadores, com seccionador de ligagao a terra acoplado, sao previstos com um encrava- mento mecdnico entre as facas principais e as facas de terra Os seccionadores s0 montados em disposico vertical e apoiados em estruturas metalicas de suporte. Todas as partes metélicas que estejam ao potencial da terra, em servigo normal, permi- tir8o uma ligagdo facil e segura a rede de terra da instalagao Os seccionadores pantografos tém a possibilidade de ser desacoplados para ensaios quando 0 barramento esta ao servic Os seccionadores, antes da primeira manobra eléctrica, devem ser colocados manualmente entre a posigao de fechado e totalmente aberto (conhecido como a “meio pau’) por causa do sentido de rotacao do motor que pode estar invertida e que pode assim causar danos. 8.1.5 Transformadores de medida de tensao Os transformadores de medida de tens&o (TTs) destinam-se a fornecer uma imagem do valor da tensdo da instalagdo para os aparelhos de medida e contagem e para as unidades de protec¢do, comando e controlo, sendo ligados em paralelo. 79 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Os tipos de 77s utilizados nas subestagdes MAT/MAT e MAT/AT sao os seguintes: — Transformadores indutivos = Transformadores capacitivos Os TTs do tipo indutivo s40 os mais vulgarmente utilizados para tensdes até 170 kV, sendo os TTs do tipo capacitivo usados para tensdes superiores ou quando a comunicacao entre subes- tagdes ¢ feita através dos condutores de poténcia da linha aérea (Power Line Carrier - PLC), Um TT do tipo capacitivo, cujo esquema se mostra na Figura 53, é constituido por um divisor capacitive, com condensadores iguais e ligados em série, entre a fase e a terra; um TT do tipo indutivo ¢ utilizado para medir a tensdo do condensador inferior. _— oo? tw t {0 condenadores ua | I aonvns * | I i z— | mena § vownseu vawnsy + 4 is Figura 53 — Diagrama de um TT capacitivo Numero de enrolamentos ‘Tendo em conta a diversidade de fungdes a desempenhar pelos TTs, utilizam-se aparelhos com os seguintes enrolamentos: — Enrolamento 1 — contagem, medida, registo, sincronizagdo e regulag&o de tensdo. — Enrolamento 2 ~ proteccao. — Enrolamento 3 - redugao de eventuais inconvenientes associados a fenomenos de harmon. cas e desequilibrio de tensdes (estes enrolamentos sao ligados, em triangulo aberto, a uma resisténcia de compensagao) As tensdes secundarias serao de 1003 V ou 110/13 V nos enrolamentos de medida e de pro- teceo e de 100 V ou 110 V no enrolamento de compensagao. Classes de preciso Para os enrolamentos de contagem de energia em que se pretende elevada fidelidade na medi- da da tensdo, a classe a usar é a classe 0,2 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Para os enrolamentos de medida, registo, sincronizagao e regulacao de tensdo, a classe a usar €aclasse 0,5. Para os enrolamentos de proteccao e de compensacéo, a classe a usar é a classe 3P. Poténcias de precisio Os enrolamentos destinados a contagem de energia e medida possuem um valor que é normal- mente de 50 VA Os enrolamentos destinados a proteceo teréo uma poténcia de precisdo de 15 VA ou 30 VA, consoante 0 tipo de protecgdes que alimentardo Os enrolamentos destinados a compensagao teréo uma poténcia de precisdo de 60 VA Os TTs s40 montados em disposigao vertical e apoiados em estruturas metélicas de suporte Todas as partes metalicas que estejam ao potencial da terra, em servico normal, permitirao uma ligagao facil e segura a rede de terra da instalagéo. Para cada conjunto de trés TTs existiré uma caixa de reagrupamento das tensdes secundarias. A Figura 54 ilustra um transformador de medida de tens4o. Anel de protecrao contra cefeito de coroa Figura 54 ~ Transformador de medida de tenséo 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 8.1.6 Transformadores de medida de intensidade Os transformadores de medida de intensidade (Tls) destinam-se a fornecer uma imagem do valor da intensidade de corrente da instalagao para os aparelhos de medida e contagem e para as unidades de protec¢ao, comando e controlo, sendo ligados em série. © secundario dos Tis deve ser ligado a terra apenas num ponto, e ndo deve ser deixado em vazio, porque existe o risco do TI explodir Intensidades secundanias As intensidades secundadrias habituais dos Tis sdo 1 Ae 5A Numero de nucleos ‘Tendo em conta a diversidade de fungdes a desempenhar pelos Tis, utiizam-se habitualmente equipamentos com os seguintes niicleos: — Nucleo 1 — contagem, medida e registo. - Nucleos 2 € 3 - proteceao. Nos casos em que é necessario ter um nticleo dedicado a contagem de energia, este sera o nucleo 1 e os transformadores de corrente possuirao trés nucleos. Arelago de transformacao dos TIs pode ser modificada através de diferentes tipos de ligacao do primario (ou do secundario, dependendo do tipo construtivo), com o objectivo de o mesmo TI po- der ser usado, sem necessidade de substituigo, quando houver um aumento da intensidade de corrente num determinado painel (por exemplo 200-400/1 A — numa primeira fase 0 TI ¢ utilizado para intensidades inferiores a 200 A, e posteriormente com alteragao da ligagao do primario, 0 mesmo T! € utilizado quando 0 valor da corrente permanente aumenta). cisio Nos nicleos de protecgao as classes normalizadas séo PX, 5P10, 10P10, 5P20 e 10P20 Para os nucleos destinados a contagem de energia, a classe a usar é a classe 0,2 Para os nucleos de medida e registo, a classe a usar é a classe 0,5. Para as classes de preciso 5P10, 10P10, 5P20 € 1020 os primeiros valores (“5° e“10") esto associados ao erro maximo admissivel e os segundos valores ("10" e “20") esto associados ao factor limite de preciso, conhecido pela sigla inglesa ALF (Accuracy Limit Factor). 82 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Os limites de erro para as classes de preciséo 5P e 10P sao os indicados na Tabela 7 Tabela 7 — Limites de erro para as classes de preciséo 5Pe 10P 5P #1 a 1 40P +3 ae 10 Aclasse de precisao PX é a mais exacta e é habitualmente utilizada para as protecgdes princi- pais dos equipamentos, sendo a sua especificacdo a seguinte: = Corrente nominal primaria. = Relagdo de transformagao (erro maximo: 0,25%). — Tensdo do ponto de saturagdo da curva de magnetizago (‘kneepoint’), = Corrente de magnetizacdo. — Resisténcia do enrolamento secundario (a 75°C). Poténcias de preciséo (Os nicleos destinados a contagem de energia possuiréo uma poténcia de preciso normalmente de 2,5 VA. Os nucleos destinados a medida e registo possuiréo uma poténcia de precisdo de 10 VA. Os nuicleos destinados a protecedo possuiréo uma poténcia de preciséo de 15 ou 30 VA, con- soante 0 tipo de proteccées que alimentarao. De igual modo, dever-se-a ter em conta no cdlculo da poténcia de precisao destes nicleos, além do valor da poténcia consumida pela carga, o valor da poténcia consumida pelas ligagbes aos aparelhos de medida, registo e protecgao, uma vez que dada as caracteristicas das curvas des- tes aparelhos, caso a poténcia total no esteja dentro da zona de proporcionalidade, mas sim na zona de saturagao, a classe de precisdo nao sera garantida. Factor de sobrecarga Uma outra caracteristica importante dos Tis é 0 “Factor de sobrecarga” (Fs), que representa 0 valor maximo do aumento da corrente primaria em relacdo @ corrente nominal que o T! pode suportar sem ultrapassar a sua capacidade de sobrecarga Curva de magnetizagao Accurva de magnetizacao € igualmente uma caracteristica importante de um TI, tendo o tragado que se indica na Figura 55 83 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO ‘600 ——_—— [me / 500 400 300 200 100 / Ar a 0 100200 300400 500 Corrente de exctagao (mA) Figura 55 ~ Curva de magnetizago de um TI A operacao satisfatéria de um TI deve situar-se na zona linear da curva de magnetizacao, ou seja abaixo do ponto em que 0 T! entra em saturagao ~ “kneepoint’ ~ que se define como 0 ponto em que um aumento de 10% da tensdo origina um aumento de 50% da corrente de magnetizagao Pancipios basicos de instalagdo Quando se procede @ ligagdo de um TI € necessério ter em ateng&o que quer o primario (pon- tos de ligagao P7 e P2), quer 0 secundério (pontos de ligag4o S1 e S2) sao ligados para que o sentido da corrente seja 0 correcto, como se mostra na Figura 56, assegurando assim o bom funcionamento dos equipamentos ligados aos Is. 1 yy P2 st 82 Figura 56 ~ Ligagéo de um TI EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Com esta ligago os sentidos das correntes primaria e secundaria sao PI» P2 S1 — S2 (Externamente) Quando se utilizam Tis exclusivamente para protecedes diferenciais, as ligades dos primarios devem ser feitas para que P1 e P2 de ambos os Tis estejam ligados em sentidos opostos ao barramento, para assegurar 0 correcto funcionamento daquela protecgao. By