FICHA TÉCNICA

Apresentação:
Wilson Paroschi
Coordenação do Curso:
Edimilson da Silva Lima
Coordenadores nas Associações da UCB:
Delvane Almeida – AP
Jean do Nascimento – APAC
Gilson Magalhães – APL
Marivaldo Fabrício – APO
Sérgio Monteiro – APS
Vanderson Assunção – APSE
Genival Novaes – APSO
José Rodrigues Junior – APV
Coordenação dos Cursos Corporativos:
Valcenir do Vale Costa
Programador Visual Gráfico:
Felipe Rocha
Equipe Técnica:
Bruna Dimei
Eduardo Doerner
Gilson Ferraz Junior
Júlia Lopes
Ludimilla Panaino
Rafael Rossini
Stephanie Oliveira
Animação Gráfica:
Wendel Gabriel
Trilha Sonora:
Clayton Nunes
Pró- Reitor Associado para EaD:
Everson Muckemberger
Coordenador de Operações:
Valcenir do Vale Costa
Coordenador de Produção:
Gilson Ferraz
Pró- reitor de Educação a Distância:
José Prudêncio Junior
A GRAÇA E A LEI
E M PAU L O - 1

E
sta é aula de número seis de uma pequena série, nas qual
estamos especialmente empenhados com o objetivo de
oportunizar a você, professor da Escola Sabatina e líder de
igreja, algum subsídio, algum material adicional, que possa
auxiliá-los no conhecimento mais profundo, correto e organizado,
dos livros do Novo Testamento; também de alguns temas e alguns
personagens, de modo mais aprofundado, com o desejo sincero de que
o seu ministério possa tornar-se mais eficiente e, consequentemente,
mais eficaz, para honra e glória de Deus.
A GRAÇA E A LEI EM PAULO CECAPES

Na aula anterior, buscou-se fazer uma
abordagem que girou em torno do apóstolo
Paulo, a sua conversão e os desafios
enfrentados por ele; principalmente no
que diz respeito à definição do evangelho,
de justificação pela fé, salvação única e
exclusivamente pela fé em Cristo Jesus e,
a sua preocupação em unir a e edificar a
igreja. Havia muito preconceito entre os
judeus em relação aos gentios, aqueles
que eram novos conversos, os não judeus.
Havia também o risco de a igreja acabar
tendo dois evangelhos e duas comunidades.
Um evangelho de justificação pela fé para
os gentios e outro de justificação pela lei
para os judeus; e, por consequência, uma
igreja extremamente dividida pelos judeus
e gentios que não se misturavam. Os judeus
realmente achavam que não poderiam ou
que não deveriam se misturar a gentios
incircuncisos. E estes, portanto, foram os
dois grandes desafios do apóstolo Paulo, no
seu ministério.
dele, que se conhece. É claro que esse é
apenas um resumo daquilo que ele falou
em sua primeira viagem missionária, na
sinagoga de Antioquia da Pisídia, onde
hoje é território da Turquia. Mas ali,
num determinado momento, talvez o
momento mais importante do seu sermão,
em Atos 13:38 e 39, ele diz assim: “Tomai,
pois, irmãos, conhecimento de que se
vos anuncia remissão de pecados por
intermédio deste; e, por meio dele, todo
o que crê é justificado de todas as coisas
das quais vós não pudestes ser justificados
pela lei de Moisés.” Aqui está a essência do
evangelho, conforme pregada por Paulo. A
lei não pode justificar, pois só Deus é quem
justifica, pela fé. Nenhum esforço humano,
absolutamente nada.
NINGUÉM PODE ALCANÇAR JUSTIÇA
DIANTE DE DEUS PELA GUARDA
DA LEI, POIS ELA NÃO PODE SER
GUARDADA PERFEITAMENTE
Cristo Jesus, também nós temos crido em
Cristo Jesus, para que fôssemos justificados
pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois
por obra da lei ninguém será justificado.”
Esta era uma ênfase de Paulo. E por que,
ninguém pode ser justificado por obras da
lei? Por que não?
