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Buscando Novos Sentidos à Vida:

Musicoterapia em Cuidados Paliativos

Elisabeth M. Petersen

Resumo tamento de pacientes em cuidados paliativos e


seus familiares, para a reafirmação dos objetivos
O enfrentamento de doenças ameaçadoras
de oferecer, através da música, o conforto físico,
da vida, desde o diagnóstico até estágios mais emocional e espiritual, investindo em potenciais
avançados, acarreta drásticas alterações no ca- de saúde e de qualidade de vida.
minho da existência humana provocadas pela
severidade da situação e do próprio tratamento: PALAVRAS-CHAVE: Musicoterapia;
comprometimentos físicos, mudanças sociais, Cuidados Paliativos; Música; Humanização;
desestruturação emocional. Acolher este ser Qualidade de Vida.
humano em seu sofrimento através das músicas
que estão ligadas à sua história pessoal pode Introdução
permitir um reviver de situações e emoções, O impacto do diagnóstico de doenças
narrativas e ressignificações, reflexões sobre a ameaçadoras da vida afeta o ser humano em sua
transcendência e o sentido da vida, nas fases do totalidade, fazendo emergirem sentimentos de
processo de adoecimento. Este artigo apresenta perdas associadas ao adoecimento: mudanças
algumas perspectivas da inserção da musicote- nos papéis desempenhados no contexto familiar,
rapia no ambulatório do Núcleo de Cuidados profissional e social, desestabilização financeira,
Paliativos do HUPE, fundamentado nos prin- limitações física decorrentes da doença e do
cípios teóricos da Musicoterapia, do paradigma tratamento, comprometimento dos recursos
do cuidado e das políticas de humanização da psicológicos de pacientes e familiares. Quando
saúde, e focaliza as possibilidades e os benefícios os investimentos terapêuticos de cura tornam-
holísticos das intervenções musicoterápicas e da -se inócuos, estes aspectos se intensificam, e
utilização da música no suporte às demandas outros questionamentos surgem a respeito do
dos pacientes e cuidadores. A presença de um sentido da vida e propósito da doença no con-
musicoterapeuta qualificado na composição de texto global.
equipes multi e interdisciplinares contribui, com Buscando um novo foco, do cuidado do
novas escutas no campo do acolhimento e tra- sofrimento daqueles para quem ‘nada mais há

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a fazer’,1 Cicely Saunders estabeleceu as bases ótica. Por este motivo, Ruud5 afirma que todos
que viriam a constituir os Cuidados Paliativos: os fatos da vida do indivíduo poderiam ser
promover qualidade de vida através do controle narrados pelas músicas que comporiam sua
e alívio da dor e sintomas decorrentes do avanço ‘trilha sonora’: única, singular, a marca de sua
da doença, e um cuidado abrangente a pacientes identidade.
e familiares envolvendo aspectos psicológicos, A música alcança além das palavras: permi-
sociais e espirituais.2 te refletir sobre a proposta e o sentido existencial
No contexto clínico, uma das abordagens e até mesmo ajudar no enfrentamento de situa-
terapêuticas que oferecem possibilidades de ções de maior dificuldade na vida.
suporte aos aspectos privilegiados por esse novo Na Musicoterapia, a música é um dos ele-
enfoque é a Musicoterapia. mentos do processo terapêutico que envolve:
O uso terapêutico da música remonta às - um paciente/grupo (sua história de vida,
mais antigas culturas, porém somente em mea- clínica e sonoro-musical);
dos do século passado a Musicoterapia* se ins-
- um musicoterapeuta qualificado;
tituiu como disciplina e profissão, unindo Arte
e Ciência e processo interpessoal.3 Sua inserção - a música; e
no campo dos Cuidados Paliativos acontece em - uma relação dinâmica que se desenvolve
1978, nos Estados Unidos, objetivando, como
através da música e desse processo interpes-
definem Munro e Mount,4 auxiliar na integração
soal, com técnicas específicas,6 num con-
dos aspectos fisiológicos, psicológicos e emo-
tinente sonoro de intimidade e segurança.
cionais do indivíduo em tratamento de doenças
No contexto da música, os terapeutas
ou incapacidades, utilizando a música, seus
esforçam-se para oferecer presença, sinceridade
elementos e influências de forma controlada.
e criatividade, visando permitir ao paciente
encontrar estratégias de enfrentamento mais
Música e Musicoterapia positivas, além de auxiliar na melhora de sua
Ao longo de toda a história humana a qualidade de vida.
música acompanha o homem, intimamente
Musicoterapia em
associada a muitas atividades da vida, e está
presente em todas as culturas do mundo como
Cuidados Paliativos
forma de expressão. Afeta os seres humanos de No contexto dos cuidados paliativos, a Mu-
forma integral, atingindo os aspectos físicos, sicoterapia é a utilização dos sons e da música
psicossociais e espirituais. Exerce uma função num relacionamento envolvendo cliente e tera-
social, de agregar e congregar; pode conectar o peuta objetivando oferecer suporte e encorajar
indivíduo com seu mundo interno e refletir as o bem estar físico, mental, social, espiritual e
emoções humanas; pode despertar prazer ou emocional de pacientes com doenças em estágio
desconforto. de terminalidade e de suas famílias. O ato de
A música tem característica evocativa, e ouvir e cantar música viva, e de improvisar ajuda
todas as memórias a ela relacionadas possuem a integrar mente-corpo-espírito.7
caráter de presença afetiva: situações, lugares, O foco principal dos Cuidados Paliativos é
pessoas, suscitam uma revivescência, sob nova o suporte existencial psicoespiritual para pro-

