Biológico e PPRA
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS.................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS....................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
A GESTÃO DE RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO................................................................. 13
CAPÍTULO 3
IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS .................................................................................................. 23
UNIDADE II
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO......................................................................................... 35
CAPÍTULO 1
ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM................................................................................................ 35
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS DE MEDIÇÃO – AMOSTRAGEM ATIVA E PASSIVA....................................................... 44
UNIDADE III
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO................................................................................................. 60
CAPÍTULO 1
LIMITES DE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL................................................................................... 62
CAPÍTULO 2
ENTENDENDO MELHOR OS LIMITES DE TOLERÂNCIA................................................................. 70
UNIDADE IV
CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO.......................................................................... 75
CAPÍTULO 1
MÉTODOS DE CONTROLE........................................................................................................ 75
CAPÍTULO 2
INTERVENÇÃO: FATORES A CONSIDERAR................................................................................. 79
UNIDADE V
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS............................................................................................................ 85
CAPÍTULO 1
REFERÊNCIAS NORMATIVAS – FINANCIAMENTO DA APOSENTADORIA ESPECIAL (FAE),
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE......................................................................................... 87
UNIDADE VI
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS...................................................................................................... 106
CAPÍTULO 1
RISCOS BIOLÓGICOS NO LOCAL DE TRABALHO.................................................................... 106
UNIDADE VII
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA............................................................... 125
CAPÍTULO 1
PROGRAMAS DE PREVENÇÃO............................................................................................... 125
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 131
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
Bem-vindo à disciplina Higiene do Trabalho – HT. Este é o nosso ambiente de estudos,
cujo conteúdo, por conta do peso programático, foi dividido em duas disciplinas: HST
5 - Higiene do Trabalho - Risco Físico e HST 6 - Higiene do Trabalho - Risco químico,
biológico e PPRA, com 60h-a cada.
Objetivos
»» Entender as definições básicas da HST.
8
PREVENÇÃO E UNIDADE I
CONTROLE DE RISCOS
CAPÍTULO 1
Prevenção e controle de riscos
Antes de adentrar aos fatores químicos propriamente ditos e a gestão do meio ambiente
do trabalho que os envolve, faz-se necessária uma aproximação panorâmica, pois nem
todos os leitores são ligados à área de HST, sendo que alguns, inclusive, estão tendo o
primeiro contato neste curso.
Algumas definições são comuns aos três tomos da HT, por isso volta e meia há
redundância, porém sempre com fito de reforço de uma ideia central, que muitas vezes
passaria despercebido, se não fosse esse expediente. Temos como exemplo o debate
sobre limite de tolerância ou sobre gestão: sem dúvida recorrente. É isso que esta
Unidade I se propõe.
A ausência de padrões normativos não deve servir de desculpa para não prevenir
exposições em que claramente haja riscos graves, controles devem ser introduzidos
antes mesmo de avaliações quantitativas. Às vezes, pode ser necessário substituir o
conceito clássico de “identificação, avaliação e controle” por “identificação-controle-
avaliação”, ou mesmo “identificação-controle”, se não há recursos para avaliar riscos.
9
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
1. controles de engenharia;
2. organização do trabalho e
3. medidas pessoais.
»» Interferir na propagação;
10
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Outras medidas para ajudar a reduzir riscos: um projeto adequado do sítio de trabalho
com vistas à ventilação de diluição e deslocamento/renovação de ar, uma boa limpeza
e armazenamento adequado. A colocação de etiquetas e placas de aviso pode ajudar os
trabalhadores a avançar para práticas seguras de trabalho.
A avaliação regular, via controles ambientais e vigilância biológica, deve fazer parte
de qualquer estratégia de prevenção e controle de risco. Tecnologia para controlar o
ambiente de trabalho também deve incluir medidas para prevenir a poluição ambiental
(ar, água, solo), incluindo o tratamento de resíduos perigosos.
A maioria das medidas de controle aqui mencionadas referem-se aos poluentes do ar,
mas, obviamente, não apenas, pois um processo pode ser modificado para produzir ar
mais limpo, menos ruído e menos calor. Uma barreira de isolamento pode separar os
trabalhadores de uma fonte de calor, ruído ou radiação.
Alguns sistemas, tais como ventilação local, devem ser avaliados após a instalação
e, periodicamente, verificados. Apenas o controle e a manutenção periódica podem
11
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
12
CAPÍTULO 2
A gestão de riscos no ambiente
de trabalho
Não é possível remover todos os riscos à saúde do trabalhador porque alguns são inerentes
aos processos produtivos indispensáveis à sociedade. Eis a gestão dos riscos. Por isso.
devem ser gerenciados. A avaliação de riscos fornece uma base para a gestão de riscos.
13
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
O HST, por estar ciente dessas exigências legais, é responsável por definir os objetivos
do controle no local de trabalho. No entanto, pode acontecer que o HST tenha de decidir
sobre o risco aceitável no local de trabalho, por exemplo, quando não há normas ou
cobertura de todas as possíveis exposições. Todas essas decisões e ações devem ser
integradas em um plano realista, o que exige colaboração interdisciplinar e coordenação
e multissectorial.
Epidemiologia e causalidade
A epidemiologia, em seus primórdios, foi influenciada por conceitos unicausais
da determinação das doenças, derivados principalmente do desenvolvimento
da microbiologia. De acordo com essa concepção, a cada doença infecciosa
deve corresponder um agente etiológico específico. Por esse modelo, há uma
conexão direta singela e singular entre um elemento predecessor (agente) e um
consequente (desfecho clínico ou agravo). No contexto de saúde do trabalhador,
legalmente falando, tem-se que um agente determina uma doença profissional,
conforme será adiante discutido. Já nas primeiras décadas do século XX,
14
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
15
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
Gestão consiste em tomar decisões relativas aos objetivos que devem ser alcançados e
as medidas que devem ser adotadas para isso acontecer, com a participação de todas
as partes interessadas. Instrumentaliza-se para prever, evitar, reconhecer e resolver os
problemas que podem criar obstáculos para executar as tarefas necessárias.
Além disso, os objetivos reais, e não as etapas intermediárias, devem servir como uma
referência. A eficiência de um programa de higiene industrial não deve ser medida pelo
número de estudos, mas pelo número de estudos que vão levar às ações concretas para
proteger a saúde dos trabalhadores.
Uma boa gestão deve ser capaz de distinguir entre o que chama atenção e o que é
importante. Os estudos muito detalhados, incluindo a amostragem e análise, que
geram resultados muito exatos e precisos, podem ser impressionantes, mas realmente
importantes são as decisões e ações adotadas por decorrência desses. Nesse sentido,
definir planificação, gestão e garantia de qualidade faz-se necessário.
A segunda etapa define o grau de exposição que causa magnitude de um efeito particular
sobre as pessoas expostas. Isto é essencial para interpretar os dados obtidos a partir da
avaliação da exposição. A avaliação da exposição parte do formulário de avaliação de
risco, tanto quando obtidos para caracterizar uma situação de risco, como quando se
obtém para determinar exposição-efeito com base em estudos epidemiológicos.
Neste último caso, a exposição associada a um efeito relacionado ao agravo deve ser
caracterizada com precisão para garantir a validade da correlação. Embora a avaliação
16
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
de risco seja fundamental para muitas decisões a serem tomadas na prática da higiene
do trabalho, ela tem um efeito limitado sobre a proteção da saúde dos trabalhadores, a
menos que a ação preventiva seja realizada nos locais de trabalho.
Planificação
A planificação pontual e minuciosa da execução e da avaliação periódica de um programa
de prevenção de riscos é essencial para alcançar suas metas e objetivos, fazendo o
melhor uso de recursos disponíveis. Em princípio, devem ser obtidas e analisadas as
seguintes informações:
»» Recursos disponíveis;
»» Alocação de recursos;
»» Seleção de equipamentos;
»» Requisitos operacionais;
»» Calendário/cronograma.
Os custos operacionais não devem ser subestimados, já que a falta de recursos pode
prejudicar gravemente a continuidade de um programa. A seguir, alguns requisitos que
não podem ser negligenciados:
»» Atualização de informações.
Além disso, alocação de recursos deve permitir certa flexibilidade, pois é possível que
a higiene industrial tenha de se adaptar para atender às necessidades reais, que devem
ser avaliadas periodicamente. Comunicar, compartilhar e colaborar são palavras-chave
para o trabalho em equipe de sucesso e desenvolvimento de competência individual.
18
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Garantia da Qualidade
A precisão e exatidão de uma balança analítica de alta resolução não pode compensar
o uso de uma bomba de amostragem que tem uma velocidade de fluxo inadequada.
O desempenho dos laboratórios deve ser revisto para identificar e corrigir potenciais
fontes de erro.
É preciso adotar uma abordagem sistemática para manter sob controle os muitos
detalhes envolvidos. É importante estabelecer com os laboratórios de higiene do
trabalho garantia de programas de qualidade que cubram os controles internos, como
avaliações de qualidade externa (“provas de aptidão”).
19
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
»» gestão adequada;
20
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
importante para ser promovida. Deve abranger tanto a tomada de amostras como o
processo analítico.
http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/acre_lab.asp>.
21
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
22
CAPÍTULO 3
Identificação de perigos
Alguns riscos ambientais são fáceis de identificar, por exemplo, irritantes, que têm
um efeito imediato após a exposição de pele ou inalação. Outros, nem tanto, por
exemplo, substâncias químicas formadas acidentalmente cujas propriedades não estão
devidamente avisadas em rótulos de embalagens e especificações técnicas.
Alguns agentes, tais como metais (chumbo, mercúrio, cádmio e manganês), podem
causar danos depois de vários anos de exposição, todavia são facilmente identificados
se tais características são conhecidas.
Corrosão Substâncias químicas corrosivas produzem destruição de tecidos no local Ácidos concentrados e fósforo, álcalis.
de contato. A pele, olhos e sistema digestivo são as partes do corpo mais
frequentemente afetadas.
Irritantes Irritação pode causar inflamação dos tecidos no local onde são depositadas Pele: ácidos, álcalis, solventes, óleos.
as substâncias. Os irritantes da pele podem causar reações, como eczema ou Respiratórios: aldeídos, amônia, alcalino em pó,
dermatite. As substâncias que causam irritação respiratória grave podem causar dióxido de azoto, oxicloreto de carbono, cloro,
dispneia, respostas inflamatórias e edema. bromo, ozônio.
Reações Alérgenos ou substâncias químicas sensibilizadores podem causar reações Pele: colofónia (resina), formaldeído, metais tais
alérgicas alérgicas respiratórias ou na pele. como cromo ou níquel, alguns corantes orgânicos,
quimicamente epóxi, terebinto. Respiratória:
isocianatos, corantes reativos para a fibra de
formaldeído, pós de florestas tropicais, níquel.
Asfixiantes São gases inertes que diluem o oxigênio da atmosfera abaixo da concentração Asfixiantes simples: metano, etano, hidrogênio,
necessária para a vida existir. Uma atmosfera deficiente em oxigênio pode ser hélio. Asfixiantes químicos: monóxido de carbono,
encontrada em tanques, porões dos navios, silos ou minas. A concentração nitrobenzeno, cianeto de hidrogênio, sulfeto de
atmosférica de oxigênio (O2) nunca deve ser inferior a 19,5% em volume. hidrogênio.
Câncer Substâncias cancerígenas humanas conhecidas são substâncias químicas Conhecido: benzeno (leucemia); cloreto de vinilo
que foram claramente demonstradas por causar câncer nos seres humanos. (fígado Angiossarcoma); 2-naftilamina, bencidina
Substâncias cancerígenas prováveis são substâncias químicas que têm mostrado (câncer de bexiga); amianto (câncer de pulmão,
claramente causar câncer em animais ou nenhuma prova conclusiva de como mesotelioma); pó de madeira (adenocarcinoma
elas afetam os seres humanos estão disponíveis. Fuligem e alcatrão de carvão nasal ou sinusal) provável: formaldeído,
foram as primeiras substâncias químicas prováveis causadoras de câncer. dicromatos, berílio e tetracloreto de carbono.
23
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
24
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Agentes Químicos
Os perigos podem ser biológicos, químicos ou físicos. Essa seção fornece uma breve descrição de diferentes tipos de riscos químicos, juntamente
com exemplos de ambientes e atividades1.
O ar contém, normalmente, pequenas quantidades de partículas microscópicas de poeira (mineral, vegetal ou animal), bactérias e odores
(gases produzidos como esgoto ou lixo). Esses agentes são denominamos aerossóis. Aerossóis são formados por dispersão resultante
de atomização de sólidos ou líquidos ou da suspensão de poeiras, polens e bactérias em consequência das correntes de ar. Os principais
aerossóis são:
Fumos
Partículas sólidas de diâmetro inferior a 10μ, chegando a 1μ. Resultam da condensação de partículas gasosas volatilizadas de metais fundidos, quase
sempre acompanhadas de oxidação. Tendem a flocular no ar.
Poeiras
Partículas sólidas de diâmetro até 100μ, resultantes da desintegração mecânica de substâncias, seja pelo simples manuseio ou pelas operações
de britagem, moagem, esmerilhamento, peneiramento, usinagem, fundição, demolição, etc. As poeiras não floculam e não se difundem, tendendo a
precipitar pela força da gravidade.
