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Rio de Janeiro
Junho de 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Escola Politécnica - Departamento de Eletrônica e de Computação
Centro de Tecnologia, bloco H, sala H-217, Cidade Universitária
Rio de Janeiro - RJ CEP 21949-900
iv
AGRADECIMENTO
Agradeço aos muitos amigos feitos nessa jornada, em especial a Caio, Caio, Ze-
neide, João Marcos, Raphael, Marcelo, Luis Fernando e Varlen, com quem compar-
tilho tantos aprendizados e memórias divertidas.
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
This document presents the design of a class D power amplifier for audio
application. The goal is to ally high energy efffiency presented by class D, and
reduced total harmonic distortion in order to develop a system capable of delivering
high level useful power and yet able to perform and present the fidelity required in
an audio application.
Therefore, it presents the design of a class D amplifier employing TAS5630B,
integraded circuit made by Texas Instruments. It is also presented the project of
the associated output filter, the design of the printed circuit board and all other
blocks that are necessary to make it work.
The project covers the assembly of the circuit, including the design and con-
fection of the printed circuit board, cost and availability considerations in order to
define components values, and also the necessary care to assembly a system like the
one proposed. Thus, the prototype and the results of its observation and avaliation
are also presented.
The results obtained were: Cut-off frequency of 71 kHz, 0,6351% THD at 1
W of output power, and 0,5328% THD at 200 W. The maximum output power was
200,24 W and the energy efficiency 78%, when one channel was connected to a 4 Ω
load. With two channels connected to 8 Ω loads, the combined output power was
254,57 W and the energy efficiency 87%.
Key-words: audio amplifiers, class D, PCB, printed circuit board, power amplifi-
ers, frequency response, graduation project.
vii
SIGLAS
viii
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Delimitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.4 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.5 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.6 Descrição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3 Projeto do Amplificador 22
ix
3.1 Modos de Operação - Canais e Modulação . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.1 Topologia e Potência Média de Saı́da . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1.2 Outras Vantagens da Configuração em Ponte Completa . . . . 28
3.1.3 Conclusão sobre configuração dos canais e modulação . . . . . 29
3.2 Sistema de Alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2.1 Capacitores de Desacoplamento . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3 Filtro de Saı́da . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4 Sistema de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.4.1 Controle de Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.4.2 Demais Controles . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.5 Blocos Auxiliares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.5.1 Filtro DC de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.5.2 Circuito de Reset . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.5.3 Circuito Seletor de Modo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.5.4 Capacitores de Realimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.5.5 Controle de Frequência de Modulação . . . . . . . . . . . . . . 45
3.5.6 Outros Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.6 PCI - Placa de Circuito Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
x
5 Conclusões 78
5.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Bibliografia 81
xi
Lista de Figuras
xii
3.3 Esquema da modulação BD com sinais envolvidos em tempo normalizado
(t*fs). Fonte: Texas Instruments - Application Report SLOA119B [4]
[Modificada]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.4 Circuito simplificado equivalente para cálculo da potência de saı́da. Es-
quemático montado com o software OrCAD Capture CIS. . . . . . . . . . 27
3.5 Representação dos sentidos de corrente e do fenômeno de “Bus pumping”.
Fonte: IRF Application Note AN-1071 - Class D Audio Amplifier Basics
[3] [Modificada]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.6 Diagrama de Blocos do sistema de alimentação. . . . . . . . . . . . . . . 31
3.7 Aplicações Tı́picas para o LM317HV - Regulador de tensão ajustável para
alta tensão, de 1,25 V a 45 V. Fonte: Texas Instruments - Datasheet do
LM317HV [5]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.8 Topologia Butterworth. Fonte: Texas Instruments - Application Report
SLOA119B [4]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.9 Topologia Butterworth Aplicada à Carga em Esquema de Ponte. Fonte:
Texas Instruments - Application Report SLOA119B [4]. . . . . . . . . . . 36
3.10 Circuito Equivalente. Fonte: Texas Instruments - Application Report
SLOA119B [4]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.11 Topologia Final para o filtro passa-baixas de saı́da. Fonte: Texas Instru-
ments - Application Report SLOA119B [4]. . . . . . . . . . . . . . . . . 39
3.12 Circuito para acionamento da ventoinha. Esquemático montado com o
software OrCAD Capture CIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.13 Filtro DC de Entrada. Esquemático montado com o software OrCAD
Capture CIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.14 Circuito para seleção do Reset. Esquemático montado com o software
TINA-TI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.15 Esquemático do circuito. Print de tela do arquivo “esquematicoFin.brd”
aberto com o Eagle
R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.16 Layout da placa de circuito impresso. Captura de tela do arquivo “esque-
R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
maticoFin.brd” aberto com o Eagle
xiii
4.2 Parte de trás da placa de circuito impresso confeccionada em FR4. Di-
mensões: 116,87 cm x 85,44 cm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.3 Na esquerda (A), fotografia superior do sistema montado, sem a ventoinha,
para que sejam visı́veis os parafusos de fixação do dissipador, destacados
em vermelho. Na direita (B), a captura de tela com o design da PCI, como
forma de visualizar os furos para fixação do dissipador e sua conexão com
o terra do circuito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4 Esquemático do circuito pré-amplificador utilizado nos testes. Esquemático
montado com o software TINA-TI. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.5 Fotografias com as partes dianteira e traseira da base de madeira acomo-
dando a placa do circuito, a fonte de alimentação, os botões, LEDs e os
conectores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.6 Fotografia da placa montada, com somente os componentes soldados, de
modo a se observar os dois capacitores de acoplamento que ficam no ca-
minho do dissipador, destacados em vermelho. . . . . . . . . . . . . . . . 58
4.7 Ilustração com a montagem do dissipador de calor. Fonte: Texas Instru-
ments - Heatsinking, Connecting and Mounting for TAS561-3x [15] [Mo-
dificada]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.8 Fotografias da placa montada. Destacado em vermelho, o dissipador de
calor extra, que foi adaptado ao regulador de tensão de 12 V. . . . . . . . 60
4.9 Fotografia da placa montada de perfil. Nela pode ser visto que certa cur-
vatura é criada com a tensão dos parafusos fixadores do dissipador de calor. 61
4.10 Fotografia dos resistores de potência utilizados como “carga morta” para
o amplificador. Eles foram mergulhados em água para aumentar a capa-
cidade de dissipação de potência, permitindo os testes que se dariam. . . . 62
4.11 Fotografia com a montagem em bancada para os testes. Nela podem ser
vistos: a carga morta à direita; o sitema do amplificador e fonte, ao centro;
osciloscópio e gerador de sinais, acima; e o protoboard onde foi montado
o pré-amp de testes, à direita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.12 Circuito simplificado equivalente para cálculo da potência de saı́da. Es-
quemático montado com o software OrCAD Capture CIS. . . . . . . . . . 66
xiv
4.13 Modelo de um indutor considerando a perda de energia do núcleo. Fonte:
Texas Instruments - Application Report SLAA701A [17] . . . . . . . . . 68
4.14 Resposta em frequência (para potência média de aproximadamente 25 W
na saı́da). Curva de ganho de tensão. Dados obtidos em bancada, com o
uso do osciloscópio, formando a Tabela 4.1 e plotados no MATLAB. . . . 70
4.15 Resposta em frequência (para potência média de aproximadamente 25 W
na saı́da). Curva de ganho de tensão em dB. Dados obtidos em bancada,
com o uso do osciloscópio, formando a Tabela 4.1 e plotados no MATLAB. 70
4.16 Sinais de saı́da com aproximadamente 1 W, 10 W, 50 W, 150 W e 200 W em
uma carga de 4,2 Ω. Capturas de tela do osciloscópio Tektronix
TDS1012B.
