Mestrando:
Armando Domingos
Mestrando: Docente:
Armando Domingos Prof. Doutor Paulo Zebo Bulaque
INTRODUÇÃO
Nesse contexto, Castelano, Martins & Andrade (2017, p.11), debruçam que, a infância
é o período de início de construção da autoestima. Esta é projetada na medida da convivência
da criança com seus pais, familiares, passando pelo convívio escolar, com os amigos e outras
pessoas próximas, a partir do tratamento que deles recebe.
2. REVISÃO DA LITERATURA
Auto-estima é a avaliação que o indivíduo faz sobre si mesmo, que se expressa numa
atitude positiva ou negativa em função de si, em que este aprova ou não o resultado. (Rosenberg
apud Quintão et al., 2011). Esta ideia de auto-estima como atitude deve ter em conta tanto as
dimensões cognitivas como afectivas (Mruk apud Gouveia, 2003, p.13).
Schultheisz & Aprile, (2013), definem a autoestima como sendo à valoração intrínseca
que o indivíduo faz de si mesmo em diferentes situações e eventos da vida a partir de um
determinado conjunto de valores eleitos por ele como positivos ou negativos. (p. 36)
Para Tiba apud Dos Santos (2017) a autoestima: “É o sentimento que faz com que a
pessoa goste de si mesma. Aprecie o que faz e aprove suas atitudes. Trata-se de um dos mais
importantes ingredientes do nosso comportamento”. Verifica-se que a autoestima representa o
que se sente acerca de nós próprios, a afetividade, os sentimentos acerca do que realmente
somos.
Assim sendo:
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A autoestima pode ser entendida também como nossos sentimentos, o que sentimos em
relação a nós mesmos. Quando vista de um ângulo positivo, significa que as pessoas
têm uma boa imagem de si, espera-se que os outros gostem de nós e confiem em nossas
habilidades de lidar com seus próprios desafios, percebendo também, quando vista do
ponto negativo, pode causar sérios problemas, quando achamos que não merecemos o
amor de ninguém, não acreditamos em nosso potencial, que não somos capazes,
considerando que não sabemos fazer nada direito, imagine tais situações no ambiente
escolar, no processo ensino-aprendizagem das crianças (Gonçalves, apud Dos Santos,
2017).
Importa referir que, a autoestima não é estática, como diz Mosquera & Stobaus (2006,
p. 85) que:
Em harmonia com abordagem acima, importar salientar que, a autoestima tem tendência
a ser positiva ao longo do tempo e em diversos momentos na vida adulta. Visto que, a auto
estima não é estática como foi referenciado anteriormente, pois, ao longo da nossa vivencias
através de vários factores que intervém positivamente na vida, é possível estimular a alta estima.
Autoestima a maneira pela qual nós percebemos repercute em nossas acções, na vida
profissional e pessoal. Esse autor também afirma que existe uma relação entre nossas reações e
o que pensamos de nós mesmos. E enfatiza que “desenvolver a autoestima é expandir nossa
capacidade de ser feliz” (Branden, 1994, apud Andrade & Edinilsa, 2010, p.182)
valorizar, na tentativa de considerar-se capaz de fazer algo espetacular que os outros também
fazem ou até superar, não necessariamente rebaixar-se tendo em conta as características
corporais.
Autoestima baixa:
Autoestima média:
Autoestima alta:
E a alta consiste no autojulgamento de valor, confiança e competência. (Laurent, 2015,
p.6),
Revela confiança, curiosidade, iniciativa e autonomia; exemplos: confia nas suas ideias,
aborda desafios com confiança, tem iniciativa, define metas autonomamente; é curiosa,
explora e questiona, gosta de experimentar coisas novas, descreve-se de forma positiva
e mostra orgulho nas suas produções; consegue adaptar-se à mudança e ao stresse:
exemplos: tolera frustrações, é perseverante, e é capaz de lidar com críticas. (idem)
A auto-estima tem vindo a ser utilizada de três formas distintas: auto-estima global,
sentimentos de valor próprio, auto-avaliações: (Brown e Marshall, 2006, apud Schultheisz, &
Aprile, 2013, P. 41).
