Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELÉM – PA
2018
FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
BELÉM - PA
2018
FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do Grau de Arquitetura e Urbanismo, e
aprovada na sua forma final pela Faculdade Estácio de Belém
Data: / /
Nota:
Prof.º MSc.º
Avaliador - Estácio
BELÉM - PA
2018
Para meu amado filho Daniel Toshiharu, meu
maior tesouro...
AGRADECIMENTOS
A agradeço primeiramente a Deus, por ter dado determinação e força para chegar até
aqui.
Aos meus pais Manoel Monteiro e Ana Lúcia Ramos, por guiarem os meus primeiros
passos rumo ao que sou hoje e por não medirem esforços para agradar e dar o melhor.
Ao meu marido Hauro, por sua dedicação e paciência nesses últimos anos, cuidando do
nosso amado filho Daniel.
A minha família por sempre oferecer ajuda, em especial a minha irmã Sandra e meu
cunhado Eduardo por ajudarem quando mais precisei, para continuar nessa jornada.
A minha orientadora Monique Bentes M. S Leão por ter dedicado seu tempo e paciência.
Aos amigos Ivan, Marina, Maísa, Kémylle, Nikoli, Laila, Letícia, Renara e Luan que
tornaram esse período menos difícil.
A todos aqueles que de alguma forma ajudaram a cultivar e colher os frutos durante esses
anos de curso.
" O insucesso é apenas uma
oportunidade para recomeçar com mais
inteligência ".
Henry Ford
RESUMO
O presente trabalho trata sobre a requalificação da Praça Olavo Bilac, no bairro Terra
Firme, município de Belém, Pará. Esse estudo é baseado na necessidade de implantar um
espaço mais urbanizado, menos violento e com melhor infraestrutura para o comércio
existente no local, além de uma área de lazer melhor estruturada através da inserção de
mobiliário urbano para o convívio das pessoas, fortalecendo sua representatividade com o
objetivo de favorecer a população local.
This study is based on the need to implement a more urbanized, less violent space with better
infrastructure for existing commerce in the area, besides of a better structured leisure area
through the insertion of urban furniture for the conviviality of the people, strengthening its
representativeness with the aim of favoring the local population.
1 INTRODUÇÃO
As praças têm um uso cultural, pois antigamente, elas eram consideradas a extensão
das casas, onde as pessoas conviviam socialmente com seus vizinhos (DE ANGELIS, 2005).
Geralmente, essas praças, se localizavam próximas as áreas residenciais, no interior dos
bairros e com um raio pequeno de abrangência, sendo voltadas aos usuários situados mais
próximos e, às vezes, com pouco vínculo com a cidade ao redor.
Segundo Alex (2008, p. 23), “a praça não é apenas um espaço físico aberto, mas
também um centro social integrado ao tecido urbano. Sua importância refere-se a seu valor
histórico, bem como a sua participação contínua na vida da cidade”.
Atualmente, as praças de Belém sofrem com problemas que as deixam com aspectos
de abandono. Observa-se, ao caminhar pela cidade, que as condições de muitas praças não são
adequadas aos usuários, existem mobiliários quebrados ou em estado de conservação precário,
a acessibilidade inexiste ou tem falhas, muitas vezes a iluminação é insuficiente o que gera a
violência e a falta de segurança para os usuários.
De acordo com o exposto, esse trabalho trata sobre a requalificação da Praça Olavo
Bilac, no bairro Terra Firme, município de Belém, Pará. “O bairro da Terra Firme é um dos
mais populosos de Belém e é também onde existem índices de criminalidade e intenso tráfico
de drogas” (Silva, 2011, p. 77).
Conforme Silva (2011, p. 81), Terra Firme “era considerado [...] um bairro calmo e
com muitas árvores presentes na área. As famílias tinham como hábito sentar na frente de
suas casas, conversar com os vizinhos, ou seja, estabeleciam um bom convívio social”.
O bairro possui apenas duas praças, sendo considerada como praça principal a Olavo
Bilac, que possui uma vegetação arbórea pontual, espalhada pelas suas áreas. Além da
utilização do seu espaço para o comércio de roupas, produtos eletrônicos usados, alimentação,
entre outros (BARROS et al., 2017).
.
