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XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”


Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.

APLICAÇÃO DO PROCESSO DE
PENSAMENTO DA TEORIA DAS
RESTRIÇÕES PARA ANÁLISE DA
CADEIA DE VALOR DO FUTEBOL
Rosiane Serrano
rosianeserrano@gmail.com
Daniel Pacheco Lacerda
dlacerda@unisinos.br
Ricardo Augusto Cassel
cassel@producao.ufrgs.br
Priscila Ferraz Soares
priscila.ferraz@bio.fiocruz.br
Maria Isabel Wolf Motta Morandi
imorandi@hotmail.com

A representatividade exercida pelo futebol é evidenciada tanto no


contexto econômico, quanto social. Contudo, identifica-se reduzida
agregação de valor em sua cadeia, pois os elementos que a compõe
atuam desintegrados e independentes, causando efeitos indesejados.
Por conseguinte, torna-se necessário estruturar os efeitos indesejados
em busca das causas-básicas que sustentam essa situação
problemática. Para isso, foi aplicado um questionário semiestruturado,
contendo perguntas sobre os problemas e as restrições existentes na
cadeia de valor do futebol. Com base nas respostas das entrevistas foi
elaborada a Árvore da Realidade Atual (ARA), a qual tem como
premissa identificar as causas-básicas que sustentam aos efeitos
indesejados detectados. Evidencia-se que o artigo em questão aponta
qual o efeito indesejado mais impactante para o desenvolvimento desta
cadeia, a assim, propor melhorias em suas causas raízes visando maior
efetividade nas ações decorrentes destas. ARA contribui na medida em
que estrutura os problemas desta cadeia na lógica de efeito-causa-
efeito, fornecendo insights para pesquisas futuras e para atuação dos
profissionais na área.

Palavras-chave: Cadeia de valor, futebol, Árvore da Realidade Atual


(ARA)
XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”
Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.
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1. Introdução
O futebol mundial é um negócio significativo (LEONCINI; SILVA, 2005; MERKEL;
SCHMIDT; SCHREYER, 2016), composto por um grupo de atividades comerciais e
industriais realizadas pelos atores que compõe a indústria deste esporte (DUCREY et al.,
2003). No Brasil, o futebol, representa menos de 1% dos duzentos e cinquenta (250) bilhões
de dólares movimentados anualmente no mundo (LEONCINI; SILVA, 2005). Apresenta
ineficiências enquanto atividade econômica (BENEVIDES et al., 2015), o que evidencia a
necessidade de identificação das restrições para seu desenvolvimento.
O reconhecimento destas restrições, todavia, não é simples. O futebol possui uma extensa e
complexa cadeia, que interage com diversos segmentos, da indústria de transformação a de
serviços (ROSSI; THRASSOU; VRONTIS, 2013). Por este motivo, um dos instrumentos que
vem sendo utilizado para a representação deste esporte é a cadeia de valor, à medida que
possibilita a identificação dos atores envolvidos e do público-alvo, permite uma análise de
posicionamento e de percepção destes pelo mercado (BARAJAS; URRUTIA, 2007; BODET;
CHANAVAT, 2010; SERRANO et al., 2015, 2016).
Para Leoncini & Silva (2005), a estrutura lógica do negócio futebol, faz com que seus
condicionantes estruturais sejam diferenciados e mais complexos ao comparado com setores
econômicos tradicionais. A exemplo, tem-se os vários agentes interdependentes, com
interesses conflitantes que representam as principais especificidades desta indústria
(SORIANO, 2010). Desse modo, o futebol é definido como um ambiente complexo, com
muitas inter-relações e variáveis que se afetam mutuamente, ao mesmo tempo em que
apresentam um cadeia representativa economicamente (SERRANO et al., 2017b).
Em decorrência disso, analisar esta cadeia com vistas a entender seu potencial e limitações
requer o uso de ferramentas que capturem suas especificidades e complexidades. Neste
contexto se inserem as ferramentas e técnicas propostas pela Teoria das Restrições (TOC). A
TOC reconhece que todo sistema possui uma restrição que o impede de obter resultados
ilimitados e propõe que as mesmas sejam encontradas e focalizadas, por meio de ações para
aumentar o ganho sobre restrição (COX III; SCHLEIER, 2013).
Neste artigo, a ferramenta utilizada é a Árvore da Realidade Atual (ARA), cujo propósito é
estruturar problemas em relações de causalidade. Busca, portanto, responder a pergunta: “o
que mudar?”. Esta ferramenta é utilizada na fase de descrição da realidade do processo
estudado, obtendo uma visão geral da situação atual da empresa (PÁDUA et al., 2014). Além

