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Até aos ossos, o filme que Marti Noxon realizou em 2017, trata-se de um filme original

com Lily Collins como protagonista brilhante e poderosa. Este filme aborda um tema,
infelizmente, muito comum nos nossos dias- a anorexia. Na verdade, Collins
desempenha o papel de uma rapariga de 20 anos que sofre de anorexia, com o nome
Ellen. Assim, depois de diversos internamentos e nenhum resultado, ela conhece um
médico com uma abordagem muito singular do assunto. No entanto, o mesmo aproveita
a sua habilidade em ser inexpressivo e com maneiras nada ortodoxas deixa claro algo
importante sobre os seus pacientes: “não importa o apoio da família, não importa que os
profissionais se esforcem se a pessoa que sofre com o distúrbio alimentar não decidir
aceitar ajuda.” Desta forma, Ellen é internada numa casa com outros jovens que sofrem
com distúrbios alimentares.
Efetivamente, a realizadora Marti Noxon, baseou-se na sua luta contra a anorexia que
durou 10 anos e quis transparecer uma expectativa de que as pessoas sejam
conscientizadas que é algo muito pessoal e que pode ser difícil de alguém assistir.
Apesar disso, não há romantização do tema. Os distúrbios são tratados de forma muito
real, focando-se mais nas suas consequências e não nas suas causas.
A atriz principal deste filme, Lily Collins, tem um brilho natural, um encanto à sua
maneira. Lily estava, efetivamente, ligada à sua personagem visto que ambas sofriam do
mesmo distúrbio alimentar (anorexia nervosa), esta teve que emagrecer bastante para
conseguir representar o papel da melhor forma. Interpretar Ellen foi sem dúvida alguma
uma mais valia para esta atriz, ela foi percebendo o seu problema e aprendeu a lidar
com ele de uma maneira diferente. Collins recebeu sempre muitos elogios acerca da sua
aparência e assim se foi apercebendo o porquê destes distúrbios continuarem a
acontecer. A mãe da atriz ficou bastante emocionada e comovida por ver o drama que a
a filha tinha ultrapassado através da personagem.
Constate-se que, é várias vezes abordada a romantização deste tema em várias redes
sociais, como o instagram, twitter e o tumblr. Na internet (redes sociais) as pessoas
absorvem todo o tipo de informação e algumas pessoas que sofrem ou sofreram de
transtornos alimentares são seguidas como um exemplo. De certo que, o facto de
saberem que as pessoas gostam delas é fundamental e ajuda imenso no processo de
recuperação.
Por outro lado, estiveram também presentes características menos positivas. Assim, o
ponto menos positivo foi o facto de não terem aprofundado as histórias das personagens
secundárias. De facto, foram, neste filme, apresentadas inúmeras personagens com
diferentes problemas específicos, como a bulimia, obesidade, transtorno de compulsão
alimentar e hipergrafia, e infelizmente, não houve uma exploração satisfatórias destas.
Do mesmo modo, é de referir a irrelevância que a irmã teve no filme, sendo que sofre
com a doença de Ellen tanto quanto ela mesma. Em nosso entender, essas personagens
iam criar uma coneção forte com o público.
Em suma, o desfecho da história é considerado aberto. Deixamos claro desde já, que foi
uma das melhores formas de terminar. Efetivamente, para alguém que sofre de um
distúrbio/ transtorno alimentar existe uma luta diária, em que é necessário muita força e
empenho. Na verdade, uma das maiores dificuldades destas pessoas é identificar e
revelar o seu problema.
Com efeito, nós achamos interessante a frase mais épica do filme: "coisas más vão
acontecer, não há como evitar. O que importa é a maneira como lidamos com elas" pois
pessoas com o mesmo problema que Ellen não tem motivação e esperam que os
obstáculos apenas desapareçam, sem luto ou esforço, o que na realidade não é assim,
com incentivos e encorajamentos tudo se consegue. Finalmente, não devemos ter medo
de pedir ajuda nem muito menos vergonha, o objetivo é ficar bem e lutar para que isso
aconteca, quer seja com ajuda ou não.

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