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FICHA FORMATIVA 2

NOME: N.O: TURMA: DATA:

Grupo I
Parte A

Lê o texto seguinte.

UM NOVO JORNALISMO
Tinha um caráter inquieto e aventureiro, mar-
cado pela procura da perfeição e pela intolerância
face à mediocridade. Filho de um comerciante de
cereais, de ascendência judaica, e de uma bela
dama austro-húngara católica, Joseph Pulitzer
nasceu a 10 de abril de 1847, na cidade húngara de
Mako. Depois de combater ao lado das forças da
União na Guerra da Secessão norte-americana,
mudou-se para Saint Louis, no Missouri, onde
existia uma vasta comunidade alemã. Trabalhou ali
como tratador de mulas, pedreiro, criado e
estivador, até que Carl Schurz, um dos editores de
um jornal local, o Westliche Post, o contratou como
redator.
Decidido a aproveitar a oportunidade, Pulitzer
revelou algumas das aptidões que iriam definir a
sua personalidade: trabalhava das dez da manhã às
duas da madrugada, escrevia compulsivamente e
não hesitava em deslocar-se onde fosse necessário
para recolher pessoalmente dados sobre
determinado acontecimento. «Sou repórter do
Westliche Post. Dê-me os dados.», repetia
incansavelmente, segundo as testemunhas.
O seu entusiasmo era tal que, em 1878,
comprou, com as suas poupanças, o diário local
Saint Louis Dispatch, transformando-o num
autêntico flagelo da corrupção. Já o anunciara, no
editorial publicado no primeiro dia como diretor, ao
assegurar que o jornal «não servirá um partido, mas
o povo; não será um órgão do republicanismo, mas
da verdade; não apoiará a Administração, mas irá
criticá-Ia». As pala- vras devem ser inseridas numa
época em que os jornais, mais do que dar notícias,
serviam de porta-vozes para um partido ou um
político em concreto.
Pulitzer inverteu a situação. E não foi a única
revolução que operou no jornalismo. Aumentou o
fo r m ato do d iário par a po de r in cluir m ais
conteúdos; incorporou publicidade em massa, com o objetivo de conquistar independência económica e
política; concentrou-se em dar notícias e contar histórias sobre pessoas comuns e denunciou subornos e
irregularidades cometidas pelas autoridades públicas. Em poucos meses, o Saint Louis Dispatch era o diário
mais lido.
Super Interessante, n.º 162, outubro de 2011 (adaptado).

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1 Classifica como verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmações que se seguem, de acordo com o
sentido do texto.
(A) Pulitzer exerceu várias profissões relacionadas com o jornalismo antes de ser contratado
como redator.
(B) Pulitzer trabalhou no Westliche Post exclusivamente como redator.
(C) Enquanto redator, Pulitzer valorizou muito o rigor jornalístico.
(D) No tempo de Pulitzer, a imprensa escrita estava comprometida politicamente.
(E) Pulitzer, depois de comprar o Saint Louis Dispatch, transformou-o num diário ao serviço da verdade.
(F) A estratégia de Pulitzer fez com que o Saint Louis Dispatch se transformasse num fiasco.
1.1 Corrige as afirmações que consideraste falsas.

2 Seleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.3), a opção que permite obter uma afirmação
adequada ao sentido do texto.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1 A personalidade e o caráter de Pulitzer caracterizavam-se pela
(A) persistência, mediocridade e inconformismo.
(B) mediocridade e conformismo.
(C) autenticidade e mediocridade.
(D) persistência, inconformismo e perfecionismo.
2.2 Quando comprou o Saint Louis Dispatch, Pulitzer preocupou-se em
(A) ser apoiado financeiramente pelo povo e pelos partidos políticos.
(B) cortar com a tradição e os hábitos da imprensa escrita.
(C) optar por um único caminho político.
(D) dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo jornal.
2.3 As mudanças operadas por Pulitzer no jornal Saint Louis Dispatch fizeram
(A) diminuir o tamanho do seu formato.
(B) aumentar a dependência em relação aos partidos políticos.
(C) aumentar o número de vendas.
(D) diminuir o interesse dos leitores.

3 As afirmações apresentadas de (A) a (F) relacionam-se com informações veiculadas pelo texto.
Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações surgem no
texto.
Começa a sequência pela letra (C).
(A) Como redator do Westiche Post, Pulitzer trabalhou incansavelmente.
(B) No tempo de Pulitzer, os jornais estavam comprometidos politicamente.
(C) Pulitzer exerceu várias atividades até chegar a redator.
(D) O Saint Louis Dispatch tornou-se rapidamente o jornal diário mais lido.
(E) Quando comprou o diário Saint Louis Dispatch, empenhou-se na luta contra a corrupção.
(F) Pulitzer transformou o formato do Saint Louis Dispatch.
Parte B
Lê o texto seguinte.

