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Direito Criminal
Direito Penal é o ramo do direito que define os crimes, delitos e suas penas. O
conjunto dessas regras está determinado no Código Penal brasileiro.
Nele se encontram normas jurídicas disciplinadoras estabelecidas pelo Estado, que
devem ser cumpridas por toda a sociedade e as sanções e conseqüências aos que
violarem as mesmas.
A finalidade do Direito Penal é proteger a sociedade (tutela do bem jurídico) e
também os bens jurídicos fundamentais como: a vida, a integridade física e mental,
o patrimônio, a honra, a liberdade, os costumes, etc.
A lei penal começa a vigorar 45 dias após a data da sua publicação no Brasil
inteiro, e no exterior após três meses, se este não for o caso, vigora somente na data
nela indicada.
Esse período é conhecido como VACATIO LEGIS.
É um período de adaptação para que a sociedade tome conhecimento das novas
normas e tenham suas condutas corretas a partir do momento em que passar a
vigorar a lei. Porém é raro acontecer no nosso ordenamento, uma vez que, a lei
passa a vigorar na data da sua publicação.
Um exemplo recente de vacatio legis, é o Novo Código Civil Brasileiro que passou
a vigorar um ano depois de sua publicação.
Esse princípio é um dos mais importantes do Estado de Direito. Tem por finalidade
proibir que outras normas ao regularem um fato criminoso, sejam modificadas e a
situação jurídica do agente seja prejudicada.
Encontra-se no Art. 5º, XL da C.F.:
“A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
Acontece quando, a lei nova já não considera mais algum fato que antes, era tido
como crime.
Está disposto no Art. 2º, caput, do CP:
“Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único: As leis posteriores, que de qualquer modo favorecer o agente
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado”.
O “abolitio criminis” presume que ninguém será punido por fato que
lei posterior deixe de considerar crime.
Este princípio abrange inclusive, os casos que já foram julgados e tiveram as suas
sentenças proclamadas (transitados em julgado).
Isso faz com que a nova lei seja vista como mais adequada que a anterior, e ainda
demonstra que não existe mais nenhum interesse por parte do Estado na punição do
autor e de determinado fato.
O “abolitio criminis” pode ocorrer em qualquer momento do inquérito policial ou
da ação penal.
TEMPO DO CRIME
Para que sejam evitados possíveis erros na aplicação da lei penal é necessário saber
qual é o tempo do crime. É o que assevera o Art. 4º do Código Penal:
“Art.4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão, ainda que seja outro o momento do resultado”.
CRIME
CONCEITO DE CRIME
FORMAS DE CONDUTA
O RESULTADO
O resultado, como elemento do fato típico, nada mais é do que o fim provocado
pela conduta típica do agente, e é ligado a ele, pela relação de causalidade. É a
morte da vítima, no caso do homicídio ou a destruição do patrimônio no caso do
dano material. O resultado é, na verdade, a lesão ou o perigo de lesão que o
interesse protegido pela norma penal possa sofrer.
A TIPICIDADE
ESPÉCIES DA CULPABILIDADE
DOLO
Dolo é o propósito de praticar o fato descrito na lei penal. Quando se diz que um
crime foi doloso significa que ele foi intencional, ou seja, o agente teve a sua
intenção direcionada a produção dos fatos. É o que assevera o art. 18, I do CP.
“Art. 18. Diz-se do crime:
Crime Doloso
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”.
ESPÉCIES DE DOLO
CULPA
Crime culposo
IMPRUDÊNCIA
NEGLIGÊNCIA
IMPERÍCIA
ESPÉCIES DE CULPA
OBS: Existe uma diferença entre a culpa consciente e o dolo eventual que vale ser
esclarecida. Na primeira, o agente prevê o resultado e não o aceita como possível.
Na segunda, o agente aceita ou tolera o resultado e não se importa que venha a
ocorrer.
*CRIME PRETERDOLOSO: ou crime qualificado pelo resultado, ocorre
quando há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. A intenção do agente é
direcionada para um determinado resultado, mas por culpa acaba ocasionando
outro mais grave. Ex: o agente agride a vítima com um soco (intenção de ferir),
mas por ter tropeçado e batido com a cabeça em uma pedra, a vítima vem a falecer.
O resultado é maior do que o previsto pelo agente (art. 129 § 3º do CP).
