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Circuitos electrónicos

ÍNDICE

1. Fontes de Alimentação ..................................................................................................2

1.1. Fontes de alimentação sem transformador...............................................................2


1.2. Fonte de alimentação com transístor regulador série ...............................................5
1.3. Fontes de alimentação com integrados reguladores da série 78XX .......................10
1.4. Fonte de alimentação variável ................................................................................11

2. Osciladores ..................................................................................................................12
2.1. Oscilador a transístores..............................................................................................
2.1.1. Pisca-pisca ....................................................................................................12
2.1.2. Besouro .........................................................................................................13
2.2. Osciladores com ICs...............................................................................................14
2.2.1. Oscilador com o IC 741 .................................................................................14
2.2.2. Oscilador com o IC 555 .................................................................................14
2.2.3. Osciladores com portas lógicas .....................................................................15

3. Temporizadores ...........................................................................................................17

3.1. Temporizador com o IC 555 ...................................................................................17


3.2. Temporizadores com portas lógicas .......................................................................17
3.3. Temporizador com flip-flop tipo D ...........................................................................18

INTERNET:

Outros artigos do autor em:

http://amsfrancisco.planetaclix.pt
http://automatos.planetaclix.pt

António Francisco 1
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1. FONTES DE ALIMENTAÇÃO
As fontes de alimentação convencionais, obtidas a partir da rede, obedecem à seguinte
estrutura:

Rede Redução de tensão Rectificação Filtragem Regulação


230Vac Transformador Díodos Condensador Díodo Zener,
ou condensador electrolítico Transístores,
de plástico ou ICs

1.1. FONTES DE ALIMENTAÇÃO SEM TRANSFORMADOR


Desde que as correntes a fornecer pelas alimentações sejam da ordem das poucas
dezenas de mA, as fontes podem ser realizadas sem se utilizarem transformadores.
Contudo, neste tipo de alimentações o potencial da rede está presente nos terminais da
fonte, com perigo de choque eléctrico para o utilizador, daí terem de ser tomadas as
devidas precauções de isolamento e manuseamento das montagens.
Tal como nas fontes que utilizam transformador, a primeira situação a resolver é reduzir os
230V da rede para um valor muito mais baixo; 6, 9, 12V ou outro.
A solução, adoptada neste tipo de fontes, consiste em utilizar a oposição à corrente
alternada, provocada pela reactância capacitiva (Xc) de um condensador, para se
conseguir a queda de tensão (q.d.t.) necessária à redução da tensão.
1
Xc =
2πfC
Deste modo evita-se a utilização de um transformador que é o elemento mais caro da
montagem. Como a potência activa dissipada pelo condensador é nula, não existem perdas.

Circuito 1

230Vac Vo

Circuito 2

230Vac Vo

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• Nos circuitos 1 e 2 é realizada a rectificação de meia onda.


• No circuito 1 com a carga desligada a totalidade da corrente AC passa pelo Zener.
• No circuito 2 com a carga desligada passa pelo Zener metade da corrente total, a
outra metade passa por D2.
• Entre o circuito 1 e 2 a diferença principal está nas características do díodo Zener, ele
está sujeito a um maior esforço no circuito 1.

Exemplo:
Cálculo do valor dos componentes para uma alimentação de 12VDC com uma intensidade
de corrente de saída (Io) de 30mA.

Cálculo de C1
O condensador C1 é o elemento fundamental do circuito, a corrente de saída da fonte
depende, essencialmente, do valor da sua reactância capacitiva.
Como a q.d.t. em R1, R2, e nos díodos, face à q.d.t. em C1, é muito pequena pode-se
desprezar. Realizando o circuito rectificação de meia onda, podemos considerar a corrente
total no condensador (Ic) igual a duas vezes a corrente de saída (2xIo); soma da
alternância positiva com a alternância negativa.
Assim:
Vi
Vi = Xc.Ic Xc =
Ic

Fazendo Ic=2xIo, o valor de Xc será:

230V =3833Ω
Xc =
2x30mA

1 1 1
Sendo: Xc = C= = =0,83µF
2πfC 2πfXc 2x3,14x50x3833

C1 = 1µF, 400V (série E12)

A tensão de trabalho do condensador (VR) terá de ser 400V, visto o condensador estar
sujeito a uma tensão de pico de 2 x230 = 325V.

