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Nesta terça-feira (10) à noite, Barack Obama fará seu último discurso como presidente

dos Estados Unidos. Conhecido por seu talento retórico e comparado a grandes oradores
como Ronald Reagan e John Kennedy, Obama fez, ao longo de seus oito anos de
mandato, discursos memoráveis.

Veja trechos de oito deles que se tornaram famosos – e um de sua mulher, Michelle,
também elogiada pela capacidade de oratória.

Primeira posse (20 de janeiro de 2009)

Obama discursa já como presidente dos EUA

Eleito o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Obama abriu seu discurso
inaugural se dizendo gratificado e humilde pela confiança dos cidadãos do país. Ele
agradeceu pelo serviço de Bush como seu antecessor e pela cooperação no processo de
transição, abordou os desafios que iria enfrentar, pediu esperança e previu uma “nova
era” para seu país e para o mundo. Leia trechos do discurso:

“Os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão
encarados com facilidade ou num curto período de tempo. Mas saiba disso, América –
eles serão encarados. Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança no lugar
do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia. Neste dia, nós
viemos proclamar um fim aos conflitos mesquinhos e falsas promessas, às
recriminações e dogmas desgastados que por muito tempo estrangularam nossa
política.”

“Nós sabemos que nossa herança multirracial é uma força, não uma fraqueza. Somos
uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e de pessoas que não possuem
crenças. Nós somos moldados por todas as línguas e culturas, trazidas de todos os
confins da terra; e porque já experimentamos o gosto amargo da Guerra Civil e da
segregação e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não
podemos evitar acreditar que os velhos ódios um dia irão passar; que as linhas que
dividem tribos em breve irão se dissolver; que, conforme o mundo fica menor, nossa
humanidade em comum irá se revelar; e que a América deve desempenhar seu papel
nos conduzir a essa nova era de paz.”

“Por mais que um governo possa e deva fazer, é em última análise na fé e na


determinação do povo americano que esta nação confia. É a bondade de acolher um
estranho quando as represas arrebentam, o desprendimento de trabalhadores que
preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos
assistem em nossas horas mais sombrias. É a coragem de um bombeiro para invadir
uma escadaria cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai para criar uma
criança que finalmente decidem nosso destino."

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link e traduzido para o português neste link.

Nobel da Paz (10 de dezembro de 2009)

Barack Obama discursa após receber o Prêmio Nobel da Paz

A escolha do presidente como ganhador do Nobel da Paz de 2009 foi criticada por
muitos, especialmente pelo fato de os Estados Unidos estarem envolvidos em uma
guerra contra o Iraque e outra contra o Afeganistão. Em seu discurso, Obama
mencionou essas críticas e admitiu que suas realizações nessa área não se comparam à
de outros agraciados com a premiação. Ele se colocou como um líder pragmático que
enfrentava tempos difíceis. Leia trechos do discurso:

“Comparado a alguns dos gigantes da história que receberam esse prêmio –


Schweitzer e King; Marshall e Mandela – minhas realizações são mínimas. E houve
aqueles homens e mulheres ao redor do mundo que foram presos e espancados em sua
perseguição por justiça; aqueles que trabalham em organizações humanitárias para
aliviar o sofrimento; os milhões de anônimos cujos silenciosos atos de coragem e
compaixão inspiram até os mais cínicos. Não posso argumentar com aqueles que
acham que esses homens e mulheres – alguns conhecidos, outros desconhecidos por
todos menos por aqueles que eles ajudam – são muito mais merecedoras dessa honra
do que eu.”

"Estamos em guerra, e sou responsável pelo envio de milhares de jovens americanos à


batalha numa terra distante. Alguns vão matar. Alguns serão mortos. E vim aqui com o
senso aguçado do custo de um conflito armado – tomado de difíceis questionamentos
sobre a relação entre guerra e paz, e nosso esforço para substituir uma pela outra."

