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O QUE DEFENDE O PÓS-TRIBULACIONISMO?

Danilo Pallar Lemos

Os pós-tribulacionistas têm como argumento principal, a interpretação de que a


Igreja passará pelo período de sete anos de tribulação e grande tribulação nos últimos
tempos, vindo a suportar tudo pela graça de Deus; e, só depois de passar por todo
esse tormento e suportar tudo, a Igreja se encontrará com o noivo, Cristo. Eles fazem
uma divisão, com relação à posição da Igreja em cada um desses dois períodos dos
sete anos; segundo nos acrescenta Erickson:

Os pós-tribulacionistas frequentemente distinguem entre a grande tribulação


e a ira de Deus. A tribulação, que é parcialmente infligida pelos não cristãos
e o diabo, será experimentada por todos que estiverem vivos e sobre a terra
na ocasião. A ira de Deus coincidirá em parte com a tribulação, mas visa
somente aos ímpios; os santos de Deus serão poupados dela. (ERICKSON,
2010, p.180)

Essa corrente além da posição que vimos no parágrafo acima, também


defende a não existência de duas etapas da segunda vinda de Cristo, mas sim
somente uma, desconsiderando assim a primeira fase, a do arrebatamento. Para essa
corrente a segunda vinda além de ser um evento único, ocorre no fim do período de
sete anos; sendo o evento que irá preceder o milênio. Outro aspecto e posicionamento
dentro do pós-tribulacionismo é sobre as ressurreições, sendo defendida por eles
segundo Erickson a seguinte proposta:

Para o pós-tribulacionista, há apenas duas ressurreições: A de todos os


mortos justos no início do milênio e a de todos os restantes (ímpios) no fim
do milênio. Pos não haver qualquer interlúdio entre a vinda para Igreja e a
de todos os restantes para a Igreja e com a vinda da Igreja, nenhum santo
morre durante o interlúdio e não há necessidade de outra ressurreição dos
justos. ( ERICKSON, 2010, p. 181). (é preciso verificar toda a citação...
“Pos não haver..”).

Assim como vimos a posição pós-ribulacionista aceita sobre as ressurreições,


somente essas duas etapas e possibilidades; na interpretação do texto bíblico (Ap
20.5 e 6). Eles consideram que outras passagens não podem defender uma ordem de
ressurreições, de forma precisa. Outro aspecto que destacamos nessa corrente
interpretativa, é que a escola pós-tribulacionista além das posições que apresentamos,
não concorda com a distinção entre Israel e a Igreja, segundo Erickson eles têm a
seguinte argumentação referente aos Judeus neste período dos sete anos:
A referência feita aos eleitos presentes em meio a tribulação diz respeito a
igreja, não aos judeus eleitos. Para a maioria dos pós-tribulacionistas: não
há uma distinção aguda entre Israel e a igreja. Embora Israel provavelmente
tenha um lugar especial nos últimos tempos, isso não acontecerá porque
Deus volta a tratar Israel como nos tempos mais antigos, mas porque um
grande número de Judeus será incluído na igreja.(ERICKSON, 2010, p.
182)

Assim como podemos ver até aqui, a cada argumentação, o pós-


tribulacionismo, não aceita nenhum posicionamento ou aferição, que retire ou exclua a
condição da Igreja como tendo que passar pelo período da tribulação. Eles
compreendem a grande tribulação como se fosse uma provação a mais, além de
considerar que a Igreja pode resistir. Sobre Israel, não faz distinção entre a Nação e
Igreja, por defender que o período não é de tratamento para com Israel, ou seja, os
Judeus e também de juízo.
O pós-tribulacionismo comete muitas discrepâncias e com isso pratica uma série
de especulações para sustentar suas propostas e evitar seus dilemas. Geisler
comentando sobre alguns pontos de vistas pós-tribulacionistas, faz as seguintes
considerações:

Os pos-tribulacionistas apresentaram especulações para evitar o seu


dilema, mas estas são apenas isso especulações, sem bases escriturais
demonstráveis. Tal interpretação sugere que os 144.000 não são realmente
convertidos durante a Tribulação, e, conseqüentemente, não serão
ressuscitados no final (em um Arrebatamento pos-tribulacional) e, assim
sendo, ainda estarão capacitados para ter filhos durante o Milênio. Em
agudo contraste, Apocalipse 7 afirma que eles tem “o selo do Deus vivo” (v.
2), e que servem a Deus, e não ao Anticristo (v. 3).(GEISLER, 2010, p.1002)

