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Centro de Formação Profissional “Fidélis Reis”

PRINCÍPIOS DE
ELETRICIDADE
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Luis Fabiano Saturnino

Unidade Operacional

Centro de Formação Profissional “Fidélis Reis”


Sumário

APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 7

1. ENERGIA E SUAS FORMAS ............................................................................. 9

1.1 ENERGIA E TRABALHO....................................................................................... 9


1.2 FORMAS DE ENERGIA ........................................................................................ 9
1.3 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ............................................................................ 10
1.4 UNIDADES DE MEDIDA DE ENERGIA................................................................... 10

2. MATÉRIA .......................................................................................................... 12

2.1 COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA .............................................................................. 12


2.2 MOLÉCULA .................................................................................................... 12
2.3 ÁTOMO.......................................................................................................... 13
2.3.1 Constituição do átomo .......................................................................... 13

2.4 ÍONS ............................................................................................................. 14


2.5 EXERCÍCIOS................................................................................................... 15

3. PRINCÍPIOS DE ELETROSTÁTICA E ELETRODINÂMICA............................. 17

3.1 TIPOS DE ELETRICIDADE ................................................................................. 17


3.2 ELETROSTÁTICA ............................................................................................. 17
3.3 DESCARGAS ELÉTRICAS .................................................................................. 19
3.5 EXERCÍCIOS................................................................................................... 20
3.6 RELAÇÃO ENTRE DESEQUILÍBRIO E POTENCIAL ELÉTRICO ................................... 20
3.7 DIFERENÇA DE POTENCIAL .............................................................................. 21
3.7.1 Unidade de medida de tensão elétrica.................................................. 22

3.8 ELETRODINÂMICA ........................................................................................... 23


3.8.1 Fontes geradoras de energia elétrica ................................................... 23

3.10 CORRENTE ELÉTRICA ................................................................................... 28


3.10.1 Unidade de medida de corrente.......................................................... 28
3.10.2 Sentido da corrente............................................................................. 28

3.11 EXERCÍCIOS................................................................................................. 29
4. RESISTÊNCIA ELÉTRICA................................................................................ 30

4.1 EXERCÍCIOS................................................................................................... 30
4.2 RESISTORES E CÓDIGOS DE CORES ................................................................ 30
4.2 EXERCÍCIOS................................................................................................... 35

5. CIRCUITOS ELÉTRICOS ................................................................................. 37

5.1 CIRCUITOS ELÉTRICOS.................................................................................... 37


5.2 COMPONENTES DO CIRCUITO ELÉTRICO ........................................................... 37
5.3 EXERCÍCIOS................................................................................................... 38

6. TIPOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS ............................................................... 39

6.1 TIPOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS ...................................................................... 39


6.1.1 Circuito série......................................................................................... 39
6.1.2 Circuito paralelo .................................................................................... 40
6.1.3 Circuito misto ........................................................................................ 40
7. ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES .................................................................... 41

7.1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES.......................................................................... 41


7.2 TIPOS DE ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES............................................................ 41
7.2.1 Associação em série............................................................................. 42
7.2.2 Associação em paralelo........................................................................ 42
7.2.3 Associação mista .................................................................................. 42

7.3 EXERCÍCIOS................................................................................................... 43
7.4 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE ............................... 43
7.4.1 Convenção............................................................................................ 43

7.5 EXERCÍCIOS................................................................................................... 44
7.6 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO EM PARALELO ........................ 45
7.6.1 Convenção............................................................................................ 45
7.6.2 Convenção............................................................................................ 47

7.7 EXERCÍCIOS................................................................................................... 47
7.8 RESISTÊNCIA EQUIVALENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO MISTA .................................... 48
7.9 EXERCÍCIOS................................................................................................... 52

8. LEI DE OHM ..................................................................................................... 55

8.1 LEI DE OHM ................................................................................................... 55


8.2 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA LEI DE OHM ................................................ 55
8.3 APLICAÇÃO DA LEI DE OHM ............................................................................. 57
8.4 EXERCÍCIOS................................................................................................... 59

9. RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ..................................................................... 62

9.1 FATORES QUE INFLUENCIAM OS VALORES DE RESISTÊNCIA ................................ 62


9.1.1 Natureza do material............................................................................. 62
9.1.2 Comprimento do material...................................................................... 63
9.1.3 Seção transversal do material .............................................................. 63
9.1.4 Temperatura do material....................................................................... 64
9.1.5 Resistividade do material...................................................................... 64

9.2 RESISTÊNCIA ESPECÍFICA ............................................................................... 65


9.3 EXERCÍCIOS................................................................................................... 66

10. POTÊNCIA ELÉTRICA EM CC....................................................................... 68

10.1 A POTÊNCIA ELÉTRICA EM CC ....................................................................... 68


10.2 TRABALHO ELÉTRICO .................................................................................... 68
10.3 POTÊNCIA ELÉTRICA ..................................................................................... 70
10.3.1 Unidade de medida da potência elétrica............................................. 70

10.4 EXERCÍCIOS................................................................................................. 71
10.5 POTÊNCIA DE UM CONSUMIDOR EM CC .......................................................... 71
10.6 EXERCÍCIOS................................................................................................. 73
10.7 POTÊNCIA NOMINAL ...................................................................................... 74
10.8 LIMITE DE DISSIPAÇÃO DE POTÊNCIA .............................................................. 75
10.9 EXERCÍCIOS................................................................................................. 76

11. LEIS DE KIRCHHOFF .................................................................................... 78

11.1 PRIMEIRA LEI DE KIRCHHOFT ........................................................................ 78


11.1.1 Características do circuito em paralelo ............................................... 78

11.2 EXERCÍCIOS................................................................................................. 82
11.3 SEGUNDA LEI DE KIRCHHOFF ........................................................................ 85
11.3.1 Características do circuito em série .................................................... 85

11.4 EXERCÍCIOS................................................................................................. 89
11.5 APLICAÇÕES DAS LEIS DE KIRCHHOFF E DE OHM EM CIRCUITOS MISTOS ........... 92
11.5.1 Determinação da resistência equivalente ........................................... 92
11.5.2 Determinação da corrente total........................................................... 93
11.5.3 Determinação das tensões e correntes individuais............................. 93
11.6 EXERCÍCIOS................................................................................................. 98

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 102


Princípios de Eletricidade
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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: “formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet - é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos , nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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1. Energia e suas Formas

Freqüentemente, usamos a palavra energia. Às vezes, ouvimos dizer que


determinado alimento e rico em energia. Outras vezes, que recebemos energia do
sol ou, então, que o custo da energia elétrica aumentou. Fala-se também em
energia térmica, química, nuclear... Assim, a energia esta presente em quase
todas as atividades do homem moderno.
Quando terminar o curso que esta se iniciando agora, você será um
eletricista de manutenção. Por isso, é primordial conhecer todos os segredos da
energia elétrica.
Neste primeiro capitulo, portanto, iniciaremos esse estudo pelas formas de
energia que se conhece, sua conservação e suas unidades de medida.

1.1 Energia e trabalho

A energia esta sempre associada a um trabalho. Por isso, dizemos que


energia e a capacidade que um corpo possui de realizar um trabalho. Como
exemplo de energia, pode-se citar uma mala, comprimida ou estendida, ou a
água, represada ou corrente.
Assim como existem vários modos de realizar um trabalho, também
existem várias formas de energia. Em nosso curso, falaremos mais sobre a
energia elétrica e seus efeitos, porem devemos ter conhecimentos sabre outras
formas de energia.

1.2 Formas de energia

Dentre as muitas formas de energia que existem, podemos citar:


• energia potencial;
• energia cinética;

• energia mecânica;
• energia térmica;
• energia química;

• energia elétrica.

A energia é potencial quando se encontra armazenada em um determinado


corpo em virtude de sua posição. Como exemplo de energia potencial, que e uma
forma de energia mecânica, pode-se citar um veiculo no topo de uma ladeira e a
água de uma represa.
A energia cinética e a energia que um corpo possui em virtude de seu
movimento. Como exemplos de energia cinética e possível citar um esqueitista
em velocidade subindo uma rampa ou a abertura das comportas de uma represa
que faz girar as turbinas dos geradores das hidroelétricas.
A energia mecânica e a soma da energia potencial e da energia cinética
presentes em um determinado corpo. Ela se manifesta pela produção de trabalho
mecânico. Como exemplo de energia mecânica, podemos citar um operário
empurrando um carrinho ou um torno em movimento.
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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A energia térmica se manifesta através da variação da temperatura nos


corpos. A maquina a vapor, que usa o calor para aquecer a água transformando-a
em vapor que acionara os pistões, pode ser citada como exemplo de energia
térmica.
A energia química manifesta-se quando certos corpos são postos em
contato, proporcionando reações químicas. O exemplo mais comum de energia
química e a pilha elétrica.
A energia elétrica manifesta-se par seus efeitos magnéticos, térmicos,
luminosos, químicos e fisiológicos. Como exemplo desses efeitos, podemos citar
a rotação de um motor (efeito magnético), o aquecimento de uma resistência para
esquentar a água do chuveiro (efeito térmico), a luz de uma lâmpada (efeito
luminoso), a eletrolise da água (efeito químico), a contração muscular de um
organismo viva ao levar um choque (efeito fisiológico).

1.3 Conservação de energia

A energia não pode ser criada nem destruída. Ela nunca desaparece,
apenas se transforma, ou seja, passa de uma forma de energia para outra.
Ha vários tipos de transformação de energia e vamos citar os mais
comuns:

•transformação de energia química em energia elétrica par meio da utilização de


baterias (ou acumuladores) que, através de uma reação química, geram ou
armazenam energia elétrica;

• transformação de energia mecânica em energia elétrica, quando a água de uma

represa flui através das comportas e aciona as turbinas dos geradores da


hidroelétrica;

• transformação de energia elétrica em mecânica acontece nos motores elétricos


que recebem a energia elétrica em seu enrolamento e transformam-na em
energia mecânica pela rotação de seu eixo.

1.4 Unidades de medida de energia

Para melhor conhecermos as grandezas físicas, e necessário medi-las. Ha


grandezas cuja medição e muito simples. Por exemplo, para se medir o
comprimento, basta apenas uma régua ou uma trena. Outras grandezas, porem,
exigem instrumentos complexos para sua medição.
As unidades de medida das grandezas físicas são agrupadas em sistemas
de unidades onde as medidas foram reunidas e padronizadas no Sistema
Internacional de Unidades, abreviado para a sigla Sl.
A unidade de medida de energia e chamada joule e corresponde ao
trabalho realizado por uma forma constante de um newton (unidade de medida de
força) que desloca seu ponto de aplicação de um metro na sua direção. Seu
símbolo e o J.

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Princípios de Eletricidade
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As grandezas formadas com prefixos Sl tem múltiplos e submúltiplos. Os


principais são apresentados na tabela a seguir, e você deve se familiarizar com
eles.

Prefixo SI Símbolo Fator multiplicador


Giga G 109 = 1000 000 000
Mega M 106 = 1000 000
Quilo k 103 = 1000
Mili m 10-3 = 0,001
Micro µ 10-6 = 0,000 001
Nano n 10-9 = 0,000 000 001
Pico p 10-12 = 0,000 000 000 001

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Princípios de Eletricidade
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2. Matéria

O estudo da matéria e sua composição é fundamental para a compreensão


da teoria eletroeletrônica. Por isso, neste capítulo estudaremos o arranjo físico
das partículas que compõem o átomo e a maneira como essas partículas se
comportam. Isso facilitará muito o estudo dos fenômenos que produzem a
eletricidade.

2.1 Composição da matéria

A matéria apresenta-se em porções limitadas recebendo o nome de


corpos. Os corpos podem ser simples ou compostos.
Corpos simples são aqueles formados por um único átomo. São também
chamados de elementos. São exemplos de elementos o ouro, o cobre, o
hidrogênio.
Corpos compostos são aqueles formados por uma combinação de dois ou
mais elementos. São exemplos de corpos compostos o cloreto de sódio (ou sal de
cozinha), que é formado pela combinação de cloro e sódio, e a água, formada
pela combinação de oxigênio e hidrogênio.
A matéria e, conseqüentemente, os corpos compõem-se de moléculas e
átomos.

2.2 Molécula

Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma substância de


modo que ela mantenha as mesmas características da substância que a originou.
Tornemos como exemplo uma gota de água: se ela for dividida
continuamente, se tornará cada vez menor, até chegarmos à menor partícula que
conserva as características da água, ou seja, a molécula de água.
Veja, na figura 2.1, a representação de uma molécula de água.

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Princípios de Eletricidade
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2.3 Átomo

Os animais, as plantas, as rochas, as águas dos rios, lagos e oceanos e


tudo o que nos cerca é composto de átomos.
O átomo é a menor partícula em que se pode dividir um elemento e que,
ainda assim, conserva as propriedades físicas e químicas desse elemento.
O átomo é formado de numerosas partículas. Todavia, estudaremos
somente aquelas que mais interessam à teoria eletroeletrônica.

2.3.1 Constituição do átomo

O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte
periférica formada pelos elétrons.
O núcleo é constituído por dois tipos de partículas: os prótons, com carga
positiva, e os nêutrons, que são eletricamente neutros.
Veja a representação esquemática de um átomo na figura 2.2.