Pos eee PI Figura 57 ~ Ligago de Tis para protecco diferencial Quando se ensaia um T/ com um equipamento proprio para o efeito ¢ possivel verificar se o TI esta correctamente ligado. Os Tis sAo montados em disposicao vertical e apoiados em estruturas metalicas de suporte Todas as partes metalicas que estejam ao potencial da terra, em servigo normal, permitirao uma ligagao facil e segura a rede de terra da instalagao. Para cada conjunto de trés TIs existira uma caixa de reagrupamento das correntes secundérias A Figura 58 mostra um transformador de medida de intensidade. Figura 58 - Transformador de medida de intensidade 85 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 8.1.7 Transformadores de medida combinados Os transformadores de medida combinados agregam num mesmo aparelho (por fase) um trans- formador de tensdo e um transformador de intensidade, apresentando para cada uma das fungdes valores secundarios e classes e poténcias de precisao iguais aos referidos para os TTs e Tis. So normalmente utilizados quando 0 espago disponivel para implantagao da SE é reduzido Figura 59 ~ Transformadores de medida combinados 8.1.8 Sensores dpticos de tensao e corrente. Nas ultimas décadas os fabricantes, designadamente a ABB, para responder aos requisitos das designadas “smart grids’ e a Norma IEC 61850-9-2 - Communication networks and systems for power utility automation ~ Part 9-2: Specific communication service mapping (SCSM) — Sampled values over ISO/EC 8802-3, tém vindo a desenvolver elementos de medida de correntes e tensbes com maior preciso e fiabilidade, os sensores opticos, que utilizam para medida a fibra éptica, Estes equipamentos apresentam ainda as seguintes vantagens: ‘Auséncia de Oleo e SF6, 0 que se traduz em menor agressividade para o ambiente. — Nao apresentam o problema do secundario em aberto dos Tis. Nao tém fenémenos de ferro-ressonancia Esto galvanicamente isolados das instalagdes e equipamentos MAT e AT. = Menor volume e peso. Um unico sensor pode medir correntes e tensdes ¢ ser utilizado simultaneamente para me- dida e protec¢ao 12. A ferro-ressondncia & um fenémeno oscilatério, causado habitualmente por descargas atmosféncas, manabras de disuntores. energizacéo de transformadores e vanagdes bruscas da carga, que pode onginar sobretensdes gravosas para os equipamentos a8 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Os sensores de corrente, cujo funcionamento se baseia no efeito de Faraday”, so dos sequin- tes tipos: - Bulk-Optics Transducer, também designados por magneto-optic current transducer (MOCT), por insergao de um dispositivo (vidro grosso) no cabo de fibra éptica (ver Figura 60) - All-Fiber Transducer, que € composto por componentes passivos de fibra Optica Vidro grosso Fibra éptica dQ) P00) Nn” 4 QT ) Figura 60 - Representago esquemética do sensor bullk-optics Os sensores de tensdo so dos seguintes tipos: + Electro-Optic Transducer (EOVT), que se baseia no efeito de Pockels num cristal cilin- drico do composto BGO (Bi4Ge3012) + Piezo-Optic Transducer, que se baseia no efeito piezoeléctrico inverso, por aplicacdo de um campo eléctrico a cilindro de quartzo. Os sensores de corrente e tenséio podem ser montados separadamente, como os Tis e os TTS, embora a solugdo mais comum é de monté-los em conjunto (designado como unidade éptica de medida), no mesmo invélucro isolante, como se representa na Figura 61 13. 0 efeito de Faraday é um fendmeno de polantzagto da luz através criada pela relago entre os campos eléctrico @ magnético 14 O efelto Pockels traduz-se na mudanca da biretringéncia de um cristal (propriedade éptica de um material que possul diferentes indices de retracSo para diferentes diregdes de propagagdo da luz em um melo éptica) induzide por um ‘campo elétrico que varia lentamente 87 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZAGAO Figura 61 — Sensor combinado de corrente @ tenséo Os sensores de corrente podem também ser montados directamente nos disjuntores, como se representa na Figura 62 Figura 62 — Disjuntor com sensor de corrente 8.1.9 Descarregadores de sobretensdes Os descarregadores de sobretensdes (também designados por para-raios) destinam-se @ protecgdo das instalagdes e equipamentos contra as sobretensSes de manobra ou de origem atmosférica EQUIPAMENTOS DE MAT E AT Os descarregadores de sobretens6es a utilizar serao do tipo de resisténcia nao linear em dxidos metalicos (6xido de zinco), equipados com contadores individuais de descargas, com indicac&o da corrente de fuga e com limitadores de press&o, proprios. As resisténcias nao lineares tém a propriedade de o valor da sua resisténcia variar inversamente com 0 valor da corrente, ou seja, apresentam valores elevados de resisténcia para valores bai- xos da corrente (como € 0 caso da corrente de servigo de uma instalagdo AT), e valores muito baixos para valores elevados da corrente (como € o caso das correntes resultantes de uma descarga atmosferica). Os descarregadores de sobretensdes, que so montados em paralelo, s4o habitualmente ins- talados nos painéis de linha e junto dos transformadores, em disposi¢4o vertical e apoiados em estruturas metdlicas de suporte ou na cuba dos transformadores. Todas as partes metélicas que estejam ao potencial da terra, em servico normal, permitirao uma ligagdo facil e segura a rede de terra da instalagao. Este tipo de equipamento é habitualmente instalado com contadores de descarga. A Figura 63 ilustra um descarregador de sobretensdes. Anéis de protecc3o contra Co efeito de coroa Figura 63 - Reactncia de neutro 8.1.10 Condensadores de acoplamento e bobinas tampao Os conjuntos de condensadores de acoplamento e bobinas tampao destinam-se a filtragem de frequéncias € harménicas, quando as comunicagées entre a subestagées é realizada por meio de onda portadora, que tem como suporte fisico 0(s) condutor(es) de energia das linha aéreas — Power Line Carrier (PLC) 89 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Actualmente esta solugdo esta a deixar de ser utiizada, fazendo-se as comunicagdes por fibra Optica incorporada nos cabos de guarda das linhas (cabos OPGW- Optical Power Ground Wire) As fases em que estes equipamentos serdo instalados serao definidas pelo D.O Os conjuntos atras referidos s80 montados em disposigao vertical ¢ apoiados em estruturas metdlicas de suporte ou suspensos em isoladores nos porticos de amarragdo de linha, conforme mostrado na Figura 58. Todas as partes metalicas que estejam ao potencial da terra, em servigo normal, permitiréo uma ligagdo facil e segura a rede de terra da instalagao, Figura 64 - Condensador de acoplamento e bobina tampéo 8.1.11 Reactancias de neutro As reactancias de neutro destinam a ligagao do ponto de neutro da instalagao, com 0 objectivo de limitar a corrente de defeito a terra. As suas caracteristicas, designadamente no que se refere ao dieléctrico e protecedes intrinsecas, bem como a sua montagem s4o semelhantes aos referidos para os transformadores de poténcia Figura 65 ~ Reactancia de neutro 90 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT 8.1.12 _Impedancias limitadoras de curto-circuito As impedancias limitadoras de curto-circuito, como a que mostra na Figura 66, tém a finalidade de baixar o valor da corrente de curto-circuito, nos barramentos da subestacao, Figura 66 - Impedéincia limitadora de curto-circuito De entre as vantagens da instalaco deste tipo de equipamento destacam-se: Economia no custo de construgdo da subestado, devido ao facto de os valores das corren- tes de curto-circuito serem menores. Reforco da seguranca, estabilidade e eficiéncia do sistema de poténcia. Redugo (ou eliminago) de situagSes de “biack-out” que atinjam grandes areas, reducdo de disrupges localizadas e do tempo de restabelecimento. Redugao dos custos de manutengdo. Estes equipamentos (também conhecidos pela sigla inglesa FCL — Fault Current Limiter) podem ser instalados a entrada do barramento ou na posi¢ao de inter-barras. 1 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO [_impedaneia iimitadora | Figura 67 — Instalagéo de uma impedéncia limitadora de curto-circuito As primeiras impedancias limitadoras eram do tipo “reactancia’, mas devido as perdas ¢ as que- das de tenso que introduziam na rede, a actual tecnologia é a de utilizar limitadores do tipo High Temperature Superconductors (HTS), que no apresentam aqueles inconvenientes. Estes equipamentos podem ser do tipo resistivo ou indutivo. Power Lead Out Typical } Powe' Lead Type | High Voltage Insulator [Vacuum Pass-through | (Supereonducting oil Element Figura 68 — Limitador do tipo HTS 92 EQUIPAMENTOS DE MAT E AT 8.1.13 Shunt reactors Os shunt reactors destinam-se a compensar a energia reactiva capacitiva originada por redes com grandes comprimentos de cabos enterrados, utilizando-se em instalagdes AT e MT. Tal como as reactancias de neutro, as suas caracteristicas, designadamente no que se refere ao dieléctrico e protecgées intrinsecas, bem como a sua montagem so semelhantes aos referidos para 08 transformadores de poténcia, tendo 0 aspecto que se mostra na Figura 65 atras referida (nas ins- talagdes MT sao do tipo hermético, sem conservador, ou do tipo seco). 