* Definição da Federação Mundial de Musicoterapia: “Musicoterapia é a utilização da música e/ou dos elementos musicais (som, ritmo,
melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comu-
nicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar
necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e/ou restabelecer funções
do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e/ou interpessoal e, conseqüentemente, uma melhor qualidade
de vida, pela prevenção, reabilitação ou tratamento.” In: Revista Brasileira de Musicoterapia. Rio de Janeiro:1996;1(2):4.

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mover melhor qualidade de vida de pacientes equipe de profissionais).


e suas famílias, nos estágios mais avançados da No espaço ambulatorial, onde os pacientes
doença. Nesse contexto, os objetivos poderão comparecem primordialmente para a revisão
abranger vários aspectos:4,8-16 médica e cuidados da enfermagem, a abordagem
• diminuir a percepção da dor, desviando o acontece de forma pontual, com início, meio e
foco de atenção para a experiência musical; fim nos atendimentos diários.3 Uma avaliação
do estado geral do paciente irá determinar
• estimular comunicação verbal e não
quais aspectos serão privilegiados nas propostas
verbal para expressar sentimentos, pensa-
musicoterápicas e melhores técnicas de engaja-
mentos, emoções e revisão da vida;
mento. As propostas iniciais podem focalizar o
• imprimir equilíbrio, pela atuação dos ele- relaxamento físico, para diminuição de tensões
mentos rítmicos e organizadores da música; e/ou possibilitar a condução a sentimentos de
autonomia e empoderamento, já que podem
• propiciar melhor nível de interação social;
ser usados por eles durante os episódios de
• melhorar o humor; ansiedade e dor.
• possibilitar participação física em pro- A experiência de ‘estar/ser-na-música’17 com
postas que envolvam movimentos expres- pacientes que se defrontam com a impossibili-
sivos e/ou dança; dade de cura ao fim de um tratamento requer
do profissional musicoterapeuta uma acurada
• investir na melhoria da autoestima, do
qualidade de escuta ativa aos conteúdos internos
bem estar, e da qualidade de vida; que o paciente pode expressar, sonorizar e que
• promover compartilhamento das vivên- nem sempre consegue verbalizar: sentimentos,
cias com familiares e cuidadores e profis- sensações, imagens, símbolos; dores, tristezas,
sionais de saúde, intensificando as relações medos, expectativas; mas também a esperança, a
interpessoais; fé. É uma oportunidade de revisar a vida e estar
mais próximo das pessoas que ama.
• apoiar a exploração e validação das ques-
O engajamento desses pacientes na musi-
tões relacionadas à espiritualidade, à morte
coterapia com propostas musicais de caráter
e ao morrer.
lúdico e interativo possibilita-lhes experienciar
As experiências musicais em que os pa- algo talvez inimaginado no contexto da doença,
cientes e familiares podem ser envolvidos e as do sofrimento, da terminalidade: (re)descoberta
técnicas utilizadas pelo musicoterapeuta podem de capacidades produtivas, saudáveis. Sacks18
ter abordagens diferenciadas, e são selecionadas afirma que a música possui esse “potencial de
a partir de avaliação dos objetivos e/ou necessi- saúde, de vida” capaz de restaurar nos pacientes
dades a alcançar, no momento da sessão, dadas a identidade que precedia a doença. O ato cria-
as características de atendimento ambulatorial. dor, espontâneo, de cantar e tocar músicas do
Elas podem ser:3 seu repertório particular, ou mesmo improvisar
• ativas (recriação, improvisação, compo- letra e melodia permite “transcender as barreiras
sição) – cantando, tocando, dançando; da enfermidade e da limitação física”,19 e vislum-
brar um novo foco no contexto da doença, em
• passivas (audição musical) - escutando a
que as estratégias de cuidado ao ser humano
música criada/apresentada por um outro;
privilegiam outros aspectos, como, por exemplo,
• inter-ativas17 - experimentando e vivendo o prazer, e investem em qualidade de viver.
a música juntos, num espaço e com obje- Quando o paciente se encontra impos-
tivos terapêuticos (com musicoterapeuta, sibilitado de se comunicar, outras formas de
outros pacientes, familiares, cuidadores, participação podem envolvê-lo: acompanhar

