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MÉTODOS E
TÉCNICAS DE GESTÃO
DE PROJETOS
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3 INTRODUÇÃO
4 UNIDADE 1 - Noções básicas sobre projetos
4 1.1 O que são métodos e técnicas?

4 1.2 O que é um projeto – suas características básicas

6 1.3 O gerente de projetos

7 1.3.1 Problemas com Gerentes de projetos

SUMÁRIO
8 1.4 Benefícios dos projetos

10 1.5 Projetos complexos

11 1.6 Os Stakeholders

13 1.7 O que é preciso gerenciar para obter sucesso com um projeto


15 UNIDADE 2 - Métodos e técnicas de gerenciamento de projetos
15 2.1 PMI® (Project Management Institute)

16 2.2 PMBOK® (Project Management Body of Knowledge)

16 2.2.1 Como implantar o PMBOK®

16 2.3 As fases ou os processos envolvidos em um projeto

20 2.4 Método PERT / CPM

21 2.5 Método Scrum

22 2.6 Método Crystal

23 2.7 Método do Marco Lógico


26 UNIDADE 3 - O caso dos projetos sociais
30 UNIDADE 4 - Perguntas-chave de um ciclo de projeto e um modelo de projeto de Cooperação Técnica – PCT

34 UNIDADE 5 - Plano de Trabalho


35 UNIDADE 6 - Cooperação externa solicitada
37 UNIDADE 7 - Contrapartida oferecida
39 REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO

As organizações têm passado por situa- RANELLI, 2005).


ções delicadas e a competitividade em tem-
A presente apostila vem somar esforços
pos de globalização tem sido crescente e
no sentido de atualizar os gestores e geren-
avaliada por sua sustentabilidade econômi-
tes de projetos e subsidiar conceitualmente
ca, social e ambiental, dentro de uma visão
aqueles que estão enveredando por esta
de longo prazo em relação ao seu negócio.
área, tão atual, mostrando a importância de
Esse fato leva as empresas a operarem em
viabilizar as organizações através de proje-
um ambiente onde os limites entre as ame-
tos e de seu gerenciamento.
aças e oportunidades é quase insignifican-
te. A área de gerenciamento de projetos é
razoavelmente nova, mas a literatura já é
Nesse contexto, o principal desafio em-
extensa, portanto, esta compilação não
presarial tem sido o de balancear o geren-
tem o interesse de esgotar o assunto. Su-
ciamento dos negócios, atendendo às exi-
gerimos leituras complementares que po-
gências de alta eficiência operacional, baixo
dem ser encontradas ao final da apostila.
custo e alto padrão de qualidade dos produ-
tos, como também às demandas ambientais Boa leitura a todos!
e sociais da sociedade civil.

Assim, para agregar valor ao negócio, as


organizações precisam integrar as estra-
tégias sociais à sua estratégia essencial de
negócios de maneira pró-ativa e inovadora,
identificando e priorizando as ações e o pú-
blico a ser atendido, de acordo com os seus
impactos na empresa. Além disso, os resul-
tados devem ser avaliados, quantificados e
divulgados (GOMES, 2005).

Para alcançar seus objetivos, por diver-


sos motivos, nascem os projetos. Por neces-
sidades: pressões do mercado, problemas
recorrentes, redução de custos, manuten-
ção e revitalização dos negócios, novos
produtos, novos canais de comercialização,
campanhas de vendas. Por oportunidades:
novas possibilidades de negócios, necessi-
dades de realizar investimentos. Por riscos:
evitar ameaças ao negócio, evitar ameaças
ao bem-estar da organização, evitar amea-
ças à imagem da organização (COSTA & FIO-
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UNIDADE 1 - Noções básicas sobre
projetos
Devido às mudanças aceleradas no holders - também são coerentes com os
mundo dos negócios, as corporações de- objetivos globais das empresas. (VALAN-
param-se com o gerenciamento de um DRO & KRONMEYER FILHO, 2004).
portfólio de projetos em vez da simples
operação de uma hierarquia corporati-
1.1 O que são métodos e
va. A gestão por projetos nas empresas
técnicas?
mostra como atingir metas aplicando as Método, segundo Ferreira (2004),
técnicas de gerenciamento de projetos pode ser o caminho pelo qual se atinge
não apenas a projetos isolados, mas tam- um objetivo ou programa que regula pre-
bém no nível empresarial (VALANDRO & viamente uma série de operações que se
KRONMEYER FILHO, 2005). deve realizar, apontando erros evitáveis,
em vista de um resultado determinado.
O gerenciamento por projeto (Dinsmo-
re, 1999, p.22 citado pelos mesmos au- Técnica é o procedimento ou o conjun-
tores acima) pergunta “Como podemos to de procedimentos que têm como ob-
tornar o negócio mais adaptável, sensí- jetivo obter um determinado resultado,
vel e lucrativo em um ambiente de múl- seja no campo da Ciência, da Tecnologia,
tiplos projetos que muda rapidamente?” das Artes ou em outra atividade (FERREI-
ao passo que a gerência de projeto tradi- RA, 2004).
cional visa responder à pergunta “Como No ser humano, a técnica surge de
podemos conseguir que este projeto seja sua relação com o meio e se caracteriza
feito eficaz e eficientemente?”. Ambos por ser consciente, reflexiva, inventiva
são conceitos complementares, traba- e fundamentalmente individual. O indi-
lham em conjunto para aumentar a pro- víduo a aprende e a faz progredir. Só o
dutividade e a eficácia da empresa. ser humano é capaz de construir, com a
A gestão por projetos é compatível com imaginação, algo que logo pode concre-
as filosofias gerenciais existentes, como tizar na realidade. Em termos de Tecno-
o gerenciamento com foco no cliente, os logia, a técnica responde ao interesse e
movimentos da qualidade, a moderniza- à vontade do homem de transformar seu
ção dos processos do negócio e mesmo ambiente, buscando novas e melhores
o gerenciamento dos processos. A apli- formas de satisfazer suas necessidades
cação do gerenciamento de projetos em ou desejos.
uma base mais ampla dentro da organiza- 1.2 O que é um projeto –
ção aumenta a velocidade e produtivida- suas características básicas
de dos processos existentes. Portanto,
Quando desejamos estabelecer polí-
os objetivos da gestão por projetos, que
ticas de planejamento e gestão, temos
são baseados nos princípios sagrados
como instrumento essencial a identifica-
do gerenciamento de projetos - prazo,
ção das prioridades e, para seu sucesso,
custo, qualidade e satisfação dos stake-
é fundamental uma gestão dos projetos
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voltados à inovação, bem como o esta- planejado, executado e controlado, com


belecimento de uma metodologia con- objetivo de criar um produto ou serviço
gruente com essa proposta. único ou resultado exclusivo.”

Assim um projeto pode ser entendido Os projetos são, na realidade, planeja-


como um conjunto de ações, realizadas dos e implementados para que resultem
de forma coordenada por uma organiza- na inovação ou na melhoria radical dos
ção temporária, onde são alocados os in- processos permanentes da organização,
sumos necessários para alcançar um ob- ou na implementação de novos proces-
jetivo em um determinado prazo. Nesse sos de geração de valor ao cliente (DINS-
conceito, os projetos possuem um ciclo MORE, 1997 apud VALANDRO E KRON-
de vida onde as técnicas de administra- MEYER FILHO, 2005).
ção, voltadas para o planejamento, or-
Numa explicação mais detalhada de
ganização, execução, são planejadas e
Sato, Dergint e Hatakeyama (2005), o
praticadas com o objetivo de possibilitar
“temporário” significa que todo projeto
o controle das atividades neles inseridas.
tem um início e um fim definidos, sendo
A administração de projetos sistema- regulares. “Único” significa que o produto
tizou suas práticas, convertendo-se em ou serviço é diferente, em alguma forma
uma disciplina nos anos 80, consolidan- distinta, de todos os outros produtos ou
do-se num movimento para identificar as serviços e, por fim, a gestão de projetos,
áreas do conhecimento que concentram por sua vez, é a aplicação de conhecimen-
as técnicas e os conceitos mais impor- tos, habilidades, ferramentas e técnicas
tantes para o gerenciamento de proje- às atividades do projeto para atender aos
tos (Maximiano, 2002). Esse movimento requisitos do projeto.
foi liderado pelo Project Management
Segundo PMI® (2008), o aprimoramen-
Institute (PMI), que produziu o Guia dos
to da competência de gerenciar projetos
Conhecimentos sobre a Administração
deve ser baseado no seu perfeito conhe-
de Projetos (Guide to the Project Ma-
cimento de conceitos e características
nagement Body of Knowledge – PM-
próprias e também nas particularidades
BOK®/1996) que veremos adiante.
e fatores críticos de sucesso da Gerên-
Segundo a NBR 10.006 (ABNT – As- cia de Projetos. Os projetos cooperativos
sociação Brasileira de Normas técnicas) aumentam a importância de algumas de
Projeto é “Processo único, consistindo suas características, bem como de seus
de um grupo de atividades coordenadas fatores de sucesso.
e controladas com datas para início e tér-
O conhecimento dos conceitos e carac-
mino, empreendido para alcance de um
terísticas é completado com o aprofunda-
objetivo conforme requisitos específi-
mento do entendimento de algumas das
cos, incluindo limitações de tempo, custo
funções administrativas da gerência de
e recursos”.
projetos, entre as quais o planejamento
No PMBOK® (2000, 2004), encontra- e o acompanhamento. Da mesma forma,
mos “Um empreendimento temporário, outros temas devem ser relacionados
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com sua gerência, tais como percepção verdadeiras empresas, com noções de
e ambiguidade, o conceito de paradigma, marketing, finanças, operações, dan-
as técnicas de planejamento e revisão, do-lhes condições para estruturar uma
software de apoio à gerência de projetos ideia e negociá-la, noções de gestão de
no ambiente da Internet, etc. projetos e liderança, habilidades para te-
cer relações e obter apoio, tanto político
Ao considerar o projeto como um ins-
como financeiro.
trumento fundamental para qualquer
atividade de mudança e geração de pro- 1.3 O gerente de projetos
dutos e serviços, temos em mente que Controlar projetos exige uma meto-
ele envolve todas as pessoas existen- dologia, organização e disciplina muito
tes em uma organização e deve ter uma rigorosa. Nas empresas, existem muitos
duração de alguns dias ou vários anos e projetos com diferentes níveis de com-
voltamos a frisar: ele deve ser considera- plexidade.
do como um empreendimento único, com
início e fim definidos, que utiliza recursos Uma vez que a gestão de projetos for-
limitados e é conduzido por pessoas, vi- nece os conceitos, ferramentas e técni-
sando atingir metas e objetivos pré-de- cas para lidar com tais mudanças através
finidos estabelecidos dentro de parâme- de projetos, o agente dessas mudanças
tros de prazo, custo e qualidade. vem a ser gerente de projetos (SATO,
DERGINT & HATAKEYAMA, 2005).
O equilíbrio entre as demandas de es-
copo, tempo, custo, qualidade e bom re- Assim, podemos inferir que o ge-
lacionamento com o cliente deve-se dire- rente de projetos:
tamente a gestão de projetos. O sucesso É responsável por conhecer e admi-
na gestão de um projeto está relaciona- nistrar, de forma geral, cada um dos pro-
do ao alcance dos seguintes objetivos: jetos;
entrega dentro do prazo previsto, dentro
do custo orçado, com nível de desempe- Atua como um catalisador – é aque-
nho adequado, aceitação pelo cliente, le que inicia e coloca em movimento o
atendimento de forma controlada às mu- projeto;
danças de escopo e respeito à cultura da Tem como desafio cumprir as metas
organização. de custos, cronograma e qualidade do
De acordo com Hashimoto (2006, projeto sem causar prejuízos às pessoas,
p.111), na geração de uma cultura cor- o que significa terminar o projeto com a
porativa empreendedora, esse mesmo moral da equipe em alta, clientes satis-
movimento está acontecendo agora den- feitos e com a equipe motivada para um
tro da organização. Almeja-se assim que próximo projeto (VERZUH, 2000 apud
funcionários e líderes se tornem parcei- VALANDRO & KRONMEYER FILHO, 2005).
ros da empresa, gozando de autonomia Cleland e Ireland (2002 apud
e independência para iniciar e conduzir SATO, DERGINT & HATAKEYAMA,
projetos de alto valor agregado, capaci- 2005) enumeram as seguintes com-
tando seus colaboradores a se tornarem petências necessárias ao Gerente de
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projetos: de em condução de reuniões;