8.1.14 Baterias de condensadores Para a compensagao de energia reactiva (e consequentemente proceder a uma regulacao da tensdo), quando necessério, sero instaladas baterias de condensadores, que se mostram na Figura 69. Aporta de acesso da rede de vedagao da bateria de condensadores dispde de um encravamento que apenas permite a sua abertura apés uma temporizagao, para garantir a descarga completa dos condensadores, com o objectivo de garantir a seguranga do operador. Figura 69 ~ Bateria de condensadores Cada fase das baterias de condensadores é constituida por bancos de condensadores, sendo cada banco ligado em série. 93 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO As trés fases s40 depois ligadas em estrela com 0 ponto de neutro isolado ou ligado a terra, dependendo do modo de exploragéo da rede. A Figura 67 ilustra 0 que foi exposto atras. Figura 70 — Esquema de uma bateria de condensadores 8.1.15 Blocos extraiveis, Nas instalagdes AT é também usual a utilizagdo de blocos extraiveis, em que o disjuntor é monta- do sobre um “charriof’, que permite a sua extrac¢4o; 0 bloco extraivel pode ou nao incluir os Tis. A utilizagao deste tipo de equipamento permite dispensar os seccionadores de isolamento, re- duzir os trabalhos de construgao civil e minimizar 0 espago necessério para a implantacdo da subestacao, Do ponto de vista da exploragao e da manutengao, esta solucdo permite uma substituicao mais rapida do equipamento, em caso de defeito deste, e realizar manobras mais simples e rapidas, A Figura 71 ilustra um bloco extraivel. 94 EQUIPAMENTOS DE MATE AT Figura 71~ Bloco extraivel 8.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RSSPTS. — Norma IEC 60038 (tensdes normalizadas IEC) = Normas IEC 60085 (isolamento eléctrico) e 60071 (coordenagao de isolamento) = Norma IEC 61000 (compatibilidade electromagnética). — Norma IEC 60060 (técnicas de ensaio de alta tensao). = Normas IEC 60076 (Transformadores), 60726 (Transformadores secos), 60905 (Ciclos de carga para transformadores secos), 60124 (Comutadores de tomadas), 60296 (Oleos minerais isolantes) 61100 (Liquidos isolantes) — Norma IEC 60137 (Travessias) - Norma IEC 62271 (Disjuntores e seccionadores) — Norma IEC 61689 (Transformadores de medida). = Norma IEC 60099 (Descarregadores de sobretensées) = Norma IEC 60353 (Circuitos tampo). — Norma IEC 60143 (Baterias de condensadores). - Normas IEC 60383 (isoladores), 61109 (isoladores compostos) e 60815-1, 2 € 3 (linhas de fuga em fungao das condigdes ambientais) 8.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA — Caderno de Encargos do D.0. —_ Instrugdes dos fabricantes. = Requisitos especiais da Entidade Concessionéria (em Portugal, REN ou EDP) 95 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISGALIZAGAO 8.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM Os equipamentos devem ser montados de acordo com os desenhos de disposi¢o do equipa- mento e de acordo com as instrugdes de montagem do fabricante 8.5 TOLERANCIAS ADMISSIVEIS - As indicadas pelos fabricantes. QUADROS DE MEDIA TENSAO 9. QUADROS DE MEDIA TENSAO 9.1 CARACTERISTICAS GERAIS Os quadros de média tens&o (QMT) s40 constituidos por celas modulares, de fabrico normaliza- do, tendo cada cela quatro compartimentos: — Barramento. = Disjuntor. = Cabos. - Baixa Tensao. A Figura 72 representa o esquema construtivo de um QMT e a Figura 73 0 exemplo de um esquema unifilar de um QMT: Figura 72 ~ Esquema construtivo de um QMT hae ll 3 Figura 73~ Esquema unifilar tipo de um QMT 99 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO As celas habituais so do tipo “entrada/saida’, “protecgao de baterias de condensadores’, “inter-barras’, “corte e contagem’ e “protec¢ao transformador”, contendo os seguintes equipa- mentos: — _Interruptores tripolares, associados ou n&o a fusiveis. = Seccionadores e disjuntores. = Seccionadores de terra. = Transformadores de medida (Tls e TTs). — Divisores capacitivos para sinalizagao de presenca de tensao. Os interruptores e os disjuntores, que obedecem aos principios referidos em 11.1.3, dispdem habitualmente, no caso das subestagdes, de comando eléctrico. Os valores normalizados para os QMT s&o os seguintes: — Tensdo estipulada: 12 kV; 17,5 kV; 24 kV; 36 kV; 40,5 kV (pouco habitual). — Intensidade estipulada: 400 A; 630A; 1250 A; 2500 A — Corrente estipulada de curta duragao, 3s: 12,5 KA; 16 KA; 20 KA; 25 kA — indice de protecgao minimo: IP 3X° Nas Subestacdes AT/MT de distribuicao da EDP os QMT so normalizados, obedecendo a um Projecto tipo, dispondo das seguintes celas: - Entrada Transformador (MT) = Saida MT. — Bateria de Condensadores. — Paralelo de Barras. = Transformador de Servicos de Auxiliares e Reactan de Neutro. 9.2 TIPOS DE QUADROS MT 9.2.1 Metal-Enclosed Os QMT do tipo “Metal-Enclosed’ so constituides por celas modulares, como se representa na Figura 74, sendo a solugao mais econémica, e aquela que é habitualmente utilizada nas subes- tag5es da EDP. As celas tipo, no que se refere a corte e protecgao sao — Interruptores (quando apenas € requerida a fungao de corte). — Interruptores associados a fusiveis (corte e proteceao). — Seccionadores e disjuntores fixos (corte e proteccdo) 18 A letra X° 6 utilzade quando nao se define um dos algarismos correspondente & proteceao contra a penetracso de ‘corpos solids ov contra a penetragao de agua 100 QUADROS DE MEDIA TENSAO Figura 74 — QMT do tipo “metal-enciosed" 9.2.2 Metal Clad Os QMT do tipo “Metal Clad’, de que se representa um exemplo na Figura 75, sao igualmente constituidos por celas modulares com disjuntores extraiveis, que desempenham simultaneamen- te a fungdo de protecedo e corte (quando extraidos) S80 a solugao mais flexivel, mais robusta e mais segura, uma vez que garantem uma melhor ‘separagao e isolamento dos componentes normalmente em tens&o, designadamente a quando da abertura da porta do compartimento do disjuntor, sendo de construgao “arcproof’ O disjuntor tem trés posigbes = Inserido — Extraido. — Teste. Figura 75 - QMT do tipo ‘metal clad! 401 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO 9.2.3 Ring Main Unit (RMU) © QMT designado por Ring Main Unit (RMU) é uma unidade compacta e totalmente isolada a ‘SF6, para tensOes até 24 KV, facilmente ampliavel no local, cuja utilizagao é vulgar em Postos de ‘Transformagao, piiblicos e privados, que permite uma economia de espago. ‘As fungdes de corte e protecodo sao realizadas por interruptores associados a fusiveis ou disjun- tores, e contrariamente aos tipos anteriormente referidos nao permite a instalagao de transforma- dores de medida, com excepgao de TIs toroidais. Figura 76 - RMU 9.3 EQUIPAMENTO MT ~ TIPOS E CARACTERISTICAS. Os equipamentos MT instalados nos QMT sao ~ Interruptores tripolares, associados ou nao a fusiveis. — Disjuntores. — Seccionadores e Seccionadores de terra. — Transformadores de medida (Tls e TTs). - Contactores = Divisores capacitivos para sinalizagao de presenga de tensao. Os interruptores so equipamentos de corte e manobra, com capacidade para o estabelecimento e a interrupgao da corrente de servigo, fazendo-se a extin¢do do arco numa camara propria para o efeito (ar ou SF6). Podem ser operados mecanicamente ou electricamente, através de um motor. As intensidades estipuladas so 200 A, 400 A e 630A. Podem ser associados a fusiveis MT para a protec¢ao de cabos ou transformadores, habitual- mente com poténcia nominal até 630 kVA, 102 QUADROS DE MEDIA TENSAO Neste caso deverao ser equipados com bobina de disparo, para permitir a actuacao das protec- ‘96es intrinsecas dos transformadores. A Figura 77 mostra um exemplo de associacao de interruptores com fusiveis. Figura 77 — Interruptor associado a fusiveis Os fusiveis deve ser equipados com percutor, para provocar @ abertura tripolar do interruptor quando o defeito no envolve as trés fases, para evitar o funcionamento da rede com a falta de uma fase: com intensidades nominais acima dos 50 A, devem ser protegidos mecanicamente com um invdlucro. Aintensidade estipulada dos fusiveis destinados a proteccdo de transformadores, de acordo com as Normas IEC é a indicada na Tabela 8 103 ‘SUBESTACOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO Tabela 8 - Intensidade estipulada dos fusiveis MT para proteceo de transformadores 15-175 50 10-16 10 63-10 