COMENTÁRIOS PRELIMINARES
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INSTRUÇÕES PARA O ENVIO DE RECURSOS:
iii. O prazo para envio das impugnações aos comentários desta rodada é até
às 23:59h do dia 01/09/2017. Recursos intempestivos não serão
conhecidos.
BONS ESTUDOS!
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Direito Administrativo
Professor(a) responsável: Víctor Barbosa
victor.barbosa@coachingpge.com.br
Comentários:
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Item c: incorreto. Nem sempre o princípio da segurança jurídica tem o poder
de impedir a anulação dos atos administrativos ilegais; como regra, tais atos
devem ser anulados pela administração. Ao contrário: em regra, a
Administração deve anular os atos administrativos reputados ilegais, somente
deixando de assim proceder em casos excepcionais, como na hipótese em que
tiver decorrido mais de cinco anos da prática do ato que beneficia alguém de
boa-fé, nos termos do art. 54 da Lei nº 9.784/99 ou quando se tratar de vício
sanável em situação concreta que enseje a convalidação do ato (art. 55 da Lei
nº 9.784/99).
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seus atos como também de propiciação de conhecimento da conduta interna
de seus agentes, tais como pareceres e processos em andamento.
c) A obrigação de que a administração pública observe estritamente o
disposto no edital na realização de concursos públicos decorre do princípio
constitucional da vinculação editalícia.
d) A exigência de que o administrador público atue com diligência e
racionalidade, otimizando o aproveitamento dos recursos públicos para
obtenção dos resultados mais úteis á sociedade, se amolda ao princípio da
continuidade dos serviços públicos,
e) Pelo princípio da motivação, é possível a chamada motivação aliunde, ou
seja, a referência, no ato, à sua concordância com anteriores pareceres,
decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação do ato.
Comentários:
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continuidade do serviço público, por sua vez, é aquele que determina que os
serviços públicos não parem e fiquem sempre à disposição da população.
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Comentários:
Item I: incorreto. As Organizações sociais não são pessoas jurídicas de
direito privado e não autarquias.
Item II: incorreto. A OAB não integra a Administração Indireta da União
e configura uma entidade independente, não possuindo vínculo a qualquer
órgão administrativo, nem se sujeita a controle ministerial. O pessoal da OAB
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é regido pela CLT e não se exige prévia aprovação em concurso público para a
contratação de servidores.
Item III: incorreto. Os recursos das autarquias podem ser oriundos tanto
de suas próprias atividades como de recursos do ente que as criou, através do
orçamento.
Item IV: correto. O Conselho Federal de Medicina exerce poder de
polícia. São considerados autarquias, forma sob a qual atuam os conselhos de
fiscalização profissional, que são criados por lei e possuem personalidade
jurídica de direito público, exercendo uma atividade tipicamente pública, qual
seja, a fiscalização do exercício profissional.
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Comentários:
Item a: incorreto. O Poder de Polícia deve ser exercido exclusivamente por
autoridade pública. Todavia, a doutrina passou a sustentar que os atos
meramente materiais ou executórios (consentimento e fiscalização) podem ser
delegados a particulares, de forma que somente os atos de efetiva restrição
de direitos dos particulares (ordem de polícia e sanção) devem ficar a cargo de
pessoas jurídicas de direito público. Assim, o poder de polícia é dividido em
quatro ciclos de polícia: ordem, consentimento, fiscalização e sanção. A
delegação a pessoa jurídica de direito privado somente pode ocorrer em parte
dos ciclos, como dito anteriormente. Dessa forma, a assertiva está equivocada
por generalizar a possibilidade de delegação. Atente-se, todavia, à
jurisprudência do STF, que analisará o caso no ARE 662.186 RG / MG, AFETADO
À SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL (Tema 532 da repercussão geral). Veja
a ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APLICAÇÃO DE MULTA
DE TRÂNSITO POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PODER DE POLÍCIA.
DELEGAÇÃO DOS ATOS DE FISCALIZAÇÃO E SANÇÃO A PESSOA JURÍDICA DE
DIREITO PRIVADO.
Item b: incorreto. O administrador público não pode agir fora da lei. Mesmo
quando há um ato discricionário, esse ato não traz liberdade total, mas apenas
uma margem de liberdade com limites estabelecidos na própria lei.
Item c: incorreto. O poder regulamentar tem por finalidade minudenciar o
conteúdo da lei, e não inovar na ordem jurídica.
Item d: correto. Trata-se de assertiva em consonância com o conteúdo da
Súmula nº 646 do STF: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área”.
Item e: incorreto. O poder de polícia também é tratado na Constituição
Federal, como uma das hipóteses de incidência de taxa (art. 145, II, da CF).
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05. A respeito dos atos administrativos, assinale a alternativa incorreta.
a) Ato perfeito é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado, por ter
esgotado todas as fases necessárias à sua produção.
b) Ato consumado é o que já produziu todos os seus efeitos.
c) Ato administrativo pendente é aquele que, embora perfeito, está sujeito a
condição ou termo para que comece a produzir efeitos.
d) Ato administrativo é aquele praticado no exercício concreto da função
administrativa pelos órgãos do Poder Executivo ou pelos órgãos judiciais e
legislativos. Assim, um tribunal de justiça estadual, quando concede férias aos
seus servidores, desempenha uma função administrativa.
e) Poder hierárquico é o que a administração exerce sobre todas as
atividades e bens que afetam ou possam afetar a coletividade.
Comentários:
Item b: correto. Ato consumado é aquele que já exauriu todos os seus efeitos.
No Direito Administrativo, ele já não pode mais ser impugnado na via
administrativa, nem na jurisdicional. No entanto, se causar danos a terceiros
ou for ato ilícito, gera responsabilidade.
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Item e: incorreto. A definição trazida na assertiva está ligada ao poder de
polícia. “Poder Hierárquico é o instrumento disponibilizado à Administração
para distribuir e escalonar as funções dos seus órgãos, ordenar e rever a
atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os
servidores do seu quadro de pessoal” (Hely Lopes Meirelles).
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Comentários:
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II) Permitem à Administração a inoponibilidade da exceptio non adimpleti
contractus.
III) Possibilitam a rescisão unilateral do contrato pela Administração.
IV) Impedem a aplicação da cláusula rebus sic stantibus.
Estão corretos apenas os itens:
a) II e IV.
b) I, II e III
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
e) todos os itens estão corretos.
Comentários:
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Item III: correto. Entre as cláusulas exorbitantes existentes, há a
possibilidade da rescisão unilateral da Administração Pública.
Item IV: incorreto. A Lei de Licitações prevê, em seu art. 65, II, “d”, a
possibilidade da aplicação da teoria da imprevisão, antigamente conhecida
como cláusula rebus sic stantibus, que consiste no reconhecimento de que
novos eventos, imprevisíveis e imprevistos pelas partes e não imputável a elas
alteram o equilíbrio econômico-financeiro, autorizando, desta forma, a revisão
para ajustá-lo à situação superveniente, assim, equilibrando novamente a
relação contratual.
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Comentários:
Item a: correto. A licitação dispensada é aquela que a própria lei prevê que a
mesma não deve ser realizada. Ou seja, é dispensada por força de lei, não
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sendo juridicamente possível a sua realização. A Lei 8666/93 elenca, em seu
art. 17, as hipóteses de licitação dispensada, seja de bens móveis ou imóveis.
Item b: correto. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento
das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, § 2º). Utiliza-se a
tomada de preços para obras e serviços de engenharia de até um milhão e
quinhentos mil reais e para compras e serviços no valor de até seiscentos e
cinquenta mil reais (art. 23, I, “b”, e II, “b”). A concorrência, por sua vez, é
modalidade para contratação de obras e serviços de grande vulto. Entretanto,
nada impede que a Administração Pública utilize a modalidade da concorrência
para contratação de valor menor, pois, quem pode o mais, pode o menos.
Item c: correto. O art. 24, VI, da Lei 8666/93 estabelece que será dispensável
a licitação “quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento”.
Item d: correto. Nos termos do art. 24, XXIV, é dispensável a licitação para a
celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades
contempladas no contrato de gestão.
Item e: incorreto. De acordo com o § 4º do art. 23 da Lei 8666/93: “Nos casos
em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e,
em qualquer caso, a concorrência”.
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c) Contra o ato de anulação ou revogação do procedimento licitatório cabe, por
força de lei, recurso dotado de efeito suspensivo.
d) A alienação de bens imóveis, em se tratando de dação em pagamento,
configura situação de dispensa de licitação determinada por lei, razão pela
qual não há discricionariedade administrativa quanto ao ato de dispensa.
e) A legislação de regência admite a dispensa de licitação para a contratação
de coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
efetuados por cooperativas formadas por pessoas físicas de baixa renda ou por
empresas de pequeno porte.
Comentários:
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10. Analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta. (NULA)
I) A proibição concernente à acumulação de cargos púbicos estende-se a
empregos e funções, Abrangendo, também, autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades
controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público.
II) O servidor público não possui direito adquirido a regime jurídico, tampouco
a regime de vencimentos ou de proventos, razão pela qual é possível à
Administração promover alterações na composição remuneratória e nos
critérios de cálculo, bem como extinguir, reduzir ou criar vantagens ou
gratificações, instituindo, inclusive, o subsídio, desde que não se opere redução
do valor nominal global recebido, em obediência ao princípio constitucional da
irredutibilidade de vencimentos.
III) De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a fixação de
tetos remuneratórios diferenciados para membros da magistratura federal e
estadual contraria o caráter nacional e unitário do Poder Judiciário, não se
aplicando aos juízes estaduais o limite remuneratório de 90,25% dos subsídios
dos ministros do STF, previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal.
IV) Caracteriza usucapião a posse contínua e incontestada, por cinco anos, de
coisa móvel, desde que comprovada a boa-fé e o justo título do possuidor.
Estão corretos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III
c) II e III.
d) apenas o item I.
e) todos os itens estão corretos.
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Comentários:
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diferenciados para os membros da magistratura estadual e os da federal”.(ADI
3854 MC / DF).
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Comentários:
Alternativa “a”: correta. ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
INDISPONIBILIDADE DE BENS. POSSIBILIDADE. DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL.
PERICULUM IN MORA PRESUMIDO NO ART. 7º DA LEI N. 8.429/92.
INDIVIDUALIZAÇÃO DE BENS. DESNECESSIDADE. (...) 4. Esta Corte Superior tem
entendimento pacífico no sentido de que a indisponibilidade de bens deve
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recair sobre o patrimônio dos réus em ação de improbidade administrativa, de
modo suficiente a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao
erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil como
sanção autônoma. 5. Portanto, em que pese o silêncio do art. 7º da Lei n.
8.429/92, uma interpretação sistemática que leva em consideração o poder
geral de cautela do magistrado induz a concluir que a medida cautelar de
indisponibilidade dos bens também pode ser aplicada aos atos de improbidade
administrativa que impliquem violação dos princípios da administração
pública, mormente para assegurar o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, se houver, e ainda a multa civil prevista no art. 12, III, da
Lei n. 8.429/92. (...) [AgRg no REsp 1311013 / RO].
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Comentários:
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Comentários:
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Direito Constitucional
Professor(a) responsável: Clarissa Abrantes
clarissa.abrantes@coachingpge.com.br
Comentários
a) ERRADA. Nos termos do art. 21, da Lei 9.868/99, a decisão de medida
cautelar na ADC consiste unicamente na determinação de que os juízes e
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação de
lei ou ato normativo objeto da ação. Diante dessa suspensão, o processo deverá
ser julgado no prazo de 180, sob pena de perda da eficácia da cautelar.
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b) CORRETA. Dispõe o art. 1°, da Lei 9.882/90, que somente pode ser objeto
de ADPF lei, ato normativo ou ato do Poder Público que cause lesão à preceitos
fundamentais. Atos particulares, portanto, não podem ser objeto da referida
ação.
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normativo impugnado (nacional ou estadual) (Rcl 1733 MC, Relator(a): Min.
CELSO DE MELLO, julgado em 24/12/2000, publicado em DJ 01/12/2000 PP-
00103).
e) ERRADA. Disciplina o art. 102, I, alínea a, da CF/88, que somente podem ser
objeto de ADI perante o STF leis ou atos normativos federal ou estadual. O
Distrito Federal, como possui competência legislativa reservadas aos Estados e
aos Municípios (art. 32, §1°, da CF/88), ao elaborar lei que regule o
parcelamento do solo legisla sobre assuntos de trato municipal (art. 30, VIII,
CF/88), e, por esse motivo, a mencionada legislação não pode ser objeto de
ADI perante a Suprema Corte.
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Comentários
e) ERRADA. Conforme previsão do art. 5°, § 3°, da CF/88 e art. 60, § 2°, ambos
da CF/, nos termos explicados na justificativa do item acima.
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16. Analise as assertivas abaixo e, após, marque a única alternativa correta.
Comentários.
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declaração unilateral do agente revolucionário, que autolimita seu poder.
(Exemplos: constituições de 1824, 1937 e Ato Institucional n° 1, de 9-4-1964).
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e) Lei estadual que disponha sobre a destinação de armas de fogo apreendidas,
ainda que faça remissão expressa à lei federal que trata do tema e utilize os
preceitos nela contidos, é inconstitucional.
Comentários
b) CORRETA. Nos termos do art Art. 128, § 5º, da CF/88, leis complementares
da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores- Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto
de cada Ministério Público.
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Comentários
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matéria, que se divide em privativa e concorrente. A competência comum a
que se refere o art. 23 consiste na implementação de ações administrativas
voltadas à concretização do constante nos seus incisos. Sendo assim, é
inconstitucional lei estadual que estabeleça, em favor dos portadores de
deficiência proprietários de automóveis, a gratuidade nos estacionamentos
situados no estado, por invadir a competência privativa da União para legislar
sobre direito civil (art. 22, I, da CF/88). Nesse sentido, transcreve-se o julgado
da Suprema Corte: “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL.
ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA
AO ART. 22, I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em diversas ocasiões, firmou
entendimento no sentido de que invade a competência da União para legislar
sobre direito civil (art. 22, I da CF/88) a norma estadual que veda a cobrança
de qualquer quantia ao usuário pela utilização de estabelecimento em local
privado (ADI 1.918, rel. min. Maurício Corrêa; ADI 2.448, rel. Min. Sydney
Sanches; ADI 1.472, rel. min. Ilmar Galvão). Ação direta de
inconstitucionalidade julgada procedente. (ADI 1623, Relator(a): Min. JOAQUIM
BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 17/03/2011)”
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entre os licitantes (RE 423.560, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 29-
5-2012, Segunda Turma, DJE de 19-6-2012)”.
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4., da Carta Federal, pois as prerrogativas contempladas nesses preceitos da
Lei Fundamental - por serem unicamente compativeis com a condição
institucional de Chefe de Estado - são apenas extensiveis ao Presidente da
Republica. Precedente: ADIn 978-PB, Rel. p/ o acórdão Min. CELSO DE MELLO.
(ADI 1023, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO).
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Comentários
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autonomia municipal e d) prestação de contas da administração pública, direta
e indireta. Assim, diante dessa explicação, vamos a análise dos itens.
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(decretação de ofício). O Decreto interventivo tratará as regras de amplitude,
prazo e condições da intervenção. Este instrumento deverá ser submetido à
apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 24 horas. A doutrina chama isso
de “controle político” da intervenção. Se o Congresso não estiver funcionando,
o Presidente do Senado deverá fazer uma convocação extraordinária. Insta
salientar que antes de decretar a intervenção, o Presidente consultará o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, cujas manifestações
serão apenas opinativas (não vinculantes).
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20. Após analisar as assertivas abaixo, assinale a opção correta.
Comentários
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sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.
III – CORRETA. Prevê o art. 49, XVII, da CF/88, que é da competência exclusiva
do Congresso Nacional aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
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d) As crianças com até cinco anos de idade têm direito subjetivo público ao
atendimento em creches e pré-escolas, admitindo-se a intervenção do Poder
Judiciário para que seja efetivado esse direito constitucional.
e) É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita
orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica
e tecnológica.
Comentários
b) ERRADA. De acordo com o art. 193 da CF, a ordem social tem como base o
primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. Dessa
forma, a alternativa está incorreta porque a base do primado do trabalho não
ampara somente a previdência social, mas toda a ordem social. Demais disso,
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a universalidade da cobertura e do atendimento está previsto como objetivo da
seguridade social (art. 195, parágrafo único, I, da CF).
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orçamentários do ente político, mormente quando não houver comprovação
objetiva da incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal. Nesse
sentido: “APELAÇÃO CÍVEL. ECA. EDUCAÇÃO. VAGA EM ESTABELECIMENTO DE
EDUCAÇÃO INFANTIL. DIREITO FUNDAMENTAL DA CRIANÇA À EDUCAÇÃO. A
Constituição Federal, em seu art. 208, IV, garante ao infante de até cinco
anos o direito à educação, assegurando-lhe o atendimento em creche ou
pré-escola. A Lei 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação,
em seu art. 11, V, atribuiu aos Municípios a competência para garantir a
educação infantil. Uma vez negado ou dificultado o acesso à educação
infantil, violando, assim direito fundamental subjetivo ao ensino, cabível a
intervenção jurisdicional, a fim de garantir a efetividade dos preceitos legais
e constitucionais. Alegação de superlotação nas creches e pré-escolas e de
incapacidade orçamentária que não restaram comprovadas nos autos.
Possível o bloqueio de verbas públicas, ao fim de dar efetividade à ordem
judicial de atendimento de vagas na educação infantil. Medida que não se
mostra gravosa à sociedade e que garante aos menores o direito fundamental à
educação. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70028175032, Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: André Luiz Planella Villarinho,
Julgado em 11/03/2009).
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c) As decisões interlocutórias proferidas no âmbito dos juizados especiais (Lei
9.099/95) são passíveis de mandado de segurança.
d) O STF não tem competência para apreciar mandado de injunção impetrado
por servidor público municipal.
e) Contra decisão denegatória de habeas corpus proferida por tribunal superior
é admitida a impetração de novo habeas corpus.
Comentários
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retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da
recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso
de mais de quinze dias sem decisão.
e) ERRADA. Nos termos do art.102, II, alínea “a”, da CF/88, contra a decisão
dos Tribunais Superiores que denegar habeas corpus cabe recurso ordinário,
cujo julgamento competirá a Supremo Corte.
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c) A Constituição de 1937 dissolveu a Câmara dos Deputados, o Senado
Federal, as assembleias legislativas e as câmaras municipais.
Comentários
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d) ERRADA. A Constituição de 1824 foi outorgada. Foram outorgadas as
constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969 (como truque para memorizar,
perceba que todas as constituições outorgadas foram elaboradas em anos
ímpares, exceto a primeira – 1824). Foram promulgadas as constituições de
1891, 1934, 1946 e 1988 (aqui todas as constituições foram elaboradas em anos
pares, salvo a primeira – 1891).
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Comentários:
Comentários:
b) ERRADA. Esta proposição está errada porque a ressalva final não consta do
texto da Constituição, embora seja argumento comumente suscitado pelos
entes públicos na sua defesa em juízo quando se trata de controvérsia que
envolva a implementação de políticas públicas. A CE do Estado de Sergipe
prevê, em seu art. 3º, direitos e garantias individuais, além daqueles previstos
na CF/88, anunciando em seu inciso I o direito constante na assertiva em
análise.
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c) CORRETA. O art. 3º, VII, da CE/SE prevê que “o Estado garantirá a dignidade
e a integridade física e moral dos presos, facultando-lhes assistência espiritual,
assegurando-lhes o direito de visita para ambos os sexos, assistência médica e
jurídica, aprendizado profissionalizante, trabalho produtivo e remunerado,
além de acesso à informação sobre os fatos ocorridos fora do ambiente
carcerário, bem como aos dados relativos ao andamento dos processos e à
execução das respectivas penas, impedindo a superlotação carcerária,
atendendo ao espaço vital mínimo e à lotação pré-determinada para cada
estabelecimento”
d) ERRADA. A CE/SE impõe a apuração dos fatos, por essa razão a assertiva está
incorreta (Art. 3º, XIII).
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Direito Processual Civil
Professor(a) responsável: Pablo Romão
pablo.romao@coachingpge.com.br
Comentários
a) Incorreta
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em geral. Não se trata, portanto, de ações com efeitos práticos similares, como
a busca e apreensão no caso de alienação fiduciária, em que há exigência
prevista de notificação para a propositura da demanda. Delineado o campo
normativo, faz-se necessário interpretar os arts. 924, 927 e 928 da antiga lei
adjetiva civil. O art. 927 elencava os elementos necessários para a propositura
da demanda possessória. Essa norma deve ser interpretada em conjunto com o
art. 924 do código revogado, cujo texto especificava que à posse nova, de
menos de um ano e dia, aplicava-se o rito da reintegração - especificamente, a
tutela prevista no artigo 928 do mesmo codex. Consoante o art. 924, ainda,
passado o prazo da posse nova tem-se a chamada "posse velha" e o rito para o
procedimento de reintegração de posse seria o ordinário, sem perder o caráter
possessório. Da exegese conjugada dos dois artigos, tem-se que a notificação
tem uma função muito clara: estabelecer a data da turbação ou esbulho de
modo a autorizar o juiz a conceder liminarmente a reintegração. Tem-se,
desse modo, que a notificação não é documento essencial à propositura da
ação possessória, embora seja determinante para a concessão de
reintegração em caráter liminar. (Informativo n. 594) REsp 1.263.164-DF, Rel.
Min. Marco Buzzi, por unanimidade, julgado em 22/11/2016, DJe 29/11/2016.
b) Incorreta
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Imagine a seguinte situação hipotética:
STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
18/10/2016 (Info 594).
Posse
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não,
de algum dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196). Isto é, para se ter
posse basta o exercício de um dos atributos do domínio, sendo possuidor quem,
em seu próprio nome, exterioriza alguma das faculdades da propriedade, seja
ele proprietário ou não.
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A ocupação de área pública, sem autorização expressa e legítima do titular do
domínio, é mera detenção, que não gera os direitos, entre eles o de retenção,
garantidos ao possuidor de boa-fé pelo Código Civil.
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.484.304-DF, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em
10/3/2016 (Info 579).
STJ. 4ª Turma. REsp 1.296.964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
18/10/2016 (Info 594).
Duas situações
Importante destacar mais uma vez que são duas situações que devem ter
tratamentos diferentes:
A interpretação que reconhece a posse nos bens dominicais deve ser conciliada
com a regra que veda o reconhecimento da usucapião nos bens públicos (Súmula
340 do STF; arts. 183, § 3º e 192 da CF/88; art. 102 do CC), permitindo se
concluir que, apenas um dos efeitos jurídicos da posse - a usucapião - é que
será limitado, devendo ser mantido, no entanto, a possibilidade de invocação
dos interditos possessórios pelo particular. Em outras palavras, se o particular
estiver litigando contra outro particular, pode-se reconhecer a posse de um
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deles sobre o bem público. No entanto, esta "posse" nunca dará direito à
usucapião.
Conclui-se, portanto, que "a disputa entre particulares, relativa a bem público,
também não impede o manejo e utilização dos interditos possessórios, até
porque o reconhecimento da natureza pública do bem confere a titularidade
dominial ao poder público, mantendo incólume sua posição de titular"; desta
feita, "os particulares terão apenas a detenção em relação ao Poder Público,
mas como os vícios da posse são relativos, entre os contendores, a disputa será
relativa à posse, pois entre ambos não terá cabimento a exceção, por tratar-se
de res extra commercium. Este argumento caberá ao ente estatal e não aos
particulares" (ARAUJO, Fábio Caldas de. Posse. Rio de Janeiro: Forense, 2007,
p. 263).
Função social
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, confere justamente a função social da qual o bem está carente em sua
essência.
NÃO. Isso porque, conforme vimos acima, se o litígio for contra o Poder Público,
a ocupação de área pública pelo particular será considerada mera detenção,
que não gera direitos de indenização ou retenção, não havendo proteção
possessória ao particular, neste caso. Assim, o particular tem apenas detenção
em relação ao Poder Público, não se cogitando de proteção possessória.
São aqueles destinados à São aqueles utilizados pela São aqueles que não estão
utilização geral pelos Administração para a sendo utilizados para
indivíduos, podendo ser prestação dos serviços nenhuma destinação
utilizados por todos em administrativos e dos serviços pública (estão
igualdade de condições, públicos em geral, ou seja, desafetados), abrangendo o
independentemente de utilizados pela Administração denominado domínio
consentimento para a satisfação de seus privado do Estado.
individualizado por parte objetivos.
57
do Poder Público (uso Exs: prédio onde funciona um Exs: terras devolutas,
coletivo). órgão público. terrenos de marinha,
prédios públicos
Exs: ruas, praças, rios, desativados, móveis
praias etc. inservíveis, dívida ativa etc.
c) Incorreta
A alternativa não se coaduna com o art. 73, § 2, do CPC, que dispõe: “Nas ações
possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado”.
d) Incorreta
A alternativa não se coaduna com o art. 565, do CPC, que dispõe: “ No litígio
coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na
petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar
o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de
mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias”.
e) Correta
A alternativa reproduz o texto literal do art. 557, do CPC, que dispõe: “Na
pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu,
propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for
deduzida em face de terceira pessoa”.
___________________________________________________________________
58
28. No tocante ao recurso de embargos de declaração e à luz da legislação
pátria e da jurisprudência do STJ, assinale a alternativa CORRETA:
a) Os embargos de declaração não podem ter efeito suspensivo e interrompem
o prazo para a interposição de recurso.
b) Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a
multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a
interposição de qualquer recurso, inclusive pela Fazenda Pública, ficará
condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção do beneficiário
de gratuidade da justiça, que a recolherá ao final.
c) De acordo com o STJ, não é possível a fixação de honorários advocatícios
recursais no julgamento de embargos de declaração.
d) Consoante preceitua a jurisprudência do STJ, positivada no novo CPC,
compete ao respectivo órgão colegiado, e não ao relator, o julgamento de
embargos de declaração opostos em face de decisão monocrática.
e) Em conformidade com a jurisprudência do STJ, incorporada ao novo CPC,
não se admite a conversão, em agravo interno, de embargos de declaração
opostos em face de decisão monocrática, ainda que estes contenham efeitos
infringentes, tendo em vista a ausência de fungibilidade entre estas espécies
recursais.
Comentários
a) Incorreta
Nos termos do art. 1.026, do CPC, “Os embargos de declaração não possuem
efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso”.
Ressalte-se que, com o advento do novo CPC, os embargos de declaração
também passaram a interromper o prazo para interposição de recurso no âmbito
dos juizados especiais, consoante preceitua seu art. 1.065.
Contudo, o parágrafo primeiro deste dispositivo possibilita a concessão de
efeito suspensivo, se demonstrada a probabilidade de provimento do
59
recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave
ou de difícil reparação, senão vejamos:
b) Incorreta
A alternativa não se coaduna com o art. 1.026, § 3, do CPC, que dispõe: “Na
reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa
será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a
interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do
valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade
da justiça, que a recolherão ao final’.
c) Correta
No mesmo sentido, vem decidindo o STF: “Ante o disposto no artigo 85, § 11,
do Código de Processo Civil de 2015, fica afastada, no julgamento de
embargos de declaração, a imposição de honorários, porquanto a premissa
60
é a de que não se tem prestação jurisdicional aperfeiçoada” (ARE 926358
ED-AgR-ED, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em
16/05/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 03-08-2017 PUBLIC 04-08-
2017).
Sobre o tema, lecionam, ainda, Fredie Didier Jr. e Leonardo Carneiro da Cunha 1:
1
DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de Direito
Processual Civil. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 158, v. 3.
