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Denise Maria Penna Kronemberger, Cacilda Nascimento de Carvalho, Judicael Clevelario Junior
RESUMO: Este trabalho objetivou elaborar um Plano de Ação Integrada (PAI) para o desenvolvimento
sustentável da Bacia do Jurumirim (BJ), considerando as afinidades geoeconômicas, as
potencialidades e vulnerabilidades naturais, e as características intrínsecas à comunidade local,
suas demandas e latências. A BJ tem 70 km2 de área, e está localizada no município de Angra dos
Reis, estado do Rio de Janeiro. Os objetivos do PAI são gerar novas fontes de renda, melhorar a
qualidade de vida da comunidade e do ambiente, através de ações, denominadas Projetos-Piloto
(PPs), que se articulam e se reforçam. Os PPs resultam da adequação entre as demandas da
comunidade e os objetivos e premissas do DLIS. Para que o PAI seja implantado e garantida a sua
sustentabilidade, alguns procedimentos terão de ser implementados, como o aporte de recursos
financeiros e humanos, formando parcerias para alavancar os PPs, equipar as associações de
moradores, investir na capacitação da comunidade, garantir a negociação e a gestão participativas,
promover a formação de capital humano e social, estimulando a participação da comunidade, e
construir parcerias de apoio ao DLIS.
ABSTRACT: The main goal of this research was to elaborate an Integrated Action Plan (IAC) for the sustain-
able development of the Jurumirim Watershed (JW), considering the geo-economic relationships,
the natural potentialities and vulnerabilities, as well as the intrinsic characteristics of the local
community, its demands and latencies. The JW has 70 km2, and is located in the Angra dos Reis
county, Rio de Janeiro state, Brazil. The objectives of IAC are income generation, improve environ-
mental and community quality of life, through actions, named Pilot Projects (PP), that are articu-
lated and reinforced. The PPs are the result of adequacy between community demands and ISLD
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objectives. The strategies to implement IAC and to guarantee its sustainability are: mobilize hu-
man and financial resources to enable the projects, improve inhabitants association, build com-
munity capacity, guarantee the negotiation and management on a participatory approach, em-
power human and social capital, stimulate citizen participation and construct partnerships.
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na comunidade, através da mobilização dos princi- ça, que envolve delegação de poderes, controle social,
pais atores atuantes no território, aproveitando as transparência e orientação segundo as demandas
potencialidades locais. da comunidade, autonomia relativa das finanças
públicas e investimentos a partir dos excedentes
O DLIS pode ser aplicado em comunidades, gerados, além de capacitação técnico-profissional.
municípios, microrregiões geográficas, bacias hidro-
gráficas e até ecossistemas, sem, contudo deixar de Para impulsionar o DLIS é preciso inicial-
articular o local com o contexto externo, porque so- mente planejá-lo. O planejamento é uma ferramenta
mente o local não é suficiente para promover o de trabalho utilizada para tomar decisões e organizar
desenvolvimento. Ele faz parte de uma realidade as ações de forma lógica e racional, de modo a ga-
mais ampla e complexa, com a qual interage, rece- rantir os melhores resultados e a concretização dos
bendo influências positivas e negativas. Assim, objetivos de uma sociedade, com os menores custos e
precisa estar integrado com espaços mais amplos no menor prazo possíveis (BUARQUE, 2002, p. 81).
para obter acesso ao fluxo de bens, serviços e infor-
mações, aproveitando os fatores dinamizadores Idealmente, o planejamento deve ser partici-
externos (BUARQUE, 2002; OFICINA SOCIAL, pativo, isto é, com o envolvimento ativo e efetivo da
CENTRO DE TECNOLOGIA, TRABALHO E comunidade em questão, porque esta passa a
CIDADANIA, 2001). cooperar na identificação de suas necessidades e
potencialidades; estimula a aprendizagem social,
O DLIS contempla as seguintes ações, con- ampliando sua capacidade de buscar soluções para
vergentes e complementares (IPEA, 1996; TRU- os conflitos, e de se adaptar e responder aos desafios,
SEN, 2002), agrupadas segundo as dimensões da assegurando seu comprometimento com o futuro e
sustentabilidade: o desenvolvimento do local (SACHS, 1986 apud
SHIKI, 2004). Entretanto, isto ainda é um desafio
· Dimensão Ambiental: utilizar os recursos naturais em muitos locais sem tradição de participação, pois
locais de forma sustentável; há fatores que enfraquecem o capital social, tais
como o clientelismo, o autoritarismo, a descrença
· Dimensão Social: descobrir e despertar as vocações no poder público, que desmobiliza a comunidade, e
locais; capacitar e mobilizar a comunidade local para a exploração de grupos dominantes, e são também
a participação; formar parcerias; atender às necessi- elementos de resistência à implantação do DLIS
dades básicas das comunidades, melhorando sua (SHIKI, 2004).