63 4-63 100 16-315 16-25 16 10 63-10 125 20-40 16-315 20 10-16 63-10 160 31,5-50 20-315 20-25 16-20 10-16 200 31,5-63 25-40 20-31,5 16-20 10-16 250 40-80 25-40 Suis. 16-25 10-20 500 80-125 50-80 40 - 80 25-50 20-315 630 100-160 63-100 63- 100 31,5-63 20-40 800 125-160 80-125 63 - 100 40-63 25-50 1000 160-200 100 - 160 100 50-80 31,5-50 1250 250 160 125 80 50 Os disjuntores MT tém as mesmas fungdes e tipos de comando dos disjuntores AT; 0 corte ¢ feito em SF6 ou no vacuo, que por questées ambientais tem vindo sucessivamente a conquistar quota de mercado; existem ainda disjuntores de pequeno volume de dleo em servigo. Os valores habituais das correntes estipuladas, dos disjuntores MT sao 400A, 630A, 800 Ae 1250A, © 0 poder de corte 12,5 kA, 16 kA, 20 KA e 25 kA, dependendo da tensao estipulada e do fabricante. Figura 78 ~ Disjuntor extraivel de corte no vacuo 104 QUADROS DE MEDIA TENSAO Os seccionadores MT, tal como os de AT, apenas permitem a manobra em vazio, sendo as inten- sidades estipuladas habituais 400 A, 630 A e 1250 A Os transformadores de medida obedecem aos mesmos principios dos de AT, mas 0 isolamento habitualmente é em resina e os TTs so sempre do tipo indutivo. Os contactores destinam-se 4 manobra dos motores MT e s4o normalmente de corte no vacuo ‘ou em SF6, 9.4 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RSSPTS. - RTIEBT. — Normas IEC 61694, 60129, 60046, 60255, 62271-100/102/105/107/200/202, 60470, 60265-1, 60282, 6044-1 e 2, 60529, 62262, 61000 e EN 50124-1 e 2 9.5 DOCUMENTOS DE REFERENCIA = Caderno de Encargos do 0.0. — Instrugdes do fabricante. — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP), 9.6 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM Os procedimentos de montagem a observar s4o os seguintes: — Implantag&o do QMT no local. — Unio das celas, incluindo o barramento. — Fixago do QMT. — Ligagdo do QMT a rede de terras. — Retoques de pintura. 105 Se Ge ee oe an 7 - a 7 7 oe oe os . > 7 ~ = a oe . - / ee ae = 7 ‘CABOS E CAMINHOS DE CABOS 10. CABOS E CAMINHOS DE CABOS 10.1 DEFINICOES E CARACTERISTICAS Um cabo é constituido, no minimo, pelo(s) condutor(es) e respectivo isolamento e a bainha exterior. Os cabos MAT e AT sao geralmente unipolares, com condutores em aluminio e isolamento em polietileno recticulado (XLPE). Ja 0s cabos MT podem ser tripolares ou unipolares, depen- dendo da seco e da tensao estipulada (ver Tabela 9), com isolamento em XLPE e condutores geralmente em aluminio, Os cabos BT podem ser unipolares, bipolares, tripolares, tetrapolares e pentapolares, conforme incluam ou nao 0 neutro e o condutor de proteccdo (PE). isolamento habitual é o PVC e os condu- tores podem ser em cobre ou aluminio (s 2 16 mm?) Em Portugal, principalmente os cabos MT e BT, sao designados de acordo com a Norma NP 665. A Figura 79 mostra um exemplo da constituigao de um cabo isolado. Legenda 1 ~ Condutor (cobre) 2~ Comada semi-condutora interior 3 = Isolamenta (XLPE}. 4— Camada semi-condutora exterior 5~Fita semi-condutora 6 — Bindagem (fos de cobre) 7 ~ Enchimento. 8 ~ Bainha interior (PVC) Mabe SPO as 2 9 ~ Armadura (fita de aco) 10 Camada de regularizacao, 11 — Bainha exterior (PVC). Figura 79 - Cabo de comando e controlo Nos cabos isolados MAT, AT e MT a blindagem tem como objectivos uniformizar 0 campo eléctri- co, escoar a corrente de defeito e conferir a proteogao das pessoas contra contactos indirectos, @ também como protecgao contra interferéncias electromagneticas. Ablindagem, constituida por fios, fitas ou trangas de cobre ou de estanho, é aplicada sobre uma camada de fita semi-condutora, que por sua vez é aplicada sobre o isolamento. Nos cabos tri polares pode ser aplicada individualmente em cada condutor — cabos de campo radial ~ ou no Conjunto dos trés condutores ~ cabos de campo nao radial 107 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Neste ultimo caso a blindagem causa no isolamento do cabo um campo eléctrico variavel em amplitude e direc¢ao, nao possibilitando a uniformizagao desse campo eléctrico, o que pode dar origem a envelhecimento precoce do isolamento, Ablindagem deve ser ligada terra numa s6 extremidade do cabo, ou em ambas. Para a proteceao dos cabos contra accées mecénicas intensas a que podem estar sujeitos designadamente os cabos enterrados directamente no solo, e quando as circunstancias assim © exigem, aqueles s40 dotados de uma armadura, colocada entre a bainha exterior e a camada final de regularizac&o sobre a blindagem. Esta armadura é habitualmente constituida por fios, fitas ou barrinhas de aco zincado. Contudo, no caso dos cabos monopolares, uma armadura em material magnético, devide ao fenémeno de inducao magnética € percorrida por correntes induzidas (ou de Foucault) que, por efeito de Joule, provocam 0 aquecimento da armadura e 0 consequente dano no isolamento do cabo. Por esse motivo, as armaduras dos cabos monopolares so construidas em material nao mag- nético, sendo o mais usado o aluminio. ‘Aarmadura do cabo deve ser ligada a terra Os cabos so definidos pelas seguintes tensoes: — U,/U (BT e comando e controlo). = U,/U(Um) (MAT, AT e MT), Em que — Up @a tens&o estipulada a frequéncia industrial entre condutor e blindagem ou bainha (valor eficaz), — Uéa tensao estipulada a frequéncia industrial entre quaisquer dois condutores (valor eficaz) —_ U,, é a tens&o mais elevada a frequéncia industrial entre quaisquer dois condutores (valor eficaz), para a qual 0 cabo e seus acessorios foram concebidos Na Tabela 9 indicam-se as habituais tensées estipuladas dos cabos AT e MT. 18 Definem-se correntes de Foucault como “as correntes induzidas em materials condutores, quando estes se encontram sob a aco de um fluxo magnético van vel 108 CABOS E CAMINHOS DE CABOS Tabela 9 - Tensdes estipuladas dos cabos MAT, AT, MT e BT 04 0.6/1 _ 3 1,83 3.6 6 3,616 72 10 6/10 12 15 8,715 17.5 30 18/30 3 60 36/60 725 110 64/110 123 150 87/150 170 220 130/220 245 400 230/400 420 500 290/500 525 A escolha das tensdes estipuladas sera efectuada de acordo com a especificagao do cabo (tipo de isolamento), regime de neutro e duracao admissivel de um defeito a terra, distinguindo-se trés categorias: Categoria A, Categoria B e Categoria C. Os cabos de Categoria A aplicam-se em redes de neutro a terra equipadas com protecgdes rapidas. Os cabos de Categoria Be C sao aplicados em redes de neutro isolado (normalmente U,,< 36 kV), cuja escolha depende da duracao maxima admissivel do defeito a terra Os cabos de ligagdo aos eventuais terciérios dos transformadores de poténcia, destinados & alimenta¢ao dos servigos auxiliares de corrente alternada das subestagées sao escolhidos de acordo com os valores indicados para o isolamento daqueles enrolamentos Os cabos de MT poderdo ser tripolares ou monopolares (preferencialmente), enquanto os cabos AT e MAT deverdo ser unipolares. Os cabos unipolares, quando armados, devem ter uma arma- dura de material nao magnético, a fim de evitar a circulagdo de correntes induzidas na armadura. Nos cabos de BT, de acordo com o estabelecido nas Normas IEC, os condutores serdo identif- cados pelas seguintes cores: ~ Fases (L1; L2; L3): preto, castanho e cinzento. — Neutro (N): azul. — Condutor de protecgao (PE): verde-amarelo. 108 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Nos cabos de comando e controlo, que para evitar interferéncias electromagnéticas, devido @ presenga de cabos de poténcia nas proximidades, € recomendavel que aqueles tenham uma blindagem, comum a todos os condutores, em cobre. Os condutores serao identificados por nuimeros marcados no isolamento, como se representa na Figura 80 (este cabo em Portugal & designado por VHV). wainaagem | Figura 80 ~- Cabo de comando e controio Asecgdo do cabo deve ser calculada de acordo com os seguintes parametros: — Valor da corrente maxima admissivel no cabo, tendo em atencao os factores correctivos de- vidos ao modo de instalagao e a temperatura (ver Anexo 2) — Queda de tensdo. — Corrente de curto-circuito. A seccao minima do cabo para suportar os esforcos térmicos de curto-circuito é calculada pela seguinte expresso: a UK Tag: Corrente de curto-circuito trifasico. — trtempo de duragao do defeito — Kéum factor que depende do material do condutor € do isolamento: Cobre 15 135 Aluminio 76 94 10 CABOS E CAMINHOS DE CABOS 10.2 NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS — RTIEBT. — RSLEAT. — RSSPTS. - RSRDEEBT. — Normas IEC 60288, 61034-1, 60287, 600754 e 61034. — Normas IEC 60502 e CENELEC HD 603 S1/A1, para cabos BT e de comando e controlo (CENELEC — European Commitee for Electrotechnical Standardization) = Norma IEC 60502, para cabos MT — Normas IEC 62067 e 60840, para cabos AT. — Norma 1EC62067, para cabos MAT. 10.