Os prótons, juntamente com os nêutrons, são os responsáveis pela parte


mais pesada do átomo.
Os elétrons possuem carga negativa. Pode-se classificá-los quanto às
órbitas em que se encontram. Assim, os elétrons das órbitas internas são
chamados elétrons presos, pois são dificilmente removíveis.
Os elétrons das órbitas externas são chamados elétrons livres, pois têm
uma certa facilidade de se desprenderem de seus átomos.
Os átomos podem ter uma ou várias órbitas, dependendo do seu número
de elétrons. Cada órbita contém um número específico de elétrons. Veja a figura
2.3.

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Princípios de Eletricidade
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A teoria eletrônica estuda o átomo só no aspecto da sua eletrosfera, ou


seja, sua região periférica ou orbital.

2.4 Íons

No seu estado natural, o átomo possui o número de prótons igual ao


número de elétrons. Nessa condição, dizemos que o átomo está em equilíbrio ou
eletricamente neutro.
O átomo está em desequilíbrio quando tem o número de elétrons maior ou
menor que o número de prótons. Esse desequilíbrio é causado sempre por forças
externas que podem ser magnéticas, térmicas ou químicas.
O átomo em desequilíbrio é chamado de íon, que pode ser negativo ou
positivo.
Os íons negativos são os ânions e os íons positivos são os cátions.
Íons negativos, ou seja, ânions, são átomos que receberam elétrons.(Fig.
2.4)

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Princípios de Eletricidade
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Íons positivos, ou seja, cátions, são átomos que perderam elétrons. (Fig.
2.5)

2.5 Exercícios

01 – Quais as partículas subatômicas que constituem o átomo?

02 – Complete a tabela indicando as cargas elétricas e as massas das partículas


subatômicas.

Partículas Subatômicas Carga Elétrica Massa


próton u.m.a
elétron u.m.a
nêutron u.m.a

03 – Relacione a segunda coluna com a primeira.

a) Região central do átomo, formado pelo ( ) camada de valência


agrupamento dos prótons e dos nêutrons.

b) Região do espaço onde os elétrons se ( ) camadas ou níveis


movimentam. energéticos

c) Os elétrons que orbitam ao redor do núcleo ( ) núcleo


do átomo estão distribuídos em:

d) Camada externa da eletrosfera onde se ( ) eletrosfera


realizam as reações químicas e elétricas.

04 – Qual a condição necessária para que um átomo esteja em equilíbrio elétrico?


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Princípios de Eletricidade
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05 – Como se denomina um átomo que perdeu elétrons na sua camada de


valência?

06 – Como se denomina um átomo que recebeu elétrons na camada de valência?

07 – O que se pode afirmar a respeito do número de elétrons e prótons de um íon


positivo?

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3. Princípios de eletrostática e eletrodinâmica

Neste capítulo, você vai começar a estudar uma série de conceitos de


fundamental importância para os profissionais ligados ao campo da eletrônica.
Você vai aprender o que é eletricidade estática e o que é eletricidade
dinâmica; o que é tensão, e o que é corrente e suas unidades de medida.
Como você já deve ter percebido, tudo o que for estudado daqui para
frente, parecerá mais fácil ou mais difícil dependendo do quanto você se dedicar
ao estudo dos conteúdos que vamos apresentar agora.
Portanto, dedique-se bastante e não deixe nenhuma dúvida para ser
esclarecida depois.
Para estudar este capítulo com mais facilidade, você deve ter bons
conhecimentos anteriores sobre o átomo e suas partículas.

3.1 Tipos de eletricidade

A eletricidade é uma forma de energia que faz parte da constituição da


matéria. Existe, portanto, em todos os corpos.
O estudo da eletricidade é organizado em dois campos: a eletrostática e a
eletrodinâmica.

3.2 Eletrostática

Eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a eletricidade estática.


Dá-se o nome de eletricidade estática à eletricidade produzida por cargas
elétricas em repouso em um corpo.
Na eletricidade estática, estudamos as propriedades e a ação mútua das
cargas elétricas em repouso nos corpos eletrizados.
Um corpo se eletriza negativamente quando ganha elétrons e
positivamente quando perde elétrons.
Entre corpos eletrizados, ocorre o efeito da atração quando as cargas
elétricas têm sinais contrários. O efeito da repulsão acontece quando as cargas
elétricas dos corpos eletrizados têm sinais iguais. (Fig. 3.1)

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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No estado natural, qualquer porção de matéria é eletricamente neutra. Isso


significa que, se nenhum agente externo atuar sobre uma determinada porção da
matéria, o número total de prótons e elétrons dos seus átomos será igual.
Essa condição de equilíbrio elétrico natural da matéria pode ser desfeita,
de forma que um corpo deixe de ser neutro e fique carregado eletricamente.
O processo pelo qual se faz com que um corpo eletricamente neutro fique
carregado é chamado eletrização.
A maneira mais comum de se provocar eletrização é por meio de atrito.
Quando se usa um pente, por exemplo, o atrito entre este e o cabelo provoca uma
eletrização positiva no pente, isto é, o pente perde elétrons. (Fig. 3.2)

Ao aproximarmos o pente eletrizado positivamente de pequenos pedaços


de papel, estes são atraídos momentaneamente pelo pente, comprovando a
existência da eletrização. (Fig. 3.3)

A eletrização pode ainda ser obtida por outros processos como, por
exemplo, por contato ou por indução. Em qualquer processo, contudo, obtêm-se
corpos carregados eletricamente.

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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3.3 Descargas elétricas

Sempre que dois corpos com cargas elétricas contrárias são colocados
próximos um do outro, em condições favoráveis, o excesso de elétrons de um
deles é atraído na direção daquele que está com falta de elétrons, sob a forma de
uma descarga elétrica. Essa descarga pode se dar por contato ou por arco.
Um bom exemplo de descarga elétrica por contato é o uso das correntes
ligadas às carrocerias dos caminhões que transportam líquidos inflamáveis. O
atrito da carga contra as paredes do tanque causa um acúmulo de carga que
pode resultar numa faísca. Assim, a função das correntes que tocam o chão é
permitir a descarga da eletricidade estática acumulada. (Fig. 3.4)

Quando dois materiais possuem grande diferença de cargas elétricas, uma


grande quantidade de carga elétrica negativa pode passar de um material para
outro pelo ar. Essa é a descarga elétrica por arco. O raio, em uma tempestade, é
um bom exemplo de descarga por arco. (Fig. 3.5)

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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3.5 Exercícios

01 – O que é eletrização?

02 – Em que parte dos átomos o processo de eletrização atua?

03 – Relacione a segunda coluna com a primeira:

a) Eletrização ( ) processo que retira elétrons de um


material neutro.

b) Eletrização positiva ( ) processo através do qual um corpo


neutro fica eletricamente carregado.

c) Eletrização negativa ( ) processo que acrescente elétrons a um


material neutro.

04 – Como se denomina a eletricidade de um corpo obtida por eletrização?

05 – Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmativas:

( ) Dois corpos eletrizados negativamente quando aproximados um do outro se


repelem.

( ) Dois corpos eletrizados, um positivamente e outro negativamente, quando


aproximados um do outro se atraem.

( ) Dois corpos eletrizados positivamente, quando aproximados um do outro se


atraem.

06 – Que tipos de potencial elétrico um corpo eletrizado pode apresentar?

07 – Que tipo de potencial elétrico tem um corpo que apresente excesso de


elétrons?

3.6 Relação entre desequilíbrio e potencial elétrico

Por meio dos processos de eletrização, é possível fazer com que os corpos
fiquem intensamente ou fracamente eletrizados. Um pente fortemente atritado fica
intensamente eletrizado. Se ele for fracamente atritado, sua eletrização será
fraca. (Fig. 3.6)

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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O pente intensamente atritado tem maior capacidade de realizar trabalho,


porque é capaz de atrair maior quantidade de partículas de papel. (Fig. 3.7)

Como a maior capacidade de realizar trabalho significa maior potencial,


conclui-se que o pente intensamente eletrizado tem maior potencial elétrico. (Fig.
3.8)

O potencial elétrico de um corpo depende diretamente do desequilíbrio


elétrico existente nesse corpo. Assim, um corpo que tenha um desequilíbrio
elétrico duas vezes maior que outro tem um potencial elétrico duas vezes maior.

3.7 Diferença de potencial

Quando se compara o trabalho realizado por dois corpos eletrizados,


automaticamente está se comparando os seus potenciais elétricos. A diferença
entre os trabalhos expressa diretamente a diferença de potencial elétrico entre
esses dois corpos.
A diferença de potencial (abreviada para ddp) existe entre corpos
eletrizados com cargas diferentes ou com o mesmo tipo de carga. (Fig. 3.9)

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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A diferença de potencial, também denominada de tensão elétrica, é


importantíssima nos estudos lacionados à eletricidade e à eletrônica.

Observação
No campo da eletrônica e da eletricidade, utiliza-se exclusivamente a
palavra tensão para indicar a ddp ou tensão elétrica.

3.7.1 Unidade de medida de tensão elétrica

A tensão (ou ddp) entre dois pontos pode ser medida por meio de
instrumentos. A unidade de medida de tensão é o volt, representado pelo símbolo
V.
Como qualquer outra unidade de medida, a unidade de medida de tensão
(volt) também tem múltiplos e submúltiplos adequados a cada situação. Veja a
tabela a seguir:

Denominação Símbolo Valor com relação ao volt


Múltiplos megavolt MV 106 V ou 1000000V
quilovolt kV 103 V ou 1000V
Unidade volt V -
-3
Submúltiplos milivolt mV 10 V ou 0,001V
microvolt µV 10-6 V ou 0,000001V

No campo da eletricidade, usam-se normalmente o volt e o quilovolt. Na


área da eletrônica usa-se normalmente o volt, o milivolt e o microvolt.

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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3.8 Eletrodinâmica

Como já vimos, a eletrostática é a parte da eletricidade que estuda a


eletricidade estática. Ela refere-se às cargas armazenadas em um corpo, ou seja,
sua energia potencial.
Por outro lado, a eletrodinâmica estuda a eletricidade dinâmica, que se
refere ao movimento dos elétrons livres de um átomo para outro.
Para haver movimento dos elétrons livres em um corpo, é necessário
aplicar nesse corpo uma tensão elétrica. Essa tensão resulta na formação de um
pólo com excesso de elétrons denominado pólo negativo, e de outro com falta de
elétrons, denominado pólo positivo. Essa tensão é fornecida por uma fonte
geradora de eletricidade.

3.8.1 Fontes geradoras de energia elétrica

A existência da tensão é condição fundamental para o funcionamento de


todos os aparelhos elétricos. As fontes geradoras são os meios pelos quais se
pode fornecer a tensão necessária ao funcionamento desses consumidores.

Essas fontes geram energia elétrica de vários modos:


• por ação térmica;
• por ação da luz;
• por ação mecânica;
• por ação química;
• por ação magnética.

Geração de energia elétrica por ação térmica - Pode-se obter energia elétrica
por meio do aquecimento direto da junção de dois metais diferentes.

Por exemplo, se um fio de cobre e outro de constantan (liga de cobre e


níquel) forem unidos por uma de suas extremidades, e se esses fios forem
aquecidos nessa junção, aparecerá uma tensão elétrica nas outras extremidades.
Isso acontece porque o aumento da temperatura acelera a movimentação dos
elétrons livres e faz com que eles passem de um material para outro, causando
uma diferença de potencial.
À medida que aumentamos a temperatura na junção, aumenta também o
valor da tensão elétrica na outra extremidade.
Esse tipo de geração de energia elétrica por ação térmica é utilizado num
dispositivo chamado par termoelétrico, que é usado como elemento sensor nos
pirômetros, aparelhos usados para medir temperatura de fornos industriais. (Fig.
3.10).

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Geração de energia elétrica por ação da luz - Para se gerar energia elétrica por
ação da luz, utiliza-se o efeito fotoelétrico. Esse efeito ocorre quando irradiações
luminosas atingem um fotoelemento. Isso faz com que os elétrons livres da
camada semicondutora se desloquem até seu anel metálico. (Fig. 3.11)

Dessa forma, o anel se torna negativo e a placa-base, positiva. Enquanto


dura a incidência da luz, uma tensão aparece entre as placas.
O uso mais comum desse tipo de célula fotoelétrica é no armazenamento
de energia elétrica em acumuladores e baterias solares.

Geração de energia elétrica por ação mecânica - Alguns cristais, como o


quartzo, a turmalina e os sais de Rochelle, quando submetidos a ações
mecânicas como compressão e torção, desenvolvem uma diferença de potencial.

Se um cristal de um desses materiais for colocado entre duas placas


metálicas, nas quais se aplica uma determinada pressão, verificamos que, à
medida que a pressão varia obteremos uma ddp produzida por essa variação. O
valor da diferença de potencial dependerá da pressão exercida sobre o conjunto.
(Fig. 3.12).

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Os cristais como fonte de energia elétrica são largamente usados em


equipamentos de pequena potência como toca-discos, por exemplo. Outros
exemplos são os isqueiros chamados de “eletrônicos” e os acendedores do tipo
Magiclick.

Geração de energia elétrica por ação química - Outro modo de se obter


eletricidade é por meio da ação química.