“Devemos começar reconhecendo a dura verdade: não vamos erradicar os conflitos


violentos de nossas vidas. Haverá tempos nos quais nações – agindo individualmente
ou em grupo – acharão o uso da força não só necessário mas moralmente justificável.
Falo essa frase ciente do que Martin Luther King Jr. disse nessa mesma cerimônia
anos atrás: ‘A violência nunca traz a paz permanente. Não resolve nenhum problema
social: apenas cria novos e mais complicados problemas’. (...) Mas como um chefe de
estado que jurou defender minha nação, não posso ser guiado apenas por esses
exemplos. Encaro o mundo como ele é, e não posso ficar parado diante de ameaças ao
povo americano. O mal existe, sim, no mundo. Um movimento não-violento não poderia
ter derrubado os exércitos de Hitler. Negociações não convencem os líderes da Al-
Qaeda a abaixarem suas armas. Dizer que a força pode ser necessária às vezes não é
um chamado ao cinismo – é um reconhecimento da história, das imperfeições do
homem e dos limites da razão.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Segunda posse (21 de janeiro de 2013)

'Os tempos mudam, nós também temos que mudar', afirma Obama no discurso de posse

Reeleito para o segundo mandato, Obama falou sobre direitos de gays, mulheres e
imigrantes em seu discurso de posse. Ele também fez um apelo pela união dos Estados
Unidos, dizendo que era o único caminho para para vencer obstáculos na economia, na
educação e na infraestrutura, e falou sobre a urgência de combater as mudanças
climáticas. Leia trechos do discurso:

“Por meio do sangue derramado pelo chicote e do sangue derramado pela espada, nós
aprendemos que nenhuma união fundada sobre os princípios da liberdade e da
igualdade poderia sobreviver na semiescravidão e na semiliberdade. Nós nos
renovamos mais uma vez e prometemos avançar juntos.”

“Nossos cidadãos, marcados pela memória daqueles que perdemos, sabem muito bem
o preço que é pago pela liberdade. O conhecimento de seu sacrifício vai nos manter
para sempre vigilantes contra aqueles que poderiam nos fazer mal. Mas também somos
herdeiros daqueles que estabeleceram a paz, e não apenas a guerra. Daqueles que
transformaram inimigos jurados nos amigos mais ternos. E nós também temos que
carregar essas lições para os tempos atuais. Vamos defender o nosso povo e os nossos
valores por meio da força das armas e do Estado de direito.”

“Nossa jornada não estará completa até que nossas esposas, nossas mães e filhas
puderem ganhar a vida de acordo com a medida justa de seus esforços. Nossa jornada
não estará completa até que os nossos irmãos e irmãs gays forem tratados como
qualquer outra pessoa perante a lei, pois se realmente fomos criados como iguais,
certamente o amor que atribuímos uns aos outros deve ser igual também. (...) Nossa
jornada não estará completa até que encontremos uma maneira melhor de acolher os
esforçados e esperançosos imigrantes que ainda veem os Estados Unidos como uma
terra de oportunidades, até que jovens e brilhantes estudantes e engenheiros sejam
incorporados em nossa força de trabalho, em vez de expulsos de nosso país.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link e traduzido para o português neste link.

Selma (7 de março de 2015)

Barack Obama afirma que luta contra racismo ainda não terminou

Na pequena cidade de Selma, no Alabama, Obama defendeu as minorias raciais e os


direitos civis em um discurso que foi eleito pelo “Washington Post” como o mais
memorável do presidente, aquele que “as crianças vão ler na escola durante muitas
décadas”. Segundo a publicação, assistentes de Obama dizem que é também o discurso
favorito do próprio.

O presidente visitou a cidade na homenagem de 50 anos de uma marcha liderada por


Martin Luther King que é considerada um divisor de águas no movimento pelos direitos
civis. Nesse “domingo sangrento” de 1965, a polícia reprimiu violentamente as cerca de
500 pessoas que cruzavam a ponte Edmund Pettus em direção à capital do Estado,
Montgomery, para reivindicar o direito de voto da população negra. Nessa mesma
ponte, Obama disse que Selma se tornou um lugar de inspiração para os cidadãos de
todo o mundo que lutam pela liberdade. Leia trechos do discurso:
"Das ruas de Túnis às de Maidan, na Ucrânia, esta geração de jovens pode se inspirar
neste lugar, onde os mais fracos puderam mudar a maior potência do mundo e
empurrar seus líderes a expandir as fronteiras da liberdade."

"É um erro sugerir que o racismo desapareceu, que o trabalho realizado pelos homens
e mulheres de Selma terminou. (...). Isto não é verdadeiro. Nós só precisamos abrir
nossos olhos, e nossos ouvidos, e nossos corações para saber que a história racial
desta nação ainda impõe sua longa sombra sobre nós."