Consuma-se com a
Descrição da conduta e conduta, sem esperar o
CRIME FORMAL
do resultado. resultado, ou ao mesmo
tempo em que a conduta.
CONSUMAÇÃO
Quando o fato concreto descrito na lei penal está inteiramente realizado, diz-se que
o crime foi consumado. É o que destaca o art. 14, I do CP:
“Diz-se o crime:
Crime consumado
I – consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”.
ESPÉCIES DE TENTATIVA
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
Prevista no art. 15 do CP:
“Art 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”.
Essa lei tem por finalidade estimular o retrocesso do agente no momento da
conduta.
ARREPENDIMENTO EFICAZ
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Trata-se do art. 16 do CP:
“Art. 16. Nos crimes cometidos SEM VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, Poe ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços”.
CRIME IMPOSSÍVEL
“Art.17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto é impossível consumar-se o crime”.
Quando se fala em ineficácia absoluta do meio tem-se o seguinte exemplo: o
agente ministra inadequadamente em uma tentativa de homicídio com a arma sem
munição, ou ainda, usar açúcar pensando se tratar de arsênico em uma tentativa de
envenenamento.
Já na hipótese de absoluta impropriedade do objeto o art. 17 trata da
circunstância em que não se torna possível consumar o crime. Ex: atirar em um
cadáver ou efetuar manobras abortivas em mulher não grávida.
ESPÉCIES DE ERROS
CLASSIFICAÇÃO DE CRIMES
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
IMPUTABILIDADE
Nos casos dos semi-imputáveis que são os que por ocasião do fato não se
apresentam como inteiramente capaz, a culpabilidade não é excluída, mas a pena é
reduzida de 1/3 a 2/3, ou substituída por medida de segurança, pois a
responsabilidade estava diminuída devido à perturbação da saúde mental ou pelo
desenvolvimento mental meio incompleto ou retardado.
EMOÇÃO E PAIXÃO: a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade (art.
28 do CP). A emoção é um estado emotivo agudo, de breve duração e a paixão é
um estado emotivo crônico e de longa duração.
Em vários casos ambos servem como atenuantes ou como causas de diminuição de
pena. (arts. 65, II, ”c”, 121, § 1º, 129, §4º do CP).
EMBRIAGUEZ: a embriaguez voluntária e a culposa não excluem a
imputabilidade. Nos casos de embriaguez fortuita completa a pena é isenta e se for
incompleta é reduzida de 1/3 a 2/3.
Resulta da imprudência na
moderação no uso de bebidas
EMBRIAGUEZ CULPOSA alcoólicas ou substância de efeito
análogo.
CONCURSO DE CRIMES
O código penal estabelece o concurso de crimes entre condutas criminosas nos arts.
69, 70 e 71.
CONCURSO MATERIAL: O art. 69 trata do concurso material. O agente
mediante mais de uma conduta, que praticar mais de um crime responderá pela
somatória dessas ocorrências (as penas serão somadas). Ex: “A” pratica um roubo
em um posto de gasolina, três dias depois mata uma testemunha que o viu e
algumas semanas depois rouba um carro, responderá por cada um dos crimes cujas
penas serão somadas.
Obs: os processos correm em separado, mas caberá ao juiz de execução
unificar as penas, cujo cumprimento não poderá ser superior a 30 anos (art.
75 do CP).
CONCURSO FORMAL: art. 70 do CP. Esse concurso faz com que o agente
tenha uma redução na pena quando, mediante uma só conduta são praticados mais
de um crime. Ex: “B” bebe, bate o seu carro e mata duas pessoas, ou seja, cometeu
três crimes: dirigiu alcoolizado e matou duas pessoas. Na aplicação das penas,
ocorre a seguinte situação: se os crimes forem idênticos (concurso formal
homogêneo) aplica-se a pena de um dos crimes e acréscimo de 1/6 até 1/2 pelos
demais. Já na hipótese de crimes diferentes (concurso formal heterogêneo) aplica-
se a pena do crime mais grave com o acréscimo de 1/6 até 1/2 pelos demais.
Obs: esse concurso é chamado do concurso formal próprio, porque existe uma
única vontade de praticar o crime.