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a música com instrumentos de fácil manuseio, grado.23 A música e as crenças religiosas podem
apenas ouvir e se beneficiar dos oferecimentos representar um porto seguro, e “ajudar os pa-
e reflexões que possam ser feitas a partir da cientes a construírem um sentido do sofrimento
música. O oferecimento de uma canção re- inerente à doença, criando [ou] descobrindo o
criada, improvisada, apenas vocalizada, é uma sentido de vida para entender de que maneira
estratégia cuidadora, íntima, de comum-união a vida mudou”.24
(comunhão); uma forma de garantir ao paciente O sentido das músicas, porém, por mais
que ele não está sozinho. Em outras situações, conhecidas e familiares que sejam, é pessoal,
interconsultas com Fisioterapia, Psicologia, pois as associações, como já apontado no início,
possibilitam a conjugação de esforços e soma têm estreita relação com a história de vida de
de olhares e especificidades em benefício do cada cliente, o que produz novas recriações,
paciente: mobilização de membros no ritmo da em novos contextos, e outras elaborações e
música, exercícios de respiração e vocalização ressignificações (atribuindo novos significados,
para desviar o foco da dor e produzir relaxa- através da mudança de sua visão de mundo, a
mento físico e emocional. acontecimentos anteriormente vividos).
De modo geral, os pacientes relatam um Os temas mais recorrentes das músicas re-
certo alívio das tensões, e um resultado positivo criadas ou improvisadas, conforme observado
no aprofundamento das questões trabalhadas nos atendimentos realizados, enfatizam:
com a música; alguns relatam terem ‘viajado’ • saúde, amor, perspectivas de cura, es-
(sic) para lugares profundos dentro de si. Outros perança, confiança em Deus, expectativas
narram memórias da infância e de momentos de volta ao trabalho, a incapacitação para
felizes do passado que funcionam como ‘remé- realizar tarefas de outrora, desconforto pela
dio para a alma’ (sic), aliviando o sofrimento e dependência de outros membros da família,
ajudando o paciente a enfrentar sua “dor total”.** tristeza pelo afastamento de familiares e
Importante assinalar que as propostas de abandono, medo da morte.
participação oferecidas respeitam o direito do As funções atribuídas às músicas - impro-
paciente e/ou do familiar de quererem ou não visadas ou recriadas por pacientes e cuidadores,
participar. com suas respectivas mensagens, focalizam:
Cantar junto com um “Outro” oferece • declarações de amor, pedidos de perdão,
a oportunidade de harmonizar as vozes, de reconciliação, garantias de não abandono,
melhor estruturar emoções,20 de compartilhar/ saudades;
trocar olhares, entonações gestos, intenções, de
• revisão das realizações ao longo da vida,
“construir pontes de comunicação, reduzindo
aproximação de paciente e familiares/entes
o isolamento e restabelecer relacionamentos”.25
queridos.
Não há juízo de valor estético; a livre expressão
é estimulada. A música pré-composta, do reper- • o despedir-se, preparar-se para a partida;
tório do paciente, possibilita explorar e expressar viver o luto antecipatório.
sentimentos e pensamentos com mais segurança
ajudando-o a projetar conteúdos mais difíceis
Abordagem a Familiares e
de serem verbalizados: o paciente se apodera
Cuidadores
desta música21 e faz dela a ‘sua voz’. As canções É importante salientar que as abordagens
podem ainda assumir um caráter revelador,22 até aqui apontadas para atendimento de pacien-
clarificador,20 ou de compartilhamento do sa- tes são igualmente oferecidas aos familiares,25