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disso, permite a construção de uma visão comum de problemas associados a um contexto


específico e o estabelecimento de relações de efeito-causa-efeito que permitem a compressão
dos problemas (LACERDA; RODRIGUES; SILVA, 2011; LIBRELATO et al., 2014).
Este artigo tem como objetivo estruturar, por meio da ARA, os efeitos indesejados e as causas
básicas que limitam os impactos econômicos positivos da cadeia de valor do futebol do Brasil.
Para tanto, utilizou-se o método de pesquisa de estudo de caso, visando identificar os
elementos que compõe a ARA apresentada. A seção seguinte expõe o referencial teórico
versando sobre TP-TOC.

2. Processo de Pensamento da Teoria das Restrições - ARA


A Teoria das Restrições (TOC) foi proposta pelo físico israelita Eliyahu Goldratt Goldratt no
livro “A Meta” (GOLDRATT; COX, 2002), é conceituada como uma filosofia de melhoria
contínua, que evoluiu e expandiu sua base metodológica ao longo do tempo (KIM; MABIN;
DAVIES, 2008). A TOC é, portanto, uma abordagem sistemática para solução de problemas
organizacionais, ela fornece meios para identificar os fatores que limitam a organização de
atingir sua meta (LIBRELATO et al., 2014; PERGHER; RODRIGUES; LACERD, 2011;
VOTTO; FERNANDES, 2014).
A TOC envolve um conjunto de ferramentas que podem ser utilizadas individualmente ou
logicamente integradas, formando o Processo de Pensamento. Este artigo, por sua vez,
concentra seus esforços na ferramenta Árvore da Realidade Futura (ARA). A qual procura
responder a pergunta “o que mudar?” (LACERDA; CASSEL; RODRIGUES, 2010;
LACERDA; RODRIGUES; SILVA, 2011; LIBRELATO et al., 2014). A ARA é uma
ferramenta lógica, usada para identificar e descrever relacionamentos de causa e efeito,
podendo assim determinar os principais problemas que causam os efeitos indesejados no
sistema (COX; BLACKSTONE; SCHLEIER, 2003; KIM; MABIN; DAVIES, 2008;
SCHEINKOPF, 1999; WU et al., 2010). A construção da ARA envolve dez passos, os quais
buscam as causas prováveis para os efeitos indesejados (KIM; MABIN; DAVIES, 2008;
NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996), como expõe o Quadro 1.
Desse modo, ao definir a situação de interesse, listam-se e conectam-se por flechas os efeitos
indesejados (SELLITTO, 2005). Os quais pressupõe suficiência de causa, ou seja, para que o
efeito indesejado ocorra é necessária a ocorrência de outro simultaneamente, individualmente
ou ambos (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996). Para que a ARA se apresente concisa e

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correta, existe a análise da consistência dos efeitos indesejados e das causas, por meio de sete
pressupostos: (i) existência de entidade; (ii) existência de causalidade; (iii) tautologia; (iv)
existência de efeito previsto; (v) suficiência ou insuficiência de causa; (vi) causa adicional;
(vii) esclarecimento ou claridade (ALVAREZ, 1995; NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996).
Em termos de análise e compreensão das entidades descritas na ARA, recomenda-se sua
leitura de forma bottom-up (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996), analisando “se existe a
causa X então o efeito é Y”.