Existem algumas razões e é importante
que se as conheça. A primeira delas:
ninguém pode alcançar méritos ou justiça
diante de Deus pela guarda da lei, porque
a lei não pode ser guardada perfeitamente.
Exatamente isso: a lei não pode ser
guardada perfeitamente. Em Romanos
2:17 até o capítulo 3:20, há uma longa seção
onde o apóstolo descreveu a realidade e a
universalidade do pecado; e nessa seção
ele deixou bem claro: todos são pecadores.
Até os dias de Paulo, ele não foi capaz
de encontrar uma única pessoa que havia
sido capaz de guardar a lei perfeitamente,
completamente. Nenhum dos grandes
heróis da fé de Hebreus 11, pôde ser citado
por Paulo. E por que não? Porque ninguém
é capaz de guardar a lei perfeitamente. Não
se pode esquecer que todos são pecadores,
que todos têm a natureza pecaminosa.
Faz-se necessário notar que não tem aqui,
a intensão de dizer que a lei não deve
ser guardada. Na verdade, a intensão é
reiterar que a lei não “pode” ser guardada
perfeitamente. Romanos capítulo 8:3,
o apóstolo Paulo enfatizou: aquilo que
era impossível à lei. A lei não pode
produzir justiça no ser humano por causa
da enfermidade na carne, por causa da
natureza pecaminosa que todo ser humano
herdou de Adão.
A segunda razão pela qual ninguém
pode alcançar justiça diante de Deus,
pela obediência à lei, é porque obediência
à lei não pode expiar faltas ou pecados
Shutterstock: everst

E ele mesmo, o apóstolo Paulo, corria o

risco de ser vítima do preconceito judaico.
Sua vida seria ceifada e seu ministério seria
encurtado por conta das incompreensões
que ele encontrava dentro da própria igreja.
O maior inimigo dele não eram tanto
as autoridades romanas; também eram,
dificuldades fora da igreja, mas os problemas
que ele enfrentava eram inúmeros e estes se
concentravam dentro da igreja.
Nesta aula, como já foi dito
anteriormente, será abordado o tema
sobre a graça e a lei em Paulo. Um tema
que ele apresentou e se tonou importante
em sua apresentação do evangelho desde
a sua primeira viagem missionária. Em
Atos 13, encontra-se o primeiro sermão
do apóstolo Paulo; o primeiro sermão
Logo após essa primeira viagem
missionária, Paulo começou a ter um
problema com os judaizantes, Atos 15:
1, 5; Gálatas 2; ali estavam os judaizantes
no encalço dele, dizendo não, de forma
nenhuma, o seu evangelho não está correto.
Os gentios precisam circuncidar-se para
então se unirem à igreja, para então serem
considerados membros da unidade de fé.
Eram judaizantes, era o evangelho que
estava em jogo e Paulo se ocupou disso em
várias de suas epístolas, em Gálatas em
primeiro lugar e em Romanos também.
Em Gálatas 2:16, pode-se ler essa passagem
muito forte onde Paulo declara: “Sabendo,
contudo, que o homem não é justificado
por obras da lei, e sim mediante a fé em

6 7
A GRAÇA E A LEI EM PAULO
passados. É importante que se saiba isso.
Em Gálatas 3:10 a 11, o apóstolo escreveu
assim: “Todos quantos, pois, são das obras
da lei estão debaixo da maldição; porque
está escrito: Maldito todo aquele que não
permanece em todas as coisas escritas no
Livro da lei, para praticá-las. E é evidente
que, pela lei, ninguém é justificado diante
de Deus, porque o justo viverá pela fé.”
Algumas pessoas buscam justificação
pela lei, mas não encontram. A única que
encontram é maldição. Por que? Porque
maldito é todo aquele que não permanece
em todas as coisas escritas no livro da lei
para praticá-las. Então, a lei não é capaz
de justificar os pecados do ser humano, de
expiar os pecados ou as suas faltas passadas.