** Cicely Saunders definiu a Dor Total como o sofrimento de uma pessoa acarretado não apenas pelos danos físicos, mas também pelas
consequências emocionais, sociais e espirituais que a proximidade da morte pode lhe proporcionar.1

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por serem estes da mesma forma afetados pelo e uma melhor adaptação à nova situação (de
adoecimento e processo de tratamento do ente doença, internação, tratamento).
querido. Os objetivos das experiências musicais
propostas podem variar, dependendo da avalia- Considerações Finais
ção da demanda apresentada pelo familiar ou A literatura4,8-16 confirma o papel da Musi-
cuidador no momento do acompanhamento da coterapia na promoção da qualidade de vida de
consulta. Nas situações em que o estado geral do pessoas que vivem os estágios mais avançados
paciente vai declinando (mensurado pelo Índice de doenças ameaçadoras à vida e encoraja a
de Karnofski), questões relacionadas à morte sua inserção em outros espaços clínicos de
tornam-se mais presentes, sendo trabalhado o tratamento, com possibilidades diversificadas
luto antecipatório através de canções de ofere- de atuação: nos processos de revisão de vida e
cimento desejando paz e conforto, declarando de reminiscências, de suporte biopsicossocial
amor e perdão, sentimentos de perda e luto. e espiritual, e preparação para os ritos finais.
Reflexos Ecológicos dos As propostas musicoterápicas e experi-
ências musicais recriadas ou improvisadas
Atendimentos
suscitam a emergência de conteúdos internos e
O fato de as intervenções musicoterápi- questões subjetivas relacionadas ao medo, aos
cas incluírem ‘música viva’ num espaço não relacionamentos, à autoestima, à raiva, culpa,
totalmente preservado permite a participação tristeza e outros tantos sentimentos comumente
indireta de outros pacientes, acompanhantes e vivenciados pelos pacientes que se encontram
mesmo dos profissionais; o som se espalha pelo nos estágios muito avançados, e oferecem
ambiente e transforma a atmosfera de trabalho, oportunidade de re-elaboração desses mesmos
oferecendo uma visão diferenciada de novas conteúdos, situações, relações.
possibilidades de atendimento. A Musicoterapia se apresenta, dentre as
Muitas vezes os profissionais participam em terapias expressivas, como uma possível estra-
conjunto da abordagem a um paciente – com tégia de enfrentamento (coping)27 para auxiliar
ou sem o familiar, às vezes apenas fazendo coro o paciente a melhor lidar com a doença e com
numa canção oferecida, ou com interações/in- os vários aspectos de sua vida que ficaram
tervenções orientadas. É a atitude humanista, ou comprometidos, em decorrência da doença,
humanizadora – como prefere denominar o Pro- do tratamento, e, por fim, da impossibilidade
grama Nacional de Humanização da Assistência de cura e da terminalidade.
Hospitalar26 - tão importante quando se trabalha A experiência de Musicoterapia, no contex-
com seres humanos que chegam angustiados, to aqui focalizado, em espaço ambulatorial, tem
sem esperanças, só vislumbrando a aproximação características singulares: imprime um clima de
rápida da morte, o que não necessariamente descontração num contexto de dor e incertezas.
acontecerá na mesma rapidez imaginada. E pode desempenhar um papel vital na humani-
A Musicoterapia pauta, dessa forma, sua zação dos espaços clínicos, promovendo sinergia
atuação no paradigma do cuidado, acolhendo e conectividade entre os envolvidos no serviço
com afeto, sem juízo de valor estético, toda e – os profissionais que dedicam seu serviço e os
qualquer manifestação sonora produzida por que se beneficiam do cuidado.
esses pacientes e familiares. Valorizando e As observações clínicas, fundamentadas
explorando o potencial criativo e saudável dos na prática cotidiana e na literatura específica,
mesmos, e utilizando técnicas musicoterápicas apontam para a necessidade de pesquisas cien-
específicas, a Musicoterapia favorece o aumento tíficas que possam ampliar o foco de atuação,
da autoestima, respostas mais positivas do sis- possibilitar novas construções teóricas e validar
tema imunológico na evolução da enfermidade resultados observados.