16
Figura 1 - Praça Olavo Bilac
O uso comercial na praça é considerado positivo, pois, segundo Alex (2008, p. 27),
“atividades comerciais podem estimular o uso do espaço público e aumentar a percepção do
caráter aberto dos lugares. Ambulantes [...] também animam praças da cidade”.
O objetivo principal desse trabalho é desenvolver uma proposta projetual de
requalificação da Praça Olavo Bilac, proporcionando um espaço mais urbanizado, menos
violento e com melhor infraestrutura para o comércio existente no local, além de uma área de
lazer melhor estruturada através da inserção de mobiliário urbano para o convívio das
pessoas, e de vegetação para melhorar a qualidade ambiental, fortalecendo sua
representatividade com o objetivo de favorecer a população local. Ainda, objetiva-se
especificamente:
• Descrever as condições morfológicas atuais da praça;
• Inserir atividades na praça, com base nas necessidades dos seus usuários que auxilie
na diminuição da violência local;
• Colaborar para a reflexão da importância dos espaços públicos, as praças, para a
convivência social das pessoas.
O trabalho será estruturado da seguinte forma: a Introdução apresentará o trabalho,
seus objetivos e a metodologia que será empregada para alcançar os objetivos propostos. O
segundo capítulo tratará das praças e sua relação com o espaço urbano e evolução ao longo
.
17
dos anos. O terceiro capítulo será dedicado ao bairro Terra Firme e a importância da praça
Olavo Bilac para o contexto urbano, identificando suas características morfológicas,
informações gerais apresentará a área de estudo, os padrões de comportamento dos usuários, e
as condicionantes para o projeto. O quarto capítulo tratará sobre o referencial projetual com
estudos de algumas praças urbanas. O quinto capítulo e a proposta projetual demonstrada por
meio de suas peças gráficas.
A praça é um espaço que permite inúmeros usos, sua forma, geralmente, se dá pela
convergência de várias ruas e circulações de pedestres, além do conjunto de edificações do
seu entorno.
Muitas das praças urbanas não possuem o devido uso, umas são utilizadas apenas
como passagem, outras como um local para descanso e rápida permanência, e algumas como
extensões das casas e jardins dos moradores vizinhos que usam seus espaços para benefícios
próprios.
Os usos dos arredores das praças são bem variados, como igrejas, comércios, escolas e
serviços que fazem com que as pessoas circulem por entre as praças, resultando em lugares
com movimento.
As praças atuais têm suas raízes na história, assim a linha do tempo mostra como
surgiram as primeiras praças e suas funções.
• Ágora
A ágora era o local de reunião dos cidadãos para falarem de política, um espaço aberto
público e dinâmico, sem forma definida ou regular, numa área privilegiada na cidade. Em
algumas o centro estava ocupado por um lago artificial; ao redor encontravam-se as câmaras
de deliberação, o teatro, sala de música, o ginásio, a pista de corrida e, por vezes, situava-se
próximo a praça de mercado (DE ANGELIS et al., 2005).
.
19
Figura 2 - Ágora
• Fórum romano
• Praça medieval
A praça medieval é um espaço irregular, podendo ser dividida ou separada conforme
sua função em: praça religiosa, praça cívica, praça de mercado. Assim, sua localização na
estrutura urbana também era diferente (DE ANGELIS et al., 2005).
.
20
• Praça Maior
A praça maior é um elemento central do urbanismo e remete às cidades hispânicas e
hispano-americanas. Originou-se no século XIII nos mercados realizados em zona extramuros
dos castelos, atraindo pessoas proporcionando, em seu entorno, o aparecimento de
edificações. No século XV passou a ser utilizada como local de reuniões públicas e prática da
justiça. No Renascimento, o traçado da praça maior passou a ser retangular com edificações
de mesmo estilo, altura e disposição simétrica de volumes em suas quatro fachadas (DE
ANGELIS et al., 2005).
• Praça de Armas
A praça de armas tem características parecidas com a praça maior, com duas formas
diferentes: a praça urbana como centro da cidade fortificada, utilizadas para festas, mercados
.
21
e feiras; a esplanada com uma área descampada, situada extramuros, próxima aos alojamentos
e campos militares (DE ANGELIS et al., 2005).
