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NOÇÕES SOBRE MEDIUNIDADE

Mediunidade é a faculdade, ou aptidão, que possuem certos indivíduos, denominados médiuns, de servirem de
intermediários entre os mundos físico e espiritual.

A mediunidade é inerente ao organismo, como a visão, a audição e a fala, daí, qualquer um pode ser dotado dessa
faculdade.

É uma conquista da alma; daí, a necessidade de oração e vigilância, de reforma íntima, isto é, da substituição de
defeitos e vícios, por qualidades e virtudes, de uma conduta moral irrepreensível, para que possa sintonizar-se com
espíritos de hierarquia mais elevada.

Evangelizando-se, estudando muito, dando a cota de tempo de que possas dispor e, principalmente, seguindo lições
como a que se encontra no capítulo XXVI, do Evangelho Segundo o Espiritismo “Daí de graça o que de graça
recebestes”.

Na I Epístola de Paulo de Tarso aos Coríntios, temos lições sobre teoria e prática mediúnica.

Em O Livro dos Médiuns, Kardec também o faz. De ambos, as lições “Os Dons Mediúnicos” demonstram a
inteligência, as potencialidades, a diversidade de Espíritos que existem na Terra.

Não é bastante, por isso, estudar ou conhecer o efeito; é indispensável buscar e conhecer a causa de todos os
fenômenos que se vão estudando. Toda a mediunidade a serviço de Jesus é realizada pelos Espíritos mais evoluídos
que sintonizam com cada médium, conforme sua capacidade de doação.

Paulo traz ensinamentos de imenso valor doutrinário: “Quanto aos dons mediúnicos, não quero, irmãos, que estejais
em ignorância”, começa ele no cap. 12. Explica a diversidade de carismas, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversidade de operações, mas é o mesmo Deus, que opera em todos.

Prossegue falando da mediunidade de vidência e xenoglossia, dizendo que não basta haver médiuns em sintonia, é
preciso haver pessoas em estado de lucidez que orientem os trabalhos, dialoguem com os Espíritos e interpretem o
que haviam dito.

Todas as formas de mediunidade são necessárias; nenhuma faculdade é superior à outra; são todos indispensáveis
ao bomandamento dos trabalhos, até as mais humildes tarefas.

Não há ninguém mais importante, porque todos são importantes, mas cada um deve ter a sua tarefa específica e por
vezes até certa hierarquia em favor da disciplina, pois tudo deve ser feito dentro da mais absoluta ordem.
Allan Kardec, no século XIX, e os espíritas do século XX, reexaminam incessantemente as fontes do Cristianismo
primitivo, buscando ali as lições que os inspirem. Hoje ainda temos as preocupações de Paulo.

“Orar e vigiar” é a maior delas.

Cada um de nós é o único responsável pela valorização das oportunidades ofertadas por Deus.

Paulo classifica a mediunidade, discorre sobre a hierarquia das funções, fala sobre o exercício da mediunidade e
escreve sobre a “excelência da caridade”, no Cap. 12. Por que o ensaio sobre o amor é inserido no contexto de uma
dissertação sobre a mediunidade?

Porque Paulo compreendeu profundamente esta verdade: “Se eu falar a língua dos homens e dos anjos e não tiver
caridade, sou como um metal que soa, ou como o sino que tine. E se tiver o dom da profecia e penetrar todos os
mistérios, mas não tiver a caridade, nada sou”.

Entre estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a maisexcelente é a caridade”. Coloca assim, a caridade
acima da própria fé. O exercício da mediunidade sem o amor, é frio e inócuo.

Emmanuel, em O Consolador, respondendo a questões afirma: A maior necessidade do médium é evangelizar-se a si


mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o
fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. “O primeiro inimigo do médium reside nele mesmo”.

Frequentemente é o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus


deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, conduzem à invigilância, à leviandade e à
confusão dos campos improdutivos.

Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa
vontade, com o melhor esforço de autoeducação, à claridade do Evangelho.

BIBLIOGRAFIA:

Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo

Xavier, F. C. - O Consolador

QUESTIONÁRIO:

1 - O que é mediunidade?
2 - Qual o principal inimigo do médium?

3 - Na sua opinião, por que o médium deve evangelizar-se?

Mediunidade (ou medianimidade) : é a faculdade genérica de pôr-se em comunicação com Espíritos —


desencarnados ou encarnados — , captar- lhes o pensamento ou sofrer-lhes a influência ou , ainda , a
faculdade específica de servir de medianeiro/intermediário às comunicações espíritas.

Em realidade , todos nós recebemos a influência dos Espíritos. Porém , a maioria de nós nem percebe essa
influência ou intercâmbio oculto , em nosso mundo íntimo , na forma de pensamentos , estados de alma ,
impulsos , pressentimentos , etc. Isto porque o mundo físico e extrafísico agem e reagem um sobre o outro .
É , através de nosso corpo espiritual (perispírito) que mantemos contato constante com o mundo espiritual
sobre o qual atuamos e do qual recebemos influência — boa ou má — , ininterruptamente (mediunidade
estática ou genérica).

Porém, a mediunidade propriamente dita constitui uma faculdade especial , peculiar apenas a certos
indivíduos , que servem de instrumento específico às comunicações e às manifestações espíritas.