Quadro 1- Passos para construção da ARA


Passos Atividades
01 Faça uma lista com cinco a dez efeitos indesejados relacionados com a situação;
Se encontrar uma conexão entre dois ou mais efeitos indesejados conecte a este grupo e verifique se existe uma ressalva de clareza entre eles.
02
Se a ressalva não existir, escolha um efeito ao acaso e prossiga para o passo seguinte;
Conecte os outros efeitos indesejados ao resultado do passo anterior, fazendo as ressalvas a cada entidade e conectando com flechas ao longo do
03
processo;
04 Leia a arvore de “baixo para cima”, fazendo novamente as ressalvas de clareza de cada flecha e entidade, procedendo as correções necessárias;
05 Pergunte a si mesmo se a árvore reflete a sua intuição sobre a área. Se não, verifique cada flecha para descobrir ressalvas adicionais;
06 Não hesite em expandir a ARA, a fim de conectar outros efeitos indesejados;
Reexamine os efeitos indesejados, identificando as entidades na árvore que sejam intrinsicamente negativos, mesmo que a entidade não conste
07
na lista original, ou que necessite expandir a ARA para cima;
08 Elimine da ARA qualquer entidade que não sejam necessárias para conectar todos os efeitos indesejados;
09 Apresente a árvore para alguém que o ajude a aflorar e desafiar os pressupostos nela encontrados;
Examine todos os pontos de entrada da ARA e decida quais os que você deseja atacar, escolha os que mais contribuem para a existência de
10
efeitos indesejados.

Fonte: Adaptado de (NOREEN; SMITH; MACKEY, 1996)

Para contextualizar, a ARA foi utilizada em diversas áreas, individualmente e em conjunto


com outros métodos (LIBRELATO et al., 2014). Alguns estudos ilustram a integração entre a
aplicação da ARA com a engenharia de processos de negócios (LACERDA; CASSEL;
RODRIGUES, 2010). O uso da engenharia de processos de negócios e do processo
pensamento para redesenho de procedimentos em uma instituição de ensino superior
(LACERDA; RODRIGUES; SILVA, 2011). Chou et al. (2012) utilizaram o Processo de
Pensamento para identificar os efeitos indesejados e as causas raízes dos problemas com
gerenciamento de materiais. A ARA também foi aplicada para identificar as causas básicas e
os efeitos indesejados que inviabilizam a ampliação da capacidade de produção em processos
de design (SCOGGIN; SEGELHORST; REID, 2003).
Observa-se, portanto, que a ARA possui um caráter de aplicação dinâmico e seu uso se mostra
oportuno para análise de cadeias complexas, como a do futebol (SERRANO et al., 2015,
2016, 2017a, 2017b). A seção seguinte expõe a metodologia seguida para a efetivação desta
pesquisa.

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3. Metodologia
Esta pesquisa é caracterizada como aplicada, uma vez que visa gerar conhecimentos para
aplicação prática na cadeia de valor do futebol brasileiro. Do ponto de vista da abordagem do
problema, a mesma se enquadra como qualitativa, pois pressupõe a interpretação dos
fenômenos e a atribuição de significados (SILVA; MENEZES, 2005). Neste estudo,
selecionou-se o estudo de caso para compreender a questão de pesquisa, qual seja,
compreender os efeitos indesejados e as causas básicas que limitam os impactos econômicos
da cadeia de valor do futebol do Brasil, explorando o contexto intrínseco a este (CRESWELL
et al., 2007; DRESCH; LACERDA; ANTUNES JR, 2015).
O estudo de caso, é definido como uma pesquisa empírica que busca a compreensão do
fenômeno, permite enfrentar uma situação tecnicamente única que possui mais variáveis de
interesse, baseia-se em varias fontes de evidências. (EISENHARDT, 1989; MIGUEL, 2007;
YIN, 2015). Para o desenvolvimento deste estudo foi desenvolvido o método de trabalho
apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Método de trabalho

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1- Revisão
teórica

TOC
Caracterização
da cadeia

Construção
referencial

2- Estudo de
caso- coleta de
dados
Protocolo
de
pesquisa
Seleção
3- Desenvolvimento entrevis-
do estudo de caso tados

Entrevistas

4- Análise
dos dados
Análise
de
conteúdo

5-
Identificação
das variáveis

6- Construção
da ARA

Ajuste
ARA
7- Análise de
consistência
da ARA

8-
Conclusão

Fonte: Elaborado pelos Autores (2018)

1- Revisão teórica da TOC: a revisão de literatura sobre a cadeia de valor do futebol brasileiro
foi desenvolvida em pesquisas anteriores (SERRANO et al., 2015, 2016, 2017a, 2017b),
assim esta pesquisa baseia-se nas referências elencadas por estas. Este artigo expõe o processo
de pensamento da teoria das restrições e ARA, possibilitando o entendimento da lógica de
utilização da ferramenta e sua aplicabilidade ao caso.
2- Estudo de Caso- coleta de dados: elaborou-se um questionário semiestruturado, contendo
questões abertas sobre a percepção dos entrevistados com relação ao futebol brasileiro,
versando organização, problemas, restrições e a dinâmica desta modalidade esportiva. O
questionário utilizado para a coleta de dados foi elaborado considerando o levantamento
bibliográfico e as informações que se desejava obter. O Quadro 2 expõe as questões, os
constructos e os referenciais que embasaram a coleta de dados.