Já nos casos de concurso formal impróprio, as penas são somadas como se o
concurso fosse material, apesar do agente praticar uma única conduta resultando
mais de um crime. A diferença entre a forma própria e a imprópria e que faz com
que a pena seja somada é a expressão “designo autônomo”, essa expressão
significa ter vontade de praticar mais de um crime. Ex: “C” quer matar sua mulher
e o amante dela. Ele atropela os dois, pois seu desejo era praticar dois crimes, logo,
as penas são somadas.
CRIME CONTINUADO: disposto no art 71 do CP, o crime continuado utiliza a
teoria da ficção jurídica, pois consideram como sendo um único crime a ocorrência
de vários crimes. Haverá crime continuado quando o agente pratica mais de uma
conduta, o que leva a ocorrência de mais de um crime. O código penal permite que
o crime continuado ocorra apenas para crimes da mesma espécie. Se os crimes
forem idênticos aplica-se a pena de um crime e uma porcentagem (1/6 a 2/3) pelos
demais, se forem diferentes aplica-se a pena do mais grave com o acréscimo de 1/6
a 2/3 pelos demais.
CONCURSO DE PESSOAS
DAS PENAS
- morte
- prisão perpétua
- trabalhos forçados
- penas cruéis (tortura)
- banimento
ESPÉCIES DE PENAS
PROGRESSÃO E REGRESSÃO
TRABALHO DO PRESO
É direito do condenado descontar para cada três dias trabalhados um dia da sua
pena. Para isso serve o trabalho externo e interno (art. 126 a 130 da LEP).
Esse instituto tem por fim evitar que o condenado a uma pena de curta duração e
que não tenha personalidade tendente à criminalidade, seja recolhido a
estabelecimento penitenciário e aí, em companhia de delinqüentes perigosos, sofra
efeitos negativos.
É através da audiência admonitória que o condenado toma conhecimento das
condições da sursis e do período de prova e nesse período se inicia o prazo do
período de prova e o réu estará sujeito às condições impostas.
Se o favorecido for maior de 70 anos terá direito ao beneficio quando a pena
privativa de liberdade não ultrapassar quatro anos e o período de prova nesses
casos será de quatro a seis anos.
De acordo com o art. 77 do CP tem direito a esse benefício, o condenado a pena
privativa de liberdade que preencher os seguintes requisitos:
LIVRAMENTO CONDICIONAL
Previsto nos arts. 83 a 90 do CP e nos arts. 131 a 146 da LEP.
Ação penal é um instituto processual que está inserido no direito material, pois,
determina o tipo de ação em decorrência do fato criminoso.Está previsto nos
arts.100 ao 106 do CP. Ex: no crime de injúria, previsto no art. 140 o processe se
dá por meio de ação penal privada de acordo com o próprio CP no art. 145.
Na maioria dos casos do CP e das leis posteriores o crime se processa por meio de
ação penal publica incondicionada. A ação pena é dividida nos seguintes tipos:
*AÇÃO PENAL PÚBLICA: é promovida pelo Ministério Público (MP) que
inicia a atividade jurisdicional (exercício do Estado através do juiz e do Poder
Judiciário, que tem a função de resolver as lides que lhe são submetidas
substituindo as partes no conflito) por meio de uma peça chamada denúncia. A
ação penal pública subdivide-se em:
A-) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: essa ação é regra no
Código Penal. A denúncia é oferecida pelo MP sem nenhum requisito por parte do
ofendido. A vítima não influi na decisão de ingressar, ou não, com a denúncia.
Nesse caso, basta que o MP possua as condições que demonstrem a autoria e a
materialidade do crime. Ex: roubo.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Com a extinção da punibilidade, prevista nos arts. 107 a 120 do CP, não ocorrerão
mais os efeitos principal e secundário da condenação, porém, mesmo extinta a
punibilidade, caberá indenização de natureza cível.
1-) Morte do autor: com a morte do autor do crime, não haverá punição, mas
poderá ocorrer indenização cível em relação às bens por ele deixados;
2-) Anistia, graça ou indulto: todos eles são formas de dispensa da aplicação da
lei penal:
* Anistia, na anistia, um fato deixa de ser considerado crime por motivos políticos,
eleitorais ou militares. Na anistia o condenado é beneficiado e sua aceitação é
indiferente para a ocorrência do beneficio. A anistia pode ser geral ou restrita,
incondicionada ou condicionada. Apaga o crime e extingue os efeitos penais da
sentença. E mesmo do no caso de ser total, caberá a indenização de esfera cível.