Sendo uma faculdade natural , que permite sentir e transmitir a influência dos Espíritos , ensejando o
intercâmbio , a comunicação entre o mundo físico e o mundo espiritual , é capacidade que pode ou não ser
usada (livre-arbítrio) . E , por ser uma faculdade natural , manifesta-se espontaneamente em : crianças e
velhos , homens e mulheres . É , também , uma faculdade neutra em si , portanto se manifesta em qualquer
pessoa , independentemente do seu temperamento , do seu estado de saúde , sua religião , seu status
social , sua cor , seu grau de desenvolvimento intelectual e moral , o lugar em que se esteja . O bom ou o
mau uso da mediunidade depende da moral do médium , pois será este que dará o tom da sintonia maior
entre o mundo dos encarnados e dos desencarnados.

A mediunidade é uma faculdade espiritual — atributo do Espírito , patrimônio da alma imortal — com
desdobramentos orgânicos ; pois , a base da mediunidade está na organização física do corpo.

"A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos
tempos do Consolador , atualmente em curso na Terra." (O Consolador - Perg. 382 - Emmanuel/Francisco
Cândido Xavier)

Por meio do perispírito é que os Espíritos atuam sobre a matéria inerte e produzem os diversos fenômenos
mediúnicos espontâneos ou provocados.

O perispírito é a chave , o princípio das manifestações mediúnicas e anímicas.

O perispírito , substância haurida do Fluido Cósmico ou Universal que envolve o Planeta , é mais ou menos
etéreo conforme os mundos e o grau de depuração do Espírito ; quanto mais elevado for o Espírito , ele
atrairá para si as partículas mais puras dessa atmosfera fluídica que envolve o globo (este fluido não é
homogêneo).

Como é um corpo fluídico , sutil e expansível , o perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo
físico , irradia para o exterior , formando em torno do corpo uma espécie de atmosfera fluídica (aura) que o
pensamento e a força de vontade podem dilatar mais ou menos , entrando em relação com outras auras de
Espíritos encarnados ou desencarnados.

O corpo perispiritual é o agente , o intermediário entre o espírito e o corpo físico . É ele que transmite ao
corpo a vontade do espírito (emoções) e leva ao espírito as sensações experimentadas pelo corpo de carne
(sensações) . Ele desempenha importante papel em todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto , nos
fenômenos fisiológicos e patológicos.
A faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansiva do perispírito do médium e da maior
ou menor facilidade da sua assimilação pelo dos Espíritos . Depende , portanto , do organismo.

As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio dos respectivos perispíritos ,
dependendo a facilidade dessas relações , do grau de afinidade existente entre os dois fluidos , o do
médium e o do Espírito comunicante.

Por meio da combinação dos fluidos perispiríticos o Espírito , por assim dizer , se identifica com a pessoa
que ele deseja influenciar ; não só lhe transmite o seu pensamento (mente a mente ) , como também chega
a exercer sobre ela uma influência física , fazê-la agir ou falar à sua vontade , obrigá-la a dizer o que ele
queira (educação mediúnica) , servir-se , numa palavra , dos órgãos do médium , como se seus próprios
fossem . Pode, enfim , neutralizar a ação do próprio espírito da pessoa influenciada e paralisar-lhe o livre-
arbítrio . Os bons Espíritos se servem dessa influência para o bem (psicofonia/incorporação/psicopraxia) e os
maus Espíritos para o mal (obsessão : subjugação ou possessão).

Podem os Espíritos manifestar-se de uma infinidade de maneiras : efeitos físicos ou efeitos inteligentes ;
diversidade de fenômenos e diversidade de aptidões ou de carismas : diferentes espécies de médiuns.

O médium serve de intermediário entre o mundo físico e o mundo espiritual, podendo ser o intérprete ou
instrumento para o Espírito desencarnado. Logo, o médium em sentido estrito , é aquele que é dotado de
mediunidade dinâmica (ostensiva) ; possui tarefa definida , pré- estabelecida quando de sua reencarnação .
Ele é portador de mediunidade de serviço , porque deve exercê-la para auxiliar o próximo . Ele renasce no
plano material com o encargo de exercer a tarefa mediúnica em favor daqueles que necessitarem dos seus
serviços.

Reencarnaram já preparados para isso (perispírito e corpo físico ) ; pois , o perispírito se libera com mais
facilidade (desdobramento ou emancipação da alma), readquirindo , assim as percepções e faculdades
espirituais que geralmente o corpo material embota.

Enfim, a mediunidade é a comunicação que se estabelece de alma para alma , por meio do pensamento
(mente a mente) entre encarnado/desencarnado, encarnado/encarnado ou entre desencarnado/desencarnado .
E, o perispírito é fundamental nas manifestações mediúnicas , pois , o intercâmbio entre os Espíritos e os
encarnados se processa graças às propriedades do perispírito, porque é através do perispírito que o Espírito
atua sobre o médium (perispírito a perispírito).

"O médium, para servir a Jesus de modo eficiente, no campo da Humanidade, precisa afeiçoar-se à
instrução, ao conhecimento, ao preparo e à própria melhoria, a fim de que se faça filtro de luz e paz,
elevação e engrandecimento para a vida e para o caminho das criaturas." (Mediunidade e Sintonia .
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier. Cap. XI – Prática Mediúnica).

PARTE A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE

Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual.


"O dom da mediunidade é tão antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns [...] Todos os povos tiveram seus
médiuns. E as inspirações de Joana D'Arc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam. Esse
dom que hoje tanto se expande havia se tornado mais raro nos tempos medievais, mas jamais desapareceu" (LM 2a
parte, Cap. XXXI, item 11).

