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Sistemas
Fotovoltaicos
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ÍNDICE
5 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 12
III
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IV
Introdução aos Sistemas Fotovoltaicos
1 Sistemas Fotovoltaicos
Por definição, um “Sistema Fotovoltaico” diz respeito a um gerador de eletricidade cuja
fonte primária é a Radiação Solar. Neste contexto a palavra sistema representa o “conjunto” dos
equipamentos necessários para que o gerador de eletricidade faça o seu trabalho e entregue a
energia elétrica gerada; o termo fotovoltaico vem da junção e corruptela das expressões “foto”
(do grego fos ou fotos, que significa luz) e “Volt” (que é a unidade de medição da tensão elétrica,
e que por sua vez vem do sobrenome do físico italiano “Alessandro Volta”, inventor da “pilha
elétrica”).
É possível a instalação de um sistema fotovoltaico em qualquer localidade que recebe a
luz suficiente para provocar o “Efeito Fotovoltaico”, o efeito físico responsável pela transfor-
mação da energia portada pela luz em energia elétrica aproveitável. Geradores fotovoltaicos
“transformam” a radiação solar em eletricidade diretamente (não há estágios intermediários, co-
mo nos geradores a combustível), não possuem partes móveis (pois não há trabalho mecânico na
geração da eletricidade), não emitem gases nem ruídos, e por isso tudo requerem menos manu-
tenções corretivas que os demais tipos de geradores de energia elétrica.
É justamente devido à sua alta confiabilidade que os sistemas fotovoltaicos são utiliza-
dos em áreas inóspitas, como no caso de “torres de links de telecomunicação”, ou mesmo no
espaço, alimentando os equipamentos eletroeletrônicos dos satélites.
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Informação:
A nomenclatura e terminologia aqui utilizada advém da norma bra-
sileira “ABNT NBR-10.899:2013 – Energia Solar Fotovoltaica -
Terminologia”, que possui outros termos e definições “relativos à
conversão da energia radiante solar em energia elétrica”.
Na maioria dos sistemas fotovoltaicos híbridos (ou geradores híbridos, com sistema fo-
tovoltaico e outra fonte) o gerador solar é primário, e a outra fonte é secundária; a maioria desses
sistemas possui armazenamento energético, geralmente um banco de baterias, que é suprido
majoritariamente pelo arranjo fotovoltaico. Quando o gerador híbrido possui um motogera-
dor, geralmente esse só entra em ação no caso de “baixa carga do banco de baterias”, e o dispo-
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sitivo controlador da carga da bateria ativa o gerador que, através de um retificador (que trans-
forma a corrente alternada do gerador em corrente contínua) recarrega o banco de baterias. Essa
solução é muito empregada em torres de telecomunicação.
Nos geradores híbridos que possuem “micro-aerogeradores”, geralmente a recarga do
banco de baterias é dividida entre o arranjo fotovoltaico e o micro-aerogerador (vide Figura
2); no caso de falha de algum dos componentes, a recarga será comprometida, mas é possível o
funcionamento do sistema por um período maior, devido à recarga parcial do banco de baterias.
Nos Sistemas Fotovoltaicos Puros, mais conhecidos como Sistemas Fotovoltaicos Au-
tônomos, há somente o arranjo fotovoltaico como fonte de energia para as cargas; seja direta-
mente, com a alimentação vindo das células fotovoltaicas para o equipamento eletroeletrônico;
seja indiretamente, com a alimentação do equipamento mediante banco de baterias.
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Figura 4 - kit "bomba solar" do fabricante brasileiro “Anauger” - fonte: Anauger (www.anauger.com.br)
Na Prática:
Quando se fala de sistema fotovoltaico autônomo – SFA, o mo-
delo-padrão que vem à mente é constituído pelo “subsistema de
geração” (o painel fotovoltaico), “subsistema de acumulação”
(banco de baterias) e “subsistema de condicionamento de po-
tência e controle” (controlador de carga e inversor, quando se
alimenta cargas em corrente alternada).
O conceito é, basicamente, o mesmo; desde uma simples calcula-
dora solar, até um complexo satélite artificial de telecomunicação.
O seu dimensionamento é baseado nas mesmas considerações e
variáveis.