R 72
4.17 Espectro de frequências do sinal de saı́da capturado do osciloscópio com 1
W, 10 W e 50 W, para uma entrada senoidal de 1 kHz. Captura de tela
R . . . . . . . . . . . . 74
do gráfico gerado pela função “thd” do MATLAB
4.18 Espectro de frequências do sinal de saı́da capturado do osciloscópio com
100 W, 150 W e 200 W, para uma entrada senoidal de 1 kHz. Captura de
tela do gráfico gerado pela função “thd” do MATLAB
R . . . . . . . . . 75
4.19 Gráfico de THD por potência de saı́da. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
xv
Lista de Tabelas
6
2.2 Classes de amplificação de áudio e datas de seu aparecimento [6].
13
xvi
Capı́tulo 1
Introdução
1.1 Tema
O tema do trabalho é o estudo das topologias, técnicas de projeto e dimensiona-
mento de componentes para amplificadores classe D. Neste sentido, o problema a
ser resolvido é analisar as topologias existentes, avaliar a que mais se adequada aos
requisitos, projetar e implementar um amplificador de áudio.
1.2 Delimitação
Este trabalho está centrado na implementação de um circuito amplificador de
áudio que atenda a requisitos elétricos, de tamanho fı́sico e de custo. O resultado
final deve ser um equipamento eletrônico completo e funcional.
1.3 Justificativa
A reprodução eletrônica de áudio transformou a organização da sociedade. Pode-
se citar, por exemplo, o impacto nas comunicações e no armazenamento de in-
formações, por meio do áudio eletrônico. Uma das consequências mais relevantes
fica por parte da revolução cultural trazida pela reprodução musical, uma vez que
essa deixou de ser restrita a concertos e se popularizou, podendo ser repetida e
alcançar todo tipo de pessoa.
1
O aperfeiçoamento da reprodução de áudio tem acompanhado a evolução da
Eletrônica, além de ser um dos principais instigadores da pesquisa e desenvolvimento
na área. Seja pelo fato dos sinais de áudio captados por microfones, captadores e
outros transdutores elétricos, normalmente possuı́rem uma amplitude reduzida; ou
pelo fato da aplicação de áudio requerer uma potência elevada (um concerto para
uma grande plateia, por exemplo); o sistema eletrônico deve possuir amplificadores
para elevar a amplitude e, consequentemente, a potência do sinal de áudio. Com
o advento de novos componentes, técnicas de produção, ferramentas e topologias,
a amplificação de sinais se aprimora em termos de eficiência energética, tamanho
fı́sico, potência e fidelidade.
1.4 Objetivos
O objetivo geral é, então, projetar e implementar um circuito amplificador classe
D. Suas especificações incluem: resposta plana no domı́nio de frequência de áudio
(30 Hz a 20 KHz); potência máxima de 200 W na saı́da para uma carga de 4
Ω; distorção harmônica total (THD) menor que 1%. Desta forma, tem-se como
objetivos especı́ficos: (1) selecionar uma topologia de circuito que melhor se adapte
às necessidades do projeto; (2) projetar um circuito capaz de atender o desempenho
requisitada; (3) implementar na prática o circuito projetado; (4) medir e avaliar o
desempenho do sistema montado.
2
1.5 Metodologia
Para iniciar o projeto, foi desenvolvido um estudo do relatado na literatura e em
projetos semelhantes sobre técnicas e topologias utilizados para o projeto e monta-
gem de amplificadores classe D. Com base no aprendizado adquirido, foram selecio-
nadas as técnicas e práticas que mais se adequavam ao projeto proposto.
Após as definições iniciais, foi feita uma pesquisa de mercado, onde foram avali-
ados componentes e circuitos integrados, de forma que se pudesse aplicar, pratica-
mente, o que fosse projetado, desenvolvendo e montando um protótipo seguindo as
especificações de projeto.
3
1.6 Descrição
O Capı́tulo 2 apresenta o conceito de amplificação de áudio e quais as técnicas
e parâmetros utilizados para realizá-la. Para tal, apresenta o conceito de som e as
maneiras utilizadas para amplificá-lo. Apresenta um breve histórico da amplificação
de sinais eletrônicos e como isso permite a gravação, transmissão e reprodução de
áudio. Por fim, descreve um sistema amplificador, alguns de seus parâmetros e as
topologias mais comuns utilizadas nesse tipo de circuito.
4
Capı́tulo 2
2.1 O Som
O som pode ser simplesmente definido como a variação de pressão em um meio
material. Porém, a definição do que é som também está atrelada à percepção sub-
jetiva de tal fenômeno fı́sico por nós, humanos, e outros sistemas biológicos. Nesse
sentido, a percepção humana do som também faz parte deste estudo.
5
sistema auditivo humano. O maior valor que podemos perceber sem a sensação de
dor é definido como limiar de dor, com valor de 20 Pa. É comum expressar o NPS
em escala logarı́tmica, em dB, com valor calculado como na Equação (2.1), onde P0
é o valor de referência de 20 µPa.
P
NPS = 20log( ) (2.1)
P0
6
Figura 2.1: Curvas de Fletcher-Munson. Cada curva representa o valor de
pressão acústica, em diferentes tons puros ao longo do espectro de áudio,
necessário para gerar a mesma percepção (em termos de intensidade) em uma
pessoa com acuidade auditiva média, tendo como referência o nı́vel de pressão
em 1 kHz. Fonte: Técnicas Modernas de Gravação de Áudio - 7a Edição. [1]
[Modificada].
7
2.2 Amplificação de Sinais de Áudio
Com a necessidade de ampliar a intensidade e consequentemente o alcance de uma
mensagem sonora, veio a necessidade de se amplificar os sinais sonoros.
Um orador passa a poder falar para plateias de tamanho que antes eram inima-
gináveis. Um músico em concerto pode apenas sussurrar a letra de uma música e
ainda ser entendido por um ouvinte a vários metros de distância. Isso tudo permitiu
que a arte musical se desenvolvesse e se tornasse tão plural.
8
Com o desenvolvimento dessa tecnologia, fez-se hábil a gravação de áudio para
que pudesse ser reproduzido a qualquer momento. Isso promove um efeito social de
popularização da música, que antes se restringia a uma parcela da população que
pudesse frequentar concertos ou similares.
Em 1907, Lee DeForest, ao tentar explorar mais ainda o efeito Edison, patenteou o
Audion. Como diferencial, o dispositivo contava com a adição de uma grade metálica
entre o filamento e o eletrodo que captava as cargas liberadas, ou seja, entre catodo
e anodo. Ao aplicar uma pequena tensão a essa grade, podia-se alterar a quantidade
de corrente observada entre o catodo e o anodo, ou seja, podia-se controlar a corrente
através de um outro pequeno sinal, dando o primeiro passo para a amplificação de
sinais [9].
9
“Nos Laboratórios da companhia Bell, Murray Hill, John Bardeen, Walter Brat-
tain e William Shockley inventaram o transistor. Ele foi demonstrado pela primeira
vez em 23 de dezembro de 1947.” [10]. Composto de semicondutores, o transistor
efetuava a amplificação de sinais com uma série de enormes vantagens em relação
às “válvulas”, nome popular dado aos dispositivos previamente descritos, que uti-
lizavam o efeito termoiônico. Os transistores eram menores, mais eficientes ener-
geticamente, necessitavam de uma menor tensão de funcionamento, além de serem
mais baratos e robustos. Essa invenção é considerada uma das mais importantes do
século XX e revolucionou a eletrônica.