Ter compreensão geral da tecnolo- Domínio técnico do objeto do proje-


gia envolvida no projeto; to;

Ter habilidades interpessoais que Capacidade de organização;


promovam um ambiente cultural para a
Habilidade de negociação;
equipe e para os stakeholders do proje-
to, de modo a refletir confiança, lealda- Boa comunicação e criatividade
de, comprometimento e respeito; (COSTA & FIORANELLI, 2005).

Compreender os processos geren- 1.3.1 Problemas com Geren-


ciais e suas aplicações ao projeto; tes de projetos
Ter visão do contexto “sistêmico” do Em várias empresas, principalmente
projeto; aquelas de caráter técnico e, historica-
mente, com estrutura organizacional al-
Ser capaz de tomar e implementar tamente funcional, a reorganização para
decisões acerca do projeto; projetos se dá com o estabelecimento
de uma estrutura matricial, no máximo,
Ser capaz de produzir os resultados
fraca, em que os chamados gerentes de
desejados no projeto.
projetos têm pouca autoridade ou auto-
nomia ou essa autoridade ou autonomia
é menor do que os gerentes de área. Os
No entanto, atribuir ao gerente de
gerentes de área ou gerentes funcionais
projetos a maior responsabilidade quan-
continuam mantendo a sua autoridade e,
to aos resultados e sucesso dos projetos
nesses casos, a mudança para uma matriz
pode não ser a estratégia mais adequa-
forte ou uma estrutura por projetos ain-
da em muitas organizações e situações
da encontra grande resistência. Tal tipo
específicas. A incerteza e a capacidade
de mudança pode demorar longos anos,
cada vez menor de fazer previsões, devi-
se é que vai acontecer (SATO, DERGINT &
do às mudanças inesperadas que emer-
HATAKEYAMA, 2005).
gem nas situações de projeto, fazem com
que o papel do gerente de projetos seja Os mesmos autores fizeram uma cons-
revisto e novos conceitos e estruturas tatação interessante mediante pesquisa
sejam necessários para conviver e lidar de Barros (2003, p. 33). 53% dos executi-
com tais mudanças (SATO, DERGINT & vos brasileiros concordam com a afirma-
HATAKEYAMA, 2005, p. 5). ção “a maioria dos executivos parece ser
motivada mais pela conquista do poder
Resumindo, os gerentes de proje-
do que para atingir resultados”, o que é
tos devem desenvolver as seguintes
uma contraposição à ideia do gerente de
características:
projetos, que deve estar mais interessa-
Habilidade para se relacionar com do e direcionado a resultados do que para
executivos; a conquista de poder.

Capacidade de liderança e habilida- Na mesma pesquisa, verificou-se,


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através de entrevistas com 2.500 exe- status para ele.


cutivos brasileiros de 520 empresas, que
esses concordam com a existência de con-
1.4 Benefícios dos projetos
centração de poder em suas empresas e Cleland e Ireland (2002 apud
que os gerentes brasileiros resistem a es- SATO, DERGINT & HATAKEYAMA,
truturas mais flexíveis no estilo matricial. 2005) apontam os seguintes bene-
Também mostra que 74% dos executivos fícios da gestão de projetos, dentre
brasileiros concordam com a afirmação: outros:
“Convém evitar a todo custo uma estrutu- Melhora da produtividade, forne-
ra de organização na qual os subordinados cendo o caminho mais direto para a solu-
possam ter dois chefes”, como ocorre na ção de problemas;
estrutura matricial. Os executivos fran-
ceses e alemães também são fortemente Aumento dos lucros pela redução
contra a presença de dois chefes (83% e do desperdício de tempo e de energia em
79%, respectivamente). Os norte-ameri- soluções erradas;
canos apresentam 54% de concordância, Melhora no estado de ânimo dos
contra apenas 9% dos respondentes da funcionários mediante maior satisfação
Grã-Bretanha (BARROS, 2003 apud SATO, no emprego;
DERGINT & HATAKEYAMA, 2005). Dessa
forma, percebe-se que, em muitas orga- Melhores tomadas de decisões na
nizações, a figura do gerente de proje- continuação e no término dos esforços
tos no papel de líder, de integrador, como de trabalho;
“aquele que fala com todo mundo”, pode Melhor posição de competitividade
demorar muito a acontecer, podendo até dentro da indústria com a apresentação
mesmo não vir a acontecer, pois, prova- de resultados mais rápidos para as situ-
velmente, a empresa pode desaparecer ações;
antes do mercado.
Apresentação mais rápida de pro-
Há ainda o perigo de se considerar um dutos que satisfaçam às exigências dos
gerente de projetos como um CEO (Chief clientes;
Executive Officer) ou presidente de em-
presa mais barato, gerenciando uma “em- Menor esforço (horas de trabalho)
presa” numa escala menor: um projeto. com melhores resultados;

Outro problema se relaciona com o sta- Confiança na capacidade de com-


tus e o poder dado ao cargo de gerente de pletar o trabalho.
área. Isto quer dizer que o gerente de pro-
Kerzner (2001 apud SATO, DERGINT
jetos, quando novo na empresa e quando
& HATAKEYAMA, 2005) também faz um
se trata de um cargo novo, não terá os
contraste entre a percepção antiga e a
mesmos benefícios dos demais gerentes
moderna em relação aos benefícios da
e pode criar problemas, sendo chamado,
implantação da gestão de projetos nas
a princípio, de coordenador de projetos,
organizações em geral, o que está ex-
quando a empresa não quiser dispor do
presso no Quadro 1 a seguir.
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Quadro 1 – Benefícios da Gestão de Projetos

VISÃO DO PASSADO VISÃO DO PRESENTE

A gestão de projetos vai requerer mais A gestão de projetos permite realizar


pessoas e adicionar mais custos indire- mais trabalho em menos tempo e com
tos menos pessoas.

Lucratividade vai diminuir Lucratividade vai aumentar

Aumenta a quantidade de mudanças de Possibilita maior controle das mudanças


escopo de escopo

Torna a organização mais eficiente e


Cria instabilidade organizacional e au-
efetiva através de melhores princípios
menta conflitos
de comportamento organizacionais.

Cria problemas Fornece um meio de resolver problemas

Somente grandes projetos precisam de Todos os projetos se beneficiarão da


gestão de projetos gestão de projetos.

Aumentará os problemas de qualidade Aumenta a qualidade

Criará problemas de poder e autoridade Reduzirá conflitos de poder.

Foca em subotimização apenas olhando Permite que as pessoas tomem boas


para o projeto específico decisões empresariais.

Entrega produtos ao cliente Entrega soluções

Pode nos tornar não competitivos Aumentará nosso negócio

Fonte: Kerzner (2001 apud SATO, DERGINT e HATAKEYAMA, 2005)


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1.5 Projetos complexos A complexidade também pode ser coloca-


da numa escala, desde projetos pouco com-
A abordagem de projetos complexos
plexos até projetos muito complexos. Ao se
parte da conceituação de sistemas comple-
combinar a complexidade com a incerteza
xos, que se originou de uma necessidade
obtém-se quatro categorias de projetos,
da Biologia em tratar sistemas complexos
conforme mostrado na Figura 1 a seguir:
considerando o organismo como um todo e
não apenas como uma soma de suas partes Figura 1 – Em Função da Complexi-
constituintes, visto que o tratamento dado dade e Incerteza, há quatro categorias
a essa questão, segundo uma abordagem de projetos
mecanicista, não conduzia a resultados sa-
tisfatórios (KRUGER, 2003,2002 apud SATO,
DERGINT & HATAKEYAMA, 2005).

Bar-Yam (1997, 2002 apud SATO, DER-


GINT & HATAKEYAMA, 2005) define a com-
plexidade como uma medida da dificuldade
inerente de alcançar a compreensão dese-
jada. Em outras palavras, a complexidade de
um sistema é a quantidade de informação
necessária para descrevê-la. Fonte: Maximiano (2002)

Nesse sentido Maximiano (2002) cita que Um projeto complexo contém todas
a complexidade de uma situação é medi- as seguintes características:
da pelo número de variáveis que contém e,
Muitos subsistemas/subprojetos e ele-
assim, que projeto complexo é aquele que
mentos inter-relacionados devem ser leva-
apresenta grande número de variáveis a se-
dos em conta dentro das estruturas de um
rem administradas, como, por exemplo:
projeto complexo e as relações ao seu con-
Multidisciplinaridade ou várias especia- texto;
lidades profissionais necessárias para a rea-
Muitas empresas envolvidas e/ou dife-
lização do projeto;
rentes unidades organizacionais são geren-
Número de pessoas envolvidas; ciadas num projeto complexo;

Número de instalações ocupadas e dis- Muitas diferentes disciplinas estão tra-


tância entre elas (dispersão da equipe); balhando para um projeto complexo;