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A principal contribuição é mostrar a pro- 2000. 300p.Título original: Defining Music


Therapy.
priedade da Musicoterapia Inter-ativa,17 e das
intervenções com música viva25 – voz, violão, 4. Munro S, Mount B. Music therapy in palliative
care. CMA Journal. 1978 Nov;119 (4). p.1129-34.
percussão – onde as criações sonoras ressoam
pelo espaço, unindo pacientes, familiares, cui- 5. Ruud E. Music Therapy: Improvisation,
Communication and Culture. Gilsum:
dadores, musicoterapeuta e toda a equipe inter- Barcelona Publishers;1998. p.85-99.
disciplinar; onde se pode cantar, tocar, dançar.
6. Dileo C. Introduction to music therapy and
É o lugar do Encontro – consigo mesmo, com medicine: definitions, theoretical orientations
o Outro (o musicoterapeuta, o familiar/amigos/ and levels of practice. In Dileo C (Ed.) Music
Therapy and Medicine: Theoretical and Clinical
cuidadores e outros profissionais), com a música
Applications. Silver Spring: American Music
e com o Sagrado. Therapy Association;1999:3-10
Mais além, garantindo ao nosso paciente, 7. O’Kelly J; Koffman J. Multidisciplinary
que protagoniza suas narrativas e coreografa perspectives of music therapy in adult palliative
os capítulos finais de sua existência, que a care. .[acesso em 17 jul 2009] Palliative Medicine.
2007;21:235-41. http://sagepublications.com
Musicoterapia pode colocar-se a seu lado, man-
tendo uma postura humanitária, ajudando-o a 8. Krout RE. The effect of single-sessions music
therapy interventions on the observed and
Construir e Compor Novas Canções e Novos self—reported levels pain control, physical
Sentidos - para a dor, o sofrimento, a tristeza, a comfort, and relaxation of hospice patients.
[acesso em 17 jul 2009] Am J Hosp Palliat
alegria, a morte - afirmando e celebrando a vida. Care. 2001;18(6):383.Disponível em http://ajh.
A música caminha em direção à esperança. sagepub.com/cgi/reprint/18/6/383

[Ela ] é a alegria de não permanecer em 9. Clements-Cortés A. The use of music in


facilitating emotional expression in the
desespero, de não se deixar esmagar pelo terminally ill. [acesso em 17 jul 2009] Am J
desespero; Hosp Palliat Care. 2004;21:255-260. Disponível
em : http://sagepublications.com
o grito de sofrimento passa na música e então
10. Aldridge D. Spirituality, Hope and Music
o sofrimento Therapy in Palliative Care. The Arts in
Psychotherapy. 1995;22(2)p.103-9.
encarna-se numa forma estética, humana –
que nos impede de abandonarmo-nos a ele. 11. Whittall J. Songs in Palliative Care: A Spouse’s
Last Gift. In: Bruscia KE. (Ed.) Case Studies
Por mais áspero que seja o tema abordado, in Music Therapy. 2nd Printing. Gilsum:
Barcelona Publishers; 1996.p.603-10
ela não deixará de introduzir nele algo de
terno. 12. Gross JL, Swartz R. The Effects of Music
Therapy on Anxiety in Chronically Ill Patients.
A música desperta o trágico e também os Music Therapy. 1982; 2(1):43-51.