Isso acontece da seguinte forma; dois metais diferentes, como cobre e


zinco, são colocados dentro de uma solução química (ou eletrólito) composta de
sal (H2O + NaCI) ou ácido sulfúrico (H2O + H2SO4), constituindo-se de uma célula
primária.
A reação química entre o eletrólito e os metais vai retirando os elétrons do
zinco. Estes passam pelo eletrólito e vão se depositando no cobre. Dessa forma,
obtém-se uma diferença de potencial (ou tensão) entre os bornes ligados no zinco
(negativo) e no cobre (positivo). Veja a figura 3.13.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

A pilha de lanterna funciona segundo o princípio da célula primária que


acabamos de descrever. Ela é constituída basicamente por dois tipos de materiais
em contato com um preparado químico. Veja a figura 3.14.

Geração de energia elétrica por ação magnética - O método mais comum de


produção de energia elétrica em larga escala é por ação magnética.

A eletricidade gerada por ação magnética é produzida quando um condutor


em forma de espiral é movimentado dentro de um campo magnético. Isso cria
uma ddp que aumenta ou diminui com o crescimento ou a diminuição da
velocidade do condutor ou da intensidade do campo magnético. Veja a Fig. 3.15.

Os alternadores ou dínamos são exemplos de fontes geradoras que


produzem energia elétrica, segundo o princípio que acaba de ser descrito.
____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

3.9 Exercícios
0l – Que relação existe entre a intensidade de eletrização de um corpo e seu
potencial elétrico?

02 – Pode existir ddp entre dois corpos eletrizados negativamente? Justifique a


sua resposta.

03 – Assinale as situações em que existe diferença de potencial (ddp).

a) c) e)

b) d) f)

04 – Qual é a unidade de medida de tensão elétrica?

05 - Complete a tabela de múltiplos e submúltiplos da unidade de medida da


tensão elétrica.

unidade

06 – Faça as conversões:

a) 0,7V= ______________ mV e) 150µV= _______________ V

b) 1,4V = _____________ mV f) 6200µV = ______________ mV

c) 150mV= ____________ V g) 1,65V= ________________ mV

d) 10mV= _____________ V h) 0,5mV= _______________ µV

07 – O que são fontes geradoras? Cite dois exemplos.

08 – Quantos e quais são os pólos de uma pilha?

09 – O que se pode afirmar sobre a polaridade de uma fonte de CC?

10 - As pilhas fornecem tensão contínua? Justifique.

11 – Qual é o valor de tensão presente entre os pólos de uma pilha comum?

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

12 – Complete o gráfico tensão CC x Tempo de uma pilha comum.

E (V)

t(s)

3.10 Corrente elétrica

A movimentação ordenada de cargas elétricas em um determinado


condutor é denominada corrente elétrica.
Para que haja corrente elétrica, é necessário que haja ddp e que o circuito
esteja fechado. Logo, pode-se afirmar que existe tensão sem corrente, mas nunca
existirá corrente sem tensão. Isso acontece porque a tensão orienta as cargas
elétricas.
O símbolo para representar a intensidade da corrente elétrica é a letra I.

3.10.1 Unidade de medida de corrente

A corrente elétrica pode ser medida por meio de instrumentos. A unidade


de medida da corrente é o ampère, representado pela letra A.
Como qualquer outra unidade de medida, a unidade da corrente elétrica
tem múltiplos e submúltiplos adequados a cada situação. Veja a tabela a seguir.

Denominação Símbolo Valor com relação ao


ampère
Múltiplo quiloampère kA 103 A ou 1000 A
Unidade ampère A -
-3
miliampère mA 10 A ou 0,001 A
Submúltiplos microampère µA 10-6 A ou 0,000001 A
nanoampère nA 10-9 A ou 0,000000001 A

3.10.2 Sentido da corrente

Antes que se compreendesse de forma mais científica a natureza do fluxo


de elétrons, já se utilizava a eletricidade para iluminação, motores e outras
aplicações. Nessa época, foi estabelecido por convenção que a corrente elétrica
se constituía de um movimento de cargas elétricas que fluía do pólo positivo para
o pólo negativo da fonte geradora.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Esse sentido de circulação foi denominado sentido convencional da


corrente.

Com o desenvolvimento dos recursos científicos, verificou-se que, nos


condutores sólidos, a corrente elétrica se constitui de elétrons em movimento do
pólo negativo para o pólo positivo.

Esse sentido de circulação foi denominado sentido eletrônico da corrente.

Seja qual for o sentido adotado como referência para o estudo dos
fenômenos elétricos (eletrônico ou convencional), isso não interfere nos
resultados que se obtém. Por isso, ainda hoje encontram-se defensores para
cada um dos sentidos.

3.11 Exercícios

01 – O que é corrente elétrica?

02 – Pode existir corrente elétrica entre dois pontos igualmente eletrizados


(mesmo tipo e mesma quantidade de cargas em excesso)? Por quê?

03 – Qual é a unidade de medida da intensidade da corrente elétrica? Desenhe o


símbolo da unidade.

04 - Quais são os submúltiplos e os respectivos símbolos da unidade de medida


da intensidade de corrente elétrica mais utilizadas no ramo da eletrônica?

05 – Faça as conversões:

a) 0,5A = ______________ mA e) 1,65A = _______________ mA

b) 50µA = _____________ mA f) 250pA = _______________ nA

c) 320mA = ____________ µA g) 1200nA = _____________ µA

d) 30mA = _____________ A h) 100mA = ______________ A

06 – Que partículas se movimentam nos materiais sólidos, dando origem a


corrente elétrica?

07 – A intensidade da corrente elétrica de um relâmpago é maior se a ddp entre


as nuvens e maior ou menor?

08 – Qual é a condição para que uma corrente elétrica seja denominada de


contínua (CC)?

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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

4. Resistência elétrica

Resistência elétrica é a dificuldade que os elétrons encontram para


percorrer um circuito elétrico, ou seja, é a oposição que um material apresenta ao
fluxo de corrente elétrica.
A resistência elétrica pode ser calculada e sua unidade de medida é o ohm,
representada pela letra grega Ω (lê-se ômega).
Veja na tabela a seguir a unidade de medida de resistência, seus múltiplos
e submúltiplos, bem como seus símbolos.

Denominação Símbolo Valor com relação ao ohm


6
Múltiplo megaohm MΩ 10 A ou 1000000
quiloohm kΩ 103 ou 1000
Unidade ohm Ω 1
miliohm mΩ 10-3 A ou 0,001
Submúltiplos microohm µΩ 10-6 A ou 0,000001

4.1 Exercícios

01 – O que é resistência elétrica?

02 – Qual é a unidade de medida da resistência elétrica? Desenhe o símbolo da


unidade.

03 - Faça as conversões:

a) 680 Ω = _____________ kΩ e) 3,3 kΩ = ______________ Ω

b) 1,5 MΩ = ____________ kΩ f) 180 kΩ = ______________ MΩ

c) 2,7 kΩ = _____________ Ω g) 0,15 MΩ = _____________ kΩ

d) 3,9 kΩ = _____________ MΩ h) 0,0047 MΩ = ___________ Ω

04 – Qual a denominação do instrumento destinado à medida de resistência


elétrica?

05 – Cite duas aplicações práticas para a resistência elétrica.

4.2 Resistores e Códigos de Cores

Resistores são componentes que têm por finalidade oferecer uma oposição
à passagem de corrente elétrica, através de seu material. A essa oposição damos
o nome de resistência elétrica, que possui como unidade o ohm [Ω], onde
encontramos como múltiplos mais usuais:
____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Kilo - ohm (KΩ) → 1KΩ = 103 Ω


Mega - ohm (MΩ) → 1MΩ = 106 Ω
Classificamos os resistores em dois tipos: fixos e variáveis. Os resistores
fixos são aqueles cujo valor da resistência não pode ser alterada, enquanto que
os variáveis têm a sua resistência modificada, dentro de uma faixa de valores
através de um cursor móvel.
Os resistores fixos são comumente especificados por três parâmetros: o
valor nominal da resistência elétrica; a tolerância, ou seja, a máxima variação em
porcentagem do valor nominal; e a máxima potência elétrica dissipada.
Exemplo: Tomemos um resistor de 100Ω ±5% - 0,33W, isso significa que possui
um valor nominal de 100Ω, uma tolerância sobre esse valor de mais ou menos 5%
e pode dissipar uma potência de no máximo 0,33 watts.
Dentre os tipos de resistores fixos, destacamos os de fio, de filme de
carbono e de filme metálico.

Resistor de fio: Consiste basicamente em um tubo cerâmica, que servirá de


suporte para enrolarmos um determinado comprimento de fio, de liga especial
para obter-se o valor de resistência desejado. Os terminais desse fio são
conectados às braçadeiras presas ao tubo. Além desse, existem outros tipos
construtivos esquematizados, conforme mostra a figura 4.1.

Figura 4.1

Os resistores de fio são encontrados com valores de resistência de alguns


ohms até alguns Kilo-ohms, e são aplicados onde se exige altos valores de
potência, acima de 5W, sendo suas especificações impressas no próprio corpo.

Resistor de filme de Carbono: Consiste em um cilindro de porcelana recoberto


por um filme (película) de carbono. O valor da resistência é obtido mediante a
formação de um sulco, transformando a película em uma fita helicoidal. Esse valor
pode variar conforme a espessura do filme ou a largura da fita. Como
revestimento, encontramos uma resina protetora sobre a qual será impresso um
código de cores, identificando seu valor nominal e tolerância.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Figura 4.2 – Resistor de filme de carbono.

Os resistores de filme de carbono são destinados ao uso geral e suas


dimensões físicas determinam a máxima potência que pode dissipar.

Resistor de filme metálico: Sua estrutura é idêntica ao de filme de carbono,


somente que, utilizamos uma liga metálica (níquel- cromo) para formarmos a
película, obtendo valores mais precisos de resistência, com tolerâncias de 1% 6
2%.

O código de cores, utilizado nos resistores de película, é visto na tabela


abaixo.

Fator
Cor 1º algarismo 2º algarismo Tolerância
Multiplicativo
Preto -------- 0 x1 --------
Marrom 1 1 x 101 ± 1%
2
Vermelho 2 2 x 10 ± 2%
Laranja 3 3 x 103 --------
Amarelo 4 4 x 104 --------
5
Verde 5 5 x 10 --------
Azul 6 6 x 106 --------
Violeta 7 7 -------- --------
Cinza 8 8 -------- --------
Branco 9 9 -------- --------
-1
Ouro -------- -------- x 10 ± 5%
Prata -------- -------- x 10-2 ± 10%

Observações:
1 - A ausência da faixa de tolerância indica que esta é de ± 20%.

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

2 - Para os resistores de precisão encontramos cinco faixas, onde as três


primeiras representam o primeiro, segundo o terceiro algarismos significativos e
as demais, respectivamente, fator multiplicativo e tolerância.

A figura 1.4 mostra a especificação de potência com dimensões, em


tamanho natural.

Figura 1.4 - Resistores de película de carbono em tamanho real.

Valores padronizados para resistores de película.

1 – Série: 5%, 10% e 20% de tolerância


10 12 15 18 22 27 33 39
47 56 68 82

2 – Série: 2% e 5% de tolerância
10 11 12 13 15 16 18 20
22 24 27 30 33 36 39 43
47 51 56 62 68 75 82 91

2 – Série: 2% e 5% de tolerância
100 102 105 107 110 113 115 118
121 124 127 130 133 137 140 143
147 150 154 158 162 165 169 174
178 182 187 191 196 200 205 210
215 221 226 232 237 243 249 255
261 267 274 280 287 294 301 309
316 324 332 340 348 357 365 374
383 392 402 412 422 432 442 453
464 475 487 499 511 523 536 549
562 576 590 604 619 634 649 665
681 698 715 732 750 768 787 806
825 845 866 887 909 931 953 976

A seguir, mostramos alguns exemplos de leitura, utilizando o código de


cores:

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Princípios de Eletricidade
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4.2 Exercícios

01 – Qual é a finalidade básica do resistor em um circuito?

02 – Quais são as duas características importantes dos resistores?

03 – O que é resistência ôhmica?

04 – O que é percentual de tolerância?

05 – Desenhe o símbolo dos resistores.

06 – Quais são os três tipos de resistores quanto a fabricação?

07 – Por que a colocação do valor de um resistor em forma de anéis coloridos


facilita a manutenção dos circuitos?

08 – Coloque a ordem de leitura dos anéis no resistor abaixo.

09 – O que indica a cor do:

1º anel: __________________ 3º anel: __________________

2º anel: __________________ 4º anel: __________________

10 – O que indica a ausência do 4º anel?

11 – Determine as cores que estão faltando para que o resistor tenham o valor
especificado (use o código de cores).

470Ω 10% - Amarelo, ______________, marrom, prata.

12K Ω 5% - ____________, vermelho, ___________, dourado.

6,8 Ω 20% - Azul, cinza, ______________, sem cor.

220KΩ 10% - _____________, ____________, amarelo, ______________ .

2,7M Ω 5% - Vermelho, violeta, _____________, dourado.

0,39 Ω 20% - _____________, _____________, prata, sem cor.

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
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12 – O que significam as cores:

prata no 3º anel:

dourado no 3º anel:

13 – Determine o código de cores para cada resistor de 5 faixas, conforme o valor


ôhmico fornecido (use o código de cores).

1350Ω 2% –

698KΩ 1% –

17,5 Ω 2% –

34,7kΩ 1% -

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Princípios de Eletricidade
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5. Circuitos elétricos

Agora que você já estudou o que é tensão e o que é corrente, chegou o


momento de aprender o que é circuito elétrico e quais são os elementos que o
compõem.
Para aprender esses conteúdos com mais facilidade, é necessário ter um
bom conhecimento sobre tensão e corrente.