O VELHO E O MAR
Era um velho que pescava sozinho num esquife 1 na corrente do Golfo, e saíra havia já por oitenta e
quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros quarenta dias um rapaz fora com ele. Mas, após quarenta
dias sem um peixe, os pais do rapaz disseram a este que o velho estava definitivamente e declaradamente
salao2, o que é a pior forma de azar, e o rapaz fora por ordem deles para outro barco que na primeira
semana logo apanhou três belos peixes. Fazia tristeza ao rapaz ver todos os dias o velho voltar com o esquife
vazio e sempre descia a ajudá- lo a trazer as linhas arrumadas ou o croque 3 e o arpão e a vela enrolada no

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mastro. A vela estava remendada com quatro velhos sacos de farinha e, assim ferrada, parecia o estandarte
da perpétua derrota.
O velho era magro e seco, com profundas rugas na parte de trás do pescoço. As manchas castanhas do
benigno cancro da pele que o sol provoca ao refletir-se no mar dos trópicos viam-se-lhe no rosto. As
manchas iam pelos lados da cara abaixo, e as mãos dele tinham as cicatrizes profundamente sulcadas, que o
manejo das linhas com peixe graúdo dá. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente. Eram antigas como
erosões num deserto sem peixes.
Tudo nele e dele era velho, menos os olhos, que eram da cor do mar e alegres e não vencidos.
— Santiago — disse o rapaz, ao virem da praia para onde fora alado 4 o esquife. — Posso tornar a ir
contigo. Já ganhámos algum dinheiro.
O velho ensinara o rapaz a pescar e o rapaz gostava muito dele.
— Não — respondeu o velho. — Andas num barco de sorte. Fica com eles.
— Mas lembra-te de como saíste oitenta e sete dias sem peixe, e depois apanhaste só grandes, todos os
dias, três semanas a fio.
— Lembro — disse o velho. — Bem sei que não me deixaste por duvidares. […]
Sentaram-se no Terraço e muitos dos pescadores fizeram troça do velho e ele não se zangou. Outros,
dos pescadores mais velhos, olhavam-no e ficavam tristes. Mas não o mostravam e falavam atenciosamente
da cor- rente e dos fundos a que haviam deitado as linhas e do bom tempo firme e do que tinham visto. Os
pescadores de sorte nesse dia já lá estavam e tinham aberto os grandes peixes e tinham-nos trazido ao
comprido em duas tábuas, com dois homens atrapalhados à ponta de cada tábua, até à pescaria onde
esperariam pelo camião fri- gorífico que os levaria ao mercado de Havana. Os que haviam pescado tubarões
tinham-nos levado à fábrica, do outro lado da enseada, onde eram içados com um cadernal 5, e lhes eram
extraídos os fígados, cortadas as bar- batanas, esfoladas as peles, e a carne feita em postas para salgar.
Quando o vento era leste um cheiro da fábrica atravessava o porto; naquele dia, porém, só a vaga
memória de um odor vinha, porque o vento rondara ao norte e caíra, e no Terraço cheio de sol era agradável
estar.
ERNEST HEMINGWAY, O Velho e o Mar, Livros do Brasil, 2011.
1 esquife: bote.
2 salao: forma do registo oral do vocábulo «salado», um regionalismo da língua espanhola falada na América Central (= desafortunado).
3 croque: vara com um gancho para atracar os barcos.
4 alado: puxado com cordas.
5 cadernal: equipamento com um sistema de roldanas.

Responde, de forma completa e estruturada, aos itens que se seguem.

4 Localiza espacialmente a ação do excerto. Justifica a tua resposta.

5 Identifica a personagem principal referindo a sua profissão. Fundamenta a tua resposta.


5.1 Recorrendo ao texto, traça o seu retrato físico.
5.2 Explicita o contraste entre a situação vivida pelo velho e os seus olhos.

6 Caracteriza indiretamente o rapaz visado no texto. Justifica a tua resposta.

7 Classifica o narrador quanto à presença. Ilustra a tua resposta com elementos textuais.

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Parte C
8 O excerto que acabaste de ler contém momentos de descrição, narração e diálogo.
Num texto de 70 -120 palavras, prova a veracidade da afirmação. O teu texto deve incluir:
• uma parte inicial, em que definas sucintamente os três modos de expressão em causa;
• uma parte de desenvolvimento, em que transcrevas um exemplo de cada um dos modos de expressão;
• uma parte final, em que refiras qual é o modo de expressão dominante, justificando.

Grupo II

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1 Substitui cada alínea por uma palavra adequada, de modo a obteres três famílias de palavras
constituídas por um nome, um verbo e um adjetivo.

Nome Verbo Adjetivo


perfeição a) b) d)
c) duvidar tristes
e) f)

2 Considerando o texto do grupo I, parte B, seleciona, para responderes a cada item (2.1 a 2.3), a
única opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
2.1 O segmento «[…] que o manejo das linhas com peixe graúdo dá.» (linhas 10-11) é uma oração
(A) subordinada substantiva completiva.
(B) subordinada substantiva relativa sem antecedente.
(C) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) subordinada adjetiva relativa explicativa.
2.2 O segmento «Quando o vento era leste […]» (linha 30) é uma oração
(A) subordinada adverbial temporal.
(B) subordinada adverbial final.
(C) subordinada adverbial consecutiva.
(D) subordinada adverbial causal.
2.3 Na frase — «Nos primeiros quarenta dias, um rapaz fora com ele.» (linha 2), o segmento
assinalado desempenha a função sintática de
(A) modificador do grupo verbal.
(B) complemento direto.
(C) complemento oblíquo.
(D) complemento indireto.

Grupo III

1 Redige um texto, de 180-240 palavras, em que reflitas sobre o modo como a sociedade lido com a
velhice.
O teu texto deve apresentar a seguinte estrutura:
• uma parte inicial, em que exponhas o modo como a sociedade trata os idosos, de uma forma geral;
• uma parte de desenvolvimento, em que sugiras algumas estratégias ou atividades que envolvam os
idosos, aproveitando a sua experiência e os seus conhecimentos;
• uma parte final, em que sensibilizes os jovens da tua idade a valorizar e a respeitar os idosos.

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