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Outros fazem uma abordagem através dos processos emocionais e presumem que se
trata de um sentimento por si mesmo e que não deriva do racional nem de processos de
julgamento (Brown & Marshall, 2001, apud Schultheisz, & Aprile, 2013. P. 41).
No entanto, a auto-estima global tem vindo a ser demonstrada como estável durante a
vida adulta com uma provável componente genética relacionada com o temperamento e o
neuroticíssimo (Neiss, Sedikides, & Stevenson, 2002, apud Schultheisz, & Aprile, 2013. P. 41).
2.4. Estratégias de promoção de auto-estima para assegurar uma vida saudável e benéfica
Existem diversas estratégias para assegurar uma vida saudável e benéfica, desde as que
são trabalhadas unicamente pela mente, até às que envolvem o físico. Autores como Harter
(1999, apud Cruz, 2016, p.21) indicam algumas, como a orientação diária para situações que,
à partida, resultem em sucesso e afecto positivo; o evitar domínios negativos que possam
resultar em fracasso; a auto-afirmação; ou a maximização do apoio e aprovação de quem rodeia
o indivíduo, tambem temos, as estratégias motivacionais .
Os professores que almejam melhorar a motivação de seus estudantes precisam ter uma
compreensão clara das causas específicas que subjazem os problemas motivacionais de seus
alunos, a fim de auxiliá-los na superação dos mesmos. Para tanto deve promover crenças
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Acreditamos que, o conhecimento desses tópicos acima expostos e seu estudo possa
auxiliar para o melhor desenvolvimento do processo de ciclo vital de seus componentes, na sua
Saúde e na sua Educação, levando a uma melhor qualidade das nossas vidas.
Os estudos realizados por Morris Rosenberg sobre autoestima são bastante representativos para
explicação das condições associadas à sua elevação ou diminuição. Com o objetivo de avaliar
a autoestima, em sentido global, Rosenberg propôs sua escala, conhecida por Escala de
Autoestima de Rosenberg (EAR) (Schultheisz, & Aprile, 2013. P. 42).
Segundo o autor, a autoestima é um componente fundamental da saúde mental e social do ser
humano. Indica o ajuste do indivíduo a sociedade em que vive. Refere-se à relação positiva ou
negativa que o indivíduo tem com um “objeto”. Traduz o próprio self. (idem)
Fonte: (Dini & Ferreira apud Schultheisz, & Aprile, 2013. P. 42)
"A autoestima pode ser ameaçada por muitas coisas. As causas podem ser internas, isto
é, próprias da pessoa, ou externas, ou seja, sociais, familiares, etc.; reais ou imaginárias;
passageiras ou duradoras". Portanto, o que pode afetar um indivíduo, porventura, não tem a
mesma causa e consequência na vida do outro, cada um tem uma maneira diferente de lidar
com seus conflitos sejam eles internos ou externos. (idem, p.16)
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O juízo que a pessoa faz de si mesmo, mediante a qualquer situação, dependerá do que
foi trabalhado/estimulado em sua infância. De acordo com Schultheisz e Aprile (2013, p.1):
"A construção de uma autoestima está relacionada à identificação que cada indivíduo
estabelece com o mundo exterior". Sabendo que a autoestima é construída durante a
vida toda, atitudes pequenas podem proporcionar grandes consequências, a imposição
de padrões e rótulos da sociedade refletem até mesmo na vida das crianças,
influenciando no processo de formação de sua personalidade.
Outros factores externos que podem influenciar a auto-estima são características como
o género e a idade, mudanças corporais ou alterações psicológicas (Santos, apud Cruz, 2016).
No entanto, estudos recentes concluem que há mais semelhanças entre os dois géneros
relativamente ao modo como se valorizam, do que diferenças. (Sheehan, apud Cruz, 2016). Em
suma, as situações em que as variações na auto-estima são mais propícias, são aquelas que são
menos previsíveis ou controláveis (vanDellen, Bradfield & Hoyle, apud Cruz, 2016). 2010).