Diversidade e volume de informações a O gerenciamento de um projeto com-


serem processadas; plexo é feito durante várias diferentes fases
com uma duração mínima;
Duração;
Muitos dos métodos, técnicas e ferra-
Número de organizações envolvidas; mentas conhecidos de gestão de projetos
Condições a serem observadas (risco e (mais do que cerca de 60 a 80%) são ne-
segurança, por exemplo). cessários e aplicados no gerenciamento de
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um projeto complexo (SATO, DERGINT & HA- Contudo, para Mitchell et al (1997 apud
TAKEYAMA, 2005). GOMES, 2005), a definição dos stakeholders
deve considerar, além do poder para influen-
1.6 Os Stakeholders ciar o comportamento da empresa, a legiti-
O conceito de stakeholder inclui qualquer midade das reivindicações e o seu impacto
grupo, entidade, instituição ou indivíduo que sobre a organização.
possa afetar ou ser afetado pela realização Assim, numa perspectiva empresarial, o
dos objetivos de uma empresa. stakeholder pode ser considerado como sen-
Com o objetivo de melhor especificar o do uma pessoa ou um grupo que pode causar
conceito, Clarkson (1994 apud GOMES, 2005) prejuízo ou lucro ao negócio. Os stakeholders
considerou que as relações entre os stake- que detêm poder suficiente para afetar o de-
holders e as organizações devem envolver sempenho da empresa, de forma positiva ou
o sentido da perda ou de um risco associado. negativa, são importantes para o futuro da
Nesse sentido, o autor diferenciou os stake- empresa, sendo considerados os stakehol-
holders em voluntários e involuntários. O ders prioritários (LASZLO et al, 2004 apud
stakeholder voluntário é aquele que incorre GOMES, 2005).
em algum risco por ter investido alguma for- Apesar de terem uma variedade de inte-
ma de capital, humano ou financeiro, ou seja, resses, os stakeholders têm somente três
algum tipo de valor no empreendimento. Os tipos de poder para influenciar o comporta-
stakeholders involuntários são aqueles que mento da corporação.
estão sujeitos a riscos decorrentes da atua-
ção do empreendimento. Os stakeholders tradicionais (acionis-
tas, diretores e gerentes executivos) pos-
Outros stakeholders diretos, incluindo suem poder formal dentro da corporação e
clientes, empregados, competidores, forne- podem influenciar as decisões através do
cedores e credores, têm interesses ou riscos direito de voto.
econômicos na empresa – eles podem afetar
ou ser diretamente afetados pelo sucesso fi- Os clientes, fornecedores, credores e
nanceiro do empreendimento. Os sindicatos empregados têm o poder econômico na me-
de trabalhadores, grupos comunitários, or- dida em que são capazes de influenciar a es-
ganizações ambientalistas, organizações de trutura de custo e receitas da corporação.
direitos humanos e dos consumidores estão
Governos, comunidades, grupos de
expostos ao risco dos impactos da empresa
pressão e ativistas possuem poder político
sobre as pessoas e o ambiente, bem como
pela sua influência nas condições políticas e
do impacto econômico (SVENDSEN & WHEE-
sociais nas quais a corporação opera (WARTI-
LER, 2002 apud GOMES, 2005).
CK e WOOD, 1998 apud GOMES, 2005).
Para Eden e Ackermann (1998, apud Go-
O valor do stakeholder, segundo Lazlo
mes, 2005), somente podem ser considera-
et al (2004 apud GOMES, 2005), é, frequen-
dos como stakeholders pessoas ou grupos
temente, mal gerenciado em função de um
que têm o poder para afetar o futuro da or-
conhecimento incompleto referente aos
ganização.
seus impactos sobre a empresa e como es-
12

ses impactos podem afetar o valor futuro da sentam alto potencial de perigo e baixo
empresa, da fragmentação dentro da estru- potencial de cooperação, sendo os mais es-
tura da organização das responsabilidades tressantes para a organização e seus admi-
e do conhecimento das questões sociais e nistradores.
ambientais, que são, frequentemente, dele-
4. Stakeholders mistos: representam
gadas às pessoas fora do grupo gerencial, e
o principal papel. São aqueles cujo potencial
da deficiência de ferramentas práticas para
de ameaçar ou de cooperar são igualmen-
avaliação e gerenciamento das implicações
te altos, podendo tornar-se mais ou menos
do desempenho social e ambiental das em-
apoiadores.
presas e da cultura gerencial voltada para
o atendimento das necessidades dos acio- Uma das grandes mudanças ao se rela-
nistas. Segundo Savage et al (1991 apud cionar com os stakeholder é tratar de visões
GOMES, 2005), existem duas dimensões divergentes e posições conflitantes. Ações
críticas que devem ser avaliadas na gestão que criam valor para um segmento podem
dos stakeholders: o potencial de perigo e o destruir valor para outro. As empresas de-
potencial de cooperação. vem aceitar que mesmo ao encontrar solu-
ções desejáveis, alguns stakeholders podem
Com base nessas dimensões, os
continuar a perceber uma perda de valor.
stakeholders podem ser classificados Outros podem ter questões legítimas que a
em quatro tipos distintos, existindo, empresa não está em posição de alterá-las
consequentemente, quatro estratégias significativamente. Outros stakeholders
para gerenciá-los: podem manter posições extremas que re-
1. Stakeholder de suporte: são os que fletem uma estreita fatia da opinião pública.
apóiam os objetivos e as ações da organiza- Na maioria dos casos, entretanto, a tensão
ção, apresentando baixo potencial de peri- que aparece das visões divergentes pode
go e alto potencial para cooperação. Muitas ser uma fonte de criatividade capaz de im-
vezes, são ignorados como stakeholders pulsionar a empresa a desenvolver soluções
que devem ser gerenciados e, por isso, o seu criativas que não poderiam ser encontradas
potencial cooperativo pode também ser des- no curso normal do negócio. Outra mudança
prezado. no diagnóstico de valor dos stakeholders é
que percepções são frequentemente mais
2. Stakeholder marginal: é aquele que importantes que fatos científicos (LASZLO
não é altamente perigoso e nem especial- et al, 2004 apud GOMES, 2005).
mente cooperativo. Apesar de ter interesse
na organização e nas suas decisões, geral- Savage et al. (1991) afirmaram que, para
mente não está preocupado com a maioria sobreviver no futuro, as organizações de-
das questões. Entretanto certas questões, veriam estabelecer objetivos para as suas
como segurança dos produtos e poluição, relações com os stakeholders atuais e po-
podem ativar um ou mais desses stakehol- tenciais, como parte de seu processo de ge-
ders, aumentando o seu potencial de perigo renciamento estratégico. Esses objetivos
ou de cooperação. deveriam considerar o impacto potencial
sobre as estratégias corporativas. Ao focar
3. Stakeholder que não apóia: apre- no potencial de risco e de cooperação dos
13

stakeholders-chave, pode-se evitar a im- dades de suas especificações.


plementação de planos que irão ser por eles
Validade organizacional: O projeto
combatidos, reconhecer suas necessidades
deve contribuir, direta e indiretamente, com
emergentes, modificar planos para envol-
a organização, além de não comprometer os
vê-los e evitar os problemas associados com
outros componentes e aspectos do ambien-
uma organização por eles pressionada (GO-
te onde ele é desenvolvido.
MES, 2005, p. 20-24).
Efetividade organizacional: Os re-
1.7 O que é preciso geren- sultados e produtos do projeto devem ser
efetivamente utilizados pela organização,
ciar para obter sucesso com garantindo a sua contribuição.
um projeto
Segundo o PMI® (2008), muitas organi-
Albertin (2001) cita Pinto e Slevin (1988),
zações ao redor do mundo, como NASA, IBM,
os quais realizaram alguns trabalhos e pes-
AT&T, Siemens lançam mão do Gerenciamen-
quisas sobre os fatores críticos de sucesso
to de Projetos para desenvolver processos
de projeto e sua distribuição no ciclo de vida
inovadores, planejar, organizar e controlar
dos projetos. Seu sucesso foi medido base-
iniciativas estratégicas, monitorar desem-
ando-se nas seguintes características:
penho de empreendimentos, analisar diver-
Aderência ao orçamento: O projeto gências significantes e prever seus impactos
que não for aderente ao seu orçamento ori- nos projeto e na organização.
ginal ou ao orçamento aprovado por todas
A aplicação dos princípios de Geren-
as partes envolvidas, resultante de uma mu-
ciamento de Projetos permite que os
dança, muito provavelmente irá invalidar a
executivos seniores:
decisão que levou à sua aprovação, ou seja,
não deveria ter sido aprovado e realizado. Estabeleçam medidas do sucesso;
Aderência ao cronograma: O proje- Mantenham o foco no cliente;
to que não for desenvolvido de acordo com
Quantifiquem o valor agregado corres-
o seu cronograma muito provavelmente
pondente aos custos;
não trará as contribuições esperadas para
o aproveitamento de uma oportunidade e Aperfeiçoem o uso dos recursos da or-
para a solução de um problema. ganização;
Nível de desempenho atingido: O Incorporem princípios de qualidade;
projeto deve atender ao nível de desempe-
nho esperado e acertado entre as partes Coloquem planos estratégicos em mar-
envolvidas, uma vez que a decisão que levou cha;
a sua aprovação e ao orçamento correspon- Assegurem a atualização da empresa
dente assim previa. às demandas do mercado.
Validade técnica: O projeto deve ter Sintetizando, o conceito de sucesso de
as soluções e qualidades técnicas nas suas um projeto passa pelos seguintes pontos:
atividades e produtos, aderentes a necessi-
14

Projeto concluído dentro do prazo, dos


custos, no nível tecnológico e/ou desempe-
nho desejado, tendo utilizado de forma efi-
caz os recursos alocados, com aceitação dos
resultados pelo cliente, com alterações de
escopo mínimas ou acordadas mutuamente,
sem alterar o desenvolvimento normal dos
trabalhos da organização; e, enfim, sem alte-
rar a cultura corporativa.
15
UNIDADE 2 - Métodos e técnicas de
gerenciamento de projetos
2.1 PMI1 ® (Project Manage- também marcou presença na rede mun-
dial da Internet e publicou o “A Guide to the
ment Institute) Project Management Body of Knowledge
Visando a sistematização de procedi- (PMBOK® Guide)”, um guia englobando to-
mentos que aumentassem a eficácia no das as áreas do conhecimento que regem
gerenciamento de projetos, a promoção e as regras do gerenciamento de projetos. O
a ampliação do conhecimento existente so- PMI Today®, boletim informativo mensal
bre o tema, bem como a melhoria do desem- do PMI®, foi impresso pela primeira vez e o
penho dos profissionais e organizações que Programa de Desenvolvimento Profissional
atuam nesta área, foi criado o Project Ma- (Professional Development Program - PDP)
nagement Institute, organização sem fins foi estabelecido para que os profissionais
lucrativos, sediada na Pensylvania, Estados credenciados como PMP® mantenham sua
Unidos (PMI®, 2008). certificação.
Nos anos setenta, a primeira edição do No inicio do século 21, o PMI® tinha mais
Project Management Quarterly (PMQ) foi de 50.000 associados, mais de 10.000 Pro-
publicada, e posteriormente renomeada fissionais de Gerenciamento de Projeto
para Project Management Journal (PMJ). O (PMP) credenciados e mais de 270.000 có-
primeiro evento anual “Seminars & Sympo- pias do PMBOK Guide® estavam em circula-
sium” foi realizado fora dos EUA, o primeiro ção (HOZUMI & SOARES, 2006).
Capítulo do PMI® foi oficializado e o primeiro
Atualmente, o PMI® conta com mais de
Programa de Prêmios Profissionais estabe-
250.000 associados em 170 países. Os as-
lecido. Ao final da década, o PMI® somava
sociados do PMI® são indivíduos praticando
mais de 2.000 associados no mundo.
e estudando o Gerenciamento de Projeto
Durante os anos oitenta, o número de nas mais diversas áreas, como aeroespacial,
associados do PMI® continuou crescendo, automobilística, administração, construção,
bem como os programas e serviços ofereci- engenharia, serviços financeiros, tecnolo-
dos pela associação. Um Código de Ética foi gia da informação, farmacêutica e teleco-
adotado para a profissão e o primeiro Pro- municações (PMI®, 2008).
ject Management Professional (PMP®) foi
Com o passar do tempo, o PMI® se tor-
credenciado.
nou, e continua sendo, a principal asso-
Em 1990, o PMI® somava mais de 8.500 ciação profissional em Gerenciamento de
associados e, em 1993, este número cres- Projetos. Os associados e interessados em
cia cerca de 20% ao ano. Durante os anos Gerenciamento de Projetos têm à sua dis-
noventa foram formados os Grupos de In- posição uma extensa relação de produtos e
teresses Específicos, os Colleges e os Semi- serviços oferecidos pelo PMI®. Esses produ-
nars, uma série de programas educacionais
1- “PMI”, “PMP” e “PMBOK” são marcas do Project Manage-
em Gerenciamento de Projeto (depois re- ment Institute que estão registradas nos Estados Unidos e
nomeados como World Seminars). O PMI® demais países.
16