10
V eficazes, correspondente à potência de 1 mW numa carga de 600 Ω. O amplifi-
cador de potência é o bloco designado a entregar a potência ao final da cadeia de
amplificação, ao alto-falante.
2.5 Distorção
Tratando toda a cadeia amplificadora como um único bloco, onde se aplica um
sinal na entrada e obtém-se um sinal amplificado na carga (alto-falante) na saı́da,
podemos estabelecer, de forma simplificada, os parâmetros desejáveis ao sistema:
• Alta impedância de entrada, de forma que toda a potência do sinal seja apli-
cada na entrada do amplificador;
11
Idealmente, o sinal amplificado seria uma cópia do sinal de entrada, tendo como
única diferença a amplitude. Porém, devido ao fato dos dispositivos semicondutores
não serem lineares e, além disso, adicionarem ruı́do ao sinal, observa-se sempre
distorção em todo sistema amplificador.
De acordo com a norma IHF A 202, de 1978, a distorção harmônica total é obtida
pela razão entre o valor RMS de todos os harmônicos e o valor RMS da fundamental,
como mostra a Equação (2.2). Segundo a norma IEC268-3, de 1988, a distorção
harmônica total é obtida pela razão entre o valor RMS de todos os harmônicos e o
valor RMS da fundamental somada aos harmônicos, como mostra a Equação (2.3)
[2].
qP q
n
2 A2if A22f + A23f + ... + A2nf
T HD = = (2.2)
Af Af
qP q
n
A2if
A22f + A23f + ... + A2nf
2
T HD = qP q (2.3)
n 2
1 Aif A2f + A22f + ... + A2nf
12
diferentes resultados em termos de eficiência energética, distorção e complexidade
de implementação. Portanto, a definição da classe aplicada está diretamente ligada
aos parâmetros de contorno do projeto e à aplicação para qual o amplificador está
sendo projetado. Se linearidade for mais importante, determinadas classes serão
mais apropriadas do que outras que, por sua vez, apresentariam vantagens em termos
de eficiência energética, por exemplo.
2.6.1 Classe A
Essa classe é caracterizada por ter sempre uma corrente de polarização percor-
rendo o estágio de saı́da. Desta forma, não há corte e saturação do transistor, o
que proporciona alto nı́vel de linearidade para essa polaridade. Por outro lado, por
estar conduzindo durante todo o tempo, inclusive quando o sinal de entrada é nulo,
o rendimento energético da Classe A é muito baixo, com valor teórico máximo de
25%.
Sendo assim, apesar da grande linearidade dessa classe, o baixo rendimento traz
inconvenientes quando se precisa de uma potência elevada na saı́da, o que requere-
13
Figura 2.2: Estágio de saı́da de um amplificador operando em Classe A. Fonte:
Amplificadores de Áudio, 1a ed. Brasil, BORTONI, R. [2] [Modificada].
2.6.2 Classe B
14
Figura 2.3: Estágio de saı́da de um amplificador operando em Classe B. Fonte:
Amplificadores de Áudio, 1a ed. Brasil, BORTONI, R. [2] [Modificada].
2.6.3 Classe AB
15
Figura 2.4: Distorção de crossover em um sinal senoidal de 1 kHz. Fonte:
Amplificadores de Áudio, 1a ed. Brasil, BORTONI, R. [2] [Modificada].
2.6.4 Classe C
2.6.5 Classe D
Se nas classes anteriores a diferença prática fica somente por conta da porção do
sinal conduzida pelo transistor na saı́da, na Classe D a lógica de funcionamento é to-
talmente diferente. Nesta classe, a etapa de potência é chaveada em alta velocidade,
e por isso também são conhecidos como amplificadores chaveados [2].
16
Figura 2.5: Representação da porção do sinal conduzida em cada transistor
da saı́da de cada classe. Fonte: Amplificadores de Áudio, 1a ed. Brasil,
BORTONI, R. [2] [Modificada].
O sinal PWM serve de controle para o estágio de saı́da, chaveando corte e sa-
turação das chaves de saı́da, normalmente MOSFETs, ligando e desligando a tensão
da fonte de potência à saı́da, que é ligada à carga por meio de um filtro passa-baixas,
que integra o sinal, restituindo-o à forma original. Os gráficos dos sinais envolvi-
dos no processo de amplificação da Classe D são mais detalhados na Figura 2.6. A
topologia básica e funcionamento são ilustrados na Figura 2.7.
17
Figura 2.6: Representação dos sinais presentes em um amplificador Classe D.
Fonte: IRF - Application Note AN-107 [3] [Modificada].
18
ns pode criar 2% de distorção harmônica total (THD), já reduzindo o intervalo para
15 ns, melhora-se a THD para 0.2% [3]. Um outro fator que influencia na distorção
é a imperfeição da resposta em frequência do filtro passa-baixas na saı́da. Com o
avanço da tecnologia de semicondutores e do sistema de controle das chaves, já são
viáveis, na prática, valores de THD menores que 0.01% e rendimentos superiores a
90%.
19
semicondutores com tempo de comutação cada vez menores, habilitou-se que ampli-
ficadores Classe D pudessem ter boa performance também em termos de linearidade,
o que tornou a Classe D ainda mais versátil.
2.6.6 Classe G
Na prática, na maior parte do tempo o sinal de áudio tem fator de crista (relação
entre o valor de pico e seu valor eficaz) bem menor do que o de um sinal senoidal.
Sendo assim, o estágio mais interno estará a maior parte do tempo funcionando, e
com uma dissipação de energia menor, melhorando o rendimento energético. So-
mente quando o sinal apresentar algum pico, outro (ou outros) estágio (estágios)
de amplificação serão ativados, fornecendo uma potência maior somente quando
necessária. Usualmente, o modo de operação dos estágios superiores é Classe C,
conduzindo somente a fração necessária do sinal, a crista, enquanto os estágios in-
feriores amplificam as outras partes do sinal.
A comutação dos transistores na transição entre os estágios faz com que a distorção
seja relativamente maior do que em amplificadores Classe A e AB, além de aumentar
com o acréscimo de mais estágios [2].
2.6.7 Classe H
20
A tensão de saı́da pode assumir diferentes valores, que são controlados por um
circuito auxiliar que, a partir do valor do sinal de entrada, seleciona o valor da
tensão no estágio de saı́da. Como a potência só é fornecida quando necessária,
o rendimento é elevado em relação às classes A e AB. A análise em termos de
rendimento e distorção é semelhante a da Classe G.
2.7 Conclusão
Com o desenvolvimento dos circuitos integrados, que integram cada vez mais
componentes em chips cada vez menores, há diversas opções no mercado de am-
plificadores Classe D que já integram oscilador, modulador, drive de chaveamento,
módulo de controle e módulo de potência em um único circuito integrado. Com o
desenvolvimento de melhores técnicas de construção e menores tempos de comutação
nos interruptores da saı́da, a distorção harmônica gerada por esses circuitos é bem
reduzida. Por outro lado, as vantagens da topologia Classe D e interruptores de
saı́da com baixa impedância permitem um rendimento energético elevado, permi-
tindo que o circuito fique compacto mesmo para nı́veis mais elevados de potência.
Dessa forma, optou-se pelo projeto de um amplificador Classe D para a aplicação
de áudio.
21
Capı́tulo 3
Projeto do Amplificador
22
Figura 3.1: Diagrama de Blocos do sistema completo.