Fumaças
Produtos resultantes da combustão incompleta de materiais orgânicos. Apresentam diâmetros inferiores a 1μ.
Névoas
Gotículas líquidas com diâmetro entre 0,1 a 100μ, resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos. As neblinas estão
entre 1 a 50μ e classificam-se em MIST ou FOG (cerração, orvalho, dispersão da água em gelo), com partículas menores que a MIST.
Organismos vivos
Pólen de flores (5 a 10μ), esporos de fungos (1 a 10μ) e bactérias (0,2 a 5μ, podendo chegar a 20μ). Em alguns locais, podem ocorrer vírus (0,002
a 0,05μ).
Gases e vapores
Gases são substâncias que podem passar ao estado líquido ou sólido por efeito combinado de aumento da pressão e/ou diminuição da temperatura.
O termo vapor é, em geral, usado para o gás de uma substância que é líquida em condições normais de ambientes. De forma mais técnica, vapor
pode ser considerado o gás em temperatura inferior à crítica. A manipulação de gás sempre envolve um risco de exposição, salvo em processos
herméticos. Os gases introduzidos em recipientes ou condutos podem vazar e causar acidentes. Os processos realizados em temperaturas elevadas
(eg., soldagem e de escape de motores a gás) também formam gases. Processos industriais resultam (NH3, SO2, NO2, CO, CH4, Cl e CO2).
Fuligem – (Fly-ash)
São partículas muito finas de produtos da queima de combustíveis minerais em caldeiras e fornalhas.
1 Casarett, 1980; Internacional Congresso sobre Saúde Ocupacional, 1985; Jacobs, 1992; Leidel, Busch e Lynch, de 1977;
Olishifski, 1988; Rylander, 1994.
25
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
Este curso enfoca programas para identificação e classificação dos perigos do meio
ambiente do trabalho. Muitos modelos e técnicas têm sido desenvolvidos para identificar
e avaliar riscos no ambiente de trabalho.
26
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Não há uma técnica específica adequada para todos os casos, mas todas as técnicas têm
componentes que podem ser úteis em qualquer investigação. A utilidade de modelos
depende mesmo do alvo da investigação, o tamanho do local de trabalho, o tipo de
produção e atividade e, finalmente, da complexidade das operações.
Caracterização de trabalho
Um local de trabalho pode ter alguns funcionários ou milhares que poderão desenvolver
as mais diversas atividades (fábricas, canteiros de obras, edifícios de escritórios, hospitais
ou fazendas).
Em um local de trabalho podem ser distinguidas áreas especiais, tais como departamentos
ou seções em que se desenvolvem diferentes atividades. Em uma indústria, há diferentes
estágios e operações no processo de produção, a partir de matérias-primas até os
produtos concluídos.
Esses eventos devem ser registrados e devem ser tomadas as precauções adequadas
para evitar a exposição a agentes perigosos. Outros processos ocorrem em sistemas
abertos, com ou sem ventilação localizada.
27
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
Padrões de exposição
As principais vias de exposição a agentes químicos e biológicos são inalação e absorção
por meio da pele ou por ingestão acidental. O padrão de exposição depende da
frequência de contato com os perigos, a intensidade da exposição e a vida útil do sistema/
equipamento/dispositivo. Além disso, as tarefas que os trabalhadores executam devem
ser sistematicamente examinadas. É importante não se limitar a estudar os manuais de
trabalho, mas também o que realmente acontece no local de trabalho.
Pode ser necessário se concentrar primeiro nas tarefas mais perigosas mesmo que a
exposição seja de curta duração, não se esquecendo de tomar as mesmas precauções
nas operações não rotineiras e intermitentes (p.e., manutenção, limpeza e mudanças
nos ciclos de produção). Assim como a variação das tarefas e das situações de trabalho
durante todo o ano.
Demonstra-se que pessoas que trabalham ao ar livre ou em local sem ventilação localizada
apresentam maior variabilidade de um dia para o outro que grupos semelhantes que
trabalham em locais fechados ou com ventilação localizada.
28
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Diferentes grupos de exposição devem ser classificados de acordo com agentes perigosos
e a exposição estimada para determinar os trabalhadores submetidos aos maiores riscos.
Tais informações podem ser obtidas em revistas de saúde, bancos de dados sobre a
toxicidade e os efeitos na saúde e publicações científicas e técnicas sobre o assunto. As
fichas de segurança devem ser atualizadas quando necessário. As fichas toxicológicas
registram os percentuias de componentes perigosos junto ao identificador de Chemical
Abstracts Service, número CAS.
Os trabalhadores com escores de exposição mais altos serão tratados como prioridade.
Antes de iniciar qualquer atividade preventiva, pode ser necessário empreender um
programa de controle de exposição. Todos os resultados devem ser documentados e
facilmente rastreáveis.
29
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
30
PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS │ UNIDADE I
Vias de exposição
A mera presença de poluentes no ambiente de trabalho não determina existência de
exposição significativa ao trabalhador. A presença do agente combinada ao contato
com o corpo humano de forma a produzir um efeito nocivo à saúde, sim.
A imersão inclui o contato: do corpo com a roupa contaminada; das mãos com luvas
contaminadas; e, mão e braço com granéis líquidos. No caso de algumas substâncias,
tais como aminas e fenóis, de absorção por meio da pele, pode ser tão rápido como a
absorção por meio dos pulmões.
A ingestão, uma forma incomum de absorção de gases e vapores, pode ser importante
para partículas como chumbo. A ingestão pode ocorrer ao comer alimentos
contaminados, comer ou fumar com as mãos contaminadas e tossir, em seguida, engolir
partículas exaladas.
31
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
ou quando as fontes de alta pressão libertam projéteis de alta velocidade contra a pele.
Pistolas de pintura e bomba hidráulica têm pressão alta o suficiente para perfurar a pele
e introduzir substâncias diretamente no organismo.
Glossário
1. AEROSSOL ou AERODISPERSOIDE: é um termo bastante amplo, usado
para uma suspensão de partículas sólidas ou líquidas, finamente
divididas, dispersas em um gás. O diâmetro dessas partículas de
tamanho reduzido pode variar de 0,001 mícron a 100 micra.
»» Qual é a localização dos trabalhadores em relação às fontes de exposição potencial, incluindo pessoal,
equipamento e processos?
»» Os trabalhadores saem das instalações/locais durante o dia ou permanecem durante a jornada de trabalho?
»» O que é o uso, localização e manutenção de sistemas de ventilação geral e localizada?
»» Quais são as quantidades médias diárias de materiais utilizados nos processos?
»» Quais são os padrões de limpeza? Mantêm-se os trapos, restos de solvente em recipientes abertos em que
a evaporação pode criar exposições? Há sinais visíveis de poeira? Como lidar com derramamentos e qual o
tratamento que recebem os resíduos?
»» Os trabalhadores voltam para casa com a roupa contaminada?
»» Como são armazenados os produtos químicos?
»» É possível evacuar resíduos químicos de forma adequada?
»» Há excesso de ruído? É necessário falar alto ou gritar para ser compreendido?
»» Existe a possibilidade de que as substâncias liberadas na atmosfera sejam perigosas? Será que eles geram
processos vapor por evaporação aberta, aquecimento, secagem e nebulização, ou geram partículas suspensas
na corrente de ar devido britagem, moagem, lixamento, soldagem, varrer ou limpar com jato de areia?
»» Existe uma possibilidade de absorção pela pele? A pele dos trabalhadores fica em contato direto com os
solventes? Pode ser contaminada por dentro das luvas? Existe contaminação visual de superfícies com as quais
os trabalhadores passam as mãos e os braços?
»» Comer, beber ou fumar nas áreas contaminadas?
»» Os trabalhadores queixam-se de efeitos adversos à saúde (dores de cabeça, fadiga, irritação dos olhos, do trato
respiratório ou pele)?
33
UNIDADE I │ PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS
Além das perguntas listadas, outras devem ser feitas, para tornar claro o que nem
sempre é óbvio, por exemplo:
As tarefas não rotineiras podem produzir grandes exposições de risco para substâncias
químicas, que são difíceis de prever e medir durante um dia normal de trabalho.
Alterações nos processos e substituições químicas podem alterar a emissão de
substâncias para a atmosfera e influenciar a exposição de acordo.
34
ESTRATÉGIAS DE
AMOSTRAGEM E UNIDADE II
MEDIÇÃO
CAPÍTULO 1
Estratégia de amostragem
Essa estratégia exige uma despesa mínima de recursos e de tempo, porém produz pouca
informação e tem aplicação limitada para fins prevencionistas voltados às exposições
a longo prazo. Para avaliar as exposições crônicas de uma maneira útil à vigilância
médica e biológica, e principalmente para estudos epidemiológicos, as estratégias
de amostragem devem fornecer repetição da amostragem ao longo do tempo em um
grande número de trabalhador.
Finalidade
O objetivo das estratégias de amostragens ambientais e biológicas é avaliar a exposição
dos trabalhadores ou avaliar as fontes contaminantes. O controle dos trabalhadores se
realiza para:
35
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
»» Avaliar as exposições por ingestão e absorção da pele, comparando a dose do corpo com
os resultados da amostragem de ar. Uma alta correlação entre a concentração no ambiente
de substâncias químicas e a concentração em medições biológicas poderia indicar que essa
inalação é a única forma de absorção.
»» Estimar carga corpórea para efeitos de vigilância médica.
»» Investigar queixas de trabalhadores que não são justificadas de acordo com as medições
ambientais. Se o controle biológico indica altas concentrações, pode ser pela exposição a
substâncias químicas de maneiras diferentes por inalação.
»» Avaliar a eficácia de proteção pessoal como luvas ou equipamento de proteção respiratório
e as consequências das práticas de trabalho. Proteção respiratória inadequada pode levar à
presença de produtos químicos ou de seus metabólitos em fluidos corporais. Se as práticas de
trabalho ou de proteção da pele são inadequadas, medições biológicas podem ser maiores do
que o esperado, por comparação com a concentração no ambiente de substâncias químicas.
»» Avaliar a influência de fontes não presentes no local de trabalho; os trabalhadores podem ser
expostos a substâncias químicas similares fora do local de trabalho, que levaria a maior exposição
do que o esperado nos resultados da amostragem biológica. Níveis mais altos de monóxido de
carbono no sangue foram relatados em trabalhadores usando cloreto de metileno para ataque
pela pintura de mobiliário. Uma avaliação da exposição retrospectiva. Substâncias químicas tais
como chumbo e bifenilos policlorados, permanecerão no corpo muito tempo após exposição.
»» Verificar a conformidade com os limites biológicos de exposição recomendados ou obrigatórios.
O controle biológico tem suas limitações e deve ser utilizado somente se os objetivos
não puderem ser alcançados apenas com o controle atmosférico. Trata-se de um
procedimento invasivo que requer a coleta de amostras diretamente dos trabalhadores.
As amostras de sangue geralmente constituem o controle do meio biológico mais útil,
no entanto, apenas deve extrair o sangue, quando descartados outros exames não
invasivos, tais como urina ou ar expirado.
No caso da maioria das substâncias químicas industriais, não há dado algum sobre a
trajetória dessas substâncias absorvidas pelo corpo. Os que existem são incompletos.
Por conseguinte, só se dispõe de um número limitado de métodos analíticos de medição
e muitos deles não são sensíveis, nem específicos.
37
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Se o efeito tóxico da mistura é maior do que a soma dos efeitos de cada agente
separadamente, o efeito combinado é descrito como sinérgico. A Exposição ao fumo de
tabaco e a inalação de fibras de amianto causam um risco de câncer de pulmão muito
mais do que um efeito aditivo simples. Colher amostras de todas as substâncias químicas
ambientais seria caro, nem sempre útil. O HST-higienista deve priorizar a lista de
potenciais agentes, de acordo com o risco, para determinar quais os agentes prioritários.
38
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Se as amostras são tomadas perto do trabalhador, mas fora da zona de respiração, temos
as chamadas de amostras ambientais que tendem a subestimar as exposições pessoais,
por isso não fornecem uma boa estimativa da exposição à inalação.
Sem embargo, essas amostras são úteis para avaliar as fontes e níveis ambientais de
poluentes. As amostras ambientais são coletadas mediante instrumento portátil ou
com estações fixas de amostragem.
39
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Figura 3: Possíveis variáveis homogeneadoras para elaboração de Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)
40
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
O método do pior caso é usado para fins de regulamentação e não fornece uma medida
de longo prazo de exposição média ou a variabilidade de um dia para outro. Amostragem
em função da tarefa requer a seleção de trabalhadores com tarefas semelhantes, mas
que não se realizam diariamente. Existem muitos fatores que influenciam a exposição e
podem afetar o sucesso da classificação de GHE.
Duração da amostragem
A concentração de agentes químicos em amostras ambientais pode ser medida
diretamente no local de trabalho, obtendo-se resultados imediatos (em tempo real), ou
podem ser coletadas amostras em diferentes meios de amostragem ou saco de amostra,
em momentos diferentes, que serão analisadas posteriormente em um laboratório
(amostragem integrada).
41
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
métodos em tempo real são limitados, pois não há disposição para todos os poluentes
de interesse, nem sempre há sensibilidade analítica e precisão suficientes para
quantificar poluentes estudados.
