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Escalas&

Escala é uma sucessão de sons compreendidos dentro de uma


oitava, esses sons seguem um padrão definido de tons e semitons.
Existem inúmeras escalas, mas a princípio vamos nos ater apenas a
escala maior.
A escala maior é dividida em duas metades exatamente iguais
chamadas tétracordes (do grego – Tetra =Quatro).
Cada metade consiste de 4 notas que juntas perfazem um intervalo
de quarta justa (fato que veremos mais adiante).
Abaixo veremos um exemplo com a escala maior da nota DO.

1!
1!

Podemos construir uma escala a partir de qualquer nota desejada,


para isso é necessário observar a relação intervalar da escala. Vejamos:

Como visto, temos cinco intervalos de um tom inteiro e dois


intervalos de meio tom, situados ente o terceiro e quarto grau e também
entre o sétimo e o oitavo.
!
*MEMORIZE.ESTA.FÓRMULA:!!<TOM,'TOM,!SEMI5TOM,!TOM,!TOM,!TOM,!SEMI5TOM>.!

Agora, experimente fazer a escala maior a partir da nota SOL.

! 1!
Perceba que a nota final da escala resulta numa nota com o mesmo
nome, porém uma oitava acima. Perceba também que no sétimo grau
dessa escala tivemos a presença da nota FA#. Vejamos o que acontece
quando tentamos construir a escala maior da nota RE:

Perceba que agora temos a presença de dois acidentes locais, FA#


(presenta na escala anterior) e da nota DO#.

Ciclo&das&
&Quintas!
O clico das quintas foi
desenvolvido para memorizarmos de
forma mais eficiente uma escala, bem
como construí-la baseando-se no fator
crescente da quantidade de acidentes
locais. O ciclo consiste-se em uma
sequência de quintas consecutivas.
Ao construirmos as escalas nessa
ordem teremos sempre a presença de
um acidente a mais comparado a
última escala feita. Dentre as diversas funções que o ciclo possui
podemos destacar a de organizar a construção de escalas estabelecendo
um padrão e organizando também a forma escrita.

! 2!
Como assim? 6 sustenidos?!
Se observarmos o ciclo veremos que a escala da nota FA# possui 6
acidentes locais, no caso sustenidos, porém ao olharmos para nosso
teclado contamos com a presença de apenas 5 teclas pretas.
Sendo assim, nos perguntamos: de onde surgiu este 6o sustenido?
A resposta é simples: devemos levar em consideração de que sustenido
é nada mais que uma alteração de meio tom de uma nota natural e não
necessariamente de uma tecla preta. Quando tocamos a nota DO e
elevamos meio tom dela temos a nota DO#(ou REb), da mesma maneira
que se elevarmos meio tom da nota MI teremos a nota MI#(ou FA).
Observemos a construção da escala em questão:

Note a presença da nota MI# no sétimo grau. Talvez você se


pergunte: mas eu não poderia chamar essa nota de FA?” e a resposta é:
SIM! Graças ao conceito de en-harmonia (que possibilita que uma nota
tenha dois nomes), essa nota poderia ser chamada de FA ao invés de
MI#, porém se escrevêssemos essa escala desta forma ela contaria com
duas notas FA (uma natural e a outra com o acidente) e também teria a
ausência da nota MI, deixando sua leitura na pauta de forma um tanto
quanto desorganizada, observe:

Viu só? Esse mesmo conceito se aplica aos bemóis, enfim


falaremos deles!

! 3!
Devemos interpretar o desenho de nosso ciclo da seguinte
maneira:

♭ #

Quando observamos o circulo no sentido horário temos sequencias


de quintas consecutivas e também a quantidade de sustenidos aumenta
gradativamente. Se giramos o círculo no sentido anti-horário teremos
uma sequência de quartas consecutivas e a quantidade de bemóis irá
aumentar gradativamente. Isso acontece para que uma tonalidade não
tenha muitos acidentes, se continuássemos a girar nosso circulo no
sentido horário as escalas ficariam assim:

FA# - 6 sustenidos, DO# -7 sustenidos, SOL# - 8 sustenidos, RE# - 9


sustenidos, LA# - 10 sustenidos, MI# - 11sustenidos

Talvez a pergunta que você se faça agora seja: “Ok, mas como
pode uma escala, que contém 8 notas e 8a nota é a repetição da
primeira, contar com 9 ou 10 sustenidos? Isso é possível?” e eu te digo,
“SIM! É POSSIVEL”. Vejamos:

! 4!
O primeiro passo para construímos uma escala é fazer com que ela
tenha todas as notas e nenhuma dela pode ser repetida. Vamos tomar
como exemplo a tonalidade de D#. O primeiro passo é escrever, sem os
acidentes todas as notas dessa escala.