Outros componentes
R1 - Resistência que se destina a limitar a corrente de pico que atravessa o díodo Zener
no caso de, no momento da ligação, a tensão da rede passar por um valor elevado.
(Um condensador no momento da aplicação de tensão representa um curto-circuito.
Assim, se se ligar a alimentação no preciso momento em que a tensão é máxima,
2 x230), a totalidade dessa tensão, se não se utilizasse a resistência R1, seria
aplicada aos terminais do Zener o que o inutilizava).

R1 = 47Ω a 100Ω , ≥2W

R2 - Resistência que se destina a descarregar o condensador C1 quando se desliga os


230V da rede.
R2 = 220kΩ, 1/2 W

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D1 e D2 - Díodos rectificadores de silício


D1=D2 = 1N 4004
Díodos de tensão directa VR=400V, corrente directa IF=1A e corrente directa repetitiva
de pico IFRM= 50A.
Estes díodos possuem características que ultrapassam em muito as necessárias para o
circuito. No entanto, são estes os díodos normalmente utilizados devido ao seu baixo
custo.

Dz - Díodo Zener que se destina a regular a tensão de saída.


• No circuito 1, caso se desligue a carga, a totalidade da corrente (alternância positiva e
alternância negativa) atravessa o díodo. Nesta situação, a potência máxima a que o
Zener está sujeito vale:
Ptot=VzxIc=12x60mA=0,72W

Como o díodo, para garantir a sua fiabilidade, deve possuir pelo menos o dobro da
potência calculada, o Zener a utilizar deve ter as seguintes características:
Dz = 12V / 1,5W

• No circuito 2 com a carga desligada, passa pelo Zener metade da corrente total, a que
corresponde a uma alternância. A corrente da outra alternância passa pelo díodo D2.
Daí, a potência máxima a que ele está sujeito valer:

Ic
Ptot = Vzx = 12x30mA = 0,36W
2

Pelas razões apontadas para o circuito 1, o díodo Zener, neste caso, terá as seguintes
características:
Dz = 12V, 1W

C2 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem. O seu valor deve estar
compreendido entre 100 e 470µF e possuir uma tensão de trabalho (VR) superior ao
valor de Vz.

Nota:
Para se obter uma fonte de alimentação que forneça a mesma corrente, mas com tensão
de saída diferente, terá de se substituir, nos circuitos, o díodo Zener por outro com a
tensão Vz pretendida.

Atenção!

A tensão fornecida por estas fontes está ao potencial da rede, pelo que se devem
tomar as devidas precauções de isolamento e manuseamento nos circuitos com ela
alimentados.

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1.2. FONTE DE ALIMENTAÇÃO COM TRANSÍSTOR REGULADOR SÉRIE

230Vac VS +

VR1
VBE

Vi VO

VZ


Funcionamento:

Pela analise da malha de saída do circuito verificamos que a tensão de saída (Vo) é igual
a:
Vo = Vz - VBE

Como a tensão Vz e VBE são valores praticamente constantes, a tensão de saída Vo varia
muito pouco. Deste modo, quer varie a corrente fornecida pela fonte ou a tensão de
entrada Vi, a tensão de saída (dentro de determinados limites) mantém-se praticamente
constante.