tos e serviços são descritos abaixo e estão A gestão de projetos é descrita pelo PM-
detalhados no site do PMI®. BOK® como constituída por nove áreas de
conhecimento (citadas acima): integração,
Além do PMBOK® Guide, outros padrões
escopo, tempo, custo, qualidade, recursos
foram desenvolvidos para áreas específicas
humanos, comunicações, riscos e aquisi-
tais como governo, construção e vários ou-
ções/contratos. As áreas de tempo, custo,
tros padrões estão sendo construídos para
qualidade e escopo são as mais visíveis e
possibilitar o aumento do conhecimento em
controladas no projeto. São o que se pode
gerenciamento de projetos.
chamar de “ponta do iceberg”. As áreas de
comunicações e riscos são as que vêm re-
2.2 PMBOK® (Project Mana- cebendo maior atenção ultimamente, por
gement Body of Knowledge) estarem cada vez mais intimamente ligadas
O estudo do PMBOK® é fundamental ao sucesso dos projetos.
para que os gerentes de projetos possam A abordagem formal de gestão de pro-
compreender os ensinamentos e relaciona- jetos é relativamente nova, embora pro-
mentos que, através das áreas de conhe- jetos existam desde a história antiga, com
cimento e de processos preconizados pela os egípcios e suas pirâmides e outras cons-
metodologia, traduzem os conceitos mais truções, os romanos com seus aquedutos
atuais da prática de Gerenciamento de Pro- e estradas e os gregos com os seus mo-
jetos no mundo. numentos. Mais recentemente, a área de
O PMBOK® reúne os conhecimentos e projetos de defesa militar e de construção
práticas do universo de conhecimento em pesada foram e são, ainda, um terreno fér-
Gerência de projetos. Nesse sentido, agru- til para a aplicação das técnicas de gestão
pa as ações de gerenciamento em proces- de projetos. Modernamente, percebeu-se
sos e técnicas organizados em nove áreas que a gestão de projetos é útil não somente
de conhecimento: Gerência da Integração nos projetos de grande porte, mas para ge-
do Projeto, Gerência do Escopo do Projeto, renciar todo o conjunto de projetos de uma
Gerência do Tempo do Projeto, Gerência do organização, seja de P&D (Planejamento
Custo do Projeto, Gerência da Qualidade do e Desenvolvimento), marketing, logística,
Projeto, Gerência dos Recursos Humanos tecnologia da informação, instalações em
do Projeto, Gerência das Comunicações do campo, etc. Assim, surge a moderna gestão
Projeto, Gerência dos Riscos do Projeto e de projetos e a gestão de projetos corpo-
Gerência das Aquisições do Projeto. Proces- rativos, ambas aplicadas nas mais diversas
sos esses organizados em fluxos que deter- áreas da organização (SATO, DERGINT & HA-
minam o desenvolvimento das atividades a TAKEYAMA, 2005).
serem executadas em cada projeto (HOZU-
MI & SOARES, 2006; ROCHA & BELCHIOR, 2.3 As fases ou os processos
2004). envolvidos em um projeto
O PMBOK® formaliza diversos conceitos
2.2.1 Como implantar o em gerenciamento de projetos, como a pró-
pria definição de projeto e do seu ciclo de
PMBOK®
17

vida, reconhece 5 grupos de processos de Cada área de conhecimento abrange di-


gerenciamento de projetos e 9 áreas de co- versos processos de gerenciamento de pro-
nhecimento (D’ÀVILA, 2006). jetos.

Os cinco grupos essenciais de pro- Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são


cessos são: os principais focos para o objetivo de um
projeto: entregar um resultado de acordo
1. Iniciação; com o escopo, o prazo e o custo definidos,
2. Planejamento; com qualidade adequada. Recursos Huma-
nos e Aquisições são os insumos que mo-
3. Execução; vem um projeto. Comunicações e Riscos são
4. Monitoramento e controle; elementos aos quais deve haver sempre
atenção e tratamento constantes em um
5. Encerramento. projeto. E Integração abrange a orquestra-
Os grupos de processos de gerenciamen- ção de todos esses aspectos.
to de projetos têm certa correspondência O escopo:
com o conceito do Ciclo PDCA (Plan - Do
- Check - Act ou Planejar - Fazer - Verificar Sobre o escopo podemos dizer que é a
- Agir). O grupo de Planejamento correspon- definição do produto, que é a base para o
de ao Planejar; Execução, ao Fazer; e Moni- planejamento subsequente. É importante
toramento e controle englobam Verificar e salientar que existe uma diferença entre
Agir. E como a natureza dos projetos é fini- escopo do produto e escopo do projeto.
ta, o PMBOK® ainda caracteriza os grupos O escopo do produto está relacionado ao
de processos que iniciam (Iniciação) e fina- conjunto de características e funções que o
lizam (Encerramento) um projeto. As nove produto final deve possuir. O escopo do pro-
áreas de conhecimento abordam, respecti- jeto corresponde ao trabalho que deve ser
vamente, o gerenciamento dos seguintes realizado para que seja construído um pro-
aspectos do projeto. duto final com um conjunto de caracterís-
1. Integração ticas e funções já definidas. O escopo deve
conter:
2. Escopo
Justificativa do Projeto - requisitos
3. Tempo do negócio que o projeto pretende atender.
4. Custos Produto do Projeto – descrição do
5. Qualidade objeto e subprodutos, relacionando tudo
que deve entregar.
6. Recursos humanos
Objetivos do Projeto – critérios que
7. Comunicações possam servir de parâmetro para medir o
8. Riscos sucesso do projeto, recurso/custos, prazo
total e alguns marcos intermediários, requi-
9. Aquisições (D’ÀVILA, 2006) sitos do produto e medidas de qualidade.
18

A figura abaixo nos mostra a integração ou organizações afetadas, especialmente


e interação entre as áreas de conhecimento aquelas que serão solicitadas a trabalhar no
de um projeto. projeto. O documento legal e formal da fase
de iniciação é o Project Charter (COSTA &
FIORANELLI, 2005, p. 11).

O Project Charter ou Plano do Projeto é


um documento que descreve o projeto e é
usado para autorizar o gerente do projeto
a começar a trabalhar. Deve declarar a ra-
zão do projeto, seus principais objetivos, as
principais premissas e restrições, a macro
descrição do produto, uma avaliação dos ris-
cos, os fatores críticos de sucesso, quem é o
gerente de projeto, suas responsabilidades
e autoridade, e os principais stakeholders e
respectivos papéis (COSTA & FIORANELLI,
2005).

O planejamento cria e mantém uma abor-


dagem viável para atingir os objetivos do
projeto.
Fonte: D’Ávila, 2006. Listas de atividades e descrições, cro-
nograma, orçamento e suas necessidades
A iniciação do projeto: o processo come-
implícitas de recursos contribuem para as
ça com a identificação da oportunidade para
estimativas de tempo e custo que refletem
um projeto. Isso, muitas vezes, costuma ser
essa abordagem. Ela inclui todos os proce-
a existência de um problema que pode ser
dimentos, padrões, metodologias e ferra-
resolvido, uma oportunidade de negócios,
mentas necessárias para a execução do
condições para melhorar a participação da
projeto (COSTA & FIORANELLI, 2005).
empresa no mercado, aumentar os níveis
de serviços, etc. Utiliza-se o planejamento para modelar
como o projeto será executado, avaliar e
De acordo com Costa e Fioranelli (2005),
ajustar o modelo até ficarem satisfatórios
um projeto pode ser iniciado por qualquer
os resultados do planejamento:
membro da empresa, a qualquer momento,
dependendo das políticas da empresa e dos Os resultados do planejamento ge-
procedimentos e escopo. Entretanto, é im- ralmente são:
portante que não sejam feitos esforços sig-
nificativos até que a abordagem adequada Descrição do produto e objetivo;
tenha sido identificada e as devidas aprova- Plano do Projeto, consistindo de:
ções tenham sido dadas.
- Declaração do Escopo;
A iniciação do projeto notifica as pessoas
- Estrutura de Decomposição do Trabalho
19

necedores, o gerenciamento de mudanças


– WBS (Work Breakdown Structure); e de problemas surgidos, bem como a admi-
nistração do projeto e o controle e a garan-
- Cronograma do projeto;
tia de qualidade.
- Descrições das atividades;
- Definição dos papéis e responsabilidades; Uma vez que os projetos são transitórios,
terminando porque são cancelados ou por-
- Plano de recursos;
que atingiram seus objetivos, encerrá-los
- Organização do projeto, limites e interfaces; não é algo que acontece em um único mo-
- Orçamento; mento no tempo. Requer planejamento e
- Plano de Qualidade; ação para deixar um ambiente limpo e um
conjunto útil de informações de suporte e
- Procedimentos para controle de mudanças;
utilização do produto e também para me-
- Plano de Comunicação; lhorar o desempenho de projetos futuros.
- Procedimentos de reporte do projeto;
O encerramento de um projeto con-
- Plano de documentação;
siste nos seguintes itens (COSTA & FIO-
- Avaliação de riscos e gerenciamento de risco; RANELLI, 2005).:
- Plano de compras e suprimentos;
Aceitação formal do resultado do pro-
- Padrões e procedimentos para a execu- jeto;
ção do projeto;
- Glossário do projeto; Realocação dos recursos humanos,
instalações, equipamentos e materiais;
- Premissas, restrições e principais fato-
res de sucesso; Arquivamento das informações;
- Atualizações do plano do projeto.
Encerramento das contas de custos e
O controle do projeto visa comparar dos contratos;
os resultados obtidos com os planeja- Entrega dos resultados do projeto.
dos para:
A avaliação do projeto é executada para
Prognosticar resultados; avaliar a eficácia do desempenho do produ-
Identificar providências necessárias; to (utilidade, economia, capacidade de co-
locação no mercado, impacto no ambiente
Registrar a experiência para futuros comercial) e do projeto (os objetivos foram
planejamentos; atingidos a tempo e dentro do orçamento,
Gerenciar a qualidade do produto; os executores desempenharam adequa-
damente seus papéis e responsabilidades,
Identificar possibilidades de melhoria as ferramentas e as técnicas se mostram
dos processos (COSTA & FIORANELLI, 2005). eficazes, etc.). A avaliação do desempenho
Ainda como aspectos do controle de do produto é feita depois que ele está em
projeto, temos que eles consistem em mo- uso a tempo suficiente para a obtenção de
nitorar e reportar a situação do projeto, a resultados mensuráveis (normalmente, de
manutenção do plano, o controle dos for- quatro a seis meses).
20