61
d) Incorreta
e) Incorreta
O novo CPC positivou esse entendimento no seu art. 1.024, § 4, do CPC: “Caso
o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a
decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos
exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação da decisão dos embargos de declaração”.
62
___________________________________________________________________
Comentários
a) Correta
A assertiva reproduz previsão expressa do art. 488, do CPC, que dispõe: “Desde
que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à
parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art.
485”. Cuida-se de preceito que objetiva concretizar a primazia do julgamento
de mérito, bem como os princípios da eficiência e da economia processual.
b) Incorreta
63
Referido conclusão é extraída do art. 487, parágrafo único, do CPC:
“Ressalvada a hipótese do § 1 do art. 332, a prescrição e a decadência não
serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de
manifestar-se”.
Sobre o tema, preceitua o art. 322, § 1, do CPC: “O juiz também poderá julgar
liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de
decadência ou de prescrição”.
c) Correta
Previsão expressa do art. 487, parágrafo único, do CPC: “A decisão deve ser
certa, ainda que resolva relação jurídica condicional”.
d) Correta
64
§ 1 O disposto no caput aplica-se à resolução de questão
prejudicial, decidida expressa e incidentemente no
processo, se:
e) Correta
___________________________________________________________________
65
c) De acordo com o STJ, a aplicação da teoria da causa madura restringe-se ao
recurso de apelação.
d) Consoante entendimento do STJ, ainda que inexista súmula ou
precedente vinculante sobre a matéria, o relator poderá dar ou negar
provimento ao recurso especial quando houver, na mencionada Corte de
Justiça, entendimento jurisprudencial dominante acerca do tema.
e) Conforme o texto expresso do CPC, o voto vencido será necessariamente
declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
exceto pré-questionamento.
Comentários
a) Incorreta
Assim, esse dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca
todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese,
seria necessária a complementação das razões do recurso, o que não é
permitido. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. ARE 953221 AgR/SP, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 7/6/2016 (Info 829).
66
O Min. Roberto Barroso, em acréscimo, afirmou que a retificação somente seria
cabível nas hipóteses de recurso inadmissível, mas não nas de situações de
recurso prejudicado ou de recurso que não tenha feito a impugnação específica
dos fundamentos da decisão recorrida.
b) Incorreta
67
c) Incorreta.
68
partes, capaz de evitar surpresas.” Traçadas as premissas, não se pode
descurar que, em sua concepção literal, a aplicação do art. 515, § 3º, do
CPC/1973 pressuporia extinção de processo sem julgamento de mérito por
sentença e existência de questão de direito em condições de imediato
julgamento. Porém, doutrina processual relevante já superou o dogma da
incidência do dispositivo apenas nas hipóteses de sentença/apelação e
considera a disposição como relacionada à teoria geral dos recursos. Isso
com base em algumas premissas: a) a norma propõe um atalho para
acelerar julgamentos baseados na ruptura com o dogma do duplo grau de
jurisdição, assumido como princípio, mas não como garantia; b) a
disposição não pode acarretar prejuízo às partes, especialmente no que
se refere ao contraditório e à ampla defesa; c) a teoria da causa madura
não está adstrita ao recurso de apelação, porquanto inserida em
dispositivo que contém regras gerais aplicáveis a todos os recursos; e d)
admite-se o exame do mérito da causa com base em recursos tirados de
interlocutórias sobre aspectos antecipatórios ou instrutórios. Dessa
forma, parece razoável entender que: “quem pode o mais, pode o
menos.” Se a teoria da causa madura pode ser aplicada em casos de
agravos de decisões interlocutórias que nem sequer tangenciaram o
mérito, resultando no julgamento final da pretensão da parte, é
possível supor que não há impedimento à aplicação da teoria para a
solução de uma questão efetivamente interlocutória, desde que não
configure efetivo prejuízo à parte. REsp 1.215.368-ES, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 1º/6/2016, DJe 19/9/2016 (Informativo n. 590).
d) Correta.
69
[…] IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento
ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
Pela leitura do texto legal, verifica-se que o relator, no tribunal, não pode julgar
monocraticamente recurso apenas com fundamento em jurisprudência
dominante do respectivo tribunal ou de tribunal superior, pois o CPC é taxativo
nas hipóteses em que se admite o julgamento monocrático, exigindo, para
tanto, a existência de súmula ou precedente obrigatório.
Contudo, o STJ, desprezando o texto legal, editou a Súmula n. 568, que dispõe:
“O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar
ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante
acerca do tema”. Portanto, constata-se a possibilidade de o relator,
monocraticamente, julgar recurso com base em entendimento dominante, mas
não consolidado em súmula ou precedente vinculante.
e) Incorreto
70
Na vigência do CPC/73, o STJ editou a Súmula n. 320, que dispõe: “A questão
federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do
prequestionamento”.
Contudo, o aluno deve atentar para o fato de que o referido enunciado sumular
restou superado com o advento do CPC/15.
Nos termos do art. 941, § 3º, do CPC/15, “o voto vencido será necessariamente
declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
inclusive de pré-questionamento”.
___________________________________________________________________
71
Comentários
a) Correta
O enunciado reproduz o texto do art. 1.049, do CPC, que dispõe: “Sempre que
a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo, será
observado o procedimento comum previsto neste Código”
b) Correta
c) Incorreta
d) Correta
Item de acordo com o do art. 1.070, do CPC, que dispõe: “É de 15 (quinze) dias
o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou em
regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão
unipessoal proferida em tribunal”.
e) Correta
72
Assertiva que reproduz texto expresso do art. 1.046, § 1, do CPC: “As
disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento
sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às
ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código ”.
___________________________________________________________________
73
c) Apenas os itens I, III e IV estão corretos.
d) Apenas o item II está correto.
e) Apenas os itens II, III e IV estão corretos
Comentários
I) Assertiva incorreta.
Nesse contexto, não obstante não exista perfeita identidade entre as partes
demandadas no mandado de segurança (autoridade coatora) e na ação
ordinária (pessoa jurídica de direito público), o STJ tem entendido ser
possível a ocorrência de litispendência entre elas quando ambas possuam o
mesmo objetivo. Nesse sentido, vejamos os seguintes julgados:
74
pedido mandamental, a autoridade administrativa, e, no outro, a
própria entidade de Direito Público" (AgRg no MS 18.759/DF, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe
10/05/2016).
2. Caso em que se constata a tríade de identidade a configurar a
litispendência, porquanto impetrado mandamus com o mesmo desiderato
de ação declaratória ajuizada: a suspensão dos efeitos de portaria que
impôs à impetrante a pena de impedimento de licitar e contratar com a
União pelo prazo de 3 (três) anos.
3. Verificado que a providência requerida na ação mandamental e aquela
pleiteada em anterior ação ordinária convergem, ao final, para o mesmo
resultado prático pretendido e sob a mesma causa petendi, há
pressuposto processual negativo apto a obstar o regular processamento
deste segundo feito.
4. Mandamus extinto, sem resolução do mérito. Liminar cassada. Agravo
regimental prejudicado”.
(MS 21.734/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
23/11/2016, DJe 09/12/2016)”.
75
ainda que o polo passivo seja constituído de pessoas distintas; no
pedido mandamental, a autoridade administrativa, e na ação ordinária
a própria entidade de Direito Público”. (AgRg no AREsp 702.892/SP, Rel.
Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe
29/03/2016)
Nos termos do art. 6º, § 2º, “Considera-se autoridade coatora aquela que tenha
praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática”.
Ademais, vale salientar que o simples fato de a ação fiscal estar eventualmente
pautada em norma infralegal editada pelo Secretário da Fazenda também
não o torna legitimado passivo para os mandados de segurança que discutem
a ilegalidade da autuação. Sobre o tema: RMS 49.806/RJ, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/12/2016, DJe 19/12/2016; RMS
45.902/RJ, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 21/9/2016; RMS
31.412/RJ, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 29/2/2016.
76
III) Assertiva correta
77
___________________________________________________________________
Comentários
a) Incorreta
O enunciado não se coaduna com o art. 137, do CPC, que dispõe: “Acolhido o
pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente”.
b) Incorreta
78
c) Correta
O enunciado reproduz o art. 121, parágrafo único, do CPC, que dispõe: “Sendo
revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu substituto processual”.
d) Incorreta
O enunciado não se coaduna com o art. 38, § 3, do CPC, que dispõe: “O amicus
curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas”.
e) Incorreta
___________________________________________________________________
79
c) Prorrogar-se-á a competência absoluta se o réu não alegar a incompetência
em preliminar de contestação.
d) A competência determinada em razão da matéria, da pessoa e, em regra, do
território é inderrogável por convenção das partes.
e) Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
objetivando-se, com isso, evitar a prolação de decisões conflitantes entre si,
ainda que um deles já tenha sido sentenciado.
Comentários
a) Incorreta
b) Correta
80
O conceito de continência, curiosamente, está contido no conceito de conexão,
previsto no caput do art. 55, do CPC, pois para que haja continência é
necessária a identidade de causa de pedir, e se isso ocorre já é caso de conexão;
a continência é exemplo de conexão.
c) Incorreta
81
d) Incorreta
e) Incorreta
Nos termos do art. 55, § 1, do CPC, “Os processos de ações conexas serão
reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado”. Referido dispositivo legal positiva entendimento pacificado pelo
STJ na Súmula n. 235: “A conexão não determina a reunião dos processos, se
um deles já foi julgado”. Portanto, a assertiva é equivocada.
___________________________________________________________________
82
c) De acordo com o STJ, não é possível o deferimento de assistência judiciária
gratuita a jurisdicionado que tenha firmado com seu advogado contrato de
honorários com cláusula ad exitum.
d) A concessão de gratuidade afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final,
as multas processuais que lhe sejam impostas.
e) Todas as assertivas estão incorretas.
Comentários
a) Incorreta
Nos termos da Súmula n 481, do STJ: “Faz jus ao benefício da justiça gratuita
a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que demonstrar sua
impossibilidade de arcar com os encargos processuais”.
b) Correta
83
processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que
o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
c) Incorreta
84
O que acontecerá neste caso? O autor terá direito ao benefício da justiça
gratuita?
SIM.
Além disso, esta exigência feita pelo magistrado de que o advogado deverá
apresentar declaração de patrocínio gratuito incondicional não encontra
previsão na lei, tendo sido, portanto, criado um novo requisito em afronta ao
princípio da legalidade (art. 5º, II, da CF/88).
d) Incorreta
85
e) Incorreta
Comentários
a) Incorreta
O item não se coaduna com o art. 87, do CPC, que dispõe: “Concorrendo
diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem proporcionalmente
pelas despesas e pelos honorários”.
b) Incorreta
86
De acordo com o art. 87, § 18, do CPC, caso a decisão transitada em julgado
seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação
autônoma para sua definição e cobrança. Com isso, restou superada Súmula
n. 453, do STJ, que dispõe “os honorários sucumbenciais, quando omitidos em
decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em
ação própria”
c) Incorreta
d) Incorreta
e) Correta
87
O texto encontra-se em consonância com o art. 85, § 7, do CPC, que reza: “Não
serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública
que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada”.
Logo, o item está correto.
Comentários
I) Incorreta
88
Trata-se de tutela provisória de evidência admitida mediante o preenchimento
de dois pressupostos – um de fato e outro de direito, respectivamente.
89
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
II) Incorreta
90
§ 2 Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos
termos do caput.
§ 3 A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de
que trata o § 2.
§ 4 Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos
autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial
da ação a que se refere o § 2, prevento o juízo em que a tutela
antecipada foi concedida.
§ 5 O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada,
previsto no § 2 deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados
da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1.
§ 6 A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a
estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que
a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma
das partes, nos termos do § 2 deste artigo
Logo, a assertiva encontra-se errada, pois, pelo texto legal, não é possível a
estabilização de “tutela provisória de urgência cautelar”, mas apenas de
“tutela provisória de urgência antecipada (ou satisfativa).
91
Por fim, cumpre sistematizar os pressupostos para a estabilização, de acordo
com a doutrina de Fredie Didier Jr, Rafael Alexandria e Paula Sarno Braga: (i) o
autor tenha requerido a concessão de tutela provisória satisfativa (antecipada)
em caráter antecedente; (ii) ausência de manifestação, na petição inicial, de
intenção do autor em dar prosseguimento ao processo após a obtenção da
tutela; (iii) concessão da tutela provisória satisfativa em caráter antecedente;
(iv) por fim, inércia do réu diante da referida decisão.
III) Incorreta
92
Art. 9 Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela
seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311,
incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
IV) Incorreta
A assertiva não se coaduna com o art. 309, parágrafo único, do CPC, que dispõe:
“Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte
renovar o pedido, salvo sob novo fundamento”
___________________________________________________________________
93
Assinale a sequência CORRETA:
a) Certa, errada, certa.
b) Errada, certa, errada.
c) Certa, certa, certa.
d) Certa, certa, errada.
e) Errada, errada, errada.
Comentários
I) Correta
II) Correta
94
alegados danos materiais, foi correta a decisão do magistrado de determinar
que o valor da indenização seja apurado em liquidação.
III) Correta
O enunciado reproduz o disposto no art. 349, do CPC: “Ao réu revel será lícita
a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça
representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a
essa produção”. No mesmo sentido, preceitua a Súmula n. 231, do STF: “O
revel, em processo civil, pode produzir provas, desde que compareça em
tempo oportuno”.
___________________________________________________________________
95
b) Apenas as assertivas I e III são corretas.
c) Apenas as assertivas I, III e IV são corretas.
d) Apenas as assertivas II e IV são corretas.
e) Todas as assertivas são incorretas.
Comentários
I) Correta
96
II) Incorreta
Nos termos do art. 254, do CPC, “Feita a citação com hora certa, o escrivão ou
chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10
(dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama
ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência”.