5.1 Circuitos elétricos

Circuito elétrico é o caminho fechado por onde circula a corrente elétrica. (Fig.5.1)

5.2 Componentes do circuito elétrico

O circuito elétrico mais simples que se pode montar é constituído por:


• fonte geradora;
• carga ou consumidor;
• condutores.

Fonte geradora - Todo o circuito elétrico necessita de uma fonte geradora. A


função da fonte geradora é fornecer um valor de tensão para que exista a
corrente elétrica.

A bateria, a pilha e o alternador são exemplos de fontes geradoras.

Carga - A carga, também denominada de consumidor ou receptor de energia


elétrica, é o componente do circuito elétrico que transforma em outro tipo de
energia a energia elétrica fornecida pela fonte.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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A lâmpada, que transforma energia elétrica em energia luminosa, o motor,


que transforma a energia elétrica em energia mecânica, e o rádio, que transforma
a energia elétrica em energia sonora, são exemplos de carga.

Condutores - Os condutores têm a função de conduzir a corrente elétrica entre a


fonte e o consumidor e fazer com que esta retorne à fonte.

Cada aparelho consumidor exige determinadas características do condutor


elétrico. Porém, sua função no circuito é sempre a mesma.
O interruptor no circuito elétrico

Os circuitos elétricos possuem normalmente um componente adicional


além da fonte, do consumidor e dos condutores. Este componente é o interruptor
ou chave.
A função dos interruptores é comandar o funcionamento do circuito elétrico,
abrindo-o ou fechando-o.

5.3 Exercícios

01 – O que é circuito elétrico?

02 – Quais os componentes essenciais de um circuito elétrico?

03 – Qual é a finalidade de um consumidor de energia elétrica?

04 – Como se denomina a parte da lâmpada que quando é incandescida gera


luz?

05 – O que acontece quando se introduz uma chave em um circuito elétrico (na


posição desligada)?

06 – Dê os símbolos da pilha, condutor, lâmpada e chave (ou interruptor).

07 – Por que não circula corrente elétrica em um circuito que tem um interruptor
desligado?

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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6. Tipos de circuitos elétricos

Neste capítulo, estudaremos os tipos de circuitos elétricos que existem e


suas características. Veremos que sua classificação é determinada pela maneira
como seus componentes são ligados.
Para ter sucesso no estudo deste conteúdo, você deverá ter
conhecimentos anteriores sobre circuito elétrico, tensão e corrente.

6.1 Tipos de circuitos elétricos

Os tipos de circuitos elétricos são determinados pela maneira como seus


componentes são ligados. Assim, existem três tipos de circuitos:
• série;
• paralelo;
• misto.

6.1.1 Circuito série

Circuito série é aquele cujos componentes (cargas) são ligados um após o


outro. Desse modo, existe um único caminho para a corrente elétrica que sai do
pólo negativo da fonte, passa através do primeiro componente, passa pelo
seguinte, e assim por diante, até chegar ao pólo positivo da fonte. Veja
representação esquemática do circuito série no diagrama da figura 7.1.

Característica do circuito série - Num circuito série, o valor da corrente é


sempre o mesmo em qualquer ponto do circuito. Isso acontece porque a corrente
elétrica tem apenas um caminho para percorrer.

Esse circuito também é chamado de dependente porque, se houver falha


ou se qualquer um dos componentes for retirado do circuito, cessa a circulação da
corrente elétrica.

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

6.1.2 Circuito paralelo

O circuito paralelo é aquele cujos componentes estão ligados em paralelo


entre si. Veja circuito na figura 7.2.

Características do circuito paralelo - No circuito paralelo, a corrente é diferente


em cada ponto do circuito, porque ela depende da resistência de cada
componente à passagem da corrente elétrica e da tensão aplicada sobre ele.
Todos os componentes ligados em paralelo recebem a mesma tensão. Caso as
resistências sejam iguais têm-se I1 = I2.

6.1.3 Circuito misto

No circuito misto, os componentes são ligados em série e em paralelo, Veja


a figura 7.3.

Características do circuito misto - No circuito misto, o componente R1 ligado


em série, ao ser atravessado por uma corrente, causa uma queda de tensão
porque é uma resistência. Assim sendo, os resistores R2e R3, que estão ligados
em paralelo, receberão a tensão da rede menos a queda de tensão provocada por
R1.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

7. Associação de resistores

Os resistores entram na constituição da maioria dos circuitos elétricos,


formando uma associação de resistores.
É importante, pois, conhecer os tipos e características elétricas dessas
associações, que são a base de qualquer atividade ligada à eletroeletrônica.
Este capítulo vai ajudá-la a identificar os tipos de associação e determinar
suas resistências equivalentes.
Para entender uma associação de resistores é preciso que você já saiba o
que são resistores.

7.1 Associação de resistores

Associação de resistores é uma reunião de dois ou mais resistores em um


circuito elétrico.
Na associação de resistores é preciso considerar duas coisas: os terminais
e os nós. Terminais são os pontos da associação conectados à fonte geradora.
Nós são os pontos em que ocorre a interligação de dois ou mais resistores.

7.2 Tipos de associação de resistores

Os resistores podem ser associados de modo a formar diferentes circuitos


elétricos, conforme figura 7.1.

Fig. 7.1

Observação
A porção do circuito que liga dois nós consecutivos é chamada de ramo ou braço.

Apesar do número de associações diferentes que se pode obter


interligando resistores em um circuito elétrico, todas essas associações
classificam-se a partir de três designações básicas:
• associação em série;
• associação em paralelo;
• associação mista.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Cada um desses tipos de associação apresenta características específicas


de comportamento elétrico.

7.2.1 Associação em série

Nesse tipo de associação, os resistores são interligados de forma que


exista apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica entre os
terminais. (Fig. 7.2)

Fig. 7.2

7.2.2 Associação em paralelo

Trata-se de uma associação em que os terminais dos resistores estão


interligados, de forma que exista mais de um caminho para a circulação da
corrente elétrica. (Fig. 7.3)

Fig. 7.3

7.2.3 Associação mista

É a associação que se compõe por grupos de resistores em série e em


paralelo. (Fig. 7.4)

Fig. 7.4
____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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7.3 Exercícios

01 – Qual é a característica fundamental de uma associação série, com relação


aos caminhos para circulação da corrente elétrica?

02 – Qual é a característica fundamental de uma associação paralela, com


relação aos caminhos para circulação da corrente elétrica?

03 – Identifique os tipos de associação (série, paralela e mista).

7.4 Resistência equivalente de uma associação em série

Quando se associam resistores, a resistência elétrica entre os terminais é


diferente das resistências individuais. Por essa razão, a resistência de uma
associação de resistores recebe uma denominação específica: resistência total ou
resistência equivalente (Req).
A resistência equivalente de uma associação depende dos resistores que a
compõem e do tipo de associação.
Ao longo de todo o circuito, a resistência total de uma associação em série
é a soma das resistências parciais.
Matematicamente, obtém-se a resistência equivalente da associação em
série pela seguinte fórmula:

Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

7.4.1 Convenção

Por convenção, R1, R2, R3,... Rn são os valores ôhmicos dos resistores
associados em série.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Vamos tomar como exemplo uma associação em série de um resistor de


120Ω e outro de 270 Ω. (Fig. 7.5) Nesse caso, a resistência equivalente entre os
terminais é obtida da seguinte forma:

Req = R1 + R2
Req = 120 Ω + 270 Ω
Req = 390 Ω

Fig. 7.5

O valor da resistência equivalente de uma associação de resistores em


série é sempre maior que o resistor de maior valor da associação.

7.5 Exercícios

01 – O que é resistência total ou equivalente de uma associação de resistores?

02 – Determine a resistência equivalente das associações série abaixo.

a) b)

c) d)

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

e)

7.6 Resistência equivalente de uma associação em paralelo

Na associação em paralelo há dois ou mais caminhos para a circulação da


corrente elétrica.
A resistência equivalente de uma associação em paralelo de resistores é
dada pela equação:
1 1 1 1 1
Req = ou = + + ... +
1 1 1 Req R1 R2 Rn
+ + ... +
R1 R2 Rn

7.6.1 Convenção

R1, R2, ..., Rn são os valores ôhmicos dos resistores associados.


Vamos tomar como exemplo a associação em paralelo a seguir. (Fig. 7.6)

R1 = 10 Ω
R2 = 25 Ω
R3 = 20 Ω

Fig. 7.6

Para obter a resistência equivalente, basta aplicar a equação apresentada


acima. Desse modo, temos:
1
Req =
1 1 1
+ + ... +
R1 R2 Rn
1
Req =
1 1 1
+ +
10 25 20
1 1
Req = = = 5,26
0,1 + 0,04 + 0,05 0,19

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

O resultado encontrado comprova que a resistência equivalente da


associação em paralelo (5,26 Ω ) é menor que o resistor de menor valor (10 Ω ).
Para associações em paralelo, com apenas dois resistores, pode-se usar
uma equação mais simples, deduzida da equação geral.
Tomando-se a equação geral, com apenas dois resistores, temos:
1
Req =
1 1
+
R1 R2

Invertendo ambos os membros, obtém-se:


1 1 1
= +
Req R1 R2

Colocando o denominador comum no segundo membro, temos:


1 R + R2
= 1
Req R1 xR2

Invertendo os dois membros, obtemos:


R xR
Req = 1 2
R1 + R2

Portanto, R1 e R2 são os valores ôhmicos dos resistores associados.


Observe na figura 7.7 um exemplo de associação em paralelo em que se
emprega a fórmula para dois resistores.

R1 = 1,2KΩ R2 = 680Ω

R1 xR2 1200 x680


Req = Req =
R1 + R2 1200 + 680
816000
Req = Req = 434Ω Fig. 7.7
1880

Pode-se também associar em paralelo dois ou mais resistores, todos de


mesma resistência.(Fig. 7.8)

Fig. 7.8

Nesse caso, emprega-se uma terceira equação, específica para


associações em paralelo onde todos os resistores têm o mesmo valor. Esta
equação também é deduzida da equação geral.
____________________________________________________________
46
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Vamos tomar a equação geral para “n” resistores. Nesse caso, temos:
1
Req =
1 1 1
+ + ... +
R1 R2 Rn

Como R1, R2, ... e Rn têm o mesmo valor, podemos reescrever:


1 1
Req = =
1
+
1
+ ... +
1 ⎛1⎞
n⎜ ⎟
R1 R2 Rn ⎝R⎠

Operando o denominador do segundo membro, obtemos:


1
Req =
n
R

O segundo membro é uma divisão de frações. De sua resolução resulta:


R
Req =
n

7.6.2 Convenção

R é o valor de um resistor (todos têm o mesmo valor).


n é o número de resistores de mesmo valor associado em paralelo.

Portanto, os três resistores de 120 Ω associados em paralelo têm uma


resistência equivalente a:
R 120
Req = Req = = 40
n 3

Desse modo, o valor da resistência equivalente de uma associação de


resistores em paralelo é sempre menor que o resistor de menor valor da
associação.

7.7 Exercícios

01 – Determine a resistência equivalente das associações paralelas abaixo.

a) b)

____________________________________________________________
47
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

c) d)

e) f)

02 – Registre ao lado de cada associação a equação mais adequada para o


cálculo da resistência equivalente.

a) b)

c) d)

7.8 Resistência equivalente de uma associação mista

Para determinar a resistência equivalente de uma associação mista,


procede-se da seguinte maneira:
A partir dos nós, divide-se a associação em pequenas partes, de forma que
possam ser calculadas como associações em série ou em paralelo. (Fig. 7.10).

____________________________________________________________
48
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Fig. 7.10

• Uma vez identificados os nós, procura-se analisar como estão ligados os


resistores entre cada dois nós do circuito. Nesse caso, os resistores R2 e R3 estão
em paralelo.
• Desconsidera-se, então, tudo o que está antes e depois desses nós, e
examina-se a forma como R2 e R3 estão associados para verificar se se trata de
uma associação em série ou em paralelo de dois resistores.
• No exemplo anterior, R2 e R3 formam uma associação paralela de dois
resistores.
• Determina-se então o Req desses dois resistores associados em paralelo,
aplicando-se a fórmula a seguir.
R xR
Req = 2 3
R2 + R3
180 x 270
Req =
180 + 270
48600
Req = = 180 ou 180Ω
450

Fig. 7.11

Portanto, os resistores associados R2 e R3 apresentam 108Ω de


resistência à passagem da corrente no circuito.
Se os resistores R2 e R3 em paralelo forem substituídos por um resistor de
108Ω, identificado, por exemplo, por RA, o circuito não se altera. (Fig. 7.12)

Fig. 7.12

____________________________________________________________
49
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Ao substituir, a associação mista original torna-se uma associação em série


simples, constituída pelos resistores R1, RA e R4.
Determina-se a resistência equivalente de toda a associação pela equação
da associação em série:
Req = R1 + R2 + R3 + ... +Rn

Usando os valores do circuito, obtém-se:


Req = R1 + RA + R4

Req = 560 Ω + 108 Ω + 1200 Ω = 1868 Ω

O resultado indica que, nesse caso, toda a associação mista original tem o
mesmo efeito para a corrente elétrica que um único resistor de 1868 Ω . (Fig.
7.13)

Fig. 7.13

A seguir, apresentamos um exemplo de circuito misto, com a seqüência de


procedimentos para determinar a sua resistência equivalente. (Fig. 7.14)

Fig. 7.14

Da análise do circuito, deduz-se que os resistores R1 e R2 estão em série e


podem ser substituídos por um único resistor RA que tenha o mesmo efeito
resultante. Na associação em série emprega-se a fórmula a seguir:
Req = R1 + R2 +...+ Rn

Portanto:

RA = R1 + R2
RA = 10000 + 3300 = 13300 Ω

____________________________________________________________
50
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Substituindo R1 e R2 pelo seu valor equivalente no circuito original,


obtemos o que mostra a figura 7.15.