A amostragem em tempo real não pode ser aplicável quando se está interessado em
exposições crônicas ou quando se necessita de medidas de média ponderada no tempo
(TLV®-TWA)3 para comparação com o OEL.
42
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Métodos de amostragem em tempo real são usados para avaliar exposições agudas
a substâncias irritantes químicas e asfixiantes sensibilizadores e alérgenos. O cloro,
monóxido de carbono e sulfureto de hidrogênio são algumas substâncias químicas que
podem exercer seus efeitos de forma rápida e em concentrações relativamente baixas.
43
CAPÍTULO 2
Técnicas de medição – amostragem
ativa e passiva
»» as bombas de fluxo lento (0,5 a 500 ml/min.) são usadas para amostras
de gases e vapores;
Para que os volumes de amostra sejam exatos, as bombas devem ser calibradas com
precisão. A calibração realiza-se utilizando padrões primários, tais como medidores
eletrônicos ou manuais a bolhas de sabão, que medem diretamente o volume; ou
padrões secundários, tais como medidores úmidos, os gasômetros secos e rotâmetros
de precisão que são calibrados de acordo com métodos primários.
44
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Figura 5: Impinger com suporte acoplado, bomba de amostragem com calibrador e medidor de fluxo.
45
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Gases e vapores são coletados utilizando tubos adsorventes sólidos porosos, borbulhador
(impingers), detectores passivos e sacos. Tubos adsorventes são tubos de vidro oco
preenchido com um número de substâncias granulares sólidas que podem adsorver as
substâncias químicas inalteradas em sua superfície.
Figura 6: Tubos adsorventes sólidos porosos, borbulhador (impingers) para amostragem de gases e vapores.
O gel de sílica (sílica amorfa) é usado para coletar compostos orgânicos polares, aminas
e alguns compostos inorgânicos. Devido à sua afinidade com os compostos polares,
adsorve o vapor de água; portanto, quando a umidade é elevada, a água pode deslocar
substâncias químicas menos polares do gel de sílica. O tenax, um polímero poroso, é
usado para obter amostras de compostos orgânicos voláteis que estão presentes em
concentrações muito baixas.
A parte dianteira é usada para coletar amostras e a parte traseira é usada para determinar
decomposição. É considerado que tenha ocorrido decomposição quando, pelo menos, 20
46
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Para cada lote com tubos adsorventes e substâncias químicas recolhidas, o laboratório
deve determinar a eficácia da dessorção (inverso da adsorção), ou seja, a eficácia da
remoção de substâncias químicas do adsorvente por meio de uma ação de solvente. No
caso do carvão vegetal e do gel de sílica, o solvente mais utilizado é o dissulfureto de
carbono. No caso do tenax, as substâncias químicas são extraídas por meio de dessorção
térmica diretamente em um cromatógrafo de fase gasosa.
Os borbulhadores são usados cada vez menos para controlar o local de trabalho,
especialmente para a tomada de amostras de pessoal, porque podem quebrar e
derramar sobre o empregado. Existem diferente tipos de borbulhadores, como garrafas
lava-gases, frascos de absorção na espiral, colunas de vidro e borbulhadores de placa de
vidro sinterizado.
Todos os borbulhadores podem ser usados para coletar amostras de área, o pêndulo
mais utilizado é o miniborbulhador (midget-impinger) que também pode ser usado
para tirar amostras de pessoais.
Os detectores passivos ou por difusão são pequenos, não contêm peças que se deslocam
e são usados para obter amostras de ambos os poluentes, orgânicos e inorgânicos. A
maioria dos detectores de compostos orgânicos utiliza carvão vegetal ativado como um
meio para coletar a amostra. Em teoria, qualquer composto que pode ser amostrado,
utilizando um tubo com carvão vegetal adsorvente e uma bomba, poderá sê-lo usando
um detector de amostragem passiva. Esses detectores têm uma geometria desenhada
para alcançar uma velocidade de amostragem efetiva.
Definições e unidades de conversão
1 cm3 1 cm3
ppm =
=
1 m3 1.000.000 cm3
A concentração de um gás ou vapor pode ser expressa em peso/volume (mg/
m3), volume/volume (ppm) e peso/peso (%). A unidade ppm representa o
47
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
24, 45 x mg / m3
ppm =
PM
Em que: PM = Peso Molecular.
Q x Ta
Va =
1000
Va = Q x Ta .Volume amostrado-Va (m3),Tempo de amostragem -Ta (min). Vazão (l/min).
48
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Os meios mais utilizados para coletar aerossóis são os filtros de fibra ou de membrana.
A apreensão de aerossóis a partir do fluxo de ar é produzida por colisão e adesão de
partículas para a superfície de filtro.
49
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Para estudar a exposição aos aerossóis no local de trabalho, pode-se tirar uma amostra
com volume conhecido de ar por meio dos filtros, medir o aumento massa total (mg/
m3 por ar – análise gravimétrica), contar o número total de partículas (fibras/cm3) ou
identificar aerossóis (análise química). Para o cálculo das massas, mede-se a poeira total
que entra no aparelho ou somente a fração respirável.
Os instrumentos para coleta de poeira total estão sujeitos a erro devido a fortes correntes
de ar que atravessam o instrumento ou a orientação inadequada. As correntes de ar
devido aos filtros orientados verticalmente podem introduzir erro ao coletar partículas
demais (superestimativa exposição).
50
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
O MPI refere-se às partículas que podem penetrar pelo nariz e boca. Substitui para
a fração total de massa pelo método tradicional. O MPT refere-se às partículas que
podem penetrar o sistema respiratório superior uma vez ultrapassado a laringe. O MPR
refere-se às partículas que podem se estabelecer na região de troca pulmonares gases.
Substitui a fração de massa respirável do método clássico.
51
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Os grupos de células que se multiplicam no ágar podem ser contados como unidades
formadoras de colônias, no caso de bactérias ou fungos viáveis, e unidades formadoras
de placas, no caso de vírus ativos.
52
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Com exceção dos esporos, não se recomendam os filtros de coleta de bioaerossóis devido
ao dano celular produzido pela desidratação.
Glossário e Revisão
Produtos Alérgicos – causam severas reações com alguns indivíduos sensíveis.
Ex.: pó de talco, serragem, ração, entre outros.
Gases Inertes – não reagem com o nosso organismo, mas deslocam o oxigênio.
Ex: gás argônio, hélio ou nitrogênio;
Gases Ácidos – em contato com a água de nosso corpo produzem ácidos. Ex.:
gás sulfídrico, dióxido de enxofre e cloreto de hidrogênio.
53
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
Meios biológicos
As amostras de sangue, urina e ar expirado são os mais adequados para a rotina de
controle biológico, enquanto que o cabelo, leite, saliva e unhas são utilizados rara e
especificamente.
Por exemplo, chumbo inorgânico é medido no sangue para avaliar a exposição ao chumbo,
o metabólito ácido mandélico se mede na urina para determinar a exposição ao estireno
como também ao etilbenzeno; e carboxihemoglobina é o composto intermediário que é
medido a partir do sangue para determinar a exposição a monóxido de carbono e cloreto
de metileno.
54
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Existem dispositivos muito simples, tais como tubos colorimétricos, os quais indicam
concentração por intermédio de uma mudança de cor; instrumentos específicos para
um produto químico, tais como indicadores de monóxido de carbono, indicadores de
gases combustíveis (explosímetros) e medidores de vapor mercúrio; ou instrumentos
de reconhecimento, tais como espectrômetros infravermelhos, que analisam grandes
grupos de substâncias químicas.
Os instrumentos portáteis de leitura direta usados na maioria das vezes são cromatógrafos
a gás, analisadores de vapores orgânicos e espectrômetros de infravermelhos
alimentados por baterias. Cromatógrafos a gás e analisadores de vapores orgânicos são
usados principalmente no controle ambiental em que haja resíduos perigosos para o ar
ambiente e para as comunidades vizinhas.
55
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
industrial e detecção de fugas, porque eles são sensíveis e específicos para gama de
compostos. Há pequenos detectores pessoais de leitura direta para uma série de gases
comuns (cloro, cianeto de hidrogênio, sulfeto de hidrogênio, hidrazina, oxigênio,
fosgênio, o dióxido de o dióxido de azoto, enxofre e monóxido de carbono).
Os tubos colorimétricos (tubos detectores) são fáceis de usar, baratos e servem para uma
grande variedade de substâncias químicas. Pode ser usado para identificar rapidamente
classes de poluentes atmosféricos e estimativas aproximadas de concentrações. São
usados para determinar os volumes e velocidades de fluxo da bomba.
Alguns tubos colorimétricos são adaptados para bombas de longo prazo de amostragem,
movidas por baterias que podem operar por períodos de até oito horas. A mudança de
cor que ocorre no tubo representa concentração média ponderada ao longo do tempo. Os
tubos colorimétricos são adequados para analisar tanto qualitativa e quantitativamente,
mas a sua especificidade e precisão são limitadas.
56
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
Esses detectores não servem para distinguir tipos de partículas; no entanto, quando
usado em um local de trabalho com um número limitado de tipos de poeira, a massa
pode ser atribuída a um material.
Os fotômetros de luz atenuada medem a extinção da luz por efeito das partículas; o
relacionamento entre a luz incidente e a luz medida é proporcional à concentração.
Técnicas analíticas
Existem muitos métodos para analisar amostras de contaminantes em laboratório.
Algumas das técnicas mais comuns para medir os gases atmosféricos e vapores são:
cromatografia de gás, espectrometria de massas, absorção atômica, espectroscopia de
infravermelho e ultravioleta e polarografia.
A amostra líquida ou gasosa é injetada com uma seringa em uma corrente de ar que a
transporta por meio de uma coluna, de onde se separam seus componentes.
57
UNIDADE II │ ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO
58
ESTRATÉGIAS DE AMOSTRAGEM E MEDIÇÃO │ UNIDADE II
59
LIMITES DE TOLERÂNCIA UNIDADE III
À EXPOSIÇÃO
Entretanto, com o passar do tempo, essa filosofia mudou. Foi acordado que exposições
por curto tempo a concentrações um pouco mais altas poderiam ser aceitas, contanto
que a exposição total durante o dia fosse abaixo do nível máximo. Esse acordo fez com
que a ACGIH desenvolvesse o conceito atual de TLV.
O termo TLV recebe o caracter “®”. TLV® é uma marca registrada da ACGIH. Ele é
definido como a concentração de contaminante na qual se acredita que a maioria dos
trabalhadores pode está repetidamente exposta, dia após dia, sem desenvolver efeitos
adversos à saúde. É importante entender que o TLV® não é uma linha divisória entre o
seguro e o inseguro.
Para alguns materiais como amônia, cloro e dióxido de enxofre, o TLV® é estabelecido
para prevenir irritação dos olhos e trato respiratório. O TLV® para algumas outras
substâncias é estabelecido para evitar danos nos rins ou fígado, que podem ocorrer
após anos de exposição a estes agentes químicos.
Ainda para outras substâncias como Tolueno Diisocianato (TDI), o TLV® foi determinado
a fim de se evitar sensibilização que pode resultar em severas reações alérgicas, mesmo
para exposição muito baixa.
Os valores de TLV são calculados para um período de 7 a 8h por dia, em um total de 40h
semanais, sem que isso traga danos para a sua saúde. O TLV é uma média que permite
flutuações em torno dela, desde que no final da jornada de trabalho o valor médio tenha
sido mantido.
61
CAPÍTULO 1
Limites de exposição ocupacional
Tomar amostras e obter de números é relativamente fácil, muito mais difícil é interpretar.
Os dados obtidos a partir de uma amostragem ambiental e biológica geralmente são
comparados com Limites de Exposição Ocupacional – LEO (ou em inglês: Exposure
Ocupacional Limit – OEL) recomendados ou obrigatórios.
Os limites utilizados (Threshold Limit Value – TLV®) são os estabelecidos nos EUA
pela Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais (American
Conferenceof Higienistas Industriais Governamentais – ACGIH). A maioria dos
valores de Limite de Exposição Ocupacional – LEO utilizado pela Occupational
Safety and Health Administration – OSHA nos Estados Unidos se baseia
na TLV®.
62
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
Não há nenhum OEL para a amostragem de pele ou de superfícies. Cada caso deve ser
avaliado separadamente. No tocante à amostragem de superfícies, as concentrações
frequentemente são comparadas com níveis de fundo aceitáveis, medidas em outros
estudos ou pré-determinada no estudo em curso.
63
UNIDADE III │ LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO
64
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
Incompleta porque trata de cerca de 140 substâncias, quando nos atuais TLVs
há mais de 600.
Anacrônica, porque à época a dose era diluída para 48 horas semanais, enquanto
hoje, com 44 horas, não houve a correlata diminuição dos TLVs.
Já no século XV, era sabido que a poeira e substâncias químicas no ar podem causar
doença e lesão, mas não existiam referências de concentrações nem de durações
para exposição4 As condições de trabalho, as doenças e mortes de trabalhadores
demonstraram diretamente que as exposições existentes eram prejudiciais.
4 RAMAZINNI, B. 1700. De Morbis Atrificum Diatriba [Diseases of Workers]. Chicago: The Univ. of Chicago Press.
66
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
Figura 12: Cronologia das OEL desde o artigo pioneiro de Gruber/1883 até os TLV®s/1970.