qualidade de vida e ampliando as oportunidades soci-
ais; fazer crescer os níveis de confiança, cooperação, METODOLOGIA
solidariedade, reciprocidade e organização social em tor-
no de interesses comuns (formação de Capital Social); A Área de Estudo
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locais e outras experiências. No total, oito PPs fo- dentro e fora da BJ, e deverão transformar-se, dentro
ram propostos para a bacia do Jurumirim. de um horizonte flexível, em exemplos desencadea-
dores de novos projetos para o DS.
Durante todo o decorrer do trabalho (4 anos)
foram utilizadas estratégias de informação e comu- Os PPs foram concebidos para formar uma
nicação, que abrangeram um conjunto de atividades rede de instituições de apoio, que possa garantir a
realizadas junto à comunidade, lideranças locais e sustentabilidade das ações ao longo do tempo, através
representantes de instituições parceiras, com o obje- de parcerias entre a comunidade e entidades públicas
tivo de motivá-los e mobilizá-los, estimulando sua e/ou privadas; utilizar preponderantemente os recur-
participação. Entre estas atividades podem ser men- sos naturais locais; aproveitar a mão-de-obra local;
cionados o envolvimento da comunidade no projeto, aumentar a renda familiar através de novas ativi-
através de realização de entrevistas feitas por jovens dades geradoras de emprego e que não degradem o
moradoras do local para identificar as demandas e ambiente; e viabilizar a captação de recursos exter-
problemas da comunidade, confecção de maquete nos (financeiros, humanos, infraestrutura) para auxi-
da BJ pelos alunos da escola, coleta diária de dados liar a implantação de projetos.
pluviométricos, feita por uma família moradora da
Vila da Serra dÁgua; realização de exposições na Atendendo à dimensão ambiental, os PPs
escola local para divulgação dos resultados do não devem provocar alterações na cobertura veg-
trabalho (diagnósticos e PAI); divulgação do tra- etal de Mata Atlântica e no manguezal, mantendo
balho através de folhetos; entrega do PAI às lide- as áreas de preservação permanente e garantindo
ranças da comunidade. os serviços ambientais dos ecossistemas; devem
utilizar somente solos e declividades adequados ao
Resultados e Discussão plantio, sem o uso de agrotóxicos, considerando as
técnicas de conservação dos solos. São viáveis so-
O Plano de Ação Integrada (PAI) para o cialmente porque pretendem gerar emprego, aumen-
desenvolvimento sustentável (DS) da Bacia do Juru- tar a renda familiar e melhorar a qualidade de vida
mirim (BJ) agrupa três objetivos essenciais: gerar da comunidade. Encarados em seu conjunto, do
novas fontes de renda, melhorar a qualidade de vida ponto de vista econômico, qualquer um deles deve
e do ambiente, mantendo-as através de mobilização ser financeiramente auto-sustentável, por aporte de
comunitária e controle social. Trata-se da sugestão recursos de parceiros externos ou proprietários/
de um conjunto de ações que se articulam e se refor- empresários da BJ, considerando-se o horizonte de
çam em torno destes objetivos centrais, para promo- maturação de cada PP, e as sinergias entre eles.
ver o crescimento econômico, melhorar a qualidade
de vida da comunidade, conservando o ambiente Questionários aplicados durante a exposição
(fig. 1). realizada na escola para divulgação dos diagnósticos
identificaram que 93% dos entrevistados na comu-
O PAI procura integrar as dimensões am- nidade têm como prioritário o esgotamento sanitário
biental, social, econômica e institucional do DS, da Vila da Serra dÁgua. Em um segundo momento,
através de propostas de ações sinérgicas, interligadas 83% de outro grupo de entrevistados durante a ex-
e complementares, que possam viabilizar o desen- posição para divulgação do PAI, também escolheu
volvimento local sustentável. Esta proposta de ações este projeto como prioritário. Estes resultados
prioritárias, denominadas Projetos-Piloto (PPs), refletem o fato da poluição por esgotos do rio da
resulta da adequação entre as demandas mais ime- Guarda no trecho da Vila da Serra dÁgua ser um
diatas identificadas na comunidade e os objetivos e problema ambiental plenamente identificado pela
premissas do DS. Em seu conjunto, eles foram plane- comunidade, e confirmado pelas análises micro-
jados para alavancar a participação da sociedade biológicas (OLIVEIRA, 2002).