*Graça e Indulto, graça é uma forma de indulto individual, uma vez que a CF
vigente não se refere mais à graça. Atinge a pessoa do condenado e não o fato,
trazendo benefícios que podem ser em relação à diminuição de sua pena, concessão
de livramento condicional, saída temporária da prisão (indulto do Dia das Mães),
entre outros. Pode ser total, alcançando todas as sanções impostas ao condenado,
ou parcial, com a redução ou substituição da sanção, caso que leva o nome de
comutação. Pode ser provocado por petição do condenado, pelo Ministério Público,
pelo Conselho Penitenciário, ou pela autoridade administrativa (art.188 da LEP).
O indulto é coletivo e espontâneo e abrange grupos de sentenciados. É competência
do Presidente da República a concessão do indulto (art.84, XII da CF).
3-) Retroatividade da lei que não considera mais o fato como sendo criminoso
(”abolitio criminis”).
4-) Pela prescrição, decadência ou perempção: prescrição é a perda do direito de
ação. A decadência é a perda do próprio direito. A perempção é um instituto
processual aplicado à ação penal privada que faz com que não haja possibilidade da
continuidade da ação penal quando a queixa-crime apresenta falhas que levem a
anulação do processo.
5-) Pela renúncia do direito de queixa ou pela aceitação do perdão
6-) Pela retratação do autor do crime, nos casos permitidos pela lei. Ex: crime de
injúria.
7-) Pelo casamento entre a vítima e o autor nos casos de crime contra os
costumes.
8-) Pelo casamento da vítima com terceiro quando há interesse pela não
continuidade e eventual punição do autor do crime. Nesse caso o crime não deverá
ocorrer com violência ou grave ameaça.
9-) Pelo perdão judicial (art. 120 do CP) que é concedido pelo juiz da
condenação e somente ocorrerá nos casos previstos por lei. O perdão extingue a
pena, mas é computado no caso de reincidência e poderá gerar efeito secundário.
PRESCRIÇÃO PENAL
É a perda do direito de aplicar ou exigir algo por meio de uma ação judicial.Ocorre
em todos as áreas do direito e é dividida da seguinte maneira:
*PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP): ocorre antes do
trânsito em julgado da sentença e tem como conseqüência o desaparecimento da
pena e de todos os efeitos da sentença e subdivide-se em:
A-) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PROPRIAMENTE DITA:
começa a correr a partir da consumação do crime até o recebimento da denuncia ou
da queixa, ou também a partir do momento desta até a sentença. É fixada pelo valor
máximo da pena base (pena em abstrato) cominada ao crime de acordo com a
tabela do art. 109 do CP.
1º-)
/_____________________________/
/ /
Ação. Recebimento da denúncia
Consumação. ou queixa
(passando o prazo
estabelecido no art.
109 do CP prescreve).
2º-)
/_____________________________/
/ /
Recebimento da Sentença.
Denuncia ou queixa.
/___________________________/___________________/
/ / /
Consumação Recebimento da Sentença com
do delito. denúncia ou queixa. trânsito em julgado
para acusação.
Homicídio simples:
A figura do homicídio simples, citado no “caput” do artigo tem caráter doloso. Este
é o único crime contra a vida que admite a figura culposa.
Espécies de homicídio:
TORPE: repugnante
FÚTIL: banal
É a morte dada ao próprio filho durante o parto ou logo após, sob influencia do
estado puerperal. O estado puerperal e um “estado de perturbação que da
consciência diminui a capacidade de entendimento”, assim definido pela Medicina
Legal através da perícia.Trata-se de um crime próprio, pois somente a mulher, na
qualidade de mãe, pode cometê-lo. O infanticídio pode ser cometido por omissão (a
mãe que deixa de amamentar o filho) e admite tentativa.
CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Periclitar significa colocar em perigo, estar em perigo, sendo assim, este capítulo se
refere aos crimes que colocam em perigo a vida e a saúde. Os crimes deste
capítulo são crimes de perigo e para a sua caracterização é necessário, tão somente,
colocar alguém em perigo.
