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1 VI, 2 021.64 SISTEMAS DE BIBLIOTECAS E REDES DE INFORMACAO Lélia Galvao Caldas da Cunha * am estudos para um sistema fmolgpeas, mas, ate fo iso dee. ‘rodenetarh a po papio atrvge de i de aenigo ‘TERMINO DA AUTO-SUFICIENCIA [As expresses “aos documentirio” © “explosio da infonmayao” vén sendo usadas, com frequéncia, durante os iltimos anos, para retratar dramaticamen- mi jteea Nacional ~ Universidade Federal Fluminense R. Bibliotecon, Brasilia S (1) jan,/jun. 1977 449 sas di yea (1) (2), esa -xprimir, em termos quat io especialzads (3) (4). tentativas dignos tivos, o volume e Assim, ja de ha mul as bibliotecas a procurar, de alguma forma, novos meios de promover o controle da informasao, sem o que a Ciéneia e ‘a Tecnologia ndo continuariam a evoluir, uma vez que a nogdo de progresso & real m grande parte, sindnima de transferéncia da informayo, embora esta no constitua — convém frisar— 0 Unico “ingrediente” nevessirio & pesquisa e volvimento tecnologico (5) Entre os recursos disp todas as modalidades da coopetardo inter bibl cos anos atris, nas praticas de intercdmbio tradi ‘540 que, cada vez mais, se revela como inter-relagdo, interaga0 endéncia — sem a qual nao sobrevivem muitas das atividades humanas, quer asso- ciadas a individuos, quer a nagdes (6). Essa & a ligdo dos tempos modernos, aplici que nunca, as atividades de documentagao, is para faciitar 0 acesso & inforragdo figuram a, consubstanciadas, até pou almente conhecidas. Coopera A propria historia da cooperasdo entre bibliotecas evidencia a existéncia de determinadas condigdes para efetivos resultados dessa interdependéncia. De ini= cio, a apo da necessidade de cooperar o estabelecimento de linhas de seo nesse sentido levaram, quase obviamente, & conclusio de que os resultados ‘obtidos compensavam o eslorco despendido. Depois, a execuedo de programas coo- perativos conduziu algumas instituigées a uma natural posiedo de liderangae, 0 que 6 mais importante, as demais insttuigbes participantes desses programas i aceitago, também natural, da superioridade daquelas. Finalmente, firmou-se a consciencia de ‘que 08 programas em cooperaro exigiam a rentincia voluntéria a uma certa parcela dde auto-suficiéncia e de independéncia. Alcangado esse ponto, desspareceram prat- ‘eamente 0s limites a0s prop6sitos de cooperar (7). Por outro lado, 0 desenvolvimento da interdependéncia fez surgizem sé- rios problemas ~ que, muitas vezes, ainda entravam a plena cooperago ~ mas, em ‘compenssed0, spontou também algumas das possiveis solugdes para eles. Foi asim que surgi, para bibliotecérios ¢ outros profissionals da informa¢o, a oportunidade de uma nova experigneia de trabalho: sistemas e redes. 2 ~ NOVO DESAFIO DA COOPERAGAO Embora, com relaedo a outras conotagdes, a idéia de sistemas e redes ja seja conhecida, a énfase que atvalmente se vem dando, sob esse aspeto, as ativide 450 R. Bibliotecon, Brasilia 5 (1) jan.jjun. 1977 UFR 2 des de Biblioteconamia e Documentago tem foros de novidade — exeitante novide: de, ques cristaliza 2m um instrumento de trabalho de grande potencial, porque mobiliza todos os recursos de muitas bibliotecas e centros de informagao, Exeitante rnovidade, mas igualmente grande desafio, Na literatura especializada, em geral, os teemos sistema e rede vém do empregados como sindnimos, uma vez que os respectives conceitos, do ponto de vista da organizarao bi a, parecem ainda um tanto imprecisos. Jano 79 smenta¢0, em 1973, um dos traba renga en © documento resultante dos estudos para estabelecimento do UNISIST tem servido de inesgotivel fonte para muitos novos enfoques de pro- dos & cooperardo em documentagdo ~ permite deduzir ser essa diferen «ga decorrente basicamente do tipo de integraz0 a um todo, Assim, falar 2, como solugdo para racionalizar a indistria da informagdo, seria esquematizisla como modelo de integracio vertical e, portanto, de forma hierirquica, dentro dos limites das organizagaes ¢ dos servigos existentes ‘ou planejados, de qualquer grandeza, e nos quals a énfase recai mais dos recursos intemos, de um extemo a outro, do que nas relacdes externas. Os contatos, 2c procos ou nio, entre tais sistemas ou entre bibliotecas isoladas constituem as redes = integrardo horizontal ~ e, por conseguinte, a essincia da coopera: do ou interde- pendéncia. Dessa maneira, parece claro que 0 proprio UNISIST nao sera nem um sistema e nem um sistema de sistemas (ou metasistema), mas sim uma rede de sis temas ou uma rede de redes. A esse propésito, ¢ interessante lembrar que Duggan (9) sugere seis estra turas para redes e Davis (10) quatro delas, e que ambos admitem que algumas dessas estnuturas sao hierarquicas, 0 que revela que, sob o r6tulo de redes (networks), eles ineluem, também, a estrutura sistémica 2 Para Swank (11), 0 conceito de rede abrange o desenvolvimento de siste- ‘mas cooperativos de bibliotecas — reunidas geograficamente, ou pelo assunto, ou or qualquer outra caracteristica comum — tendo cada um deles uma espécie de or io central, que no somente coordena as atividades internas do sistema como tam- bbém serve de dispositive de de outros siste mas, Esse conceito também sentido de que as centrais de sistemas menores so canais de corn 0 ais, nacionais até intemacionais. Vé-se ai, novamen Voltando ao UNISIST (5): em voz de deb: tro termo, o estudo para estabelecimento do chama R. Bibliotecon, Brasilia § (1) jan,jjun, 1977 4st > {¢40 prefere deixar bem claro que eles devem ser considerados complementares ¢ {ue sistema ou rede € um conjunto de componentes interelacionados que, de co- ‘mum acordo, promovem a transmissao da informaga0 dos da mesma, de conformidade com normas ¢ procediment veis. Cada component por sua vez, ser ‘sua integragdo intema(vertical), ou como um: subsistema, com relagdo a suas cone- xdes extemas (horizontals). 