De Ramazzini até os TLV®s-ACGIH, passando pelo pioneiro Gruber, foram três séculos.
Parece pouco avanço, mas, em verdade, grande é o desafio de fazer “achados científicos”
entre meio ambiente do trabalho e os agravos à saúde dos trabalhadores. Notadamente,
pelas nuances políticos ideológicas circunscritas ao tema.
Diz-se político porque o status quo governamental, por pressões econômicas, adota
uma linha epistemológica segundo a qual a relação de causalidade não provada não
deve ser censurada. Em outras palavras, só a limite de tolerância para situações tardias
de adoecimentos e mortes.
Salta aos olhos a lentidão política para definição de tais limites, basta verificar que
em 1930 havia apenas 12 substâncias químicas industriais tóxicas com concentrações
máximas permitidas na URSS, o país que inaugura coercitividade das listas5. Hoje, tem-
se notícia que 650 substâncias possuem algum tipo de limite de tolerância catalogado.
5 Sayers, RR. 1927. Toxicology of gases and vapors. En International Critical Tables of Numerical Data, Physics,Chemistry and
Toxicology. Nueva York: McGraw-Hill.
67
UNIDADE III │ LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO
Argentina
Os OELs são, essencialmente, os mesmos TLV®s estabelecidos pela ACGIH em 1978. A principal diferença é que não há STEL para 144 substâncias
(do total de 630), mas sim o valor TWA.
Austrália
O National Health and Medical Research Council (NHMRC) aprovou em 1952 uma edição revisada do Occupational Health Guide Threshold Limit. Os
OELs não têm qualquer estatuto legal na Austrália. O TLV®-ACGIH é publicado na Austrália como um anexo das diretrizes da Saúde do Trabalhador,
revistos em conjunto com as revisões de anos ímpares da ACGIH.
Áustria
Os valores recomendados – pelo Comitê de Peritos sobre a Proteção dos Trabalhadores de Avaliação dos Valores MAC (concentração máxima
permitida) em cooperação com o Instituto para a Prevenção de Acidentes da União Geral dos Trabalhadores em Substâncias Químicas – são
considerados obrigatórios pelo Ministério Federal de Administração Social, responsáveis pela execução das inspeções da Lei de Proteção ao
Trabalho.
Bélgica
Administração de Higiene e Medicina do Trabalho do Ministério do Emprego e do Trabalho usa o TLV® ACGIH como uma diretriz.
Brasil
No tocante ao pagamento de insalubridade, a regra geral é usar a NR15, editada em 1978 pela Portaria 3.214/MTE, que é a desatualizadíssima
TLV® ACGIH de 1976. No entanto, há exceção, a lista TLV® ACGIH, mais recente, só é obrigatória quando a legislação, que inclui convenções
trabalhistas, não dispuser sobre tais limites. Desde 1978, utiliza TLV®-ACGIH como base para pagamento de insalubridade conforme a legislação
celetista. À época, a semana de trabalho era de 48 horas, por isso os valores da ACGIH foram ajustados de acordo com uma fórmula desenvolvida
para esta finalidade, porém não se atualizou para 44h conforme CRFB-88 (anacrônica). A lista ACGIH foi adotada apenas para contaminantes
ambientais que tinham repercussão (desatualizada). O Ministério do Trabalho tentou fixar novos limites e valores para outros poluentes, de acordo
com as recomendações da Fundacentro que não possuem caráter obrigatório, apenas recomendam. Importante: esse regramento vale para fins
remuneratórios apenas, pois para fins prevencionistas o HST não está vinculado à NR15. Estranho, mas é isso que acontece no Brasil! Não se paga
adicional de insalubridade porque atende a NR-15, porém há um ambiente de trabalho totalmente insalubre do ponto de vista da higiene do trabalho.
Canadá (e províncias): cada província tem suas próprias regras:
Alberta – OELs são regulados pela Lei de Segurança e Saúde no Trabalho, regulamentos sobre riscos químicos exigem que o empregador garanta
trabalhadores abaixo desses limites.
British Columbia – Regulamentos sobre segurança e saúde definem, para a maioria das indústrias da província, a lista atual de TLV® para poluentes
atmosféricos da ACGIH.
Manitoba – Departamento de Ambiente e Saúde e Segurança no Trabalho é responsável pela legislação e sua aplicação em relação ao OEL. As
diretrizes atualmente utilizadas são o TLV® ACGIH, com exceção de cancerígenos, para o qual prescreve um nível de exposição zero “na medida do
razoavelmente possível”.
New Brunswick – Limites são aplicados para a última versão da ACGIH e, em caso de violação, sanção conforme norma legal.
Territórios do Noroeste – Divisão de Segurança dos Territórios do Noroeste do Departamento de Justiça e Serviços regula de acordo com a última
edição da ACGIH TLV®.
Nova Scotia – A lista OEL é a mesma que a da ACGIH publicada em 1976, com as posteriores alterações e revisões.
Ontário – Legislação sobre uma série de substâncias perigosas aplica-se no âmbito da Lei sobre a saúde e segurança no trabalho e é publicada em
folhetos diferentes para cada substância incluída no nível de exposição permissível e os códigos para equipamento respiratório, as técnicas para medir
as concentrações ambientais e estratégias de gestão de saúde.
Quebec – Níveis de exposição admissíveis são semelhantes aos da TLV® ACGIH e níveis permissíveis de exposição a contaminantes ambientais no
local de trabalho são obrigatórios.
Chile
A concentração máxima de onze substâncias que podem causar lesão aguda, grave ou fatal não pode ser excedida sob quaisquer circunstâncias. Os
valores-limite do Chile coincidem com o TLV® ACGIH que se aplica um fator de 0,8 para considerar a semana de trabalho de 48 horas.
Dinamarca
Os OELs incluem valores de 542 substâncias químicas e 20 substâncias de partículas. Em geral, a lei exige que esses limites não sejam excedidos,
como médias ponderadas ao longo do tempo. Dados de ACGIH são em geral coincidentes. Aproximadamente 25% dos valores são diferentes
daqueles de ACGIH, e a maioria destes são mais rigorosos.
Equador
Não definiu lista de exposição permissível. TLV®s da ACGIH são usados como orientação para boas práticas de higiene industrial.
Finlândia
OELs são definidos como concentração perigosa pelo menos para alguns trabalhadores expostos por muito tempo. Diverge da ACGIH cujo princípio
diz que quase todos os trabalhadores podem ser expostos às substâncias abaixo do TLV® sem sofrer efeitos adversos. O ponto de vista na Finlândia é
que quando as exposições excedem o valor limite podem causar efeitos adversos à saúde.
68
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
Alemanha
O valor MAC é a concentração máxima admissível de uma substância química no ar de uma área de trabalho (tais como gás, vapor, partículas) que,
segundo o conhecimento atual, não é prejudicial para a maioria dos trabalhadores. Nestas condições, a exposição pode ser repetida e prorrogada
ao longo de um período de oito horas diárias, supondo que uma semana de trabalho tenha em média de 40 horas (42 horas por semana em média
sobre quatro semanas sucessivas para empresas que têm quatro turnos trabalho) [...] são utilizados critérios cientificamente comprovados para a
proteção da saúde, antes de tomar em conta a sua viabilidade técnica ou econômica.
Irlanda
Usa-se, geralmente, o TLV® ACGIH mais recente. No entanto, a lista ACGIH não é obrigatória por leis ou regulamentos nacionais.
Países Baixos
MAC são tidos em grande medida a partir da lista da ACGIH e da República Federal da Alemanha e NIOSH. O valor MAC é definido como a
concentração “na atmosfera de local de trabalho que, de acordo com o conhecimento presente, em geral, não faz o dano à saúde dos trabalhadores
ou dos seus descendentes, mesmo depois de comprimento exposição repetida por toda a vida de trabalho”.
Filipinas
São usados os TLV® ACGIH de 1970, exceto 50 ppm para o cloreto de vinilo e de 0,15 mg/m3 para o chumbo, compostos inorgânicos, fumaça e
poeira.
Rússia – Antiga União Soviética
Estabeleceu muitos dos seus limites, a fim de eliminar qualquer possibilidade de efeitos, mas foram reversíveis. Estas respostas subclínicas e
totalmente reversíveis para exposições no local de trabalho têm sido consideradas até agora, também restritivas nos EUA e na maioria dos outros
países. Na verdade, devido a dificuldades econômicas e técnicas para atingir esses baixos níveis de contaminantes ambientais no local de trabalho, há
poucas evidências de que esses limites foram alcançados realmente em países que os adotaram. No entanto, os limites parecem servir mais como
metas idealizadas do que como conquista para os fabricantes de assumir uma obrigação legal e um compromisso moral.
EUA6
Pelo menos seis grupos norte-americanos recomendam limites de exposição aplicáveis ao local de trabalho: 1) o TLV® da ACGIH; 2) Limites de
Exposição Recomendado (REL), proposto pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH); 3) Limites de Exposição Ambiental
no Trabalho (WEEL), desenvolvido pela American Industrial Hygiene Association (AIHA); 4) os limites de contaminantes ambiental proposto pela
Comissão Z-37 da American National Standards Institute (ANSI); 5) os guias propostos pela American Public Health Association (APHA, 1991); e 6)
as recomendações das autoridades locais, estadual ou regional. Ademais, o Departamento do Trabalho estabeleceu limites admissíveis de exposição
(PEL) com força de lei, que, portanto, devem ser cumpridos obrigatoriamente. A Occupational Safetyand Health Administration (OSHA) é responsável
por impor esses limites.
Fonte: Cook, WA. Occupational Exposure Limits – Worldwide. Akron, Ohio – AIH, 1986 (Com adaptações).
6 Curiosidade. Faz-se um paralelo com as instituições brasileiras. OSHA – Fiscalização (MTE); NIOSH - Pesquisa Fundacentro
(MTE) e ACGIH - Associação de Profissionais (ABHO).
69
CAPÍTULO 2
Entendendo melhor os Limites
de Tolerância
O TLV® não pode ser usado como um índice relativo de toxicidade. Por exemplo, o
ozônio com um TLV® de 0,1 ppm não pode ser considerado 50 vezes mais tóxico que o
fenol com TLV® de 5 ppm.
A razão para isso é simples: o TLV® do ozônio de 0,1 ppm foi estabelecido para evitar
irritação dos olhos e trato respiratório, enquanto que o TLV® do fenol foi estabelecido,
principalmente, para evitar danos ao sistema nervoso central. Desde que esses efeitos
são claramente tão diferentes, é impossível comparar a toxicidade desses dois materiais.
TLV®-TWA
A maioria dos TLV®s é expressa como média ponderada para oito horas de exposição
TLV®-TWA. O fato de se fazer o cálculo pela média ponderada permite exposições, em
certos momentos, acima do limite estabelecido, contanto que, em outros momentos, se
tenha exposição abaixo do limite instituído.
Uma vez que em uma jornada de trabalho a concentração de contaminante varia com o
tempo, o cálculo usado para a média de exposição deve incorporar ambos, concentração
e tempo de exposição.
TWA para exposição a uma única substância: na situação mais simples, um trabalhador
que é exposto oito horas por dia a 25 ppm de monóxido de carbono teria a média
ponderada de exposição por oito horas de 25 ppm. Por outro lado, se estas condições
mudarem e o trabalhador ficar exposto durante a metade do dia a 50 ppm de monóxido
de carbono e não tiver nenhuma exposição durante a outra metade do dia, ainda assim
a Média Ponderada de Tempo – MPT será de 25 ppm.
Em vez de calcular a média simples dividindo oito horas por 50 ppm, deve-se considerar
o tempo ao qual o trabalhador ficou exposto a cada concentração. No caso do exemplo,
70
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
a exposição total seria calculada para refletir uma exposição de ambos, quatro horas a
50 ppm e as outras quatro horas com exposição a (zero) O ppm.
Expresso, algebricamente, tem-se: na equação: (50 ppm x 4h) + (0 ppm x 4h) = 200
ppm.h /8h = 25ppm. Fazendo-se uma equação generalizada, a média ponderada de
exposição pode ser calculada usando-se a equação:
Lembre-se, entretanto, de que essa regra é válida apenas para quando as substâncias têm
efeitos toxicológicos similares, por exemplo, todos os contaminantes devem ter o mesmo
órgão-alvo, por exemplo, todos atacam o sistema nervoso central. Os contaminantes
não devem ser usados para misturas com substâncias que afetam diferentes órgãos-
alvo, por exemplo: um, afeta a pele; outro, o fígado; outro, os rins.
Uma das limitações do TLV®s-TWA, exposição para oito horas, é que ele não leva
em consideração situações em que há exposição à alta concentração por um curto
período de tempo. Essa exposição simples e aguda à alta concentração pode por si
mesma resultar em efeitos adversos, mesmo que a medição por oito horas resulte em
valores abaixo do TLV®.
71
UNIDADE III │ LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO
Uma vez que o TLV® para o xileno, por coincidência, também é de 100 ppm, esta
exposição não pareceria ser um problema. Entretanto, uma vez que níveis acima de 900
ppm de exposição ao xileno são tidos como Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde
(IPVS), uma exposição por 15 minutos a 3.200 ppm produziria claramente severos
efeitos adversos à saúde.