A avaliação do desempenho do projeto sentes nessa área de desenvolvimento de


ou do processo deve ser feita logo após sua software.
conclusão para que os acontecimentos ain-
Segundo Zanatta e Vilain (2008), “Os
da estejam frescos na memória dos partici-
métodos ágeis em geral não mencionam
pantes. Essa revisão é chamada, frequen-
como realizam, por exemplo, a documenta-
temente, de revisão de pós-implementação
ção da especificação de requisitos, ou como
(PIR) ou post mortem.
mantêm a rastreabilidade dos requisitos”.
A avaliação em si pode ser executada
Nesse segmento temos as redes PERT/
pela equipe do projeto ou por um grupo de
CPM 2 , que são técnicas de planejamento
alto nível que seja independente da equipe
e controle de grandes projetos. A partir do
original do projeto e da empresa do cliente.
escalonamento das diversas atividades é
Recomendamos o uso de uma pessoa possível montar gráficos e estudar o plane-
independente e objetiva para revisar os ar- jamento do projeto. As principais vantagens
quivos do projeto, entrevistar os principais da utilização desse método são:
stakeholders, criar uma agenda de revisões
Clareza e facilidade de compreensão
(com base em uma lista de verificação com
das fases do projeto e o projeto como um
todos os aspectos do projeto) e facilitar a
todo;
seção.
Verificação das atividades;
Geralmente, a diretoria não está presen-
te, mas deve receber uma apresentação Mostrar a coerência técnica do projeto;
dos resultados, que devem ser publicados
Compreensão da lógica interna do pro-
e disponibilizados como parte de base de
jeto e guia para execução e controle do pro-
conhecimentos da empresa, para uso no
jeto.
planejamento de projetos futuros e para
aperfeiçoamento do processo (COSTA & As redes PERT evidenciam relações de
FIORANELLI, 2005). precedência entre atividades e permitem
calcular o tempo total de duração do proje-
2.4 Método PERT / CPM to bem como o conjunto de atividades que
Recentemente surgiram alguns métodos necessitam de atenção especial ou, caso
na área de desenvolvimento de software, contrário, o que os atrasos em sua execu-
chamados de “métodos ágeis”. Embora pos- ção causaram no projeto com um todo. Este
sa parecer que fogem aos propósitos desta conjunto de atividades é denominado de
apostila, por serem de áreas específicas, Caminho Crítico (NOGUEIRA, 2008).
merecem ser considerados por encerrarem
O PERT tem um enfoque estatístico pro-
detalhes e algumas falhas que podem ser
babilístico, o que dificulta sua aplicação prá-
percebidas e corrigidas a posteriori. Esses
tica, enquanto o CPM trabalha com estima-
métodos abdicam, por exemplo, de contro-
tivas de tempo previamente definidas para
les e documentação que estão muito pre-
as atividades (PRADO, 1998).

2- PERT - Program Evaluation and Review Technique No método PERT, para cada ativida-
CPM - Critical Path Method – Método do Caminho Crítico
de são atribuídas três durações distin-
21

tas: 3. Identificar a lógica de sequência que


existe nas atividades e verificar quais são
Duração otimista;
as que, lógica e independentemente do ní-
Duração mais provável; vel de recursos existentes, dependem de
outra ou de outras, e as atividades que não
Duração pessimista (PRADO, 1998).
apresentam dependência entre si.
O Método do Caminho Crítico (CPM) é um
4. Montar a rede do projeto.
algoritmo matematicamente baseado para
programar uma rede de atividades de um 5. Determinar a duração de cada ativida-
projeto. É uma ferramenta muito importan- de.
te e eficaz para o gerenciamento de proje-
6. Determinar o tipo e a quantidade de
tos. Foi desenvolvido na década de 1950
recursos necessários para desenvolver a
pelas empresas DuPont Corporation e Ra-
atividade.
mington Rand Corporation, para gerencia-
mento de manutenção de plantas de produ- 7. Determinar o custo de cada recurso.
ção. Hoje a técnica é usada em projetos de
8. Determinar o caminho crítico.
construção, desenvolvimento de software,
projetos de pesquisa, desenvolvimento de 9. Elaborar o cronograma para a progra-
produto, engenharia, manutenção, entre mação do projeto (ALVES, 2008).
outros. Todo o projeto com atividades in-
terdependentes pode utilizar esse método 2.5 Método Scrum
(ALVES, 2008). O método ágil Scrum tem como objetivo,
O CPM utiliza apenas uma estimativa de segundo Schwaber (2002, p.2 apud ZANAT-
tempo para cada atividade. Parte do pres- TA & VILAIN, 2008), definir um processo
suposto de que aquele que a estima possui para projeto e desenvolvimento de softwa-
grande experiência sobre a mesma e, des- re orientado a objeto, que seja focado nas
sa forma, pode estimar com grande grau de pessoas e que seja indicado para ambientes
acerto. Na atualidade, os cálculos são reali- em que os requisitos surgem e mudam rapi-
zados através de programas, tal como o MS- damente. O Scrum também é considerado
PROJEC (Alves, 2008). um método específico para o gerenciamen-
to do processo de desenvolvimento de sof-
A aplicação de qualquer uma des- tware.
sas técnicas requer a elaboração da
rede do projeto, cujas fases são: O método baseia-se, ainda, con-
forme Schwaber (2002, p.7 apud ZA-
1. Definir o que é o projeto, seu início e NATTA & VILAIN, 2008), em princípios
término. como:
2. Dividir o projeto em atividades de tal Equipes pequenas de, no máximo, 7
maneira que cada uma não tenha partes em pessoas;
superposição com outra, mas com a condi-
ção que as atividades abranjam o projeto Requisitos que são pouco estáveis ou
todo. desconhecidos; e,
22

Iterações curtas. 2.6 Método Crystal


Divide o desenvolvimento em interva- Crystal é o nome de uma família de mé-
los de tempos de, no máximo 30 dias, tam- todos que devem ser ajustados para melhor
bém chamadas de Sprints. se adaptar a uma determinada equipe e
projeto. Cada método é moldado para ter a
Esse método não requer ou fornece qual-
quantidade exatamente suficiente de pro-
quer técnica ou método específico para a
cesso, capaz de atender os projetos a partir
fase de desenvolvimento de software, ape-
da análise de três fatores: a carga de comu-
nas estabelece conjuntos de regras e práti-
nicação (representada pelo número de pes-
cas gerenciais que devem ser adotadas para
soas), a criticidade do sistema e a prioridade
o sucesso de um projeto. As práticas geren-
do projeto (SIQUEIRA, 2008).
ciais do Scrum são: Product Backlog, Daily
Scrum, Sprint, Sprint Planning Meeting, Ainda de acordo com Siqueira, existem
Sprint Backlog e Sprint Review Meeting. diversos outros fatores para a escolha de
A seguir uma breve descrição do Product um método, no entanto, ao utilizar apenas
Backlog e do Sprint, que são as práticas re- esses três fatores já se obtém um resultado
lacionadas à área de requisitos no método bastante adequado.
ágil Scrum.
O método é baseado em cores e confor-
O Product Backlog é o ponto inicial do me as cores dos membros da família Crystal
Scrum, sendo considerada a prática respon- se tornam mais escuras, tem-se um maior
sável pela coleta dos requisitos, conforme peso dos métodos, o que é necessário devi-
aponta Schwaber (2002, p.33 apud ZANAT- do à complexidade dos projetos. Esse peso é
TA & VILAIN, 2008). Nessa prática, através representado pela quantidade de artefatos
de reuniões com todos stakeholders no e a rigidez da gerência, itens que são absor-
projeto, são apontados os itens com todas vidos entre os 13 elementos definidos para
as necessidades do negócio e os requisitos cada método: papéis, habilidades, times,
técnicos a serem desenvolvidos, ou seja, o técnicas, atividades, processos, artefatos,
Product Backlog é uma lista de atividades produtos de trabalho, padrões, ferramen-
que provavelmente serão desenvolvidas tas, personalidades, qualidade e valores da
durante o projeto. equipe (SIQUEIRA, 2008).

A Sprint é considerada a principal prá- Apesar das diferenças entre as comple-


tica do Scrum, é onde são implementados xidades dos projetos abordados pelos mé-
os itens de trabalho definidos no Product todos da família Crystal, eles apresentam,
Backlog pela equipe Scrum, que pode du- em comum, valores, princípios e a capa-
rar de uma a quatro semanas. Conforme cidade de serem ajustados durante o uso
Abrahamsson (2002, p.30 apud ZANATTA (on-the-fly). Os valores denotam a visão
& VILAIN, 2008), o Sprint inclui as fases tra- do desenvolvimento de software como
dicionais do desenvolvimento de software: um jogo cooperativo de invenção e comu-
requisitos, análise, projeto e entrega. nicação, com o objetivo primário de entre-
gar algo útil e, em segundo, preparar para
o próximo jogo. Dessa forma, os valores
23

pregam que os métodos são centrados nas formada por quatro linhas e quatro colunas
pessoas e na comunicação, além de serem que devem ser preenchidas levando-se em
altamente tolerantes a modificações – con- consideração a relação existente entre as
siderando as diferenças entre as pessoas. diferentes dimensões do projeto (ADULIS,
Isso permite que sejam utilizadas partes de 2008), a saber:
outros métodos, como práticas e princípios
Atividades desenvolvidas;
do XP e o arcabouço do SCRUM. No entanto
existem duas regras que devem ser segui- Componentes/resultados das ativida-
das, limitando essas modificações: o de- des, como serviços e produtos produzidos;
senvolvimento deve ser incremental, com
Objetivos esperados do projeto;
incrementos de até 4 meses, e devem ser
realizados workshops de reflexão antes e Impactos/finalidade a médio e longo
depois de cada incremento. prazo.