Oliveira (2017), apud Lima e Rodrigues (2018, p.17), afirma que: Ainda na infância a
maioria das pessoas são inferiorizadas e estigmatizadas através do uso de rótulos como
“tímido”, “medroso”, “esquisito”, “dramático”, “antissocial” e outros que contribuem para criar
esta sensação difusa de que “há algo errado comigo”, que muitos carregam pela vida afora.
Henriques (2003) apud Lima e Rodrigues (2018, p.17), ressalta que existem "muitas
vozes" ao nosso redor e que essas vozes dizem coisas que nos calam no fundo do coração.
Internalizadas, transformam-se, mais adiante, na nossa própria voz". O que a criança ouve
durante a sua infância contribuirá de forma significativa na percepção que ela tem de si mesmo.
Os pais assumem uma grande responsabilidade nesse processo de construção.
É uma boa ajuda admitirmos nossos próprios erros ou fracassos. Ela precisa saber que
também nós não somos perfeitos". A criança precisa entender que é normal errar e isso não
interfere em seu valor, nem nos sentimentos das pessoas para/com ela. Uma boa relação familiar
a possibilita um olhar diferente do mundo e a forma como se enxerga nele. (idem)
Explica Mello (2006), apud Lima e Rodrigues (2018, p.17):
A relação sendo positiva, possibilita uma vivência agradável entendida como um
convite à ampliação da relação com o mundo de pessoas e objetos ao redor. Sendo
negativa, inibe a iniciativa da criança. Em lugar de abrir-se para o mundo que se
descortina frente a ela, a criança se fecha. A forma como os pais tratam seus filhos,
servirá de base para situações que a criança irá enfrentar, o afeto torna a relação mais
saudável, fazendo com que haja confiança entre ambos.
Os pais tornam-se mediadores das emoções e sentimentos gerados na criança,
auxiliando-os como lidar com seus conflitos, proporcionando uma vida emocional equilibrada.
Algumas situações de conflito acontecem durante o dia a dia de todos os seres humanos, o afeto
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auxilia na resolução dessas situações, quando o sujeito recebe o afeto de seus pais durante sua
infância, automaticamente estará propiciando em seu ser uma autoestima elevada.
Albuquerque (2016), apud Lima e Rodrigues (2018, p.17), explica: Uma criança quando
é rejeitada pelos pais, quando não recebe atenção e reconhecimento suficientes, nutre um
sentimento de não valor, ela acredita não ser merecedora de coisas boas e passa a rejeitar a si
mesma e a procurar reconhecimento no outro, isso gera um adulto sem confiança e que anseia
ser aceito por todos, deixando de lado aquilo que acredita, gosta e deseja.
A criança tem a necessidade da aprovação do outro, é preciso ensinar aos filhos
situações de esperar, negociar e ceder. Atitudes como estas contribuirão para o desenvolvimento
da autonomia e evitará que os mesmos se tornem adultos frustrados. (idem)
Segundo Campeiz & Aragão (2010); no seu estudo:
Fraiman (2013), apud Lima e Rodrigues (2018, p.17), ressalta que, é importante
ressaltar que, apesar de todos esses fatores combinados construírem uma identidade pessoal,
uma pessoa é muito mais do que a simples soma dos elementos que a influenciam. Afinal, ela
pode decidir conscientemente agir de acordo como o que sua alma deseja. A criança necessita
de afeto, de receber palavras de carinho, amor e confiança, pois sua autoestima é construída
através das demonstrações de afeto que nelas são depositadas.