III) Correta
IV) Incorreta
97
Nos termos do art. 183, § 1, do CPC, a intimação pessoal da Fazenda Pública
far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. Logo, a assertiva é incorreta
98
Direito Tributário
Professor(a) responsável: Natália de Rosalmeida
natalia.rosalmeida@coachingpge.com.br
Comentários:
99
dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo
ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal.”
___________________________________________________________________
100
c) A instituição de empréstimos compulsórios pode se dar em caso de
calamidade pública, guerra, investimento público urgente e de relevante
interesse nacional e conjectura econômica que exija a absorção temporária de
poder aquisitivo.
d) O valor do empréstimo compulsório arrecada em razão de guerra externa
poderá ser devolvido em títulos da dívida pública.
e) A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios não
necessariamente será vinculada à despesa que fundamentar a sua instituição.
Comentários:
a) CORRETO: CF, Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá
instituir empréstimos compulsórios: II - no caso de investimento público de
caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art.
150, III, "b" (anterioridade anual). Atenção! Não há previsão de atendimento à
anterioridade nonagesimal.
101
inconstitucional a pretensão de devolver-se o valor correspondente ao tributo
em quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento (ou quaisquer outros títulos),
afirmando que a restituição deve operar-se na mesma espécie em que recolhido
o empréstimo compulsório (RE 121.336, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; RE
175.385, Rel. Min. Marco Aurélio).
___________________________________________________________________
Comentários:
102
com a CF, art. 150, § 2º: “A vedação do inciso VI, "a", é extensiva
às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.” A imunidade já foi estendida,
por exemplo, à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – empresa
pública prestadora de serviço público, mas inquestionavelmente não se aplica
às estatais exploradoras de atividade econômica. A afirmação genérica de
que a imunidade abrange os entes da administração indireta está incorreta.
c) CORRETO: nos termos do art. 150, VI, c, e art. 195, § 7º, da CF/88, só há
previsão de imunidade para impostos e contribuições para a seguridade social.
Não há nenhuma previsão constitucional que imunize as entidades de
assistência social do pagamento de taxas e contribuições de melhoria.
d) ERRADO: CF, art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja
uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência
em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de
outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões
do País.
e) ERRADO: CF, art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino
___________________________________________________________________
103
43. Assinale a opção correta a respeito dos princípios tributários:
a) Não é admitido a aplicação do princípio da progressividade e da capacidade
contributiva em relação aos impostos reais.
b) O imposto de exportação pode ter sua alíquota alterada por órgão do
Poder Executivo da União sem ofensa ao princípio da reserva legal.
c) A norma que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária se sujeita
ao princípio da anterioridade.
d) O princípio da seletividade aplica-se obrigatoriamente para o IPI e para o
ICMS em razão da essencialidade dos produtos, das mercadorias e dos serviços
tributados
e) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma
aos impostos e às contribuições sociais da seguridade social.
Comentários:
104
Precedentes. Faculdade discricionária atribuída à Câmara de Comércio Exterior
– CAMEX, que se circunscreve ao disposto no Decreto-Lei 1.578/1977 e às
demais normas regulamentares.” [RE 570.680, rel. min. Ricardo Lewandowski,
j. 28-10-2009, P, DJE de 4-12-2009, com repercussão geral.]
___________________________________________________________________
44. Com base nas normas gerais de direito tributário, assinale a alternativa
correta:
a) A expressão ”legislação tributária” compreende as leis, os decretos e as
normas complementares que tratem apenas internamente sobre tributos. Os
tratados e convenções internacionais não estão compreendidos neste conceito.
b) Em matéria tributária, uma lei ordinária pode dispor sobre normas gerais
relativas à prescrição e à decadência.
105
c) É possível a aplicação de norma tributária mais benéfica sobre penalidade
tributária em ato definitivamente julgado quando a lei deixe de tratá-lo como
infração.
d) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a
legislação tributária utilizará, sucessivamente, na ordem indicada: a analogia,
os costumes e os princípios gerais de direito
e) As práticas reiteradas observadas pelas autoridades administrativas,
também conhecidas como costumes, são consideradas normas
complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos.
Comentários:
c) ERRADO: CTN, Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: II - tratando-
se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como
infração;
e) CORRETO: CTN, art. 100, CTN. São normas complementares das leis, dos
tratados e das convenções internacionais e dos decretos: III - as práticas
reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
106
___________________________________________________________________
Comentários:
107
previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
DIRETA:
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - o produto da
arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por
eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Art. 158. Pertencem aos Municípios: I - o produto da arrecadação do imposto
da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas
fundações que instituírem e mantiverem;
INDIRETA: a repartição indireta ocorre por meio dos fundos
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por
cento), na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos
Estados e do Distrito Federal;
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos
Municípios;
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas
instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais
de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade
dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no
primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano;
108
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será
entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano;
e) CORRETO: A alternativa está correta com base no art. 24, da CF. Art. 24.
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico. § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
*Ressalta-se que a questão não trata da competência para criar tributos, que
é exclusiva de cada ente federativo, mas sobre normas gerais em matéria
tributária.
___________________________________________________________________
109
Comentários:
110
___________________________________________________________________
47. Tendo em vista que uma empresa deixou de funcionar em seu domicílio
fiscal, em 2017, sem comunicação aos órgãos tributários competentes, o
fisco estadual propôs o redirecionamento da execução fiscal em relação a
créditos tributários advindos de impostos sonegados no ano de 2015 para os
sócios João e Carlos. João era o sócio majoritário da empresa à época da
sonegação e Carlos era o sócio-gerente da empresa no momento da
dissolução irregular. A respeito da conduta do fisco, assinale a opção
correta:
a) O fato da empresa ter deixado de funcionar em seu domicílio fiscal sem
comunicar aos órgãos tributários competente, por si só, não tem o condão de
autorizar o redirecionamento da execução fiscal.
b) É possível o redirecionamento da execução fiscal no caso narrado,
entretanto, este redirecionamento não poderia ocorrer em face dos sócios
mencionados.
c) A conduta do fisco está correta, cabendo o redirecionamento da execução
fiscal em face dos dois sócios.
d) Cabe o redirecionamento da execução fiscal em relação aos impostos
sonegados apenas em face de João.
e) Cabe o redirecionamento da execução fiscal em relação aos impostos
sonegados apenas em face Carlos.
Comentários:
111
ato praticado com infração de lei, nos termos do art. 135, do CNT, legitimando
o redirecionamento da execução fiscal. Item “a” incorreto.
Resta saber, quem seria o legitimado para figurar no polo passivo desta
execução. Como visto, a própria súmula afirma que é legítimo o
redirecionamento da execução fiscal ao sócio gerente. O art. 135, III, do CTN,
por sua vez, elege como responsáveis pelos créditos correspondentes aos atos
de infração à lei os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas
de direito privado. Nesse sentido, como o enunciado apenas afirma que João
era sócio majoritário, sem lhe imputar qualquer poder de gerência ou
administração da empresa, não seria correto o redirecionamento da execução
em face do mesmo. Itens “c” e “d” incorretos.
Por fim, por votação unânime, a 2ª Turma do STJ, no REsp 1.520.257/SP
(rel. Min. Og Fernandes), entendeu que, nos casos de dissolução irregular da
sociedade, o redirecionamento da execução fiscal deve alcançar o sócio-
gerente que comandava a entidade ao tempo da dissolução irregular, sendo
de todo desimportante a data do fato gerador da obrigação tributária, bem
como as datas dos vencimentos dos débitos fiscais correspondentes. Dessa,
forma cabe o redirecionamento da execução em face de Carlos. Item “b”
incorreto e item “e” correto.
___________________________________________________________________
112
d) A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito tenha sido excluído.
e) A moratória, quando concedido em caráter individual, não gera direito
adquirido ao contribuinte beneficiário.
Comentários:
a) CORRETA: CTN, art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e
em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por
lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
b) ERRADO: Embora suspenso o crédito tributário, a autoridade fiscal não fica
impedida de realizar o lançamento (inclusive, como forma de se evitar a
decadência), uma vez que a suspensão recai diretamente sobre a exigibilidade
do crédito, impedindo apenas a propositura da execução fiscal.
113
o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não
cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor,
cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora.
___________________________________________________________________
Comentários:
114
ressaltar que, para que seja autorizado esse redirecionamento, não é preciso
provar a existência de dolo por parte do sócio. Assim, a Súmula 435 do STJ pode
ser aplicada tanto para execução fiscal de dívida ativa tributária como também
na cobrança de dívida ativa NÃO-TRIBUTÁRIA. STJ. 1ª Seção. REsp 1.371.128-
RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014 (recurso
repetitivo) (Info 547).
___________________________________________________________________
115
c) A alienação ou oneração de bens imóveis presume-se em fraude à
execução em relação à Fazenda Pública a partir do ajuizamento da execução
fiscal.
d) A penhora de bem ou de direito que promova a satisfação integral do
crédito tributário assegurará ao sujeito passivo da relação jurídica
tributária o direito de obter certidão de regularidade fiscal.
e) Na falência, os tributos referentes a fatos imponíveis ocorridos após a
decretação de falência terão de ser pagos antes das quantias fornecidas à
massa pelos credores.
Comentários:
116
e) ERRADO: os tributos referentes a fatos imponíveis ocorridos após a
decretação de falência são considerados créditos extraconcursais. As
disposições do CTN não são suficientes para a definição da ordem de
pagamento destes créditos, devendo o aluno ter conhecimento a respeito da
Lei 11.101/05 (que consta do edital).
___________________________________________________________________
117
estado diverso do estado do consumidor final, o que enseja a repartição do
crédito tributário mediante o sistema de alíquotas interestaduais e internas.
c) Depende de prévia aprovação de convênio interestadual a mera concessão
de diferimento no pagamento de débitos do ICMS.
d) É possível questionar por meio de Ação Civil Pública a incidência de ICMS
“por dentro”, ou seja, que na base de cálculo desse imposto, ele próprio esteja
incluído, fazendo o ICMS incidir sobre ele mesmo.
e) de acordo com a Constituição Federal, no sistema da não cumulatividade do
ICMS, a isenção preserva o crédito relativo às operações anteriores.
Comentários:
d) ERRADO: Lei da ACP, art. 1º. Parágrafo único. Não será cabível ação civil
pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros
118
fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados.
e) ERRADO: De acordo com o Art. 155 § 2º, II, a e b, CF/88, no ICMS, a isenção
ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não
implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações
anteriores;
___________________________________________________________________
Comentários:
119
b) ERRADO: CF, art. 155 § 1º O imposto previsto no inciso I (ITCMD): I
- relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da
situação do bem, ou ao Distrito Federal II - relativamente a bens móveis,
títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou
arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal.
120
Direito Financeiro
Professor(a) responsável: Víctor Barbosa
victor.barbosa@coachingpge.com.br
Comentários:
A questão foi toda elaborada com base nas normas gerais sobre finanças
públicas previstas na Constituição Federal, mais especificamente nos artigos
163 e 164 da Lei Maior, a seguir transcritos:
Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
121
V - fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de
2003)
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será
exercida exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta
de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas
no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das
empresas por ele controladas, em instituições financeiras
oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
___________________________________________________________________
122
III) Apesar de haver três orçamentos em nossa ordem jurídica, consoante o
disposto no art. 165, da Lei Fundamental, a unidade de orçamento persiste,
porquanto a unidade não é documental, mas de programas a serem
implementados dentro de uma estrutura integrada do sistema.
IV) Ao contrário de textos constitucionais anteriores, a Constituição de 1988
não contempla o chamado princípio da exclusividade em matéria orçamentária.
Estão corretos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III
c) II e IV.
d) apenas o item IV.
e) todos os itens estão corretos.
Comentários:
___________________________________________________________________
124
voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas
a ações de educação, saúde e assistência social”.
___________________________________________________________________
125
e) O anexo de metas fiscais deve conter o demonstrativo da estimativa e
compensação da renúncia de receita.
Comentários:
___________________________________________________________________
126
II) O pagamento de agentes políticos (Prefeito e vereadores, por exemplo) não
deve ser levado em conta para efeito de cálculo dos 60% a que se refere o art.
19.
III) A unidade federativa, se extrapolados os limites de despesa de pessoal, fica
impedida de contratar operações de crédito, salvo se para refinanciar a dívida
ou promover a redução de despesa de pessoal.
IV) Na hipótese de os limites de despesa de pessoal serem ultrapassados, o ente
federado corrigirá o excesso nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo
menos um terço no primeiro.
Estão corretos apenas os itens:
a) I e II.
b) I e III
c) II e IV.
d) III e IV.
e) Apenas o item III.
Comentários:
Item I: incorreto. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal assentou que
os conselhos profissionais têm natureza jurídica de autarquia, salvo a Ordem
dos Advogados do Brasil (ADI 3.026), razão pela qual se submetem a LRF, bem
como ao princípio da exigência de concurso público, nos termos do art. 37 da
CF. Portanto, a alternativa está incorreta, tendo em vista que não se tratam
de entes autárquicos sui generis.
Item III: correto. De fato, caso a unidade federativa não consiga os limites de
despesa de pessoal fixadas na LRF, após as providências previstas no art. 22,
parágrafo único, I a V, fica impedida de contratar operações de crédito,
ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que
127
visem á redução das despesas com pessoal, conforme art. 23, III, da referida
lei..
Item IV: correto. Assertiva em consonância com o caput do art. 23 da LRF, que
assim dispõe: “Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no
art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das
medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos
dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro”
___________________________________________________________________
58. Por regra, aos estados é vedado criar vinculações da receita de impostos;
todavia, há casos em que a CF o admite, tais como
a) despesas com segurança pública.
b) prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita.
c) fundo de amparo ao trabalhador.
d) aposentadoria de servidores públicos.
e) aposentadoria do setor privado.