EXEMPLO:
Determinar os valores dos componentes para uma fonte de 12V, 400mA

Em primeiro lugar há que escolher a tensão Vz do díodo Zener para a tensão de saída
pretendida.
Como se pretende Vo=12V, o díodo Zener que possibilita o valor mais próximo é o que
possui Vz=13V, uma vez que a tensão VBE ≅0,7V.
Vo = Vz - VBE = 13 - 0,7 = 12,3V

A fonte, em vez de possuir uma tensão de saída de 12V, terá de possui uma tensão de
12,3V.
Neste tipo de fonte para que seja possível uma boa regulação do par transístor de
saída-díodo Zener é necessário que a tensão de entrada Vi seja superior, em pelo menos
3V, em relação à tensão de saída Vo.
Contudo, não é conveniente aumentar muito a tensão de entrada, através do aumento do
valor da tensão do secundário do transformador, porque isso aumenta e muito a
dissipação de potência no transístor.

Cálculo de C1
A tensão Vi possui ripple, que é tanto mais acentuado quanto maior for a corrente
fornecida pela fonte e menor o valor da capacidade C1. Portanto, este condensador tem
que assegurar, através do valor da sua capacidade, que a tensão Vi seja sempre superior
em, pelo menos 3V, à tensão Vo.
O valor da capacidade de C1 depende da finalidade da fonte. Se a carga a alimentar é
influenciada pelo ripple, este valor terá de ser pequeno, tipicamente 10% do valor da
tensão de saída.
Se o ripple não afecta grandemente a carga, este valor pode atingir os 40%.

António Francisco 5
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O valor da tensão de ondulação (ripple) pico a pico numa rectificação de ½ onda pode ser
calculada a partir da seguinte expressão:
I
VRpp =
fC

e numa rectificação de onda completa a partir de:


I
VRpp =
2fC

Se considerarmos para esta fonte um valor de ripple de 15% da tensão de saída temos:
VRpp = 12x15%=1,8V

Como:
I 0,4
C1 = = =1111µF 1000µF (série E12)
2VRppf 2x18
, x100

Cálculo de Tr1
Sendo a rectificação realizada por uma montagem em ponte, a corrente em cada
alternância passa por dois díodos rectificadores, daí existir uma q.d.t. de 2x0,7V. A esta
q.d.t. há ainda que somar a q.d.t. devida ao ripple.

O valor máxima da tensão (pico) no secundário do transformador (Vsmáx) será de:

Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF

Para garantir uma boa regulação do par díodo Zener-transístor é necessário que a tensão
Vi seja superior em pelo menos 3V à tensão Vo. Assim:
Vi ≥ 3+Vo ≥ 3+12,3 ≥ 15,3
Deste modo, opta-se pelo valor da tensão de entrada mínima de:
Vimin=16V

Como: Vsmáx = Vimin + VRpp + 2VF


Vsmáx = 16 + 1,8 + 2x0,7
Vsmáx = 19,2V

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Com Vsmáx = 19,2V, a tensão eficaz no secundário do transformador vale:


VS max
VsRMS = =13,5V, como Io=400mA (dado do problema)
2

a potência do transformador será de:

P = VxI = 13,5x0,4=5,4VA

Tendo em conta as perdas e as potências fabricadas, opta-se por um transformador com


as seguintes características:
Tensão 230/13,5V; Potência 6VA

Cálculo de D1...D4

Estes díodos têm de possuir tensão inversa (VR) e corrente directa (IF) superiores aos
seguintes valores:
VR >Vsmáx VR >19,2V
IF >Io IF >400mA

Além disso, os díodos têm de ser capazes de suportar o pico de corrente que acontece no
momento da ligação (o condensador electrolítico de filtragem comporta-se como um
curto-circuito nesse momento se estiver descarregado).

Neste caso, analisando o catálogo do fabricante, podem ser escolhidos quaisquer díodos
da série:
1N 400X

Cálculo de R1

R1 terá de possuir um valor que garanta a passagem da corrente de Zener mínima


(Izmin=5mA) e um valor de corrente de base IB que, tendo em conta o ganho do transístor,
possibilite um Ic de 400mA.