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Quadro 2 - Roteiro entrevistas


Literatura Constructos Questões
(BLUMENSCHEIN, 2013)
Q1. Como você percebe o futebol no Brasil? E no
(FERREIRA, 2012)
mundo?
(RIBASCIK, 2013) Organização
Q2. Em termos de organização como esta o futebol
(LEONCINI, 2001)
brasileiro?
(LEONCINI; SILVA, 2005)
(SORIANO, 2010)
Q3. Como é a relação entre os entes da cadeia de
(LEONCINI, 2001) Dinâmica
(LEONCINI; SILVA, 2005) valor do futebol?
(RIBEIRO JR. et al., 2014) Q4. Em seu ponto de vista esta cadeia apresenta
(LEONCINI, 2001) Problemas/ algum problema?
(GARCÍA; CARO, 2009) restrições Q5. Quais as restrições identificadas por você para o
(SORIANO, 2010) desenvolvimento deste esporte?
Fonte: Elaborado pelo Autores (2018)

3- Desenvolvimento do estudo de caso: identificou-se 35 possíveis entrevistados, sendo


indústrias, empresas de serviços, entidades, associações, pessoas atuantes no futebol. Deste
universo, 10 aceitaram participar da entrevista. Estes entrevistados foram divididos em: cinco
entrevistados ligados a clubes de futebol (CF); um entrevistado ligado a indústria (I); dois
atuam em consultorias de futebol (C); um torcedor de clubes de futebol (T); um holding de
operações/franquias (OF). As entrevistas foram presenciais, com uso de gravador para o
registro dos dados, para posterior transcrição e a análise de conteúdo.
4- Análise dos dados: a análise das entrevistas foi feita com o auxilio do Atlas.ti. Para a
análise foram construídas categorias, tendo por base os constructos: organização, dinâmica e
problemas/restrições.
5- Identificação das variáveis: com o auxílio da análise de conteúdo e embasado no objetivo
que se desejava atingir com a pesquisa, foram identificados os efeitos indesejados e as causas
para construção da árvore da ARA da cadeia de valor do futebol brasileiro.
6- Construção da ARA: os efeitos indesejados e as causas básicas foram ligados seguindo os
passos para a construção da ARA (Quadro 1).
7- Análise de consistência da ARA: na sequência realizou-se a análise de consistência da
ARA. A mesma foi realizada por dois pesquisadores com conhecimento em processo de
pensamento.
8- Conclusão: ARA da cadeia de valor do futebol do Brasil, com a caracterização das causas
básicas e os efeitos indesejados que influenciam esta modalidade esportiva.
A próxima seção apresenta os resultados e as discussões do estudo.

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4. Resultados
Inicialmente, foram extraídos fragmentos advindos das entrevistas, relacionando os mesmos
com cada constructo. As respostas dos entrevistados não foram alteradas e o nome dos
respondentes foram abreviados, como expõem-se o Quadro 3.