Comentários:
As exceções à vedação prevista no art. 167, IV, da CF, estão previstas no próprio
dispositivo e em seu § 4º, incluindo a garantia para operações de crédito por
antecipação de receita (ARO)
128
Direito e Processo do Trabalho
Professor(a) responsável: Jamille Costa
jamille.costa@coachingpge.com.br
129
Comentários:
Letra “c”: CORRETA. A assertiva reflete a previsão contida nos arts. 7º, VI,
XIII, XIV, XXVI e 8º, I, II, III e VI da Constituição Federal de 1988.
130
tradicional – e que se caracterizavam por seu desajuste e difícil adaptação à
nova dinâmica democrática instituída. Por exemplo, o critério de
enquadramento sindical (art. 8º, I e II, CF), o financiamento compulsório dos
sindicatos (art. 8º, IV, in fine, CF), o amplo poder normativo judicial (art. 114,
§2º, CF) e a representação corporativa sindical no seio da Justiça do Trabalho
(art. 111 a 116, CF). Entretanto, emendas constitucionais subsequentes a 1988
atenuaram a importância negativa dessas contradições antidemocráticas.
Assim, a representação classista corporativista foi completamente extinta pela
EC n. 24, de 1999, ao passo que o poder normativo judicial foi severamente
restringido, por intermédio da EC n. 45, de 2004. Desse modo, entre todas as
contradições percebidas na redação original da CF/1988, restaram, em
consequência, apenas aquelas relativas à estrutura sindical brasileira.
___________________________________________________________________
(I) É válida cláusula de acordo coletivo de trabalho que aumenta, de 180 para
210 dias, o prazo da estabilidade provisória das empregadas gestantes
admitidas por prazo indeterminado. O tratamento diferenciado em relação às
131
empregadas contratadas por prazo determinado não ofende o princípio da
isonomia, pois a natureza do vínculo de trabalho, nas duas situações, é distinta.
Comentários:
132
resultado da negociação entre os atores sociais e contou com a aprovação
inequívoca da categoria profissional. Sob esses fundamentos, a SDC, por
maioria, deu provimento ao recurso ordinário para julgar improcedente o
pedido de nulidade da Cláusula Vigésima Sexta – Garantia de Emprego ou
Indenização Gestantes, constante do acordo coletivo de trabalho firmado entre
a Souza Cruz S.A. e o Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes do
Comércio no Estado do Pará. Vencido o Ministro Mauricio Godinho Delgado. TST-
RO-422-69.2016.5.08.0000, SDC, rel. Min. Maria de Assis Calsing, 5.6.2017
133
O TST no caso em questão continua entendendo pela não estabilidade da
gestante no contrato firmado com ente público, sem prévia aprovação em
concurso. Vejamos:
___________________________________________________________________
134
favoravelmente à aprovação da Convenção nº 87, o Poder Executivo
brasileiro não a ratificou durante o trâmite do Projeto do Decreto Legislativo
58/84.
c) De acordo com a Convenção 87 da OIT que dispõe sobre sindicatos, os
trabalhadores e os empregadores, não terão direito de constituir, sem
autorização prévia, organizações de sua escolha, bem como o direito de se
filiar a essas organizações, sob a única condição de se conformar com os
estatutos das mesmas.
d) Na análise do Direito Coletivo na Constituição da República de 1988, é
assegurado aos sindicatos apenas a defesa de direitos e interesses coletivos,
inclusive em questões judiciais e administrativas.
e) De acordo com a jurisprudência do STF, a atividade de controle do TCU sobre
a atuação das entidades sindicais representa violação à autonomia sindical.
Comentários:
Com a alteração, o TST revelou a adoção pelo Brasil, ainda que com ressalvas,
da Convenção nº 151 e da Recomendação nº 159, ambas da Organização
Internacional do Trabalho, que tratam das relações de trabalho na
administração pública, levou o TST a refletir sobre o entendimento anterior da
OJ 5, na medida em que os documentos internacionais asseguram
expressamente aos servidores públicos o direito à negociação coletiva.
135
Letra “b”: CORRETA. De fato, embora o Brasil tenha participado da Sessão da
Conferência Geral dos Membros da OIT de 1948 e se posicionado favoravelmente
à aprovação da Convenção nº 87, o Poder Executivo brasileiro não a ratificou
durante o trâmite do Projeto do Decreto Legislativo 58/84. Em sua obra
intitulada “A Convenção 87 da OIT sobre liberdade sindical de 1948:
Recomendações para a adequação do Direito Interno brasileiro aos princípios e
regras internacionais do trabalho”, os professores Maristela Basso e Fabrício
Polido elencam alguns motivos que podem justificar esta negativa em dar
andamento à ratificação: -Incompatibilidade entre a proposta de liberdade
sindical feita pela Convenção nº 87 da OIT e os regimes constitucionais previstos
nas Cartas de 1946 e 1967; - Incompatibilidade entre a Convenção nº 87 e a
cobrança da Contribuição Sindical Compulsória confirmada pela Carta de 1967;
- A possibilidade de que a ratificação gerasse mudanças radicais e inoportunas
ao nosso ordenamento legal naquele momento histórico.
Dica: O edital dispõe expressamente como conteúdo a Convenção 87 da OIT,
por isso é importante ter conhecimento dos seus aspectos básicos (sobre o que
se trata, aspectos históricos e etc).
136
a CF/88, eles também podem atuar na defesa de direitos e interesses
individuais.
137
responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas
pelo empreiteiro.
(iii) A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,
não gera vínculo de emprego com ente da Administração Pública, não
afastando, contudo, pelo princípio da isonomia, o direito dos empregados
terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e normativas asseguradas
àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade
de funções.
(iv) Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços
de vigilância, conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador, ainda que exista pessoalidade admitida
em Convenção Coletiva.
a) Apenas os itens I e II estão corretos.
b) Apenas os itens III e IV estão corretos.
c) Apenas os itens I, III e III estão corretos.
d) Apenas os itens I e III estão corretos.
e) Apenas os itens II e IV estão corretos.
Comentários:
___________________________________________________________________
139
carta registrada, dentro do prazo máximo de 10 (trinta) dias, contados da data
em que se verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava
obrigado.
d) A suspensão do empregado por mais de 30 (trinta) dias consecutivos não
importa na rescisão injusta do contrato de trabalho.
e) Se o trabalhador tem o contrato de trabalho suspenso em virtude de
aposentadoria por invalidez, não tem direito à manutenção do plano de saúde,
visto que no caso de suspensão do contrato de trabalho, o empregado não
trabalha e não recebe pelo empregador.
Comentários:
Item “b”: INCORRETO. O art. 476-A, § 5º dispõe que: “Se ocorrer a dispensa
do empregado no transcurso do período de suspensão contratual ou nos três
meses subsequentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao
empregado, além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor,
multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no
mínimo, cem por cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à
suspensão do contrato”.
Item “c”: INCORRETO. De acordo com o art. 472, § 1º “Para que o empregado
tenha direito a voltar a exercer o cargo do qual se afastou em virtude de
exigências do serviço militar ou de encargo público, é indispensável que
notifique o empregador dessa intenção, por telegrama ou carta registrada,
dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da data em que se
verificar a respectiva baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado”.
140
Item “e”: INCORRETO. A súmula 440 do TST é expressa em assegurar o plano
de saúde nesse caso. Vejamos: Assegura-se o direito à manutenção de plano
de saúde ou de assistência médica oferecido pela empresa ao empregado,
não obstante suspenso o contrato de trabalho em virtude de auxílio-doença
acidentário ou de aposentadoria por invalidez.
___________________________________________________________________
141
64. A respeito do contrato de emprego, assinale a alternativa incorreta:
a) Em um bairro os vizinhos decidem pagar um policial militar, mensalmente,
para fazer a ronda diária, fora da sua função de policial, uma vez que muitos
assaltos estavam acontecendo. Essa relação se estabelece de maneira informal,
uma vez que um estabelece regras e o outro as cumprem. Nasce aí um contrato
de trabalho tácito, válido no ordenamento jurídico brasileiro.
b) Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa
causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização,
e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
c) É do empregador o ônus de comprovar que o empregado não satisfaz os
requisitos indispensáveis para a concessão do vale-transporte ou não pretenda
fazer uso do benefício.
d) Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, inclusive os
processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o
mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
e) À sociedade de economia mista não se aplica a vedação à equiparação
prevista na Constituição Federal, pois, ao admitir empregados sob o regime da
CLT, equipara-se a empregador privado.
Comentários:
Item “b”: CORRETO. A assertiva reflete a previsão contida no art. 479 da CLT.
142
Item “d”: INCORRETO: Nos casos em que a fazenda pública for parte, não
se aplica a orientação em comento. Em 2016, os incisos V e VI da súmula
219 do TST passaram a vigorar com a seguinte redação:
___________________________________________________________________
143
trabalho propostas por empregado contra empregador, desde que possuíssem
sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
Constitucional nº 45/04.
Comentários:
ITEM “I”: CORRETO. De acordo com art. 114, IV, é competência da Justiça do
Trabalho o julgamento dos mandados de segurança, habeas corpus e habeas
data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
144
ITEM “III”: INCORRETO. Tal atribuição será da do Ministério Público do
Trabalho. Conforme o art. 114, § 3º da CF/88: Em caso de greve em atividade
essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público
do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.
___________________________________________________________________
145
a) Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na
vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública,
salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a: a) 1.000
(mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de
direito público; b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito
Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os
Municípios que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos
para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito
público.
Comentários:
ITEM “b”: CORRETO. A assertiva reflete a previsão contida na súmula 303, II,
do TST.
146
ITEM “c”: CORRETO. A assertiva reflete a previsão contida na súmula 303, II,
do TST.
ITEM “d”: INCORRETO. Conforme súmula 303 do TST, III - Em ação rescisória,
a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita ao duplo
grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas
hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em
03.06.1996). O inciso II, excepciona o entendimento coincidente com
orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
___________________________________________________________________
147
(III) A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições social e fiscal,
resultante de condenação judicial referente a verbas remuneratórias, é do
empregador e incide sobre o total da condenação. Contudo, a culpa do
empregador pelo inadimplemento das verbas remuneratórias não exime a
responsabilidade do empregado pelos pagamentos do imposto de renda devido
e da contribuição previdenciária que recaia sobre sua quota-parte.
(IV) Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal,
cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo.
(V) O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou
grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado
no prazo alusivo ao recurso.
a) Todos os itens são verdadeiros.
b) Apenas os itens II, III, IV e V são verdadeiros.
c) Todos os itens são falsos.
d) Apenas os itens II e IV estão falsos.
e) Apenas os itens III, IV e V são verdadeiros.
Comentários:
ITEM “I”: CORRETO. De acordo com o informativo 160 do TST, Ação rescisória.
Depósito prévio de 5% sobre o valor da causa previsto no CPC de 1973. Não
incidência na Justiça do Trabalho. Prevalência do disposto no art. 836 da CLT.
O depósito prévio de 5% sobre o valor da causa, previsto no CPC de 1973, não
se aplica à ação rescisória proposta na Justiça do Trabalho. Nos termos do art.
836 da CLT, norma específica do processo do trabalho, a ação rescisória sujeita-
se ao depósito prévio no percentual de 20%. Ressalte-se que esse entendimento
permanece inalterado mesmo após o advento da Lei nº 13.105/2015, visto que
a incidência das normas do CPC permanece restrita às hipóteses em que houver
omissão e compatibilidade com o processo do trabalho (art. 769 da CLT e art.
15 do CPC de 2015). Da mesma forma, a aplicação das normas procedimentais
previstas nos arts. 966 a 975 do CPC de 2015, autorizada pela IN nº 39/2016 do
TST, não acarreta o afastamento das regras específicas do processo do trabalho.
148
Não obstante esses fundamentos, no caso concreto, a SBDI-II, por unanimidade,
dispensou o autor do recolhimento do depósito prévio de 20% sobre o valor da
causa por ser beneficiário da justiça gratuita. TST-AR-22152-
61.2016.5.00.0000, SBDI-II, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, 6.6.2017.
___________________________________________________________________
149
d) Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de
recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo
da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do
Trabalho e do Supremo Tribunal Federal, não se admitindo o recurso por
contrariedade a Orientação Jurisprudencial do TST.
e) José ingressa uma ação trabalhista na justiça do trabalho contra o Banco do
Brasil no rito sumaríssimo. Nesse caso, José incorreu em erro, visto que estão
excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a
Administração Pública.
Comentários:
ITEM “A”: INCORRETO. Conforme art. 852-A da CLT, “Os dissídios individuais
cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do
ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo”.
ITEM “D”: INCORRETO. Conforme a Súmula 442 do TST, “Nas causas sujeitas
ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está
limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição
Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se
admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste
Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão
no art. 896, § 6º, da CLT”.
150
ITEM “E”: INCORRETO. A vedação é para a Administração Pública direta,
autarquia e fundacional. O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista,
portanto, não se submete a esta restrição.
___________________________________________________________________
Comentários:
151
Súmula nº 214 do TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da
CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas
hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula
ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível
de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção
de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional
distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto
no art. 799, § 2º, da CLT.
ITEM “b’’: CORRETO. O chamado dissídio de alçada ou rito sumário está
previsto na Lei n. 5.584/70, art. 2º e dispõe no seu § 4º § 4º - Salvo se versarem
sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas
nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para
esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
ITEM “e’’: INCORRETO. A massa falida não está sujeita ao depósito recursal,
no entanto, a empresa em liquidação judicial não tem esse privilégio. A súmula
86 do TST dispõe:
Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de
custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se
aplica à empresa em liquidação extrajudicial.
152
No tocante a organização da justiça do trabalho, julgue os itens que se
segue:
(II) A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para
o respectivo Tribunal de Justiça.
Comentários:
ITEM “II”: INCORRETO. De acordo com o art. 112, CF: A lei criará varas da
Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição,
atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional
do Trabalho.
153
ITEM “III”: INCORRETO. Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e
julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência
e garantia da autoridade de suas decisões.