• Uma das opções é de se utilizar 4 canais em modo de ponte simples. Nesse caso,
as entradas e saı́das são dadas em sinais simples (com valor dado em relação
a referência) e utilizam uma meia-ponte por canal. Chamado comumente de
modo SE (acrônimo de Single Ended ).
• Há ainda uma outra opção com apenas 1 canal em modo PBTL (Parallel
Bridge-Tied Load). Que consiste em uma entrada diferencial e a utilização
23
de 4 meia-pontes na saı́da de potência, duas em paralelo para cada terminal,
aumentando assim a capacidade de fornecimento de corrente para a carga,
tendo nisso sua principal vantagem.
• Modulação AD: tradicional, que consiste na comparação entre uma onda tri-
angular e o sinal modulante, o resultado é o PWM do sinal que controla uma
das chaves da meia ponte de saı́da; já o inverso desse sinal PWM controla
as outras chaves. O funcionamento da modulação é explicado na seção 2.6.5
com a ajuda da Figura 2.7. Para comparação entre os modos, pode-se ver o
esquema e sinais da modulação AD na Figura 3.2
• Modulação BD: o sinal também é comparado com uma onda triangular para
gerar o PWM tradicional, mas o seu inverso também o é, para gerar um outro
sinal PWM (diferente do inverso do PWM original). Cada um desses sinais
controla uma das meia-pontes de saı́da. Tanto o esquema quanto os sinais
envolvidos podem ser vistos na Figura 3.3.
24
Figura 3.2: Esquema da modulação AD com sinais envolvidos em tempo nor-
malizado (t*fs). Fonte: Texas Instruments - Application Report SLOA119B
[4] [Modificada].
25
Figura 3.3: Esquema da modulação BD com sinais envolvidos em tempo nor-
malizado (t*fs). Fonte: Texas Instruments - Application Report SLOA119B
[4] [Modificada].
26
Figura 3.4: Circuito simplificado equivalente para cálculo da potência de
saı́da. Esquemático montado com o software OrCAD Capture CIS.
simples, a excursão teórica é de duas vezes o valor da fonte, já que o sinal resultante
é a diferença entre os dois terminais de saı́da, a tensão que de fato é aplicada à
carga, ligada entre eles. Por essa razão, a tensão na carga varia de VDD à -VDD
(mesma tensão, mas aplicada no sentido inverso). Então não há offset, os terminais
VDD
ficam com o mesmo valor DC, em , com diferença DC zero entre eles.
2
Para calcular a potência média na saı́da, pode-se simplificar o sistema como uma
fonte de tensão e um resistor de carga, como ilustrado na Figura 3.4. Nesse caso, a
Equação (3.1) dá a potência média na carga. Substituindo a lei de Ohm na Equação
(3.1), se obtém a igualdade da Equação (3.2). O valor dentro dos parênteses é
igual ao quadrado do valor da tensão RMS, mostrado na Equação (3.3). Substi-
tuindo, chega-se a Equação (3.4), que, daqui em diante, será utilizada para calcular
a potência na saı́da por meio do valor da tensão RMS medida na carga.
Z T
1
P = v(t)i(t)dt (3.1)
T 0
27
T T
[v(t)]2
Z Z
v(t) 1 1 1 2
i(t) = ⇒P = dt = [v(t)] dt (3.2)
RL T 0 RL RL T 0
s
Z T
1
VRM S = [v(t)]2 dt (3.3)
T 0
1
P = (V 2 ) (3.4)
RL RM S
Outro fator agravado pelo uso de pontes simples é o chamado “Bus pumping”,
quando a energia flui de volta da carga para a fonte, gerando grande flutuação do seu
nı́vel de tensão. Isso ocorre principalmente em baixas frequências, com a energia
28
Figura 3.5: Representação dos sentidos de corrente e do fenômeno de “Bus
pumping”. Fonte: IRF Application Note AN-1071 - Class D Audio Amplifier
Basics [3] [Modificada].
armazenada nos indutores do filtro de saı́da sendo devolvida para fonte. É uma
caracterı́stica dos amplificadores classe D, gerando problemas de sobrecarga, já que,
normalmente, a fonte não tem como absorver essa energia retornada. Há também
problemas de linearidade, já que o ganho do classe D depende diretamente do nı́vel
de tensão da fonte [3]. Com a topologia em ponte completa, cada meia-ponte tende
a consumir essa energia que voltaria para a fonte, como ilustrado na Figura 3.5,
evitando esse efeito.
29
• 5.1: 6 canais, 2 dianteiros e 2 traseiros, espalhados em esquerda e direita, 1
central e mais 1 especı́fico para os graves (criando a sensação de tridimensio-
nalidade ao som);
As duas opções seriam seguir com o projeto de um sistema 2.1, com dois canais
em SE e um em BTL, ou com um estéreo simples, com os dois em BTL. Em vir-
tude de se aproveitar as vantagens práticas de se ter um protótipo com dois canais
“iguais”, tanto em testes, como no fato de um ser sobressalente ao outro, optou-se
pelo segundo.
30
Figura 3.6: Diagrama de Blocos do sistema de alimentação.
31
Figura 3.7: Aplicações Tı́picas para o LM317HV - Regulador de tensão
ajustável para alta tensão, de 1,25 V a 45 V. Fonte: Texas Instruments -
Datasheet do LM317HV [5].
o difere do simples LM317, é relevante a esse projeto pois significa que o regulador
admite até 60 V na entrada, diferente dos 37 V máximos da versão mais simples.
O circuito no qual o regulador foi aplicado pode ser visto na Figura 3.7. Nessa
configuração, segundo o datasheet do LM317HV [5], o valor da tensão regulada
na saı́da é definido pela Equação (3.7), onde Iadj (R2 ) é a corrente no resistor R2 .
Resolvendo-a para os valores de 5 V e 12 V, e considerando limitações de valores
comerciais, foram escolhidos os pares: R1 = 1, 6 kΩ e R2 = 4, 7 kΩ, para 5 V; e
R1 = 300 Ω e R2 = 2, 7 kΩ, para 12 V.
R2
Vout = 1, 25V (1 + ) + Iadj (R2 ) (3.7)
R1
32
para alimentar os outros circuitos internos comuns. Portanto, mesmo que sejam
alimentados pela mesma fonte, todos esses pinos devem possuir circuitos de desaco-
plamento individuais, com o cuidado de posicionar os capacitores de desacoplamento
fisicamente próximos de cada pino.
33
tipos. [12]
34
Figura 3.8: Topologia Butterworth. Fonte: Texas Instruments - Application
Report SLOA119B [4].
C
CBT L = (3.8)
2
RBT L = 2R (3.9)
LBT L = L (3.10)
35
Figura 3.9: Topologia Butterworth Aplicada à Carga em Esquema de Ponte.
Fonte: Texas Instruments - Application Report SLOA119B [4].
36
1 R 1
Vout ( sC //R) 1+sRC LC
H(s) = = 1 = R
= 1 1 (3.11)
Vin sL + ( sC //R) sL + ( 1+sRC ) s2 + s RC + LC
1
A LC
H(s) = = (3.12)
s2 + s ωQ0 + ω02 1
s2 + s RC + 1
LC
1 1
ω0 = √ =√ (3.13)
LC 2LBT L CBT L
r √ r
C 2 CBT L
Q=R = RBT L (3.14)
L 2 LBT L
1
A= = ω02 (3.15)
LC
1
CBT L = √ (3.16)
2ω0 RBT L
RBT L
LBT L = √ (3.17)
2ω0
37
Tabela 3.1: Valores calculados para CBT L e LBT L para as determinadas frequências
de corte.
f0 (KHz) ω0 (Krad/s) CBT L (µF ) LBT L (µH)
25 157,08 1,13 18,01
30 188,50 0,94 15,01
35 219,91 0,80 12,86
40 251,33 0,70 11,25
45 282,74 0,63 10,00
50 314,16 0,56 9,00
38
Figura 3.11: Topologia Final para o filtro passa-baixas de saı́da. Fonte: Texas
Instruments - Application Report SLOA119B [4].