Quadro 3 - Fragmentos das entrevistas


Constructos Fragmentos das entrevistas
(CF) “O futebol esta necessitando de credibilidade, pois os escândalos encontrados
no governo, estão presentes na CBF. Quando você fala em formar, atrair
investimento, patrocinadores, fica difícil se quem comanda o maior produto (que
é o futebol) não passa credibilidade”;
(C) “Nos campeonatos regionais os clubes grandes não tem interesse em participar
Organização
e os clubes pequenos exigem que os grandes participem, por que é quando eles tem
renda”;
(T) “O futebol brasileiro esta muito mal organizado. Tem problema de arbitragem,
problemas com datas dos calendários, a exemplo em datas FIFA o campeonato
brasileiro continua, com prejuízos imensos para certos clubes”;
(CF) “O futebol é uma cadeia que requer todos os agentes fortalecidos, mas na
prática cada um olha individualmente o seu elo”;
(I) “As relações são conturbadas e com interesses, por que são políticas e
Dinâmica desordenadas”;
(C) “Nos temos um fato cultural, desorganização, falta de planejamento. Além da
política, corrupção e comprometimento das nossas autoridades na aplicação dos
recursos”;
(CF) “No interior, em função das dificuldades, o futebol esta perdendo público,
existe um alto custo dos investimentos sem planejamento”;
(I) “Há muita carência na parte organizacional do futebol, por que ele não tem
pessoas idôneas, com foco em administração”;
(OF) “O resultado da seleção brasileira não é o 7x1 da Alemanha, mas sim, de um
Problemas/ período de tempo que se pensou errado. Achamos que somos o melhor futebol do
restrições mundo, que ninguém é melhor do que a gente, com algumas exceções temos os
melhores jogadores”;
(CF) “Temos clubes com pouca tecnologia de desenvolvimento de base, venda de
jogadores precocemente, que acabam não desenvolvendo aqui todos as habilidades
que deveriam e isso tem como consequência a seleção brasileira não ter um
resultado eficiente”;
Fonte: Elaborado pelo Autores (2018)
Ao final das transcrições foram elencadas os efeitos indesejados e as causas básicas que
compõe a ARA, primeiro passo. O Quadro 4 mostra um extrato destes efeitos e possíveis
causas básicas. Salienta-se que foram listados inicialmente 60 efeitos e ao construir a ARA
este número foi ampliado para 102. Ao final desta lista de efeitos iniciou-se a construção da
ARA da cadeia de valor do futebol. Ao final, a mesma foi encaminhada para avaliação de
pesquisadores, os quais fizeram uma análise de consistência, indicaram ajustes.

Quadro 4 - Extratos dos efeitos indesejados

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Número Descrição
01 Fragilidade econômico-financeira dos clubes;
02 Redução de recursos de patrocínio;
03 Desperdício das oportunidades de negócio;
04 Redução no valor da marca dos clubes;
05 Venda precoce de jogadores;
06 Competição acirrada dos clubes;
07 Exigência do torcedor com relação ao seu times;
08 Necessidade de investimento para preparação de atletas;
09 Desorganização na gestão dos clubes
... ...
Fonte: Elaborado pelos Autores (2018)

A ARA da cadeia de valor do futebol brasileiro é composta por efeitos indesejados principais
(rosa), efeitos indesejados decorrentes de outras causas subjacentes (laranja), causas básicas
(verde) e fatos da vida (amarelo). Os efeitos indesejados são agrupados, originando segmentos
de relação do tipo causa-efeito-causa. Os efeitos indesejados principais ilustram que a forma
de condução do futebol pode limitar os impactos econômicos positivos de sua cadeia de valor.
No que se refere às causas básicas, estas representam a sustentação dos efeitos indesejados e
que uma vez identificadas podem auxiliar na minimização do efeito principal. Por fim, em
relação aos fatos da vida, observou-se que estas causas existem decorrentes do contexto. A
estrutura da ARA apresenta os efeitos indesejados, causas básicas, fatos da vida e efeito
principal em caixas numeradas, facilitando a identificação e ligação destes.
A leitura do primeiro segmento da ARA, de forma bottom-up, na Figura 2 revela o não
entendimento do futebol como um negócio (1) e a falta de profissionalismo na gestão (2)
como causas básicas. Em função destas duas causas, o efeito indesejado identificado é uma
desorganização na gestão dos clubes (3), que associada a um investimento reduzido em
capacidade gerencial (89), gera um planejamento inadequado das atividades, iniciativas e
recursos dos clubes (4), além de desajustes financeiros (5). Em outro ponto, verifica-se que a
causa básica referente à falta de mecanismos para limitar a dívida dos clubes (55), juntamente
com as causas subjacentes referente à inadimplência do clube (54) e elevação dos juros (8),
levam ao aumento das dividas dos clubes (10) e fragilização econômica financeira (11), por
fim tem-se a perda econômica para o país com relação a cadeia de valor do futebol (12).
Observa-se que as causas “um e dois” precisam estar combinadas para gerarem o efeito
indesejado “quatro”, estando representados por círculos entre as flechas.
Figura 2 - Primeiro segmento da ARA da Cadeia de Valor do Futebol

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12- Perda econômica para o país: geração


limitada de receita/lucro no futebol

11- Há uma fragilização


econômico-financeira dos
clubes

10- Há um aumento da
dívida dos clubes

55- Não há mecanismos 9- Há uma elevação


para limitar a dívida total do total de juros pagos
dos clubes
54- Há uma 8- Há necessidade de
inadimplência do financiamento externo
pagamento de tributos de curto prazo