Assim, se o transístor escolhido tiver um ganho mínimo de 40, o valor de IBmáx será de:

Ic 400
IBmáx= = =10mA
hFE min 40

A corrente total através de R1 terá o valor de:

IR1= IBmáx + Izmin


=10+5
=15mA
Vi - Vz
Sendo: Vi = R1 IR1 + Vz R1 =
IR1

Mesmo na condição mais desfavorável temos que garantir IR1=15mA. Esta situação
acontece para o valor mínimo de Vi ou seja 16V. Assim:
16 - 13
R1 = = 200Ω 180Ω (série E12)
15mA

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Potência dissipada em R1
2 2
P=RxI = 180x0,015 =0,04W
R1=180Ω , 1/4W

Escolha de T1 no catálogo

T1 é um transístor tipo NPN que, para ser escolhido no catálogo, são necessárias as
seguintes características:
VCEmáx
Icmax
Ptot
hFE

Cálculo de VCEmáx

VCEmáx acontece quando a carga está ligada e T1 está ao corte (IB=0). O seu valor é igual a
Vimax.

Vimax = Vimin+ VRpp=16+1,8V=17,8V

VCEmáx=17,8V

Cálculo de ICmáx

Valor fornecido no problema, ou seja:

ICmáx=400mA

Cálculo de Ptot

A potência total dissipada pelo transístor vale:

Ptot= VCEx IC

Esta potência pode-se determinar para o transístor a conduzir à máxima corrente de Ic


(400mA). Nesta condição VCE vale:
VCE = Vi-Vo = 16-12,3 = 3,7V

Ptot = 3,7x0,4=1,48W
Ptot=1,48W

Cálculo de hFE

O valor de hFE foi escolhido quando do cálculo de IB.

Assim, para o transístor foram encontrados os seguintes valores:

VCEmáx=17,8V
Icmax=400mA
Ptot=1,48W
hFEmim=40

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Pela análise do catálogo, e tendo em conta as características e o preço, uma das opções
possíveis é o transístor NPN com o código BD 135, cujos valores são os seguintes:
VCEmáx=45V
Icmax=1A
Ptot=8W
hFEmim=40

Nota: Mesmo possuindo este transístor uma potência muito superior à necessária é
aconselhável, devido ao seu aquecimento, montá-lo num dissipador de calor.

Cálculo da Ptot do díodo Zener


Ptot=Vz x Iz
O díodo Zener possui uma tensão Vz de 13V, sendo o valor de Iz determinado para a
condição mais desfavorável para o díodo. Esta condição acontece quando a carga está
desligada. Neste caso, toda a corrente IR1 passa pelo díodo Zener. Assim, IZ tem o valor
máximo de:
Vi max- Vz 17,8 − 13
IZ max = = = 26,6mA
R1 180

Ptot=13x26,6mA=0,345W

O Zener escolhido terá as seguintes características:


Vz=13V, Ptot=1W

Cálculo da tensão de trabalho de C1

A tensão de trabalho de C1 deve ser superior à tensão de pico a que o condensador está
sujeito, ou seja superior a Vimax.

Vimax =17,8V VR(C1) = 25V

Cálculo de C2

O condensador electrolítico C2 destina-se a estabilizar a tensão Zener de modo que, a


tensão de saída varie o menos possível. O seu valor típico está compreendido entre 100µF
e 470µF, e, no caso desta montagem, a tensão de trabalho deve ser superior a Vz.

Cálculo do valor do fusível

O fusível destina-se a proteger a montagem, sendo o seu valor determinado a partir da


potência de saída da fonte. Esta vale:
P=VoxIo=12,3x0,4=4,9W

Sendo a tensão de entrada de 230V e desprezando as perdas no transformador, a


potência no secundário, neste caso, será igual à do primário. Nestas condições:
4,9
Pprim.=Psec. 230xIfuse=4,9 Ifuse =
230

Ifuse=21mA 20mA

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1.3. FONTES COM INTEGRADOS REGULADORES DA SÉRIE 78XX

Os reguladores de tensão integrados da série 78XX possuem três terminais, são muito
robustos, de muito fácil montagem e simplificam consideravelmente a realização de fontes
de alimentação convencionais. Um único componente (IC) substitui toda uma montagem
mais ou menos complexa.

