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Empresarial em Moçambique
Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique
Decreto nº _______/2009
de____ de 2009
Tornando-se necessário aprovar um Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique, visando
a adopção dum Plano Geral de Contabilidade baseado nas Normas Internacionais de Relato Financeiro, aplicável às
grandes e médias empresas, e a introdução de alguns ajustamentos no Plano Geral de Contabilidade em vigor,
aprovado pelo Decreto nº. 36/2006, de 25 de Junho, para as restantes empresas, no uso da competência
atribuída pela alínea f), nº 1 do artigo 204 da Constituição da República, o Conselho de Ministros decreta:
Artigo 1
(Aprovação e Objecto)
2. O presente Decreto tem por objecto estabelecer o Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em
Moçambique que integra:
a) O Plano Geral de Contabilidade para Empresas de Grande e Média Dimensão, abreviadamente designado
PGC-NIRF, constante do Título I do SCE;
b) O Plano Geral de Contabilidade para as pequenas e demais empresas, abreviadamente designado por
PGC- PE, constante do Título II do SCE.
3. Para efeitos do presente Decreto entende-se por PGC-NIRF o Plano Geral de Contabilidade, baseado nas
Normas Internacionais de Relato Financeiro para as empresas de grande e média dimensão e por PGC-PE o
Plano Geral de Contabilidade para as para as pequenas e demais empresas.
Artigo 2
(Âmbito de aplicação)
1. O PGC-NIRF aplica-se a todas as empresas de grande e média dimensão que cumpram as definições
constantes dos n.ºs 2 e 3 seguintes.
(b) As sociedades cujos títulos estejam cotados na Bolsa de Valores de Moçambique ou aquelas cujos títulos
estejam cotados em qualquer outra Bolsa de Valores, desde que estas tenham a sua sede em
Moçambique;
(c) Sociedades comerciais, que revistam qualquer dos tipos previstos no Código Comercial, que ultrapassem,
com base nas suas demonstrações financeiras anuais individuais, um dos seguintes limites:
(b) As sociedades comerciais de qualquer um dos tipos previstos no Código Comercial que se enquadrem,
com base nas suas demonstrações financeiras anuais individuais, num dos seguintes limites:
(i) Total de proveitos e ganhos igual ou superior a 500 milhões de Meticais mas inferior a 1.275
milhões de Meticais;
(ii) Total do activo líquido igual ou superior à 500 milhões de Meticais mas inferior a 1.275 milhões
de Meticais; ou
(iii) Número médio anual igual ou superior 250 mas inferior a 500 trabalhadores.
4. O PGC-PE é de aplicação obrigatória para todas as empresas que se encontram abrangidas pelo âmbito de
aplicação do Plano Geral de Contabilidade, aprovado pelo Decreto n.º 36/2006 de 25 de Julho, e que não se
enquadrem em qualquer das situações previstas nos números anteriores.
5. Nos casos previstos na alínea c) do n.º 2 e na alínea b) do n.º 3, deste artigo, a aplicação do PGC-NIRF torna-
se obrigatória relativamente ao período contabilístico seguinte àquele em que se verificou ter sido
ultrapassado qualquer um dos limites aí mencionados.
6. A partir do primeiro período contabilístico em que se ultrapassa um dos limites mencionados na alínea c) do
n.º 2 e na alínea b) do n.º 3, deste artigo, a aplicação do PGC-NIRF é obrigatória para um período consecutivo
de 3 anos, independentemente de ter deixado de se ultrapassar os referidos limites.
7. Sempre que uma empresa que venha aplicando o PGC-NIRF deixar de ultrapassar os limites estabelecidos na
alínea c) do n.º 2 e na alínea b) do n.º 3, deste artigo, só poderá aplicar o PGC-PE se, durante 3 anos
consecutivos, não observar qualquer desses limites.
8. Qualquer empresa que pretenda aplicar o PGC-NIRF, mesmo não se enquadrando na obrigatoriedade prevista
no n.º 1 deste artigo, pode fazê-lo, durante um período mínimo de 3 anos consecutivos, bastando comunicar
tal facto, por escrito, à Direcção de Área Fiscal competente.
Artigo 3
(Exclusão)
2. Sempre que uma instituição ou empresa a que alude o número anterior integre nas suas contas consolidadas
investimentos em outras entidades não sujeitas aos Planos de Contas para as actividades bancária e
seguradora, estas entidades devem aplicar o SCE.
Artigo 4
(Normalização Contabilística)
Artigo 5
(Referência ao PGC)
As referências ao Plano Geral de Contabilidade (PGC), aprovado pelo Decreto n.º 36/2006, de 25 de Julho,
incluídas em diplomas legais, regulamentos e outros documentos oficias, devem passar a ser entendidas, sempre
que aplicável e com as necessárias adaptações, como referências extensivas ao Sistema de Contabilidade para o
Sector Empresarial em Moçambique.