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Figura 7 - Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede "Cliente Rondônia 03" - fonte: BlueSol (Integrador: Silvano Frutu-
oso)
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A existência dos SFCR’s de entrega direta é possível devido ao fato desse tipo de sis-
tema fotovoltaico ser “secundário em relação à rede”, pois operam em “paralelismo permanen-
te”, ou seja, funcionam como “auxiliares”, contribuindo com energia elétrica para a rede pública.
É exigido que um SFCR possua um dispositivo de condicionamento de potência que
forneça a energia à rede em sincronismo com os níveis de tensão e frequência, respeitando os
valores e limites nominais, mas acompanhando quaisquer variações de seus valores (dentro dos
limites estabelecidos em normas). Esse dispositivo deve ser capaz de se desconectar da rede au-
tomaticamente em caso de anomalias (falta de energia na rede; sobretensão; subtensão; sobrefre-
quência; subfrequência; etc.), e deve ser capaz de ‘se recuperar’ (religar) automaticamente, mas
somente após determinado tempo de espera. Estamos falando do chamado “inversor interativo
à rede”, muito conhecido pelo termo em inglês: “grid-tie inverter”, que é uma redução do termo
completo: “utility grid-tied interactive inverter”, que significa, literalmente, “inversor interati-
vo vinculado à rede”. O inversor interativo é produzido unicamente para “trabalhar com a re-
de”, e devido às suas características de proteção contra anomalias da rede, geralmente não é ca-
paz de alimentar cargas diretamente, pois se desliga automaticamente quando não ‘percebe’ as
referências de tensão e frequência dadas pela rede. Assim, para que funcione, o inversor intera-
tivo deve estar sempre “ligado à rede”; pois já possui toda a “inteligência” necessária para prover
o “sincronismo” com a rede.
Figura 8 - Inversores interativos de "entrega direta" dos fabricantes: Fronius; ABB; SMA; PHB - fontes: sites dos
respectivos fabricantes.
O chamado “SFCR Híbrido” tem como característica fornecer energia à rede pública e
também diretamente a cargas seja mediante uso de dois inversores diferentes (um autônomo e
outro interativo) alimentados pelo mesmo banco de bateiras; seja através do funcionamento “bi-
modal” do inversor interativo utilizado.
Figura 9 - Inversores bi-modais (híbridos) dos fabricantes Outback Power (modelo Radian) e Schneider (modelo
Conext XW+) - fonte: sites dos respectivos fabricantes.
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Embora seja possível alimentar diretamente as cargas com a energia vinda do painel fo-
tovoltaico, a geração de energia elétrica varia conforme a radiação solar chega às células fo-
tovoltaicas, o que tornaria a fonte de energia muito suscetível às variações, que por sua vez inuti-
lizariam esse tipo de solução em um dia nublado, por exemplo. É por isso que, embora existam
inversores semi-híbridos (que conseguem alimentar cargas por uma “saída auxiliar”) que não
“se alimentam” de baterias, mas diretamente do painel fotovoltaico, a maioria das soluções ofe-
recidas pelos fabricantes para os SFCR’s Híbridos são de inversores a serem ligados a baterias.
Nesse caso a constituição básica de um SFCR Híbrido seria igual ao de um SFA, com a
alteração somente do inversor, que seria bi-modal; entretanto, o dimensionamento não necessita
considerar o funcionamento das cargas pelo período de dois dias, pois a maioria dos inversores
híbridos consegue carregar o banco de baterias com energia fornecida pela rede. São, basicamen-
te, um misto de “no-break” e SFCR, com custos mais elevados.
Devido aos altos custos dos bancos de baterias, bem como à sua baixa durabilidade, as
grandes plantas de geração de energia elétrica por fonte solar, popularmente chamadas de “usi-
nas solares fotovoltaicas”, são SEMPRE de entrega direta.
Figura 10 - Mini-usina fotovoltaica "MGD Noronha I", em Fernando de Noronha (montagem do arranjo fotovoltaico) -
fonte: BlueSol/WEG
Em usinas de grande porte, com arranjos fotovoltaicos compostos por centenas de milha-
res de módulos fotovoltaicos, e que ocupam grandes áreas, é comum a utilização de unidades de
condicionamento de potência muito robustas, que geralmente são compostas por conjuntos de
módulos inversores interativos de maior potência (entenda-se: circuitos de inversores de gran-
de porte incorporados a um equipamento maior), que já possuem o transformador de acoplamen-
to para a entrega da energia gerada em “média tensão”; quando as usinas são instaladas muito
afastadas dos centros de consumo da energia elétrica, será acoplada a uma subestação elevadora,
montada no mesmo local, que elevará a “média tensão” fornecida pela planta de geração para
níveis de tensão ainda maior, de forma a, através de uma “linha de transmissão”, transportar a
potência (e energia) gerada até os centros de consumo. Da mesma forma que ocorre com uma
grande usina de energia elétrica convencional.