A baixa autoestima engloba vários fatores que contribuem para esse sentimento
negativo, dentre eles o Bullying. Fraiman (2013) apud Lima e Rodrigues (2018, p.17) afirma:
Enfrentar uma situação muito adversa é extremamente difícil, mas o impacto da
superproteção , do bullying, de crenças negativas ou de pais e professores pessimistas
talvez seja mais difícil de superar. Isso se dá porque esse ataques ao autoconceito são
invisíveis e ,muitas vezes, a criança nem as percebe. Por isso, pode se acomodar a elas
e passar a rebaixar sua autoestima. Saber enfrentar diversas situações sem prejudicar a
autoestima é o maior desafio que a vítima do bullying enfrenta. Essas agressões físicas,
verbais ou psicológicas são frequentes na vida da vítima.
Segundo Moraes, Simon (2004 apud Lima e Rodrigues (2018, p.17): É possível
identificar alguns fatores de risco que podem estar associados á ocorrência do bullying, como
fatores da personalidade, autoestima, dificuldades nas relações sócias, ser vitimizado na escola
ou fora dela, violência na escola ou fora dela, violência na comunidade, desajustes familiares,
praticas educativas parentais, contexto escolar, alienação escolar, violência na mídia e
percepção do problema.
O valor que o sujeito tem de si mesmo está diretamente ligado à sua autoestima que
pode ser alterada durante determinada situação em que ele se encontra. Em algumas ocorrências
de Bullying o sujeito poderá sofrer danos a sua saúde mental desencadeando problemas
psicológicos e emocionais. (idem)
Fraiman (2013, apud Lima e Rodrigues (2018, p.17) afirma:
Uma pessoa com elevada autoestima geralmente tem mais facilidade para se relacionar,
é mais produtiva, aprende melhor, tem uma vida mais saudável, pois se cuida e se
considera. Percebe-se digna de amor, respeito, sucesso, e faz o que for preciso para
obter isso. De acordo com diversos estudos, uma elevada autoestima favorece a
capacidade de adaptação ao meio e ao bem-estar emocional e permite recuperar-se mais
rapidamente de situações adversas. É somente por meio das vivências e experiências
que o sujeito consegue adquirir confiança em si mesmo. É importante ressaltar que essa
bagagem de vida é construída desde sua infância.
Compreendemos que tanto o professor assim com a família tem papel crucial para
estimular a autoestima positiva, visto que a criança necessita do adulto e ela acompanha o
caminho, se frustrando, entendendo seus limites. Nesse contexto, a importância da afetividade
é clara nas primeiras expressões da criança que ocorrem ao nascer. A falta de afeição com as
pessoas mais próximas poderá refletir pensamentos negativos sobre si mesmo, influenciando a
baixa estima na vida da criança.
Nesse âmbito, os resultados mostraram, de um modo geral, pontuação mais elevada que
a média. Houve diferença estatística significante na pontuação de alunos de escolas públicas e
privadas. Porém, essas diferenças não foram significativas estatisticamente em relação ao
gênero e à idade. A maior parte dos alunos considerou a opinião de pais, professores e amigos
como um fator importante para a elevação da autoestima. (idem)
As práticas educativas são influenciadas pelo ambiente em que ocorre e essa influência
positiva ou negativa interfere nos seus resultados, nisto inclui a relação professor-aluno,
a avaliação, a qualificação dos professores, a participação dos pais na vida escolar do
filho. O diálogo entre professor e aluno é uma condição essencial para que se obtenham
bons resultados na aprendizagem, no sentido de predispor os alunos ao que se quer
ensinar, proporcionando assim uma aprendizagem mais rápida e eficaz.
