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ISO CSVM 01/2020

EDITORIAL

Sras. e Srs.,
Comissão de
Segurança de Voo A Comissão de Segurança de Voo na Manutenção - CSVM, continuando
na Manutenção com seu objetivo principal que é de discutir importantes temas com a
comunidade aeronáutica, referentes a Manutenção de Aeronaves,
componentes e mantenedores (mecânicos, técnicos, engenheiros,
pessoal administrativo, etc...), está lançando uma "ferramenta" de
comunicação que é o "ISO CSVM".

Este Informativo de Segurança Operacional, tem a intenção de levar


a todos os responsáveis envolvidos de alguma forma com a Segurança
Operacional na Manutenção, assuntos relevantes para serem discutidos
e difundidos em suas empresas.

Este primeiro informativo, ISO CSVM 001/2020 estamos trazendo os


seguintes assuntos:

1-Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais


mudanças em relação à Aeronavegabilidade das aeronaves civis
brasileiras, com autoria de FIRMINO COTA DE SOUZA JÚNIOR, Membro da
CSVM, Inspac Aeronavegabilidade / EC-PREV 10.034;

2-Manutenção de Aeronaves e Sistemas - O Mantenedor e a


Segurança de Voo (MILTON CARDOSO DE LIMA, Membro da CSVM, EC-MA
00.263; e

3-Avaliação da Prontidão para a segurança de Voo: Um caminho para


a Prevenção ( MÁRCIO FRANCO BORGES – TCel PMES, ANAC: 124157 e
RICARDO MIRANDA PINHEIRO – Maj PMES, ANAC: 131104, Membros da
CSVM.

Solicitamos a todos que divulguem este Informativo amplamente em


suas unidades de manutenção.

Atenciosamente,
CONTATO
Mauricio Maranhão
Mauricio Luiz Maranhão Pinto
(21) 98784-2933 Coordenador da Comissão de Segurança de Voo na Manutenção-CSVM
Milton Lima ASV 99.323
(51) 99365-9389 CEL: (21)98784-2933
csvmmosa@gmail.com
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Novo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais


mudanças em relação à Aeronavegabilidade
Comissão de das aeronaves civis brasileiras.
Segurança de Voo
na Manutenção
Aprovado pela Resolução ANAC nº 546, de 18 de março de 2020, o novo
Regulamento Brasileiro de Aviação Civil 91, ou simplesmente RBAC 91,
intitulado “Requisitos gerais de operação para aeronaves civis”, que era
tão esperado pela comunidade aeronáutica, após um longo período de
estudos, bem como um longo processo (quase 10 anos), consulta pública,
sugestões, etc. enfim saiu, e entrou em vigor em 01 de junho de 2020.
Atualmente o mesmo já está na sua Emenda 01, conforme Resolução nº
554/ANAC. O objetivo deste artigo é comentar as principais mudanças, no que
tange à Aeronavegabilidade das aeronaves, apesar que sabemos que o RBAC-
91 abrange vários itens, principalmente no que tange à operação das
aeronaves.
O RBAC 91 é um dos principais Regulamentos da Aviação Civil, pois ele
traz requisitos Gerais de Operação, e todas as aeronaves civis brasileiras, tem
que cumpri-lo, independente do tipo de operação que a aeronave esteja
realizando (RBAC 135, RBAC 121, SAE – Serviço Aéreo Especializado, Aviação de
Segurança Pública, Escolas de Aviação, Aeroclubes, etc.)
Vamos começar por uma das principais mudanças que o RBAC 91 trouxe,
é a criação do Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA), que
teve como referência a regulamentação EASA (Agência Europeia para a
Segurança da Aviação), na sua “Parte M”, que trata da regulamentação sobre
Aeronavegabilidade Continuada (Continuing Airworthiness), onde é utilizado
um termo similar para uma verificação
periódica de aeronavegabilidade, com escopo idêntico a nossa IAM e RCA, por
isso agora, temos o CVA. Vou esmiuçar melhor, para um fácil entendimento: o

CONTATO CVA aglutinou a IAM – Inspeção Anual de Manutenção e também o RCA / LV


(Relatório de Condição de Aeronavegabilidade / Lista de Verificação), que era
Mauricio Maranhão
(21) 98784-2933 realizado a cada 6 (seis) anos pelas aeronaves registradas nas categorias TPP
Milton Lima
(51) 99365-9389
(operadas à luz do RBAC 91) e TPX (operadas à luz do RBAC 135, exceto TPR).
csvmmosa@gmail.com Então, agora, a aeronave precisa realizar somente o CVA, ANUALMENTE,
tendo o mesmo a validade de 1 (um) ano a partir da data de realização do
CVA.
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Novo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais


mudanças em relação à Aeronavegabilidade
das aeronaves civis brasileiras.