7- Há um controle
inadequado do fluxo
financeiro

6- Há uma dificuldade de
organizar os recebimentos e
pagamentos do clube

5- Há uma dificuldade de dimensionar


a necessidade de recursos econômico-
financeiros do clube

4- Há um planejamento
inadequado das atividades,
iniciativas e recursos do clube

3- Há uma 89- O investimento


desorganização na em capacitação
gestão dos clubes gerencial é reduzido

01- Há falta de 02- O futebol não é


profissionalização na visto como um
gestão do clube negócio

Fonte: Elaborado pelos Autores (2018)

Com a apresentação da ARA foi possível identificar as causas básicas que desencadeiam os
efeitos indesejados principais e a partir da análise das relações de causa e efeito foi possível
caracterizar o problema a ser solucionado. Desse modo, propondo alterações na forma dos
critérios para tomada de decisão (35), tem-se um impacto sobre os investimentos (20),

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identificação e formação de jogadores (23), além de incidir sobre o retorno dos investimentos
(40), como expõe a Figura 3.

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Figura 3 - ARA da Cadeia de Valor do Futebol

Lista de Conectores (utilizada para ligar efeitos


indesejados que estão posicionados afastados)
12- Perda econômica para o país: geração limitada de
Descrição receita/lucro no futebol
nec
02 O futebol não é visto como um negócio rec