• Praça Renascentista
A praça do Renascimento passa a ser um dos principais elementos urbanísticos para
transformação e embelezamento das cidades, através dos pórticos, das fontes, das colunas, dos
obeliscos e da pavimentação acentuaram sua forma axial (DE ANGELIS et al., 2005).
• Praça Barroca
A praça barroca caracteriza-se pela grandiosidade e pela monumentalidade. A
esplanada central com jardins, árvores, bancos e pérgulas, além dos espaços abertos serem
valorizados pela arquitetura (DE ANGELIS et al., 2005).
• Praças no Brasil
As praças no Brasil datam dos primeiros séculos da colonização e durante cada século,
aconteceram interpretações e características ligadas ao pensamento paisagístico do período. A
partir do século XVIII, ocorrem as praças adaptadas às particularidades do país, com a
integração dos elementos da flora no próprio traçado da cidade, como reação e ao mesmo
tempo solução ao problema do adensamento urbano (DE ANGELIS et al., 2005).
A cidade é formada por espaços edificados e não edificados, que podem ser terrenos,
pátios, parques e praças. A praça promove a convivência e o lazer aos seus usuários, conforme
a cultura de cada local. Desse modo, é importante a organização e planejamento de sua
estrutura.
Para Alex (2008, p.10), “a praça em sua origem latina, caracteriza-se como espaço de
encontro e convívio, urbano por natureza. Espaço este que se conforma por várias aberturas
no tecido urbano que direcionam naturalmente os mais diversos fluxos em busca dos,
também, mais diversos usos, que imprimem a esse espaço o caráter de lugar e ponto central de
manifestação da vida púbica”.
A praça teria importância no tecido urbano, pois além do convívio social que,
promove, seriam espaços verdes responsáveis pela melhoria da qualidade ambiental do espaço
urbano. Para Barros et al. (2017, p. 69), em uma cidade, “as áreas verdes são importantes por
uma série de fatores, tais como a regulação do clima urbano que influencia diretamente no
conforto térmico dos indivíduos que dessas áreas se utilizam para fins lúdicos, recreativos,
esportivos entre outros”. Para os autores, as áreas verdes têm “influência na qualidade
ambiental da cidade, que, por sua vez, exerce um papel fundamental na qualidade de vida da
população citadina” (BARROS et al., 2017, p. 72).
De Angelis et al. (2005) explica que as praças auxiliam na melhoria da ventilação e
aeração urbana, pois permitem a circulação de ar e facilitam a dispersão dos poluentes;
melhoram a insolação de áreas muito adensadas; ajuda no controle da temperatura, através do
sombreamento que proporcionam; contribuem na drenagem das águas pluviais, evitando as
enchentes. Além de possibilitarem lazer aos habitantes das cidades.
.
23
O gráfico 2 mostra a faixa etária dos 61.439 habitantes, associados por grupos de 0 a 4
anos (7,5%), 0 a 14 anos (23,9%), 15 a 64 anos (64,6%) e mais de 65 anos (4,1%). Observa-se
que a população do bairro é composta por um número maior de jovens.
Dias et al. (2013, p. 107) relatam que “a Terra Firme se localiza em área de baixa
topografia e abrange igarapés e braços de rio; características que tiveram grande influência
sobre seu traçado viário e disposição das residências, exceto em áreas que fazem limite com
os bairros do Marco e de Canudos”.
Conforme o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2013), Terra Firme é classificado como aglomerado subnormal, caracterizado por
assentamentos irregulares. As famílias se instalam no local por não terem acesso a outra terra
para morar, ocasionando uma grande concentração demográfica (SILVA, 2011).
De acordo com Silva (2011), os terrenos do local ficavam alagados, durante boa parte
do ano, devido a proximidade com um dos afluentes do Rio Guamá, sendo ocupados pela
população, inicialmente, apenas uma faixa estreita de terra que não sofria os alagamentos. “O
nome do bairro da Terra Firme decorre do fato deste ter surgido na pequena porção de terra
firme, dentre inúmeras áreas alagadas, que caracterizava, e ainda hoje caracteriza este bairro,
sendo atribuído por aqueles que lhe deram origem (NOVAES, 2011, p. 62).
