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Integração sensorial
As dificuldades sensoriais são reconhecidamente uma característica de TEA, incluída
como critério diagnóstico desta condição. São consideradas um fator de impacto
importante no comportamento do autista que, se não trabalhada, pode reduzir a
perspectiva de desenvolvimento. Um estudo publicado no ano de 2011 mostrou que
comportamentos sensoriais limitam a participação no trabalho, família e lazer.
Embora os receptores dos sentidos estejam localizados no sistema nervoso periférico,
acredita-se que o problema decorre da disfunção neurológica no sistema nervoso central –
o cérebro. Por isso, acredita-se que uma das maneiras de trabalhar o autista é por meio da
integração sensorial – que envolve atividades que acionam múltiplos sentidos ao mesmo
tempo. Segundo a Dra. A. Jean Ayres, a dinâmica centra-se principalmente em três
sentidos básicos, conforme apresentado em reportagem publicada no Autism Research
Institute:
Embora esses três sistemas sensoriais sejam menos familiares do que a visão e a
audição, eles são fundamentais para nossa sobrevivência. Basicamente,nos permitem
experimentar, interpretar e responder a diferentes estímulos em nosso ambiente.
No autismo eles podem responder por reações como recusar a comer determinado
alimento por conta de sua textura; dificuldade de executar ações de movimento como subir
e descer escadas; e até mesmo de se sentar em uma cadeira ou usar uma colher para se
alimentar.
Estas experiências sensoriais podem gerar excesso de estimulação no cérebro o que torna
difícil para o autista organizar seu comportamento e se concentrar, ocasionando uma
resposta emocional negativa à estas sensações (tátil; vestibular e proprioceptivo).
A avaliação e o tratamento dos processos integrais sensoriais básicos devem ser
realizados por terapeutas ocupacionais e/ou fisioterapeutas, com apoio dos familiares do
autista.
De acordo com o Autism Research Institute, os objetivos gerais do terapeuta são: (1)
fornecer à criança informações sensoriais que ajudem a organizar o sistema nervoso
central, (2) auxiliar a criança a inibir e/ou a modular a informação sensorial e (3) ajudar a
criança no processamento da resposta aos estímulos sensoriais.
Desafios
Um dos aspectos que tornam a fragilidade sensorial no autismo difícil de estudar, no
entanto, é que os problemas sensoriais são variáveis. O que isso quer dizer? Uma criança
com TEA pode gritar toda vez que vai ao supermercado, enquanto outra criança pode
gostar de ir ao supermercado e empurrar o carrinho. Geralmente, estudos sobre autismo
não aprofundam nessas peculiaridades dos problemas sensoriais.
Para Mary Temple Grandin, portadora do espectro e considerada referência mundial em
autismo, sendo prova viva de que as características comuns do TEA podem ser
controladas e modificadas, embora haja na literatura científica pesquisas que reconheçam
e identifiquem a questão da deficiência sensorial no autismo, poucos aprofundam nas
especificidades de cada caso, o que, segundo ela, poderia levar a tratamentos mais
efetivos para aliviar a sensibilidade sensorial. “Seria mais fácil para um indivíduo com
autismo participar de atividades normais se seus problemas fossem efetivamente tratados
de acordo com suas necessidades específicas”, relatou ela no artigo “Treatments needed
for severe sensory sensitivity”, publicado em 2011, no site Spectrum News.
Referência
Schaaf R.C. et al. The everyday routines of families of children with autism. Autism.
2011. Vol 15, Issue 3, pp. 373 – 389. Disponível em
<http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1362361310386505?url_ver=Z39.88-
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%3dpubmed#articleCitationDownloadContainer>
Hatch-Rasmussen C. Integração sensorial.Autism Research Institute. Disponível em
<https://www.autism.com/symptoms_sensory_overview>
Deweerdt S. Talking sense: What sensory processing disorder says about
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Sensory differences. The National Autistic Society. Disponível em
<http://www.autism.org.uk/sensory>
FONOAUDIOLOGIA E AUTISMO:
REDUZINDO DIFICULDADES DE
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO NO TEA
11 de set de 2017
Artigos Recentes
Correr, jogar bola, escovar os dentes ou mesmo aprender a falar, caminhar e escrever.
Consideradas habilidades motoras, estas atividades podem representar um universo
desafiador para o indivíduo que tem Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Acredita-se
que a causa provável da manifestação de distúrbio motor tem origem nas conexões
anormais entre os neurônios – condição comum no TEA. Para se ter uma ideia, estima-se
que aproximadamente 80% das crianças com autismo apresentem dificuldade neste
campo.
Desde 1960 estudos demonstraram que as habilidades motoras ajudam as crianças a
aprender comportamentos sociais e de comunicação básicos. São fatores que estão
interligados. Estas chamadas “habilidades motoras” podem incluir movimentos finos,
responsáveis por atividades como escrita e desenho; e grandes movimentos, também
conhecidos como habilidades motoras grossas, tais como andar, pular. Se não
desenvolvidas, podem interferir no comportamento social e de comunicação do autista –
inclusive impactando na capacidade de fala e de compreensão das palavras.
Uma vez que a infância é um momento muito importante e sensível no desenvolvimento e
na formação de muitos padrões motores finos e grossos, as primeiras intervenções devem
ser iniciadas neste período.
Promover brincadeiras simples, como desenhar com tinta guache, mexer com massinhas
de modelar, encaixar objetos em plataformas, podem inspirar a criança a desenvolver
habilidades motoras finas.
Já as grossas podem ser estimuladas por meio de ações como marchar, saltar em um
trampolim, jogar bola, dançar, andar de triciclos e bicicletas. Um estudo avaliou o efeito do
exercício físico sobre as habilidades motoras em crianças autistas. Além de fortalecer
músculos e melhorar a coordenação, também oferecem oportunidades de aprendizado
que podem impactar na capacidade de linguagem.
Motive o seu filho a praticar equilíbrio em atividades como caminhar sobre uma linha de
fita. Em sua casa, faça um caminho de obstáculos usando cadeiras, travesseiros, cordas e
caixas.
Uma vez que a criança experimenta sucesso, ele ou ela poderá se sentir motivada para
tentar outras práticas. A chave é se divertir. Então, lembre-se que: quando ajudar as
crianças com autismo a desenvolver habilidades motoras – um bom termômetro é você
considerar a atividade agradável – sobretudo do ponto de vista sensorial. Se você gostar
as chances de elas também são maiores.
Tenha em mente que as crianças com TEA também podem ser excessivamente sensíveis
a algumas texturas, sons, gostos e cheiros, de modo que os materiais que uma criança
gosta de interagir podem ser muito perturbadores para outras. Encontre o que funciona
melhor para o seu filho. Seja qual for a escolha, amor, carinho, paciência e perseverança
são ferramentas-chaves para alcançar êxito neste processo.
Referências
Kedro, M. Movement Activities for Autism. Livestrong. 13 jun. 2017. Disponível em
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