Ok! Temos então a escala, de um RÉ a outro RÉ. O próximo passo


é encontramos agora os acidentes locais desta escala, fazemos isso
utilizando aquela fórmula: T, T, ST, T, T, T, ST se lembra? Vamos
também conhecer alguns novos acidentes, são eles:

Dobrado Sustenido = Eleva 1 tom de uma nota natural (serial


= ##).

Dobrado Bemol = Contrai 1 tom de uma nota natural.

Para que a nessa escala de D# tenha todas as notas faremos


uso do dobrado sustenido em alguns momentos. Lembrando que,
segundo o ciclo essa escala deve conter 9 sustenidos, vejamos
então como ela fica:

Pois bem, nossa escala agora tem todas as notas: D#, E# Fx


(ou ##), G#, A#, B#, Cx (ou ##) e D# (oitava nota, repetição da
primeira, então não é contada), qual a soma dos acidentes desta
escala? Está em acordo com a quantidade de acidentes do cilco?
Muito bem, vimos então que tudo isso faz total sentido, mas que é
um tanto quanto chato e complicado pensar nessa infinidade de
acidentes (além do mais o dobrado sustenido é um tanto quando

! 5!
estranho não é? Eu concordo, mas lembre-se, se ele apareceu é porque
será necessário em algum momento....). E se ao invés disso usássemos os
bemóis? Bom, D# é o mesmo que MI♭. Vamos escrever essa escala de
um MI até outro Mi: (Se estiver usando este material em .pdf por favor,
faça escreva em seu caderno ou imprima-o)

Ok! Lembre que agora estamos usando os bemóis, aplique a


formula: <T,T, ST, T,T, T, ST> e veja como essa escala ficará. Veja
também se coincide com a quantidade de bemóis que o ciclo indica.
Pois bem, feito isso eu lhe pergunto, não é mais fácil pensar nesse
caso em bemol? Certo, sendo assim, se observamos bem o ciclo das
quintas veremos que o meio dele é o tom d F#. Tanto em FA# como
SOL♭ temos 6 acidades, vejamos agora o comparativo # vs. ♭:

# ♭
FA# 6 SOL♭ 6

DO# 7 RE♭ 5

SOL# 8 LA♭ 4

RE# 9 MI♭ 3

LA# 10 SI♭ 2

MI# 11 FA 1

Sendo assim, usaremos o # até a tonalidade de F# (alguns gostam


de ir até C#, mas vamos parar no F# mesmo), dela em diante usaremos o
♭.

! 6!
Exercício
Em seu caderno, escreva as escalas na pauta na seguinte ordem e
com os seguintes acidentes:

Do (nenhum acidente), Sol (1#), Ré (2#), Lá (3#), Mi (4#), Si (5#), Fá# (6#),
Rei♭(5♭ ), La♭(4♭ ), Mi♭(3♭ ), Si♭(2♭ ), Fa(1♭ )

Vamos&Tocar?&
Como vimos, as escalas tem 8 notas, e nossa mão só tem 5 dedos...
Como tocaremos então? Pois bem, vejamos o exemplo do dedilhado
usado na escala de Dó maior.

1!

Iniciamos a escala com o dedo 1 (polegar, mão direita) e após o


terceiro dedo, na nota Fá passamos o polegar novamente, ficamos assim
com o dedilhado: 1,2,3,1,2,3,4,5. Usaremos sempre esse dedilhado?
Não! A regra para tocar as escalas com o dedilhado correto é a seguinte:

Se a escala começa com tecla branca inicia-se a escala com o dedo


1 e a passagem de polegar é feita após o dedo 3. Exceto a escala de Fá
maior onde a passagem é feita após o dedo 4.
Se a escala começa com tecla preta inicia-se a escala com o dedo 2
e a passagem de polegar e feita sempre na tecla branca seguida de tecla
preta. A seguir veremos como isso acontece na escala de B♭.

4"
1"
3"
2" 1"

! 7!
Nessa escala então o polegar é passado duas vezes, logo no início,
na nota DO e após o dedo 3, na nota FA.

Experimente agora tocar cada uma das escalas com o dedilhado


correto. Após fazer isso tocaremos as escalas na seguinte ordem:

Essa sequência é chamada de clico das quartas que nada


mais é do que o ciclo das quintas “ao contrário”.

! 8!

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