O bairro da Terra Firme [...], por volta dos anos cinqüenta, [...] apresentava uma
organização espacial marcada pela habitação provisória, ou seja, as pessoas que no
bairro habitavam objetivavam apenas fazer uma ocupação temporária para
dirigirem-se para outro lugar mais tarde, ou seja, não correspondia ocupação
permanente, o que limitava o crescimento do bairro (COUTO, 2008, p. 58).
Penteado (1968) apud Silva (2011) retrata que nos anos de 1960, Terra Firme era o
segundo bairro menos populoso e com tendência a desaparecer, por causa da construção da
.
27
cidade universitária. Era “um bairro calmo e com muitas árvores presentes na área. As
famílias tinham como hábito sentar na frente de suas casas, conversar com os vizinhos, ou
seja, estabeleciam um bom convívio social” (Penteado apud SILVA, 2011, p. 81).
A Praça Olavo Bilac está localizada na Avenida Celso Malcher em frente à Paróquia
de São Domingos de Gusmão, fazendo divisa também com a Rua São Domingos e a
passagem Rui Barbosa (figuras 15 e 16), e “tem sua data de criação estimada como sendo o
ano de 1964” (NOVAES, 2011, p. 73), com uma área de 1.395 m².
A praça tem como homenageado, Olavo Bilac (Olavo Braz Martins dos Guimarães
Bilac), jornalista, poeta, inspetor de ensino, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro
de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. Um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras, criou a cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias.
.
29
O bairro Terra Firme é carente de espaços para o lazer e áreas verdes, existindo apenas
duas praças (figura 17), a Dois de Junho e a Olavo Bilac, considerada a praça principal do
bairro. A praça possui vegetação arbórea pontual, espalhadas pela sua área, e quase toda
pavimentada.
.
30
A Praça Olavo Bilac, segundo Novaes (2011, p. 74), “surge desde a sua construção em
terreno de propriedade da Igreja. No local onde se encontra hoje, existia uma capela, que se
localizava em um dos poucos terrenos não alagados no Bairro da Terra Firme. Mais tarde esta
capela seria transformada na Igreja de São Domingos Gusmão”.
.
31
De acordo com Novaes (2011), a praça passou por diversas reformas após sua criação
em 1964 e da transformação da capela em paróquia, no ano de 1969. No início dos anos 1970,
a Prefeitura Municipal de Belém fez uma reforma na praça equipando-a com bancos,
brinquedos, arborização e grama. No ano de 1975, um grupo de jovens da Paróquia, cujo
nome era Alegria-Alegria, revitalizou a praça, através do calçamento e arborização com
acácias, ficando responsável pelos seus cuidados. Em 1987, inicia a construção da atual
Paróquia de São Domingos de Gusmão, estando a praça deteriorada.
Entre os anos de 1999 e 2000, outra reforma acontece na praça, sendo custeada por
uma rede de farmácias (Big Bem), onde o espaço estava totalmente ocupado por vendedores.
Esta reforma demarca um novo momento na dinâmica de uso da praça. “Além da alteração do
desenho e dotação de novos equipamentos como bancos, calçamento, árvores e novas lixeiras.
[...] a Paróquia tenta reorganizar seu uso” (NOVAES, 2011, p. 82).
Segundo Novaes (2011, p. 85), em 2004, houve nova reforma realizada pela Ação
Social do Governo do Estado do Pará, que foi a instalação de grades de ferro e portão
circundando toda a área da praça. Com isso, seu uso passou a ser regido por um conjunto de
regras sob controle da Paróquia São Domingos de Gusmão, como a existência de “horário de
abertura e fechamento dos portões, limitando tanto a circulação, o lazer e venda a
determinados horários”.
(lazer); lugar apenas de passagem de pessoas seguindo ao seu destino e outras atividades que
permeiam o cotidiano do bairro” (BARROS et al., 2017, p. 77).
Novaes (2011, p. 88) relata que para as pessoas “que utilizam a praça para o lazer ou
apenas como local de passagem, a praça ficou mais segura. [...] sendo uma referência de lazer
no bairro, e para muitos moradores representa a única alternativa de lazer”.
pequenas peças, em uma barraca. As mulheres que vendem estas roupas usadas são
conhecidas como pechincheiras, sendo presença marcante na praça no período da manhã,
ocupando praticamente todo o espaço.