Artigo 6
(Entrada em vigor)
(a) Para as empresas de grande dimensão, tal como definidas no n.º 2 do artigo 2 deste Decreto, no exercício
económico que se inicia em 1 de Janeiro de 2010;
(b) Para as empresas de média dimensão, tal como definidas no n.º 3 do Artigo 2 deste Decreto, no exercício
económico que se inicia em 1 de Janeiro de 2011.
2. O PGC-PE, constante do Título II, do Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique,
anexo ao presente Decreto, entra em vigor no exercício económico que se inicia em 1 de Janeiro de 2011.
3. Nos casos em que o ano económico de uma empresa não é coincidente com o ano civil, a entrada em vigor
referida nos números 1 e 2 anteriores verifica-se a partir do primeiro dia do mês em que iniciar o respectivo
ano económico.
Artigo 7
(Disposição transitória)
O Decreto n.º 36/2006, de 25 de Julho, mantém-se em vigor até ao início de aplicação de qualquer um dos
Planos Gerais de Contabilidade referidos no artigo precedente e nos termos nele previstos após o que deve ser
considerado revogado.
Publique-se
A Primeira Ministra,
ÍNDICE
TÍTULO I
TÍTULO I
1. O novo Plano Geral de Contabilidade com base nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (doravante
abreviadamente designado por PGC - NIRF), é um conjunto completo de princípios, regras e procedimentos
que passam a constituir o normativo contabilístico aplicável em Moçambique às entidades que o Governo
determine através de diploma legislativo.
2. Conforme o nome indica, o PGC - NIRF é um normativo baseado nas Normas Internacionais de Contabilidade
(NIC) e nas Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF) emitidas pelo IASB (International Accounting
Standards Board). As NIC’s e NIRF’s, bem como o quadro conceptual subjacente e todas as interpretações, são
geralmente sujeitas a alterações ao longo do tempo fruto das constantes alterações nas condições
económicas e no aparecimento de novos negócios, circunstâncias que suscitam processos de revisão de
Normas já existentes ou de preparação de novas Normas. Para efeitos do PGC - NIRF o quadro conceptual e as
Normas internacionais que serviram de base à sua preparação são os que se encontravam em vigor até
Outubro de 2008.
3. Os textos das Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro (NCRF) que constam deste novo Plano foram
preparados para proporcionar aos seus utilizadores a mesma interpretação que é dada pelas NIC’s e NIRF’s
emitidas pelo IASB que lhes servem de base. Contudo, as NCRF’s não são uma tradução oficial nem integral
das NIC’s e NIRF’s emitidas pelo IASB e, consequentemente, a consulta e utilização das NCRF’s não
dispensam, quando apropriado, que complementarmente se faça a leitura das normas internacionais que lhe
serviram de base, bem como as eventuais alterações que entretanto possam ter sido efectuadas naquelas
Normas Internacionais.
4. Sistematicamente, o PGC - NIRF está dividido em três grupos distintos de matérias: um primeiro grupo, mais
conceptual, que compreende os Capítulos 1.2 a 1.4; um outro grupo, de natureza mais prática, que
compreende os Capítulos 1.5 e 1.6; e um terceiro grupo, de carácter mais informativo, que compreende os
Capítulos 1.7 e 1.8.
5. O Capítulo 1.2 é dedicado ao Quadro Conceptual e é uma das peças mais importantes deste novo normativo.
De facto, toda a estrutura das NCRF’s desenvolvidas no Capítulo 1.4 está baseada nos conceitos previstos
neste capítulo que, nesta matéria, está muito próximo da Estrutura Conceptual definida pelo IASB. O Capítulo
1.3 é dedicado a estabelecer as regras de transição para as entidades que apliquem pela primeira vez o PGC -
NIRF sendo também de fundamental importância dado que tem implicações em mais que um exercício
económico. O Capítulo 1.4 compreende o conjunto de NCRF’s que serão aplicadas no reconhecimento,
mensuração, apresentação e divulgação das futuras transacções e acontecimentos.
6. O Capítulo 1.5 inclui dois quadros de contas (um sintético e outro detalhado) de aplicação obrigatória mas
com suficiente margem para permitir às diversas entidades a sua adaptação face aos seus negócios. O
Capítulo 1.6 compreende os modelos obrigatórios de demonstrações financeiras a preparar de acordo com o
reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação exigidos nas NCRF’s.
7. O Capítulo 1.7 compreende um glossário de termos e expressões usadas nas NCRF’s para tornarem a sua
interpretação uniforme e sem dúvidas para os utilizadores. Por último, o Capítulo 1.8 é um quadro de
equivalências entre as NCRF’s e as correspondentes NIC’s e NIRF’s para efeitos de consulta do original quando
aplicável.