Esta limitação, imposta pelo TLV®-TWA e LT da NR-15, considerada para oito horas,
pode ser corrigida pelo uso de limites de tolerância para curtas exposições (STEL –
Short-Term Exposure Limit).
O ar contém 400 ppm de acetona (TLV, 500 ppm), 150 ppm de acetato de séc-
butila (TLV, 200 ppm) e 100 ppm de metil etil cetona (TLV, 200 ppm). O limite de
exposição (TLV ) foi excedido?
É importante notar que os STELs não são limites de exposição independentes. Eles são
um suplemento para os valores de TLV®-TWA, uma exposição aguda a materiais, cujo
TLV® foi baseado em exposições crônicas ou de longo período.
STELs são definidos como exposição média por 15 minutos, que não deve ser excedido,
mesmo que a exposição por oito horas esteja abaixo do TLV®-TWA. A exposição ao
STEL não deve ser permitida por períodos maiores que 15 minutos e, no máximo, de
quatro vezes por dia, com intervalo mínimo de uma hora entre uma exposição e outra.
72
LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO │ UNIDADE III
Para esses materiais, a ACGIH estabeleceu concentrações teto, níveis que nunca devem
ser excedidos. O TLV® para materiais com concentrações teto são precedidos pela letra
C maiúscula, do inglês Ceiling.
A palavra pele, que aparece depois de alguns nomes químicos na lista de TLV®,
significa que a exposição total do trabalhador ao contaminante pode ser afetada pela
absorção por meio da pele, incluindo mucosas, membranas e olhos. Essa absorção pode
ocorrer devido ao contato com vapores, mas o contato direto com a substância é mais
significativo.
A lista de TLV® não inclui todas as substâncias encontradas na indústria. Uma vez que
pouco ou nenhum dado está disponível para muitos materiais. Substâncias que não
constam na lista não devem ser consideradas como não tóxicas ou inofensivas.
Apesar de o comitê para o TLV® definir que «...sérios efeitos à saúde não são esperados
com exposições a concentrações até o limite de tolerância...», ele também recomenda
que «...a melhor prática é manter a concentração de contaminantes atmosféricos o mais
baixo possível...».
40 168 − h
FR = x
h 128
73
UNIDADE III │ LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO
40 168 − 44
No caso do Brasil, com h=44 semanais, o LT seria 8,8 mg/m3, pois FR =
x ,
44 128
considerando 10 mg/m3 poeira de cimento que o LT recomendado pela ACGIH.
74
CONTROLE DA
EXPOSIÇÃO MEDIANTE UNIDADE IV
INTERVENÇÃO
Uma vez que se identifica e avalia um risco, é necessário decidir quais intervenções
(métodos de controle) são mais adequadas para controlar esse risco em particular.
Métodos de controle são divididos em três categorias, nessa ordem hierárquica:
2. Controles Administrativos.
CAPÍTULO 1
Métodos de Controle
Alguns controles de engenharia (EPC) para o ruído são, por exemplo, a instalação de
materiais isolantes acústicos, fechamentos ou silenciadores sobre aberturas de ar.
O controle técnico pode ser mudar o próprio processo, como exemplo a eliminação de
um ou mais passos de desengorduramento em um procedimento que, anteriormente,
exigia três estágios. Ao eliminar a necessidade da tarefa que produz exposição, controla-
se a exposição total do trabalhador.
75
UNIDADE IV │ CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO
Os controles de engenharia são os métodos mais eficazes para reduzir a exposição, todavia
são os mais caros (eficazes e dispendiosos). Nada disso, porém, isenta a participação
ativa dos trabalhadores na escolha e no projeto desses controles. Tal participação, além
de um direito constitucional do trabalhador, demonstra honestidade e respeito que, ao
final, redundarão em aumento da probabilidade de que os controles sejam efetivos na
redução da exposição.
Controles administrativos
Os controles administrativos são mudanças (no campo da engª de produção) na maneira
de executar tarefas associadas ao processo de trabalho, por exemplo, redução do tempo
76
CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO │ UNIDADE IV
77
UNIDADE IV │ CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO
78
CAPÍTULO 2
Intervenção: Fatores a considerar
Em geral, para reduzir a exposição aos níveis aceitáveis, combinam-se diferentes tipos
de controles. Existem fatores a considerar na escolha de uma intervenção. Por exemplo:
e. formação e informação.
f. facilidade de uso;
Por exemplo, não faz sentido investir grande montante em revestimento acústico de
paredes se a simples mudança de leiaute, deslocando a fonte ruidora para fora do
prédio, for possível.
Contrário senso, para baratear o investimento, faz-se uso de controle deficiente ao deixar
o trabalhador exposto a condições insalubres. Por exemplo, improvisar materiais com
uso de recorte de borracha (sandálias) em vez de dimensionar aplicação de material
especifico (neoprene) para amortecimento dos pedestais das máquinas reverberantes.
79
UNIDADE IV │ CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO
De fato, com tais baixos níveis de exposição, o uso de material pode se tornar o principal
meio de controle. Quando os níveis de exposição são elevados, a ventilação pode
conseguir a redução necessária. Assim, na prática, o nível do aceitável estabelecido (por
governo, empresas etc.) para uma substância condiciona a escolha dos controles.
Nesses casos, tais controles por advertência não são aceitos por motivos óbvios, porém
são marginalmente eficazes uma vez que ainda se prestam aos alertas de nível máximo
ultrapassado.
A solução, nesse caso, fica restrita ao campo da engenharia com instalação de controles
técnicos que isolam o trabalhador a partir do material. Sem descartar o detector de
arsina, para aviso aos trabalhadores em caso de falha.
Frequência de exposição
O modelo clássico para avaliar a toxicidade usa a seguinte relação:
80
CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO │ UNIDADE IV
A dose, no caso em apreço, é a quantidade de material que está disponível para absorção.
Até agora, foram discutidas as formas de minimizar (reduzir) o fator concentração nesta
equação. Por óbvio, pode-se reduzir a dose diminuindo a duração da exposição (controles
administrativos). O problema aqui não é que o trabalhador labore certo tempo em uma
área contaminada, mas quantas vezes (frequência) realiza essa operação (tarefa).
Se a operação acontece com pouca frequência (por exemplo, uma vez por trimestre),
o EPI pode ser uma alternativa viável, com todas as ressalvas e cuidados descritos
neste capítulo.
Esses exemplos ilustram que a frequência com que se executa uma operação pode
afetar diretamente a seleção de controles. Por isso, seja qual for a situação de exposição,
o HST deve perscrutar a frequência, ciclo de trabalho, sazonalidade, para decidir
corretamente sobre o modo de proteção. Obviamente, a via de exposição influencia a
escolha do método de controle. Se for um irritante respiratório, deve-se considerar o
uso de ventilação etc. O desafio para HST é identificar todas as rotas de exposição.
No entanto, éteres de glicol são rapidamente absorvidos pela pele intacta. A pele
representa uma rota importante de exposição e deve ser considerada. Nesse caso, como
de resto é muito comum, o EPI, além de atrapalhar, só agrava, pois se usadas luvas
inadequadas a exposição à pele pode continuar por muito tempo, mesmo depois de
cessada ou reduzida a exposição ambiental.
81
UNIDADE IV │ CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO
O HST pode ser flexível para os requisitos de política, mas deve aplicar os controles
mínimos obrigatórios. Outro aspecto dos requisitos regulamentares é que os controles
obrigatórios podem ser menos eficazes ou conflitarem com as opiniões do HST.
Nessas situações, o HST deve ser criativo e encontrar soluções que satisfaçam ambos os
requisitos regulamentares e os objetivos da boa prática organizacional.
Formação e informação
Seja qual for o tipo de intervenção escolhida, em última análise, sempre se deve
fornecer gratuitamente treinamento e todos os canais possíveis de informação para que
os trabalhadores sejam cônscios das intervenções, a razão da escolha, a redução na
exposição planejada e o papel que desempenham na consecução dessas reduções.
Facilidade de uso
Para o controle eficaz, é necessário que o trabalhador exerça as funções de seu trabalho,
ao mesmo tempo em que use/aplique esse controle. Por exemplo, se o método de
controle escolhido é uma substituição, o trabalhador deve conhecer os riscos de nova
sustância química, ser treinado no manuseio, conhecer os procedimentos de evacuação
correta etc.
82
CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO │ UNIDADE IV
Custos
Todas as organizações têm recursos limitados. O desafio é maximizar os recursos.
Quando exposições perigosas são identificadas, desenvolve-se uma estratégia de
intervenção. O custo é um fator a ser levado em consideração. A “melhor compra” nem
sempre será a melhor de maior ou menor.
Fontes:
<http://www.ltreditora.com.br/ntep-fap-nexo-tecnico-epidemiologico-
previdenciario-fator-acidentario-de-prevenc-o-1.html>.
Se o custo for desde o início o fator determinante, sem dúvida os controles escolhidos
serão deficientes ou inadequados ou, ainda, interferirão sobre o trabalho do empregado.
Não é sensato escolher controle de baixos custos que atrasam a produção, pois o
processo perderia produtividade e o custo seria bem maior. Em pouco tempo, o custo
“real” desses controles de “baixo custo” seria enorme.
O HST fornece uma perspectiva específica para este debate, graças ao seu conhecimento
das tarefas de cada trabalho, sua interação com o equipamento de fabricação e como os
controles funcionam em um determinado ambiente. Essa abordagem de equipe aumenta
a probabilidade de escolher o controle mais adequado (a partir de diferentes perspectivas).
7 Oliveira-Albuquerque, PR. NTEP e FAP: Novo Olhar sobre a Saúde do Trabalhador. São Paulo: Editora LTr, 2010.
83
UNIDADE IV │ CONTROLE DA EXPOSIÇÃO MEDIANTE INTERVENÇÃO
Considerações finais
Nesta breve descrição das intervenções, há questões gerais para estimular o pensamento.
Na prática, essas disposições tornam-se muito complexas e têm implicações muitas
vezes importantes para a saúde dos trabalhadores e da empresa.
84
FATORES DE RISCOS UNIDADE V
QUÍMICOS
Aprofundando um pouco mais, faz-se aqui um resumo executivo a partir das normas
de referência para os fatores químicos, com ênfase em determinadas situações e
aplicações, inclusive jurídicas, de forma a propiciar ao HST capacidade crítica de
interpretação e avaliação. Antes, porém, é bom esclarecer alguns pontos. Atualmente,
há um nivelamento de critérios: insalubre é especial.
Disso decorre que, amiúde, ao se definir as atividades ou operações insalubres, está, por
via de consequência científica e jurídica, alinhando-se com a legislação previdenciária e
tributária, quando equaliza os itens 15.1.1 a 15.1.3 da NR-15 com o art. 238 da IN INSS/
PRES n° 45, de 2010.
85
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
86
CAPÍTULO 1
Referências normativas – Financiamento
da Aposentadoria Especial (FAE),
insalubridade e periculosidade
87
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
88
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
e seus derivados, ou são produzidas artificialmente, por processos químicos, como, por
exemplo, produtos sintéticos.
Para que os agentes químicos causem danos à saúde, é necessário que estejam acima de
uma determinada concentração ou intensidade, em regra, e que o tempo de exposição
a essa concentração ou intensidade seja suficiente para uma atuação nociva desses
agentes sobre o organismo humano.
As partículas sólidas de maior risco são aquelas com menos de 5 µ, visíveis apenas ao
microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável, já que podem ingressar,
pela inalação, até os pulmões. As partículas maiores que 5 µ são retidas no aparelho
respiratório superior ou nos cílios da traqueia. Os aerodispersoides líquidos podem estar
presentes no ambiente em forma de substâncias puras, uma solução ou uma suspensão.
89
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
Como substância pura, deve-se ter presente que a inalação de uma partícula líquida pode
significar uma evaporação posterior e produzir ao nível dos alvéolos pulmonares uma
concentração elevada de vapores, com a consequente possibilidade de passar ao sangue
e ao resto do organismo. As soluções podem representar um risco tanto pelo solvente
quanto pela substância dissolvida, dependendo o possível dano das características de
cada uma delas. Os gases e vapores também fazem parte dessa classificação.
Gás: denominação dada às substâncias que, em condições normais de pressão e temperatura (25°C e 760 mmHg), estão no estado gasoso. Ex.:
hidrogênio, oxigênio, nitrogênio.
Vapores: fase gasosa de uma substância que, a 25°C e 760 mmHg, é líquida ou sólida. Ex.: vapores de água, de gasolina, de naftalina.
Os agentes químicos que não foram inseridos no Anexo IV do RPS (devido ao fato de o
rol desses agentes ser exaustivo pelo referido anexo) e não possuam limites de tolerância
pela NR-15 não são fatos geradores do FAE.
Por outro lado, esses agentes químicos não são considerados insalubres por avaliação
(no caso, qualitativa) pela NR-15 pelo fato de estarem relacionados no Anexo IV do
RPS. Devem, sim, ser avaliados mediante inspeção no local de trabalho.
Quadro 6: Agentes químicos e poeiras minerais – critérios para aposentadoria especial e adicional insalubridade.