Finalmente, com base nas Tabelas 3.1, 3.2 e na viabilidade comercial dos compo-
nentes (com base no preço e disponibilidade). Determinou-se os valores:
CG = 100nF (3.20)
Os capacitores do filtro devem suportar pelo menos 48 V, valor fornecido pela fonte
de tensão do circuito, que será chaveada na carga. Considerando uma margem de
segurança e as opções comerciais, devem ser escolhidos componentes que suportem
pelo menos 63 V. Já para o caso dos indutores, estes devem suportar uma corrente
de até 15 A, que é o valor máximo de corrente que aciona a proteção de curto-circuito
do TAS5630B.
39
3.4 Sistema de Controle
O projeto deste amplificador prevê futuras melhorias e, portanto, foi escolhido que
o controle lógico seria feito por um microcontrolador, possibilitando a adaptação de
novas funções facilmente via software. Para a tarefa, o microcontrolador escolhido
foi o PIC16F628A, de 8 bits, 18 pinos e 16 portas de entrada e saı́da configuráveis.
Sendo assim, os sinais de controle contemplados neste trabalho se utilizariam de
parte das portas, com as restantes ficando livres para uso posterior. O projeto da
PCB deve então facilitar o acesso fı́sico às portas, o que será descrito na seção 3.6.
• Sinalização de Ready: A leitura do sinal que indica que o sistema está pronto
e em correto funcionamento e atuação com sinalização luminosa;
40
Figura 3.12: Circuito para acionamento da ventoinha. Esquemático montado
com o software OrCAD Capture CIS.
RESET deve ser acionado. É recomendado que, nesse caso, não se ative o RESET
até que o OT W 1 esteja desativado.
41
cado quando o sinal READY estiver em nı́vel alto, evitando assim estalos e cliques
audı́veis. Também é recomendado que o RESET esteja em nı́vel baixo ao desligar
o circuito, evitando também os estalos e cliques indesejados. Esses sinais serão lidos
e controlados pelo microcontrolador, garantindo a lógica de funcionamento correta
[13].
Em todos esses casos de erro, todos os sinais são lidos pelo microcontrolador que
aciona o RESET devidamente. Caso o problema seja outro, como sobrecarga, por
exemplo, o RESET é acionado e posteriormente liberado. Se o problema não for
resolvido após o acionamento do RESET e o sinal SD ainda estiver ativo, o processo
é repetido. Caso o erro persista após três tentativas, o sistema assume o estado de
erro e mantém o amplificador desativado e com saı́da em alta-impedância. Um LED
indicando erro será aceso para que uma eventual checagem do problema seja feita.
Outro sinal que deve ser analisado pelo sistema de controle é o CLIP , que indica
quando o sinal na saı́da está se aproximando da saturação. Quando ele é ativado,
um LED é aceso para que se possa diminuir a amplitude na entrada.
Por fim, o sinal de READY indica que o sistema amplificador está pronto e
funcionando corretamente. O sinal de áudio só deve ser aplicado à entrada do
amplificador uma vez que esse sinal esteja em nı́vel lógico alto. Um LED é aceso
para indicar que o sistema está pronto.
42
O código fonte do algoritmo descrito nesta seção pode ser encontrado no Apêndice
A.
Para validar esses valores, foram calculadas as frequências de corte inferior e su-
perior. Para altas frequências, a frequência de corte ocorre quando a impedância
do capacitor de 100 pF passa a ser pequena o suficiente para dividir a tensão de
entrada com o resistor R. Nessa ordem de frequência, o capacitor de 10 µF apresenta
impedância desprezı́vel quando comparada ao menor, podendo ser considerado um
curto-circuito, sem que isso afete consideravelmente o valor encontrado nos cálculos.
Já a resistência de entrada do amplificador Rin , de 33 kΩ (com o sinal Ready ati-
vado), pode ser considerada circuito aberto quando comparado à R, muito menor.
A frequência de corte superior é dada então pela Equação (3.21), que considera
somente o par 100 Ω e 100 pF.
1 1
fc = ⇒ = 15, 9M Hz (3.21)
2πRC 2π.100Ω.100pF
1 1
fc = ⇒ = 482, 3mHz (3.22)
2πRC 2π.33kΩ.10µF
43
Figura 3.13: Filtro DC de Entrada. Esquemático montado com o software
OrCAD Capture CIS.
Além do controle do Reset, via software, descrito na seção 3.4, esse sinal pode ser
acionado manualmente por meio de um botão. Para isso, foi incluida uma chave,
como no diagrama da Figura 3.14. R18 e R19 são resistores de Pull-Up/Pull-Down
conectados de forma que o microcontrolador defina nı́vel baixo ou alto no pino
RESET , mas que, caso o botão de Reset esteja fechado, seja sobreposto por nı́vel
baixo (ativo), por isso R18 muito menor que R19.
Com base no explicado na seção 3.1, a configuração projetada conta com entrada
de sinal diferencial, dois canais em BTL e com modulação AD (tradicional). A
seleção dos modos é dada pela combinação de valores de nı́vel lógico alto e baixo
nos pinos 20 (M1), 21 (M2) e 22 (M3) (As entradas de sinal C e D selecionam a
modulação no caso do PBTL, em que elas não seriam utilizadas para entrada de
sinal). No caso projetado, M1, M2 e M3 devem ser ligados ao terra do circuito.
44
Figura 3.14: Circuito para seleção do Reset Esquemático montado com o
software TINA-TI.
Amplificadores classe D tem seu ganho definido pelo nı́vel de tensão da fonte de
alimentação. Por essa razão, são muito mais sensı́veis à variação do nı́vel de tensão
durante a operação, causando distorção do sinal. Esse fator ainda é agravado pelo
fenômeno de “Bus pumping”, explicado na seção 3.1.2.
45
(pino 12). O valor nominal é de 400 kHz quando se liga um resistor de 10 kΩ entre
o pino de controle e o terra do circuito. Com o intuito de reduzir problemas no
caso de se utilizar um receptor de rádio em banda AM, pode-se selecionar valores
menores de oscilação: 333 kHz conectando um resistor de 20 kΩ ou 300 kHz com
um resistor de 30 kΩ.
Outra opção é utilizar um oscilador externo, para casos em que se queira sincro-
nizar mais de um amplificador ou para que se chaveie o módulo com uma outra
frequência. Nesses casos, pode-se configurar o módulo de operação slave ligando o
FREQ ADJ ao VREG (pino 9). Nesse caso os pinos OSC I/O+ e OSC I/O+ são
configurados como entrada para o clock externo [13].
O controle de curto circuito pode ser ajustado com um resistor ligado do pino de
controle ao terra do circuito. Esse resistor pode variar entre 22 kΩ e 68 kΩ, sendo
que, quanto menor a resistência, maior o nı́vel de proteção. Para a proteção usual,
com corrente máxima de 15 A, o resistor deve ter o valor de 24 kΩ.