recursos do ser humano para enfrentá-lo. 13. Gazaneo LM. Musicoterapia e Oncologia.
[trabalho de conclusão de curso] Rio de
Georges Snyders, 1992, p.116.28 Janeiro: Conservatório Brasileiro de Música-
Centro Universitário, Curso de Graduação em
Musicoterapia; 2004.
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Humanização e Cuidados Paliativos. São p.43-9.
Paulo:Loyola; 2004. p.275-289
15. Benkovitz D. Music Therapy and Pain
2. Melo AGC. Os cuidados paliativos no Brasil. In: Management. Anais do XII Congresso Mundial
Pessini L, Bertachini L. Humanização e Cuidado de Musicoterapia; 2008 Jul 22-26; Buenos Aires.
Paliativo. São Paulo: Loyola: 2004.p.291-9. Buenos Aires: Libreria Akadia Editorial; 2008:
49-50.
3. Bruscia K. Definindo Musicoterapia. Trad.
Conde MVF. 2ª ed. Rio de Janeiro: Enelivros; 16. Aldridge D. Life as Jazz: hope, meaning

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17. Barcellos LRM. Cadernos de Musicoterapia n.1. p.351-7.
Rio de Janeiro:Enelivros; 1992. 45p.
28. Snyders G. A Escola pode ensinar as alegrias
18. Roskam K, Reuer B. A Music Therapy Wellness da música? Tradução de Maria José do Amaral
Model for Illness Prevention. In: Dileo C. (org) Ferreira. São Paulo:Cortez, 1992. 175p. Título
Music Therapy and Medicine: Theoretical original: L’école peut-elle enseigner les joies de
and Clinical Applications. Silver Spring: The la musique?
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19. Turry A. Improvised Songs with Children with


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Cancer and Serious Blood Disorders. In: Wigram Coping with life-threatening illnesses,
T, DeBacker J. (editors). Clinical Applications of
Music Therapy in Developmental Disability, from diagnosis to more advanced stages, causes
Paediatrics and Neurology. London:Jessica drastic changes into the human life caused by
Kingsley Publishers; 1999. p.13-31.
the severity of the situation and the treatment
20. Millecco LA Fº, Brandão MRE, Millecco RP. É itself: physical impairments, social, emotional
preciso cantar - musicoterapia, cantos e canções.
Rio de Janeiro: Enelivros; 2001 breakdown. To accept this human being in his
suffering through the songs that are linked to his
21. Chagas MO. Cantar é Mover o Som. In: Anais
do II Encontro Nacional de Pesquisa em personal history can allow a revival of situations
Musicoterapia, 2001. Paraná. 2001, p.119-22. and emotions, stories and new meanings, reflec-
22. Gardner, H. Arte, Mente e Cérebro: uma tions about the scope and meaning of life, the
abordagerm cognitiva da criatividade. stages of the disease process. This article presents
Tradução de Sandra Costa. Porto Alegre:
Artmed;1999. p.56 Título original: Art, Mind some perspectives of integration of music the-
and Brain: a cognitive approach to creativity. rapy in the outpatient clinic of the Nucleous of
23. Lima NRC. A Música Religiosa no Tratamento Palliative Care HUPE, based on the theoretical
Musicoterápico de Pacientes de Câncer. principles of music therapy, the paradigm of care
[monografia]. Rio de Janeiro:Conservatório
Brasileiro de Música; Curso de Graduação em and policies of health humanization, and focu-
Musicoterapia. 2002. ses on the possibilities and the holistic benefits
24. Breitbart W. A Busca de Sentido e Espiritualidade of music therapy interventions and the use of
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RMN, Falk J. In: Leitão MS; Bispo ED; Vieira A;
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VII Congresso Brasileiro de Psico-oncologia.
São Paulo: Editora Livro Pleno; 2003. p.166-
disciplinary teams contributes to new listeners
175. Título original: Spirituality and meaning in the field of reception and treatment of patients
in supporting care: spirituality – and meaning in palliative care and their families, to reaffirm
– centered group psychotherapy interventions
in advanced cancer. the goals of providing, through music, physical
comfort, emotional and spiritual potential of
25. Bailey LM. The use of songs in music therapy
with cancer patients and their families. J Mus investing in health and quality of life.
Ther. 1984;4(1):5–17.

26. Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de


KEY WORDS: Music Therapy, Palliative
assistência à saúde. Programa nacional de Care, Music, Humanization, Quality of Life.

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Titulação dos Autores

Editorial Artigo 1: Cuidados Paliativos


no Hospital Universitário
Lilian Hennemann-Krause
Pedro Ernesto
Médica Anestesiologista e do HUCFF-UFRJ;
Responsável pelo Núcleo dos Cuidados Paliativos Rodolfo Acatauassú Nunes
do HUPE-UERJ;
Professor Adjunto do Departamento de Cirurgia
Mestranda FCM-UERJ; Geral da Faculdade de Ciências Médicas da
Pós-graduação-Geriatria e Gerontologia-UnATI- Universidade do Estado do Rio de Janeiro
UERJ; Mestre e Doutor em Cirurgia Geral –
Endereço para correspondência: Setor Torácico da UFRJ.
Rua Itacuruçá, 60 apto. 501, Tijuca Livre-Docente em Cirurgia Torácica - UNI-Rio.
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20510-150 Endereço para correspondência:
Rua Santa Luíza 259 apto. 104, Maracanã
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20511-030
Luciana Motta
Médica Geriatra; Lilian Hennemann-Krause
Doutora em Saúde Coletiva;
Coordenadora do Núcleo de Atenção ao Idoso/ (Vide Editorial)
UnATI/HUPE/UERJ.

Artigo 2: Ainda que Não


se Possa Curar, Sempre é
Possível Cuidar.
Lilian Hennemann-Krause
(Vide Editorial)

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Artigo 3: Dor no Fim da Vida: Flavia R. A. de Sousa

Avaliar para Tratar. Especialização em Geriatria e Gerontologia /


UnATI-UERJ.
Lilian Hennemann-Krause Núcleo de Cuidados Paliativos e Centro
Universitário de Controle do Câncer/UERJ.
(Vide Editorial)

Artigo 4: tratamento da Dor Adalgisa Ieda Maiworn

Oncológica em Cuidados Doutoranda em Ciências Médicas na Disciplina


Pneumologia pelo Programa de Pós Graduação
Paliativos. Em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências
Médicas;
Odilea Rangel Responsável técnica da Divisão de Fisioterapia da
Policlínica Piquet Carneiro da Universidade do
Anestesista da Clínica de Dor do Hospital
Estado do Rio de Janeiro;
Universitario Pedro Ernesto da UERJ;
Responsável pelo setor de dor neoplásica da Clínica Conselheira do CREFITO - 2.
de Dor da UERJ.
Ana Carolina de Azevedo Carvalho
Carlos Telles
Doutora - Ciências Biológicas-UFRJ;
Professor Associado, chefe do Serviço de
Chefe do Setor de Fisioterapia - HUPE-UERJ.
Neurocirurgia e Clínica de Dor da UERJ.

Artigo 5: Aspectos Práticos Kenia Maynard Silva


da Prescrição de Analgésicos Doutoranda em Ciências Médicas na Disciplina
na Dor do Câncer.
Pneumologia pelo Programa de Pós Graduação
Em Ciências Médicas da Faculdade de Ciências
Médicas;
Lilian Hennemann-Krause Fisioterapeuta da Disciplina de Pneumologia do
(Vide Editorial) HUPE.

Artigo 6: A Fisioterapia no Artigo 7: A Comunicação


Alívio da Dor: Uma Visão de Más Notícias: Mentira
Reabilitadora em Cuidados Piedosa ou Sinceridade
Paliativos. Cuidadosa.
Janete A. Araujo
Danielle de M. Florentino
Psicóloga;
Fisioterapeuta;
Especialista em Psicologia Médica;
Especialização em Fisioterapia Oncológica-INCA;
Núcleo de Cuidados Paliativos - HUPE.
Núcleo de Cuidados Paliativos e Centro
Universitário de Controle do Câncer/UERJ. Endereço para correspondência:
Rua Albano, 244 apto.101 bl.1, Praça Seca
Endereço para correspondência: Rio de Janeiro - RJ. CEP 22733-010
Rua XV de novembro no 226 /201, Centro Telefone: (21) 9673-6917
Niterói - RJ. CEP 24020-125 E-mail: netteallves@hotmail.com
E-mail: danimeflo@yahoo.com.br