154
d) ERRADA. Art. 354 do CP. Amotinarem-se, presos, perturbando a ordem ou
disciplina da prisão.
e) ERRADA. Art. 349 do CP. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou
de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
___________________________________________________________________
155
celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder
Judiciário.
b) ERRADA. Conforme o art. 5°, IV e 2°, da Lei 10.028, o agente público comete
infração administrativa contra a Lei de Finanças Públicas, não crime, como
sugere a assertiva, quando deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos
prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa
total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite
máximo, sendo julgado perante o Tribunal de Contas a que competir a
fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito
público envolvida.
c) CORRETA. Art. 359-F, do CP: Deixar de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
superior ao permitido em lei. Percebe que o artigo não tipifica o fato do agente
“deixar de expedir ato que determine limitação de empenho e movimentação
financeira”.
d) ERRADA. Conforme o art. 348, §2°, do CP, Augusto, ao auxiliar a subtrair-se
à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de
reclusão, está praticando o crime de favorecimento pessoal. Contundo, não
terá que cumprir a pena, tendo em vista ter praticado o crime com a intenção
de auxiliar seu irmão (causa de isenção de pena).
e) ERRADA. O tipo penal previsto no enunciado trata de crime contra a ordem
tributária, previsto no art. 1°, III, da Lei 8.137/90: Constitui crime contra a
ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas: III - falsificar ou alterar nota fiscal,
fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à
operação tributável;
___________________________________________________________________
156
providências. Em vista desse pedido, os agentes se retiram, sem que
qualquer providência fosse implementada. Diante disso, com relação aos
crimes contra a Administração Pública, os Policiais Militares cometeram o
crime de:
a) exercício funcional ilegal.
b) prevaricação para satisfazer interesse pessoal.
c) condescendência criminosa.
d) corrupção passiva.
e) corrupção passiva privilegiada.
Comentários
___________________________________________________________________
157
b) inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública caracteriza o crime de inserção de
dados falsos em sistemas de informações independentemente da finalidade do
agente.
c) solicitar ou exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida caracteriza o crime de concussão.
d) continuar a exercer função pública, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi removido caracte-riza o crime de desobediência
e) pratica o crime de violação de sigilo funcional aquele que revelar fato de
que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação, independentemente da finalidade do agente.
Comentários
158
d) ERRADA. O caso posto nesta alternativa não trata do crime de desobediência
e sim do exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, conforme
prevê o art. 324, segunda parte, do CP.
___________________________________________________________________
a) CORRETA. Consoante o teor do art. 23 do CPP, “ao fazer a remessa dos autos
do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do
indiciado”.
159
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por
órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do
direito de defesa”.
c) ERRADA. Dispõe o art. 5°, §3°, do CPP, “nos crimes de ação pública o
inquérito policial será iniciado: § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver
conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito”.
___________________________________________________________________
Comentários
d) CORRETA. Nos termos do que dispõe o art. 339 do CPP, “será também cassada
a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de
inovação na classificação do delito”.
161
e) ERRADA. De acordo com a situação econômica do réu, a fiança pode ser
dispensada, reduzida em até 2/3 ou aumentada em até 1.000 vezes, nos termos
do art. 325, §1º do CPP.
___________________________________________________________________
162
da pública, o MP dispõe de ampla liberdade no aditamento, podendo, inclusive,
incluir corréus.
b) ERRADA. A indisponibilidade é um princípio que rege a ação penal pública e
não se aplica para a ação penal privada.
c) ERRADA. No processo penal (e por isso, totalmente diferente do processo
civil) o pedido é quase que irrelevante, já que nessa seara ele sempre será
condenatório (não havendo o que falar em pedido declaratório, nem tão pouco
constitutivo). Ademais o réu se defende dos fatos que a ele são imputados e
não da tipificação penal que lhe é atribuída.
d) ERRADA. Conforme o art.25 do CPP, a retratação somente pode ocorrer até
o oferecimento da denúncia.
e) ERRADA. Com relação a representação, vigora o princípio da oportunidade
ou da conveniência, já que o ofendido ou não podem optar pelo oferecimento
ou não da representação. Apesar disso, doutrina e jurisprudência entendem
que, pelo menos em regra, não é possível a ocorrência da renúncia à
representação, já que o artigo 104 do Código Penal refere-se apenas à renúncia
do direito de queixa. Logo, não é cabível a renúncia do direito de
representação, sob pena de se acrescentar uma hipótese de extinção da
punibilidade sem previsão legal.
___________________________________________________________________
a) CERTA. Conforme prevê o art. 806, do CPP, “salvo o caso do art. 32, nas
ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem
que seja depositada em cartório a importância das custas”.
b) ERRADA. Consoante a jurisprudência consolidada do STJ e do STF, em delito
de ação pública incondicionada, o fato de, eventualmente, existirem outros
agentes que, não denunciados, teriam participado do crime NÃO induz à
anulação do processo já instaurado, pois os princípios da indivisibilidade e da
obrigatoriedade da ação penal não obstam o ajuizamento de outra ação penal
em separado, nem mesmo o aditamento aditamento da denúncia em momento
oportuno. Nesse sentido: “ECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.
RECORRENTE DENUNCIADO POR APROPRIAÇÃO INDÉBITA E ESTELIONATO (ARTS.
168 E 171 DO CPB). EXCLUSÃO DE CORRÉUS DA DENÚNCIA. NÃO OCORRÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA INDIVISIBILIDADE E OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO
PENAL. PRECEDENTES DO STJ. PARECER DO MPF PELO DESPROVIMENTO DO
RECURSO. RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO. 1. Por se tratar de ação pública
incondicionada, o fato de, eventualmente, existirem outros agentes não
denunciados, que teriam participado dos crimes em questão, não induz à
anulação do processo já instaurado, porquanto os princípios da
indivisibilidade e da obrigatoriedade da ação penal não obstam o
ajuizamento, em separado, de outra ação pelo Ministério Público, nem
mesmo o aditamento da denúncia, em momento oportuno, depois de
164
coligidos elementos suficientes para embasar a acusação. A nulidade
pretendida só teria lugar se fosse o caso de ação penal privada, nos termos do
art. 48 do Código de Processo Penal . Precedentes do STJ e do STF (HC
59.302/PE, Rel (a). Min (a). LAURITA VAZ, DJU 07.02.08). 2. Parecer do MPF
pelo desprovimento do recurso. 3. Recurso Ordinário desprovido. (STJ -
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS RHC 21502 SC 2007/0141370-7. Data
de publicação: 07/06/2010)
c) ERRADA. Nos termos do art. 31, do CPP, no caso de morte do ofendido ou
quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
d) ERRADA. De fato, toda ação penal possui natureza pública. A assertiva peca
ao afirmar que as ações penais submetidas à representação (ações penais
publicas condicionadas) são de iniciativa dos particulares, pois, conforme o art.
24, do CPP, quem possui titularidade para ajuizá-las é o Ministério Público.
e) ERRADA. Dispõe o art. 41, do CPP, que “a denúncia ou queixa conterá a
exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação
do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”.
165
Direito Ambiental
Professor(a) responsável: Jamille Costa
jamille.costa@coachingpge.com.br
166
ITEM “b”: INCORRETO. Conforme a Lei 9.985, Art. 22, § 2º: A criação de uma
unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta
pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais
adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
ITEM “c”: CORRETO. Trata-se de previsão expressa no art. 25, da lei 9.985.
ITEM “d”: INCORRETO. De acordo com o art. 22-A da lei 9.985, “O Poder
Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades
econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei,
decretar limitações administrativas provisórias ao exercício de atividades e
empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação
ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de
Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco
de dano grave aos recursos naturais ali existentes”.
___________________________________________________________________
167
políticas públicas sobre a aplicação do princípio da precaução, desde que a
decisão judicial não se afaste da análise formal dos limites desses
parâmetros e que privilegie a opção democrática das escolhas discricionárias
feitas pelo legislador e pela Administração Pública.
b) O Princípio do usuário-pagador, totalmente interligado com o do
Desenvolvimento Sustentável, dispõe que: “As presentes gerações não podem
deixar para as futuras gerações uma herança de déficits ambientais ou do
estoque de recursos e benefícios inferiores aos que receberam das gerações
passadas” .
c) O princípio da informação na seara ambiental, apesar de não ter previsão
constitucional, encontra-se em várias leis e em documentos internacionais.
d) O princípio do uso compatível com a natureza do bem dispõe que o
monumento é inseparável da história de que é testemunho e do meio em que
se situa. Por isso, o deslocamento de todo o monumento ou de parte dele não
pode ser tolerado, exceto quando a salvaguarda do monumento o exigir ou
quando o justificarem razões de grande interesse nacional ou internacional.
e) O Princípio da preservação no próprio sítio e a proteção ao entorno, aplicável
preferencialmente aos bens tangíveis, pode ser desdobrado em duas vertentes.
Em primeiro lugar, a de que a todo bem cultural há de ser dado um uso (nada
melhor do que o não uso para provocar a deterioração de um bem cultural). Em
segundo, a de que esse uso se harmonize com as características essenciais do
bem.
Comentários:
168
da exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos,
magnéticos e eletromagnéticos gerados por sistemas de energia elétrica, não
existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos
pela Organização Mundial de Saúde, conforme estabelece a Lei 11.934/2009.
[RE 627.189, rel. min. Dias Toffoli, j. 8-6-2016, P, DJE de 3-4-2017, com
repercussão geral.]
169
No âmbito nacional, o princípio da informação pode ser encontrado em vários
textos legais, tais como: arts. 220, 221 225, § 1º, VI da Constituição Federal;
arts. 6º e 10 da Lei 9.795/99 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente); e até
da Lei 7.802/89 (Lei de Agrotóxicos).
Fonte de estudo:
http://www.amprs.org.br/arquivos/revista_artigo/arquivo_1383851594.pdf
___________________________________________________________________
170
processo de afirmação dos direitos humanos, a expressão significativa de um
poder atribuído, não ao indivíduo identificado em sua singularidade, mas, num
sentido verdadeiramente mais abrangente, à própria coletividade social.
e) É importante salientar que a consulta pública, não obstante se constitua
em instrumento essencialmente democrático, que retira o povo da plateia e
o coloca no palco dos assuntos públicos, não tem, aqui, a natureza de um
plebiscito. No entanto, todas as manifestações contrárias à criação da
estação ecológica têm a força de inviabilizar o empreendimento.
Comentários:
ITEM “a”: CORRETO. Trata-se de julgado do STF ([Pet 3.388, rel. min. Ayres
Britto, j. 19-3-2009, P, DJE de 1º-7-2010.), que se harmoniza com o art. 225,
caput.
ITEM “b”: CORRETO. Trata-se da [ADI 3.252 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j.
6-4-2005, P, DJE de 24-10-2008.], em que o STF julgou inconstitucional a Lei
1.315/2004, do Estado de Rondônia, que exigia autorização prévia da
Assembleia Legislativa para o licenciamento de atividades utilizadoras de
recursos ambientais consideradas efetivas e potencialmente poluidoras, bem
como capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
ITEM “c”: CORRETO. Trata-se de previsão expressa do art. 225, § 6º, da CF/88.
ITEM “d”: CORRETO. Trata-se do MS 22.164, rel. min. Celso de Mello, j. 30-
10-1995, P, DJ de17-11-1995. Vejamos: “Enquanto os direitos de primeira
geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas,
negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda
geração (direitos econômicos, sociais e culturais) – que se identificam com as
liberdades positivas, reais ou concretas – acentuam o princípio da igualdade, os
direitos de terceira geração, que materializam poderes de titularidade coletiva
atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio
da solidariedade e constituem um momento importante no processo de
desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos,
171
caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma
essencial inexauribilidade”.
ITEM “e”: INCORRETO. O STF no MS 25.347, voto do rel. min. Ayres Britto, j.
17-2-2010, P, DJE de 19-3-2010 afirmou o contrário. Vejamos: Algumas
manifestações contrárias à criação da estação ecológica não têm a força de
inviabilizar o empreendimento, até porque a finalidade da consulta pública é
apenas "subsidiar a definição da localização, da dimensão e dos limites mais
adequados para a unidade" (art. 5º do Decreto 4.340/2002). Isso quer dizer que
a decisão final para a criação de uma unidade de conservação é do chefe do
Poder Executivo. O que este se obriga a fazer, segundo a lei, é apenas ouvir e
ponderar as manifestações do povo, o que, segundo a nota técnica de fls.
512/513, parece haver ocorrido. (...).Também se me afigura equivocada a
alegação de que o procedimento administrativo, inicialmente instaurado para
a criação de um parque nacional, acabou por conduzir à criação de uma estação
ecológica para fugir à obrigatoriedade de realização da consulta pública.
Primeiro, porque as reuniões públicas foram realizadas. Segundo, porque do
mesmo procedimento administrativo resultou também a criação do Parque
Nacional Terra do Meio. E aqui devo frisar que não há qualquer ilegalidade na
criação de mais de um tipo de unidade de conservação da natureza a partir de
um único procedimento administrativo. É que, não raro, os estudos técnicos e
as próprias consultas às populações interessadas indicam essa necessidade,
consideradas as características de cada um dos tipos de unidade de
conservação. (...) Já as acusações da impetrante de que o verdadeiro motivo
da criação da Estação Ecológica da Terra do Meio seria a subserviência brasileira
a interesses internacionais, trata-se de alegação que não pode ser aferida em
sede de mandado de segurança, por constituir matéria eminentemente fática e
por isso mesmo dependente de instrução probatória. Como referiu o
Procurador-Geral da República, "ainda que fosse possível a prova de que a
administração pública federal estaria em conluio com entidades internacionais
ou, ao menos, operando em erro ou com alguma espécie de temor reverencial,
tal comprovação certamente não poderia se efetivar na estreita via do mandado
172
de segurança". Isso sem contar que os indícios apontados pela autora se
resumem a estudos internacionais que integrariam o conjunto de subsídios
técnicos da proposta, o que me parece insuficiente para se chegar à conclusão
da impetrante.