Perigo de contágio venéreo (art.130):
“Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a
contágio de doença, venérea, que sabe ou deve saber que está contaminado”.
Este delito se refere somente às doenças venéreas onde o contágio se dá através de
relação sexual ou ato libidinoso. (Ex: gonorréia, herpes genital, etc.).
Se o agente não tem a intenção de transmitir a doença, mas expõe a vítima ao
perigo, a pena é mais branda (detenção de três meses a um ano). Nos casos em que
o agente tem a intenção de transmitir a doença, responde pelo art. 130, § 1º, onde a
pena é de reclusão de um a quatro anos.
Perigo de contágio de moléstia grave (art. 131):
“Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
contaminado, ato capaz de produzir o contágio”.
Nesse artigo se enquadra a AIDS, pois para efeitos da lei penal, não é
rigorosamente moléstia venérea e também, sua transmissão não se dá
exclusivamente por contato sexual.
O agente responderá pelo art.121 e não pelo art. 131, se tinha intenção de matar.
“Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade,
e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos. Pena detenção se seis
meses a três anos”. O abandono – temporário ou definitivo – importa em deixar a
vítima desamparada ou sob o poder de quem não lhe dispensa a devida assistência.
É indispensável à existência de uma especial relação entre a vítima e o agente, cuja
transgressão implique perigo concreto à incolumidade deste, caso contrário
responderá o agente pelo delito de omissão de socorro (art. 135).
Se a vítima for recém-nascido, o delito se enquadra como exposição ou abandono
de recém-nascido (art.134). Se do abandono resulta lesão corporal de natureza
grave ou morte, são elevadas as margens penais do art. 133, §§ 1º e 2º.
“Deixar de prestar assistência à pessoa que estiver precisando, ou não pedir socorro
da autoridade policial quando possível fazê-lo sem risco pessoal. Pena de um a seis
meses”.
Isso inclui também quem se recusa a transportar em seu veículo pessoa gravemente
ferida e a demora ao socorrer. É um crime omissivo puro e é necessário que o
agente tenha consciência do perigo em que está a vítima. Não se pune, quem por
culpa ou imperícia não avalia a gravidade deste perigo. Se da omissão resultar
lesão corporal de natureza grave a pena é aumentada de metade. Se resulta a morte
a pena será triplicada, porém, não se aplica o aumento da pena se a morte era
inevitável e não foi resultante da omissão.
Nesse caso, o seqüestro nada mais é do que a privação total ou parcial da liberdade
de locomoção de alguém, pois a finalidade do agente é realmente isolar a pessoa. É
um crime autônomo.
Já a extorsão atinge a pessoa, a integridade física e psíquica do ser humano e o
patrimônio e tem a finalidade específica de obter vantagem. É um crime complexo.
Os seqüestros anunciados em reportagens, na verdade são extorsões mediante
seqüestro (art. 159).
SEÇÃO II
CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
SEÇÃO III
CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A VIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo próprio:
O agente pratica a violência para subtrair a coisa, sendo assim, a violência vem
antes da subtração.
Roubo impróprio:
O agente subtrai, e após, pratica a violência para garantir a posse tranqüila da coisa
ou a sua impunidade.
Roubo qualificado (art.157, § 2º):
As penas aumentam de 1/3 até a metade:
I – se a violência ou ameaça é exercida com o emprego de arma;
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vitima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância;
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior;
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
Extorsão (art.158):
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa. Pena – reclusão de quatro a dez anos, e
multa”.
A extorsão constitui infração penal cujo momento consumação deriva da ação,
omissão ou tolerância impostas a vítima. Consuma-se o delito de extorsão com o
resultado do constrangimento desde que haja grave ameaça e desde que a vantagem
que o agente procura obter seja indevida, não sendo necessário que ele tenha
permanecido com o produto da extorsão.
O STJ editou a súmula 96 nesse sentido:
“O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem
indevida”.
Extorsão mediante seqüestro (art.159):
“Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate. Pena – reclusão de oito a quinze anos”.
Causas de aumento de pena (art.159, §§ 1º, 2º e 3º):
CAPÍTULO IV
DO DANO
CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
O juiz aplica a pena de acordo com o art. 155, § 2º se é de pequeno valor o prejuízo
e se o réu é primário.