2.7 Método do Marco Lógico Para cada uma dessas dimensões


do projeto é necessário definir quatro
Utilizado por grande parte das organi-
zações financiadoras, o marco lógico é uma
elementos:
ferramenta para facilitar o processo de con- 1. Uma descrição sucinta dos objetivos,
cepção, desenho, execução e avaliação de ações ou resultados;
projetos e programas. O principal objetivo
é oferecer uma estrutura lógica comum e 2. Metas e indicadores de acompanha-
possibilitar uma síntese das informações mento e avaliação;
sobre os projetos (ADULIS, 2008). 3. Meios de verificação dos indicadores/
fontes de informação;
O método do Marco Lógico foi de-
senvolvido na década de 70 pela USAID 4. Hipóteses/pressupostos sobre aspec-
para responder a três problemas co- tos externos (fora do controle dos gesto-
muns em projetos sociais: res) que devem ocorrer para que o projeto
seja bem sucedido (ADULIS, 2008).
Os planos dos projetos careciam de
precisão e continham múltiplos objetivos A matriz deve ser preenchida “de baixo
que não estavam relacionados com as ativi- para cima” e da “esquerda para direita”, con-
dades do projeto; forme ilustrado no quadro abaixo, adaptado
de um manual do BID (Banco Interamerica-
Dificuldade de determinar o alcance da
no de Desenvolvimento), que oferece indi-
responsabilidade dos gestores no caso de
cações para o preenchimento da matriz de
insucesso de projetos;
marco lógico para um projeto ou programa.
Pouca clareza sobre os resultados es-
Manual do BID com indicações de
perados do projeto, dificultando a possibi-
preenchimento da matriz do Marco
lidade de comparação e avaliação (ADULIS,
2008).
Lógico:

A estrutura do marco lógico é uma matriz


24

Matriz do Marco Lógico


Meios de
Descrição Indicadores Pressupostos
verificação
Impactos
São as fontes de infor- Indicam aconteci-
Os impactos/finalidade mação que podem ser mentos, condições e
Medem o impacto final
do projeto mostram utilizadas para verificar decisões importantes
do projeto. Devem es-
como o projeto contri- se os objetivos foram al- necessárias para a
pecificar quantidade,
buirá para a solução de cançados. Podem incluir sustentabilidade dos
qualidade e prazos.
um problema social. publicações, pesquisas, benefícios gerados pelo
levantamentos etc. projeto.
Resultados
São as fontes de infor-
Resultados diretos a
mação que podem ser
serem alcançados com Indicam acontecimen-
Descrevem os resulta- utilizadas para verificar
a aplicação dos com- tos, condições ou deci-
dos alcançados ao final se os objetivos estão
ponentes produzidos sões que devem ocorrer
do projeto. Devem in- sendo alcançados. Pode
durante o projeto. São para que o projeto
cluir metas que reflitam indicar a existência de
hipóteses sobre os be- contribua significativa-
a situação ao final do problemas e/ou a ne-
nefícios que se espera mente para os impactos
projeto. cessidade de ajustes ou
obter a partir dos com- desejados.
mudanças nos compo-
ponentes.
nentes do projeto.
Componentes
São os serviços e/ou
produtos desenvolvidos Suposições, aconteci-
São descrições breves e
no âmbito do projeto. mentos ou condições
claras sobre quantidade, Onde encontrar infor-
Ex.: curso de capaci- que devem ocorrer para
qualidade dos compo- mações sobre os compo-
tação, produção de que os componentes do
nentes do projeto e seus nentes produzidos.
apostila, campanha de projeto levem aos resul-
prazos de execução.
vacinação. tados desejados.

Atividades
São as tarefas que
São acontecimentos,
devem ser executadas
condições ou decisões
para completar cada um Indica as fontes de
fora do controle do
dos componentes do O orçamento de cada informação para acom-
gerente do projeto que
projeto. Elas implicam componente do projeto panhar a execução das
precisam ocorrer para
em custos e devem ser e de suas atividades. atividades (cronograma)
que os componentes
organizadas cronolo- e orçamento do projeto.
sejam completados ade-
gicamente para cada
quadamente.
componente.
Fonte: Adaptado pelo autor de BID/EVO (1997) apud Adulis (2008).
25

Segundo Adulis (2008), o preenchimen-


to da matriz deve ser iniciado pela descrição
das “atividades” até que se chegue à coluna
“hipóteses”, que deve ser preenchida con-
siderando-se as condições necessárias ao
sucesso das atividades. Considerando que
estas hipóteses possibilitem a realização
das atividades, passa-se para a segunda li-
nha, que trata dos componentes do projeto.
A mesma lógica deve ser aplicada até que se
chegue ao último nível, que trata do impac-
to que se espera alcançar com o projeto.

O marco lógico facilita a sumarização dos


elementos centrais do projeto, explicita a
lógica existente por trás do mesmo e mos-
tra algumas relações de causa-efeito entre
atividades e resultados.

O processo subjacente ao emprego do


marco lógico em projetos sociais tende a le-
var os gestores a definir com maior clareza
os objetivos e parâmetros necessários para
monitorar e avaliar seus projetos. Em sua
origem, o modelo do Marco Lógico não pre-
via a participação da população ou comuni-
dade, mas desde a década de 80 diferentes
organizações têm utilizado os princípios do
marco lógico em conjunto com metodolo-
gias participativas, como é o caso do méto-
do ZOPP, desenvolvido pela agência alemã
GTZ (ADULIS, 2008).
26

UNIDADE 3 - O caso dos projetos


sociais
Segundo definição da ONU (1994 apud e, portanto, apresentam interesses distin-
PROCHNOW & SCHAFFER, 1999) um projeto tos e, às vezes, concorrentes.
é um empreendimento planejado que con-
Para alguns, a situação pode não ser en-
siste num conjunto de atividades inter-re-
carada como problemática, por serem me-
lacionadas e coordenadas para alcançar ob-
nos afetados, por ignorância de suas conse-
jetivos específicos dentro dos limites de um
quências ou por terem alguma vantagem em
orçamento e de um período de tempo dados.
que ela se mantenha. Esses agentes sociais
Uma maneira clara de se fazer uma dis- procuram fazer com que seus valores sejam
tinção entre um projeto e outras formas de considerados pelo projeto. Nesse sentido,
planejamento é considerá-lo como uma ten- quanto maior for a participação dos atores
tativa de solucionar um problema, de preen- sociais – tanto os que exercem uma influên-
cher uma necessidade. Ou seja, os projetos: cia sobre a situação-problema como os que
“(...) são empreendimentos finitos que têm são vítimas dos seus infortúnios – no desen-
objetivos claramente definidos em função volvimento do projeto, maior será a possi-
de um problema, oportunidade ou interesse bilidade de sucesso. Além de garantir maior
de uma pessoa, grupo ou organização” (MA- coerência ao projeto, o respeito pela cultura
XIMINIANO, 2002, p. 20). e posição de cada um dos atores envolvidos
contribui para uma validação dos resulta-
Já no dicionário Aurélio, encontramos que
dos esperados e um compromisso do grupo
um projeto é “uma ideia de executar ou reali-
com os objetivos estabelecidos pelo projeto
zar algo no futuro. Um plano. Um empreendi-
(CAMPOS, ABEGÃO & DELAMARO, 2006, p.
mento a ser realizado dentro de determina-
17-8).
do esquema”. E a palavra “social” é definida
como “da sociedade ou relativo à sociedade, Apesar de o termo projeto implicar, ne-
comunidade ou agremiação”. Logo, um pro- cessariamente, ideias propostas para uma
jeto social é uma ideia, um plano a ser execu- ação futura, convencionou-se, entre os es-
tado para o benefício da sociedade, comuni- pecialistas da área, chamar de projeto tanto
dade, agremiação etc. (PAZ, 2008). o esquema de planejamento como a própria
execução das ações planejadas.
Pode-se dizer, portanto, que um “projeto
social” é um planejamento para solucionar Assim, se você consultar mais de uma
um problema ou responder a uma carência publicação sobre o assunto, encontrará di-
social. versas definições, na verdade semelhan-
tes e de certa forma complementares, nas
O ambiente no qual se desenvolvem os
quais os projetos sociais são tratados como
projetos sociais é caracterizado pela pre-
“meios”, “empreendimentos”, “atividades”
sença de diversos atores, isto é, de pessoas,
(PAZ, 2008).
grupo de pessoas ou instituições que têm al-
guma influência na situação avaliada ou que Ficam, portanto, bem claros alguns
sofrem suas consequências. Os atores são pontos relativos a projetos que temos
sujeitos ou objetos da realidade considerada frisado ao longo desta apostila:
27

Têm a intenção de provocar mudanças; execução e apoio a projetos sociais da comu-


nidade. Deve-se considerar, no entanto, que
Têm limites de tempo e recursos;
para que a destinação de verbas e recursos a
Visam a melhorar as condições de vida instituições e projetos sociais tenha resulta-
dos beneficiários; dos mais efetivos, estas devem estar base-
adas numa política estruturada da empresa,
São ações planejadas e coerentes entre
com critérios pré-definidos e, evidentemen-
si.
te, assentadas em bases sólidas, ou seja,
Um projeto social pode ser desenvolvido através de projetos bem estruturados (LOU-
por um órgão público, uma secretaria de ação RENÇO & SCHRODER, 2002).
social municipal, por exemplo, bem como
Tomando como exemplo a tese de douto-
pode ser desenvolvido por uma escola, visto
rado de Gomes (2005), que tratou dos proje-
que a escola é uma das instituições que com-
tos sociais na inclusão de comunidades locais
põem a sociedade e onde pode acontecer
partindo de propostas de empresas flores-
também uma parceria com uma organização
tais, temos alguns resultados interessantes
que se encontra inserida em alguma comuni-
que merecem ser enumerados e comenta-
dade local (LOURENÇO & SCHRODER, 2002).
dos.
Nesse sentido, assim como a comuni-
Eles permitiram identificar que a motiva-
dade na qual as empresas estão inseridas,
ção central das empresas estudadas para as
oferecem recursos para as empresas, como
ações de envolvimento com a comunidade é
empregados, parceiros e fornecedores, que
a agregação de valor por meio da minimiza-
tornam possível a execução das suas ativida-
ção dos riscos potenciais e que os seus dis-
des corporativas, o investimento na comuni-
cursos evidenciam que elas consideram que
dade, através da participação em projetos
as responsabilidades das empresas devem ir
sociais promovidos por organizações comu-
além da responsabilidade clássica de maximi-
nitárias e ONG’s, além de uma retribuição, é
zar os retornos dos acionistas. Demonstram,
uma própria maneira de melhorar o desen-
ainda, uma visão de que as ações de respon-
volvimento interno e externo (LOURENÇO &
sabilidade social são fontes de agregação de
SCHRODER, 2002).
valor para as mesmas e que empresas devem
Muitas empresas empenham-se em cau- mudar a postura na identificação e definição
sas das comunidades locais: apoio de ações de seus projetos de envolvimento com as co-
de promoção ambiental; o recrutamento de munidades, passando a definir os objetivos,
pessoas vítimas de exclusão social; parce- as prioridades e a forma de atuação, con-
rias com comunidades; donativos para ações siderando os seus objetivos de agregação
de caridade e etc. A empresa pode fazer o de valor e de sustentabilidade empresarial.
aporte de recursos direcionado para a reso- Além disso, as empresas devem estruturar
lução de problemas sociais específicos para um procedimento planejado de avaliação,
os quais se voltam entidades comunitárias tanto das metas estabelecidas quanto dos
e ONG’s ou pode também desenvolver pro- impactos dos projetos, definindo critérios e
jetos próprios, mobilizando suas competên- indicadores e utilizando o processo de ava-
cias para o fortalecimento da ação social e liação como instrumento para melhorar sua
envolvendo seus funcionários e parceiros na atuação direta sobre o público-alvo e sobre
28