Segundo Novaes (2011, p. 1008), “grande parte das pechincheiras, mantém certa
clientela na praça, o que conforma este espaço como preferencial de circulação para muitos
moradores do bairro, e também para moradores de outros bairros”.
O Shopping Chão é uma alternativa de sobrevivência para as pessoas que trabalham
nesta praça, constituindo como referência para o bairro da Terra Firme e, também, para outros
bairros de Belém (NOVAES, 2011).
A arborização deve ser entendida como elemento essencial para proteção do meio
urbano, principalmente em cidades localizadas na zona tropical. Em função dos
efeitos na absorção da radiação solar, através de folhas e ramos, a árvore minimiza
as condições do microclima local. [...] A arborização colabora de forma significativa
para a melhoria do conforto urbano (PORTO et al., 2013, p. 10).
O entorno da Praça Olavo Bilac possui iluminação pública, o que auxilia para na
circulação dos pedestres, além do convívio das pessoas no local, no período noturno.
.
37
O acesso ao local é facilitado porque os ônibus trafegam pela Rua São Domingos e
pela Avenida Celso Malcher.
Figura 28 - Mapa da circulação do transporte coletivo
Foi realizada uma pesquisa com uma amostra de 30 pessoas, sendo 10 homens e 20
mulheres com idades variadas entre 16 e 50 anos (gráfico 3). Foram aplicadas 13 perguntas
relacionadas a praça Olavo Bilac, dentre os assuntos abordados estão: clima, frequência,
segurança etc. A pesquisa aponta que os dias mais frequentados pelos usuários da praça são:
sexta, sábado e domingo, sendo domingo o dia mais frequentado (gráfico 4).
Domingo
20% 21%
Segunda
33%
FEMININO Terça
10%
67% 21%
MASCULINO Quarta
9%
7% Quinta
12%
Sexta
Em relação à segurança, 40% das as pessoas dizem sentir-se mais seguras frequentando
a praça pelo período da manhã (gráfico 5), porém de acordo com a pesquisa, 60% dos
entrevistados frequentam o local no período da noite. Atualmente, na praça há um gradil, onde
foi questionada sobre a retirada do mesmo, 73% dos usuários responderam que prefeririam que a
praça mantivesse o gradil pois se sentiam mais seguros (gráfico 7).
Gráfico 5- Dia mais seguro para frequentar a praça. Gráfico 6 – Período mais frequentado
3% DOMINGO
17% MANHÃ
97% SEGUNDA- 23%
60% TARDE
FEIRA
NOITE
TERÇA-FEIRA
27%
SIM
73% NÃO
Quase 80% dos entrevistados acham a praça quente, por possuir pouca vegetação e
quase 100% sente falta de mobiliário na praça, como bancos, parquinhos, academia ao ar livre,
bicicletário etc., a maioria diz frequentar a praça para encontrar com os amigos e comer nas
barraquinhas de lanches.
Junto a pesquisa foi realizada uma entrevista informal com duas ‘’pechincheiras’’ -
senhoras que fazem venda de roupas no chão da praça - onde elas diziam que o maior problema
são as altas temperaturas depois das 10:00 da manhã, o chão fica muito quente e não tem
sombreamento suficiente, ficando muito expostas ao sol.
CLIMA DA PRAÇA
20% 0% AGRADÁVEL
QUENTE
80%
A Praça Olavo Bilac não possui bancos, os usuários sentam em bancos improvisados
na base das árvores, além das pessoas que ficam em pé, o que faz desta apenas um local de
.
40
passagem. Novaes (2011) explica que existiam bancos, mas foram retirados devido à
utilização pelos vendedores como apoio para acomodar os produtos a serem comercializados,
além de serem depredados. O banco proporciona conforto aos usuários da praça, além de ter
seu caráter social.
Também não há lixeiras na praça, a retirada se deu por causa de serem utilizadas como
lixeiras comunitárias públicas, pois as pessoas colocavam o lixo doméstico em seu interior
(NOVAES, 2011).
A partir da análise histórica e urbana, observa-se que a Praça Olavo Bilac é uma
referência para a Terra Firme, por ter seu uso como lazer, local de passagem e de trabalho
para seus usuários, necessitando atender esses usos da melhor forma possível. Por tanto, o
objetivo deste trabalho será a proposta de requalificação da praça
.