Fig. 7.15

Da análise do circuito formado por RA e R3, deduz-se que esses resistores


estão em paralelo e podem ser substituídos por um único resistor, com o mesmo
efeito resultante. Para a associação em paralelo de dois resistores, emprega-se a
fórmula a seguir:

R1 xR2
Req =
R1 + R2
R xR
Req = A 3
R A + R3
13300 x68000
Req = = 11124 ou 11124Ω
13300 + 68000

Portanto, a associação mista apresentada pode ser substituída por um


único resistor de 11.124 Ω .
Aplicando-se a associação de resistores ou um único resistor de 11.124 Ω
a uma fonte de alimentação, a corrente fornecida pela fonte é a mesma. (Fig.
7.16)

Fig. 7.16

____________________________________________________________
51
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

7.9 Exercícios

01 – Determine a resistência equivalente entre os nós indicados em cada uma


das associações de resistores.

a)

entre os nós A e B

b)

entre os nõs B e C

02 – Determine na seqüência os valores de RA, RB e Req em cada uma das


associações.

a) b)

____________________________________________________________
52
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

c)

03 - Determine, na seqüência as resistências equivalentes totais de cada uma das


associações.

a)

b)

____________________________________________________________
53
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

c)

04 - Tomando como base o conjunto de resistores abaixo determine os valores


pedidos.

a) A resistência equivalente, vista dos pontos A e C (ou seja, considerando os


pontos A e C como terminais do circuito).

ReqAC = _____________ Ω

b) A resistência equivalente, vista dos pontos D e C.

ReqDC = _____________ Ω

c) A resistência equivalente vista dos pontos B e C.

ReqBC = _____________ Ω

d) A resistência equivalente, vista dos pontos A e D.

ReqAD = _____________ Ω

____________________________________________________________
54
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

8. Lei de Ohm

Muitos cientistas têm se dedicado ao estudo da eletricidade. Georg Simon


Ohm, por exemplo, dedicou-se ao estudo da corrente elétrica. Definiu uma
relação entre corrente, tensão e resistência elétricas em circuito. Foi a partir
dessas descobertas que se formulou a Lei de Ohm.
Embora os conhecimentos sobre eletricidade tenham sido ampliados, a Lei
de Ohm continua sendo uma lei básica da eletricidade.
Este capítulo vai tratar da Lei de Ohm e da forma como a corrente elétrica
é medida. Desse modo, você será capaz de determinar matematicamente e medir
os valores das grandezas elétricas em um circuito.
Para desenvolver de modo satisfatório os conteúdos e atividades deste
capítulo, você já deverá conhecer tensão, corrente e resistência elétricas.

8.1 Lei de Ohm

A Lei de Ohm estabelece uma relação entre as grandezas elétricas: tensão


(V), corrente (I) e resistência (R) em um circuito. É a lei básica da eletricidade e
eletrônica, por isso conhecê-la é fundamental para o estudo e compreensão dos
circuitos elétricos.

8.2 Determinação experimental da Lei de Ohm

Pode-se verificar a Lei de Ohm a partir de medidas de tensão, corrente e


resistência realizadas em circuitos elétricos simples, compostos por uma fonte
geradora e um resistor.
Montando-se um circuito elétrico com uma fonte geradora de 9V e um
resistor de 100 Ω , verifica-se no miliamperímetro que a corrente circulante é de
90 mA. (Fig. 8.1)

Fig. 8.1

____________________________________________________________
55
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Formulando a questão, temos:

Ventrada = 9V
R = 100 Ω
I = 90mA

Vamos substituir o resistor da 100 Ω por outro de 200 Ω . Nesse caso, a


resistência de circuito torna-se maior. O circuito impõe uma oposição mais intensa
à passagem da corrente e faz com que a corrente circulante seja menor. (Fig. 8.2)

Fig. 8.2

Formulando a questão, temos:

Ventrada = 9V
R = 200 Ω
I = 45mA

Aumentando-se sucessivamente o valor do resistor, a oposição à


passagem da corrente é cada vez maior, e a corrente, cada vez menor. (Fig. 8.3)

Fig. 8.3
____________________________________________________________
56
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Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Formulando a questão, temos:

Ventrada = 9V
R = 400 Ω
I = 22,5mA
Colocando em uma tabela os valores obtidos nas diversas situações,
temos:

Situação Tensão (V) Resistência (R) Corrente (I)


1 9V 100 Ω 90mA
2 9V 200 Ω 45mA
3 9V 400 Ω 22,5mA

Observando-se a tabela de valores, verifica-se:

• A tensão aplicada ao circuito é sempre a mesma; portanto, as variações da


corrente são provocadas pela mudança de resistência do circuito. Ou seja,
quando a resistência do circuito aumenta, a corrente no circuito diminui.
• Dividindo-se o valor de tensão aplicada pela resistência do circuito, obtém-
se o valor da intensidade de corrente:

Tensão Aplicada Resistência Corrente


9V : 100 Ω = 90mA
9V : 200 Ω = 45mA
9V : 400 Ω = 22,5mA

A partir dessas observações, conclui-se que o valor de corrente que circula


em um circuito pode ser encontrado dividindo-se o valor de tensão aplicada pela
sua resistência.
Transformando em equação matemática esta afirmação, tem-se a Lei de
Ohm:
V
I=
R

Com base nessa equação, pode-se enunciar a Lei de Ohm: “A intensidade


da corrente elétrica em um circuito é diretamente proporcional à tensão aplicada e
inversamente proporcional à sua resistência”.

8.3 Aplicação da Lei de Ohm

Pode-se utilizar a Lei de Ohm para determinar os valores de tensão (V),


corrente (I) ou resistência (R) em um circuito. Portanto, para obter em um circuito
o valor desconhecido, basta conhecer dois dos valores da equação da Lei de
Ohm: V e I, I e R ou V e R.

____________________________________________________________
57
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Para que as equações decorrentes da Lei de Ohm sejam utilizadas, as


grandezas elétricas devem ter seus valores expressos nas unidades
fundamentais:
• volt (V) - tensão
• ampère (A) - corrente
• ohm (Ω) - resistência

Observação
Caso os valores de um circuito estejam expressos em múltiplos ou submúltiplos
das unidades, esses valores devem ser convertidos para as unidades
fundamentais antes de serem usados nas equações.

Observe a seguir alguns exemplos de aplicação da Lei de Ohm:

• Vamos supor que uma lâmpada utiliza uma alimentação de 6V e tem 120Ω
de resistência. Qual o valor da corrente consumida pela lâmpada quando ligada?

Formulando a questão, temos:

V= 6V
R = 120 Ω
I =?

Como os valores de V e R já estão nas unidades fundamentais volt e ohm,


basta aplicar os valores na equação:
V 6
I= = =0,05A
R 120

O resultado é dado também na unidade fundamental de intensidade de


corrente. Portanto, circulam 0,05A ou 50mA quando se liga a lâmpada.

• Vamos supor também que o motor de um carrinho de autorama atinge a


rotação máxima ao receber 9V da fonte de alimentação. Nessa situação, a
corrente do motor é de 230mA. Qual é a resistência do motor?

Formulando a questão, temos:

V = 9V
I = 230mA (ou 0,23A)
R=?

V 9
R= = =39,1 Ω
I 0,23

• Por fim, vamos supor que um resistor de 22K Ω foi conectado a uma fonte
cuja tensão de saída é desconhecida. Um miliamperímetro colocado em série no
circuito indicou uma corrente de 0,75mA. Qual a tensão na saída da fonte?
____________________________________________________________
58
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Formulando a questão, temos:

I = 0,75 mA (ou 0,00075A)


R = 22 k Ω (ou 22000)
R=?
V = R x I = 22000 x 0,00075 = 16,5 ou 16,5V

8.4 Exercícios

01 – Qual é a equação matemática da Lei de Ohm?

02 – Dê as equações para o cálculo da corrente, tensão e resistência, segundo a


Lei de Ohm.

03 – Calcule os valores pedidos, segundo a Lei de Ohm.

a) Vcc = 5V b) I = 15mA c) Vcc = 30V


R = 330Ω R = 1,2kΩ I = 0,18A
I = ______A Vcc = ______V R = _______Ω

d) I = 750µA e) Vcc = 600mA f) Vcc = 12V


R = 0,68MΩ R = 48Ω I = 1250µA
Vcc = ______V I = _______mA R = _______KΩ

g) Vcc = 5V h) I = 300µA i) Vcc = 60V


I = 170mA R = 47kΩ R = 680Ω
R = _______ Ω Vcc = ______V I = ________A
Ou _______K Ω ou _______KV

j) E = 12V L) I = 1,2A m) R = 390KΩ


R = 400Ω Vcc = 30V I = 540µA
I = ______mA R = _______Ω Vcc = ______V
Ou ______A

04 – Resolva os problemas usando a Lei de Ohm.

a) Um componente eletrônico absorve uma corrente de 10mA quando a tensão


nos seus terminais é 1,7V. Qual é a resistência do componente?

b) Um alarme eletrônico anti-roubo para automóveis funciona com uma tensão de


12Vcc. Sabendo-se que enquanto o alarme não é disparado sua resistência é de
400Ω, calcule a corrente que circula no aparelho.

c) O mesmo alarme do problema anterior (alimentação 12Vcc) quando disparado


absorve 2A da bateria. Qual é a sua resistência quando disparado?

____________________________________________________________
59
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

d) Um toca-fitas de automóvel consome 0,6A da bateria. Sabendo-se que sua


resistência interna nesta condição é de 10Ω determinar pela Lei de Ohm se o
automóvel tem bateria de 6 ou 12V?

05 – Cite três instrumentos destinados à medida da intensidade da corrente


elétrica.

06 – Assinale no circuito duas posições onde poderia ser colocado um


miliamperímetro de CC para medir a corrente.

04 - Indique as polaridades do instrumento.

05 – Faça a leitura dos valores de corrente indicados pelos instrumentos que


seguem.

a) b)

I = ___________ I = ___________

____________________________________________________________
60
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

c)

O que está errado nesta medição?

____________________________________________________________
61
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

9. Resistência dos materiais

Como já foi visto, resistência elétrica é a dificuldade que os elétrons


encontram para percorrer um circuito elétrico. Os valores de resistência elétrica
são fundamentais para se estabelecer outros parâmetros elétricos como corrente,
tensão e potência em um circuito elétrico.
Neste capítulo, estudaremos os fatores que influenciam os valores de
resistência de um material e a influência que exerce sobre os circuitos.

Para aprender esses conteúdos com mais facilidade é necessário que você
tenha conhecimentos anteriores sobre teoria eletrônica, condutores, tensão,
corrente e grandezas elétricas.

9.1 Fatores que influenciam os valores de resistência

Quatro fatores influenciam na variação dos valores de resistência. Eles


são:
• natureza do material;
• comprimento do material;
• seção transversal do material;
• temperatura do material.

9.1.1 Natureza do material

Para determinar os valores de resistência é importante levar em


consideração a natureza do material ou sua constituição atômica. Isso é
necessário porque cada material tem um tipo de constituição atômica diferente.
Observe os átomos de alguns materiais:

Fig. 9.1

Note que os átomos que constituem o carbono, o alumínio e o cobre são


diferentes entre si.
Comparando-se esses três materiais, percebe-se que cobre, por possuir
mais elétrons livres, oferece menor resistência à passagem da corrente elétrica.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Por outro lado, o carbono e o alumínio, por possuírem menor quantidade de


elétrons livres, oferecem maior resistência à passagem da corrente elétrica.
Assim, os materiais que conduzem melhor a corrente elétrica são aqueles
que oferecem menor resistência à passagem da corrente elétrica.

9.1.2 Comprimento do material

Outro fator que deve ser levado em conta para determinar os valores de
resistência é o comprimento do material, pois a resistência de um condutor
aumenta à medida que seu comprimento aumenta. Isso acontece quando a seção
e a temperatura do material mantêm-se constantes. Observe o gráfico a seguir.

Gráfico 9.1

9.1.3 Seção transversal do material

Seção transversal é a área do material onde se realizou um corte no


sentido transversal. Veja figura 9.2.

Fig. 9.2

____________________________________________________________
63
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Nos materiais condutores, quanto maior for a seção transversal, menor


será sua resistência, com a condição de que o comprimento e a temperatura
sejam mantidos constantes. Veja o gráfico 2.

Gráfico 9.2

9.1.4 Temperatura do material

A temperatura do material também influencia a determinação dos valores


de resistência. Na maioria dos condutores metálicos, aos quais se aplica uma
tensão e pelos quais circula uma corrente, o aumento da temperatura provocará
diminuição da corrente. Isso demonstra que houve aumento da resistência à
passagem da corrente elétrica.
Esse aumento é sempre proporcional em relação ao aumento da
temperatura e à resistência inicial do material condutor
Todavia, essa diminuição depende do tipo de material empregado na
fabricação do condutor. A variação é menor para as ligas metálicas do que para
os metais puros.
Para certos condutores especiais, como o carvão e os óxidos metálicos, a
resistência diminui sensivelmente com aumento da temperatura. O mesmo
acontece com as soluções condutoras como água e sal.