O mediunismo (manifestação mediúnica em sua expressão empírica, natural) sempre esteve presente na história,
mas as manifestações mediúnicas (mediunidade consciente, vista sob a ótica da racionalidade ganharam um novo
enfoque a partir do Espiritismo revivendo a visão cristã da mediunidade, perdida através dos tempos, e tornando-a
um fenômeno mais consciente destituído de mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade.
Os Espíritos comparam a atuação do médium à de instrumento, um intermediário. O intercâmbio mediúnico ocorre
através do pensamento, é uma "ligação mental" estabelecida entre o Espírito comunicante e o Espírito do médium
receptor. Dizem os Espíritos Erasto e Timóteo:"Com efeito, nossas comunicações com os Espíritos encarnados,
diretamente, ou com os Espíritos propriamente ditos, se realizam unicamente pela irradiação do nosso
pensamento» (L.M. 2a parte, Cap. XIX, item 225).
São os fluidos emitidos pelo Espírito que agem sobre o médium e sobre seus órgãos físicos, e são esses fluidos o
veículo do pensamento. "O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos espirituais como o dos Espíritos
desencarnados; ele se transmite de Espírito a Espírito pela mesma via, e, segundo seja bom ou mau, saneia ou vicia
os fluidos secundantes" (GE., Cap. XIX item 17).
A semelhança de idéias, pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante ao direcionar a emissão e
recepção de fluidos. "A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou repulsão, segundo o
grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os
maus ..." (L.M. 2a parte, Cap. XX, item 227).

Como os Espíritos se comunicam por pensamentos e não por palavras, e a sintonia se estabelece através da
semelhança de propósitos, são idéias ou imagens que o Espírito emite em ligação com o médium, e que este capta
conforme sua capacidade. Nessa ligação mental, o perispírito apresenta papel muito importante, pois ele é o elo
material entre o Espírito e a matéria. "Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel
preponderante no organismo; pela sua expansão, coloca o Espírito encarnado em relação mais direta com os
Espíritos livres, e também com os Espíritos encarnados" (GE., Cap. Xiy item 17).
Através de André Luiz, podemos compreender melhor o aspecto específico da relação entre perispírito e corpo físico
no fenômeno mediúnico, quando se refere à mediunidade espontânea que começa a aflorar no homem primitivo:
"... os encarnados que demonstrassem capacidade mediúnica mais evidente, pela comunhão menos estreita entre as
células do corpo físico e do corpo espiritual, em regiões do corpo somático, passaram das observações durante o
sono, às observações da vigília [...] Quanto densos os elos entre os implementos físicos e espirituais nos órgãos da
visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo as mesmas normas ] clariaudiência e para
modalidades outras ..." (Evolução em Dois Mundos, Cap. 17, pág. 134 - grifo nosso).
A mediunidade surge como o veículo utilizado pelos Espíritos para nos trazerem a Terceira Revelação. "O Espiritismo
é a Terceira Revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do
ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da terra e
por inumerável multidão de intermediários" (E.S.E., Cap. l, item 6).
Em 1862, no Livro dos Médiuns, Kardec consolida a concepção da capacidade de comunicação entre o plano físico e
espiritual como uma aptidão pertencente a todos. Introduz o conceito de mediunidade como uma faculdade
abrangente e irrestrita, e não como um dom especifico destinado a poucos escolhidos. Desse modo, afirma: "toda
pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente
ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado
rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 159).
A confirmação de que todas as pessoas são passíveis de serem influenciadas pslos Espíritos se encontra no livro dos
Espíritos, no seguinte trecho, onde se pergunta aos Espíritos sobre a possibilidade de sua interferência em nossa vida
cotidiana:-"Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?- Nesse sentido a sua influência é
maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem" L.E., livro 2º, Cap. XIX, item 459).
Apesar da generalização do conceito de mediunidade, o próprio codificador nos atenta ao fato que usualmente a
utilização do termo médiuns "se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que
se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva"
(L.M., 2a parte, cap. XIV, item 159).

Kardec a coloca como uma faculdade desvinculada da necessidade da fé religiosa e relacionada à condição orgânica
do médium: "Vimos pessoas completamente incrédulas ficarem espantadas de escreverem sem querer, enquanto
crentes sinceros não o conseguiam, o que prova que essa faculdade se relaciona com predisposições orgânicas"
(L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209).

Também André Luiz ressalta as relações entre a moral e a mediunidade: "Forçoso reconhecer, todavia, que a
mediunidade, na essência, quanto à energia elétrica em si mesma, nada tem que ver com os princípios morais que
regem os problemas do destino e do ser. Dela podem dispor, pela espontaneidade com que se evidencia, sábios e
ignorantes, justos e injustos, expressando-lhe, desse modo, a necessidade da condição reta, quanto a força elétrica
exige disciplina a fim de auxiliar.