Comissão de
O portal na internet do e-DIAM, migrou para o e-CVA, e as empresas podem
Segurança de Voo
na Manutenção atualizar o CVA normalmente na internet, da mesma forma que atualizavam a
IAM, no portal e-CVA. Agora, os Certificados de aeronavegabilidade, também
não vem mais com validade de 6 (seis) anos, os mesmos só tem data de
emissão, não tendo mais aquela data de validade, ou seja, a validade dos
mesmos, será enquanto a aeronave estiver AERONAVEGÁVEL, ou em SITUAÇÃO
NORMAL no SACI. Enquanto a aeronave estiver realizando o seu CVA
anualmente, então a validade do CA e do CVA são renovados automaticamente
para 1 ano após a realização do CVA. Para as aeronaves operadas segundo o
RBAC 121 (Linha Aérea) ou RBAC 135 registrada na categoria TPR
(Transporte Público Regular), a validade do CVA, na forma estabelecida
pela regulamentação vigente, agora é de 3 (três) anos. Logicamente, temos
que portar a bordo da aeronave também, o Certificado de Verificação de
Aeronavegabilidade (CVA) NOVO, em substituição DIAM.
Outro tópico relevante em relação ao novo RBAC-91: A NSCA 3-13 do
CENIPA (Protocolos de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas) não é mais
requerida a bordo da aeronave, como parte da documentação obrigatória.
Em contrapartida, agora existe a obrigatoriedade de ter a cada voo realizado,
da Lista de Passageiros (PAX), apesar que esse tópico já existir no CBA, e
agora é previsto no RBAC 91, e a mesma deve ser mantida pelo operador por
no mínimo 1 ano após o voo. Essa relação de PAX não tem um modelo
específico, porém a mesma deve conter os dados mínimos suficientes para
identificar a pessoa e o voo (Ex: Marcas da aeronave, nome, RG ou CPF dos
PAX, procedência e destino, data, comandante e assinatura do mesmo).
Há também a obrigatoriedade de portar a bordo, antes de cada voo, o
Manifesto de Carga, que deverá ser calculado / confeccionado com as
CONTATO informações sobre o peso e o balanceamento da aeronave, devidamente
Mauricio Maranhão preenchido; Cálculo do CG da aeronave (Centro de Gravidade), total de
(21) 98784-2933 combustível, PAX, Carga, etc. Observem que aqui não estamos falando da FICHA
Milton Lima
(51) 99365-9389 DE PESO & BALANCEAMENTO da aeronave, essa já era.
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Novo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais


mudanças em relação à Aeronavegabilidade
das aeronaves civis brasileiras.

Comissão de
Segurança de Voo obrigatória, aqui falamos do Manifesto de Carga, que é o cálculo que é
na Manutenção obrigatório que se faça, antes de cada voo, para verificação correta do CG
da aeronave, bem como do seu passeio durante o voo, a fim de verificar se o
passeio do mesmo, não vai extrapolar os limites de passeio do CG previstos no
manual da aeronave.
Agora vamos falar, sobre um dos tópicos que causou maios impacto nas
aeronaves operadas à luz do RBAC 91, é em relação à Seção 91.409 do RBAC 91
– INSPEÇÕES. Anteriormente, no então RBHA 91, tínhamos o seguinte: 91.409(i)
e (j) continham requisitos que foram atualizados conceitualmente,
considerando a lógica de certificação do produto e
o que é mandatório ou não nas instruções do fabricante. Então, o RBHA 91,
trazia que pode SOMENTE PODERIA operar uma aeronave que possua um
programa de manutenção recomendado pelo detentor do certificado de tipo
(ou certificado suplementar de tipo) a menos que os tempos para revisão
geral, os intervalos de inspeção sejam cumpridos.
Hoje, com a nova redação da Seção 91.409 (i) do RBAC 91, observem que o
parágrafo (j) foi suprimido do novo RBAC 91, temos o seguinte: somente é
permitido operar uma aeronave que possua um programa de manutenção
recomendado pelo detentor do certificado de tipo (ou certificado suplementar
de tipo) se forem cumpridas as inspeções desse programa de manutenção
atualizado.
Sendo assim, para todas as aeronaves MONOMOTORAS operadas à luz
do RBAC 91 (TPP, SAE, Aero agrícolas, Escolas de Aviação, Segurança Pública,
Aeroclubes, etc.) INDEPENDENTE SE A MOTORIZAÇÃO É CONVENCIONAL OU A
REAÇÃO / TURBO HÉLICES, o subparágrafo 91.409 (i) do RBAC 91 requer
cumprimento SOMENTE das inspeções do programa de manutenção atualizado
CONTATO da aeronave e STCs instalados (Certificado Suplementar de Tipo). Semelhante
Mauricio Maranhão ao entendimento do FAA (Federal Aviation Adminstration), devidamente
(21) 98784-2933
Milton Lima expressa na Order 8900.1, Vol.6, Ch1, Sec2.
(51) 99365-9389
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Novo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais
mudanças em relação à Aeronavegabilidade
das aeronaves civis brasileiras.