Aquele texto inicial, que faz lembrar o que
foi lido do sermão do apóstolo Paulo em
Antioquia da Pisídia, em sua primeira
viagem missionária, Atos 3:38 e 39, ele disse
também que eles, os judeus que estavam
vindo, também não haviam sido capazes de
encontrar justificação na lei.
Pura e simplesmente porque a lei não
pode expiar pecados passados. Pode-se
explicar mais ou menos assim: caso se
conseguisse produzir hoje, uma obediência
perfeita, como ficariam os pecados
passados? Pode-se imaginar que alguém
faça uma compra a prazo e receba um
carnê com doze prestações: Não se paga
a primeira, não se paga a segunda, não
se paga a terceira, não se paga nenhuma,
exceto a última. Sua dívida foi paga? Não.
Por que não? Porque aquele valor que foi
pago, era o valor que se devia naquele
momento. Permaneceu a dívida passada.
Aquele pagamento, por mais que tenha
sido completo naquele momento, para
aquela prestação, não foi capaz de saudar
sua dívida anterior.
8 9
Deus exige obediência de seus filhos,
mesmo que não se consiga prestar a Deus
uma obediência perfeita, Ele não exige
de seus filhos nada menos que cem por
cento. Mesmo que se conseguisse prestar a
Deus uma obediência perfeita hoje, como
ficariam os pecados passados? Obediência
presente, não cobre e não expia faltas
passadas. A terceira razão pela qual não
podemos ser salvos pela obediência à
lei, é porque a obediência à lei alimenta
o orgulho humano. É exatamente isto.
Existe essa conhecida passagem de Paulo
em Efésios 2:8 e 9, “Porque pela graça,
sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus; não de obras, para
que ninguém se glorie.” Se aquilo que se
faz contasse mérito, pontos para que se
tenha a salvação, qualquer um haveria de
se orgulhar. E é interessante que, o orgulho
é exatamente a essência e a raiz do pecado.
Portanto, salvação não pode ser
conseguida por meio do esforço humano,
pelas realizações e muito menos pelo mérito
humano. Em Romanos 3:27 e Romanos
4:2, está escrito praticamente a mesma
coisa. Outra razão pela qual a salvação não
pode ser alcançada pela guarda lei ou pela
obediência, é porque isto colocaria Deus em
obrigação para com o ser humano. Este é
um pensamento absolutamente contrário à
realidade da graça; à realidade do que Deus
fez para a salvação deste mesmo ser humano.
Em Romanos 4:4, está escrito: “Ora, ao
que trabalha, disse Paulo, o trabalho não é
considerado como favor, e sim como dívida.”
Claro, alguém trabalhou e quando chega
no final do mês, alguém deve para quem
trabalhou. O patrão ao lhe pagar, não está
fazendo nenhum favor. Alguém trabalhou,
ele merece: e o pagador está sob o dever de
pagar o salário. Se fosse assim, em relação
à salvação, colocar-se-ia Deus em condição
obrigatória com o ser humano. Neste caso,
é bom lembrar-se do fariseu da parábola de
Lucas 18: Ele entrava no templo, levantava
os braços e os olhos ao céu, e dizia: “Oh
Deus, graças te dou porque eu não sou como
os demais homens roubadores, injustos,
adúlteros, nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana, dou o dízimo
de tudo quanto ganho...” Só faltou Deus
perguntar lá de cima: “Muito bem, quanto é
que eu te devo?”
O fariseu realmente achava, que ao
listar todos os seus méritos, todas as suas
realizações, naquele momento ele esperava
que Deus retribuísse. Como esse conceito
diminui a Deus! A graça de Deus! Não,
Deus não está em obrigação com ninguém!
O evangelho nasceu no amor, na graça e
pela graça de Deus! Pelo dom da graça! E,
uma outra razão pela qual não podemos ser
justificados pela obediência à lei, é porque
isto anularia a graça de Deus. Em Gálatas
2:21, o apóstolo Paulo declarou: “Não anulo a
graça de Deus;
pois, a justiça
CECAPES
mediante a lei, segue-se que Cristo morreu
em vão.” Se fosse possível se alcançar justiça
pelo esforço próprio em guardar a lei, por
que Jesus veio? Por que Ele veio para morrer?