3 — CONSTITUICAO DE SISTEMAS E REDES Colocado o problema nesses termos acima expostos, deduz-se que um es forgo cooperativo dessa categoria — aqui intencionalmente ambigua, para fins de abordagem diditica — requer condigbes que seria fécil agrupar em duas classes: a) sewvigos on responsiveis pela transferéncia vertical da informapdo, desde a fonte ge utilizapfo final; b) métodos e recursos empregados no processo de transferéncia horizontal, entre aqueles servigos ou instituizdes. [A composigfo vertical dos sistemas nfo tem, pelo menos até 0 momen- to, nenhum modelo formal, aplicavel a qualquer caso ou circunstancia, indiserim+ nadamente, Cada um deles exigisia a legislativa ou normativa e mecanismo admi- nistrativo de maior ou menor complexidade, conforme requisitos peculiares a cada lunidade geogrifica ou de acordo com o consenso dos setores interessados, Assim, esta contribuiglo 20 89 Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentaeio ‘do tenciona chegar & uma conclusio a esse respeito, para, através de estudo das técnicas de andlise de sistemas, descrever a estruturae o funcionamento de um mo- delo perfeito, ao menos do ponto de vista tedrico, No entanto, é dificil nde sucumbir & tentapdo de mencionar determina: das medidas de ordem pritica — mesmo sabendo, de anteméo, qua algumas delas ‘ero de execugdo a longo prazo — ¢ sem as quais a transferéncia horizontal para in- ‘erconexio dos sistemas de informasto tropecard com sérios obstéculos, anulando, fem grande parte, todos os propésitos de cooperardo ~ entre 0 organismos nacio- nas e, até, intemacionalmente — como é praticada atualmente e como certamente vird a's desenvolver, em futuro muito proximo. 3.1 — Politica da informagdo De uma apo cooperativa podem participar nfo s6 entidades ‘como organismos privados e organizagOes intemacionais, mas nas primeiras, sa.a responsabilidade dos governos quanto aos caminhos a apontar e 2 trihar. Das autoridades méximas devem emanar, portanto, as diretrizes gerais a adotar no esfor- {G0 conjunto que irmane todos os Orgtos de documen tayo e informagio e é eviden- 452 R, Bibliotecon. Brasilia 5 (1) jan jun. 197 8 diretrizes decorrem, por sua vez, dos planos governamentais de desen- iquer que seja sua esfera administrativa, dos resultados ~ sio perfeitamente apliciveis & Documentagi0 e & Biblioteconomia, tal como a0s grante (1 sando & util ‘mento em geral 3s meios de comunicaego dos quais a informagdo faz parte inte- ividades de infonmagao — vie de desenvolvi Isso leva, naturalmente, a coneluir que, para fortalecer e coordenar redes de bibliotecas, como servigos de vital importincia para qualquer cidado, as respon- sabilidades correspondentes devem ser confiadas a uma instituiedo governamental ‘oa a.uma entidade que goze de apoio oficial privilegiado, o que ndo significa que, para isso, seja necessirio criar novos orga. E indispensivel que @ aceite inco nges que desempenham nos planos de de~ ‘avtoridades procarem — em contrapart funges assumem em relaydo a outros se , parece t & rolevancia que es de planejamento, Assim, a formulagto e execugdo de uma pi primeizo requisito basico para que bibliotecas e cent ica de apo seria, talvez, 0 3s de documentaydo possam temas de informa 3.2 ~ Compatibiidade e convertibilidade incia — ¢ esta também de alcance bem amplo ~ ¢ a fixaylo de nomas diversas, aplicadas a setores diversificados do trabalho de organizar docu- mentagao, de maneira a tomar possivel que, em cada fase da transferéncia da infor ‘magio, ela seja diretamente utilizavel ou facilmente convertivel. $6 assim ela é pas sivel de penetrar em outros sistemas da rede. Avviabilidade de conseguir a compatibilidade aconsethada ja tem sido de- ‘monstrada por exemplos vivos, atuais, embora ainda relativamente poucos, face 3s dificuldades a vencer. Mas, justamente, © que surge como irrefutavel imperative é a conscientizario de que essa situapdo’ poder mudar rapidamente se um ndmero R. Bibliotecon, Brasilia 5 (1) jan.fjun. 1977 453 cerescente de sistemas de informarao tiver que adotar normas comuns para fins de integragao horizontal (5). ‘Uma vez que @ integrac4o horizontal implica na possibilidade de permu tar 0 produto, o resultado de cada etapa do processo de transferéncia da informagao 6, simultaneamente, saida de um sistema e entrada em um outro. Portanto, a cam: ppatibilidade ¢ ainda mais imperiosa que a com lade, por permitir o intercim- bio imediato, ao passo que esta exige, a mais, certas operayGes de transformayo ou adap taro para tomar a informario utilizével Assim, a descrigo ‘que vem nacidade em tomo de uma idéia — jé lagamente di vasto campo de motivardo, Catalogar0 centralizada so namental ou no, catalogagdo-na-fonte (que o Brasil, p talogaeJo cooperativa com distribuigdo reci fe uma permanente luta pela unifommizay

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