E S + 78XX

Vi Vo

-
Fabricam-se reguladores para vários valores de tensão; “XX” indica o valor de tensão que
o integrado fornece.
Para que estes integrados funcionem correctamente é necessário que à sua entrada a
tensão seja pelo menos superior em 3V ao valor “XX”, não podendo essa tensão de
entrada, na maioria dos casos, ultrapassar os 35V.

Devido à simplicidade e baixo custo, é esta a solução normalmente utilizada quando se


pretendem realizar fontes de alimentação fixas que forneçam intensidades de corrente até
1A.
Como estes integrados possuem protecção contra curto-circuitos, sobrecargas e limitação
interna da temperatura, caso se deseje uma alimentação que forneça correntes próximas
da máxima (1A), o regulador terá de ser montado num dissipador de calor adequado, caso
contrário, as protecções actuam e ele reduz automaticamente a tensão de saída. Esta
tensão mantém-se baixa enquanto a temperatura no IC estiver acima do seu valor máximo
de funcionamento.

A potência dissipada (PD) pelos integrados reguladores calcula-se multiplicando a


diferença entre a tensão de entrada e a tensão de saída do integrado pela corrente
máxima que a fonte vai fornecer, PD=(Vi-Vo)xIo.

Função dos componentes


D1...D4 - Díodos rectificadores que terão de possuir características que lhes permitam
suportar a máxima tensão inversa do secundário do transformador, a máxima
corrente fornecida pela fonte e a corrente de pico no momento da ligação.
C1 - Condensador electrolítico que se destina a realizar a filtragem.
Como regra prática podemos considerar por cada Ampère de corrente de saída,
para fontes não criticas, o valor da capacidade de filtragem de 2200µF.
C2 - Condensador de plástico ou cerâmica, com valor típico 100nF, que se destina a
realizar a filtragem das altas frequências.
C3 - Condensador com valor compreendido entre 0,1µF e alguns µF. Destina a realizar o
desacoplamento de alta frequência.
Este condensador é normalmente necessário nas alimentações de circuitos digitais
devido às variações bruscas dos estados lógicos. Ele serve como reservatório de
energia quando da mudança de estados (variações brusca da carga), ou seja,
fornece energia durante o tempo que o IC regulador de tensão se adapta à nova
situação.

António Francisco 10
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1.4. FONTE de ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL

E S +
LM 317T
Aj

Vo

A fonte deste circuito possui óptimas performances uma vez que é realizada com base
num IC específico para este tipo de aplicação, o regulador de tensão LM 317T.
Este integrado, quando colocado num dissipador de calor adequado, fornece correntes de
saída até 2A e tensões a partir de 1,25V.

O valor da tensão de saída (Vo) é obtido através do divisor de tensão formado pelas
resistências R1 e R2, e calculado a partir da seguinte expressão:

R2
Vo =1,25 x (1+ )
R1

Se a resistência R2 for substituída por um potenciómetro, a tensão de saída varia desde


1,25V até ao máximo valor fornecido pela fonte.

As informações fornecidas para as fontes realizadas com os ICs 78XX também são
válidas para as fontes realizadas com o IC LM 317T.

Lista de material

R1= 220Ω, 1/4W


R2= Potenciómetro linear de 2,2kΩ
C1≥ 2200µF, electrolítico
C2= 100nF, plástico ou cerâmica
C3= C4= 10µF, electrolíticos
D1...D4 - Díodos 1N 5401 ou equivalentes
IC1= Regulador de tensão LM 317T

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2. OSCILADORES

Os osciladores, também designados por multivibradores astáveis, são circuitos cuja saída
não tem um estado estável, muda ciclicamente (0-1-0-1-0-1.......).
Os osciladores são muito utilizados em electrónica e podem ser obtidos a partir de
circuitos com: transístores, portas lógicas, amplificadores operacionais ou ICs específicos.
O valor da frequência de oscilação é determinado normalmente a partir do valor de uma
resistência e de um condensador.