Teria sido completamente desnecessário! O
que Paulo disse nessa passagem é que lei e
graça não trabalham juntas para a salvação
do ser humano. Ou é por uma ou é por
outra, mas Deus escolheu a graça e não
a lei. Em Gálatas 1:6–9, o apóstolo Paulo
disse que a pregação da justificação pela
obediência à lei, é um outro evangelho. É
uma perversão do evangelho de Cristo.
Anátema! Maldito seja aquele que tenta
introduzir este evangelho!
E por fim, uma outra razão que se pode ser
justificado mediante a obediência a lei, é que
ela não existe para esse propósito. Por mais
importante que ela seja, não foi dada para ser
usada como meio de salvação. Gálatas 3:21, a
segunda parte: “Porque, se fosse promulgada
uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na
verdade, seria procedente da lei.” Lei, por
mais importante que seja, não foi dada para
ser usada como meio de Salvação. É um ponto
paralelo ao ponto anterior. Se a lei tivesse a
possibilidade de dar vida, então vida seria
obtida por meio da lei. Seria muito mais fácil
para Deus! Ele não precisaria
ter enviado seu filho jesus para
viver como ser
humano. Que
tremenda negação!
Humilhação para
Deus! E acima de
tudo, para morrer
numa cruz! Nada
disso teria sido
A GRAÇA E A LEI EM PAULO
necessário, se o ser humano pudesse alcançar
justiça pela lei.
Portanto, salvação não é pela lei.
Nenhum esforço humano. Não é pela lei
e nem por uma combinação entre lei e
graça. É única e exclusivamente pela graça
de Deus. A lei não foi dada para ser usada
como método de salvação. A lei é a vontade
de Deus para com seus filhos. A lei reflete
os atributos morais, aquilo que Ele é e
exige dos seus filhos. A lei revela o pecado,
Romanos 7:7; a lei condena o pecador,
Romanos 7:8–10; a lei é santa, justa e boa,
Romanos 7:12. Não há nada de errado com
a lei; o problema é o pecador. É com o ser
humano que há problemas, por causa do
pecado, por causa da natureza pecaminosa.
Romanos 7:13 e 14. Portanto, não há nada
de errado com a lei! Ela não é anulada
pela graça. Romanos 6:15, é uma passagem
muito importante e por conseguinte, muito
interessante que se leia nesse momento:
“E daí? Havemos de pecar porque não
estamos debaixo da lei e sim da graça? De
modo nenhum!” A salvação não autoriza a
que se viole a lei e a se viva em pecado! De
modo nenhum! Entretanto, embora lei não
10
possa salvar não significa que ela possa ser
defeituosa, não esteja cumprindo o papel
para o qual ela foi destinada. Não, de forma
nenhuma. A lei não salva por que esta não
é a razão da sua existência. A lei revela o
pecado, condena o pecador no contexto
do pecado, mas não está apta para salvar.
E para aquele, que já foi salvo por Deus,
por Jesus Cristo, a lei mostra o caminho.
É este o caminho! Romanos 6:16–19, pode-
se ler: “Uma vez salvos, transformados em
servos de Deus para a justiça, para uma
nova vida...” E o que significa essa nova
vida? Qual é a justiça? O que Deus espera
de seus filhos? Está na lei! A lei é, portanto,
um modo de vida. Não um meio pelo qual
se alcança a salvação perante Deus.
Que Deus o abençoe a fim de que
você possa entender este ponto. Ensine
o evangelho com clareza e precisão, não
importa o momento, não importa a
circunstância e nem onde você esteja. Seja
correto na apresentação do evangelho, pois
sua classe e a sua igreja serão abençoadas e
grandemente enriquecidas. Salvação, única
e exclusivamente pela graça de Deus!