9.1.5 Resistividade do material

Resistividade de um material corresponde à resistência elétrica de um cubo


desse material que tenha um metro de comprimento e um metro quadrado de
seção transversal.
A resistividade é representada pela letra grega ρ (lê-se rô) e, no sistema
internacional de unidades, é expressa em Ω x m (ohm x metro). Como, na prática,
não se utilizam condutores com 1m2 de seção, usa-se indicar a seção em mm2.
Assim, a unidade prática de resistividade é:
Ω × mm 2
m

____________________________________________________________
64
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

Para transformar essa expressão em Ω x m, procede-se da seguinte


maneira:

1Ω × mm 2 1Ω × (10 −3 m) 2 1Ω × 10 −6 m 2
= = = 10 −6 Ωm
m m m

Veja, a seguir, tabela com os valores de resistividade dos materiais


condutores mais usados.

Elementos Resistividade em
e ligas Símbolo Ohm . mm2/m a 20º C
químico
Alumínio (99,9%) Al 0,0284
Alumínio temperado - 0,0288
Alumínio - 0,0278
Cobre eletrolítico Cu 0,0167
Cobre recozido normal - 0,0173
Platina Pt 0,1184
Tungstênio W 0,0710
Bronze – alumínio (Cu 90% - A1 10%) - 0,1259
Constantan (Cu 60% - Ni 40%) - 0,5000
Manganina (Cu 84% - Mn 12% - Ni 4%) - 0,4200
Niquelina (Cu 55% - Ni 25% - Zn 20%) - 0,4527
Níquel-cromo - 1,0000

9.2 Resistência específica

A resistência específica R de um condutor é expressa por sua unidade de


medida, o ohm, e calculada segundo a seguinte fórmula:

ρ ×l
R=
S

Onde:
ρ é a resistividade em Ω. mm2 / m
I é o comprimento em metros
S é a seção transversal em milímetros quadrados

Exemplo

Calcular a resistência específica de um fio de cobre de 200m de


comprimento com seção transversal de 4mm2 a uma temperatura de 20ºC.

ρ ×l
Como R =
S

____________________________________________________________
65
Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
____________________________________________________________

E sabendo-se que ρ = 0,016Ω x mm2/m (dado fornecido pela tabela de valores de


resistência específica a 20ºC ), I = 200m e s = 4mm2 , temos:

0,016 × 200
R= = 0,8
4

R = 0,8Ω à temperatura de 20ºC.

9.3 Exercícios

1) Calcule as resistências dos condutores de cobre a seguir:

a) b) c) d)

A = 1,5mm2 A = 2,5mm2 A = 4mm2 A = 6mm2


L = 100m L = 100m L = 300m L = 60m
e) f) g) h)

A = 1mm2 A = 4mm2 A = 4mm2 A = 6mm2


L = 100m L = 100m L = 200m L = 600m

2) Calcule a área de seção transversal dos condutores a seguir

a) b) c) d)

R = 1,5Ω R = 2Ω R = 0,9Ω R = 1,7Ω


L = 100m L = 120m L = 180m L = 70m

e) f) g) h)

R = 1,6Ω R = 3Ω R = 0,6Ω R = 2,.2Ω


L = 75m L = 110m L = 30m L = 20m

i) j) l) m)

R = 1,2Ω R = 1,4Ω R =1,9Ω R = 1,78Ω


L = 1250m L = 1400m L = 190m L = 1780m

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
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3) Calcule a queda de tensão nos condutores de cobre com as seguintes


características:
a) A= 2,5mm2 L= 80m I= 5A· b) A= 4mm2 L= 40m I= 25A

c) A= 6mm2 L= 200m I= 8A d) A= 1,5mm2 L= 60m I= 12A

e) A= 16mm2 L= 50m I= 20A f) A= 1mm2 L= 45m I= 11A

g) A= 2,5mm2 L= 10m I= 40A h) A= 4mm2 L= 38m I= 22A

i) A= 1,5mm2 L= 120m I= 8,5A j) A= 1mm2 L= 220m I= 30A

k) A= 2,5mm2 L= 52m I= 13A l) A= 4mm2 L= 65m I= 6A

m) A= 2,5mm2 L= 8m I= 30A n) A= 1,5mm2 L= 6m I= 25A

o) A= 4mm2 L= 12m I= 25A

4) Calcule a área de seção transversal dos condutores de cobre.

a) E= 5V L= 80m I= 5A b) E= 12,5V L= 40m I= 25A

c) E= 16V L= 200m I= 8A d) E= 18V L= 60m I= 12A

e) E= 30V L= 50m I= 20A f) E= 33V L= 45m I= 11A

g) E= 8V L= 10m I= 40A h) E= 10V L= 38m I= 22A

i) E= 6V L= 120m I= 8,5A j) E= 4V L= 220m I= 30A

k) E= 9V L= 52m I= 13A l) E= 7V L= 65m I= 6A

m) E= 2V L= 8m I= 30A n) E= 8,5V L= 6m I= 25A

5) No circuito abaixo, calcule a área de seção transversal do condutor de cobre


para que se tenha no mínimo 95% da tensão do gerador (209V), chegando até o
motor elétrico:

L= 50m

G E= 220V 209V M

I= 10A

6) Determine a bitola de condutores cilíndricos cujo comprimento e resistência


elétrica são, respectivamente, 100 m e 0,85Ω para todos e suas resistividades
são: cobre = 0,017; alumínio = 0,029; tungstênio = 0,056; Prata = 0,015; estanho
= 0,02.
____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
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10. Potência elétrica em CC

Certos conceitos de física já fazem parte do nosso dia-a-dia. Quando se


opta por uma lâmpada de menor potência para “gastar” menos energia elétrica,
está-se referindo a um conceito de física chamado potência.
Potência é um conceito que está diretamente ligado à idéia de força,
produção de som, calor, luz e até mesmo ao gasto de energia.
Este capítulo vai tratar da potência elétrica em CC, visando capacitá-la a
determinar a potência dissipada por uma carga ligada a uma fonte de energia
elétrica.
Para desenvolver satisfatoriamente os conteúdos e atividades aqui
apresentadas, você deverá conhecer o que são resistores e Lei de Ohm.

10.1 A potência elétrica em CC

A corrente elétrica, ao passar através de uma carga instalada em um


circuito, produz, entre outros efeitos, calor, luz e movimento. Esses efeitos são
denominados “trabalho”.
O trabalho de transformação de energia elétrica em outra forma de energia
é realizado pelo consumidor ou carga. Ao transformar a energia elétrica, o
consumidor realiza um “trabalho elétrico”.
O tipo de trabalho depende da natureza do consumidor de energia. Um
aquecedor, por exemplo, produz calor; uma lâmpada, luz; um ventilador,
movimento.

A capacidade do consumidor para produzir trabalho num determinado


tempo, a partir da energia elétrica, é chamada de potência elétrica. É
representada pela seguinte fórmula:

W
P=
t

Onde:
P é a potência
W é o trabalho
t é o tempo

Para dimensionar corretamente cada componente em um circuito elétrico é


preciso conhecer a sua potência.

10.2 Trabalho elétrico

Os circuitos elétricos são montados visando ao aproveitamento da energia


elétrica convertida em calor, luz e movimento.

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Princípios de Eletricidade
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Efeito calorífico - Nos fogões, chuveiros, aquecedores, a energia elétrica


converte-se em calor. (Fig. 10.1)

Fig. 10.1

Efeito luminoso - Nas lâmpadas, a energia elétrica converte-se em luz (e também


uma parcela em calor). (Fig. 10.2)

Fig. 10.2
Efeito mecânico - Os motores convertem energia elétrica em força motriz, ou seja,
em movimento. (Fig. 10.3).

Fig. 10.3

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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10.3 Potência elétrica

Vamos analisar um tipo de carga como as lâmpadas, por exemplo. Verifica-


se, em primeiro lugar, que nem todas produzem a mesma quantidade de luz.
Umas produzem grandes quantidades de luz e outras, pequenas quantidades.
Da mesma forma, existem aquecedores que fervem um litro d’água em
10min e outros que o fazem em apenas 5min. Porém, tanto um aquecedor quanto
o outro realizam o mesmo trabalho elétrico: aquecer um litro d’água à temperatura
de 110ºC. A única diferença é que um deles é mais rápido, realizando o trabalho
em menor tempo. Portanto, nesse aspecto, os dois aquecedores não são iguais.
A partir da potência é possível relacionar trabalho elétrico realizado e
tempo necessário para sua realização.
Portanto, define-se a potência elétrica como a capacidade de realizar um
trabalho numa unidade de tempo, a partir da energia elétrica.
Partindo, pois, da potência elétrica pode-se afirmar que são de potências
diferentes:
• as lâmpadas que produzem intensidade luminosa diferente;
• os aquecedores que levam tempos diferentes para ferver uma mesma
quantidade de água;
• motores de elevadores (grande potência) e de gravadores (pequena
potência).

10.3.1 Unidade de medida da potência elétrica

A unidade de medida da potência elétrica é o watt, simbolizado por um W.


Um watt (1W) corresponde à potência desenvolvida no tempo de um
segundo em uma carga, alimentada por uma tensão de 1V, na qual circula uma
corrente de 1A. (Fig. 10.4)

Fig. 10.4

A unidade de medida da potência elétrica watt tem múltiplos e submúltiplos,


como mostra a tabela seguinte.

Denominação Símbolo Valor com relação ao


watt
Múltiplo quilowatt 103W ou 1000W
Unidade watt 1W
Submúltiplo miliwatt 10-3W ou 0,001W
microwatt 10-6W ou 0,000001W

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Princípios de Eletricidade
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Observe, a seguir, alguns exemplos de conversão:

1,3W = 1300mW 350W = 0,35kW

640mW = 0,64W 2,1kw = 2100W

0,007W = 7mW 12mW = 12000µW

10.4 Exercícios

01 – O que se pode dizer sobre a potência de dois aquecedores, sabendo que um


deles produz maior quantidade de calor que o outro no mesmo tempo?

02 – Cite dois exemplos de efeitos que podem ser obtidos a partir da energia
elétrica.

03 – O que é potência elétrica? Qual a sua unidade de medida?

04 – Faça as conversões

a) 0,25W = ____________ mW d) 1kW = ___________ W

b) 180mW = ___________ W e) 350W = __________ kW

c) 200W = _____________ mW f) 0,07W = __________ mW

10.5 Potência de um consumidor em CC

A potência elétrica (P) de um consumidor depende da tensão aplicada e da


corrente que circula nos seus terminais.
Matematicamente, a potência de um consumidor é dada pela seguinte
fórmula:

P=Vx I

Onde :
V é a tensão entre os terminais do consumidor
I é a corrente circulante no consumidor

Observação
A equação deve ser usada com os valores nas unidades-padrão de medida (V, A,
W).

Exemplo
Uma lâmpada de lanterna de 6V solicita uma corrente de 0,5A das pilhas. Qual a
potência da lâmpada?

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Formulando a questão, temos:


V = 6V - tensão nos terminais da lâmpada
I = 0,5A - corrente através da lâmpada
P=?
P = V x I = 6V x 0,5A = 3W

A partir dos dados fornecidos pelo problema (I e R) e da Lei de Ohm,


obtém-se a tensão no componente: V = R x I
Substituindo o valor de V na equação da potência, obtém-se:

P=VxI P = (I x R) x I

Onde (I x R) corresponde à tensão (V), segundo a Lei de Ohm.


Eliminando os parênteses, temos:

P = I x R x I ou P = I2 x R

A equação P = I2 x R pode ser usada para determinar a potência de um


componente. É conhecida como equação da potência por efeito joule.

Observação
Efeito joule é o efeito térmico produzido pela passagem de corrente elétrica
através de uma resistência.

Pode-se realizar o mesmo tipo de dedução para obter uma equação que
permita determinar a potência, a partir da tensão e resistência.
V
Pela Lei de Ohm, temos: I =
R
Substituindo o valor de I na equação da potência, temos:
V
P=VxI P =V ×
R
⎛V ⎞
onde, segundo a Lei de Ohm, ⎜ ⎟ corresponde à corrente I.
⎝R⎠
Eliminando os parênteses, temos:
V V2
P =V × ou P=
R R
A seguir, são apresentados alguns exemplos de como se utilizam as
equações para determinação da potência.

Exemplo 1 - Um aquecedor elétrico tem uma resistência de 8Ω e solicita uma


corrente de 10A. Qual é a sua potência?

Formulando a questão, temos:


I = 10A
R =8 Ω
P=?

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Princípios de Eletricidade
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Aplicando a fórmula P = I2 x R, temos:

P = 102 . 8 = 800 ou 800W

Exemplo 2 - Um isqueiro de automóvel funciona com 12Vcc fornecidos pela


bateria. Sabendo que a resistência do isqueiro é de 3Ω, calcular a potência
dissipada.

Formulando a questão, temos:


V = 12Vcc
R=3Ω
P=?

V2
Aplicando a fórmula P = temos:
R
12 2
P= = 48 ou 48W
3

10.6 Exercícios

01 – Qual é a equação para determinar a potência de um consumidor?