"A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à propria vida e, com todas as suas deficiências e grande acertos e
desacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias, tantos
infortúnios na Terra [...] Também a mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas antes de
tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo
físico e sustentando-o, possa igualmente erigir-se filtro das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da
Humanidade aos domínios da luz" (Evolução em Dois Mundos, 17, pág. 136 e 137 - grifo nosso).
Do Evangelho Segundo o Espiritismo extraímos a seguinte citação que demonstra a relação entre o carater
abrangente da mediunidade e seu objetivo maior, que seria o de auxiliar o aprimoramento moral do próprio
médium, independente de suas condições específicas:
"Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E
onde estaria o limite da dignidade e da indignidade. A mediunidade é dada sem distinção, afim de que os Espíritos
possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos, para os
fortalecer no bem; aos viciosos, para os corrigir. Esses últimos não são os doentes que precisam de médico?
"Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que pode tirá-lo da lama? Os bons Espíritos
vêm assim em seu auxílio. E seus conselhos, que ele recebe diretamente, são de natureza a impressioná-lo mais
vivamente, do que se os recebesse de maneira indireta. Deus, na sua bondade, poupa-lhe a pena de ir procurar a luz
a distância, e lha mete nas mãos" (E.S.E., Cap. XIV, ítem 12).
E assim que percebemos a importância da preocupação do médium com suas qualidades morais para o bom
exercício da mediunidade: o pensamento sintonizado com a moral evangélica e o comportamento adequado aos
padrões cristãos são essenciais ao bom exercício mediúnico: "A nediunidade não implica necessariamente as
relações habituais com os Espíritos superiores. E' simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou
menos dócil, aos Espíritos em geral.

O bom médium não é, portanto, aquele tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e
só por eles é assistido. É nesse sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância
absoluta para a mediunidade" (E.S.E., Cap. Xiy item 12).
No Livro dos Médiuns, um verdadeiro tratado sobre mediunidade, o codificador ressalta também as peculiaridades
da sensibilidade de cada médium: "Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma
maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide
em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações" (L.M., 2a parte, Cap. XI\Ç item 159).

No entanto, estabelece uma classificação geral que, apesar de não impor como absoluta, faz questão de reportar
como de autoria inteiramente atribuída aos Espíritos. Diz ele que, levando em consideração as semelhanças entre
causa e efeito, encontramos a divisão dos "médiuns em duas grandes categorias:

"Médiuns de efeitos físicos - Os que têm o poder de provocar os efeitos materiais ou as manifestações mais
ostensivas.
"Médiuns de efeitos intelectuais - Os que são mais especialmente aptos a receber e a transmitir as comunicações
inteligentes" (L.M., 2ª parte, Cap. XVI - "Quadro Sinótico", item 187).
Como exemplos de efeitos físicos teríamos a escrita reta, a materialização, a tiptologia (produção de ruído
pancadas), etc. Entre os efeitos intelectuais teríamos a psicofonia, a psicografia, a audiência, a vidência, etc. Kardec
ressalta também que "é às vezes difícil estabelecer o limite entre ambos, mas isso não acarreta nenhuma
dificuldade. Incluímos na classificação de médiuns de efeitos intelectuais os que podem mais especialmente servir de
instumentos para comunicações regulares e contínuas" (L. 2a parte, Cap. XVI, item 187).

Bibliografia:
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XXXI item 11 - Allan Kardec 
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIX item 225 - Allan Kardec 
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XX item 227 - Allan Kardec 
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIV item 159 - Allan Kardec 
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XVII item 209 - Allan Kardec: 
A Gênese - Cap. - XIV item 17 - Allan Kardec; 
Evolução em Dois Mundos - Cap. 17 - André Luiz 
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I item 6 - Allan Kardec 
O Livro dos Espíritos - Livro 2.° - Cap. XIX item 459 - Allan Kardec
PARTE B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO
Kardec nos ensina como "a natureza das comunicações está sempre relacionada com a natureza do Espírito", mas
ressalta que, "ao lado da aptidão do Espírito, existe a do médium, instrumento que é para ele mais ou menos
cômodo, mais ou menos flexível, e no qual ele descobre qualidades particulares que não podemos apreciar" (L.M.,
2a parte, Cap. XVI, item 185). E acrescenta: "... apesar da igualdade de condições quanto à potência mediúnica, o
Espírito dará preferência a um ou a outro, segundo o gênero de comunicações que deseja transmitir" (L.M., 2a parte,
cap. XVI, item 185).
No mesmo item, Kardec lembra que as aptidões do médium em sua vida atual nem sempre são determinantes na
definição do conteúdo das mensagens que ele recebe. Assim, poetas podem não conseguir trazer mensagens
mediúnicas em forma de poesia, enquanto que outros sem aptidão para conhecimentos científicos podem trazer
comunicações sábias. De acordo com Kardec, ocorre o mesmo com o desenho, a música, etc.
Os fatores mais importantes no estabelecimento da ligação mediúnica são outros: os Espíritos "se comunicam dando
preferência mais ou menos acentuada a este ou àquele médium, de acordo com as suas simpatias" (L.M., 2a par-:e,
Cap. XVI, item 185). As qualidades do médium são essenciais para que haja afinidade entre o médium e espírito
comunicante: "é a intenção, o pensamento íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga o
Espírito" (L.M., 2ª parte, Gap. XVI, item 186).
A afinidade é obtida através da sintonia do Espírito com os pensamentos, comportamentos, emoções e palavras
emitidos pelo médium costumeiramente. Daí, inferimos a importância do conhecimento evangélico-doutrinário do
médium, da sua sinceridade de propósitos, dos tipos de pensamentos que emite no dia-a-dia, do seu interesse pelo
desenvolvimento das virtudes e pela eliminação dos defeitos e vícios. Como vimos, nossos pensamentos e emoções
impregnam os fluidos, e são os fluidos que nós emitimos que atraem outros fluidos semelhantes, permitindo um
maior ou menor equilíbrio do médium.
A semelhança de pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante para o médium captar os fluidos da
espiritualidade. Como os Espíritos se comunican pensamentos e não por palavras, são idéias ou imagen o Espírito
emite em ligação com o médium e que capta conforme sua capacidade. Pode haver também maior afinidade entre
Espíritos em que haja envolvimento emocional (outras existências, amizade, simpatia, etc.) esse tipo de
envolvimento não é essencial para que ocorra a ligação mental.