46
3.6 PCI - Placa de Circuito Impresso
No projeto de um amplificador Classe D, o design da PCI é especialmente relevante
quando comparado às Classes A e AB, por exemplo. Isso ocorre, principalmente,
por causa da alta frequência envolvida na modulação e chaveamento do circuito.
c
λ= √ (3.23)
f r
Para sinais que se limitam ao espectro de áudio (com limite superior de 20 kHz),
o quarto de comprimento de onda mı́nimo é de 3750 m, no ar (r ∼ 1). Já para
200 MHz, esse valor cai para 37,5 cm. Considerando uma placa de fibra de vidro
ou FR4, esses valores caem para menos da metade, considerando que o material
causa um “efeito encurtador” nas ondas que o atingem, devido a permissividade de
aproximadamente 4,8 [14].
47
• Atenção na alocação dos capacitores de realimentação, que devem ficar o mais
perto possı́vel do CI, para criar um caminho de baixa impedância e indutância.
(Figura 3.15). Deve-se ter o cuidado de adicionar cada componente com modelo
de simbolo de esquemático, footprint de PCB e modelo 3D de acordo com os com-
ponentes reais que serão utilizados, garantindo assim que as conexões sejam corre-
tas e que o espaço fı́sico seja apropriado a cada componente. O próprio Eagle
R
Foram adicionados conectores de 2 vias para que se permitisse acesso fácil aos
terminais com 5 V, 12 V, reset e a ventoinha. O mesmo tipo de conector é usado
para os sinais de entrada dos dois canais do amplificador. O PIC é conectado à placa
por meio de um soquete e todos os seus pinos também são acessı́veis via barramentos
de 9 vias, um em cada lado do CI. Conectores mais capazes, em termos de corrente,
são utilizados para conectar a fonte de alimentação e as saı́das dos dois canais do
amplificador.
48
Figura 3.15: Esquematico do circuito. Print de tela do arquivo “esquemati-
coFin.brd” aberto com o Eagle
R
49
Figura 3.16: Layout da placa de circuito impresso. Captura de tela do arquivo
“esquematicoFin.brd” aberto com o Eagle
.
R
A lista com todos os componentes como descritos ao longo desse capı́tulo, dá-se
na Tabela 3.3.
50
Tabela 3.3: Lista de Componentes
51
Capı́tulo 4
4.1 Montagem
4.1.1 PCI
O arquivo com o projeto da PCI (.brd), gerado como descrito na seção 3.6, foi
enviado à empresa TEC-CI Circuitos Impressos, para confecção das placas em FR-4,
como recomendado pelo fabricante do chip [13]. O resultado foi a confecção da placa
que pode ser vista nas Figuras 4.1 e 4.2.
52
Figura 4.1: Parte da frente da placa de circuito impresso confeccionada em
FR4. Dimensões: 116,87 cm x 85,44 cm
53
Figura 4.3: Na esquerda (A), fotografia superior do sistema montado, sem
o ventoinha, para que sejam visı́veis os parafusos de fixação do dissipador,
destacados em vermelho. Na direita (B), a captura de tela com o design
da PCI, como forma de visualizar os furos para fixação do dissipador e sua
conexão com o terra do circuito.
54
Figura 4.4: Esquemático do circuito pré-amplificador utilizado nos testes.
Esquemático montado com o software TINA-TI.
Para realização dos testes, já que este trabalho ainda não contempla o projeto
do pré-amplificador, que tem em seu núcleo um amplificador operacional Fully-
Differential, ideal para essa conversão de SE para diferencial, se fez necessário a
implementação de um pré-amplificador mais simples para testes, com o intuito de
converter um sinal SE em um sinal diferencial balanceado. O circuito implementado
é mostrado na Figura 4.4. Uma opção seria utilizar diferentes canais de um mesmo
gerador de sinais com uma defasagem de 180o entre eles. Porém, a configuração
desses canais exige um ajuste fino cada vez que qualquer parâmetro é alterado, o
que torna essa solução pouco prática.
55
Para que não houvesse desequilı́brio, o inversor foi projetado com ganho unitário,
com o cuidado na escolha de resistores com valor mais próximo possı́vel. O buffer
se faz necessário para balancear a impedância entre os sinais positivo e negativo.
Esses elementos foram acomodados em uma base de madeira, como pode ser
visto na Figura 4.5. Na frente da base, há uma chave de liga/desliga ligando a
fonte de alimentação à rede elétrica; um botão, também liga/desliga, que aciona
manualmente o Reset e os 4 LEDs sinalizadores. Na parte traseira estão os quatro
terminais de saı́da, dois para cada canal, com conectores do tipo “banana”. A fonte
é fixada por parafusos à base, enquanto a PCI é apoiada sobre quatro hastes, que
também servem de apoio a ventoinha.
56
Figura 4.5: Fotografias com as partes dianteira e traseira da base de madeira
acomodando a placa do circuito, a fonte de alimentação, os botões, LEDs e os
conectores.
57
Figura 4.6: Fotografia da placa montada, com somente os componentes sol-
dados, de modo a se observar os dois capacitores de acoplamento que ficam
no caminho do dissipador, destacados em vermelho.
Como ilustra a Figura 4.7, essa ligação implica em mais uma junção térmica,
o que aumenta a resistência térmica, diminui a capacitância que drena correntes
de chaveamento do substrato pelo dissipador e dificulta a montagem fı́sica. Porém,
soluciona a questão e permite o funcionamento do circuito, sem que sejam observados
maiores problemas.
58
Figura 4.7: Ilustração com a montagem do dissipador de calor. Fonte: Te-
xas Instruments - Heatsinking, Connecting and Mounting for TAS561-3x [15]
[Modificada].
Um ponto para o qual não foi dada a devida atenção foi a dissipação de calor dos
reguladores de tensão de 5 e 12 V. Nos primeiros testes, após a montagem, notou-se
que o sistema entrava em modo de erro após algumas dezenas de segundo de fun-
cionamento. Ao se medir as tensões em nós relevantes, notou-se que, quando isso
acontecia, o barramento de 12 V apresentava tensão nula. Ao checar a tempera-
tura do regulador notou-se o problema. O LM317HV utilizado possui proteção de
superaquecimento, que desliga o regulador nesse caso, a tensão então cai a zero e o
TAS5630b entra em erro por subtensão. Para solucionar o problema, um segundo
dissipador, pequeno e bem menor que o principal, do módulo de potência, foi adi-
cionado ao regulador de 12 V. Isso resolveu o problema. Esse segundo dissipador
pode ser visto na Figura 4.8
59
Figura 4.8: Fotografias da placa montada. Destacado em vermelho, o dissi-
pador de calor extra, que foi adaptado ao regulador de tensão de 12 V.
foi facilitado para futuras melhorias, portanto, bastou inutilizar a via criada na placa
e utilizar o acesso à porta RA4, que foi utilizada no lugar.
Outro ponto que causou falhas inicialmente nos testes foi a curvatura da placa,
causada pelos parafusos do dissipador. São três pontos de fixação e contato do
dissipador, mas que estão concentrados nas pontas de sua forma retangular. Como
foi comum que se montasse e desmontasse o dissipador diversas vezes, durante os
testes em bancada, em casos de outras falhas ou outras análises, notou-se que o
sistema é particularmente sensı́vel a isso. Quando ultrapassado um certo nı́vel de
apertamento dos parafusos, o circuito apresentou falhas de funcionamento. Algumas
vezes essa falha era resolvida afrouxando-se os parafusos, mas em outras, precisou-
se substituir o TAS5630b. O perfil da placa de circuito montada pode ser visto na
Figura 4.9.
60
Figura 4.9: Fotografia da placa montada de perfil. Nela pode ser visto que
certa curvatura é criada com a tensão dos parafusos fixadores do dissipador
de calor.
sistema seja aplicável, robusto e sem a necessidade de uma montagem tão cuidadosa,
em futuras aplicações se faz necessário o uso de uma solução mais definitiva, como
espaçadores ou o próprio reposicionamento dos pontos de fixação.