o seu processo de gestão, bem como estra- cipativo; sejam partes de um programa es-
tégia de divulgação dos projetos (GOMES, tratégico, com base nas necessidades e nos
2005, p. 42). impactos do desenvolvimento; e priorizem
grupos vulneráveis ou marginalizados (como
Outros aspectos importantes das abor-
os sem-terra, analfabetos, povos indígenas,
dagens mais avançadas sobre a concepção
deficientes físicos e desempregados).
e implantação de projetos sociais por parte
de empresas, de acordo com Teodósio (2000 A avaliação de projetos ou programas
apud GOMES, 2005, p.46), são: sociais é um dos campos mais polêmicos na
gestão social. A importância da avaliação tem
Retorno do projeto: o pressuposto é
crescido nos últimos anos, principalmente a
que não só a comunidade pode ter grandes
partir da exigência feita por agências finan-
ganhos com o suporte empresarial, mas
ciadoras para que organizações avaliem de
também que as organizações podem se tor-
forma mais sistemática a eficácia, a eficiên-
nar mais produtivas e competitivas à medida
cia e a efetividade de seus projetos e progra-
que desenvolvem ações sociais;
mas. Essa crescente demanda por avaliações
Relação empresa / comunidade: por resulta ao menos de três movimentos:
meio de parcerias, em que os projetos devem
1. A redução no volume dos recursos
ser concebidos e desenvolvidos em conjunto
destinados à área social, agravada por um
com membros representativos das comuni-
crescente ceticismo dos financiadores em
dades assistidas, procurando partilhar ações,
relação ao valor da ajuda destinada às orga-
custos e soluções a serem implantadas;
nizações que atuam nos países em desen-
Sustentabilidade do projeto: os proje- volvimento;
tos não podem se caracterizar pela extrema
2. A crescente concorrência entre as or-
dependência de uma única fonte de finan-
ganizações do terceiro setor, o que dificulta
ciamento externa, devendo caminhar para
a captação de recursos e cria pressões para
a auto-sustentação no médio e longo prazo.
uma maior profissionalização;
Um problema social relevante em determi-
nado momento pode não o ser no futuro. No 3. O processo de democratização e o con-
entanto, se o projeto social é extremamente sequente aumento da participação social
dependente da empresa, ela não pode modi- que, aliado à transparência, possibilita me-
ficar sua pasta de investimentos sociais, sob lhores condições de controle social dos gas-
pena de comprometer os projetos que já es- tos públicos.
tão em execução.
Ainda que haja essa pressão crescente
Além desses aspectos, segundo o Insti- por parte dos financiadores para as organi-
tuto Ethos (2004 apud GOMES, 2005, p.46), zações adotarem mecanismos e processos
as empresas devem investir em projetos que de avaliação, a maior parte das entidades
promovam o desenvolvimento socioeconô- ainda não utiliza os processos de avaliação
mico das comunidades onde operam, e que como um meio estratégico para aperfeiçoar
tenham a participação de representantes da sua atuação social. O grande poder da avalia-
sociedade civil, do governo e da comunidade ção de projetos reside no seu uso como um
em questão; envolvam planejamento parti- instrumento de gestão, o que pode contri-
29

buir para diferentes atividades da organiza-


ção, entre as quais se pode destacar:

Compreender, verificar ou aumentar o


impacto dos serviços e ações desenvolvidas
pela organização;

Aperfeiçoar os métodos empregados


para aumentar a eficiência das ações e dimi-
nuir seus custos;

Facilitar a gestão do projeto ou progra-


ma;

Produzir informações que possam ser


utilizadas junto à comunidade, financiadores
e organismos públicos.

Qualquer que seja o tipo da avaliação que


se pretenda adotar em um projeto (eficácia,
eficiência, efetividade ou impacto) é indis-
pensável que o mesmo tenha sido objeto de
um processo de planejamento adequado,
que explicite os recursos, metas e objetivos
do projeto. Sem essas informações sistema-
tizadas, dificilmente os esforços para a ava-
liação serão bem sucedidos (CAMPOS, ABE-
GÃO, DELAMARO, 2008).
30
UNIDADE 4 - Perguntas-chave de um ciclo de
projeto e um modelo de projeto de Cooperação
Técnica – PCT
De acordo com PROCHNOW e SCHAFFER um problema concreto.
(1999), temos no quadro abaixo um resumo
Assim, elaborar um projeto é, antes de
de perguntas-chave que fazem parte de um
mais nada, contribuir para a solução de pro-
ciclo de projetos, o qual surge em resposta a
blemas, transformando IDEIAS em AÇÕES.

O que o projeto está tentando alcançar?


O quê? O que você espera mudar ou influenciar com o projeto?

Por que você assumiu o projeto?


Por quê? e por que Por que você é a melhor pessoa/organização para lidar
você? com o projeto?

Como será conduzido o projeto?


Onde será executado o projeto?
Como, onde, quando?
Quando acontecerão as atividades do projeto?

Como você vai monitorar o desempenho do projeto em


Como você vai agir?
andamento?

Quanto custará o projeto?


Quais os recursos que serão necessários para?
Quanto?
Quais os aspectos do projeto?

Como se sustentará o projeto?


O que acontecerá depois que a parte inicial do projeto for
E depois?
completada?

Que outras informações você pode oferecer para dar


E o que mais?
apoio à proposta?
31

A justificativa deve apresentar respostas 1.3 Fonte Externa (Indicar, quando pos-
para a questão POR QUÊ. sível, o país ou organismo internacional ao
Os objetivos respondem: PARA QUE? e qual se solicita a cooperação externa).
PARA QUEM?
1.4 Custo Estimado (Indicar os recursos
As metas respondem QUANTO? externos necessários estimados e os recur-
sos de contrapartida, originários da entidade
A metodologia encara: COMO? COM
QUE? ONDE? QUANTO? executora, em US$. Na contrapartida, deve
ser incluído o valor da cooperação de outras
O cronograma responde a pergunta fontes nacionais, caso existam, relativo à im-
QUANDO? plementação do projeto).
O orçamento responde COM QUANTO? 1.5 Entidade Proponente (Indicar o nome,
(PROCHNOW e SCHAFFER, 1999), a sigla, o endereço completo, telefone e tele-
fax da entidade proponente do projeto que
O projeto de cooperação técnica possui se encarregará da execução do mesmo. For-
um roteiro que exemplifica muito bem todas necer o nome do seu titular e o cargo corres-
as etapas e processos necessários a um pro- pondente, assim como o nome do responsá-
jeto ou plano de trabalho, tanto por isso, op- vel pela elaboração do projeto e o cargo que
tamos por colocá-lo na íntegra, pois servirá ocupa).
de suporte quando da necessidade de mon-
tar um projeto. 1.6 Entidades Co-participantes (Indicar
o nome das entidades que desempenharão
O Projeto de Cooperação Técnica - papel de supervisão ou coordenação insti-
PCT tem o seguinte roteiro: tucional, bem como daquelas que participa-
1. Identificação do Projeto rão do projeto integrando-se às equipes da
entidade executora. Indicar também a sigla
2. Justificativa de cada instituição e a forma de sua partici-
3. Objetivos e Resultados pação).

4. Plano de Trabalho 1.7 Local, Data e Assinatura do Titular (O


titular da entidade proponente deve datar a
5. Cooperação Externa Solicitada proposta de projeto e apor a sua assinatura
no documento).
6. Contrapartida Oferecida
7. Anexos do Plano de Cooperação Téc- 2 - Justificativa
nica. A justificativa a ser apresentada deve res-
ponder, em termos amplos, à pergunta: por
1- Identificação do Projeto
que executar o projeto? Ao se apresentar as
1.1 Título do Projeto (O título adotado razões, os argumentos devem ser ordena-
deve traduzir, de forma sintética, o tema dos segundo os seguintes tópicos:
central do projeto proposto).
2.1 Diagnóstico de Situação
1.2 Duração Prevista (Indicar a duração
O diagnóstico deve identificar o problema
prevista do projeto, em meses).
ou os problemas que o projeto se propõe a
32

solucionar ou minorar, descrever a situação 2.4 Quadro Institucional


atual, apresentar dados numéricos que a
Neste item, deverá ser indicada a exis-
caracterizem e demonstrar a relevância de
tência de condições locais - institucionais,
cada problema com relação ao desenvolvi-
de infra-estrutura, financeiras e de recursos
mento sócio-econômico em nível local, re-
humanos - que possibilitem a implementa-
gional ou nacional. A apresentação de refe-
ção do projeto com uma probabilidade razo-
rências bibliográficas é recomendada, bem
ável de sucesso. A existência de condições
como da síntese de levantamentos e estu-
locais para que a instituição executora possa
dos realizados ou em curso, indicando os re-
continuar atuando de forma autônoma ao
sultados obtidos e comentando-se como a
término do projeto, também constitui as-
presente proposta viria prestar contribuição
pecto importante, a ser abordado e descrito
adicional aos mesmos. Caso se julgue con-
neste item. O papel das instituições locais
veniente, devem ser anexados documentos
envolvidas diretamente com a execução do
que agreguem informações relevantes à
projeto, bem como daquelas que participam
proposta de projeto.
em nível de coordenação ou de apoio, deverá
2.2 Situação Esperada ao Término do ser descrito. Em especial, devem ser desta-
Projeto cadas as políticas e programas de formação
de recursos humanos da instituição execu-
Neste item, deve ser apresentada uma
tora (diretrizes, áreas prioritárias, resultados
explanação de qual será a situação ao tér-
atingidos) e de fixação das equipes técnicas
mino do projeto, supondo-se que o mesmo
formadas.
tenha atingido todos os resultados a que se
propusera. Essa descrição deve ser objetiva, 3 - Objetivos e Resultados
quantificando, sempre que possível, aspec-
tos que caracterizem a situação decorrente
Esta Seção é composta dos seguintes
da execução do projeto. A situação esperada
itens:
ao término do projeto deve ser apresentada 3.1 Objetivo de Desenvolvimento
na forma de itens sempre que possível.
Constitui-se no objetivo maior do proje-
2.3 Descrição do Projeto to. Com a execução do projeto, pretende-se
contribuir para o alcance do objetivo de de-
Esse item tem por finalidade apresentar
senvolvimento enunciado sabendo-se, no
uma descrição sucinta do trabalho que se
entanto, que o projeto, por si só, não tem
propõe implementar, destacando-se as prin-
meios de atingir esse objetivo totalmente. O
cipais realizações previstas e a estratégia
objetivo de desenvolvimento almejado, se-
a ser adotada para alcançá-las. A descrição
torial ou multisetorial, está relacionado, na
apresentada deve esclarecer quem serão os
maioria dos casos, a mudanças estruturais
beneficiários dos resultados do projeto, de
(por exemplo, reduzir os índices de desnutri-
que forma os seus resultados se reverterão
ção, substituir combustíveis líquidos impor-
em benefícios para o seu público-alvo e as
tados por fontes energéticas nacionais, me-
medidas previstas para ampliar a dissemina-
lhorar as condições de saneamento básico
ção dos seus resultados.
de populações de baixa renda, etc.).
33

3.2 Objetivo Imediato


Constitui-se no objetivo específico a ser
alcançado pelo projeto, exclusivamente em
função das atividades implementadas no
seu âmbito. É recomendável que o projeto
tenha somente um ou dois objetivos imedia-
tos. Cuidado especial deve ser dado ao enun-
ciado do objetivo imediato do projeto, evi-
tando-se utilizar termos vagos ou ambíguos
como promover, estimular, apoiar, fortalecer,
desenvolver, melhorar e conscientizar.