41
4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Local: Catanduva, SP
Arquitetos: Rosa Grena Kliass, Maria Cecília Barbieri Gorski, Michel Todel Gorski
Ano do projeto: 2014
Área de paisagismo: 6.800 m²
Figura 31 - Implantação
A Praça foi tratada em dois grandes compartimentos, sendo um deles como uma
grande esplanada sombreada por vegetação arbórea de grande porte, e o outro de caráter
simbólico. A Rua Cuiabá, divide as duas praças, e seu leito carroçável foi elevado ao nível do
piso das praças para permitir a ligação entre ambas.
Para a organização dos programas foi estabelecida uma metodologia que objetivou à
reorganização dos espaços urbanos para atender às novas funções, com prioridade nos espaços
para circulação e estacionamento veicular, nas áreas dos seus entornos, e também nas áreas
destinadas aos pedestres.
.
43
A Praça Nove de Julho tem caráter simbólico, assim abriga o anfiteatro para
festividades culturais e cívicas e o pequeno espelho d’água. Junto a Rua Cuiabá tem uma
edificação para lojas de artesanato, ponto de informações turísticas para atendimento aos
.
45
A Praça da Matriz é frequentada pelos municípios como ponto de encontro, logo sua
recuperação priorizou a acessibilidade, a valorização da vegetação existente e a criação de um
espaço de qualidade estética e ambiental.
O projeto desta praça resgatou uma área contaminada do município de São Paulo, sem
condição de acesso e em enorme estado de degradação, representando um desafio urbanístico,
social, político e cultural.
A praça se localiza no bairro de Pinheiros, com uma área pública de quase 15 mil m²,
sendo recuperada através da parceria público-privada entre a Prefeitura da Cidade de São
Paulo e a Editora Abril, que se uniram para resgatar e devolver o espaço à sociedade. No local
funcionava o Incinerador Pinheiros, conhecido como Sumidouro, desativado em 1989, que
deixou o solo profundamente contaminado e impróprio para a vida humana. Após sua
desativação, uma associação de catadores de lixo passou a ocupar o local.
.
49
Figura 48 - Implantação
Como não era possível pisar no solo contaminado, a praça é, em sua maior parte,
construída sobre um deck elevado de madeira certificada, fabricado com três espécies
diferentes de madeira brasileira, o ipê, a garapa e a sucupira. O deck está suspenso a um metro
do chão, por uma estrutura metálica e segue pelo terreno na diagonal, se desdobrando do
plano horizontal para o vertical, o que forma uma casca protetora com formas curvas, que
.
51
A Praça Victor Civita auxiliará nesse trabalho por utilizar a sustentabilidade como
tema principal conscientizando a população a aprender e refletir sobre a responsabilidade
sócio-ambiental, através do uso de materiais reciclados e o baixo consumo de energia, além
dos equipamentos da academia ao ar livre.
Até a primeira metade do século XX, a área da praça era uma zona rural de produção
agrícola, com terrenos férteis, devido à proximidade da Ribeira de Alcântara e a água era
abundante, devido a presença de fontes que conferiram o nome ao local, Fonte Nova. Esta
área era cortada pela Estrada de Benfica, um eixo de grande importância em relação a Lisboa.
Na década de sessenta do século XX, com a construção da via expressa Segunda
Circular de Lisboa e do viaduto sobre a Estrada de Benfica, este local sofreu grandes
alterações, ocorrendo a destruição das propriedades rurais e também a interrupção dos eixos
viários e de circulação de pedestres existentes, sendo a área ocupada por um estacionamento
de veículos que cobriu toda a sua extensão.
Esta situação manteve-se por quase cinquenta anos, quando em 2015, a Câmara
Municipal de Lisboa lançou o programa “Uma Praça em Cada Bairro” com o objetivo de
melhorar o espaço público em vários bairros da cidade.
Os perfis de vias e de passeios foram redefinidos, com o alargamento dos passeios,
garantindo mais segurança e conforto para os pedestres, além da integração da ciclovia que
articula com o eixo norte-sul da praça, possibilitando uma mobilidade funcional.
Figura 59 - Ciclovia
Figura 60 - Tipuanas-tipu
No projeto para a área foi criada uma grande superfície pavimentada, em betão, que
procura formar uma unidade no local que foi fragmentada com a construção do viaduto, além
.