Sendo assim, o médium iniciante deve buscar estabelecer comunicações com um Espírito determinado, pois
"...ocorre, frequentemente, que não seja este que as relações fluídicas se estabeleçam com mais facilidade, por
maior simpatia que lhe devote" (L.M., 2a Cap. XVII, item 203 - grifo nosso). Outras questões também influenciam na
ligação mediúnica. Entre elas, pode-se citar as condições de aproximação da entidade comunicante. Somente haverá
comunicação verdadeiramente mediúnica se houver um Espírito disposto a transmiti-la, e para que os bons Espíritos
se manifestem em um trabalho é necessário que o ambiente seja devidamente preparado.

Kardec nos ensina que as reuniões sociais comuns são diferentes das reuniões mediúnicas, e que estas, "para se
obterem resultados desejáveis requerem condições especiais" (L.M., 2a parte, Cap. XXIX, item 324). Nisso influirá
também o caráter do objetivo da reunião: reuniões para assuntos frívolos atrairão espíritos frívolos; reuniões com
objetivos sérios atrairão Espíritos sérios.
O padrão vibratório também é importante entre os fatores que auxiliam a aproximação. O padrão vibratório é
consequência dos tipos de fluidos ou pensamentos emitidos no momento do trabalho, e que vão direcionar a
sintonia do médium com o Espírito comunicante. Para melhorar o seu padrão vibratório, o médium deverá
resguardar-se de pensamentos inferiores pelo menos no dia do trabalho, preparar-se com preces e leituras
evangélicas, evitar brigas e desentendimentos, enfim, manter uma conduta irrepreensivel. Daí a importância do
"Orai e vigiai" e da "Reforma Intima" como fatores de equilíbrio.

Portanto, o médium desequilibrado dificulta a comunicação com Espíritos, pois com o perispírito desequilibrado,
também não é possível estabelecer uma ligação mediúnica plena com a espiritualidade. Podemos também
acrescentar a disposição do médium em servir-se de intermediário, sua aceitabilidade. O medo ou a insegurança do
médium podem dificultar o intercâmbio mediúnico. O médium deve confiar que a prepa do ambiente e os bons
propósitos da reunião atrairão espíritos sérios e bem-intencionados, e deve deixar-se envolver pelos fluidos da
entidade comunicante.
Para servir de trumento fiel da espiritualidade, o médium deve praticar a humildade, "calando-se" mentalmente
para que o Espírito possa manifestar-se através dele. Contudo, o médium não deve se entregar ao primeiro Espírito
que vier, apena; estabelecer um contato mediúnico: A dificuldade encontrada da pela maioria dos médiuns
iniciantes é a de ter que com Espíritos inferiores'" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, 211 - grifo nosso).
Ainda sobre a passividade, Edgard Armond destaca o papel do médium para a aceitação da ligação perispiritual;
''Natural, pois, e mesmo necessário,, que haja passividade no ato funcional mediúnico e atividade e consciência
plenas fora desse ato" (Mediunidade, segunda parte; Cap. 22: "O Desenvolvimento" - grifo nosso). De acordo com o
autor, a passividade desejável não é a nulidade de desejos e decisões, não representa a sujeição do médium ao
plano espiritial. O médium não é escravo da espiritualidade, mas deve controlar e disciplinar suas emoções para
entregar-se cientemente e com segurança quando for o caso. O próprio Armond adverte quanto ao perigo da
extrema passidade: "A passividade cega entrega os médiuns à influência de forças e entidades de todas as classes e
esferas, indiscriminadamente, e isso é altamente nocivo" (Mediunidade, 2ª parte - Cap. 22: "O Desenvolvimento").
Todos esses fatores são predisposições necessárias à incorporação. A partir destes pré-requisitos, o circuito
mediúnico poderá se completar e o médium poderá transmitir a mensagem do plano espiritual como um verdadeiro
intermediário. Podemos concluir lembrando-nos novamente de Kardec, que afirma: "Para que uma comunicação
seja boa, é necessário que provenha de um Espírito bom. Para que esse Espírito bom possa transmití-la, é necessário
que o objetivo lhe convenha" (L.M. Cap. XVI, item 186)

BIBLIOGRAFIA:

O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI ítem 185 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI item 186 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVII intesn 203-211 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XXIX item 324 - Allan Kardec

QUESTIONÁRIO:
A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE
1 - Que é mediunidade?
2 - Como se classificam os fenômenos mediúnicos?
3 - O médium é sempre um Espírito evoluído?
4 - Por que se diz que todos os homens são médiuns?
5 - A mediunidade existe apenas nos jovens?
B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO
1 - O que é afinidade?
2 - Qual o fator mais importante, para que seja feita uma ligação mediúnica?
3 - O médium deve manter comunicação apenas com um Espírito determinado? Por quê?
5 - O que é padrão vibratório? E como conseguir elevá-lo?
C - DESENVOVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

A - PREPARAÇÃO DE AMBIENTE: CONCENTRAÇÃO

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE: O treinamento mediúnico em sua parte prática objetiva a manifestação de faculdades
psíquicas. Deve-se, então, auxiliar na sua eclosão, orientá-las, ampliá-las, educá-las, etc.. envolvendo providências e
ações de natureza intelectual, moral e técnica.