3.3 Resultados
Os resultados constituem o que o proje-
to, por si mesmo, pode produzir visando a
alcançar os seus objetivos específicos. São
os produtos das atividades implementadas.
Tomados em conjunto, eles refletem o grau
e a qualidade do cumprimento do plano de
trabalho implementado no âmbito do pro-
jeto. A cada resultado está relacionado um
conjunto de atividades específicas; as metas
do projeto e os indicadores de seu alcance
são também correlacionados aos resultados.
34

UNIDADE 5 - Plano de Trabalho

A elaboração do Plano de Trabalho do ser suficiente para atingir os resultados pro-


projeto de cooperação técnica se constitui postos pelo projeto. O plano de trabalho é
em definir as atividades que necessitam ser apresentado relacionando-se, para cada re-
executadas, com vistas a atingir os resul- sultado, o conjunto correspondente de Ativi-
tados almejados e prever os recursos (hu- dades.
manos, materiais, tempo) necessários para
4.2 Indicadores e Meios de Verificação
implementá-las. A experiência indica que o
grau de sucesso na implementação de um Aos Resultados do projeto, apresentados
projeto está estreitamente relacionado ao no tópico 3, devem ser relacionados Indica-
planejamento da execução das tarefas en- dores que permitam aferir o seu alcance. Os
volvidas e à previsão dos meios que serão Indicadores selecionados serão adequados
necessários para executá-las. Dessa forma, se: a) permitirem a quantificação dos Re-
a definição realista das atividades, dos re- sultados, esclarecendo quais são as metas
cursos e prazos é fundamental para o futuro propostas pelo projeto; e b) forem objetiva-
bom andamento do projeto. O Plano de Tra- mente verificáveis, isto é, permitirem que
balho é composto dos seguintes itens: diferentes observadores cheguem à mesma
conclusão. Os Meios de Verificação dos Indi-
4.1 Plano de Trabalho
cadores também devem ser especificados.
Um dos métodos mais utilizados de pla-
4.3 Cronograma de Execução
nejamento do trabalho a ser executado e de
seu gerenciamento posterior é o do fracio- O Cronograma de Execução do projeto
namento do projeto em conjuntos de ativi- deve indicar os prazos necessários para a
dades. Ao usar esse método, a equipe técni- execução das Atividades definidas. Um dia-
ca do projeto é induzida a realizar esforço de grama de barras constitui um instrumento
previsão das ações a serem implementadas útil e de fácil elaboração para apresentar o
e dos prazos e custos envolvidos. O produto cronograma de execução do projeto.
desse esforço, consubstanciando um plano
de trabalho, constitui-se em um planejamen-
to mais realista do trabalho a ser executado,
ao mesmo tempo em que se dispõe, ao longo
da execução do projeto, de um instrumen-
to de monitoramento e de avaliação de seu
andamento. Para a elaboração do plano de
trabalho é necessário identificar as tarefas
a serem executadas e que permitirão atingir
cada um dos resultados definidos nos obje-
tivos e resultados. Dessa forma, para cada
resultado do projeto, obtém-se um conjun-
to de Atividades a serem implementadas. O
conjunto de Atividades, assim definido, deve
35
UNIDADE 6 - Cooperação externa
solicitada
Esta Seção tem por finalidade esclare- bolsas de estudo, especificar para cada
cer a conveniência de se contar com a co- uma: a) nível do estudo desejado; b) área e
operação de uma fonte ou instituição em especialidade; c) local dos estudos e enti-
particular, o tipo de cooperação técnica dade escolhida; d) duração do estudo. No
solicitada (pesquisa conjunta, fortaleci- caso de seminários e estágios, especificar
mento institucional, estudo de pré-via- para cada um: a) área e assunto do estágio
bilidade, etc.) e os mecanismos a serem ou seminário; b) local de sua realização e
utilizados (prestação de consultoria, trei- entidade preferida; c) duração do estágio
namento, etc.). ou do seminário. Caso os treinamentos
previstos se dêem no próprio País, especi-
5.1 Justificativa para Escolha da
ficar o tema dos mesmos, a duração, o nú-
Fonte Externa
mero de participantes e o apoio solicitado.
Devem ser apresentados elementos
5.4 Equipamentos
que justifiquem a escolha da fonte exter-
na de cooperação, que podem se referir, Alguns países que prestam cooperação
por exemplo, a trabalhos já realizados, a técnica prevêem a doação de equipamen-
resultados obtidos em nível de sistema tos; caso seja necessário complementar
produtivo e à existência de centros de ex- a infra-estrutura da entidade executora,
celência na área em questão. No caso de deverão ser indicados os equipamentos
cooperação com países em desenvolvi- a serem doados, indispensáveis à realiza-
mento, é recomendável que a capacitação ção do projeto. Não é necessário apresen-
técnica brasileira no tema seja explicita- tar particularidades ou detalhes dos equi-
da, bem como identificadas as instituições pamentos, devendo-se indicar somente
nacionais que eventualmente possam seu tipo ou características gerais.
contribuir na execução do projeto.
Observação: é importante considerar
5.2 Peritos para Prestação de Con- que, frequentemente, os projetos não
sultoria contemplam todas as modalidades de co-
operação anteriormente indicadas (con-
Indicar a necessidade de peritos de lon-
sultoria, treinamento e doação de equi-
go e de curto prazo e a duração da missão
pamentos), devendo-se solicitar somente
de cada perito em homens-mês. Indicar,
aqueles compatíveis com a natureza do
também, o perfil profissional desejado de
projeto apresentado. Da mesma forma,
cada perito.
nem todas as agências de cooperação
5.3 Treinamento prevêem a doação de equipamentos.
Indicar a necessidade de treinamento 5.5 Custo Estimado da Cooperação
para que os objetivos do projeto sejam al- Solicitada
cançados, especificando o tipo desejado
Para estimarem-se os custos da coope-
e o valor estimado do mesmo. No caso de
ração solicitada, devem ser considerados
36

os seguintes valores (esta é apenas uma


simulação de valores):

a. Peritos - o valor mensal a ser consi-


derado é de US$ 10.000 por perito. Valor
esse que cobre os gastos com salários,
encargos sociais, passagens internacio-
nais e custos operacionais da fonte de co-
operação.

b. Treinamento - o custo mensal de


uma bolsa de estudos a ser considerado
é de US$ 2.000, que inclui taxas de matrí-
cula, material escolar, passagens aéreas
e manutenção do bolsista por período mí-
nimo de 6 meses. O custo de uma viagem
de visitas técnicas ou de um estágio pelo
período de um mês é de US$ 4.000, que
inclui material bibliográfico, passagens
aéreas e manutenção do bolsista.

c. Equipamentos - o valor dos equipa-


mentos solicitados em doação não deve
ser superior a 50% dos custos totais da
cooperação solicitada.
37

UNIDADE 7 - Contrapartida oferecida

Esta Seção destina-se a relacionar to- tes e aqueles a serem adquiridos pela ins-
dos os elementos que compõem a con- tituição executora, com recursos próprios
trapartida oferecida pela instituição ou com apoio de entidades nacionais, que
executora e que garantirão o êxito dos serão utilizados na realização do projeto.
trabalhos previstos no âmbito do projeto. Relacionar, também, outros itens de des-
Os elementos a serem considerados pesa que se enquadrem na rubrica Mate-
são: rial Permanente, como veículos, máquinas
de escritório, etc., a serem utilizados na
6.1 Pessoal execução do projeto.
Quantificar os técnicos de nível supe- 6.4 Obras e Instalações
rior, técnicos de nível médio e pessoal ad-
ministrativo que participarão diretamen- Caso a realização de despesas em infra-
te da execução do projeto. No caso dos -estrutura esteja prevista no projeto, as
técnicos de nível superior, anexar os seus obras correspondentes a serem realiza-
Curriculum Vitae. das com recursos próprios devem ser in-
dicadas neste item. Para caracterizá-las,
6.2 Treinamento deverão ser fornecidos elementos que
Indicar os tipos de treinamento da equi- permitam formar uma ideia precisa das
pe técnica do projeto ou do público-alvo obras e instalações previstas, sem entrar,
que serão patrocinados pela instituição no entanto, em detalhes e particularida-
executora nacional. Quando se tratar de des. Nesse sentido, deverão ser descri-
bolsas de estudo, especificar para cada tas somente as características gerais das
uma: obras, por exemplo: a área da construção
ou a extensão da via de acesso. A infra-
a. nível do estudo a ser realizado; -estrutura já existente que será colocada
b. área e especialidade; à disposição do projeto deve ser apresen-
tada de forma abrangente, relacionando
c. local dos estudos e entidade patroci- laboratórios, plantas-piloto, escritórios e
nadora. salas. A instalação adequada dos peritos
No caso de seminários e estágios, no seu local de trabalho deve ser indicada
neste item.
especificar para cada um:
a. assunto do treinamento; 6.5 Diversos
Outros elementos que constituem uma
b. local de sua realização;
contrapartida efetiva à realização do pro-
c. duração do treinamento. jeto deverão ser indicados neste item. Po-
dem ser relativos à aquisição de material
6.3 Material Permanente
de consumo; contratação de serviços de
Relacionar os equipamentos já existen- terceiros; assistência médico-hospita-
38

lar aos peritos, moradia para os peritos e Serviços ofertados;


suas famílias, bem como à locomoção e
Orçamento anual;
ajuda de custo para viagens internas dos
peritos por motivo de serviço. Principais clientes;
6.6 Custo Estimado da Contraparti- Eventuais publicações técnicas da
da Oferecida instituição.
Indicar os custos previstos, nos quais a Curriculum Vitae da Equipe Técnica
instituição executora incorrerá ao longo do Projeto - os dados que devem constar
do período de execução do projeto, para dos Curriculum Vitae resumidos dos técni-
cada uma das rubricas. cos de nível superior do projeto são:
6.7 Demonstrativo das Contribui- nome do técnico;
ções Financeiras
nacionalidade, naturalidade e data
Neste item, devem ser apresentados do nascimento;
os valores correspondentes à coopera-
ção solicitada e à contrapartida oferecida, curso de graduação superior;
por elemento de despesa. A contraparti- eventuais cursos de pós-graduação
da oferecida deve ser, no mínimo, igual ao realizados;
valor da cooperação solicitada.
principais trabalhos realizados ou
Anexos ao PCT resumo de sua experiência profissional
Em anexo ao documento de projeto, (PCT, 2008).
devem ser encaminhadas as seguintes in-
formações:

Credenciais Técnicas da Instituição


Executora - a apresentação das creden-
ciais técnicas tem como objetivo caracte-
rizar a instituição executora em termos
institucional, técnico e financeiro. Nesse
sentido, as seguintes informações são so-
licitadas:

Natureza jurídica e vinculação insti-


tucional;

quadro de pessoal (detalhado para


nível superior);

Áreas de atuação da instituição;

Área física ocupada pelas suas insta-


lações;
39

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