57
Figura 61 - Implantação
Nestas ilhas estão os quiosques com esplanadas, uma fonte, um parque infantil e um
parque canino e jardins, e são delimitadas por bancos contínuos em todo o seu perímetro.
.
58
A área da praça sob o viaduto é iluminada a noite, permitindo sua utilização 24 horas
por dia para diferentes atividades. A iluminação em LED, direciona a luz para o pavimento
com uma tonalidade quente e para a copa das árvores com uma tonalidade fria.
A Praça Fonte Nova também possui uma superfície toda pavimentada, mas a criação
das ilhas para lazer e descanso, rodeadas por bancos é uma proposta que poderá ajudar nesse
projeto, além da iluminação noturna em LED
.
63
5 PARTIDO DO PROJETO
O partido adotado pelo projeto vai considerar todos esses itens listados procurando
modificar a praça por meio de sua requalificação, com consequente revitalização.
5.2 SETORIZAÇÃO
A setorização da praça deu-se da seguinte forma, nas áreas vermelha, verde e roxa
teremos áreas arborizadas com bancos para descanso dos usuários, na área amarela teremos uma
academia ao ar livre, a área em azul claro será uma área livre onde as mulheres do bazar fariam
suas vendas durante o período da manhã, a área em azul escuro será destinada ao
estacionamento, com 10 vagas sendo 2 destinadas a deficientes, a parte cinza será área de
circulação e por fim a área em laranja será um espaço destinado as crianças. As barraquinhas de
comida que funcionam pelo período da noite no local foram mantidas, porém foi feita uma nova
redistribuição na praça.
5.3 PROJETO
Atualmente a praça possui um gradil ao seu redor, onde optou-se pela permanência
deste, com dois acessos pela passagem Rui Barbosa, 2 pela Rua São Domingos, e dois pela
avenida Celso Malcher, totalizando 6 acessos. Foram projetadas 2 rampas para cadeirantes em
ambas as laterais. Uma questão sustentável deste projeto, foi a criação de mais áreas verdes para
controlar a temperatura do local.
Foi usado em toda área de circulação da praça pisos intertravados na cor cinza como
mostra a figura 76.
Foi implantado a sinalização tátil (figura 79) em toda área de circulação da praça, para
transmitir segurança, orientação e mobilidade a todas as pessoas, principalmente àquelas com
deficiência visual. Foi escolhido o modelo tátil de alerta – formado por um conjunto de relevos
tronco-cônicos que tem como propósito informar o deficiente visual a existência de desníveis ou
situações de risco, além de orientar o posicionamento adequado para o uso de equipamentos e
mudanças de direção ou opções de percursos.
.
67
Fonte: Autora,2018
Através de estudos e de pesquisa feita em campo, foi formulada uma proposta para a
distribuição espacial da praça, inserindo algumas atividades na mesma, como mostra a figura 80.
A academia ao ar livre (figura 82) foi instalada na parte frontal da praça, equipada com
5 aparelhos em aço galvanizado e pintura a pó eletrostática. Os equipamentos da academia serão
generalistas, ou seja, fáceis de serem utilizados e flexíveis o suficiente para que sejam feitos
mais de um exercício neles.
Além de se exercitar fazer bem para saúde, esse espaço servirá também para integrar as
pessoas de diferentes faixas etária.
.
69
Fonte: Autora,2018
A área destinada ao bazar será localizada próximo ao estacionamento, este ponto foi
escolhido estrategicamente, além de ser a área mais sombreada da praça, as “pechincheiras’’
recebem suas mercadorias através de doações feitas por moradores do bairro e bairros vizinhos e
geralmente essas entregas são feitas de carro.
Fonte: Autora,2018
.
70
Tabela 1 - Tabela com mobiliário usado na proposta para a praça Olavo Bilac
Madeira
Banco The holk maciça - 19
ou similar Angelim de
demolição
e ferro fundido
12
12
FMB Aço carbono
Fibrometal galvanizado e
Poste do Brasil pintado de
ou branco
similar
Metálico 02
Londrina pintado com
Bike esmalte
Bicicletário shopping sintético na cor
ou similar preta
.