Há um planejamento inadequado das 11- Há uma fragilização 81- Há uma redução


04 do valor econômico
atividades, iniciativas e recursos do clube econômico-financeira dos
clubes adicionado pelos 79- Há uma red
10 Há um aumento da dívida dos clubes clubes das receitas ge
40- Há uma redução no
retorno dos investimentos pelo clube
Os investimentos são realizados sem uma
16 realizados
avaliação adequada 80- Há uma escassez
de recursos para o 101
27 Os valores são reduzidos para agilizar a venda clube
16
Há uma elevação da necessidade de 41- Jogadores 69- Há uma redução
39 73- Os recursos
investimento no futebol afirmados 61- Há uma redução dos do total de recursos 76- Há uma re
possuem um recebidos não são recursos de patrocínio captados pelo
Há uma redução do desempenho esportivo 58- Há uma redução do suficientes para as do total de rec
50 horizonte de retorno total para o clube consumo de produtos captados c
do clube retorno de atividades do clube e serviços
em uma venda futura transferênc
investimento 65- Há uma menor jogadore
67 O consumo de produtos e serviços é reduzido
reduzido atratividade de
57- É necessário 27- Os valores são patrocínio do clube
Os recursos recebidos não são suficientes reduzidos para 82- Há um aumento da
73 compartilhar os direitos 68- O valor 64- Desvalo
para as atividades do clube agilizar a venda necessidade de recursos 67
econômicos sobre o atleta 60- Há uma agregado dos atlet
para manutenção das 79
Há uma redução das receitas geradas pelo crise pela marca é pertencent
79 atividades reduzido clube
clube econômica
56- Há necessidade de
28- Há uma pressão 72- Há uma redução
Há um incremento no número de jogador es encontrar investidores
94 para adquirir atletas para geração de do total de recursos
afastados receitas adicionais captados de sócios
83- Há um aumento do
Oportunidades de negócio podem ser 26- Ha pressão para nível de exigência dos e torcedores de jogo 94
100 venda de jogadores 93- Há um gasto
desperdiçadas torcedores (conforto) e
talentosos 10- Há um aumento 101- Há uma perda para tratamento
das autoridades
Há uma perda de eficácia/efici ência da cadeia da dívida dos clubes de eficácia/eficiência de lesões
101 39- Há uma elevação da (segurança)
10 da cadeia de valor 67- O consum
de valor necessidade de 91- É necessário
investimento no futebol manter um elenco 62- Há uma de produtos
25- Há poucos jogadores 73 de jogadores em desvalorização da serviços é
9- Há uma elevação reduzido
que despertam interesse de 100- maior quantidade marca dos clubes
37- Há uma adição outros clubes do total de juros
pagos Oportunidades de e qualidade
nos valores para 55- Não há 94- Há um
mecanismos para negócio podem 70- Há uma
contratação e 47- Os empresários do incremento no
atletas e os 24- Há uma redução na quantidade limitar a dívida total ser desperdiçadas 102- Há decisões menor
manutenção (salários 54- Há uma número de
42- Profissionais já investidores faturam dos clubes que resultam em propensão de
dos profissionais) de talentos formados pelo clube inadimplência do 4 jogadores
afirmados possuem situações ganha-
por transação realizada pagamento de obter
um valor elevado perde da cadeia afastados
tributos torcedores em
para contratação e 46- O Investimento em de valor
38- Há uma grande 23- A identificação e associados
manutenção jovens jogadores 19- Há uma redução
competição por formação de talentos 8- Há necessidade de
talentosos se torna dos benefícios do
profissionais afirmados se torna precária financiamento externo
atrativo futebol para a sociedade de curto prazo
99- Há tomadas 92- Há uma maior
36- Há uma pressão para a 102-
de decisão propensão para
contratação de profissionais lesões físicas inadim
afirmados (atletas e treinadores) 44- O Investimento conflituosas
dos
que melhorem o desempenho do necessário para a 22- Há uma menor 18- Menor quantidade
63- Há uma torc
clube 45- Os clubes aquisição de jogadores capacidade de de futuros jogadores a 66- Há uma
talentosos é menor investimento e serem observados 97- Não há uma menor exposição
estrangeiros possuem 7- Há um controle 39 redução de
comparativamente a manutenção de visão comum de na mídia
maior capacidade de inadequado do fluxo interesse por
16- Os investimentos investimento jogadores afirmados jogadores em financeiro como os entes da parte dos
50 são realizados sem uma formação cadeia de valor torcedores
avaliação adequada 43- jogadores talentosos podem agregar e
21- Há uma redução da
ampliam o horizonte de 17- Os investimentos 6- Há uma dificuldade de compartilhar valor 50- Há uma
retorno do investimento qualidade da infraestrutura
15- Há uma ampliação em parcerias são organizar os recebimentos redução do
disponível para a formação 98- Pode haver
da necessidade de dos clubes subestimados e pagamentos do clube desempenho
de atletas conflitos de interesse
investimento 90- Há um incremento esportivo do clube
entre os entes da
14- Pode existir nos gastos para os cadeia de valor
20- O investimento 5- Há uma dificuldade de
uma ineficiência clubes manterem-se
na formação de dimensionar a
dos investimentos competitivos
jogadores (base) dos necessidade de recursos 53- Há um desgaste
realizados clubes não é físico adicional dos
econômico-financeiros do 26- Há perda de
59- Não há uma 35- Os critérios para tomada priorizado jogadores
16 clube jogadores no ½
responsabilização de decisão nem sempre são 13- Há uma dificuldade em do campeonato
econômica para os os adequados para o clube
avaliar a relação custo/benefício
tomadores de decisão 52-Há problemas
das atividades e iniciativas 96- Não há uma
na preparação 29- Há uma venda 25- O cal
86- Há uma maior integração entre física dos
necessidade de os entes do precoce de jovens brasileiro
4- Há um planejamento 88- Há uma maior jogadores
ampliação e cadeia de valor jogadores com
inadequado das atividades, necessidade de
qualificação de talentosos
32- As decisões em iniciativas e recursos do clube investimento em
relação ao futebol são capacitação técnica 85- Há uma maior profissionais de 51- O calendário
F
tomadas necessidade de suporte 95- Há uma falta de esportivo
emocionalmente 89- O investimento em infraestrutura para inadequado 4
3- Há uma
capacitação gerencial é
conexão entre os E
desorganização na treinamento e entes cadeia de valor
reduzido preparação física
31- Há decisões com gestão dos clubes 49- Há uma redução do
interesse exclusivamente 30- Há decisões de
dos atletas investimento em tecnologia
E
políticas interesse pessoal para preparação física
2 48- Desorganização
33- Os principais clubes
84- Há uma do futebol Brasileiro C
brasileiros escolhem seus 34- Os clubes 01- Há falta de 02- O futebol não
87- Há uma constante evolução competição acirrada por parte dos órgãos
dirigentes por processo ampliam a exposição profissionalização na é visto como um 16 27
dos seus dirigentes gestão do clube negócio tecnológica e de conhecimento entre os clubes reguladores C
eleitoral

Fonte: Elaborado pelos Autores (2018)