2 1. OSCILADORES A TRANSÍSTORES

2.1.1. Pisca pisca

Funcionamento

Neste circuito os transístores funcionam em comutação; quando T1 está ao corte T2 está


saturado e vice-versa, fazendo com que os leds acendam alternadamente.
Quando T1 satura acende L1 e descarrega C1, o que provoca que T2 seja colocado ao
corte e se apague L2. De seguida, C1 começa a carregar através de RB2 e quando a
tensão no terminal ”-” de C1 atinge o valor de aproximadamente 0,7V, o transístor T2 entra
em condução, vai para a zona de saturação e L2 acende-se.
Saturado T2, C2 é por ele descarregado e T1 colocado ao corte apagando-se L1. Depois,
C2 começa a carregar-se através de RB1 e quando a tensão no seu terminal ”-” atinge o
valor de aproximadamente 0,7V, T1 entra outra vez em condução, repetindo-se o
processo.

As resistências RB1 e RB2 devem possuir um valor que permita saturar os respectivos
transístores.
Se RB1=RB2=R e C1=C2=C o oscilador será simétrico, gera uma onda quadrada cujo
período vale:
T=1,4RC

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EXEMPLO: Realização de um oscilador com um período T=1s.

Cálculo de RC1 e RC2


Vcc=VF+RC1IC1+VCEsat Vcc=12V (tensão da alimentação)
VF=2V (q.d.t. nos leds)
IC1=IC2=IF=10mA (corrente nos leds)
VCEsat=0V
Vcc − VF − VCEsat 12 − 2 − 0
RC1=RC2 = = = 1kΩ
IF 10mA
RC1=RC2=1kΩ, 1/4W
Se os transístores escolhidos forem os BC 337-25, as suas características são:
VCEmáx=45V
ICmáx=500mA
Ptot=0,8W
hFEmin=160
Como os transístores vão trabalhar ao corte e saturação, o valor de IB será zero ou:
Ic IF 10
IB= IB1 =IB2 = = = 0,06mA (valor máximo de IB)
hFE hFE min 160

Cálculo de RB1 e RB2


Vcc=RB1IB1+VBE
Vcc − VBE 12 − 0,7
RB1=RB2 = = = 188kΩ 180kΩ (série E12)
IB1 0,06mA
RB1=RB2=180kΩ

Cálculo de C1 e C2
T=1,4RB1C1
T 1
C1=C2 = = =3,9µF 4,7µF (série E12)
14
, RB1 1,4 x180k
C1=C2=4,7µF / 16V

Com os valores indicados; RB1=RB2=180kΩ e C1=C2=4,7µF, o oscilador tem o período de:


T=1,4RC=1,4x180kx4,7µ=1,18s

2.1.2. Besouro

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2.2. OSCILADORES COM ICs

2.2.1. Oscilador com o IC 741

741
3 7
6

2 4

O período da oscilação depende do valor de R1 e C1. Com R2=R3=R4 o valor do período


é dado por:
T=1,4R1C1

As resistências R3 e R4 são necessárias para criar uma massa fictícia na entrada “+” do
IC, uma vez que o amplificador não é alimentado com tensão simétrica. Estas resistências
têm de ser iguais.
Com os valores indicados no esquema, o oscilador tem um período de 1seg.