O caráter intelctual é aquele que obriga o médium a instruir-se na Doutrina Espírita, da qual deverá ser um
exemplificador e um arauto capacitado e não um agente inculto, que age por fé cega e fanática.

O caráter moral - que é essencial, para se obter êxito na tarefa mediúnica - é aquele que exige evangelização e
reforma íntima, para fazer do médium um expoente, assegurar-lhe comunhão permanente com esferas espirituais
elevadas e autoridade moral na exemplificação pessoal.

O técnico se refere ao adestramento das faculdades, para que o médium saiba agir com eficiência, adquira
flexibilidade mediúnica e autocontrole em todas as circunstâncias.

Faculdades mediúnicas eclodidas sem educação, sem treinamento mediúnico, são como carro desgovernado sujeito
a bater no primeiro poste que apareça na frente.
A mediunidade pode ser desenvolvida. Existe todo um processo a ser elaborado pelos participantes que exige
esforço, paciência, disciplina, vontade, perseverança, determinação, amor, etc..

A educação mediúnica visa, sobretudo, eliminar vícios ou outros hábitos que, porventura, os futuros trabalhadores
possam ter.

É indispensável a preparação prévia do ambiente, local onde serão trabalhadas energias de vários matizes, para a
criação de um campo vibratório magnético adequado, que facilite a tarefa dos instrutores, orientadores e protetores
espirituais.

Quanto mais homogêneos forem o pensamento, o sentimento e a vontade direcionados para o Bem, mais fácil e
proveitosa será a manifestação do Plano Espiritual. Complementa-se a preparação do ambiente propriamente dita,
plasmando as proteções fluídicas ao redor do ambiente.

CONCENTRAÇÃO: Concentrar é fixar o pensamento num ponto definido, é focalizar toda a atenção sobre um
pensamento, um objeto ou uma ação determinada. De início, a concentração é difícil, pois é necessário lutar contra
uma série de obstáculos: pensamentos intrusos, o assédio de impressões de toda ordem e a todo instante.

Concentrar-se não é pensar consecutivamente, é simplesmente ligar-se ao objeto do pensamento, não raciocinando
sobre ele. No campo espiritual, a concentração facilita o intercâmbio com o plano espiritual uma vez que o médium
fecha sua mente para o plano físico.

PARTE A - O MÉDIUM, SUA SENSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Kardec inicia O Livro dos Médiuns com a seguinte observação: "muito natural o desejo dos que se dedicam ao
Espiritismo, de entrarem pessoalmente em comunicação com os Espíritos" (E.M., "Introdução"); e complementa,
expressando um de seus objetivos: "... indicar os meios de desenvolvimento da mediunidade em quem a possui,
segundo as possibilidades de cada um, e sobretudo orienta o seu emprego de maneira proveitosa".

Tentando definir mediunidade, poder-se-ia interpretá-la como uma faculdade humana, natural, através da qual se
estabelecem relações entre os homens e os Espíritos -sendo o médium o intermediário entre os dois planos.
Discutindo sobre a inspiração, Kardec diz que "recebemos a inspiração dos Espíritos para o bem e para o mal [...]
Nesse sentido pode-se dizer que todos são médiuns, pois não há quem não tenha os seus Espíritos protetores e
familiares, que tudo fazem para transmitir bons pensamentos aos seus protegidos" (L.M., 2° parte, Cap. XV, item
182).

Ainda sobre a mediunidade de inspiração, Kardec coloca que "trata-se de uma variedade da intuitiva" (L.M., 2° parte,
Cap. XV, item 182), o que nos permite afirmar que a intuição é a base de todas as mediunidades. Embora a
mediunidade apresente um caráter específico em cada médium, Kardec ressalta a existência de pontos em comum,
como a "capacidade de sentir a presença dos Espíritos, por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que
elas mesmas não sabem o que seja. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são
necessariamente impressionáveis, de maneira que a impressionabilidade é antes uma qualidade geral do que
específica: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras" (L.M., 2a parte, Cap. XIV,
item 164).

Acrescenta que "essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma sutileza que a pessoa dotada
conhece, pela sensação recebida, não só a natureza boa ou má do Espírito que se aproximou, mas também a sua
"idividualidade..." (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 164). Quando Kardec coloca que a mediunidade "se relaciona com
predisposições orgânicas" (veja L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209 e cap. XX, item 226, 1a questão), está se referindo
à capacidade de expansão entre o perispírito e o corpo físico: "O desenvolvimento da faculdade mediúnica da
natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e da assimilação deste mais ou menos fácil com o dos
Espíritos" (O.P, "Manifestações dos Espíritos", parágrafo 6, n.° 34).

O desenvolvimento mediúnico propriamente dito ocorre quando o médium amplia a sua sensibilidade, voltando-a
em direção às percepções originadas no plano espiritual. Já a educação mediúnica, objetiva transformar
individualmente o médium, preparando-o para intervir positivamente na sociedade contribuindo para o progresso
cultural da Humanidade e para o seu próprio aperfeiçoamento espiritual, Assim, a mediunidade é uma faculdade
que poderá ser estudada, conhecida com uma profundidade maior, vivenciada na prática - sob o controle e
intensidade devidamente dosados através das aulas práticas -, e treinada para um uso disciplinado.