Fundacentro – NHO-02
Fundacentro – NHO – 04
Poeiras minerais
Análise gravimétrica de aerodispersóides sólidos coletados Sílica livre = Ver fórmulas no item Quantitativa – levantamento ambiental
sobre filtros de membrana. IV.6
90
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
NR-15 – Anexo 11
Limite de tolerância “é a intensidade/concentração máxima, relacionada com a natureza
e o tempo de exposição ao agente físico/químico, que não causará danos à saúde da
maioria dos trabalhadores expostos, durante a sua vida laboral”, conforme NR-15, cujo
resumo encontra-se a seguir.
91
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
»» Limite de tolerância média ponderada: representa a concentração média ponderada existente durante a jornada de trabalho, isto é, é possível ter
valores acima do fixado, desde que sejam compensados por valores abaixo dele, acarretando uma média ponderada igual ou inferior ao limite de
tolerância.
Obs.: essas oscilações para cima não podem ser indefinidas, devendo respeitar um
valor máximo que não pode ser ultrapassado. Esse valor máximo é obtido por meio da
aplicação do fator de desvio a seguir descrito:
Valor Máximo = LT x FD
NR-15 – Anexo 12
Características:
92
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
Ma
C= (mg / m3 )
Va
Em que:
Poeira total:
24
C= (mg / m3 )
%SiO2+ 3
Poeira respirável:
8
C= (mg / m3 )
%SiO2+ 2
93
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
94
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
Anidrido acético
Obs.: a fim de comparar o resultado de poeira total com o limite estabelecido pela NR-
15, pode ser necessária a determinação de sílica livre cristalina. É necessária também a
determinação da poeira respirável.
95
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
Nota: o solicitante deve informar se a amostra pode conter os seguintes materiais que
constituem interferentes e deverão ser removidos durante a análise: sílica amorfa,
calcita (acima de 20% da massa de poeira), grafite e silicatos. A falta dessa informação
implica o não tratamento da amostra, com possível prejuízo do resultado.
96
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
Método: NIOSH 7400 – microscopia (esse método não permite a identificação das
fibras).
Amostrador: cassete condutivo com filtro de éster de celulose de 25mm e porosidade de
0,45 micrometros a 1,2 µm, referência SKC225-3-23.
Solvente: acetona.
Vazão de amostragem: de 0,5 l/min a 16 l/min.
Volume de ar amostrado: mínimo de 400 l, máximo, ajustar a vazão e o tempo de coleta
para obter de 100 fibras/mm2 a 1.300 fibras/mm2.
Brancos de campo recomendados: 10% do número de amostras.
Condicionamento para transporte: acondicionar em caixa rígida para evitar
amassamento (não usar espuma de poliuretano).
Estabilidade: estável.
Poeira de algodão
Amostrador: cassete de três seções com filtro de PVC com porosidade de 5,0
micrometros, pré-pesado em microbalança eletrônica com sensibilidade de 0,001mg,
referência Gelman 66467.
Vazão de amostragem: 7,4 l/min.
Volume de ar amostrado: mínimo de 2.664L e máximo de 3.552L (de 6 a 8 horas).
Brancos de campo recomendados: 10% do número de amostras.
Condicionamento para transporte: de rotina.
Estabilidade: não determinada.
Metais
NR-15 – Anexo 13
Características:
Regulamentação do uso do benzeno: Portaria no 14, de 20 de dezembro de 1995, do MTE, foi incluído o benzeno no Anexo 13 da NR-15 e
estabelecidos os procedimentos para a prevenção da exposição ocupacional a esta substância. Entre outros aspectos, também estabeleceu:
»» A classificação da substância benzeno como carcinogênico ocupacional (intolerável).
»» A criação de um valor de referência tecnológico (VRT) definido como a concentração de benzeno no ar atmosférico considerado exequível do
ponto de vista técnico-econômico, que não substitui o LT
»» A inclusão do controle obrigatório do benzenismo nos trabalhadores em atividades de produção, transporte, armazenagem, ou que utilizam ou
manipulam o produto benzeno ou misturas líquidas contendo 1% ou mais de volume de benzeno.
Apêndice A – carcinogênicos
O Comitê de Limites de Tolerância de Substâncias Químicas da ACGIH classifica certas
substâncias encontradas em ambientes de trabalho como carcinogênicas nas seguintes
classes, expostas resumidamente:
98
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
agente não é provável de causar câncer em humanos, exceto sob condições excepcionais
dos parâmetros.
A5 – Não suspeito como carcinogênico humano – não suspeito, com base em pesquisa
epidemiológica bem conduzida.
Mutagênese – é uma modificação na célula, que fica com a forma e/ou função alterada.
Podem ocorrer diversos fenômenos, entre eles, a formação de tumores benignos
ou malignos (câncer). Estes podem demorar a aparecer ou se manifestar em outras
gerações (filhos, netos, bisnetos etc.).
Câncer – a célula muda sua forma e função e passa a se reproduzir de modo descontrolado,
originando tumores e invadindo outros tecidos. Pode ser causado por substâncias
químicas, vírus, raios-x. Por exemplo, câncer de fígado causado pelo tetracloreto de
carbono, câncer de pulmão causado pelo fumo. O período de incubação pode durar dez,
vinte, trinta anos.
Câncer, mutação e teratogênese são efeitos probabilísticos, isto é, expor-se a uma substância carcinogênica aumenta a probabilidade de uma pessoa
ter câncer. O mesmo vale para os outros efeitos.
Tira-Teima
Para melhor esclarecer a nocividade de agentes químicos, optou-se por explicitar
a partir de perguntas frequentes. Para isso, lança-se mão da situação mais crítica
99
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
Resposta: não.
100
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
Depreende-se da letra da norma do subitem 15.1.2 que mergulhar 10, 50 ou 150 metros
de profundidade; estar exposto a muitas ou poucas culturas de infectocontagiantes
ou inalar 10 ppm ou 1.000 ppm por dia de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos,
inclusive benzeno, tolueno e xileno (BTX), em termos de insalubridade e aposentadoria
especial, ainda que possuam agressividade e doses-resposta distintas, constituem
ativação do mesmo fenômeno jurídico, ou seja, são insalubres e, ato contínuo solidário,
ensejam aposentadoria especial.
Destaque-se que o Anexo 13 da NR-15 traz atividades que envolvem, além do fósforo,
silicatos, hidrocarboneto, entre outros, a lista dos carcinogênicos, juntamente ao
benzeno: 4-amino difenil, benzidina, beta-naftalamina e 4-nitrodifenil, todos de
proibida exposição ou contato, cujo processo só será seguro se for hermetizado. O
benzeno faz parte do Anexo 13, em sua revisão 13-A, acrescentado pela Portaria MTE
no 14, de 20/12/1995. Logo, não há que se falar em remissão à norma americana, pois
a NR-15 é explícita.
Resposta: não.
O limite de tolerância descrito pela NR-15 para insalubridade e, por conseguinte, para
aposentadoria especial é o valor de limite de exposição – VLE quando se tratar de
fator de risco quantitativo químico ou físico. Para os qualitativos, como é o caso do
hidrocarboneto (benzeno), o VLE é zero (existente), por ser intolerável, daí a condição
de qualitativo.
VRT não tem nada a ver com VLE; são conceitos díspares pela natureza e inconfundíveis
pelos objetivos a que se prestam.
101
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
Tem benzeno em todo lugar, logo todo mundo tem direito à especial?
Resposta: não.
102
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
É por reconhecer essa dificuldade das empresas – que associam e fazem ligação direta
entre a presença da substância benzeno no processo produtivo com a insalubridade e,
por conseguinte, com a aposentadoria especial – que a norma NR-15, Anexos 13 e 13-A,
define de antemão quais são as atividades que se presumem insalubres. Esse é o ponto.
Por isso é que a natureza é qualitativa.
Não se pode olvidar que a atual Lei Maior adotou como fundamentos do sistema
jurídico pátrio, entre outros, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa (art. 1°, III e IV), reconheceu o trabalho e a previdência
social como direitos sociais (art. 6°), reservou inúmeros direitos aos trabalhadores
urbanos e rurais, entre os quais, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por
meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7°, XXII), e, entre outros,
fixou como finalidade da ordem econômica, que deve fundar-se na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, assegurar a todos uma existência digna
(art. 170).
103
UNIDADE V │ FATORES DE RISCOS QUÍMICOS
Nessa situação, conclui-se que o pintor está sob permanência e nocividade para o agente
benzeno presente na pintura (solventes), pois está exposto por subordinação jurídica
(permanência devido ausência de grau de liberdade) ao agente qualitativo benzeno10.
O § 3° do citado artigo, na redação dada pelo Decreto n° 4.882, de 2003, impõe que
nesse laudo técnico deverá constar informação sobre a existência de tecnologia de
proteção coletiva, de medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho,
ou de tecnologia de proteção individual, que elimine, minimize ou controle a exposição
a agentes nocivos nos limites de tolerância, respeitado o estabelecido na legislação
trabalhista. Assim, a legislação trabalhista é usada como parâmetro de aferição das
condições especiais em que o trabalho é prestado para fins de concessão do benefício
previdenciário da aposentadoria especial.
Responda justificando:
10 Vale destacar a corroboração da RFB aos argumentos aqui discorridos quando publica a Solução de Consulta RFB no 40, de 29
de maio de 2009 (DOU de 10 de junho 2009), afirmando no mesmo sentido: benzeno é qualitativo.
104
FATORES DE RISCOS QUÍMICOS │ UNIDADE V
que outros critérios ou normas devemos seguir e qual a prioridade de uma sobre
a outra?
105
FATORES DE RISCOS UNIDADE VI
BIOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Riscos Biológicos no local de trabalho
A avaliação dos riscos biológicos no local de trabalho tem se concentrado até agora sobre os
agricultores, trabalhadores de saneamento e pessoal de laboratório, os quais apresentam
um risco significativo de efeitos adversos à saúde. A coleção de riscos biológicos detalhado
por Dutkiewicz et al . (1988 ) mostra que os trabalhadores em muitas outras profissões
também são expostos (Tabela 1). Dutkiewicz et ai. (1988) realizaram uma classificação
taxonômica de microrganismos e plantas (Tabela 2) , bem como os animais (Tabela 3) ,
que podem representar um perigo biológico no local de trabalho
Tabela 1 • Ambientes de trabalho com exposição potencial dos trabalhadores aos agentes biológicos.
Indústria Exemplos
Agricultura Cultivo e Colheita
Pecuária
Silvicultura
Pesca
Produtos Agrícolas Matadouros, fábricas de embalagens de alimentos
Armazenamento: silos de grãos, rapé e outros processamentos
Processamento de pelo e couro de animais
Fábricas têxteis
Carpintaria: serrarias, fábricas de papel, cortiça.
Cuidado com os animais de laboratorio
Assistência a saúde Cuidados de Pacientes: Médicos, dentários
Produtos farmacêuticos e de origem vegetal
Cuidados Pessoais Cabelereiro e podologia
Laboratórios Clínicos e de Pesquisa
Biotecnologia Centros de produção
106
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
Centros Ambulatoriais
Manutenção Predial Edifícios “doentes”
Tratamento de esgotos resíduos e fertilizantes
Sistemas industriais para tratamento de resíduos.
Fonte: Dutkiewicz et ai, 1988..
Tabela 2 • Os vírus, bactérias, fungos e plantas: riscos biológicos conhecidos no local de trabalho
Bactérias
Rickettsia x
Clamidias x
Espiroquetas x
Cocos Gram-positivos x x
Microbactérias x x
Actinomicetos x
Cogumelos
Mohos x x x(m)³ x
Dermatofitos x x x
Leveduras endógenas x
Parasitas do Trigo x
Cogumelos x
Líquenes x
Hepáticas x
Samambaias x
Plantas Superiores
Pólen x
Óleos Voláteis x x
Em pó x x x
¹infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses).
²(e)Endotoxina
³(m)Micotoxina
Fonte: Dutkiewicz et ai. 1988.
107
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Infecção¹ Resposta
Infecção Toxina Vector²
zoonosis Alérgica
Invertebrados não artrópodes
Protozoários x x
Esponjas x
Celentéreos x
Platelmintos x x
Lombrigas x x x
Briozoários x
Tunicados x
Artrópodes
Crustáceos x
Aracnídeos
Aranhas x(B)³
Percevejos x x x(B) x
Carrapatos x(B) x
Insetos
Baratas x
Besouros x
Traças x x
Moscas x(B) x
Abelhas x x(B)
Vertebrados
Peixes x x(B)
Anfíbios x
Répteis x(B)
Aves x
Mamíferos x
¹infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses)..
² Vírus vetor, bactérias ou parasitas patogênicos.
³ Os toxicos B produzem a toxina do veneno transmitida por mordida ou picada.
Microorganismos
Os microorganismos são um grupo grande e diversificado de organismos que existem
como células, isoladas ou agrupadas ( Brock e Madigan, 1988). Neste aspecto, as células
microbianas se diferenciam das células dos animais e das plantas, uma vez que eles
são incapazes de viver sozinhos na natureza e apenas podem existir como parte de
organismos pluricelulares.