02 – Dê a equação conhecida como potência elétrica por efeito joule.

03 – Determine os valores solicitados em cada uma das situações, tomando o


circuito desenhado abaixo como referência.

a) Vcc = 10V b) I = 120mA c) P = 0,3W


R = 56Ω Vcc = 5V Vcc = 12V
I = _________ R = __________ I = __________
P = ________ P = __________ R = _________

d) R = 89Ω e) P = 1W T) Vcc = 30V


I = 0,35A I = 0,25A R = 4,7kΩ
P = ________ Vcc = ________ I = _________
Vcc = _______ R = __________ P = ________

04 – Resolva os problemas:

a) O motor de partida de automóvel de 12V solicita uma corrente de 50A. Qual a


potência do motor de partida?
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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DADOS E = __________ V
I = ___________ A
P = __________

b) Uma lâmpada tem as seguintes características 110V - 100W. Que corrente


esta lâmpada solicita da rede elétrica, quando ligada?

DADOS P = __________ W
E = __________ V
I = ___________

c) Um sistema de aquecedores se compõe de dois resistores de 15Ω ligados em


série. Sabendo-se que, quando ligado, a corrente do sistema é de 8A determinar
a sua potência (use a equação da resistência total e posteriormente a da potência
por efeito joule).

10.7 Potência nominal

Certos aparelhos elétricos, tais como chuveiros, lâmpadas e motores têm


uma característica particular: seu funcionamento obedece a uma tensão
previamente estabelecida. Assim, existem chuveiros para 110V ou 220V;
lâmpadas para 6V, 12V, 110V, 220V e outras tensões; motores para 110V, 220V,
380V, 760V e outras.
Esta tensão para a qual estes “consumidores” são fabricados é chamada
de x.
Por isso, os consumidores que apresentam tais características devem
sempre ser ligados na tensão correta (nominal), normalmente especificada no seu
corpo. (Fig. 10.5)

Fig. 5.5

Quando tais aparelhos são ligados corretamente, a quantidade de calor, luz


ou movimento produzida é exatamente aquela para a qual foram projetados. Por
exemplo, uma lâmpada de 110V/60W, ligada corretamente (em 110V), produz
60W entre luz e calor. Diz-se, nesse caso, que a lâmpada está “dissipando a sua
potência nominal”.
Portanto, potência nominal é a potência para qual um consumidor foi
projetado. Quando uma lâmpada, aquecedor ou motor trabalha “dissipando a sua

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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potência nominal”, diz-se que o consumidor está na sua condição ideal de


funcionamento.

10.8 Limite de dissipação de potência

Há um grande número de componentes eletrônicos que se caracteriza por


não ter uma tensão de funcionamento específico. Estes componentes podem
funcionar com diversos valores de tensão. É o caso dos resistores, que não
trazem nenhuma referência quanto à tensão nominal de funcionamento.
Entretanto, todo resistor ligado a uma fonte geradora dissipa uma
determinada potência, que pode ser calculada. Vamos tomar como exemplo o
circuito apresentado na figura 10.6.

P 10W
I= = = 0,1A
V 100V

Fig. 10.6

A potência dissipada é P = V x I = 10V . 0,1A = 1W

Como o resistor não produz luz ou movimento, esta potência é dissipada


em forma de calor que aquece o componente. Por isso é necessário verificar se a
quantidade de calor produzida pelo resistor não é excessiva a ponto de se
danificar. Desse modo, podemos estabelecer a seguinte relação:
maior potência dissipada Æ maior aquecimento
menor potência dissipada Æ menor aquecimento

Portanto, se a dissipação de potência for limitada, a produção de calor


também o será. Por essa razão, os resistores têm uma característica denominada
limite de dissipação, estabelecendo o valor máximo de potência que o resistor
pode dissipar sem sofrer danos.
Há resistores com diversos valores de limite de dissipação. Entre os valores mais
comuns de limites de dissipação encontram-se:1/8W (0,125W); 1/4W (0,25W); 1/2W
(0,5W) ; 1W; 2W; 5W; 10W e outros.
Tais valores representam o limite máximo de dissipação. Assim, a potência
máxima que um resistor de 1W pode dissipar é 1W.

Observação
Por medida de segurança à preservação do componente, deve-se manter a
potência dissipada no componente abaixo de 50% do valor-limite. Isso deve
permitir que o componente trabalhe morno. Se for necessário que o componente
trabalhe frio, usa-se no máximo 30% da potência nominal.

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Princípios de Eletricidade
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Vamos supor um resistor de 470Ω / 1w. Temos então as seguintes


situações:
• dissipando 1W: trabalha quente (no limite de dissipação) ;
• dissipando 0,5W: trabalha morno;
• dissipando até 0,3W: trabalha frio.

Os resistores para diferentes limites de dissipação têm tamanhos


diferentes. (Fig. 10.7)

Fig. 10.7

Observação
Sempre que solicitar ou comprar um resistor, forneça a especificação completa.
Por exemplo: resistor de 820Ω, 10%, 1/2W.

10.9 Exercícios

01 – O que é "potência nominal" de um aparelho elétrico?

02 – Por que é importante conhecer a tensão nominal de funcionamento de um


aparelho antes de conectá-lo a rede elétrica?
03 – A placa de dados de um aquecedor apresenta os seguintes dados: 5A,
600W. Qual a tensão nominal do aquecedor?

DADOS P = ___________ W
I = ____________ A

04 – Complete corretamente a especificação de cada um dos resistores nos


circuitos abaixo de forma que trabalhem frios (PREAL = 30% de PNOMINAL).

a)

IR = ______ ; VR = _______ ; Resistor 330Ω ± 10% ;


PREAL = _______ ; PNOMINAL = ________ ; PCOMERCIAL = ___________

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Princípios de Eletricidade
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b)

IR = ______ ; VR = _______ ; Resistor 1,2kΩ ± 10% ;


PREAL = _______ ; PNOMINAL = ________ ; PCOMERCIAL = ___________

c)

IR = ______ ; VR = _______ ; Resistor 47Ω ± 10% ;


PREAL = _______ ; PNOMINAL = ________ ; PCOMERCIAL = ___________

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Princípios de Eletricidade
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11. Leis de Kirchhoff

Em geral, os circuitos eletrônicos constituem-se de vários componentes,


todos funcionando simultaneamente. Ao abrir um rádio portátil ou outro aparelho
eletrônico qualquer, observamos quantos componentes são necessários para
fazê-lo funcionar.
Ao ligar um aparelho, a corrente flui por muitos caminhos, e a tensão
fornecida pela fonte de energia distribui-se pelos componentes. Esta distribuição
de corrente e tensão obedece a duas leis fundamentais formuladas por Kirchhoff.
Entretanto, para compreender a distribuição das correntes e tensões em
circuitos que compõem um rádio portátil, por exemplo, precisamos compreender
antes como ocorre esta distribuição em circuitos simples, formados apenas por
resistores, lâmpadas etc...
Este capítulo vai tratar das Leis de Kirchhoff e da forma de medida da
tensão, e da corrente em circuitos com mais de uma carga, visando capacitá-la a
calcular e medir tensões e correntes em circuitos com mais de uma carga.
Para desenvolver satisfatoriamente os conteúdos e as atividades aqui
apresentados, você deverá conhecer, anteriormente, associação de resistores e
Lei de Ohm.

11.1 Primeira Lei de Kirchhoft

A primeira lei refere-se à forma como a corrente se distribui nos circuitos


em paralelo. (Fig. 11.1)

Fig. 11.1

A partir da 1ª Lei Kirchhoff e da Lei Ohm, podemos determinar a corrente


em cada um dos componentes associados em paralelo. Para compreender essa
primeira lei, precisamos conhecer algumas características do circuito em paralelo.

11.1.1 Características do circuito em paralelo

O circuito em paralelo apresenta três características fundamentais:


• fornece mais de um caminho à circulação da corrente elétrica;
• a tensão em todos os componentes associados é a mesma;
• as cargas são independentes.

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Princípios de Eletricidade
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Essas características são importantes para a compreensão das leis de


Kirchhoff. Podem ser constatadas tomando como ponto de partida o circuito da
figura 11.2.

Fig. 11.2

Observe que tanto a primeira como a segunda lâmpada têm um dos


terminais ligado diretamente ao pólo positivo e o outro, ao pólo negativo. Dessa
forma, cada lâmpada conecta-se diretamente à pilha e recebe 1,5Vcc nos seus
terminais. As duas lâmpadas ligadas em paralelo recebem, portanto, a mesma
tensão.

As correntes na associação em paralelo - A função da fonte de alimentação


nos circuitos é fornecer aos consumidores a corrente necessária para seu
funcionamento.

Quando um circuito possui apenas uma fonte de.alimentação, a corrente


fornecida por essa fonte chama-se corrente total. Nos esquemas é representada
pela notação IT.
À fonte de alimentação não importa que os consumidores sejam lâmpadas,
resistores ou aquecedores. O que importa é a tensão e a resistência total dos
consumidores que determinam a corrente total (IT ). A fórmula para obter a
corrente total é a seguinte:
V
IT = T
RT

Chega-se a esse resultado aplicando ao circuito a Lei de Ohm:


V
I=
R

Obtém-se a corrente total dividindo a tensão total pela resistência total.

No exemplo da figura 11.3, a corrente total depende da tensão de


alimentação (1,5V) e da resistência total das lâmpadas (L1 e L2 em paralelo).

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Fig. 11.3

RL1 × RL2 200 × 300 60000


RT = = = = 120 ou 120Ω
RL1 + RL2 200 + 300 500

Portanto, a corrente total será:


V 1,5V
IT = T = = 0,0125 A ou 12,5mA
RT 120Ω

Este valor de corrente circula em toda a parte do circuito que é comum às


duas lâmpadas. (Fig. 11.4)

Fig. 11.4

A partir do nó (no terminal positivo da pilha), a corrente total (IT) divide-se


em duas partes. (Fig. 11.5)

Fig. 11.5

Essas correntes são chamadas de correntes parciais e podem ser


denominadas I1 (para lâmpada 1) e I2 (para a lâmpada 2 ). (Fig. 11.6)

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Fig. 11.6

A forma como a corrente IT se divide a partir do nó depende unicamente da


resistência das lâmpadas. Assim, a lâmpada de menor resistência permitirá a
passagem de maior parcela da corrente IT.
Portanto, a corrente I1 na lâmpada 1 (de menor resistência) será maior que
a corrente I2 na lâmpada 2. (Fig. 11.7)

Fig. 11.7

Pode-se calcular o valor da corrente que circula em cada ramal a partir da


Lei de Ohm. Para isso, basta conhecer a tensão aplicada e a resistência de cada
lâmpada. Desse modo, temos:

· Lâmpada 1
V 1,5V
I 1 = L1 = = 0,0075 A , ou seja, 7,5mA
R L1 200Ω

· Lâmpada 2
V 1,5V
I 2 = L2 = = 0,005 A , ou seja, 5mA
R L 2 300Ω

Com essas noções sobre o circuito em paralelo, podemos compreender


melhor a 1ª Lei de Kirchhoff: “A soma das correntes que chegam a um nó é igual
à soma das correntes que dele saem”.
Matematicamente, temos a seguinte equação:
I1 + I2 = IT

A partir desse enunciado, é possível determinar um valor de corrente


desconhecida, bastando para isso que se disponha dos demais valores de
corrente que chegam ou saem de um nó.
Para demonstrar a 1ª Lei de Kirchhoff, vamos partir dos valores do circuito
em paralelo mostrado na figura 11.8.

____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Fig. 11.8

Vamos considerar primeiramente o nó superior; nesse caso, temos o que


mostra a figura 11.9.

Fig. 11.9

Observando os valores de corrente no nó, verificamos o seguinte: as


correntes que saem, somadas, originam um valor igual ao da corrente que entra.
Ou seja:
I1 + I2 = IT

11.2 Exercícios

01 – A que se refere a primeira Lei de Kirchhoff?

02 – O que pode se afirmar a respeito da tensão presente sobre dois


componentes A e B, ligados em paralelo?

03 – Quais são as duas características fundamentais dos circuitos paralelos?

04 – O que é a corrente total?

05 – Determine a corrente total no circuito que segue.

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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06 – Determine IT nos circuitos que seguem.

a) b)

c)

d)

07 – Identifique as partes do circuito onde circula a corrente IT e a parte onde


circulam correntes parciais.

08 – Determine os consumidores, onde circulam a maior corrente parcial e a


menor corrente parcial.

a) b)

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Princípios de Eletricidade
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c)

09 – Determine os valores de corrente nos circuitos (IT, I1, I2,...).

a) b)

c)

50

10 – Determine as correntes que estão indicadas por um círculo, em cada um


dos circuitos, usando a primeira Lei de Kirchhoff.

a) b)

c)

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Princípios de Eletricidade
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11 – Acrescente três interruptores no circuito elétrico abaixo, de forma que cada


lâmpada possa ser comandada independentemente.

12 - Acrescente dois interruptores no circuito elétrico abaixo, de forma que um


comande apenas a lâmpada L1 e o outro comande as lâmpadas L2 e L3 juntas.

11.3 Segunda Lei de Kirchhoff

A 2ª Lei de Kirchhoff refere-se à forma como a tensão se distribui nos


circuitos em série. Por isso, para compreender essa lei, é preciso conhecer antes
algumas características do circuito em série.