RESUMINDO: as aeronaves MONOMOTORAS operadas à luz do RBAC 91,


Comissão de mesmo equipadas com motores a reação / turbo hélices (Air Tractor, Trhush,
Segurança de Voo Pilatus, Caravan, etc.) somente são obrigadas a fazer a Revisão Geral (RG) nos
na Manutenção respectivos motores, se a mesma estiver prevista na Seção de Limitações de
Aeronavegabilidade do Manual de Manutenção da aeronave, ou ainda, se
estiver previsto em alguma DA / AD (Diretriz de Aeronavegabilidade)
Mandatória. Caso no Manual de Manutenção, venha escrito que a RG é
recomendada, então a ANAC não obriga o Proprietário / Operador que faça a
RG do Motor.
Porém, devemos atentar que a Seção 91.405 (a) do RBAC 91, requer que
as ações corretivas resultantes das inspeções, ou que eventualmente
apareçam entre as inspeções obrigatórias, devem ser realizadas conforme
previsto no RBAC nº 43, ou seja, deve-se cumprir com as INSPEÇÕES e
corrigir todas as discrepâncias encontradas na aeronave. É importante
salientar, que mesmo a não obrigatoriedade do cumprimento da RG para essas
aeronaves, deve-se fazer constantemente o Teste de Performance, conforme
os parâmetros definidos no Manual de Voo e Inspeções da mesma. E também,
que nada impede se o Operador quiser realizar a RG no motor, quando o
tempo ou horas forem atingidos, pois quanto mais restritivo ele for, com
certeza, terá um ganho na Segurança de Voo / Operacional.
Com isso, espero nestas poucas linhas, ter esclarecido os pontos mais
importantes, no que tange à aeronavegabilidade, da mudança dessa legislação
RBAC 91, que é um dos pilares da nossa aviação, pois ele abrange todas as
aeronaves civis brasileiras, independentemente do tipo de suas operações,
mesmo aquelas operadas sobre outras legislações (RBAC 121, 135), pois
também estão sob o "guarda-chuva" do nosso novo RBAC 91.
Forte abraço a todos, e até breve, com mais um assunto IMPORTANTE para
a nossa aviação civil, e consequentemente, para a nossa Segurança
CONTATO Operacional.
Mauricio Maranhão
(21) 98784-2933
Milton Lima
(51) 99365-9389
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Novo Regulamento Brasileiro de Aviação Civil - RBAC 91 Principais


mudanças em relação à Aeronavegabilidade
das aeronaves civis brasileiras.
Comissão de
Segurança de Voo Forte abraço a todos, e até breve, com mais um assunto IMPORTANTE
na Manutenção para a nossa aviação civil, e consequentemente, para a nossa Segurança
Operacional. Que Deus abençoe a todos nós. A CSVM se coloca à disposição
para dúvidas ou esclarecimentos, sobre este, ou demais assuntos, nos nossos
e-mails corporativos: csvmmosa@gmail.com ou csvmmosa@outlook.com
Saudações SIPAER !!!
“A SEGURANÇA DE VOO, COMEÇA NO HANGAR”

FIRMINO COTA DE SOUZA JÚNIOR


Membro da CSVM
Inspac Aeronavegabilidade / EC-PREV 10.034

CONTATO
Mauricio Maranhão
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Ciente: Maurício Maranhão - Coordenador da CSVM
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Manutenção de Aeronaves e Sistemas


O Mantenedor e a Segurança de Voo

Comissão de Do dicionário da língua portuguesa a palavra manutenção significa ação


Segurança de Voo
ou efeito de manter, de sustentar, conservar a manutenção da família. Serviço
na Manutenção
de fiscalização em certas empresas e oficinas.