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Figura 11 - Eletrocentro da mini-usina solar de Ilha Solteira (visão panorâmica) - fonte: BlueSol/CESP
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Informação:
O termo “paralelismo permanente” significa a forma de funciona-
mento dos geradores: em paralelo com a rede pública de distribui-
ção, mas sempre secundário, ou seja, os sistemas devem ser auxi-
liares da rede, gerando energia no local de consumo, onde a ener-
gia é primeiramente consumida dentro da unidade consumidora,
e os eventuais “excedentes” é que serão exportados à rede.
Nos anos seguintes à sua publicação, a Resolução Normativa 482/2012 recebeu sucessi-
vos adendos e alterações e uma revisão, na tentativa de esclarecer pontos “obscuros” de seu tex-
to, bem como “facilitar” a burocracia necessária para a adoção do “sistema de créditos energé-
ticos”. Já no ano de 2012, em 11 de Dezembro, foi publicado a RN-517/2012 que esclarecia,
definitivamente, o modelo de compensação de energia como sendo uma operação “não finan-
ceira”, como forma de impedir qualquer tributação sobre a energia gerada e “entregue” à distri-
buidora; também trouxe alterações no texto adicionado ao PRODIST, que é conjunto de docu-
mentos que regulamenta o uso da rede pública de distribuição de energia elétrica.
Em 25 de Março de 2014 a ANEEL publicou o “Despacho 720”, que embora não modi-
ficasse os textos da RN-482/2012, alterava textos do PRODIST, desobrigando a instalação do
DSV, visto que não era necessário para geradores que utilizam inversores interativos, pois eles
já possuem a capacidade de “desligamento automático” em caso de falhas da rede; mas somente
para microgeração, o que já era um grande benefício, devido ao custo extra que esse dispositivo
adicionava aos projetos.
E em 24 de Novembro de 2015 foi publicada a RN-687/2015 que visava melhorar e ex-
pandir as possibilidades criadas pela RN-482/2012. As principais alterações foram:
1 – Limite máximo de potência para microgeração diminuiu para 75 kW, de forma a
manter a microgeração dentro da potência máxima de “carga instalada” permitida para das uni-
dades consumidoras do “Grupo B” (de baixa tensão), que é de até 75 kVA; assim as ligações à
rede para os projetos de microgeração serão sempre em baixa tensão.
2 – Expansão da potência máxima para projetos de minigeração, que passou a ser de (76
kW) até 5.000 kW (ou 5 MW – cinco “megawatts”), permitindo que usinas maiores, pertencen-
tes a grandes consumidores, também possam se beneficiar do sistema de compensação de
energia; ou até mesmo a possibilidade se construir uma planta de geração que beneficie um
condomínio inteiro.
3 – Expansão e criação de novos modelos de “compensação remota de créditos energé-
ticos”. Foram inseridos os conceitos de “autoconsumo remoto”, “geração compartilhada” e
“empreendimento com múltiplas unidades consumidoras”, que beneficiam, respectivamente:
várias unidades consumidoras que pertencem à mesma pessoa (física ou jurídica) que “divi-
dem os créditos financeiros” gerados em uma única localidade; cooperativas ou consórcios
formados com o intuito de “dividir os créditos financeiros” de uma planta de geração de médio
ou grande porte; condomínios fechados que instalem um gerador de médio ou grande porte den-
tro de suas dependências, podendo “dividir os créditos energéticos” entre os condôminos que
tenham participação no investimento da planta de geração.
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4 – Facilitação da burocracia necessária para o registro das plantas de geração nas dis-
tribuidoras, com definição de prazos menores, e menor quantidade de documentos a serem entre-
gues.
5 – Desobrigação de participação financeira para as adequações da rede e do ramal de en-
trada para projetos de microgeração distribuída; portanto o cliente não é mais obrigado a pagar
pelo “medidor bidirecional”.
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