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA = Caderno de Encargos do 0.0. = Instrugdes dos fabricantes. — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP). 10.4 PROCEDIMENTO DE MONTAGEM 10.4.1 Cabos Os cabos podem ser instalados das seguintes formas - Enterrados em vala (neste caso os cabos devem ter proteccéo mecanica incorporada — “ar- madura’), devendo a sua posicao ser sinalizada na vala com fita termoplastica: Figura 81 ~ Cabo instalado em vala m1 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Enfiados em tubos PEX ou de PVC enterrados, ou em tubos metalicos para protecco me Anica. Quando os cabos forem unipolares os tubos metalicos devem ser de material nao magnético, a fim de evitar a circulago nos tubos de correntes induzidas. - Em caleiras. - Em caminhos de cabos (neste caso devem ser utilizadas bracadeiras de serrilha) x 1‘ | | | Figura 82 - Bragadeiras de serritha ARSE — Avista sobre bracadeiras. Os raios de curvatura nos cabos nao devem exceder os valores indicados pelos fabricantes. Os cabos devem ser segregados por niveis de tensao e fungao; os cabos de comando e control e de comunicagao devem ser instalados separados dos cabos de poténcia, a fim de evitar inter feréncias electromagnéticas Os cabos de comunicagao so habitualmente enfiados em tritubo, instalado no fundo da caleira — Figura 83 ~ Tritubo 12 ‘CABOS E CAMINHOS DE CABOS Os cabos unipolares MAT, AT e MT podem ser instalados em esteira ou em triéngulo ou trevo juntivo. 25mm 25 mm 30mm 30mm Figura 84 — Instalagao de cabos unipolares em esteira (esquerda) e em tridngulo ou trevo (direita) Os cabos devem ser identificados por meio de etiquetas, de acordo com as especificagdes do D.0., mas pelo menos no inicio e fim e nas mudangas de direc¢o. Os cabos de comando e controlo devem ser blindados e serdo ligados a réguas de bornes Os cabos BT serdio ligados aos bomes dos equipamentos (utiizando terminais de cravar) ou a régua de bores. Os tipos de terminais habitualmente utilizados nos cabos BT e de comando e controlo sao: =) te se dvvy Abby 9998 Figura 85 ~ Terminais para cabos BT e de comando e controlo Os cabos MAT, AT e MT sao ligados aos equipamentos através de caixas de fim de cabo, Para os cabos MAT, AT e MT, caso 0 comprimento total do cabo a instalar seja superior as quan- tidades maximas de fabrico, sero executadas caixas de unido de cabos, 13 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO Quando instaladas no exterior, as caixas terminais de cabo devem ser providas de saias (ver Figura 88), para aumentar 0 comprimento da linha de fuga, tendo também em atengdo a poluigdo existente na zona. As caixas terminais e de uniao de cabos deverao ser executadas por pessoal habilitado para o efe to, de acordo com as instrugdes do fabricante, e as superficies dos condutores devem estar limpas e secas, e devem ser executadas de forma a proteger 0s condutores dos agentes atmosféricas. Os cabos néo utilizados ou a utilizar posteriormente, em bobina no exterior, devem ter as extre- midades protegidas contra a ac¢ao dos agentes atmosféricos, designadamente contra a pene- tragdo de humidade no cabo IN Figura 86 ~ Caixas terminais de cabo monopolares e tripolares Figura 87 — Caixa de unio de cabo 10.4.2 Caminhos de cabos As caleiras das subestagdes sao em beto e com tampa, preferencialmente pré-fabricadas, deven. do dispor de ferragens (galvanizadas a quente por imersao apés fabrico) para suporte dos cabos. Devem ter sumidouros e uma inclinagao adequada para permitir que a agua ndo se acumule na caleira. "4 CABOS E CAMINHOS DE CABOS Figura 68 - Caleira Os caminhos de cabos de cabos devem ser pré-fabricados e normalizados, metdlicos, galvaniza- dos a quente por imerso apos fabrico, e podem ser dos seguintes tipos, consoante a utilizagao — Chapa perfurada, com ou sem tampa. Utilizam-se caminhos de cabos com tampa quando se pretende fazer uma proteccéio mecAnica dos cabes instalados e contra a penetragao de roedores: Figura 89 ~ Caminho de cabos em chapa perfurada 115 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZACAO — Tipo escada Figure 90 ~ Caminho de cabos tipo escada — Aramados: Figura 91 - Caminho de cabos aramado 6 ‘CABOS E CAMINHOS DE CABOS No caso de utilizacao de caminhos de cabos aramados, estes devem ter as arestas boleadas, de forma a nao “ferirem” os cabos. Os cabos sero fixados aos caminhos de cabos por meio de bracadeiras de serrilha. As unides, derivagdes e cruzamentos de caminhos de cabos devem ser realizadas através de acessérios proprios e pré-fabricados. (Os caminhos de cabos devem ser ligados terra, sendo instalado, ao longo de toda a sua exten- so, um cabo de cobre nu de 16 mm? As ferragens de apoio dos cabos nas caleiras (poleias) devem ser galvanizadas a quente por imersdo, apés fabrico, e serdo fixadas as paredes das caleiras através de buchas e parafusos Caso durante o transporte para 0 local e/ou montagem dos caminhos de cabos e poleias, ou devido a necessidade de pequenas alteragées, haja deterioramento da galvaniza¢ao de origem, nos locais onde tal acontega deverd ser aplicado um spray de zinco, a fim de restaurar a galvanizacdo. "7 ‘SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO 11. SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO 11.4 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO 11.4.4 Principios Gerais Serdo abordadas os sistemas de comando, controlo e protecgdo das subestacdes, MAT e AT, incluindo a teleprotecco e a oscilopertubografia. Estas fungdes so desempenhadas por um sistema designado por DCS ("Distributed Control System’), que apresenta varios niveis de arquitectura — Nivel 1: equipamento de campo. — Nivel 2: unidades locais de comando, controlo e proteceao (IED — “intelligent Electronic Device"). — Nivel 3: posto central de comando e controlo local (PCL). = Nivel 4: posto remoto de comando e controlo, habitualmente designado por SCADA, o acrénimo inglés de “Supervision, Control and Data Aquisition’) © conjunto dos niveis 1, 2 e 3 usualmente designado por SCCP (Sistema de Comando, Con- trolo e Protecgao). ‘A comunicagao entre os diversos niveis é feita através de cabos de comando e controlo (multi- condutores) e de comunicagao (cabos UTP (‘unshielded twisted pair’) 4x2x0,5 cat. 6a e cabos de fibra éptica monomodo ou multimodo com tubo de protecgdo IP 67). Uma forma simplificada da arquitectura tipica deste sistema de comando, controlo e proteccao para uma subestacdo é apresentado na Figura 92, 119 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO Legenda da Figura 92 Cabo multicondutor Cabo UTP. alae Cabo de fibra optica ES — Ethernet switch ‘A~ Registador de perturbagSes e acontecimentos; unidades de religagao; paineis de alarme RTU — Unidade Terminal Remota (Remote Terminal Unit) Exemplos de equipamentos com IED: Subestagdes isoladas a gas; quadros de média tensdo. Exemplos de equipamentos sem IED: Baterias de corrente continua; grupos geradores de emergéncia. ‘SCADA mee 2 [tie acon mares | cesses acer pos Jo — lien iT I [Nivel 3 (Posto de Comando Local) i i Teanstormasoces ‘demodica I Eawpamerios com TE Prana gee} | sae Parque exteicr ‘Subostagae Figura 92 ~ Arquitectura tipica simplificada do sistema de comando, controlo @ protec¢o de uma subestagéo 420 SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO_ Arede de comunicagées ¢ do tipo Ethemet e de alta velocidade - LONWORKS Local Operating ‘Network (LON). A Norma IEC 61850 define os requisitos para a rede de comunicagées, que deve correr em rede TCP/IP ou redes LANs de subestacdes. Os IEDs, de que mostra um exemplo na Figura 85, so programaveis, apresentam cerca de § a 12 fungdes de protecedo, 5 a 8 fungdes de comando e controlo, medidas de grandezas eléctri- cas, portas de comunicagao, oscilopertubografia e registo de acontecimentos e religacao. Figura 93 - IED Os actuais /EDs sao desenvolvidos para obedecerem ao estipulado na Norma IEC 61850 (espe- cificamente dedicada a automacdo de subestagdes), apresentando caracteristicas de inter-ope- racionalidade e de protocolos de comunicago definidos. A maior parte dos /EDs existentes no mercado utilizam 0 “Protocolo LONTALK" © PCL € constituido por um conjunto de armarios onde estao alojados as unidades de proteccao controlo, bem como os PLCs (Programmable Logic Controller) necessarios @ realizagao das fungdes do sistema, cujas caracteristicas e arquitectura devem ser estabelecidas de acordo com as Normas IEC 61850 e 61968. O interface com operador, na sala de controlo, sera feito utilizando os meios normais de /HM / Interface Homem-Maquina (teclado, monitores, impresoras, consolas de operagao, etc.); sero empregadas telas especificas para o controlo da subestacao, incluindo uma tela geral, telas parciais, listas de alarmes e eventos, etc., de modo a possibilitar a visualizacao de todas as infor- mages de forma clara e adequada ao répido entendimento do operador. 