“Os americanos que atravessaram esta ponte, eles não eram fisicamente imponentes.
Mas eles deram coragem a milhões. Eles não foram eleitos para nenhum cargo. Mas
lideraram uma nação. Eles marcharam como americanos que suportaram centenas de
anos de violência brutal, incontáveis humilhações diárias – mas eles não pediram
tratamento especial, apenas o tratamento igualitário prometido a eles quase um século
antes. O que eles fizeram vai reverberar ao longo das eras (…) Não porque sua vitória
foi completa, mas porque eles provaram que a mudança não violenta é possível, que o
amor e a esperança podem se sobrepor ao ódio.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Charleston (26 de junho de 2015)

Obama canta em funeral de senador morto em igreja de Charleston

Obama foi convidado a fazer o discurso fúnebre para as vítimas do tiroteio em


Charleston, no qual um supremacista branco matou nove membros de uma igreja da
comunidade negra. Ele cantou a música "Amazing Grace”, leu o nome das nove vítimas
e falou sobre o papel das igrejas negras como um lugar seguro através da história de luta
pelos direitos civis no país. Leia trechos do discurso:

“[O assassino] certamente previu o sentido de seu ato violento (...) Foi um ato que ele
imaginou que incitaria o medo e a recriminação, a violência e a suspeita. Um ato que
ele achou que aprofundaria as divisões que nos conduzem de volta ao pecado original
de nossa nação. Oh, mas Deus age de forma misteriosa. Ele tem ideias diferentes. (...)
O suposto assassin não poderia ter antecipado a maneira como as famílias das vítimas
responderiam quando o viram na Corte – no meio de seu luto indescritível, com
palavras de perdão. (...) Ele não podia imaginar como a cidade de Charleston, o estado
da Carolina do Sul, os Estados Unidos da América reagiriam – não somente com
revolta em relação a esse ato horrível, mas com generosidade, coração aberto e, mais
importante, com uma instrospecção e um auto-exame que raramente vemos na vida
pública. ”

“Por tempo demais, nós fomos cegos à dor que a bandeira dos Estados Confederados
causou em muitos de nossos cidadãos. É verdade que uma bandeira não causa esses
assassinatos. Mas, como todo mundo sabe, essa bandeira sempre representou mais do
que orgulho ancestral. Para muitos, brancos e negros, essa bandeira é um lembrete da
opressão sistêmica e subjugação racial. Vemos isso agora. Tirar essa bandeira do
Capitólio desse estado não seria um ato políticamente correto nem um insulto ao valor
dos soldados congrederados. Seria simplesmente o reconhecimento de que a causa pela
qual eles lutaram, a causa da escravidão, estava errada (...), a resistência aos direitos
civis para todos estava errada. (...) Seria um bálsamo modesto, mas cheio de
significado, para tantas feridas não cicatrizadas.”

“Por tempo demais, estivemos cegos para a maneira como as injustiças do passado
continuam moldando o presente. Talvez a gente consiga ver agora. Talvez essa
tragédia nos leve a fazer algumas perguntas duras sobre como permitimos que tantas
de nossas crianças vivam na pobreza, ou frequentem escolas dilapidadas, ou cresçam
sem perspectiva de trabalho ou de uma carreira. Talvez isso nos leve a examinar o que
estamos fazendo que leva nossas crianças a odiarem.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Visita a Cuba (22 de março de 2016)

Obama diz que reconciliação com exilados cubanos é fundamental para futuro do país

Mais de um ano após anunciar a reaproximação histórica dos EUA com Cuba após mais
de 50 anos, Obama foi a Cuba, na primeira visita de um presidente americano à ilha em
88 anos. No terceiro dia em Havana, ele fez um discurso histórico em que disse que iria
trabalhar com o Congresso americano para derrubar o embargo econômico ao país e
pediu liberdade para o povo cubano. Obama falou das semelhanças entre so dois países,
mas também das diferenças, usou frases em espanhol, como “creo en el pueblo cubano”,
e no final de sua fala foi aplaudido de pé. Leia trechos do discurso:

“Como presidente dos Estados Unidos, eu fiz um apelo ao nosso Congresso para
derrubar o embargo. É um fardo antiquado para o povo cubano. É um fardo para os
americanos que querem trabalhar e fazer negócios ou investir aqui em Cuba. Chegou a
hora de derrubar o embargo.”