O aperfeiçoamento da faculdade leva à ampliação de suas possibilidades de uso, embora dentro das capacidades
inerentes a cada um. Desenvolver e educar são, portanto, processos paralelos e interagentes, dois aspectos
principais da ampliação consciente das potencialidades do homem. Kardec ressalta que não há sinais físicos, não há
fórmula sacramental ou "ginástica física" para diagnosticar o tipo de mediunidade ou desenvolvê-la. Do mesmo
modo, "a fé não é condição obrigatória para o iniciante. Ela secunda os esforços, não há dúvida, mas não é
indispensável. A pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item - 209).

O médium iniciante também não deve preocupar-se com a interferência de seu próprio pensamento numa
comunicação mediúnica. Se o médium não for mecânico: ... não deve hesitar em escrever o primeiro pensamento
que lhe for sugerido, nem inquietar-se se é dele ou de outro: a experiência lhe ensinará a fazer distinção (...)
Dissemos acima que há casos nos quais é indiferente saber se o pensamento provém do médium ou de um Espírito.
Isso acontece, sobretudo, quando um médium puramente intuitivo ou inspirado realiza por si mesmo um trabalho
de imaginação. Pouco importa que então se atribua um pensamento que lhe foi sugerido. Se boas idéias lhe
ocorrem, que as agradeça ao seu bom gênio, e lhe sugerirá outras. Essa é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos
cientistas" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 215).

Sobre os médiuns intuitivos, Kardec aleita que pode reconhecer o pensamento que lhe é sugerido pelo Espírito "pela
razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve, e muitas vezes ser mesmo contrário à
idéia que se formara a respeito do assunto" (L.M., 2a parte, Cap. XV, item 181). Discorrendo sobre o
desenvolvimento da psicografïa, Kardec define alguns aspectos essenciais para serem utilizados na formação segura
de todos os tipos de mediunidade:

* Elevação moral: "A primeira precaução é armar-se o médium de uma fé sincera, sob a proteção de Deus, pedindo
assistência de seu anjo guardião. Este é sempre bom, enquanto os Espíritos familiares, simpatizando com as boas ou
más qualidades do médium, podem ser levianos ou até mesmo maus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211); e
complementa: "... a evocação deve sempre ser feita em nome de Deus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 203).

* Conhecimento: "A segundo precaução é dedicar-se com um escrupuloso cuidado a reconhecer, por todos os
indícios que a experiência oferece, a natureza dos primeiros Espíritos comunicantes [...] eis porque o estudo prévio
da teoria é indispensável " (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211).

* Concentração: "Mais importante a se observar, do que a maneira de fazer o apelo, é a calma e o recolhimento que
se deve ter, juntos a um desejo ardente e uma firme vontade de êxito. Por vontade, não entendemos aqui uma
desejo efêmero e inconsequente, a cada minuto interrompido por outras preocupações; mas uma vontade séria,
perseverante, e sustentada sem impaciência nem ansiedade. O recolhimento é favorecido pela solidão, pelo silêncio
e o afastamento de tudo o que possa causar distrações" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 204 ).

* Mentores: "O concurso de um guia experimentado, é também muito útil, e algumas vezes [...] seu papel é de um
professor..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 206).

* Grupos: "Um outro meio que pode também contribuir poderosamente para o desenvolvimento da faculdade
consiste em reunir um certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e da mesma intenção. Todas,
guardando absoluto silêncio, num recolhimento religioso... Uma delas pode também fazer, sem designação especial
e por todos os membros da reunião, um apelo geral aos Espíritos bons..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, irem 207), com
intenções e força aumentadas pelo concurso magnético do conjunto.

Quanto ao médium desenvolvido, "seria um grande erro de sua parte considerar-se dispensado de novas instruções.
Ele só teria vencido uma resistência material, e é então que começam as verdadeiras dificuldades. Mais do que
nunca necessitará dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe serão
preparadas. Se quiser voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará em ser enganado pelos Espíritos
mentirosos que procurarão explorar-lhe a presunção" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 216).

"Uma vez desenvolvida a faculdade, o essencial para o médium é não abusar dela [...] E' conveniente, portanto, que
só a utilizem nos momentos oportunos, e não a todo instante. Os Espíritos não estão constantemente às suas ordens
e eles correm o risco de serem enganados pelos mistificadores. É bom escolherem dias e horas determinados para a
prática mediúnica, de maneira a se prepararem com maior recolhimento, e para que os Espíritos que desejam
comunicar-se estejam prevenidos e também se coloquem em melhores disposições" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item
217).

Quanto ao médium iniciante, André Luiz complementa: "Quanto mais se lhe acentuem o aperfeiçoamento e a
abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e, com isso, mais se lhe aguçam as
percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições
individuais" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XVIII, pág. 133).

Bibliografia:

Roteiro Cap. 36 - Emmanuel


Missionários da, Luz Cap. 3 - André Luiz
O Livro dos Médiuns 2.° Parte Cap. XV, XIV, XVII, XX
Mecanismos da Mediunidade Cap. XVIII

PARTE B - EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM

Explica-nos Emmanuel, que "a mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo
Divino Mestre aos tempos do Consolador" (O Consolador, perg. 382). Vimos também que o atributo do Espírito,
patrimônio da alma imortal e elemento renovador da posição moral da criatura terrena, por isso todos são médiuns
das forças invisíveis.