124 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZACAO O sistema permite a facilidade de comando remoto ou local, sendo para tal estabelecidos proto colos de comunicag&o entre eles. Em condigdes normais 0 comando local apenas é possivel com a autorizagao do responsavel pela operagao do sistema, que 0 “libertara” para a actuagao de um operador designado ‘A programagao dos PLCs ¢ feita a partir de “diagramas légicos" ou de “equagdes de manobra’ estabelecidas com o recurso 4 Algebra de Boole 11.1.2 Comando e controlo As fungdes de comando e controlo utilizam entradas e saidas bindrias/digitais (0/1), respectiva- mente designadas por Bis ou EDs (inputs/entradas) e BOs ou SDs (outputs/saidas), As funges de comando do SCCP referem-se a manobra a distancia dos disjuntores e secciona- dores, bem como aos encravamentos estabelecidos a fim de evitar falsas manobras. do estabelecidos os encravamentos dos seccionadores, com a finalidade de impedir a opera- 40 de qualquer desses equipamentos sob carga. Estes equipamentos somente poderao ser operados se o disjuntor correspondente estiver aberto e se as respectivas facas de terra estive- rem abertas, dependendo contudo da configurago da subestacao. Igualmente esto previstos os encravamentos das facas de terra dos seccionadores, caso tenham comando eléctrico, permitindo a sua manobra apenas se o seccionador isolador da linha respectiva estiver aberto e se a linha estiver desenergizada. Esta condicao sera dada pela fungao de subtensao. Os encravamentos podem ser realizados por hardware (relés e cabos) e/ou por software. © fecho local dos disjuntores somente sera permitido se os dois seccionadores isoladores do disjuntor estiverem abertos (condigao de disjuntor em manutengao) e o comutador localizado no cubiculo do disjuntor, estiver na posigao “local”, o que so pode ser autorizado pelo operador na sala de comando. De igual forma sera realizado 0 bloqueio de fecho de outros disjuntores que tenham aberto para eliminar 0 defeito, quando a protecgao “Falha de disjuntor’ estiver actuada. O sistema permite iguaimente a realizagao de outros automatismos, tais como — Deslastres. ~ Automatismos sequenciais. = Sincronizacdo de disjuntores. — Comando do comutador de tomadas dos transformadores (RAT ~ Regulador Automatico de Tensao) Como requisito geral de supervisdo e controlo, serao supervisionados todos os equipamentos instalados nas Subestacées. 122 ‘SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO_ S80 objecto de controlo as medidas das grandezas eléctricas, o estado de “aberto” e “fechado” de seccionadores e disjuntores, a actuagao das protecgdes, as tomadas dos primarios dos trans- formadores em utilizacao e os estados de alarme e defeito da totalidade da subesta¢do, incluindo os referentes aos Servicos Auxiliares, bem como a sequéncia dos acontecimentos. As informagées recolhidas estardo disponiveis na sala de comando e poderdo ser transferidas para os centros de operagdo indicados pelo D.O. 11.4.3 Protecgao Os tipos de protecgdes vulgarmente utilizados nas subestagées e cujo cédigo de acordo com as normas IEEE/ANSIW/IEC se indica entre paréntesis, sao: — Sobretensdo (59). - Subtensao (27). — Maximo de intensidade direccional (67). — Maximo de intensidade homopolar direccional (67N). — Maximo de intensidade homopolar restrita (64G) — Maximo de intensidade instantanea (50) — Maximo de intensidade temporizada (51), - Maximo de intensidade homopolar instantanea (50N). - Maximo de intensidade homopolar temporizada (51N). — Sobrecarga (49). = Distancia (21). — Diferencial de linha (87L). — Diferencial de transformador (87P). ~ Diferencial de barramento (878) - Falha de disjuntor (50 BF). ~- Weak End infeed. A protecgo de Falha de Disjuntor actua caso um disjuntor falhe 0 disparo por actuagao das pro- tecgdes, ndo eliminando o defeito; esta proteceao, que funciona como “back-up", dé ento ordem de disparo aos disjuntores a montante e/ou adjacente, para eliminar 0 defeito. A protecedo actua através de um sinal digital *0/1" das protecgdes de maximo de intensidade (50/51, SON/SIN, 67/67N), Aprotecgao Weak End Infeed ¢ um complemento da proteccao de distancia, que actua no caso da Corrente de defeito na linha ter um valor inferior ao da regulacao da referida proteccao de distancia. Na Tabela 10 indicam-se os tipos de proteceao habitualmente utilizadas de acordo com a fungao do painel e/ou do equipamento da subesta¢ao. 123 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO, 6s U,s30 U,=60 Linha Aérea U2z110 u260 U,,s60 Us30 U,2110 U.260 Transfor-— U,)s60 mador —U,:530 U.2110 124 Tabela 10 ~ Protecobes utllizadas nas subestagbes 50, 51, 5ON, SIN 50,51, a SON. 51N Curto-circuito centre fases ov fasecerra Weak » 2h 2 , infeed 50,51, an SON, S1N 50, 51 ert ee Curto-circuito SANA: entre espiras ‘ou entre enrolamentos 50, 51, SON, 51N 50,51, a 50N, SiN 64c Defeito & terra nos enrolamentos 6a Sobrecarga 49 Linha longa Linha curta Habituaimente ‘36 em instala- 6es industrials Em Subes- tagdes de istribuigao Habituaimente ‘86 em instala- ges industriais, Habitualmente 6 em instala- g6es industriais SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECGAO Tabela 10 ~ ProtecgSes utilizadas nas subestagées (continuagéo) 6s U,s30 Cabo U,260 Bateria de condensa- Qualquer dores 6s U,530 U,=60 Barramento u2no u.260 Geral —_U,260 Por questées de seguranca os Curto-circuito entre fases ou fasetera Curto-circuito entre fases ou fase-terra Sobretensdo ‘Subtensao Curto-circuito entre fases ou fase-terra, ‘Sobretensao ‘Subtensao Falha de disjuntor Em cabos de dis- tribuigdo pode ser necessario insta- lar as protecgées 67, 67N, quando se verifca que lew EP qy, ONDE lowe corrente capacit- 50, 51, SON, S1N issues. ma na situagao de defeito fase terra ley = 3X,.U, onde X.6 reactancia capactiva da linha Ua tensio com- posta da rede) 50, 51, Lie SON, 51N 50, 61, SON, S1N 59 abituamente 56 a fem instalagées industria 87e 878 59 27 s08F stemas de proteccao actuam directamente sobre as bo- binas de disparo dos disjuntores, comunicando ao sistema de controlo a sua actuagao. 11.1.4 Religagao A grande maioria dos defeitos nas linhas aéreas é assimétrica, envolvendo geralmente apenas uma fase (curto-circuito fase-terra) e transitérios (cerca de 90%) ~ quedas de arvores, contactos com animais, etc. — sendo por isso rapidamente eliminados. 128 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUCAO, FISCALIZAGAO ‘Assim sendo é necessario prever, para além do disparo e religagdes tripolares, disparo e religagdes mo- Nopolares, permitindo restaurar a continuidade do servico imediatamente apés o disparo do disjuntor. A religaco 6 normalmente bem sucedida apés uma temporizagao de alguns poucos ciclos; a Tabela 11 mostra a taxa de sucesso das religagdes na eliminagao do defeito, Tabela 11 — Taxa de sucesso das religacbes 1 90 4 1 Em caso de defeito numa linha de transmissao, actuara primeiro a protecgao de distancia que “vir 0 defeito mais rapidamente. A fim de evitar que o defeito continue a ser alimentado até que a protecgao situada no outro extremo da linha “veja’ o defeito, devera ser implementado um sis- tema de teleproteccdo que provoque 0 disparo Os ciclos de religagao habituais nas linhas de transporte de energia sao: = A-F-A (religaco Unica) — AAPA Seré utilizado um relé de bloqueio independent para cada disjuntor, com fungao de disparar os disjuntores adjacentes, Seré identificada uma condigao de falha de disjuntor se uma das protecgdes correspondentes a um disjuntor houver actuado e, apés um tempo pré-ajustado, a protecgao de “Falha de disjuntor” (S0BF) continuar operada, indicando a existéncia de fluxo de corrente através do disjuntor. Uma vez detectada uma condicao de falha de disjuntor, deverdo ser disparados todos os disjun- tores adjacentes ao disjuntor faltoso, dependendo da configuragao da subestagao. Nalguns sistemas e por uma questao de fiabilidade e garantia de actuagao das protecgdes, no- meadamente em MAT, existem 2 conjuntos iguais de proteccdes por painel. Esquemas de Religacao As linhas de transmisséo devem ser dotadas de esquema de religago automatico, conforme filosofia definida a seguir 128 SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECCAO Geral — Oesquema de religacdo devera possibilitar a seleccao do tipo e niimero de tentativas de re- ligado, com duas possibilidades: tripolar e monopolar. Na posig&o “tripolar” qualquer ordem de disparo iniciada por proteceao ira desiigar 0s trés polos do disjuntor e iniciara a religagao tripolar. Na posicao “monopolar”, o desligamento e a religacdo dos dois terminais da linha de transmisso deverdo ser