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A integração e sinergia entre os PPs é fun- Quanto à disposição para ajudar na exe-
damental (fig.2): o projeto de saneamento, por exem- cução das atividades do PAI, medida através de
plo, ao limpar as águas do rio da Guarda, auxiliará a questionários aplicados na comunidade durante uma
implantar um parque aquático na Vila da Serra das exposições na escola, 84% dos entrevistados
dÁgua, que será um dos locais a ser aproveitado estão dispostos a ajudar, seja trabalhando como vo-
pelo Ecoturismo, além de servir para lazer da comu- luntários, solicitando auxílio a terceiros ou contri-
nidade, fazendo com que ela exerça controle sobre buindo com material ou qualquer atividade necessá-
a limpeza permanente da água do rio, garantindo a ria. Entrevistas feitas durante a exposição do PAI
qualidade do recurso. Por outro lado, o projeto do na escola, para avaliar em quais projetos a comu-
parque é tão atrativo empresarialmente que pode nidade estaria disposta a ajudar, indicaram o PP
ser implementado sem o controle social preconizado inclusão digital em primeiro lugar, seguido pelo
pelo DS. No entanto, continuaria dependendo do esgotamento sanitário, ecoturismo e creche comuni-
saneamento prévio, mesmo se fosse instalado a tária. Quanto ao tipo de participação, os itens mais
montante da Vila, porque se o turista soubesse que escolhidos foram: participar com trabalho (escolhido
há poluição nas águas próximas, isto certamente 18 vezes), com idéias (13) e pedindo ajuda a outras
comprometeria o projeto. pessoas ou a empresas (10).
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PROJETOS-PILOTO
ITENS ESGOTAMENTO RESÍDUOS SÓLIDOS CRECHE INCLUSÃO ECOTURISMO PLANTIO DE HORTA ORGÂNICA
SANITÁRIO COLETA SELETIVA COMPOSTAGEM COMUNITÁRIA DIGITAL PALMITO PUPUNHA COMUNITÁRIA
OBJETIVOS · Melhorar a qualidade · Conscientizar a co- · Aumentar a fertili- · Cuidar das crianças · Implantar um TCS · Gerar novos empre- · Plantar pupunha em · Instalar uma horta
da água do rio da munidade sobre a im- dade do solo e moti- enquanto suas mães Telecentro Comuni- gos e aumentar a ren- consórcio com outras orgânica comunitá-
Guarda portância da coleta se- var implantação de trabalham tário Sustentável na da, melhorando a qua- culturas para incen- riapara gerar renda,
· Proteger a saúde da letiva do lixo horta orgânica, para · Fazer treinamento EMDPI para capaci- lidade de vida da co- tivar a produção agrí- abastecer a creche, as
comunidade que uti- · Estimular o exercício complementar renda materno-infantil para tação de recursos hu- munidade cola para o comércio e famílias locais e a
liza o rio da Guarda da cidadania familiar mães recreadoras vo- manos · Conservar o meio- complementar a renda EMDPI
para lazer · Gerar empregos de · Aproveitar o lixo luntárias · Alavancar cidadania ambiente dos pequenos produ- · Produzir hortaliças
· Viabilizar uso das baixa capacitação biodegradável e o es- · Promover a integra- · Incentivar a parti- tores rurais sem o uso de adubos
águas para turismo e · Melhorar as condi- terco, mobilizando a ção creche-escola cipação da comuni- químicos e agrotó-
piscicultura ções sanitárias locais comunidade para a dade xicos
· Exercitar as ativi- reciclagem · Construir um Centro · Utilizar o composto
dades comunitárias de Comunitário que inte- orgânico produzido
monitoramento, con- gre as atividades do na BJ na horta
trole e manutenção da PAI
qualidade das águas
VANTAGENS · Proteção do rio da · Melhora a qualidade · Reaproveita lixo · Contribui para a par- · Melhoria educacio- · Gera novas fontes de · Condições ambien- · Alta rentabilidade
Guarda contra a po- ambiental biodegradável e o es- ticipação da mulher no nal, desenvolvimento renda tais favoráveis da BJ por área
luição · Reduz quantidade de terco de uma forma útil mercado do trabalho e de habilidades e aqui- · Conservação da na- · Crescimento rápido e · Produção de hortali-