11.3.1 Características do circuito em série

O circuito em série apresenta três características fundamentais:


• fornece apenas um caminho para a circulação da corrente elétrica;
• a intensidade da corrente é a mesma ao longo de todo o circuito em série;
• o funcionamento de qualquer um dos consumidores depende do
funcionamento dos consumidores restantes.

A figura 11.10 ilustra a primeira característica: como existe um único


caminho, a mesma corrente que sai do pólo positivo da fonte passa pela lâmpada
L1, chega à lâmpada L2 e retorna à fonte pelo pólo negativo.

Fig. 11.10

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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Isso significa que um medidor de corrente (amperímetro,


miliamperímetro...) pode ser colocado em qualquer parte do circuito. Em qualquer
posição, o valor indicado pelo instrumento será o mesmo. A figura 11.11 ajuda a
entender a segunda característica do circuito em série.

Fig. 11.11

Observação
A corrente que circula em um circuito em série é designada simplesmente pela
notação I.

A forma de ligação das cargas, uma após a outra, mostrada na figura


11.12, ilustra a terceira característica. Caso uma das lâmpadas (ou qualquer tipo
de carga) seja retirada do circuito, ou tenha o filamento rompido, o circuito elétrico
fica aberto, e a corrente cessa.

Fig. 11.12

Pode-se dizer, portanto, que num circuito em série o funcionamento de


cada componente depende dos restantes.

Corrente na associação em série - Pode-se determinar a corrente de igual valor


ao longo de todo o circuito em série, com auxílio da Lei de Ohm. Nesse caso,
deve-se usar a tensão nos terminais da associação; e a sua resistência total será:
V
IT = T
RT
Tomando o circuito da figura 11.13 como exemplo, temos:

____________________________________________________________
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Princípios de Eletricidade
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Fig. 6.13

RT = 40 + 60 = 100

V = 12V

12V
I= = 0,12A ou 120mA
100Ω

Tensões no circuito em série - Como os dois terminais não estão ligados


diretamente à fonte, a tensão nos componentes de um circuito em série difere da
tensão da fonte de alimentação.

O valor de tensão em cada um dos componentes é sempre menor que a


tensão de alimentação.
A parcela de tensão que fica sobre cada componente do circuito denomina-
se queda de tensão no componente. A queda de tensão é representada pela
notação V.
Observe, na figura 11.14, o voltímetro que indica a queda de tensão em R1
(VR1) e o voltímetro que indica a queda de tensão em R2 (VR2).

Fig. 11.14

Determinação da queda de tensão - A queda de tensão em cada componente


da associação em série pode ser determinada pela Lei de Ohm. Para isso, é
necessário dispor tanto da corrente no circuito quanto dos seus valores de
resistência.

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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VR1 = I . R1
V=R.I VR2 = I . R2
VRn = I. Rn

Vamos tomar como exemplo o circuito apresentado na figura 11.15.

V 12
I= = = 0,12 ou 0,12A
RT 100

Fig. 11.15

queda de V em R1 VR1 = I . R1 = 0,12. 40 = 4,8 ou 4,8V

V=RxI
queda de V em R2 VR2 = I . R2 = 0,12. 60 = 7,2 ou 7,2V

Observando os valores de resistência e a queda de tensão, notamos que:


• o resistor de maior valor fica com uma parcela maior de tensão;
• o resistor de menor valor fica com a menor parcela de tensão.
Pode-se dizer que, em um circuito em série, a queda da tensão é
proporcional ao valor do resistor:
maior valor > maior queda de tensão
menor valor > menor queda de tensão

Com essas noções sobre o circuito em série, fica mais fácil entender a 2ª
Lei de Kirchhoff: “A soma das quedas de tensão nos componentes de uma
associação em série é igual à tensão aplicada nos seus terminais extremos.”
Chega-se a essa lei tomando-se como referência os valores de tensão nos
resistores do circuito determinando anteriormente e somando as quedas de
tensão nos dois resistores (VR1+ VR2). Disso resulta: 4,8V + 7,2V = 12V, que é a
tensão de alimentação.

Aplicação - Geralmente, a 2ª Lei de Kirchhoff serve de “ferramenta” para


determinar quedas de tensão desconhecidas em circuitos eletrônicos.

Antes de proceder à aplicação dessa 2ª lei, precisamos saber o que seja


um divisor de tensão. Esse dispositivo é utilizado em circuitos eletrônicos para
obter a tensão e a corrente de funcionamento de cada componente do circuito
sem a necessidade de usar diversas fontes de alimentação.
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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O circuito em série é formado por dois resistores e divide a tensão aplicada


na sua entrada em duas partes, ou seja, em duas quedas de tensão. Portanto, o
circuito em série é um divisor de tensão. Quando se dimensionam os valores dos
resistores, pode-se dividir a tensão de entrada da forma que for necessária,

11.4 Exercícios

01 – A que se refere a segunda Lei de Kirchhoff?

02 – Quais são as duas características fundamentais dos circuitos série?

03 – Como se determina a corrente em uma associação série (fórmula)?

04 – Determine a corrente nos circuitos que seguem.

a) b)

c)

05 – Desenhe novamente os três circuitos da questão 4 acrescentando um


mediador de corrente (observando as polaridades) em cada um.

06 – Como se denomina tecnicamente a parcela de tensão que fica sobre um


componente de uma associação série?

07 – Qual é a equação para determinar a queda de tensão em um resistor?


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Princípios de Eletricidade
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08 – Determine as quedas de tensão solicitadas.

a) b)

c) d)

09 – Determine as quedas de tensão nos resistores R2 dos circuitos abaixo (sem


usar cálculos).

a) b)

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Princípios de Eletricidade
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c) d)

10 – Comparando os circuitos do exercício anterior de tensão em R2 pode-se


afirmar:

Em um circuito série de dois resistores R1 e R2 de mesmo valor (R1 = R2) a queda


de tensão em cada resistor é a metade da tensão de alimentação.

11 – Caso seja montado o circuito da figura abaixo a lâmpada L1 irá queimar. Por
quê?

Especificações nominais das


lâmpadas:

L1 = 6V, 200Ω
L2 = 6V, 50Ω

12 - Pode-se afirmar sem realizar cálculos que, no circuito abaixo, a queda de


tensão em R2 será maior que em R1? Por quê?

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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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13 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) em cada uma das afirmações, com base


no circuito abaixo.

A corrente no circuito e Vcc/RT, qualquer que seja o valor de Vcc.


A corrente em R2 é menor que em R1.
A queda de tensão em R2 será sempre o dobro da queda de tensão em R1
(VR2 = 2 x VR1 ).
A queda de tensão em R2 será sempre 2/3 VCC.
A corrente (convencional) entra no circuito pelo lado de R1.
A resistência total do circuito é de 300Ω.

11.5 Aplicações das Leis de Kirchhoff e de Ohm em circuitos


mistos

As Leis de Kirchhoff e a Lei de Ohm permitem determinar as tensões ou


correntes em cada componente de um circuito misto.
Os valores elétricos de cada componente do circuito podem ser
determinados a partir da execução da seqüência de procedimentos a seguir:
• determinação da resistência equivalente;
• determinação da corrente total;
• determinação das tensões ou correntes nos elementos do circuito.

11.5.1 Determinação da resistência equivalente

Para determinar a resistência equivalente (Req) do circuito, empregam-se


os “circuitos parciais”. A partir desses circuitos é possível reduzir o circuito original
e simplificar a forma de um único resistor.
Pela análise dos esquemas dos circuitos da figura 11.16, fica claro a
determinação da resistência equivalente.

Fig. 11.16
____________________________________________________________
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Aprendizagem em Eletroeletrônica
Princípios de Eletricidade
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11.5.2 Determinação da corrente total

Pode-se determinar a corrente total aplicando ao circuito equivalente final a


Lei de Ohm. (Fig. 11.17)

V 10V
IT = = = 0,2703A
RT 37Ω
Arredondando, obtemos: IT = 0,27A

Fig. 11.17

O circuito equivalente final é uma representação simplificada do circuito


original (e do circuito parcial). Conseqüentemente, a corrente calculada também é
válida para esses circuitos, conforme mostra a seqüência dos circuitos da figura
11.18.

Fig. 11.18

11.5.3 Determinação das tensões e correntes individuais

A corrente total, aplicada ao circuito parcial, permite determinar a queda de


tensão no resistor R1. (Fig. 11.19)

Fig. 11.19
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Princípios de Eletricidade
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Observe que VR1 = IR1 . R1, como IR1 é a mesma I, VR1 = 0,27A x 12Ω =
3,24V.

Pode-se determinar a queda de tensão em RA pela 1ª Lei de Kirchhoff: a


soma das quedas de tensão num circuito em série equivale à tensão de
alimentação. (Fig. 11.20)

V = VR1 + VRA

VRA = V - VR1 = 10V - 3,24V = 6,76V

Fig. 6.20

Observação
Determina-se também a queda de tensão em RA pela Lei de Ohm: VRS = I. RA,
porque os valores de I (0,27A) e RA (25Ω) são conhecidos. Ou seja: VRA = 0,27.
25 = 6,75 ou 6,75 V.

Calculando a queda de tensão em RA, obtém-se em realidade a queda de


tensão na associação em paralelo R2 // R3 . (Fig. 11.21)

Fig. 11.21

Os últimos dados ainda não determinamos são as correntes em R2 (IR2 ) e


R3 (IR3).
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Princípios de Eletricidade
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Estas correntes podem ser calculadas pela Lei de Ohm: I = V / R


V 6,76V
I R2 = R2 = = 0,144 A
R2 47Ω
V 6,76V
I R3 = R3 = = 0,121A
R3 56Ω

A figura 11.22 mostra o circuito original com todos os valores de tensão e


corrente.

Fig. 11.22

Determinação da resistência equivalente - Para determinar a resistência


equivalente no circuito da figura 11.23, basta substituir R3 e R4 em série no
circuito por RA.

Fig. 11.23

RA = R3 + R4 = 27+ 56 = 83

Substituindo a associação de R2 // RA, por um resistor RB, temos: (Fig.


11.24)

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Princípios de Eletricidade
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R A × R2 83 × 68
RB = = = 37Ω
R A + R2 83 + 68

Fig. 11.25

Substituindo a associação em série de R1 e RB por um resistor RC, temos o


que mostra a figura 11.25.

Rc = R1 + RB =47Ω + 37Ω = 84Ω

Fig. 11.25

Determina-se Rc a partir de Req, uma vez que representa a resistência


total do circuito. (Fig. 11.26)

Fig. 11.26

Determinação da corrente total - Para determinar a tensão total, usa-se a


tensão de alimentação e a resistência equivalente. (Fig. 11.27)

VT 12V
IT = = = 0,1429 A
RT 84Ω

Fig. 11.27

Determinação da queda de tensão em R1 e RB - Para determinar a queda de


tensão, usa-se a corrente IT no segundo circuito parcial, conforme a figura 11.28.

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Princípios de Eletricidade
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VR1 = IR1 . R1

Como IR1 = IT = 142,9 ou 142,9mA

VR1 = 0,1429 . 47 = 6,72 ou 6,72V

Fig. 11.28

Determina-se a queda no resistor RB e pela Lei Kirchhoff:

V = VR1 + VRB
VRB = V - VR1 = 12V - 6,72V = 5,28V

Determinação das correntes em R2 e RA - O resistor RB representa os resistores


R2 e RA em paralelo (primeiro circuito parcial); portanto, a queda de tensão em RB
é, na realidade, a queda de tensão na associação R2 // RA . (Fig. 11.29)

Fig. 11.29

Aplicando a Lei de Ohm, pode-se calcular a corrente em R2 e RA.


V 5,28V
I R2 = R2 = = 0,078 A
R2 68Ω
V 5,28V
I RA = RA = = 0,064 A
RA 83Ω

Determinação das quedas de tensão em R3 e R4 - O resistor RA representa os


resistores R3 e R4 em série. (Fig. 11.30)

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Princípios de Eletricidade
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Fig. 11.30

Assim, a corrente determinada IRA é, na realidade, a corrente que circula


nos resistores R3 e R4 em série. Com o valor da corrente IRA e as resistências de
R3 e R4, calculam-se as suas quedas de tensão pela Lei de Ohm.

VR3 = IRA . R3 = 0,064A . 27Ω = 1,73V

VR4 = IRA . RA = 0,064A . 56Ω = 3,58V

11.6 Exercícios

01 – Determine a queda de tensão e a corrente em cada um dos componentes


dos circuitos que seguem.

a) b)

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Princípios de Eletricidade
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c)

d)

e) f)

g)

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Princípios de Eletricidade
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02 – Calcule a potência dissipada em cada resistor do circuito abaixo.

03 – Determine o valor do resistor Rx em cada circuito, para que:

1
a) VRX = Vcc
2

a1) a2) a2)

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Princípios de Eletricidade
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1
b) VRX = Vcc
3

b1) b2) b2)

04 – O que acontece com queda de tensão em R2 ao se acrescentar R3 no


circuito a seguir.

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Princípios de Eletricidade
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Referências Bibliográficas

• Apostila Série Eletricista de Manutenção: Princípios de Eletricidade.


• Módulos Seriado de Eletrônica de 01 à 07.
• Capuano, Francisco Gabriel. Laboratório de Eletricidade. 15 ed. São Paulo,
Érica: 1998.

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