monopolares para curto-circuitos fase-terra e tripolares para os demais tipos de curto-circuitos. Caso nao haja sucesso no ciclo de religagao 0 desligamento sera tripolar (por exemplo, no caso de curto-circuito permanente) — Devera ser prevista a possibilidade de religagdo em qualquer dos dois disjuntores associados A linha de transmissao. — 05 relés de religag&o deverao possuir temporizadores independentes com possibilidade de ajuste de tempo mort, para religago monopolar tripolar. = Uma vez iniciado um determinado ciclo de religagdo, um novo ciclo somente sera permitido depois de decorrido um tempo minimo ajustavel, que se iniciard com a abertura do disjuntor. — O sistema de proteceao devera ter meios para, opcionalmente, realizar somente a religacao automatico quando da ocorréncia de curto-circuitos internos fase-terra Esquema de Religagéo Tripolar - Os esquemas de religagao automatica tripolar s4o para actuac&o exclusiva apés a elimina- ‘go de faltas por protecgées de alta velocidade ou instanténeas, nao devendo ser iniciados quando de aberturas manuais dos disjuntores, operagao de fungdes de protecgao temporiza- das, falhas em barramentos, actuagées de proteccées de falha de disjuntor, recep¢ao de si- nal de transferéncia de disparo directo constante do terminal remoto, actuagdes de proteccao de sobretenso e protecgdes de disparo por perda de sincronismo. = Qualquer um dos terminais da linha de transmisso podera ser seleccionado para ser o primei- ro terminal a religar (L/DER), e dever religar apds transcorrido o tempo morto. O outro terminal (SEGUIDOR) deverd ser religado com supervisdo através de um relé verificador de sincronis- mo. Para permitir a selecgao do terminal que sera religado em primeiro lugar, ambos os termi- nais deverdo ser equipados com esquemas de religagao € relés de verificagao de sincronismo. = 0 terminal LIDER deverd religar somente se nao houver tensdo na linha de transmissao. O terminal SEGUIDOR devera religar somente apés a verificacdo de sincronismo e havendo nivel de tenséio adequado do lado da linha de transmisséo. O relé de verificagao de sincronismo de- vera monitorar 0 médulo, o Angulo € o escorregamento entre as tensdes a serem sincronizadas. Esquema de Religagéo Monopolar = Os esquemas de religagdo automatica monopolar so para actuages exclusivas aps a eliminagao de faltas monofasicas por protecgdes unitarias. Estes esquemas deverao atender as restrigdes acima descritas. — As protecedes deverdo ser dotadas de esquemas de seleccdo de fases adequados a cada aplicagao para promover a abertura monopolar para os defeitos monofasicos internos a linha de transmissao. Em caso de utilizagao de protecodes de distancia, as unidades de seleccao de fases utilizadas deverdo ser independentes das unidades de partida e medida da proteccdo. 127 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO ~ Durante 0 periodo de operagao com fase aberta imposto pelo tempo morto da religag4o monopolar, deverao ser bloqueadas as fungSes direccionais de sobrecorrente de sequéncias negativa e zero de alta sensibilidade, associadas a esquemas de teleproteccao baseados em légicas de sobre alcance, caso seja necessario. Durante este periodo de tempo, qualquer ordem de disparo para 0 disjuntor. como, por exemplo, vinda das outras fases, devera ser tripolar, cancelando a religacao da linha de transmissao Normaimente este tipo de religago é usado apenas nos sistemas MAT. 11.1.5 Teleprotecgao e teledisparo Em caso de defeito numa linha de transmisso, actuard primeiro a proteceo de distancia que “vir" o defeito mais rapidamente. A fim de evitar que o defeito continue a ser alimentado até que a protecgao situada no outro extremo da linha “veja" o defeito, devera ser implementado um siste- ma de teleprotecedo que provoque o disparo simultaneo do disjuntor do outro extremo da linha. Zora 230A Figura 94 ~ Actuac&o das protecodes de distancia Os sinais de comando nas interfaces de teleproteccao utilizarao 2 canais bidireccionais. A légica de actuago da teleprotecoao seré configurada pelos relés do sistema de proteccao da linha, em fung&o da recepgao dos diversos sinais de comando das interfaces de teleproteccao e do sinal associado a perda de canal Nos esquemas de teleprotecc&io devem ser utilizados equipamentos de telecomunicagao inde- pendentes e redundantes para a protecgdo principal e alternada, preferencialmente com a utiliza- ‘go de meios fisicos de transmissdo independentes, de tal forma que a indisponibilidade de uma via de telecomunicagao nao comprometa a disponibilidade da outra via 428 ‘SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECCAO Cada equipamento de comunicac&o deve ter o ntimero de canais necessarios para o correcto desempenho do esquema de teleproteccao utilizado. As op¢des adoptadas para a teleproteccao sdo através dos cabos de guarda das linhas aéreas (OPGW) ou através do sistema PLC, ja anteriormente referido. Existe ainda uma fungao auxiliar, externa aos relés de proteccao, denominada de teledisparo, que mediante a actuag4o do sistema de proteccao de falha de disjuntor, s4o emitidos 2 sinais para cada extremo envolvido no incidente, para que estes também efectuem um disparo ao dis- juntor, eliminando assim o defeito de uma forma mais expedita 11.1.6 Oscilopertubografia © Sistema de Registo de Perturbagdes sera composto dos seguintes subsistemas: — Registadores Digitais de Perturbacées (RDP) localizados nas subestagées. — Recursos de comunicagdo para acesso extemo aos dados de oscilografia. = Concentrador de dados no(s) centro(s) de operagao definido(s) pelo D.O. e rede de comunicagao Para colecta e armazenamento dos dados dos diversos registadores instalados na subestago. Os “Registadores Digitais de Perturbag6es” (RDP) serao do tipo “stand alone”, independentes dos demais sistemas de protecgo e supervisdo/controlo local existentes na instalacéio, mesmo que estes sejam capazes de fornecer registos oscilograficos. Os RDP terdo as seguintes funcdes: — Aquisicao e armazenamento de dados relativos a correntes e tensdes (canais analégicos) — Aquisicao e armazenamento de sinais digitais (canais digitais) ~ Localizagao de faltas em linhas de transporte de energia — Comunicag&o independente para 0 acesso remoto aos dados As fungées irdo permitir, quando da ocorréncia de uma falta no sistema eléctrico, a analise do comportamento, no tempo, das grandezas eléctricas, do desempenho da proteccao, além da indicagdo da distancia em que a falta ocorreu 129 ‘SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Figura 95 ~ Exemplos de registo de perturbagées Descricdo Funcional Para realizar as fungdes de registo de perturbagées, as grandezas eléctricas (tensao e corrente) € os sinais digitais sero amostrados em intervalos de tempo regulares atendendo aos requisitos de resposta de frequéncia conforme especificados, convertidas para a forma digital e armazena- das em meméria. Em situacao normal, o RDP supervisionaré continuamente as grandezas analogicas e digitais As amostras mais antigas serdo sucessivamente recobertas por amostras mais recentes (buffer circular) mantendo sempre um quadro completo dos dados, abrangendo um intervalo de tempo igual ao tempo de pré-falta ajustado. Havendo disparo do ROP, os dados basicos relativos @ perturbagao so automaticamente arqui- vados em meméria do proprio registador. Durante a fase de armazenamento dos dados de falta, os registadores continuaréo supervisionando as grandezas analogicas e digitais, de forma a ndo perder nenhum evento mesmo que este tempo seja muito pequeno. Este processo continuaré até que a situagdo se normalize, quando entéo as amostragens efectuadas serao consideradas como dados de pés-falta, até que se esgote o tempo de pos-falta ajustado. O esgotamento do tempo de pés-falta configura o término da colecta de dados relativa aquela ocorréncia Os dados referentes a uma perturbagao serao armazenados em memeéria propria, sendo possi- vel, quando solicitado, a sua transmiss&o para analise remota, por meio do elo de comunicacdo, manual ou automaticamente. Os calculos necessarios para a localizacdo de faltas sero execu- tados local ou remotamente. 130 ‘SISTEMA DE COMANDO CONTROLO E PROTECCAO Os dados de perturbagdes existentes na memoria do RDP serao transferidos automaticamente para meméria nao volatil, devendo o programa de comunicagao prever a gestao, acesso eo descarte destes dados. Disparo do Registador Digital de Perturbagbes O RDPsera actuado para a memorizagao na ocorréncia de qualquer uma das condicies listadas a seguir ou por qualquer combinagao delas, devendo ser livremente configuravel (programavel) pelo utiizador: — Actuagao por variagao do estado da proteccao, = Actuago por violagao de limites operacionais. = Actuagao por logica digital. ~ Actuagao manual, local ou remota Aactuagao do RDP sera feita através de sensores proprios, por software, por contactos externos ou pela combinagao desses. O modo de actuagao deve ser configuravel, local e remotamente. 