“Deixei claro que os Estados Unidos não têm nem a capacidade, nem a intenção de
impor mudanças em Cuba. O que vai mudar vai depender do povo cubano. Não vamos
impor nosso sistema político e econômico em vocês. (...) Mas tendo removido a sombra
da história da nossa relação, devo falar honestamente sobre as coisas em que eu
acredito – as coisas em que nós, americanos, acreditamos. (...) Eu acredito que todo
ser humano deve ser igual perante a lei. Que toda criança merece a dignidade que vem
da educação, e cuidados de saúde e comida na mesa e teto sobre suas cabeças.
Acredito que os cidadãos devem ser livres para falar o que pensam sem medo – para se
organizar, e para criticar seu governo, e para protestar pacificamente, e isso não deve
incluir detenções arbitrárias de pessoas que exercem seus direitos. Eu acredito que
todo ser humano deve ter a liberdade de praticar sua fé pacificamente e publicamente.
E sim, eu acredito que os eleitores devem ter o direito de escolher seus governos em
votações livres e democráticas.”

"A história dos Estados Unidos e de Cuba abrange revolução e conflito; luta e
sacrifício; retribuição e, agora, reconciliação. É hora, agora, de deixarmos o passado
para trás. É hora de olharmos para o futuro juntos – um futuro de esperança. E não
será fácil, e haverá contratempos. Levará tempo. Mas meu tempo aqui em Cuba renova
minha esperança e minha confiança no que o povo cubano vai fazer. Podemos
percorrer esse caminho como amigos, e como vizinhos, e como uma família – juntos.
‘Si se puede’.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Universidade Rutgers (15 de maio de 2016)

Obama discursa na universidade Rutgers (em inglês)


Convidado a fazer o discurso de graduação dos formandos da universidade em Nova
Jersey, Obama aceitou após uma campanha de três anos dos alunos, que lhe enviaram e-
mails, cartas, tuítes, vídeos no Youtube e até um apelo da avó de um dos estudantes.
Bem-humorado, o presidente começou o discurso falando sobre comidas e tradições
locais, mas no final aproveitou o público de 50 mil pessoas e deu alfinetadas em Donald
Trump.

Sem citar o nome do então candidato republicano a substituí-lo na Casa Branca, ele
disse que “a ignorância não é uma virtude” e que “não é legal não saber sobre o que
você está falando”. Também disse que é ilusão achar que nos “velhos tempos” o país era
melhor. Leia trechos do discurso:

“Quando você vir alguém com saudade dos ‘velhos tempos’, desconfie. Vivemos em
uma grande nação e estamos corretamente orgulhosos da nossa história. Somos
beneficiários do trabalho e da força e da coragem das gerações que vieram antes de
nós. Mas acredito que é parte da natureza humana, especialmente em tempos de
mudança e incerteza, querer olhar para trás para algum passado imaginário no qual
tudo funcionava, e a economia era pujante, e todos os políticos eram inteligentes, e
toda criança tinha boas maneiras, e os Estados Unidos faziam o que queriam ao redor
do mundo. Adivinhem? Não era assim. Os ‘bons velhos tempos’ não eram tão bons.
Sim, houve alguns períodos da nossa história nos quais a economia cresceu muito mais
rápido, ou o governo corria mais suavemente (...) Mas foram esporádicos esses
episódios. Na verdade, sob quase qualquer parâmetro, a América é melhor, e o mundo
é melhor, do que era há 50 anos, ou há 30 anos, ou mesmo há oito anos.”

“Na política e na vida, a ignorância não é uma virtude. Não é legal não saber sobre o
que você está falando. Isso não é jogar a real, ou falar as coisas como elas são. Não é
desafiar o politicamente correto. É apenas não saber sobre o que você está falando. E,
mesmo assim, temos confundido isso. Os fundadores da nossa nação – Franklin,
Madison, Hamilton, Jefferson – nasceram da Iluminação. Eles escaparam das
superstições, do sectarismo e do tribalismo. Eles acreditaram no racional em vez do
experimental (...) Foi isso que construiu nosso país.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Convenção Democrata de 2016 (28 de julho de 2016)


Obama defende Hillary Clinton em discurso e candidata se emociona

Obama foi a principal atração desse dia na convenção de seu partido, realizada na
Filadélfia em meio à corrida eleitoral para a Casa Branca. Em seu discurso, ele defendeu
e elogiou Hillary Clinton, que fez uma aparição ao final de sua fala e o abraçou.
Também atacou diretamente Donald Trump e apostou que ele iria perder a eleição. Leia
trechos do discurso:

“Esta noite, estou aqui para dizer que, sim, nós ainda temos muito trabalho para fazer.
(...) E esse trabalho envolve uma grande escolha neste mês de novembro. Acho que é
justo dizer, essa não é uma eleição típica. Não é apenas uma escolha entre partidos ou
políticas; os debates usuais entre esquerda e direita. Esta é uma escolha mais
fundamental – sobre quem somos como povo.”