São poucas as regiões do nosso planeta que tem falta de vida microbiana, pois os
microrganismos têm uma incrível gama de capacidades metabólicas e energia que
108
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
lhes permitem sobreviver em condições letais para outras formas de vida. As quatro
classes principais de microrganismos que podem interagir com os seres humanos
são bactérias, fungos, vírus e protozoários. Representam um perigo para os
trabalhadores por sua ampla distribuição no ambiente de trabalho. Os microrganismos
mais importantes em termos de riscos profissionais estão relacionados nas Tabelas 2 e
3. Existem três fontes principais de tais micróbios:
II. aqueles que estão associados com certos tipos de habitats (por exemplo,
bactérias nas redes de abastecimento de água );
109
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
A exposição durante períodos curtos de tempo para certos pós de madeira pode levar
a asma, conjuntivite, rinite alérgica ou dermatite. Alguns microrganismos termofílicos
presentes na madeira são patogênicos para os seres humanos, e por inalação de esporos
de actinomicetos presentes em aparas de madeira armazenados tem sido associada a
doenças humanas (Jacjels 1985).
110
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
1 . O fungo Penicillium camemberti var. candidum é usado para fazer certos tipos de queijo. A elevada concentração deste fungo precipitando
anticorpos em amostras de sangue dos trabalhadores, em conjunto com as causas dos sintomas clínicos respiratórios indicam relação etiológica
entre sintomas respiratórios e alta exposição ao fungo (Dahl y cols. 1994 ).
2. Os Microorganismos (bactérias e fungos) e as endotoxinas são agentes potenciais de risco para os profissionais nas unidades de processamento
da batata (Dutkiewicz 1994). Ele estabeleceu uma correlação significativa entre a presença de precipitinas contra antígenos microbianos e sintomas
gerais e respiratórios relacionados com o trabalho, que tinha 45,9 % dos trabalhadores examinados.
3. O pessoal de museus e bibliotecas é exposto a fungos (por exemplo, Aspergillus, Penicillium) que, em certas condições, poluem os livros
(Kolmodin - Hedman y cols. 1986). Os sintomas mais comuns consistem em convulsões febris, calafrios, náuseas e tosse.
4. O uso de microscópios com as mesmas lentes em diferentes turnos de trabalho podem causar infecções oftalmológicas. Entre os microrganismos
responsáveis foi identificado Staphylococcus aureus (Olcerst 1987).
Prevenção
O conhecimento dos princípios da epidemiologia e transmissão de doenças infecciosas
é essencial para os métodos utilizados no controle do organismo causador da doença.
Os trabalhadores devem ser submetidos a exames médicos periódicos para detectar
doenças ocupacionais de origem biológica.
Existe uma série de princípios gerais para realizar exames médicos e detectar efeitos
adversos para a saúde devido a exposição no local de trabalho, incluindo o caso de riscos
biológicos. Em outros capítulos desta apostila são descritos alguns procedimentos
específicos.
Cobras
Nas regiões quentes e temperadas, picadas de cobras representam um perigo mortal para
certas categorias de trabalhadores, fazendeiros, madeireiros florestais, trabalhadores
da construção civil e obras públicas, pesca, colheita de cogumelos, encantadores de
serpentes, os funcionários do jardim zoológico e pessoal de laboratório responsáveis
pela preparação de soros antiveneno.
111
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
A grande maioria das cobras é inofensiva para os seres humanos, mas outros podem
causar lesões graves por suas picadas venenosas; As espécies perigosas são encontradas
tanto entre as cobras terrestres (Cobras e víboras) quanto entre as aquáticas (hidrofidios).
(Rioux e Juminer 1983).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS 1995), picadas de cobra causam
30 mil mortes por ano na Ásia, cerca de 1.000 mortes na África e vários na América do
Sul. Em alguns países, existem estatísticas mais detalhadas.
No Brasil são constatadas anualmente cerca de 20 mil picadas de cobra e entre 7000
e 8000 picadas de escorpião, com uma taxa de mortalidade de 1,5% para picadas de
cobra e entre 0,3% e 1% para picadas escorpião.
Na Austrália, onde existem algumas das cobras mais venenosas do mundo, estima-se
que o número anual de ataques de cobra varia entre 300 e 500, com uma média de
duas mortes.
112
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
Mesmo pacientes que não estão envenenadas podem sofrer ondas de calor, tonturas e
dispnéia, com constrição no peito, palpitações, sudorese e acroparestesia. Os torniquetes
apertados podem causar congestão e isquemia das extremidades; as incisões locais no
local da mordida podem originar sangramentos e dessensibilização, e os medicamentos
à base de plantas, vômitos.
Os primeiros sintomas que podem ser atribuídos diretamente à picada é dor local e
hemorragia no local da penetração dos dentes, seguido por dor, sensibilidade, inchaço
e inchaço do membro, linfangite e dilatação dolorosa dos gânglios linfáticos regionais.
Pacientes com picadas de cobras Européias, Daboia russelii, espécies de Bothrops,
elapidos Australianos e Atractaspis engaddensis pode ocorrer síncope precoce, vômitos,
cólicas, diarréia, angioedema e chiado no peito. Náuseas e vômitos são sintomas comuns
de intoxicação grave.
Tipos de mordida
Efeitos locais incluem dor, inchaço, hematomas, necrose e dilatação dos gânglios
linfáticos dolorosos. Os pacientes envenenados por A. engaddensis descrevem sintomas
intestinais violentos (náuseas, vômitos e diarréia), anafilaxia (dispnéia, insuficiência
respiratória, choque) e alterações de ECG (bloco a-v, ST, onda T).
As picadas Búngaros, mambas, cobras corais e algumas cobras (por exemplo, a Naja e a
N. nivea) produzem efeitos locais mínimos, enquanto as picadas de cobras cuspidoras
africanas (N. nigricollis, N.mossambica, etc.) e as cobras asiáticas (N. naja, N. kaouthia,
113
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
N. sumatrana, etc.) causam inflamação local dolorosa que pode ser extensa, formar
cardeais ou produzir necrose superficial.
A obstrução das vias aéreas pode causar insuficiência respiratória nesta fase, ou mais
tarde, com paralisia dos músculos intercostais, o diafragma e os músculos respiratórios
acessórios. Os efeitos neurotóxicos são totalmente reversíveis se o antídoto ou o
anticolinesterase forem administrados imediatamente (por exemplo, após a picada de
cobra asiática, de algumas cobras corais da América Latina (Micrurus) e cobras da morte
australianas (Acanthophis) ou por remissão espontânea dentro de um a sete dias.
Os pacientes “cuspidos” por este tipo de elapidos experimenta uma dor intensa nos olhos,
conjuntivite, blefaroespasmo, edema das pálpebras e secreção. Em mais da metade
dos pacientes cuspidos por N. nigricollis observaram erosões na córnea. Raramente, o
veneno é absorvido dentro da câmara anterior, causando hypopyon e uveíte anterior. A
infecção secundária das erosões da córnea pode produzir opacidades permanentes que
dificultam a visão ou panoftalmitis.
114
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
e pode afetar todo o membro e tronco adjacente. Ocorre dor associada e ternura nos
gânglios linfáticos. No dia seguinte pode aparecer cardeal, equimose e necrose.
A freqüência e gravidade desta última são notáveis após a picada de algumas cascavéis,
víboras com cabeça de lança (gênero Bothrops) jararacas asiáticas e víboras africanas
(gêneros Echis e Bitis). Quando o tecido é envenenado dentro de uma zona estreita,
como o espaço da polpa dos dedos das mãos ou dedos dos pés, ou no músculo tibial
anterior, pode ocorrer a isquemia.
Caso não ocorra se perceba a inflamação durante as duas horas que se seguem a picada
de uma cobra, existe uma possibilidade de que não houve envenenamento. No entanto,
com algumas espécies o envenenamento fatal ocorre mesmo sem manifestação de
sintomas locais (por exemplo, Crotalus durissus terrificus, C. scutulatus e víbora
birmana de Russel).
Os métodos tradicionais de primeiros socorros podem ser prejudiciais e não deve ser
usada. As incisões locais e de sucção pode apresentar infecção, danificar os tecidos e
causar sangramento persistente, mais eles não são susceptíveis de extrair a maior parte
do veneno da ferida. Os benefícios potenciais de método de extracção de pó não foram
testados em pacientes humanos e pode danificar os tecidos moles.
115
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Em nenhum caso, recomendamos a caça, captura ou abate da cobra, mas se ele já está
morto, deve ser levada junto com o paciente para o hospital. Não se deve tocar com
as mãos desprotegidas, pois ela pode atacar com picadas de reflexos, apesar de estar
aparentemente morta.
Os pacientes levados para o hospital devem ficar de lado para evitar aspiração de vômito.
Os vômitos persistentes se tratam com clorpromazina ( 25-50 mg em adultos, de 1 mg /
kg de peso corporal em crianças). Se o paciente apresentar síncope, choque, angioedema
ou outros sintomas anafiláticos (autofarmacológicos) se administra adrenalina a 0,1%
por via subcutânea (0,5 ml para adultos e de 0,01 ml / kg de peso corporal para as
crianças) e um anti-histamínico como a clorfeniramina por injecção intravenosa lenta
(10 mg para adultos , 0,2 mg / kg de peso corporal para crianças).
Sauria (lagartos)
Há apenas duas espécies de lagartos venenosos, ambos pertencentes ao gênero
Heloderma: H. suspectum (monstro de Gila) e H. horridum. Um veneno similar ao
das víboras penetra nas mordidas produzidas pelas presas curvadas desses lagartos,
se bem que as mordidas em seres humanos são pouco frequentes e a recuperação é
normalmente rápida. (Rioux e Juminer 1983).
imunizar mediante repetidas injeções de veneno, mas ainda não foi desenvolvido
nenhum método científico para a imunização humana. (Rioux e Juminer 1983).
Animais Aquáticos
Em quase todas as divisões taxonômicas (filos) existem animais aquáticos perigosos
para os seres humanos. Os trabalhadores entram em contato com esses animais no
curso de várias atividades, como a pesca submarina e de superfície, a instalação e
operação de equipamentos para extração de petróleo sob a água, construção submarina
e pesquisa científica, e assim por diante, se expondo a riscos para a saúde. As espécies
mais perigosas habitam as águas quentes e temperadas.
Características e comportamento
Poríferos. A esponja comum pertencem a esse filo. Os Pescadores que tocam as esponjas
(incluindo mergulhadores, mergulhadores com equipamento e outros mergulhadores),
podem contrair a dermatite de contato, o que provoca irritação na pele e caroços ou
bolhas. A “doença dos mergulhadores de esponja” na região do Mediterrâneo é causada
pelos tentáculos de um pequeno celentéreo (Sagartia rosea), que parasitam a esponja.
Dermatite conhecido como “musgo vermelho” ocorre em pescadores de ostras na
América do Norte pelo contato com escarlate esponja encontrados em conchas de ostras.
Houve casos de alergia tipo 4. O veneno liberado pela esponja contém a histamina e as
substâncias antibióticas Suberitus ficus.
Celentéreos. Eles são representados por numerosas famílias da classe conhecida como
hydrozoan, que inclui corais Millepora ou (coral ardor, fogo coral), o Physalia (Physalia
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UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Equinodermos. Este grupo inclui as estrelas e ouriços do mar. Ambos têm órgãos
venenosos (pedicelos), mas eles não são perigosos para os seres humanos. Os espinhos
do ouriço do mar penetram na pele e deixam um fragmento profundo, produzindo uma
infecção secundária, seguida pela formação de pústulas e granuloma persistente, muito
irritante se as feridas estiverem perto de tendões ou ligamentos. Entre os ouriços do mar,
só a Acanthaster planci parece ter espinhos venenosos que podem causar distúrbios
gerais, tais como vômitos, paralisia e dormência.
Moluscos. Entre os animais desse filo se encontram os conivalvos, que são os que
podem ser perigosos. Vivem em fundos arenosos do mar e parecem ter uma estrutura
formada por uma rádula venenosa com dentes em forma de agulha, que se projetam
para fora da boca e pode atacar a vítima quando a concha é tocada diretamente com
as mãos de forma imprudente. O veneno age sobre os sistemas nervosos centrais e
neuromusculares. A penetração desse dente na pele produz isquemia temporária,
cianose, embaciamento, dor e parestesia a medida que o veneno se espalha pelo o
corpo. Outros efeitos posteriores são: paralisia dos músculos voluntários, falta de
coordenação, visão dupla e confusão geral. A morte pode ocorrer a partir de paralisia
respiratória e colapso circulatório. Foram registrados cerca de 30 casos, dos quais 8
foram fatais.
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FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
Polyzoos (Bryozoos). Este grupo é composto por animais que formam colonias com
aspecto de plantas, semelhantes a musgos gelatinosos que se encrostam em rochas e
conchas. A variedade conhecida como Alcyonidium, produz uma dermatite irritativa
nos braços e no rosto dos pescadores ao retirar este “musgo” de suas redes. Ele pode
também causar um eczema alérgico.
Outro grande perigo desses animais é a sua mordida, pois a disposição dos seus dentes
afiados em várias linhas pode causar graves lacerações que produzem choque imediato,
hemorragia aguda e afogamento da vítima. O perigo representado por tubarões tem sido
objeto de intenso debate e todas as variedades parecem ser particularmente agressivas.
É muito difícil prever o seu comportamento, mas acredita-se que eles são atraídos
pelo movimento e a cor da luz dos nadadores, bem como sangue e as vibrações que
produzem peixes ou outra presa depois de terem sido presas. As raias e as mantas são
corpos grandes, planas com uma longa cauda coberta com um ou mais espinhos ou
serras que podem ser venenosos.