· Estimula o exercício lixo no aterro sani- · Necessita pouca mão- o aumento da renda fa- sição de conhecimen- tureza alta sobrevivência no ças sem agrotóxicos
da cidadania tário, aumentando sua de-obra e requer pouca miliar tos profissionais, am- · Promove a partici- campo · Os resultados econô-
· Custo baixo vida útil especialização · Aumenta qualidade pliando as oportuni- pação comunitária · A planta pode ser micos da agricultura
· Tecnologia simples · Contribui para a re- · Não precisa de insta- do atendimento mater- dades de trabalho e · Capacita recursos aproveitada integral- orgânica podem ser
dução dos custos com lações sofisticadas no de mães recreadoras geração de renda humanos mente superiores aos da con-
a disposição final do · Redução da quanti- voluntárias · Auxilia a superação · Melhoria da quali- · Evita exploração ile- vencional, devido aos
lixo dade de lixo no aterro · Estimula a sociabi- da pobreza dade de vida gal do palmito nativo preços mais elevados
· A reciclagem diminui · Evita poluição lidade das crianças · Gera renda para a · Geração de empregos
a poluição e o con- · O composto fertiliza · Difunde hábitos hi- comunidade para o ano inteiro
sumo de energia, re- o solo giênicos · Incentivo a agroin-
aproveita materiais, dústria
conservando recursos
naturais
RESTRIÇÕES · Dificuldade de ob- · Não garante bene- Não foram observadas · Falta de apoio finan- · Dificuldade em ga- · Impactos ambientais · Elevado custo de im- · Falta de confiança e
tenção de financia- fícios econômicos em ceiro para a sua manu- rantir a sustentabili- e sociais se as ativida- plantação transparência: co-
mento curto prazo tenção dade do telecentro des não forem bem · Retorno do investi- muns nas transações
· Falta de adesão dos · O custo pode ser até · Participação restrita · Problemas gerais planejadas e adminis- mento só no 3º ano comerciais
moradores para cons- 8 vezes maior que o da da comunidade (humanos, técnicos, tradas · Dificuldade de obter · Dificuldade da ado-
trução de fossas (risco coleta convencional · Trabalho não remu- financeiros) durante o · Aumento dos preços crédito ção de métodos mo-
à eficácia do projeto) · Dificuldades para nerado dos voluntá- funcionamento do locais dernos de comercia-
comercialização do rios telecentro · Atração de popula- lização
material reciclável · Espaço físico ção
POSSÍVEIS PMAR, Funasa, Valle PMAR, associações de PMAR, Emater, EMDPI, PMAR, Posto de Saú- PMAR, associações PMAR, Sebrae, asso- PMAR, Emater, Hotel Furnas, Emater,
PARCEIROS Sul, lojas de constru- moradores, EMDPI, associações de mora- de Serra DÁgua, de moradores, CDI, ciações de moradores, do Frade, Sebrae PMAR, associações de
ção em Angra dos Reis CIRS/UFF, Unibanco dores, CIRS/UFF EMDPI, UFF/Facul- IDRC, IBM, Microsoft Funbio, Fundação moradores, pequenos
Ecologia dade de Educação FORD produtores, Sebrae
CUSTO APROX. 400 mil 150 a 600 por tonelada 16 a 160 por compos- 108 mil (construção 26 mil (5 computa- 76 mil: arborização + 11 mil (R$/ha) (1º ano); 1 mil a 5 mil R$/ha,
DE IMPLANTAÇÃO de lixo seletivamente teira da creche e materiais) dores) Centro Comunitário 2 mil (2º ano); 1 mil (3º dependendo da horta-
(R$) coletado para 50 crianças (Vila Serra dÁgua) ano) liça
Notas: PMAR = Prefeitura Municipal de Angra dos Reis ; Funasa = Fundação Nacional de Saúde; EMDPI = Escola Municipal D. Pedro I; CIRS/UFF = Centro de Informações em Resíduos Sólidos/Universidade Federal Fluminense; Unibanco Ecologia: programa
comunitário da empresa UNIBANCO que apóia projetos que visam a melhoria da qualidade de vida e a conservação ambiental das comunidades em que mantém agências; CDI = Centro de Democratização da Informática; IDRC = International Development
Quadro 1 Matriz-Resumo dos Projtos-Pilotos que compõem o Plano de Ação Integrada (PAI) para a Bacia do Jurumirim.