61
Figura 4.10: Fotografia dos resistores de potência utilizados como “carga
morta” para o amplificador. Eles foram mergulhados em água para aumentar
a capacidade de dissipação de potência, permitindo os testes que se dariam.
em que os dois canais foram ligados ao mesmo tempo, cada um dos resistores serviu
de carga para um deles.
Como foi utilizada a topologia de ponte completa na saı́da, ou seja, com sinal
diferencial, deve-se fazer a correta ligação e interpretação das medidas. O sinal
desejado é a diferença entre um terminal de saı́da e outro, não o valor destes em
relação à referência, massa ou terra. Como não se tinha à disposição ponteiras
diferenciais de osciloscópio, somente ponteiras tradicionais (com positivo para o
sinal e negativo para terra), foram necessários dois canais para medir o sinal de
saı́da, cada um medindo o sinal em relação a referência. A função matemática de
diferença (-) do osciloscópio então é utilizada para que se obtenha o sinal desejado.
62
Figura 4.11: Fotografia com a montagem em bancada para os testes. Nela
podem ser vistos: a carga morta à direita; o sitema do amplificador e fonte,
ao centro; osciloscópio e gerador de sinais, acima; e o protoboard onde foi
montado o pré-amp de testes, à direita.
63
Para medir e calcular a potência média na saı́da, foi-se aumentando a amplitude
de um sinal senoidal na entrada, com frequência de 1 kHz, até que se observasse um
dos fatores limitantes descritos acima. Ao encontrar a amplitude máxima na saı́da,
o cálculo da potência média seguiu como descrito na seção 3.1.1.
1 2 (29V )2
P = (VRM S ) = = 200, 24W (4.1)
RL 4, 2Ω
Portanto, o caminho tomado foi o de assumir como potência máxima por canal
o valor de 200 W. Diversos outros testes e diversas horas de bancada concluı́ram
que esse valor é seguro e que o sistema é totalmente capaz de mantê-lo por qualquer
intervalo de tempo. É provável que se conseguisse encontrar um valor seguro maior
que esse. Porém, como esse era o valor demandado ao inı́cio do projeto e encon-
trar esse maior valor demandaria um custo muito elevado, tanto financeiro (com a
substituição dos CIs queimados) quanto de trabalho (todo o re-trabalho de solda e
montagem de um CI SMD de 64 pinos), chegou-se a decisão de projeto de considerar
essa a potência máxima para essas dadas condições.
64
Para os testes com dois canais ligados simultaneamente, foram utilizados os dois
resistores de 8 Ω como carga para cada canal (medidos 8,1 Ω e 8,4 Ω). Nesse caso,
atingiu-se o limite de excursão do sinal de saı́da nos dois canais, sem que se tivesse
qualquer problema de funcionamento. Esse valor foi de 32,4 VRM S (91,64 Vpp),
bem próximo dos teóricos 35,36 VRM S (100 Vpp). Para os valores de resistência das
cargas, a potência média obtida foi de 129,60 W para o canal com 8,1 Ω, e 124,97
W para o canal com 8,4 Ω. No total de 254,57 W, como calculado na Equação (4.2).
(32, 4V )2 (32, 4V )2
P = P canal1 + P canal2 = + = 129, 60W + 124, 97W = 254, 57W
8, 1Ω 8, 4Ω
(4.2)
4.2.2 Eficiência
Assim como descrito na seção anterior, a potência média fornecida pela fonte
é dada pela Equação (3.1). Entretanto, v(t) agora é dado pela tensão da fonte
VDD , que é constante e por isso sai da integral, como mostrado na Equação (4.3).
Entretanto, o termo da corrente média pode ser facilmente calculado com base na
tensão no resistor RT , seguindo a Equação (4.4). A potência total consumida é então
dada pela Equação (4.5) que, diminuı́da a queda de potência no próprio RT , dá a
potência fornecida ao sistema pela Equação (4.6).
Z T Z T
1 1
P = VDD i(t)dt = VDD i(t)dt (4.3)
T 0 T 0
65
Figura 4.12: Circuito simplificado equivalente para cálculo da potência de
saı́da. Esquemático montado com o software OrCAD Capture CIS.
Z T
1 VRT
i(t)dt = (4.4)
T 0 RT
V RT
P total = VDD (4.5)
RT
VRT VR VR
P sistema = VDD − VRT T = (VDD − VRT ) T (4.6)
RT RT RT
Para o primeiro teste, ligou-se os dois canais com a cargas de 8,1 Ω e 8,4 Ω com sua
excursão máxima 32,4 VRM S , ou seja, entregando 254,57 W. A queda de tensão no
resistor RT foi de 0,593 V que, para a resistência de 0,1 Ω, representa uma corrente
média de 5,93 A. A tensão medida na fonte foi 50,2 V. Utilizando a Equação (4.6),
calculou-se a potência na Equação (4.7):
VRT 0, 593V
P sistema = (VDD − VRT ) = (50, 2V − 0, 593V ) = 294, 17W (4.7)
RT 0, 1Ω
66
Para o teste com somente um dos canais, ligou-se a resistência de 4,2 Ω, utilizada
na seção 4.2.1, a uma amplitude de 29,0 VRM S , ou seja, entregando 200,24 W. A
queda de tensão no resistor RT foi de 0,517 V que, para a resistência de 0,1 Ω,
representa uma corrente média de 5,17 A. A tensão medida na fonte foi 50,3 V.
Utilizando a Equação (4.6), calculou-se a potência na Equação (4.9):
VRT 0, 517V
P sistema = (VDD − VRT ) = (50, 3V − 0, 517V ) = 257, 38W (4.9)
RT 0, 1Ω
VRT 0, 0041V
P sistema = (VDD − VRT ) = (50, 0V − 0, 0041V ) = 2, 05W (4.11)
RT 0, 1Ω
67
Figura 4.13: Modelo de um indutor considerando a perda de energia do
núcleo. Fonte: Texas Instruments - Application Report SLAA701A [17]
Para se medir a resposta em frequência, fixou-se como sinal de entrada uma se-
noide com amplitude de 1 V (0,707 VRMS ). Com frequência 1 kHz, se obteve na
saı́da 10,3 VRMS (25,26 W para a carga de 4,2 Ω), ou seja, ganho de 14,57 (23,27
dB). Variou-se então a frequência registrando os diferentes valores de ganho.
68
Tabela 4.1: Tabela com valores de ganho absoluto e em dB para diferentes
frequências (para potência média de aproximadamente 25 W na saı́da).
69
Figura 4.14: Resposta em frequência (para potência média de aproximada-
mente 25 W na saı́da). Curva de ganho de tensão. Dados obtidos em bancada,
com o uso do osciloscópio, formando a Tabela 4.1 e plotados no MATLAB.
70
A resposta em frequência encontrada segue o esperado, uma curva passa-baixas.
Pode ser observada uma atenuação acima de 10 kHz, quando comparada aos maiores
valores da banda passante, chegando a praticamente 1 dB em 20 kHz. Essa queda
menor que 1 dB é imperceptı́vel em tão alta frequência. A frequência de corte
encontrada foi de 71 KHz.
2500
Fs = = 250.103 Hz = 250kHz (4.12)
10.10−3 s
71
Figura 4.16: Sinais de saı́da com aproximadamente 1 W, 10 W, 50 W, 150 W
e 200 W em uma carga de 4,2 Ω. Capturas de tela do osciloscópio Tektronix
R
TDS1012B.
72
do sinal, com valor expresso em dB [18].