72
01 kit
Madeira de
reflorestamento
Playground Kaska
ou similar (Eucalipto)
Ziober Aço
Academia ou similar galvanizado 01 kit
5.5 VEGETAÇÃO
Tabela 2 - Tabela com a vegetação usada na proposta para a praça Olavo Bilac.
1.2 a 1.8
Heliconia metros, 1.8 a Meia
Helicônia rostrata 2.4 3,00m sombra
metros, 2.4 a e sol
3.0 pleno
metros, 3.0 a
3.6 metros
-------------
0,60m a
zantedeschia 0,90m Meia
Copo de aethiopica Sombra
leite e
Sol
Pleno
Sol
pleno
6.0 a 9.0
Ipê branco tabebuia metros, 9.0 a 6,00m a
róseo-alba 12 8,00m Sol
metros, acima pleno
de 12 metros
mangifera
Mangueira indica l 30,00m 10,00m Sol
pleno
6- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho teve como elemento norteador o interesse pessoal por praças em
bairros periféricos, em especial a praça Olavo Bilac, lugar de importante dinâmica no bairro da
Terra Firme.
A praça Olavo Bilac conta com uma área com pouco mais de 1.300 m², uma pequena
extensão de área verde, calçadas totalmente quebradas, pouca iluminação e quase nada de
mobiliário urbano, o projeto teve como motivação a reorganização dos usos da praça, pois
atualmente ela possui um arranjo espacial aleatório, não havendo a existência por exemplo de
uma área destinada a crianças
A maioria dos estudiosos da área de urbanismo, definem o espaço público como local
de encontros e socialização. No entanto, por conta da insegurança em relação a violência e
degradação, esses espaços estão cada vez sendo menos frequentados e desvalorizados frente a
novos locais privados, como shoppings por exemplo, que oferecem segurança para seus
usuários.
É importante destacar que durante todo o processo deste estudo, houve a preocupação
em manter a identidade do local, como a permanência do bazar no chão da praça que ocorre
todos os dias pela parte da manhã e as barraquinhas de comida que ficam durante o período da
noite.
Foi realizada uma pesquisa através de aplicação de questionários diretamente com a
população local, onde relataram os principais problemas da praça, que também contribuíram
com ideias para a proposta do projeto.
Pode-se dizer que este trabalho tem como resultado final a requalificação da praça com
uma proposta preliminar de projeto paisagístico e mobiliário urbano.
Por fim, acredita-se que o presente trabalho atingiu os objetivos esperados.
.
75
REFERÊNCIAS
ALEX, Sun. Projeto da Praça: Convívio e exclusão no espaço público. São Paulo: Editora SENAC,
2008.
CITY LIFE MADRID. The Many Faces of Plaza Mayor. 2002. Disponível em:<
https://www.citylifemadrid.com/the-many-faces-of-plaza-mayor/>. Acesso em 01 nov. 2018.
DIAS, M. L. et al. Terra Firme: uma reflexão sobre o atual processo de regularização
fundiária. 2013. In: Revista Universo e Extensão. v. 1, n. 1, p. 105 – 114, 2013. Disponível
em:<http://www.revistaeletronica.ufpa.br/index.php/universo_extensao/article/view/353/136>
. Acesso em 31 out. 2018.
GALERIA DE ARQUITETURA. Praça Victor Civita. 2012. Disponível em:<https://www.
galeriadaarquitetura.com.br/projeto/levisky-arquitetos-estrategia-urbana_/praca-victor-civita/5
08>. Acesso em 21 set. 2018.
APÊNDICES
APÊNDICE A
Questionário
APÊNDICE B
QUESTIONÁRIO
1- Sexo
Masculino ( ) Feminino ( )
2- Idade
Menos de 18 anos ( ) Entre 18 e 25 ( ) Entre 26 e 30 ( ) Entre 31 e 35 ( ) Acima dos 40 anos ( )
3- Quais os dias da semana você frequenta a praça?
Domingo ( ) Segunda-feira ( ) Terça-feira ( ) Quarta-feira ( ) Quinta-feira ( ) Sexta-feira ( )
Sábado ( )
4- Qual período do dia você frequenta a praça?
Manha ( ) Tarde ( ) Noite ( )
5- Que tipo de atividade você realiza
Compras ( ) Passeio ( ) Passagem ( ) Igreja ( ) Ponto de encontro com os amigos ( )
6- O que você mudaria na praça?