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O objetivo da palestra foi levar ao conhecimento dos estudantes o trabalho do psicólogo

junto aos idosos, uma área ainda pouco explorada. Para isso, Viana iniciou sua apresentação
desconstruindo alguns preconceitos em relação aos idosos e à velhice, pontuando que o foco do
trabalho do psicólogo, nesse âmbito, é promover uma adaptação à idade. Esse processo pode ser
doloroso e exige que o profissional esteja aberto para entender essa etapa diferente da vida e as
diversas maneiras como ela pode ser vivida.

Alguns mitos em relação à velhice são: senilidade, isolamento social, inutilidade,


incapacidade de aprender e infantilização do idoso. Todas essas ideias carregam um olhar
profundamente enviesado que não condiz com a realidade dos idosos: é totalmente possível chegar
à velhice com alegria e saúde.

Um problema muito comum nessa área de atuação é que, na iminência da morte, muitas
pessoas se desesperam e começam a correr atrás do tempo. O trabalho do psicólogo, portanto, é
ajudar as pessoas que começam a vislumbrar o fim da vida a ficar em paz com a própria história.

Alguns marcos do envelhecimento podem ser fatores de desencadeamento de problemas


emocionais. Esses fatores podem ser biológicos – instabilidade e fragilidade corporal, rugas,
quedas, processos demenciais – ou sociais – aposentadoria, avozidade, viuvez, institucionalização,
perspectiva da morte e até mesmo violência ou negligência por parte dos familiares.

Além de hospitais, Viana pontuou que o psicólogo também pode atuar em instituições de
longa permanência e espaços de convivência para idosos. Em um dos momentos mais delicados da
apresentação, o palestrante mencionou uma peculiaridade do trato com pacientes em processo
demencial de Alzheimer: se antigamente a prática era fazer o paciente confrontar a realidade,
provocando muitos choques desnecessários e a repetição do luto, a compreensão que se tem hoje é
que é muito mais saudável participar da realidade desse idoso.

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