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Research Centre; Funbio = Fundo Brasileiro para a Biodiversidade; BJ= Bacia do Jurumirim.
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O quadro 2 apresenta um horizonte de mais projetos para obter sucesso. Assim, com a
implantação dos projetos do PAI, que se concre- limpeza das águas do rio da Guarda, poderia ser
tizaria em cerca de 10 anos, através da introdução implantado o parque aquático; a coleta seletiva, além
gradual de cada PP na bacia. Os PPs esgotamento de deixar o ambiente mais limpo, contribuiria para
sanitário, inclusão digital e creche comunitária seriam formar uma consciência ambiental nas pessoas e
os primeiros, porque foram os mais votados e con- evitar uma produção de lixo excessiva pelos turistas.
tribuiriam para alavancar a participação comunitária. Por sua vez, com os projetos agrícolas em execução,
A creche iniciaria a construção do Centro Comuni- e enriquecidos com o uso do composto orgânico
tário (local de implementação de boa parte dos PPs), oriundo do lixo biodegradável, o palmito pupunha e
que, por sua vez, prosseguiria seqüencialmente, de as hortaliças orgânicas seriam vendidas para os turis-
maneira modular, ao longo dos anos, com a introdu- tas no Centro Comunitário. As mães de crianças da
ção das outras atividades, como ecoturismo, artesa- BJ, ao terem onde deixar seus filhos, produziriam
nato, produção de hortaliças, pupunha, entre outros. artesanato e compotas de frutas, entre outros produ-
tos para vender no Centro. Assim, enquanto uns PPs
No segundo ano seriam iniciados os projetos são implantados, outros amadurecem e, em seu
coleta seletiva, compostagem, pupunha e horta. O conjunto, formam sinergias positivas que viabilizam
ecoturismo seria o último, porque necessita dos de- o DS local.
Quadro 2 Horizonte de Implantação dos Projetos-Piloto (PPs) do Plano de Ação Integrada (PAI) para o
Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Jurumirim.
Projetos-Piloto Anos
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Esgotamento Sanitário x x x
Coleta Seletiva do Lixo x x x
Compostagem x x x
Ecoturismo x x x x x x x
Palmito Pupunha x x x x
Horta Orgânica Comunitária x x x
Inclusão Digital x x x x x x
Creche Comunitária x x x
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Para que o PAI seja implantado e seja ga- CEMPRE. Compostagem: a outra metade da reci-
rantida a sua sustentabilidade, alguns procedimen- clagem. São Paulo: CEMPRE, 1997. 31 p.
tos são fundamentais, tais como a obtenção de
recursos financeiros e humanos, formando parcerias CEPAL COMISIÓN ECONÓMICA PARA
para alavancar os projetos-piloto e equipar as asso- AMERICA LATINA Y EL CARIBE. La Gestion
ciações de moradores; investimentos na capacitação Ambiental a Nivel Municipal. Un Modelo Concep-
da comunidade, como cursos de alfabetização de tual y El Caso de San Pedro Sula, Honduras. Cepal,
adultos, ensino profissionalizante para as novas ati- 1994. 113 p.
vidades (ex. ecoturismo), educação ambiental for-
mal e informal; transformações institucionais, que CRESPO, S. Agenda 21 Local: um olhar a partir das
possam garantir a negociação e a gestão participa- organizações da sociedade. In: LEROY, J. P.; MAIA,
tiva, promover a formação de capital humano e social, K. D.; GUIMARÃES, R. P. Brasil Século XXI: os
estimulando a participação da comunidade, e cons- caminhos da sustentabilidade cinco anos depois da
truir parcerias de apoio ao desenvolvimento local. Rio-92. Rio de Janeiro: Fase, p.445-461. 1997.
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