10 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Elizabeth Maria Pini Leitão Artigo 11: Os Cuidados
Professora da Disciplina de Saúde Mental e de Enfermagem em Feridas
Psicologia Médica da FCM/UERJ;
Chefe da Unidade Docente Assistencial;
Neoplásicas na Assistência
UDA de Saúde Mental e Psicologia Médica -
Paliativa.
HUPE/FCM/UERJ.
Rafaela Mouta Aguiar

Artigo 8: Buscando Enfermeira;


Especialização Enfermagem do Trabalho;
Novos Sentidos à Vida: Núcleo de Cuidados Paliativos – NCP-HUPE.
Musicoterapia em Cuidados Endereço para correspondência:
Paliativos. Rua Saldanha Marinho 4 , Santo Cristo
Telefones: (21) 9808-6858
E-mail: rafaaguiar9@hotmail.com
Elisabeth M. Petersen
Musicoterapeuta Gloria Regina Cavalcanti da Silva
Especialização em Psico-oncologia.
Enfermeira;
Endereço para correspondência:
Especialização em Enfermagem Cirúrgica;
Rua Engenheiro Enaldo Cravo Peixoto, 95
apto.1204, Tijuca Serviço de Enfermagem de Pacientes Externos;
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20511-230
Chefe de enfermagem do Ambulatório Central e
Telefone: (21) 9242-9863
Descentralizado - HUPE.
E-mail: bethpet2@yahoo.com.br

Artigo 9: O Sentido do Artigo 12: Hipodermóclise


Sofrimento Humano. ou Via Subcutânea.
Maria O. D’Aquino
Fabio de F. Guimarães
Enfermeira do Núcleo de Cuidados Paliativos do
Graduado e Mestre em Psicologia pela HUPE;
Universidade Gregoriana de Roma
Especialista em Enfermagem do Trabalho
Endereço para correspondência: Fac. de Enf. Luiza de Marilac;
Av. 28 de Setembro, 200, Vila Isabel
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20551-031 Especialista em Enfermagem Intensivista - UERJ.
Telefones: (21) 2568-3821, (21) 9727-9098 Endereço para correspondência:
E-mail: fabiusfg@gmail.com Rua Santa Alexandrina, 70 apto 104 , Rio Comprido
Rio de Janeiro - RJ. CEP 20261-232
Artigo 10: O Cuidador Telefones: (21) 3027-5194, (21) 2215-6875
do Paciente em Cuidados
E-mail: modaquino@ig.com.br

Paliativos: Sobrecarga e Rogério Marques de Souza


Desafios. Enfermeiro

Janete A. Araujo Coordenador de Enfermagem Hupe/UERJ

(Vide Artigo 7). Professor da Universidade Veiga de Almeida


Especialista em Admnistração dos Serviços de
Elizabeth Maria Pini Leitão Saúde UERJ - 1999
(Vide Artigo 7).

Ano 11, Abril / Junho de 2012 11


Artigo 13: A vivência da
Fonoaudiologia na Equipe
de Cuidados Paliativos de um
Hospital Universitário do
Rio de Janeiro
Andréa dos S. Calheiros
Fonoaudióloga;
Pós-graduação em Fonoaudiologia Hospitalar;
Preceptora de Fononcologia da residência em
Fonoaudiologia do HUPE/UERJ.
Endereço para correspondência:
Rua Alecrim 722
Rio de Janeiro - RJ. CEP 21221-050
Telefones: (21) 3391-0905, (21) 7816-2324
E-mail: andreacalheiros@gmail.com

Christiane Lopes de Albuquerque


Doutoranda em Clínica Médica / Terapia Intensiva
FM-UFRJ;
Mestre em Ciências Médicas pela FCM - UERJ;
Pós-graduaçao em M.O. - Disfagia pelo CEFAC- RJ.

12 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ

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