Quando se trata da manutenção de aeronaves e seus sistemas, colocamos


como significado, impedir ou corrigir o processo de deterioração da célula,
grupo moto propulsor e diversos sistemas, de forma a conservá-los dentro de
padrões de aceitação e limites permissíveis, mantendo as características de
fabricação e operação.

Partindo das definições acima, vemos que a palavra manutenção, tem


ligação direta com a atividade aérea, na qual a aeronave e seus sistemas
necessita estar operando dentro de limites aceitáveis, temos na manutenção a
“mola mestra” da prevenção e segurança de voo.

Para tanto segue-se uma incontável gama de procedimentos padronizados


e específicos para cada tipo de aeronave, com manutenções programadas,
preventivas ou corretivas conforme previsto nos manuais dos respectivos
fabricantes, visando aprimorar não só a eficiência da operação como a
segurança do conjunto de peças e sistemas chamado aeronave.

No contexto manutenção aeronáutica, surge como elemento fundamental


o profissional denominado mantenedor ou mecânico de manutenção
aeronáutica (MMA), que tem sob sua responsabilidade a execução das
atividades inerentes a conservação da aeronave, sendo que para estas funções
é necessária uma formação qualificada, consistente e atualizada,
conhecimentos sobre a legislação técnica, treinamento constante, e todo o
CONTATO
aparato técnico que é indispensável a segurança de voo/ operacional.
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Manutenção de Aeronaves e Sistemas


O Mantenedor e a Segurança de Voo

Comissão de Uma inspeção, revisão, substituição de componente, cumprimento de


Segurança de Voo
diretivas de aeronavegabilidade, e tantos outros procedimentos relativos a
na Manutenção
manutenção requer ser planejada e cercada de toda atenção com foco
exclusivo na atividade, através da utilização de publicações pertinentes, da
rastreabilidade da peça a ser substituída, realização de testes operacionais e
os corretos registros na documentação técnica pertinente, sendo esse serviço
devidamente inspecionado por pessoa habilitada para tal, garantindo a
correção e qualidade do serviço executado.

Cabe ressaltar os perigos e riscos latentes pertinentes a atividade de


manutenção, seja no interior do hangar ou oficina, aos quais os mantenedores
estão expostos e que, tais situações devem ser analisadas e gerenciadas
através de diversas ações e atitudes de prevenção, tendo como base,
inclusive, a legislação que trata da segurança do trabalho, pois no hangar e
oficinas, não se voa e sim se trabalha.

Como podemos observar a manutenção de aeronaves tem inúmeras


condições adversas e inseguras, devido a ambientes insalubres e também
favorece aos atos inseguros, pois é executada por pessoas (fato humano),
sendo esses profissionais estão rotineiramente em contato direto com os mais
variados riscos, que por vezes são negligenciados pela dinâmica da atividade.

O cenário aeronáutico civil brasileiro nos mostra cada vez mais intenso,
sendo que podemos acrescentar os avanços tecnológicos e sistemas
embarcados cada vez mais sofisticados e complexos, tornando as aeronaves
com novos limites de operação, procedimentos e, certamente, uma
manutenção mais apurada e criteriosa.
CONTATO
Mauricio Maranhão
(21) 98784-2933
Milton Lima
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Manutenção de Aeronaves e Sistemas


O Mantenedor e a Segurança de Voo

Com isso, hoje temos a oportunidade através da busca, implementaçã


Comissão de
e inserção no âmbito das diversas Organizações de Manutenção, d
Segurança de Voo programas, treinamentos, e diversas ações voltadas para o Mecânico d
na Manutenção Manutenção Aeronáutica (MMA), fazendo com que esse profissional, sej
devidamente valorizado desde a sua formação, fazendo com que o mesmo
tenha uma plena consciência de sua importância na Segurança de Voo.