Vemos com essa posição e refutação de Geisler, sua resposta direta sobre a
questão da posição da Igreja e dos Judeus ou Israel, durante o período dos sete anos
de tribulação e grande tribulação. Como vemos com suas palavras refutativas, as
argumentações feitas sobre os acontecimentos desse período e os textos que utilizam,
demonstra que lhes falta coerência bíblica em suas interpretações. Ainda contestando
a interpretação ou exegese que fazem de Mateus 25, Geisler acrescenta as seguintes
ponderações:

Os pos-tribulacionistas também são “forçados” (veja (Gundry, CT, 137) a


mover o juízo das “nações bodes” para o fim do Milênio, pois, se o
Arrebatamento ocorrer no fim da Tribulação, e todas as “ovelhas” (salvos)
forem levadas para o céu, então não sobrarão pessoas salvas para povoar
a terra. A sugestão de que alguns “bodes” (não salvos)entrarão no Milênio
não tem nenhum suporte textual. Jesus disse que “todos”os bodes serão
julgados quando Ele vier (Mt 25.32). As diferenças significativas entre a
separação e o juízo são suficientes para mostrar que não são a mesma
coisa. (GEISLER, 2010, p.1002)
Continuando sua refutação Geisler, com precisão rejeita a afirmação feita pelos
pós tribulacionistas, sobre como interpretam o texto do juízo das Nações. Geisler
demonstra que não tem como, nem porque textualmente segundo as Escrituras
interpretarem como interpretam, pois, dentro da posição que defendem os pós
tribulacionistas, fica inconcebível sustentação bíblica, o texto é claro em dizer que
todos serão julgados, não somente alguns. Assim com a refutação e explicação feita
por Geisler, podemos concluir que as afirmações e exposições de textos feitas pelos
pós tribulacionistas, não possuem coerência.
Referente à história desta escola escatológica ou corrente, os pós-
tribulacionistas, querem defender que a posição deles, era a abraçada pela Igreja
primitiva. Vindo inclusive a considerar segundo Erickson (2010), que Tertuliano e
Justino Mártir, eram pré tribulacionistas; porém, concordavam que a Igreja, passaria
pelas calamidades desse período; sendo uma argumentação inconcebível. Mas o
certo é que esta corrente começou a ser defendida com maior vigor a partir de
Agostinho na idade média. Ao concluir sobre essa corrente, como podemos ver, eles
não apresentam argumentos convincentes para sustentar suas defesas e
posicionamentos aos pontos que interpretam dos acontecimentos do período de
tribulação e grande tribulação. Outro fato que deve ser observado é a divergência que
existe entre seus próprios mentores; isso ocorreu de forma tal que provocou o
surgimento de quatro escolas dentro da mesma corrente. A dos pos-tribulacionistas
clássicos, a dos semi- clássicos, em sequência a dos pós-tribulacionistas futuristas e
por fim a dos pós- tribulacionistas dispensacional. Cada uma dessas com uma
argumentação divergente em algum aspecto da outra. Cloude faz as seguintes
considerações:

A primeira delas, o pós - tribulacionismo clássico, que ensinou que a igreja


sempre tem estado na tribulação e, portanto, a grande tribulação já foi
cumprida, na sua maior parte. O segundo grupo, é a de que todo o curso
da história da igreja é uma era de tribulação, mas que, além dela, haverá
um período futuro de grande tribulação.Terceira categoria Aceita um
período futuro de três anos e meio, ou sete anos, de tribulação entre a
presente era e a Segunda Vinda de Cristo. Um quarto ponto de vista é
denominada pós tribulacionista dispensacional combina de modo original os
argumentos pré - tribulacionistas com a aceitação do arrebatamento pós -
tribulacionista. (CLOUDE, 2009, p.114)

Pautados nessa exposição sobre as divergências internas entre defensores do


pós- tribulacionismo e interpretações de textos Bíblicos sem uma argumentação que
seja coerente em um contexto Bíblico e Histórico; é que não recomendamos e nem
credibilizamos as posições desta corrente. Ao concluir sobre essa corrente,
acrescentamos as palavras do Apóstolo Paulo, em 1Tess. 5. 21: “Examinai tudo
retende o bem”. Devemos conhecer avaliar e estudar os assuntos de cada corrente,
porém seguir somente a que tenha coerência e sustentabilidade Bíblica.

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