11.1.7 Medida © SCCP permite igualmente a medida das grandezas eléctricas — tensdes, correntes, poténcias, frequéncia, angulo de fase, etc. Para melhorar a preciso das medidas e permitir uma transmissdo de dados para os PLCs mais facil utilizam-se conversores de medida, que so também ligados aos transformadores de medida Este equipamento, de que a Figura 96 mostra um exemplo, converte a quantidade fisica medida num sinal analégico, habitualmente de corrente continua, sendo os valores mais comuns 4-20 mA (0 mais utilizado) e 0-10 V. Figura 96 ~ Conversor de medida 431 SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO Um sinal de saida de 0 mA num conversor 4-20 mA significa que ha uma avaria no conversor e/ou no Circuito de medida a montante, ou falta de alimentac4o auxiliar, se for o caso. 41.2. NORMAS E REGULAMENTOS APLICAVEIS - RTIEBT. — Norma IEC 60255 (Relés de medida e equipamento de proteccdo) — Normas IEC 62051, 62052 e 62053 (Equipamento de contagem de energia) — Norma IEC 61051 (Aparelhos de medida), — Norma IEC 61850 (Sistemas e redes de comunicagao em subestagées) ~ Norma IEC 61968 (Sistemas de gestao). — Norma IEC 60870 (Equipamento e sistemas de telecontrolo). — Norma IEC 61131 (Programagao de PLCs). — Norma IEC 60445 (Principios basicos e de seguranca para interface homem-maquina) = Norma ANSVIEEE C37.111 (IEEE Standard Common Format for Transient Data Exchange (CONTRADE) for Power Systems’) 11.3 DOCUMENTOS DE REFERENCIA — Cademo de Encargos do D.O. = Instrugdes do(s) fabricante(s) — Requisitos especiais da Entidade Concessionaria (em Portugal, REN ou EDP). 132 SERVIGOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA 12. SERVICOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA 12.1. FUNCOES E CONSTITUICAO DOS SERVICOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA 12.1.1 Geral Os Servigos Auxiliares de Corrente Alternada (SACA) destinam-se a alimentagdo em corrente alternada (400/231 V) das seguintes instalagdes das subestagdes: ~ Servigos relativos alimentag3o da aparelhagem auxiliar do equipamento de alta tensao: + Forca motriz de disjuntores e de seccionadores. + Forca motriz das bombas e ventiladores dos transformadores e auto-transformadores MAT/MAT e MAT/AT. + Circuitos de aquecimento das caixas de reagrupamento dos transformadores de medi¢ao ¢ dos armarios de comando dos seccionadores e disjuntores. ~ Servigos relativos a alimentagao de equipamentos gerais: + Equipamentos de telecomunicagées. + Rectificadores. — Servigos relatives & alimentacao dos circuitos eléctricos dos edificios técnicos: itos de iluminagao (interior e exterior — edificios e parque exterior — e tomadas de usos gerais (interiores e exteriores), tratamento de dleos, etc. + Equipamento de oficinas, pontes rolantes, guinchos, etc + Equipamento de aquecimento, ventilagdo e ar condicionado (AVAC). 12.1.2 Filosofia e constituigao dos SACA No que respeita a alimentagao em energia eléctrica em corrente alternada, podem definir-se os seguintes tipos de circuitos: — Cireuitos que podem admitir um tempo de corte reduzido, mas cuja falha prolongada é sus- ceptivel de provocar perturbagdes na exploragao da instalacdo (designadas por cargas ou servicos essenciais) ircuitos de iluminago exterior dos edificios técnicos. + Circuitos de forga motriz de disjuntores e seccionadores. + Dispositivos de carga das baterias (rectificadores) s circuitos de alimentagao dos ventiladores e bombas dos transformadores de poténcia devem ser alimentados sem falhas se os respectivos transformadores de poténcia estiverem em servico. — Circuitos que admitem falta de alimentacao prolongada, nao comprometendo de imediato a exploracao da instalacdo, designados por servicos nao essenciais: 'SUBESTAGOES: PROJECTO, CONSTRUGAO, FISCALIZAGAO + Circuitos de AVAC dos edificios tecnicos. + Alimentacdo de aparelhos das oficinas e tratamento de dleos. + Circuitos de aquecimento do equipamento MAT e AT e dos quadros eléctricos, Os SACA das subestacdes so constituidos por — Transformador dos Servigos Auxiliares (TSA). — Grupo Gerador de Emergéncia — Quadro dos Servicos Auxiliares de Corrente Alternada (QSACA). Poderao ainda ser utilizados onduladores (UPS) para alimentacéo especifica das instalagdes da sala de controlo, designadamente a iluminagao. 12.1.3 Transformador dos Servigos Auxiliares (TSA) Os TSA (MTIBT) 840 alimentados, a partir do QMT, pelos enrolamentos tercidrios dos transfor- madores ou auto-transformadores MAT/MAT ou MAT/AT, ou através de transformadores AT/MT € so dimensionados para que qualquer um possa, isoladamente, alimentar a globalidade dos consumos dos servigos auxiliares da subestagao, tendo em conta eventuais ampliagdes Nalgumas situacSes os TSA so montados no parque exterior, igados directamente aos enrola- mentos terciarios atras referidos — nestes casos sao designados por “transformadores biberon’. Os TSA terao preferencialmente um grupo de ligag6es triangulo — estrela, com neutro acessivel € directamente ligado a terra geral da subestacao, a sua poténcia deve ser normalizada e poderao dispor de comutador de tomadas em vazio (normalmente + 2x2,5%) Os tipos construtivos dos TSA sao 0s seguintes (ver Capitulo 101.2): — Para instalagdo a intempérie, em banho de dleo, sem conservador (herméticos) com refrigera- 80 natural. A proteccdo intrinseca deste tipo de transformador (deteceao de gas; pressao do leo; temperatura do leo) é constituida por um Unico aparelho designado por R.I.S. /DGPT2. — Para instalagao interior os transformadores podem ser secos (/P 00). A protecc&o intrinseca deste tipo de transformadores (temperatura dos enrolamentos) é constituida por sondas PT 100 (sondas de platina) ou por sondas PTC (sondas de termistores com coeficiente de tem- peratura positivo — Positive Temperature Coefficient) 12.1.4 Grupo Gerador de Emergéncia Apoténcia de um grupo gerador de emergéncia define-se em fungao do seu regime de funciona- mento: “stand-by’ e “prime”, regimes definidos de acordo com a Norma ISO 8528. Em regime “stand-by” a poténcia disponivel varia com o valor da carga durante a interrupgao da fonte normal. A operagdo tipica deste regime é de 200 h por ano, com um maximo de 500 h por ano. 136 SERVIGOS AUXILIARES DE CORRENTE ALTERNADA Em regime “prime” a poténcia disponivel varia com o valor da carga por tempo ilimitado, com capacidade de 10% de sobrecarga durante um maximo de 1 h em cada 12 h, no podendo o funcionamento em sobrecarga exceder 25 h por ano. valor da poténcia em regime “stand-by’ € superior ao valor em regime “prime” O grupo gerador de emergéncia destina-se a alimentagao das cargas essenciais, durante um periodo no inferior a 24 h, pelo que a sua poténcia deve ser indicada para funcionamento em regime “prime” ‘Asua entrada em servigo sera automatica. grupo disporé de um sistema eléctrico de arranque automatico, concebido para garantir um numero de tentativas consecutivas de arranque (nunca inferior a 3) sem necessidade de recurso a fontes de energia exteriores ao sistema O Grupo Gerador de emergéncia € constituido por: = Motor do tipo diesel a quatro tempos, de poténcia a determinar em fung&o das caracteristicas eléctricas exigidas para o alternador. © motor tera regulador de velocidade electronico (variagao + 0.25%), comando de aceleragao & alavanca de paragem e marcha do motor, anel de ago normalizado, para ligagdo rigida da caixa de acoplamento a carcaga do alternador e volante e uniao elastica para acoplamento do alternador. O motor devera poder arrancar e funcionar pelo menos 8 h a plena carga, seguidas de 1h em sobrecarga de 10% nas condig6es de temperatura ambiente especificadas A refrigeraco podera efectuar-se por circulagao de ar ou por circulagdo de agua em circuito fechado, com radiador. Para facilitar 0 arranque do motor devera ser previsto um sistema de pré-aquecimento do dleo, da agua ou do ar de combustao. © pré-aquecimento de dleo funcionara por elevaco da temperatura da massa do carter. As resisténcias de aquecimento serao alimentadas a partir da rede de servigos auxiliares deven- do ser desligadas logo que 0 grupo entre em funcionamento O arranque do grupo sera eléctrico, néo devendo ser superior a 10 s. — Alternador sincrono trifasico, sem escovas, auto-excitado, auto-regulado e auto-ventilado por turbina coaxial com o veio, O alternador sera de classe de isolamento H, com uma tensao nominal de 400/231 V, regulavel a 5%, e tera supressao de radio interferéncias. 137

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