A lesão também pode causar dor, inflamação, edema linfático e de outros sintomas, tais
como choque primário e colapso circulatório. Lesões de órgãos internos pode causar a
morte em poucas horas. Incidentes com raias e mantas estão entre as mais freqüentes,
ocorrendo cerca de 750 a cada ano nos Estados Unidos. Estes animais também são
perigosos para os pescadores, recomenda-se que cortem a linha, logo que o venham a
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UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
bordo. Algumas espécies de raias, como o torpedo e narcine possuem órgãos elétricos
na parte traseira que, quando eles são estimulados por simples contato, descargas
elétricas ocorrem entre 8 e 220 volts, o suficiente para temporariamente atordoar e
imobilizar a vítima, embora esta geralmente se recupere sem complicações.
Osteíctios. Muitos peixes deste filo possuem espinhos peitorais, caudais e anais,
ligados a um corpo venenoso, cujo objetivo principal é a defesa. Se o peixe é perturbado,
ou pisado, ele eriça os espinhos que podem penetrar a pele e injetar veneno. Eles
costumam atacar os mergulhadores que estão à procura de peixe por contato acidental.
Foram registrados inúmeros incidentes deste tipo, porque os peixes deste filo são
generalizados, dentre eles pertencem o peixe-gato, presente tanto em àguas salgadas
quanto doces (América do Sul, África Ocidental e dos Grandes Lagos), o peixe Scorpion
(Scorpaenidae), o peixe Traquino ( Trachinus ), o peixe-sapo , peixe cirurgião e outros.
Outros sintomas são: tonturas, náuseas, queda, choque primário, asma e perda de
consciência. Eles representam um sério risco para os trabalhadores subaquáticos.
No peixe-gato foi identificado e veneno neurotóxico hemotóxico, e, no caso de
Traquino várias substâncias foram isoladas, tal como 5-hidroxitriptamina, histamina
e catecolaminas. Alguns peixes-gato e peixes astrônomos, bem como a enguia elétrica
(Electrophorus), possuem órgãos elétricos (ver Seláceos seção).
120
FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
Os sintomas são geralmente ligeiros e pouco dolorosos. Os efeitos são muitas vezes
sentidos depois de duas horas e começa com dor muscular, rigidez do pescoço,
desorientação e tétano, e por vezes, náuseas e vômitos. Dentro de algumas horas aparece
mioglubinúria (presença de proteínas complexas na urina ). A morte pode ocorrer a
partir de paralisia dos músculos respiratórios, necrose tubular renal e parada cardíaca
devido à hipercalemia.
Prevenção
Devem ser feitos todos os esforços para evitar o contato com os espinhos desses animais
quando eles são manuseados, a não ser usando luvas grossas. Além disso, muito cuidado
deve ter a percorrer ou caminhar na areia do fundo do mar. Diversos equipamentos
oferecem proteção contra medusas e outros celenterados e contra picadas de cobra.
Nunca se deve tocar nesses animais perigosos e agressivos que devem ser evitados e
onde há áreas de água-viva também, já que elas são difíceis de ver. Se uma serpente do
mar está presa no lugar, ele deve ser cortado deixando a cobra ir.
Aracnídeos (aranhas-Aranea)
Todas as espécies são venenosas, mas, na prática, apenas um pequeno número delas
atacam seres humanos. O envenenamento por picada de aranha pode ser de dois tipos:
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UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Prevenção
Em áreas onde há perigo de aranhas venenosas, o lugar onde as pessoas dormem deve
ser forrado com mosquiteiros e os trabalhadores devem usar calçados e vestuário de
trabalho que lhes dão a proteção adequada.
Escorpiões ( Escorpiónidos )
Eles são aracnídeos que têm um acentuado ferrão venenoso no final do abdómen que
acarreta numa picada dolorosa, cuja gravidade varia de acordo com as espécies, a
quantidade de veneno injetado e da estação (o mais perigoso é o final do período de
hibernação de escorpiões).
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FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS │ UNIDADE VI
Os carrapatos são aracnídeos que chupam sangue em todas as fases de sua vida e sua
saliva injetada através de seus órgãos de alimentação podem ter efeitos tóxicos. O
envenenamento é por vezes grave especialmente em crianças (paralisia do carrapato),
e às vezes acompanhado pela supressão dos reflexos. Em casos excepcionais, a morte
ocorre por paralisia bulbar (particularmente quando o carrapato se agarra ao couro
cabeludo). Percevejos schupam sangue apenas na fase larval e sua picada provoca
inflamação pruriginosas da pele. A incidência de picadas de percevejos é elevada em
regiões tropicais.
Centopéias (Quilópodos)
Insetos (Hexápodos)
123
UNIDADE VI │ FATORES DE RISCOS BIOLÓGICOS
cabelos (lagartas, borboletas) ou produzir feridas com sua hemolinfa (castaridae ,mosca
vesicante, besouro bum).
As picadas de moscas pretas podem produzir lesões necróticas, algumas vezes com
distúrbios gerais; picadas de mosquito produzem lesões pruriginosas difusas. Picadas
de Hymenoptera (abelhas, etc.) produzem dor intensa local, eritema, edema e às vezes
necrose. Acidentes gerais podem ocorrer como resultado da sensibilização ou múltiplas
picadas (calafrios, náusea, dispneia, extremidades frias).
Prevenção
124
PROGRAMA DE
PREVENÇÃO DE RISCOS UNIDADE VII
AMBIENTAIS - PPRA
CAPÍTULO 1
Programas de Prevenção
Destaque-se também que há outros programas, não tratados aqui que também estão
alinhados à norma sanitária: Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR, que é
125
UNIDADE VII │ PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA
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PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA │ UNIDADE VII
ITENS
· Foram apresentadas as CAT relativas aos empregados da amostra (movimentação em GFIP com código O1, O2, O3, Z2, Z3, S acidentário)?
Indique para quais empregados a CAT não foi apresentada.
· As CAT apresentadas foram registradas na PS pela própria empresa e dentro do prazo legal (salvo denúncia espontânea)? Indique quais as CAT
não preenchem esses requisitos e os respectivos empregados acidentados.
· Foi constatado algum acidente de trabalho em que o respectivo código não tenha sido informado no campo “movimentações” da GFIP ou para
o qual a CAT não tenha sido apresentada? Indique para quais empregados não há a respectiva informação em GFIP ou a CAT não tenha sido
apresentada.
· Foram apresentadas as CAT relativas aos empregados que tiveram ocorrência ou agravamento de doenças ocupacionais, nos termos da alínea
“a” do item 7.4.8 da NR-07 e do Anexo 13-A da NR-15? (Hipóteses que poderão ser verificadas, entre outros meios, por exame do LIT, dos
Autos de Infração, das notificações e do relatório anual de exames alterados emitido pelo médico coordenador do PCMSO, ou por quaisquer outros
expedientes emitidos pela DRT). Indique para quais empregados a CAT não foi apresentada.
· Qual o período retratado pelo PPRA?
· O PPRA foi elaborado por estabelecimento? Indique para quais estabelecimentos não foi apresentado o PPRA. (item 9.1.2)
· Apresenta a estrutura mínima do item 9.2.1, que contém:
· Planejamento anual com metas, prioridades e cronogramas (ver item 9.2.3)?
· Estratégia e metodologia de ação?
· Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados?
· Periodicidade e forma de avaliação do PPRA?
· O PPRA apresenta as etapas do item 9.3.1:
· Antecipa e reconhece os riscos (ver itens 9.3.2 e 9.3.3)?
· Estabelece prioridades e metas para avaliação e controle?
· Avalia os riscos e a exposição dos trabalhadores?
· Implanta medidas de controle e avalia sua eficácia (ver item 9.3.5)?
· Monitora a exposição aos riscos (ver item 9.3.6 e 9.3.7)?
· Registra e divulga os dados (ver item 9.3.8)?
127
UNIDADE VII │ PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA
ITENS
· Relacione os riscos reconhecidos no PPRA (documento-base e avaliações anuais). Verifique se para cada risco reconhecido, o PPRA contém as
informações do item 9.3.3:
· Identificação;
· Determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
· Identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes;
· Identificação das funções e determinação do nº de trabalhadores expostos;
· Caracterização das atividades e do tipo de exposição;
· Obtenção de dados da empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
· Possíveis danos à saúde relativos aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica;
· Descrição das medidas de controle já existentes.
· Para cada risco reconhecido, o PPRA possui sua avaliação quantitativa – natureza, concentração ou intensidade. (item 9.3.4)
· Existem atas da CIPA que aquiescem o PPRA e suas alterações? (item 9.2.2.1)
· O PPRA está articulado com o PCMSO? (item 9.1.3)
· Há integração com a documentação das contratadas relativa a terceiros intramuros?
· Qual o período retratado pelo PCMSO?
· O PCMSO é feito por estabelecimento ou é relativo a toda empresa?
· O PCMSO é assinado pelo médico coordenador responsável pelo programa, de acordo com os itens 7.3.1.d e 7.3.1.e?
· Apresenta a realização obrigatória dos exames citados no item 7.4.1, obedecendo aos prazos e à periodicidade definidos no item 7.4.3?
· admissional (ver item 7.4.3.1);
· periódico (ver item 7.4.3.2);
· de retorno ao trabalho (ver item 7.4.3.3);
· de mudança de função (ver item 7.4.3.4);
· demissional (ver item 7.4.3.5).
· Para cada exame médico realizado do item 7.4.3, o médico emite o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em duas vias, ficando uma via e o
recibo de entrega da outra via ao trabalhador arquivadas na empresa? (item 7.4.4)
· Os ASO contêm as informações do item 7.4.4.3? Especifique quais informações elas não contêm.
· O PCMSO abrange todos os riscos identificados no PPRA e suas avaliações anuais? Indique quais riscos não são contemplados no PCMSO. (item
7.2.4)
· Existe algum risco no PCMSO não relacionado no PPRA?
· Há integração com a documentação das contratadas relativa a terceiros intramuros?
· A empresa é dispensada de elaborar relatório anual, nos termos do item 7.4.6.4?
· Qual o período retratado pelo relatório anual de exames alterados?
· O relatório anual atende aos requisitos do item 7.4.6.1, discriminando as informações abaixo?
· Setores da empresa;
· Nº e natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares;
· Estatísticas de resultados considerados anormais;
· Planejamento para o ano seguinte, com base no modelo do Quadro III.
· O relatório anual está disponível e proporciona imediato acesso à fiscalização (agente da inspeção do trabalho)? (item 7.4.6.3)
· Existem atas da CIPA que aquiescem os relatórios anuais do PCMSO? (item 7.4.6.2)
· São emitidas as CAT’s para as situações abaixo, de acordo com o item 7.4.8.a?
· Ocorrência de doença profissional;
· Agravamento de doença profissional;
· Alterações que revelem disfunção de órgão ou sistema biológico, mesmo sem sintomatologia, para exames constantes dos Quadros I (só
interpretação SC) ou II, ou de outros exames complementares realizados à critério do médico coordenador e do encarregado (item 7.4.2.3).
128
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA │ UNIDADE VII
ITENS
· A empresa apresenta elevado índice de benefícios acidentários (B91, B92, B93, B94)?
· A empresa apresenta elevado índice de benefícios com tempo especial ?
· A empresa apresenta elevado índice de benefícios previdenciários (B31 e B32) e os CID relativos a esses benefícios são característicos de
benefícios acidentários de acordo com NTEP?.
· A empresa emitiu DIRBEN-8030, para período anterior a 04/1999 (data de início da cobrança da contribuição adicional), com informações acerca
da exposição a agentes nocivos que pudessem ensejar a aposentadoria especial?
· A empresa declara trabalhadores expostos a agentes nocivos com informação de ocorrência incompatível com o CNAE ou atividades desenvolvidas?
· Existe beneficiário de aposentadoria especial que voltou a exercer atividade sujeita a agentes nocivos?
129
Para (não) finalizar
130
Referências
AIHA. A strategy for assessing and managing occupational exposures.
Fairfax, 1998.
131
REFERÊNCIAS
BROWN, David B. Systems Analysis and Design for Safety. Pretice Hall, 1976,
397p.
CASARETT AND DOULL’S. Toxicology – The basic science of posions. 3 ed. New
York: MacMillian Publishing Company, 1986.
______. Toxicology – The basic science of posions. 4 ed. New York: MacMillian
Publishing Company, 1996.
132
REFERÊNCIAS
______. Higiene e segurança na soldagem. In: ZIEDAS, Selma; TATINI, Ivanisa (Org.).
Soldagem. São Paulo: SENAI/SP, 1997. (Coleção Tecnologia Senai).
133
REFERÊNCIAS
FRITZCHE, C.Helmutt, Tratado de Laboreo de Minas. Editora Labor S/A, 9 ed. 2 vol.
PETERSON, Jack E. Industrial Health. Editora Prentice Hall Incorp, 1977, 347p.
POSSEBON, José. Apostila sobre calor. São Paulo, 2003. (Curso EAD – PECE /
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
136
REFERÊNCIAS
Site
<http://www.cetesb.sp.gov.br/tecnologia-ambiental/laboratorios/109-informacoes-
toxicologicas>.
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