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Capítulo 11 - Método ABC

Contabilidade de Gestão I (Instituto Universitário de Lisboa)

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Baixado por Helio Rafael Manhalomba (heliomanhalomba@gmail.com)
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Contabilidade de Gestão I Capítulo 11

Capítulo 11 – Método ABC: Activity-Based Costing


É desenvolvido na década de 80 nos EUA por Cooper e Kaplan, em associação com a Harvard
Business School, e pelo Computer Aided Manufacturing International (CAM-I).

O seu objetivo era melhorar o processo de imputação dos custos indiretos aos produtos e
serviços. Sendo desenvolvido para fazer face às limitações dos sistemas tradicionais de
apuramento de custos que se tornaram evidentes na 2ª metade do século XX. Nesta altura
surgiu um novo ambiente de negócios com tecnologias e métodos sofisticados de produção,
com mais concorrência e com um acréscimo do nível de exigência dos clientes.

Neste ambiente as organizações passaram a produzir produtos mais complexos e a


desenvolver atividades que, no passado, eram pouco relevantes, mas que agora se tornaram
cruciais para a sua sobrevivência e sucesso (controlo que qualidade, marketing, I&D, …).

Deste modo, os custos diretos deixaram de ter um peso tão significativo na estrutura de custos
das organizações como tinham antes, em detrimento do aumento do peso dos custos indiretos
(que não variam com variações de volume de outputs).

Os sistemas tradicionais de imputação de custos baseiam-se no pressuposto de que os custos


indiretos são causados pela produção e pelas vendas. Este pressuposto tem vindo a conduzir a
que os custos de muitos produtos e serviços sejam erradamente calculados e conduzam os
gestores a tomarem decisões potencialmente prejudiciais às organizações.

Assim, nas décadas de 80 e 90 este método foi difundido exaustivamente como um


instrumento de excelência para calcular corretamente os custos dos produtos (1ª fase de
desenvolvimento).

Críticas que lhe foram colocadas fizeram com que a abordagem deixasse de estar tão
focalizada no cálculo do custo dos produtos, para passar a ser difundida como um instrumento
de auxílio aos gestores na tomada de decisões e na compreensão das causas dos custos das
organizações (2ª fase de desenvolvimento).

ABC – método que mede o custo das atividades e objetos de custeio através da alocação de
custos indiretos a atividades e da atribuição os custos das atividades a objetos de custeio.

Implementação de um sistema ABC


1. Identificar as várias atividades que ocorrem numa organização
2. Identificar os recursos necessários à realização das atividades
3. Identificar os indutores de custo dos recursos (resource cost drivers) e alocar os
recursos às atividades
4. Selecionar os indutores de custo das atividades (activity cost drivers) e alocar as
atividades aos objetos de custeio

Atividade – conjunto de operações elementares necessárias à concretização de uma tarefa


para a realização dos objetivos das diversas funções existentes nas organizações.

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Contabilidade de Gestão I Capítulo 11

Cost drivers – bases de imputação que visam medir o volume de trabalho e esforço subjacente
à realização das atividades, permitindo avaliar o seu nível de uso pelos objetos de custeio. A
escolha da sua natureza está dependente do custo de se medirem as quantidades que lhe
estão associadas, do seu nível de correlação com o consumo da atividade pelo objeto de
custeio e do comportamento que induz. A escolha do número de cost drivers depende do nível
de rigor que se pretende atingir, do uso de cost drivers imperfeitamente correlacionados, do
grau de diversidade dos produtos fabricados e dos seus volumes de produção.

Tipos de atividades
Atividades associadas ao volume de outputs (unit-level activities) – recursos são consumidos
e usados sempre que uma unidade de output adicional é produzida/vendida.

Atividades associadas ao número de lotes (batch-level activities) – recursos são


independentes do número de unidades fabricadas no lote de produção, dependendo do
número de lotes fabricados.

Atividades associadas às linhas de produtos (product-sustaining activities) – são intrínsecas a


determinados produtos e serviços específicos, dependendo das linhas de produtos e não do
volume de produção/venda.

Atividades sustentadoras do negócio (facility-sustaining activities) – são intrínsecas à


realização do negócio, sendo os seus custos alocados aos objetos de custeio de forma
totalmente arbitrária.

O principal aperfeiçoamento que a metodologia ABC veio introduzir prende-se com a mais
correta imputação dos custos das atividades batch-level e produt-sustaining através e outros
cost drivers que não os baseados no volume de output.

Diferenças entre o método ABC e o das Secções Homogéneas


Os custos indiretos considerados no sistema ABC podem ser de natureza industrial ou não
industrial, enquanto o método tradicional apenas reparte pelos centros de custo os custos
industriais.

As bases de imputação utilizadas no ABC são mais complexas do que as tradicionais,


permitindo estabelecer mais fácil e rigorosamente relações de causa efeito entre o consumo
dos recursos e os objetos de custeio.

As secções (centros de custos), cuja existência é uma das características centrais do método
das secções, são substituídas por atividades no método ABC. Isto permite que sejam
constituídos pools de custos mais homogéneos e consequentemente uma maior correção na
sua atribuição aos objetos de custeio.

Vantagens do método ABC


 Maior rigor nos custos dos objetos de custeio
 Melhor compreensão do uso dos recursos
 Identificação das atividades que criam valor
 Aumento da comunicação interna

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Contabilidade de Gestão I Capítulo 11

Dificuldades no método ABC


 Atividades nem sempre são identificáveis com facilidade
 Cost drivers adequados são difíceis de definir
 Muito oneroso na implementação e no funcionamento
 Não substituem a necessidade de continuar a apurar os custos pela estrutura

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