___________________________________________________________________
173
e) Apenas os itens II e III estão corretos.
Comentários:
___________________________________________________________________
174
a) Não serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga.
b) Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes
Executivos do Distrito Federal e dos Estados promoverão a integração das
políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo
e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos.
c) Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o
Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, os
Conselhos de recursos Hídricos dos Estados e do DF, os Comitês de Bacia
Hidrográfica, os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito
Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de
recursos hídricos e as Agências de Água.
d) A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será
exercida pelo órgão integrante da estrutura do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, responsável pela gestão dos recursos hídricos.
e) O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos poderão delegar a organizações sem fins lucrativos, por prazo
indeterminado, o exercício de funções de competência das Agências de Água,
enquanto esses organismos não estiverem constituídos.
Comentários:
ITEM “a”: INCORRETO. O art. 20, da lei 9.433 é expresso em mencionar que:
Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do
art. 12 desta Lei.
ITEM “b”: INCORRETO. De acordo com art. 31, da lei 9.433, “na
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, os Poderes
Executivos do Distrito Federal e dos municípios promoverão a integração das
políticas locais de saneamento básico, de uso, ocupação e conservação do solo
e de meio ambiente com as políticas federal e estaduais de recursos hídricos”.
ITEM “c”: CORRETO. Trata-se de previsão expressa do art. 33, da Lei 9.433.
175
ITEM “d”: INCORRETO. A competência é do Ministério do Meio ambiente
conforme aduz o art. 45 da lei 9.433. Vejamos: Art. 45. A Secretaria Executiva
do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão integrante
da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.
___________________________________________________________________
176
IV- A concessão florestal será autorizada em ato do poder concedente e
formalizada mediante contrato, que deverá observar os termos das normas
pertinentes e do edital de licitação. Os relatórios ambientais preliminares,
licenças ambientais, relatórios de impacto ambiental, contratos, relatórios de
fiscalização e de auditorias e outros documentos relevantes do processo de
concessão florestal serão disponibilizados por meio da Rede Mundial de
Computadores.
a) Todos os itens estão corretos.
b) Apenas os itens I e II estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
d)Apenas os itens I, II e IV estão corretos.
e) Apenas os itens II e III estão corretos.
Comentários:
ITEM “I”: CORRETO. Trata-se de previsão expressa do art. 2º, VI, lei
11284/2006.
ITEM “II”: CORRETO. Trata-se de previsão expressa do art. 2º, VII, lei
11284/2006.
177
do edital de licitação. Parágrafo único. Os relatórios ambientais preliminares,
licenças ambientais, relatórios de impacto ambiental, contratos, relatórios de
fiscalização e de auditorias e outros documentos relevantes do processo de
concessão florestal serão disponibilizados por meio da Rede Mundial de
Computadores, sem prejuízo do disposto no art. 25 desta Lei”.
___________________________________________________________________
Comentários:
ITEM “a”: CORRETO. Conforme aduz a lei 6938, Art. 9o-A: “O proprietário ou
possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público
ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão integrante do
Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes,
instituindo servidão ambiental. § 1o O instrumento ou termo de instituição da
servidão ambiental deve incluir, no mínimo, os seguintes itens: I - memorial
descritivo da área da servidão ambiental, contendo pelo menos um ponto de
178
amarração georreferenciado; II - objeto da servidão ambiental; III - direitos e
deveres do proprietário ou possuidor instituidor; IV - prazo durante o qual a
área permanecerá como servidão ambiental”.
ITEM “e”: INCORRETO. Conforme art. 9ºB, §1º, da lei 6.938: “O prazo mínimo
da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos”.
___________________________________________________________________
179
(II) Aglomeração urbana é o agrupamento de dois ou mais Municípios limítrofes
(“fazem fronteira”), que possuem entre si uma relação de complementaridade
funcional, estando integrados (ligados) por vínculos geográficos, ambientais,
políticos e socioeconômicos. Já a região metropolitana é uma aglomeração
urbana que configure uma metrópole.
Comentários:
180
Direito Civil
Professor(a) responsável: Pablo Romão
pablo.romao@coachingpge.com.br
Comentários:
a) Incorreta
b) Incorreta
181
A prescrição é a perda da pretensão inerente ao direito subjetivo, em razão da
passagem do tempo. Sobre o tema, a legislação civil dispõe sobre diversas
causas interruptivas desta (art. 202 do CC/02) e que acarretam o início da
recontagem por inteiro do prazo prescricional. A norma estabelece, ainda, o
caráter pessoal do ato interruptivo, pois somente aproveitará a quem a
promover ou prejudicará aquele contra quem for dirigida, nos termos do art.
204, caput, do CC/02. Outrossim, de acordo com o disposto no § 3º do citado
normativo legal, excepcionalmente, “a interrupção produzida contra o
principal devedor prejudica o fiador”. Nessa ordem de ideias, há que se definir
se a conclusão inversa também pode ser tida como verdadeira, isto é, se o ato
interruptivo da prescrição, resultante da citação do fiador no âmbito da
execução de título extrajudicial, se estende ao devedor principal. Com efeito,
verifica-se que, em regra, a interrupção operada contra o fiador não
prejudica o devedor afiançado, haja vista que o principal não acompanha o
destino do acessório e, por conseguinte, a prescrição continua correndo em
favor deste. Não se pode olvidar, ademais, que, como disposição excepcional,
a referida norma deve ser interpretada restritivamente, e, como o legislador
previu, de forma específica, apenas a interrupção em uma direção – a
interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador – não seria
de boa hermenêutica estender a exceção em seu caminho inverso. De outro
turno, e apesar de a regra geral apontar para uma responsabilidade de natureza
subsidiária do fiador – que apenas será responsabilizado caso o devedor
principal não tenha patrimônio suficiente para garantir a execução –
excepcionalmente, a interrupção em face do fiador poderá, sim, acabar
prejudicando o devedor principal, nas hipóteses em que a referida relação for
reconhecida como de devedores solidários. Sendo assim, caso renuncie ao
benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor solidário, a sua
obrigação, que era subsidiária, passará a ser solidária, e, a partir de então,
deverá ser norteada pela sistemática estabelecida nos arts. 275 a 285 da lei
civil. Por fim, apesar de afastada a exceção do § 3° do art. 204, verifica-se que
haverá a subsunção do fato com a previsão do § 1°, segundo a qual "a
182
interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus
herdeiros". (Informativo n. 602) REsp 1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, por unanimidade, julgado em 28/3/2017, DJe 28/4/2017.
c) Correta
d) Incorreta
e) Incorreta
___________________________________________________________________
183
d) A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não
constitui bem de família para efeito de penhora.
e) A impenhorabilidade do bem de família, na hipótese em que este é oferecido
como garantia real hipotecária, somente fica afastada quando o ato de
disponibilidade reverter em proveito da entidade familiar.
Comentários:
a) Incorreta
b) Correta
184
como bem de família (REsp 855.543-DF, Segunda Turma, DJ 3/10/2006). Ainda
sobre o tema, há entendimento acerca da impossibilidade de penhora de
dinheiro aplicado em poupança, por se verificar sua vinculação ao
financiamento para aquisição de imóvel residencial (REsp 707.623-RS, Segunda
Turma, DJe 24/9/2009). REsp 1.616.475-PE, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 15/9/2016, DJe 11/10/2016.
c) Correta
d) Correta
e) Correta
___________________________________________________________________
185
89. Acerca do adimplemento e da extinção das obrigações, marque a
assertiva INCORRETA à luz do Código Civil:
a) A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e
garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os
fiadores.
b) Na dação em pagamento, se o credor for evicto da coisa recebida em
pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a
quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
c) Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o
devedor principal.
d) A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, vencidos
ou vincendos, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece
pagamento, se todos forem líquidos.
e) A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a
obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida,
subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
Comentários:
a) Correta
b) Correta
Reprodução do texto expresso do art. 359, do Código Civil: “Se o credor for
evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação
primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de
terceiros”
186
c) Correta
Item de acordo com o art. 366, do Código Civil, que preceitua: “Importa
exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor
principal”.
d) Incorreta
e) Correta
Item que reproduz o texto do art. 383, do Código Civil: “A confusão operada na
pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a
concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto
ao mais a solidariedade”.
___________________________________________________________________
187
d) Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, conhecidas, em qualquer caso, pela outra parte, obriga-se a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
e) São nulos os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal,
em face das circunstâncias do negócio.
Comentários:
a) Correta
b) Incorreta
A assertiva não se coaduna com o art. 152, do Código Civil, que dispõe: “No
apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o
temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam
influir na gravidade dela”.
c) Incorreta
Item que ofende o texto do art. 167, do Código Civil: “É nulo o negócio jurídico
simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e
na forma”.
d) Incorreta.
188
A lesão não pressupõe o “dolo de aproveitamento”, ou seja, a inexperiência
ou a “premente necessidade” não precisam ser conhecidas pela outra parte,
consoante preceitua o art. 157, do Código Civil: “Ocorre a lesão quando uma
pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”. Em
contrapartida, tal fato é necessário para a configuração do “estado de perigo”.
No mesmo sentido, preceitua o enunciado n. 150, dar Jornadas de Direito Civil,
do CJF: “A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de
aproveitamento”.
e) Incorreta
O erro, vício de consentimento, não torna nulo o negócio jurídico, mas, sim,
anulável, consoante preceitua o art. 138, do Código Civil: “São anuláveis os
negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face
das circunstâncias do negócio”.
___________________________________________________________________
189
e) É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a
autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ou de familiares, em caso
de pessoas falecidas ou ausentes.
Comentários:
a) Correta
b) Correta
É possível que um ente público seja indenizado por dano moral sob a
alegação de que sua honra ou imagem foram violadas?
A 4ª Turma do STJ entendeu que NÃO (REsp 1.258.389-PB, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013. Não divulgado em Informativo).
190
cidade. Entre os comentários mencionados na petição inicial estava o de que a
Secretaria de Educação e o seu secretário praticavam maus-tratos contra alunos
da rede pública.
c) Correta
d) Incorreta
191
Em que consiste o DPVAT?
Em outras palavras, qualquer pessoa que sofrer danos pessoais causados por um
veículo automotor, ou por sua carga, em vias terrestres, tem direito a receber
a indenização do DPVAT. Isso abrange os motoristas, os passageiros, os
pedestres ou, em caso de morte, os seus respectivos herdeiros.
192
Desse modo, a Lei nº 6.194/74 (Lei do DVAT) afirma que somente deverão ser
pagas indenizações nas situações de morte, invalidez permanente e despesas
de assistência médica e suplementares.
Morte de nascituro
A Lei do DPVAT prevê que a indenização será paga aos herdeiros em caso de
morte, não falando expressamente em situações de morte de nascituro (feto).
Isso sempre gerou intensas polêmicas: quando a lei fala em morte, inclui o
aborto, ou seja, o fim da existência do feto?
193
(...) 1 - Atropelamento de mulher grávida, quando trafegava de bicicleta por
via pública, acarretando a morte do feto quatro dias depois com trinta e cinco
semanas de gestação.
2 - Reconhecimento do direito dos pais de receberem a indenização por danos
pessoais, prevista na legislação regulamentadora do seguro DPVAT, em face da
morte do feto.
3 - Proteção conferida pelo sistema jurídico à vida intra-uterina, desde a
concepção, com fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana.
4 - Interpretação sistemático-teleológica do conceito de danos pessoais previsto
na Lei nº 6.194/74 (arts. 3º e 4º). (...)
(STJ. 3ª Turma. REsp 1120676/SC, Rel. p/ Acórdão Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 07/12/2010)
Podemos destacar três teorias principais que tentam explicar esse dispositivo:
PERSONALIDADE
NATALISTA CONCEPCIONISTA
CONDICIONAL
194
condição suspensiva (ou O nascituro é pessoa desde o
direitos eventuais). momento em que ele é
concebido (o nascituro é um
sujeito de direitos).
Para o Ministro, mesmo que se diga que a personalidade jurídica se inicia com
o nascimento, ainda assim é forço concluir que o nascituro já deve ser
considerado como pessoa. Caso contrário, não se vislumbraria nenhum sentido
lógico na fórmula “a personalidade civil da pessoa começa” (art. 2º), se ambas
– pessoa e personalidade civil – tivessem como começo o mesmo acontecimento.
e) Correta
195
Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia
do indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus
familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo
compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88.
Caso o biografado ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda
que seus direitos foram violados pela publicação, ele terá direito à
reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de
ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc.
STF. Plenário. ADI 4815, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/06/2015.
196
Direito Empresarial
Professor(a) responsável: Pablo Romão
pablo.romao@coachingpge.com.br
Comentários:
a) Incorreta
197
O franqueador (franchisor) era a "YES" (constituída sob a forma de sociedade
limitada "Yes do Brasil Ltda.") e o franqueado (franchisee) era a empresa "ABC
Ltda".
João, morador de Vitória (ES), matriculou-se na escola "YES", pagando
antecipadamente as mensalidades de todo o semestre.
Ocorre que, depois de um mês do início das aulas, a empresa ABC Ltda, atolada
em dívidas, simplesmente fechou as portas da escola onde funcionava a "YES",
interrompendo as aulas.
Inconformado, João ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais
e indicou como réus na demanda tanto a empresa "ABC Ltda" (franqueada) como
a "Yes do Brasil Ltda." (franqueadora).
A empresa "Yes do Brasil Ltda." contestou a ação afirmando que, de acordo com
a cláusula 2.7.8 do contrato de franquia assinado com a empresa "ABC Ltda",
ela não teria nenhuma responsabilidade por danos causados aos consumidores,
sendo esse ônus inteiramente assumido pela franqueada.
