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católico”
Quando menino, Kolbe recebera uma aparição da Virgem, que lhe mostrava duas coroas –
uma branca, simbolizando a pureza, e outra vermelha, simbolizando o martírio –, e lhe
mandava escolher. “As duas!”, respondeu o menino – e esta escolha confirmou-se ao longo
de toda sua vida, até aqueles fatídicos momentos em Auschwitz.
A espiritualidade de Kolbe fora desde cedo marcada por uma profunda devoção a Nossa
Senhora, sob a invocação Imaculada. Enquanto fazia seus estudos em Roma, o então
seminarista deparou-se, horrorizado, com uma marcha maçônica em plena praça de S. Pedro,
em que os manifestantes, comemorando o bicentenário de sua seita, empunhavam cartazes
com os dizeres: “Satanás deve reinar no Vaticano. O Papa será seu escravo”. A luta contra
estas invocações satânicas deveria partir daquela que esmaga a cabeça da serpente (Gen
3,15), e que para os inimigos da fé é temível como um exército em ordem de batalha (Ct
6,10): por isso o jovem Maximiliano fundou a Milícia da Imaculada, destinada a ganhar o
mundo inteiro a Jesus, por meio de Maria.
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Seu ardor missionário o levou a intensos trabalhos de evangelização pelos meios de
comunicação: funda um convento franciscano e uma revista mensal chamada O Cavaleiro da
Imaculada, em que expõe de maneira clara e didática os ensinamentos e as respostas da Igreja
às grandes questões de seu tempo, e cuja tiragem chega a atingir as centenas de milhares.
Passa também alguns anos no Japão, onde fundou um novo convento franciscano, e lançou a
versão japonesa do Cavaleiro.
Kolbe já havia voltado à sua Polônia quando esta foi invadida pelos nazistas, no começo da
segunda guerra. As tensões com o regime foram sempre crescentes, em razão dos ataques que
lhe dirigia em suas publicações, até que em 1941 o convento que fundara foi fechado, e
Maximiliano, preso e enviado para Auschwitz.
Kolbe foi então levado, junto com seus nove companheiros, ao bunker da fome, onde os
conduziu com incessantes orações e cânticos até a morte de cada um. Quando, quatorze dias
depois, os guardas impacientaram-se com a sobrevivência de alguns e decidiram executá-los,
Padre Kolbe era o único consciente, e tranquilamente estendeu o braço para receber a injeção
letal.
Dizia o venerável Fulton Sheen em seu livro O Sacerdote não se pertence que “Nenhuma
convicção profunda nasce no incrédulo, até ver as mãos feridas e o coração aflito do
sacerdote que é vítima com Cristo. O sacerdote mortificado, o sacerdote desapegado do
mundo – estes inspiram, edificam e cristificam as almas”.
Sirva-nos a vida de S. Maximiliano Kolbe a reavivar a fé na vida eterna, para cuja obtenção
todos os esforços valem a pena. Nosso santo provou, com seu martírio, que “Ninguém tem
maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15, 13). S. Maximiliano
Kolbe, rogai por nós!
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Referências
Homilia do Papa João Paulo II, no Solene Rito de Canonização de São Maximiliano
Maria Kolbe, 10 de outubro de 1982.
Homilia do Papa Paulo VI, no Solene Rito de Beatificação do Padre Maximiliano
Maria Kolbe, 17 de outubro de 1971.
O Santo que esteve no inferno – Vida de São Maximiliano Kolbe, Pe. Ivo
Montanhese, C.Ss.R., ed. Santuário, Aparecida, 2004.
O sacerdote não se pertence, Fulton Sheen, ed. Molokai, São Paulo, 2018.