1W 10 W 50 W
harmfreq harmpow harmfreq harmpow harmfreq harmpow)
(kHz) (dB) (kHz) (dB) (kHz) (dB)
F. 1,0000 6,3106 1,0000 16,2735 1,0000 23,2021
1o 1,9940 -42,8873 2,0538 -43,3255 2,1000 -49,0554
2o 3,1182 -42,8475 2,9000 -46,2095 2,8299 -33,7130
3o 3,9000 -52,4721 3,9000 -45,8158 4,0000 -36,6345
4o 4,9000 -42,0887 4,9000 -59,4332 4,9000 -37,5080
5o 5,9000 -57,8568 5,9000 -49,4790 5,9037 -36,4385
73
Figura 4.17: Espectro de frequências do sinal de saı́da capturado do osci-
loscópio com 1 W, 10 W e 50 W, para uma entrada senoidal de 1 kHz. Captura
de tela do gráfico gerado pela função “thd” do MATLAB
R
74
Figura 4.18: Espectro de frequências do sinal de saı́da capturado do osci-
loscópio com 100 W, 150 W e 200 W, para uma entrada senoidal de 1 kHz.
Captura de tela do gráfico gerado pela função “thd” do MATLAB
R
75
A função do MATLAB retorna o valor do THD em dB. Porém, o valor em porcen-
tagem é mais usual em especificações comerciais de áudio. A Equação (4.13) mostra
o cálculo feito para converter o resultado, no caso de 1 W. O mesmo foi feito para
os outros nı́veis de potência, gerando a Tabela 4.3.
THDdB −43,9437
THDdB = 20log(THD) ⇒ THD = 10 20 = 10 20 = 0, 006351 = 0,6351%
(4.13)
76
Figura 4.19: Gráfico de THD por potência de saı́da.
77
Capı́tulo 5
Conclusões
78
5.1 Trabalhos Futuros
Além dos pontos já relatados ao longo do capı́tulo com a análise da implementação
do projeto, outras melhorias devem ser implementadas como trabalho futuro. Por
exemplo, podem ser implementados: um controle automático para que a saı́da fique
em modo de alta-impedância quando não houver sinal de entrada (uma espécie de
auto shut off ); um controle de volume integrado aos sinais de clip e temperatura,
de modo a garantir a integridade fı́sica do amplificador e da qualidade de som; a
expansão do sistema, com a integração de mais canais implementados com o mesmo
amplificador, sincronizados; a implementação de uma interface de entrada mais di-
versa, que permita a conexão com outros equipamentos e tecnologias, como bluetooth
e outras mı́dias. Todas essas opções e mais, são previstas. Elas são possibilitadas
com o projeto de placas de expansão que seriam conectadas, principalmente, ao
sistema de controle e alimentação, além das atualizações do software que programa
o microcontrolador do sistema. Por isso o cuidado no design da placa, permitindo
acessos aos nı́veis de alimentação e às portas do microcontrolador do sistema de
controle. Por exemplo, o auto shut off descrito seria simplesmente implementado
com a amostragem do sinal de entrada, ligada a um integrador, e comparada a um
sinal de referência pelo microcontrolador (que seria o mı́nimo para considerar que
não há sinal, o nı́vel de ruı́do, por exemplo). Caso o sinal fosse menor que essa
referência, o Reset seria ativado. Isso aumentaria ainda mais a eficiência energética
como um todo, além de prevenir clicks e pops ao ligar e desligar o amplificador.
79
Trata-se do presente trabalho. Já o pré-amplificador, seria o responsável pelo casa-
mento e compensação do conjunto caixa e alto-falante, trabalho futuro.
80
Referências Bibliográficas
[3] HONDA, J., ADAMS, J., IRF Application Note AN-1071 - Class D Audio
Amplifier Basics, Report, International Rectifier, 2005.
[4] QUEK, Y. B., Class-D LC Filter Design, Report, Texas Instruments, 2006 -
Revised 2015.
[7] HOCHHEISER, S., Edison Effect, Engineering and Technology History Wiki.
Disponı́vel em: <http://ethw.org/Edison Effect>. Acessado em: 30/05/2017.
81
[10] HOCHHEISER, S., The Transistor and Portable Electronics, Enginee-
ring and Technology History Wiki. Disponı́vel em: <http://ethw.org/
The Transistor and Portable Electronics>. Acessado em: 30/05/2017.
[11] LATHI, B., Sinais e Sistemas Lineares. 2 ed. Porto Alegre, Bookman,
2007.
[14] AN-1737 Managing EMI in Class D Audio Applications, Report, Texas Instru-
ments, Novembro 20087 - Revisado em maio de 2013.
[15] CRUMP, S., Heatsinking, Connecting and Mounting for TAS561-3x, Report,
Texas Instruments, 2012.
[16] Audio and Imaging Products - Arctic Silver Ceramique 2, Report, Texas Ins-
truments, 15 de junho de 2011.
[18] MATLAB
R Documentation, Report, MathWorks
.
R Disponı́vel em: <https:/
82
Apêndice A
i n t erroCount =0;
i n t ERRO = 1 ;
v o i d main ( ) {
PORTA = 0 ;
TRISA = 0 x40 ;
PORTB = 0 ;
TRISB = 0xF0 ;
/∗
RA0
RA1
RA2
RA3
RA4
RA5 = ∗LED 0 ( Ready ) ! ! ! ! ! VPP ! ! ! !
RA6 = ∗SD
RA7 = ∗RESET
83
RB0 = ∗LED 1 ( Clip )
RB1 = ∗LED 2 ( Reset )
RB2 = ∗LED 3 (ERRO)
RB3 = FAN
RB4 = READY
RB5 = ∗CLIP
RB6 = ∗OTW 2 ! ! ! ! ! PGC ! ! ! !
RB7 = ∗OTW 1 ! ! ! ! ! PGD ! ! ! !
∗/
//On/ O f f c o n t r o l
PORTA. RA7 = 0 ;
PORTA. RA5 = 0 ;
PORTB. RB0 = 0 ;
PORTB. RB1 = 0 ;
PORTB. RB2 = 0 ;
PORTB. RB3 = 1 ;
// Delay ms ( 1 5 0 0 ) ;
PORTA. RA7 = 1 ;
PORTA. RA5 = 1 ;
PORTB. RB0 = 1 ;
PORTB. RB1 = 1 ;
PORTB. RB2 = 1 ;
PORTB. RB3 = 0 ;
w h i l e (ERRO){
//Fan C o n t r o l
i f (PORTB. RB7 == 0){
84
PORTB. RB3 = 1 ;
}
else{
PORTB. RB3 = 0 ;
}
// Overtemperature
i f (PORTB. RB6 == 0){
PORTB. RB1 = 0 ;
}
else{
PORTB. RB1 = 1 ;
}
// C l i p
i f (PORTB. RB5 == 0){
PORTB. RB0 = 0 ;
}
else{
PORTB. RB0 = 1 ;
}
// Ready
i f (PORTB. RB4 == 1){
PORTA. RA4 = 0 ;
}
else{
PORTA. RA4 = 1 ;
}
//ShutDown
85
i f (PORTA. RA6 == 0){
Delay ms ( 5 0 0 0 ) ;
erroCount++;
i f ( erroCount == 3){
ERRO = 0 ;
PORTB. RB2 = 0 ;
}
else{
PORTA. RA7 = 0 ;
Delay ms ( 2 0 0 ) ;
PORTA. RA7 = 1 ;
Delay ms ( 2 0 0 ) ;
}
}
else{
erroCount = 0 ;
}
}
86