2.2.2. Oscilador com o IC 555

A oscilação à saída (terminal 3) tem o valor alto durante o tempo


t1=0,693(R1+R2)C1

e o valor baixo durante o tempo:


t0=0,693R2C1

António Francisco 14
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Sendo o período da oscilação dado por:

T=t0+t1 = 0,693(R1+2R2)C1

Ao quociente entre o tempo no estado alto e o período dá-se o nome de factor de ciclo “D”
(duty cycle).
t1
D=
T

Se R2>>R1 a forma de onda será quadrada e neste caso o período vale:

T=1,4R1C1
E o factor de ciclo vale:
D=1/2=0,5 50%

Se se pretender variar a oscilação utiliza-se, em vez de R1, uma resistência ajustável ou


um potenciómetro. Outra forma é alterar o valor de C1.

2.2.3. Oscilador com portas lógicas (MOS)

2.2.3.1. Sem comando


Uma vez ligada a alimentação do IC, a saída gera uma onda quadrada.

a) Com inversores

b) Com inversor Súbdita trigger

2.2.3.2. Com comando


Neste caso, existe um terminal (in) que conforme o estado ”0” ou ”1” bloqueia ou não a
oscilação do oscilador.

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a) Com Nors

in

out

Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o
oscilador começa a oscilar.

b) Com Nands

in

out

Se a entrada estiver a ”0” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”1” o
oscilador começa a oscilar.

c) Com Nand Schmitt trigger

in

out

Se a entrada estiver a ”1” o oscilador está bloqueado, quando a entrada vai a ”0” o
oscilador começa a oscilar.

Notas:
• A resistência R’ pode ser ou não utilizada nas várias montagens. Ela destina-se a tornar
a frequência de oscilação independente da tensão de alimentação do IC, caso se utilize,
o seu valor deve ser: R’ >> R
• Nas montagens anteriores o período da oscilação sem a resistência R’ e no caso de se
utilizarem portas MOS vale: T ≅ 1,6RC
• Com a resistência R’≅10R o período vale: T ≅ 2,2RC
• Em todas as montagem o condensador ”C” é despolarizado. Se se necessitar de um
condensador de alguns “µF” esse valor pode ser obtido a partir de dois condensadores
electrolíticos iguais ligados em anti-série:

António Francisco 16
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3. TEMPORIZADORES

Os temporizadores, também designados por multivibradores monoestáveis, são circuitos


cuja saída muda de estado apenas durante um tempo pré-estabelecido.
Estes circuitos têm de possuir uma entrada para possibilitar o seu disparo (mudança de
estado da saída).
Tal como nos osciladores, o tempo que a saída muda de estado, isto é, a temporização do
temporizador, depende da capacidade de um condensador e do valor de uma resistência.

3.1. Temporizador com o IC 555

in

T≅1,1RC

out

Aplicando na entrada (in) um impulso “1→0”, a saída (out) vai a “1” durante um tempo que
vale:
T=1,1RC

3.2. Temporizadores com portas lógicas (MOS)

a) Com Nors

in

T≅0,7RC

1
out

Aplicado à entrada um impulso “0→1”, a saída vai a “1” durante o tempo:

T ≅ 0,7RC

António Francisco 17
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b) Com Nands

in

T≅0,7RC

0
out

Aplicado à entrada um impulso “1→0”, a saída vai a “0” durante o tempo:

T ≅ 0,7RC

3.3. Temporizador com flip-flop tipo D

SD
in

CP
CD
T≅0,7RC

out

R1=1MΩ

• A saída pode ser retirada do terminal Q ou Q’, os sinais são complementares.

• Caso não se coloque o díodo D1 o temporizador pode ser redisparado durante a


temporização.

• A temporização deste temporizador é determinada pela seguinte expressão:

T ≅ 0,7RC

Atenção!
Em todos as montagens atrás referidas e sempre que se trate de ICs de tecnologia MOS
(série 4000 e 74HC) não se podem deixar as entradas não utilizadas no “ar”. Isso provoca
a instabilização do circuito. As entradas não ligadas podem assumir o valor “0” ou “1”.
Assim, as entradas não utilizadas têm de ser ligadas directamente ou através de
resistências ao “+” ou “-” da alimentação, ou a saídas de outras portas lógicas.

António Francisco 18

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