Acredita-se que para que o educador/professor consiga fomentar nas crianças o gosto
pela aprendizagem é fundamental que o mesmo trabalhe a autoestima destas. A autoestima é
uma atitude básica que determina o comportamento e o rendimento escolar do aluno. (Abreu,
2015, p.11)
Nesse âmbito:
Lima & Rodrigues (2018), por meio dos resultados da pesquisa intitulada a relação da
autoestima com o fracasso escolar e a importância da mesma no processo de ensino e
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Uma criança que não confia em si mesma, que não se ama, que não se sente amada,
enxergada e valorizada vai ter muita dificuldade em aprender, em expressar suas emoções…
Vai sofrer e carregar consigo memórias que influenciarão em sua vida durante toda sua
existência. (Oliveira, 2019)
“A relação que o educador estabelece com cada criança, a forma como a valoriza e
respeita, estimula e encoraja os seus progressos, contribuem para a auto-estima da criança”
(Ministério da Educação, 1997 apud Frada, 2015). À semelhança dos pais, também o papel do
educador é fundamental na aquisição da autoestima, “a auto-estima é a meta mais elevada do
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processo educativo e o eixo e centro da nossa forma de pensar, sentir e actuar.” (Alcántara,
2000, apud Frada, 2015)
Pais indulgentes - tentam se comportar de maneira não punitiva e passiva frente aos
comportamentos dos seus filhos, evitando confrontações. Estes pais apresentam-se para
seus filhos como um recurso para realização de seus desejos e não como um agente
responsável por moldar ou direcionar seu comportamento de forma adequada.
Além disso, as práticas descritas por Gomide (2004) apud Toni & Hecavel (2014), são
sete, que se dividem em positivas e negativas. As práticas positivas seriam a monitoria positiva
e o comportamento moral, e as práticas negativas, o abuso físico, a punição inconsistente,
disciplina relaxada, monitoria negativa e a negligência.
Entre as duas práticas educativas apresentadas acima, as que alinham melhor o nosso
trabalho são as práticas positivas, que consistem no monitoramento positivo e comportamento
moral adequado que de certa forma, trazem bons resultados nas crianças.
2.9.1. Relações entre práticas educativas parentais e a autoestima
Pesquisas realizadas em diferentes sociedades acerca das interações entre pais e filhos
face autoestima revelam, com clareza, as fortes relações entre o comportamento dos pais e o
desenvolvimento global dos filhos (Weber, 2017, p.158)
O estudo de Weber investigou, com adolescentes, as relações existentes entre as práticas
educativas parentais percebidas e sinais de depressão, autoestima e comportamentos
antissociais de adolescentes. Os resultados mostram que a grande maioria dos adolescentes que
apresentaram sinais de depressão indicaram alta freqüência de comunicação negativa da parte
de seus pais, ausência de regras claras e supervisão e consideram que o modelo parental é
inadequado, uma vez que os pais não cumprem as exigências que fazem aos filhos e tem pouco
envolvimento.(idem)
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Os jovens que obtiveram escores elevados de autoestima consideram seus pais como
bons modelos parentais, uma vez que demonstram alta freqüência de envolvimento e
participação na vida dos filhos. Por outro lado, aqueles adolescentes que assinalaram alta
freqüência de comportamentos de desobediência aos pais e de comportamentos antissociais na
escola também relataram ausência de supervisão e monitoria na dinâmica familiar, bem como
baixo escore de envolvimento e alto nível de comunicação parental negativa e coercitiva. Por
meio dos dados, conclui-se que os estilos e as práticas educativas positivas estão relacionadas
à autoestima elevada. (idem)
Para melhor esclarecer o exposto acima, invocamos o estudo de Toni & Hecavel (2014)
que:
Teve objetivo de investigar as relações entre competência social, práticas educativas
parentais e rendimento acadêmico em adolescentes. Os resultados da pesquisa mostram
claramente que, os adolescentes com alto rendimento acadêmico tinham pais com mais
práticas educativas positivas e também eram vistos por seus pais como mais
competentes socialmente. Ainda, observou correlações mais fortes entre as práticas
educativas maternas e o desempenho acadêmico. Esse estudo demonstrou haver
diferenças nas práticas de pais de crianças com rendimentos acadêmicos diferentes,
porém, não teve como objetivo avaliar o quanto cada prática educativa parental poderia
predizer o rendimento acadêmico. (idem)
É o que o estudo de Cia, D’Affonseca e Barham (2004) apud Toni & Hecavel (2014)
propôs ao avaliar o impacto da qualidade do relacionamento pai-filho sobre o desempenho
acadêmico de crianças. A pesquisa realizou-se com 58 pais, o teve como resultados que, quanto
maior o envolvimento e a frequência de relação e comunicação entre pais-filhos, melhor foi o
desempenho acadêmico da criança.