Portanto, gostaria de enfatizar que este Informativo, será uma via d


comunicação (linha direta), entre a Comissão de Segurança de Voo n
Manutenção e o MMA, para que possamos através de artigos, comentário
assuntos direcionados à Manutenção, tenhamos a oportunidade de contribu
decisivamente para voos seguros, pois “A segurança no voo, começa no sol
e depende de todos nós.”

MILTON CARDOSO DE LIM


Membro da CSV
EC-MA 00.26
Cód ANAC 11464

CONTATO
Mauricio Maranhão
(21) 98784-2933
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Avaliação da Prontidão para a segurança de Voo:


Um caminho para a Prevenção

Prevenção é sempre o melhor caminho para muitas situações, inclusive, e


Comissão de especialmente, para evitar acidentes de trabalho. Dentro deles, estão os
Segurança de Voo acidentes aéreos ocasionados por falha humana. Mais da metade do total de
na Manutenção acidentes aéreos (67,57%) acontece por erro humano. E são inúmeros os
motivos para que isso ocorra. É preciso destacar o risco das alterações na
prontidão/atenção humana, que por sua vez podem se relacionar a questões de
saúde mental. Depressão, ansiedade, estresse, sono, dor, uso de
medicamentos, problemas metabólicos e psicossociais são alguns dos
exemplos que podem afetar a prontidão humana. No caso específico da
aviação, ainda entra nessa lista a fadiga, ocasionada pelas cargas e horas de
trabalho e que podem prejudicar a qualidade de vida, afetando diretamente a
capacidade de prontidão dos tripulantes.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é um estado


completo de bem-estar físico, social e mental. Já a doença mental refere-se ao
sofrimento, à incapacidade e à morbidade devido a perturbações mentais e
neurológicas, bem como por uso de substâncias. Esse tipo de doença pode
surgir devido a fatores genéticos, biológicos, psicológicos ou sociais. A partir de
instrumentos como a Avaliação da Prontidão, podemos rastrear os parâmetros
ligados à saúde/saúde mental e, de maneira preventiva, evitar o pior.

Nos dias de hoje, a tecnologia tem tornado a aviação cada vez mais segura.

De acordo Thalles Coutinho, em seu artigo “Exame de atenção


computadorizado (EAC) como estratégia diferenciada na gestão da qualidade
de vida e na prevenção de acidentes na aviação civil”, cada vez mais as
aeronaves são fabricadas com sistemas robustos e com vários alarmes para
auxiliar em caso de falha. Apesar disso, o ramo do transporte aéreo ainda é
precário em tecnologias voltadas para a melhoria da qualidade de vida e
prevenção do erro humano. Por esse motivo, o fator humano pode ser
considerado a parte mais delicada e instável dos agentes contribuintes. Ainda
segundo Coutinho, mesmo com essa caracterização desfavorável, a evolução
dos estudos na área constatou que para a falha humana acontecer, diversos
outros aspectos contribuíram para o erro, atestando que o acidente não possui
uma causa única, mas sim uma sequência de falhas que atuariam para a
ocorrência do acidente ou incidente.
CONTATO
Mauricio Maranhão
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Milton Lima
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Avaliação da Prontidão para a segurança de Voo:


Um caminho para a Prevenção
Por toda essa multiplicidade de fatores, notou-se a importância do auxílio
Comissão de de ferramentas para a identificação de possíveis colaboradores mais
vulneráveis a comportamentos de risco, incluindo o erro operacional, no
Segurança de Voo
decorrer das suas atividades diárias. Sendo assim, em 2015 o Núcleo de
na Manutenção Operações e Transporte Aéreo (NOTAer) implementou em sua unidade uma das
modalidades de avalição de atenção e prontidão do sistema conhecido como
FOCOS (Ferramentas Ocupacionais Computadorizadas em Saúde e Segurança)
em todos os setores do núcleo – incluindo na Seção de Manutenção (SMNT),
responsável por realizar inspeções de até 150 horas, inspeções anuais e ações
corretivas de mesma complexidade nas quatro aeronaves operacionais do
NOTAER. O programa foi desenvolvido por Cabral, H.W.S & Cabral R.W.S., 2006,
assumindo o pioneirismo em inovação de saúde e segurança na aviação
brasileira. Trata-se de uma avaliação da prontidão, uma ferramenta de rastreio
neuropsicofisiológico que investiga situações pontuais de saúde e identifica um
perfil médio necessário para o desenvolvimento das funções com base na
análise da capacidade atencional/prontidão dos empregados, bem como de
possíveis queixas clínicas e psicossociais.