O contrato de franquia está regido pela Lei nº 8.955/94, que conceitua esse
pacto nos seguintes termos:
Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao
franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de
198
distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e,
eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e
administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo
franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto,
fique caracterizado vínculo empregatício.
b) Incorreta
199
de consumo, mas de fomento econômico. Nesse sentido: REsp 1602076/SP,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe
30/09/2016.
c) Incorreta
d) Correta
Item correto, pois reproduz o art. 3, da Lei n. 8.955/1994, que dispõe: “Sempre
que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia
empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma
circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível,
contendo obrigatoriamente as seguintes informações”.
e) Incorreta
___________________________________________________________________
200
b) Não se submetem aos efeitos da recuperação judicial do devedor os direitos
de crédito cedidos fiduciariamente por ele em garantia de obrigação
representada por Cédula de Crédito Bancário existentes na data do pedido de
recuperação, independentemente de a cessão ter ou não sido registrada no
Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor.
c) A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento
das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou
coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.
d) O juiz está autorizado a realizar o controle de legalidade do plano de
recuperação judicial, bem como a adentrar no aspecto da sua viabilidade
econômica.
e) Deferido pedido de recuperação judicial, suspendem-se as execuções em
curso contra a empresa recuperanda, podendo este prazo, eventualmente,
ultrapassar o limite de 180 (cento e oitenta) dias, previsto na Lei 11.101/2005,
tendo em vista as dificuldades inerentes ao próprio procedimento de
recuperação.
Comentários:
a) Correta
Assertiva em conformidade com a jurisprudência do STJ, que dispõe: “O juízo
onde tramita o processo de recuperação judicial é o competente para decidir
sobre o destino dos bens e valores objeto de execuções singulares movidas
contra a recuperanda, ainda que se trate de crédito decorrente de relação
de consumo”. Nesse sentido, vejamos decisão publicada no informativo n. 598:
201
os princípios que orientaram a elaboração e que devem direcionar a
interpretação e a aplicação dessa lei objetivam garantir, antes de tudo, o
atendimento dos escopos maiores do instituto da recuperação de empresas, tais
como a manutenção do ente no sistema de produção e circulação de bens e
serviços, o resguardo do direito dos credores e a preservação das relações de
trabalho envolvidas, direta ou indiretamente, na atividade. É o que se dessume
do texto expresso da norma constante no art. 47 da LFRE. Sobre o tema, o STJ
firmou entendimento no sentido de que o destino do patrimônio da sociedade
em processo de recuperação judicial não pode ser atingido por decisões
prolatadas por juízo diverso daquele onde tramita o processo de reerguimento,
sob pena de violação ao princípio maior da preservação da atividade
empresarial. Com efeito, é pacífica a jurisprudência da Segunda Seção no
sentido de que a competência para adoção de medidas de constrição e venda
de bens integrantes do patrimônio de sociedade em recuperação judicial é
do juízo onde tramita o processo respectivo. Consigne-se que até mesmo em
processos de execução fiscal – hipóteses nas quais a lei expressamente prevê a
continuidade de tramitação, a despeito do deferimento judicial do pedido de
soerguimento – o STJ tem posicionamento assentado no sentido de que, embora
as ações não se suspendam, compete ao juízo universal dar seguimento a atos
que envolvam a expropriação de bens do acervo patrimonial do devedor (AgInt
no CC 140.021/MT, Segunda Seção, DJe 22/08/2016). Vale dizer, uma vez
deferido o pedido de recuperação judicial, fica obstada a prática de atos
expropriatórios por juízo distinto daquele onde tem curso o processo
recuperacional, independentemente da natureza da relação jurídica havida
entre as partes. De fato, as especificidades da questão discutida, uma vez que
os créditos decorrem de relação de consumo, não autorizam conclusão diversa:
após a apuração do montante devido à parte autora, é imprescindível que se
processe no Juízo da recuperação a correspondente habilitação, em razão da
regra expressa do art. 49 da LFRE e sob pena de malferimento aos princípios e
regras que regem o plano de reorganização da empresa recuperanda. REsp
1.630.702-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em
2/02/2017, DJe 10/02/2017.
202
b) Correta
203
se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento,
fazendo-se a anotação no certificado de registro”). Já no tratamento
ofertado pela Lei n. 4.728/1995 no § 3º do art. 66-B, não se faz presente a
exigência de registro, para a constituição da propriedade fiduciária, à cessão
fiduciária de direitos sobre coisas móveis ou de títulos de crédito. Além
disso, o § 4º dispõe que se aplica à cessão fiduciária de direitos sobre coisas
móveis ou sobre títulos de crédito o disposto nos arts. 18 a 20 da Lei n.
9.514/1997. Segundo o art. 18 da referida lei, o contrato de cessão
fiduciária em garantia, em si, opera a transferência ao credor da titularidade
dos créditos cedidos até a liquidação da dívida garantida. Por sua vez, o art.
19 confere ao credor fiduciário direitos e prerrogativas decorrentes da
cessão fiduciária que são exercitáveis imediatamente à contratação da
garantia, independentemente de seu registro. Por outro lado, o posterior
registro da garantia ao mútuo bancário destina-se a conferir publicidade a
esse ajuste acessório, a radiar seus efeitos perante terceiros, função
expressamente mencionada pela Lei n. 10.931/2004 ao dispor sobre Cédula
de Crédito Bancário. Note-se que o credor titular da posição de proprietário
fiduciário sobre direitos creditícios não opõe essa garantia real aos credores
do recuperando, mas sim aos devedores do recuperando (contra quem,
efetivamente, far-se-á valer o direito ao crédito, objeto da garantia), o que
robustece a compreensão de que a garantia sob comento não diz respeito à
recuperação judicial. O direito de crédito cedido não compõe o patrimônio
da devedora fiduciante (que sequer detém sobre ele qualquer ingerência),
sendo, pois, inacessível aos seus demais credores e, por conseguinte, sem
qualquer repercussão na esfera jurídica destes. Não se antevê, desse modo,
qualquer frustração dos demais credores do recuperando que, sobre o bem
dado em garantia (fora dos efeitos da recuperação judicial), não guardam
legítima expectativa. Aliás, sob o aspecto da boa-fé objetiva que deve
permear as relações negociais, tem-se que compreensão diversa permitiria
que o empresário devedor, naturalmente ciente da sua situação de
dificuldade financeira, ao eleger o momento de requerer sua recuperação
judicial, escolha, também, ao seu alvedrio, quais dívidas contraídas seriam
204
ou não submetidas à recuperação judicial. Por fim, descabido seria reputar
constituída a obrigação principal (mútuo bancário representado por Cédula
de Crédito Bancário emitida em favor de instituição financeira) e, ao mesmo
tempo, considerar pendente de formalização a indissociável garantia àquela,
condicionando a existência desta última ao posterior registro. Assim, e nos
termos do art. 49, § 3º, da Lei n. 11.101/2005, uma vez caracterizada a
condição de credor titular da posição de proprietário do bem dado em garantia,
o correlato crédito não se sujeita aos efeitos da recuperação judicial,
remanescendo incólumes os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições
contratuais, conforme dispõe a lei especial regente. REsp 1.412.529-SP, Rel.
Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 17/12/2015, DJe 2/3/2016 (Informativo n. 578).
c) Correta
d) Incorreta
e) Correta
205
A assertiva encontra-se em conformidade com a jurisprudência do STJ, que
preceitua: “Deferido pedido de recuperação judicial, suspendem-se as
execuções em curso contra a empresa recuperanda, podendo este prazo,
eventualmente, ultrapassar o limite de 180 (cento e oitenta) dias previsto no
art. 6°, § 4°, da Lei 11.101/2005, tendo em vista as dificuldades inerentes ao
próprio procedimento de recuperação”. (AgInt nos EDcl no REsp 1323788/DF,
Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 22/11/2016, DJe
12/12/2016)
___________________________________________________________________
Comentários:
a) Incorreta
O enunciado não se encontra em consonância com a Súmula n. 504, do STJ, que
dispõe: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de
206
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte
ao vencimento do título”.
b) Incorreta
A assertiva ofende o texto da Súmula n. 531, do STJ, que dispõe: “Em ação
monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é
dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula”.
c) Incorreta
d) Correta
207
sendo o termo inicial do prazo a data da entrega ou do despacho das
mercadorias. Já a duplicata é de extração facultativa, podendo ser
materializada no ato da emissão da fatura, constituindo o título de crédito
genuíno para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao
comprador (art. 2º da Lei n. 5.474/1968). Ademais, nos termos do art. 2º, § 2º,
da Lei n. 5.474/1968, uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma
fatura. Nesse sentido, o seguinte precedente que reconheceu a inidoneidade
de duplicata vinculada a mais de uma fatura (REsp 577.785-SC, Terceira Turma,
DJ 17/12/2004). Todavia, apesar de a duplicata só poder espelhar uma fatura,
esta pode corresponder à soma de diversas notas parciais. A nota parcial é o
documento representativo de uma venda parcial ou de venda realizada dentro
do lapso de um mês, que poderá ser agrupada a outras vendas efetivadas nesse
período pelo mesmo comprador. REsp 1.356.541-MG, Rel. Ricardo Villas Bôas
Cueva, julgado em 5/4/2016, DJe 13/4/2016 (Informativo n. 581).
e) Incorreta
___________________________________________________________________
208
95. Sobre o contrato de factoring e em conformidade com a legislação e a
jurisprudência do STJ, analise os itens a seguir:
I - No contrato de factoring, a transferência dos créditos não se opera por
simples endosso, mas por cessão de crédito, que autoriza ao devedor a
oponibilidade das exceções pessoais em face da faturizadora.
II - O risco assumido pelo faturizador é inerente à operação de factoring, não
podendo o faturizado ser demandado para responder regressivamente, salvo se
tiver dado causa ao inadimplemento dos contratos cedidos.
III - A utilização do serviço de fomento mercantil como incremento da atividade
produtiva não constitui relação de consumo.
I) Correta
“As regras do direito cambial não se aplicam à hipótese dos autos, devendo
ser adotadas as regras do direito civil, pois, em se tratando de empresa
de factoring, na condição de endossatária, a transferência do título faz-
se por cessão civil de crédito, possibilitando ao devedor originário a
arguição de exceções pessoais”. Nesse sentido: AgInt no AREsp 1012068/SP,
Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
27/06/2017, DJe 02/08/2017.
209
consequência, à disciplina do art. 294 do Código Civil, contexto que autoriza
ao devedor a oponibilidade das exceções pessoais em face da faturizadora”.
Nesse sentido: AgInt no REsp 1015617/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 13/12/2016, DJe 01/02/2017.
II) Correta
III) Correta
210
___________________________________________________________________
211
para os meios ordinários as que demandarem alta indagação ou dependerem de
outras provas', entendidas como de 'alta indagação' aquelas questões que não
puderem ser provadas nos autos do inventário" (REsp 450.951-DF, Quarta Turma,
DJe 12/4/2010). Nesse diapasão, questões de alta indagação, que, por
exigirem extensa dilação probatória, extrapolam a cognição do juízo do
inventário, devem ser remetidas aos meios ordinários. Logo, é no juízo cível
que haverá lugar para a dissolução parcial das sociedades limitadas e
consequente apuração de haveres do de cujus, visto que, nessa via
ordinária, deve ser esmiuçado, caso a caso, o alcance dos direitos e
obrigações das partes interessadas - os quotistas e as próprias sociedades
limitadas -, indiferentes ao desate do processo de inventário. Deixa-se, pois,
ao juízo do inventário a atribuição jurisdicional de descrever o saldo advindo
com a liquidação das sociedades comerciais, para que possa dar à herança a
devida partilha, não comportando seu limitado procedimento questões mais
complexas que não aquelas voltadas para o levantamento, descrição e
liquidação do espólio. REsp 1.459.192-CE, Rel. originário Ricardo Villas Bôas
Cueva, Rel. para acórdão João Otávio de Noronha, julgado em 23/6/2015,
DJe 12/8/2015.
II) Correta
III) Correta
Enunciado de acordo com o art. 606, do CPC, que dispõe: “Em caso de omissão
do contrato social, o juiz definirá, como critério de apuração de haveres, o
valor patrimonial apurado em balanço de determinação, tomando-se por
referência a data da resolução e avaliando-se bens e direitos do ativo, tangíveis
212
e intangíveis, a preço de saída, além do passivo também a ser apurado de igual
forma”
Direito Previdenciário
Professor(a) responsável: Natália de Rosalmeida
natalia.rosalmeida@coachingpge.com.br
Comentários:
213
mediante a aplicação da alíquota fixada em lei, obtém-se o valor da
contribuição de cada um deles.
Na forma do art. 28, inciso I, da lei nº 8.212/91, entende-se por salário
de contribuição para o empregado:
214
Nos termos apresentados, está correto o item “a”.
___________________________________________________________________
Comentários:
215
b) ERRADO: CF, art. 40, § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o
regime geral de previdência social.
216
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado que, em obediência ao
limite máximo do salário-de-contribuição, contribuiu apenas por uma das
atividades concomitantes.
___________________________________________________________________
Comentários:
217
social, nos termos do art, 194, I, da CF. Entretanto, o caráter contributivo diz
respeito apenas à previdência social, consoante, art. 201, CF.
Lei nº 8.213, art. 2.º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e
objetivos: VIII - Caráter democrático e descentralizado da gestão
administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial
de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados
218
CONCESSÃO DE BENEFÍCIO ASSISTENCIAL A ESTRANGEIRO RESIDENTE NO BRASIL.
A condição de estrangeiro não impede a concessão de benefício assistencial ao
idoso ou deficiente, pois a Constituição Federal, art. 5º, assegura ao estrangeiro
RESIDENTE no país o gozo dos direitos e garantias individuais em igualdade de
condição com o nacional. A concessão do amparo, porém, deverá ficar adstrita
ao estrangeiro legalmente RESIDENTE no país, devendo ser afastada se restar
demonstrado que o estrangeiro transferiu residência para o Brasil apenas com
intuito de auferir o benefício em exame. (IUJEF 2007.70.95.014089-0)
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Comentários:
219
a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e
pelo setor privado.
220
União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da
Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de
prestação continuada da Previdência Social, na forma da Lei Orçamentária
Anual. ”
221