5. Discussão
A ARA apresenta os efeitos que levam a dificuldade de análise do custo e benefício das ações,
fazendo com que os investimentos sejam realizados sem uma avalição adequada. Esta ação,
por sua vez, resulta em uma redução no retorno dos investimentos realizados e como efeito
intermediário uma fragilidade econômico-financeira dos clubes. Os quais resultam no efeito
principal que é a perda econômica para o país, tendo em vista que o futebol participa com
0,8% do Produto Interno Bruto do Brasil (BELO; PAOLOZZI, 2013; BENEVIDES et al.,
2015; PLURI CONSULTORIA, 2011).
A análise da ARA corrobora a visão de Leoncini & Silva (2005), para quem a administração
de clubes e federações de futebol é apontada como a causa maior para que o futebol brasileiro
não consiga aproveitar plenamente seu potencial econômico, principalmente nos chamados
agentes diretos – clubes e federações. Este ponto está expresso nos efeitos indesejados – há
um planejamento inadequado das atividades, iniciativas e recursos do clube (4), os
investimentos são realizados sem uma avaliação adequada (16) – na ARA.
Como expresso na ARA, verifica-se que os clubes estrangeiros possuem maior capacidade de
investimento (45). Para Leoncini & Silva (2005), entre as causas da baixa utilização do
potencial econômico do futebol brasileiro estão justamente os problemas estruturais da nossa
economia e as diferenças de renda per capita entre o Brasil e os principais países que investem
no futebol como atividade econômica (por exemplo, Espanha, Alemanha, Itália e Inglaterra),
corroborando este fator de contexto indicado na ARA como “fato da vida”.
O conflito de interesses relacionado ao ambiente futebolístico identificado na literatura está
representado nos “fatos da vida”, já que muitas decisões no futebol são tomadas
emocionalmente (32). Esta conclusão está alinhada com Leoncini (2001), já que organizações
que atuam na cadeia de futebol que necessitam administrar um trade-off fundamental de
desempenho: desempenho esportivo (vitórias) vs. desempenho financeiro (lucros / equilíbrio).
Dentre estas ineficiências pode-se citar o endividamento, os problemas de gestão e de
planejamento das demandas desta modalidade esportiva, além da baixa eficiência financeira
dos clubes (CARDOSO; CABALLERO, 2013). As discussões apresentadas nesta seção
consideram os segmentos da ARA presentes na Figuras 3 e na ARA apresentada no Apêndice
1. A seção seguinte expõe as conclusões da pesquisa, estando expostas as aprendizagens,
limitações e possibilidades de trabalhos futuros.
XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”
Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.
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5. Conclusão
O artigo teve como objetivo estruturar os efeitos indesejados e as causas básicas que geram
estes efeitos na cadeia de valor do futebol do Brasil, por meio do processo de pensamento da
TOC. Este trabalho utilizou a ferramenta ARA para compreender os problemas desta cadeia,
as causas básicas e efeitos indesejados foram estruturados em relações de causa-efeito-causa,
até que se alcançasse o efeito maior, “perda econômica para o país”. As quais afetam o
desempenho da cadeia de valor do futebol, permitindo uma segmentação do problema e uma
estruturação para ações que visem o aumento de sua competitividade econômica no país.
Em termos de limitação da pesquisa, coloca-se que os entrevistados representam quatro
segmentos econômicos dos apresentados na cadeia de valor do futebol em (SERRANO et al.,
2015, 2016). Desse modo os resultados destas entrevistas foram extrapolados para a cadeia de
valor como um todo, conclusões definitivas não podem ser geradas (OLSON et al., 2016).
Para tanto, sugere-se uma ampliação desta pesquisa, com um mapeamento de entrevistados,
garantindo cobertura de todos os segmentos econômicos, e posterior enriquecimento da
análise realizada. Em termos de pesquisas futuras, propõe-se um diagnóstico da cadeia de
valor do futebol do Brasil, através de um modelo de dinâmica de sistemas. O método simula
sistemas complexos, permitindo aprendizagem e entendimento dos relacionamentos ali
presentes (FREEMAN; YEARWORTH; PREIST, 2016; STERMAN, 2002).

Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) pelo suporte financeiro ao desenvolvimento do presente trabalho.

A autora SERRANO, Rosiane agradece ao IFRS- Campus Erechim (Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul) suporte financeiro ao
desenvolvimento do presente trabalho.

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14
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