Estudo de Mcbride, Schoppe-Sullivan e Ho (2005) apud in Toni & Hecavel (2014) com
1.334 famílias, buscou relacionar o envolvimento parental na mediação da aprendizagem das
crianças. Os autores apontam que há uma relação significativa do envolvimento paterno no
desenvolvimento acadêmico, e que este envolvimento media a relação entre escola, família e
comunidade. Ou seja, o acompanhamento, ou ao menos a ausência de negligência, parece
colaborar para um bom desempenho acadêmico.
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Partindo das abordagens acima expostas, percebemos que, o estudo de Toni & Hecavel
(2014) e Weber (2017), convergem no que diz respeito, no maior o envolvimento e a frequência
de relação e comunicação entre pais-filhos permitem estimular a autoestima positiva nos alunos,
enquanto que, a negligencia parental ou comunicação negativa é citada como sendo a causa de
baixa autoestima dos alunos, pois é modelo parental inadequado.
Nesse contexto Maccoby (1994), apud Weber (2017, p.158), em um texto sobre a
história do papel dos pais para a socialização de uma criança, sinaliza que, embora o significado
de “adequado” seja variado quando se fala de comportamento de crianças e adolescentes, para
que elas se tornem adultos “adequados” devem adquirir certas habilidades, hábitos, valores e
motivações que os permitam:
Evitar comportamento desviante e disruptivos;
Contribuir com seu trabalho para seu sustento e de sua família;
Formar relacionamentos próximos com outros e
Também ser capaz de criar filhos.
Num estudo, Connel, Spencer e Aber (1994), apud Peixoto (2014, p.235) obtêm
resultados que indicam que o suporte emocional e social fornecido pelos pais está positivamente
associado com a percepção de competência, as relações com os pares e a motivação escolar.
Segundo Rocha (2003), para que a criança realmente tenha e queira manter um
comportamento de aprender, ela precisa sentir-se segura para aprender, sentir-se capaz de
aprender e para tanto, os pais têm papel fundamental.
Elogios sinceros a criança fortalecem sua auto-estima e mostra que ela por si só já tem
valor, que ela não precisa fazer nada para conquistar o amor dos pais e que aprender é,
inteiramente, gratificante para ela mesma; conseqüentemente, a criança terá bons resultados na
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escola, pois não há cobranças, nem punições no que se refere à escola. Respeitar e aceitar os
sentimentos da criança é fundamental, ( Ginott, apud Rocha, 2003)
De acordo com Jesus (2013), apud Dos Santos (2017), a família e outras pessoas que
convivem com a criança, fazem parte do seu primeiro grupo social representando neste
momento, seu contato afetivo, que pode ser positivo ou negativo, influenciando no futuro dela.
O autoconceito que essa criança terá de si refletirá em suas ações e na forma como será tratada
ou mesmo percebida pelos outros.
Observa-se assim, que a família ainda continua sendo a base de toda estrutura do ser,
pois quando a criança ingressa no ambiente escolar e tem uma visão negativa de si, isto
é, demonstra um comportamento diferente dos demais colegas como: agressividade ou
apatia e, na maioria das vezes é considerado preguiçoso, desatento, irresponsável, ou
seja, “aluno-problema”, é automaticamente, encaminhada pela professora para a
coordenação da escola, pois seu desempenho escolar apresenta-se comprometido
Considerações finais
Sugerimos a atitude positiva aos educadores, com vista a estimular autoestima positiva
aos seus alunos que se traz em valorizar o faz o aluno, uma vez que, a postura negativa não traz
resultados brilhantes.
de escola e comunidade, a família tem destaque nesse processo, visto que, ela é a base
extremamente importante na educação dos seus filhos, além de prover alimentos.
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