Sabemos que todos possuem a faculdade mediúnica em maior ou menor grau, porque a origem humana é a mesma,
tem a mesma constituição orgânica e caminha para o mesmo fim. A doutrina espírita esclarece que a morte física
não expressa sublimação; é apenas passagem de um plano para outro. Não se pode, assim, admitir que o
desenvolvimento mediúnico constitua por si só, credencial de superioridade, mas sim um meio para melhor servir.
Daí, a necessidade do aprimoramento pessoal como condição primária de êxito, em qualquer tarefa de intercâmbio.

Mas é necessário reconhecer que na esfera da mediunidade, cada servidor se reveste de características próprias. O
conteúdo sofrerá sempre a influenciação do entendimento e vocabulário do médium. Essa é a lei de intercâmbio.
Mediunidade, pois, para o serviço das revelações espirituais, reclama estudo constante, perseverança, determinação
e devotamento ao bem para o indispensável enriquecimento em ciência e virtude. Sendo assim, o Evangelho é
poderoso auxiliar no desenvolvimento mediúnico.

A REFORMA ÍNTIMA, sua pedra de toque. E é na oração e na humildade que o médium alcançará maiores bênçãos e
refazimento. "Algumas pessoas, impacientes com o seu desenvolvimento mediúnico, que acham muito lento,
lembram-se de pedir o auxílio de qualquer Espírito, mesmo que seja mau, contando mandá-lo embora depois [...]
Sabemos das que foram punidas em sua presunção, julgando-se fortes para afastá-los à vontade, por anos de
obsessão de toda espécie, pelas mistificações mais ridículas, por uma fascinação tenaz, ou mesmo por desastres
materiais e pelas mais cruéis decepções" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 212).

O benfeitor espiritual é o mensageiro das revelações do conhecimento da vida maior, no inter-relacionamento com
o mundo corpóreo. O homem é o veículo de sua presença e intervenção. Não podemos esquecer que o serviço do
bem exige esforço e boa vontade, vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que cresça e beneficie a
todos; porém, se o médium se encontra mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso,
como desempenhar a função de intermediário das mensagens e revelações?

Diz André Luiz: "cada mente é verdadeiro mundo de emissão e recepção, e cada qual atrai os que se lhe
assemelham". Assim, o bom médium é aquele que está disposto a servir sem exigências, e a sua dotação mediúnica
se revela pela apurada sensibilidade espiritual, acompanhada de uma melhor disposição física que facilite registrar a
presença dos Espíritos. O desenvolvimento mediúnico se dá ao longo da vida, naturalmente. Na criatura com tarefas
dentro do campo da mediunidade, desde logo aparecem os sinais no seu caminho. 
Preparado o médium, o serviço aparece.

O médium espírita é um ser humano como qualquer outro, sem maiores méritos ou prerrogativas adicionais; o que
deve diferenciá-lo dos demais é o seu esforço em se moralizar. Suas obrigações sociais não podem ser
menosprezadas: cuidar da família e da própria subsistência, é um princípio de vida digna. Deve acautelar-se contra a
lisonja e os elogios de ordem pessoal, evitar os agradecimentos, pagamentos ou retribuições por qualquer prestação
de serviço caritativo. Fazer o bem pelo simples prazer de o praticar e ter como lema: "fora da caridade não há
salvação".

Diz Emmanuel (Roteiro - lição 36) que "a bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único
para crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as
correntes santifícantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica".

Recomenda-se, por fim, a leitura e meditação de "História do médium", contida em Novas Mensagens do Espírito
Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Mediunidade é um termo que se propagou através da doutrina espírita. Muita gente já ouviu falar e também já foi
surpreendida por uma consulta espiritual em que lhe foi revelado:

Você é médium!

Porém, é hora de desmistificarmos algo que por muito tempo se manteve restrito ao âmbito religioso.

Somos seres constituídos de energia e nos movimentamos além da esfera física. Como espíritos vivendo no mundo
terreno, continuamos a transitar pela dimensão astral. Essa dimensão é o mundo dos espíritos desencarnados, ou
seja, sem carne.

São mundos que se entrelaçam em dimensões diferentes.

A mediunidade é o sexto sentido que nos permite receber as sensações sutis. Todos somos médiuns e interagimos
com os espíritos.

A maioria das pessoas tem a mediunidade intuitiva, que funciona como um toque sutil que lhe chega aos sentidos
como uma orientação de um mentor. Isso acontece porque estamos todos ligados energeticamente.

Podemos sentir a energia emanada nos ambientes e das pessoas à nossa volta. Sentir um leve mal-estar quando
entramos em algum lugar ou quando alguém que amamos não está bem.

Perceber além dos cinco sentidos, isto é mediunidade.

Convencionou-se no espiritismo que o médium é um intermediário entre os mundos físico e espiritual, podendo
transmitir comunicações de outros espíritos, entre outras manifestações mediúnicas.

Cura, psicografia, clarividência, clariaudiência, pictografia, pisicofonia e incorporação são algumas das modalidades.

A mediunidade é classificada em duas categorias distintas:

 Mediunidade natural

 Mediunidade ostensiva

O médium natural possui seu sexto sentido como todos os outros sentidos e pode desenvolvê-lo naturalmente.
“Perceber além dos cinco sentidos, isto é mediunidade.”

O médium ostensivo é aquele que tem uma grande sensibilidade mediúnica e nasceu com essa aparelhagem
parafisiológica apropriada para o intercâmbio. Tem facilidade para captar as emanações sutis e se não desenvolver
seu dom, fica a mercê das influências alheias.

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