Enquanto o profissional realiza o teste, áreas do cérebro são ativadas. Na


ocasião, são avaliados alguns parâmetros, como a atenção, a impulsividade, o
tempo de reação e a desconcentração. Tudo de forma objetiva e didática,
adaptado à cultura brasileira. É um instrumento eficaz, cujos benefícios já
foram comprovados com a diminuição de acidentes em muitas das
organizações que realizam há anos essa avaliação de prontidão nas áreas da
siderurgia, mineração, logística e outras.

Segundo o Major da PM Ricardo Pinheiro, em um trabalho monográfico


apresentado em 2017 no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança
Pública da Polícia Militar do Espírito Santo, constatou-se que a partir de dados
extraídos da Avaliação da Prontidão, em 2016 68% dos testes realizados pelos
mecânicos apresentaram algum desvio em relação ao nível de
atenção/prontidão esperado para atividade.

Conforme Major Pinheiro, “o mesmo estudo apontou que 75% dos


colaboradores informaram ter mudado de comportamento após a identificação
do desvio pela avaliação, demonstrando que o sistema tem o potencial de ser
CONTATO um catalizador no processo de busca por uma melhor preparação individual nas
atividades laborais. O rastreio da condição dos colaboradores do NOTAER, com
Mauricio Maranhão
(21) 98784-2933 destaque para o pessoal de manutenção, contribuiu para que a alta gerência
Milton Lima adotasse medidas para redução dos riscos de segurança operacional.
(51) 99365-9389 Atualmente, o NOTAER reforçou o comprometimento com a Avaliação da
csvmmosa@gmail.com Prontidão Computadorizada, incentivando e conscientizando a todos da
importância desta ferramenta. Junto a isso, estabeleceu protocolo
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Avaliação da Prontidão para a segurança de Voo:


Um caminho para a Prevenção

de tratamento de desvios, por vezes afastando funcionários de suas atividades


Comissão de de forma preventiva à ocorrência de acidentes/incidentes”.
Segurança de Voo
Sabe-se que cada vez mais a preocupação com a qualidade de vida no
na Manutenção ambiente corporativo tem sido mais notória, entretanto ainda é um tema em
ascensão. As empresas que investem em programas de bem-estar e prevenção
podem ter resultados efetivos e até mesmo inéditos na qualidade de vida de
todos. No setor da aviação não deve ser diferente e o pesquisador Thalles
Coutinho fala um pouco sobre isso:
“As falhas nas regulamentações se enquadram em um contexto extremamente
perigoso, pois a fadiga se apresenta como um dos principais fatores que
declinam a atenção, uma vez que a exaustão compromete a capacidade de
resposta cognitiva dos indivíduos, se firmando como um fator frequente para
ocasionar acidentes. No mesmo sentido, a fadiga não é o único fator que
implica na qualidade de vida dos tripulantes, existem diversos ofícios da
profissão que são responsáveis pela qualidade de vida deficitária do mesmo”.

As experiências da Avaliação da Prontidão no NOTAer foram satisfatórias


e positivas para a atividade aérea e para os tripulantes. Entre os benefícios
diretos, podemos destacar: a) as oportunidades diárias criadas pela ferramenta
que podem ter evitado a exposição ao risco dos tripulantes; b) as mudanças
comportamentais dos tripulantes, que passaram a ter maior autocuidado,
conscientização com a saúde própria e de terceiros e as boas práticas de vida;
c) o desenvolvimento, na organização, do cuidado entre os pares e do apoio dos
superiores. Por fim, destaca-se como a fadiga é considerada um dos problemas
mais relevantes da segurança operacional na atividade aérea. E graças à
ferramenta de Avaliação da Prontidão, está sendo possível identificar
previamente os tripulantes fadigados, de maneira objetiva, por meio dos
declínios atencionais encontrados no ambiente organizacional. Assim, é
possível realizar todas as medidas necessárias para melhorar essa adversidade
da organização. Um caminho inovador em direção à prevenção.

MÁRCIO FRANCO BORGES – TCel PMES


ANAC: 124157
Membro da CSVM

CONTATO RICARDO MIRANDA PINHEIRO – Maj PMES


ANAC: 131104
Mauricio Maranhão Membro da CSVM
(21) 98784-2933
Milton Lima
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Ciente: Maurício Maranhão - Coordenador da CSVM

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