Os incisos de I a VI determinam que incorre nas mesmas penas:
I – Disposição de coisa alheia como própria;
II – Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria;
III – Defraudação de penhor;
IV – Fraude na entrega da coisa;
V – fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;
VI – Fraude no pagamento por meio de cheque.
Vale salientar as diferenças entre os diversos delitos que já foram mencionados:
Extorsão e roubo: na extorsão a vítima entrega a coisa por estar sendo coagida e
no roubo o agente subtrai a coisa da vítima.
Extorsão e estelionato: na extorsão a vítima entrega a coisa por estar sendo
coagida a entrega-la, já no estelionato a vítima entrega a coisa iludida, pensando
estar entregando certo.
DA RECEPTAÇÃO
Receptação (art. 180):
“Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, coisa que sabe ser produto de
crime. Pena – reclusão de 1 a 4 anos e multa”.
Receptação Dolosa (art. 180, § 1º):
Se ocorrer o tipo penal acima, mas no exercício de atividade comercial ou
industrial.
Receptação Culposa (art. 180, § 3º):
O agente não sabe que a coisa é produto de crime, mas pela desproporção entre o
valor da coisa e o preço pedido e também, as condições de quem a oferece, deveria
presumir ser produto de crime.
CAPÍTULOII
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO AOS MORTOS
Violar = Abrir.
Profanar = Ultrajar.
Sepultura = Lugar onde o cadáver está enterrado.
Urna funerária = lugar onde se guardam as cinzas ou os ossos.
Vilipêndio a cadáver (art.212):
“Vilipendiar cadáver ou suas cinzas”
Vilipendiar aviltar, ultrajar e pode se praticado mediante palavra, escritos ou
gestos.
O agente que praticar necrofilia (praticar sexo com cadáver) se enquadra no delito
de vilipendio.
CAPÍTULO II
DA SEDUÇÃO E DA CORRUPÇÃO DE MENORES
DO RAPTO
I – a falta de escolas
II – a falta de vagas
III – à distância a percorrer
IV – a penúria da família e até a instrução rudimentar dos pais.
Incêndio (art.250):
“Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem”
Causas de aumento de pena (art. 250, § 1º):
As penas aumentam em um terço se:
I – se o crime é cometido com o intuito de obter vantagem pecuniária
em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de
assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte
coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fabrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação de documento particular (art.298):
“Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro”.
Neste tipo de delito a falsidade diz respeito à falsidade material, ou seja, à forma
do documento.
O que se frauda neste tipo de falsidade, é a própria forma e a matéria do
documento, no todo ou em parte. O conteúdo é forjado ou o agente cria um novo
documento para causar prejuízo alheio. Na falsidade material é a forma do
documento, a materialidade gráfica, visível do documento que é alterada. Nos
casos de falsificação de documentos, o delito é de falsidade material e não
falsidade ideológica.
A falsidade ideológica diz respeito ao conteúdo do documento. A forma do
documento é verdadeira. Mas seu conteúdo é falso, isto é, a idéia ou declaração que
o documento contém não corresponde à verdade. O teor do ideal ou do intelectual
do documento é falsificada. Para a lei penal documento é: “Todo escrito devido a
um autor determinado, contendo exposição de fatos ou declaração de vontade,
dotado de significação ou relevância jurídica”.
O pai afirmar que era ele quem estava na direção do veículo no momento da
colisão, quando na verdade era o seu filho menor de idade, na lavratura do boletim
de ocorrência para conseguir a liberação do seguro de seu carro.
Falsidade de atestado médico (art. 302):
“Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso”.
Trata-se de um crime próprio, não bastando que o agente seja médico, é necessário
que a conduta seja praticada no exercício de sua profissão e deve ser praticado por
escrito, afinal, trata-se de atestado.
DE OUTRAS FALSIDADES
Falsa identidade (art.307):
“Atribuir-se ou atribuir falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio
ou alheio, ou causar dano a outrem”.
Incrimina-se também quem irroga ou imputa a si próprio ou a terceira pessoa,
identidade que não é a verdadeira. Na doutrina, a expressão identidade
compreende a idade, filiação, nacionalidade, estado civil, profissão, etc. Ex: a
substituição de fotografia em documento de identidade subtraído da vítima.
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor (art.311):
“Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo
automotor, de seu componente ou equipamento”.
Peculato (art.312):