“Sabe, nada te prepara de verdade para as demandas do Salão Oval. (...) Até você
sentar naquela mesa, você não sabe o que é administrar uma crise global, ou mandar
pessoas jovens para a guerra. Mas Hillary tem estado na sala; ela é parte dessas
decisões. (...) E mesmo em meio de uma crise, ela escuta as pessoas, e mantém a
cabeça fria, e trata todo mundo com respeito. E não importa o quão ruins forem as
chances, não importa quantas pessoas tentem bater na sua porta, ela nunca, nunca
desiste. Essa é a Hillary que eu conheço. Essa é a Hillary que eu passei a admirar. E é
por isso que eu posso dizer com segurança que nunca houve um homem ou mulher –
nem eu, nem Bill, ninguém – mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como
presidente dos Estados Unidos da América.”

“Ronald Reagan chamou a América de ‘uma cidade brilhante na colina’. Donald


Trump a chama de ‘uma cena de crime dividida’ que apenas ele pode consertar. Ele
não se iporta de que a imigração ilegal e as taxas de criminalidade sejam as mais
baixas em décadas – porque ele não está realmente oferecendo nenhuma solução real
para essas questões. Ele apenas está oferecendo slogans, e ele está oferecendo medo.
(...) E esse é mais um motivo pelo qual ele deve perder. E a razão pela quale le vai
perder é porque ele está achando que o povo americano é limitado. Não somos pessoas
frágeis e inseguras. (...) Não queremos ser regidos.”

Leia o discurso na íntegra (em inglês) neste link.

Michelle Obama na Convenção Democrata (25 de


julho de 2016)
Com discurso forte, Michelle Obama declara apoio a Hillary Clinton

O discurso da primeira-dama no primeiro dia da Convenção Nacional Democrata


causou alvoroço e repercutiu em várias publicações nacionais e estrangeiras. Para o
“Washington Post”, foi a melhor fala de todo o evento – no qual discursaram também
seu marido, Hillary e Bill Clinton e o vice-presidente Joe Biden, entre outros. Chegou-
se a especular que Michelle iria aproveitar essa popularidade e entrar para a política –
rumores negados por Barack, que afirmou que a esposa não tem “a paciência ou a
inclinação para ser candidata ela própria”. Leia trechos do discurso:

“Nunca vou esquecer aquela manhã de inverno quando eu vi nossas meninas, com
apenas 7 e 10 anos de idade, naqueles carros pretos com todos aqueles homens
enormes com armas. E eu vi as carinhas delas pressionadas contra a janela, e a única
coisa que eu pude pensar foi: ‘O que nós fizemos?’ Porque nesse momento eu percebi
que nosso período na Casa Branca iria formar a fundação do que elas se tornariam, e
a maneira como nós conduziríamos essa experiência poderia realmente formá-las ou
quebrá-las. É isso que Barack e eu pensamos todo dia, enquanto tentamos guiar e
proteger nossas garotas dos desafios de sua vida inusual sob os holofotes (...)”

“Houve muitos momentos em que Hillary poderia ter decidido que esse trabalho é
difícil demais, que o preço do serviço público era alto demais, que ela estava cansada
de ser criticada pela sua aparência, pela forma como ela fala ou mesmo pela maneira
como ela ri. Mas aqui é que está – o que eu admito mais na Hillary é que ela nunca
cede sob pressão. Ela nunca toma o caminho fácil de saída. E Hillary Clinton nunca
desistiu de nada em sua vida. E quanto eu penso no tipo de presidente que eu quero
para as minhas garotas e para todas as nossas crianças, é isso que eu quero. Quero
alguém que prove ser forte e perseverante.”

“Hoje, eu acordo toda manhã em uma casa que foi construída por escravos e eu vejo
minhas filhas, duas jovens mulheres negras bonitas e inteligentes, brincando com seus
cachorros no gramado da Casa Branca. E por causa de Hillary Clinton, minhas filhas
– e todos os nossos filhos e filhas – agora sabem que uma mulher pode ser presidente
dos Estados Unidos.”

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