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Aula dia 23/11/15

Sumário:

A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

1. A segurança pública nos primórdios da vida


humana
 Como era a segurança nos primórdios da vida
humana
 Função do servidor público diante da sociedade
 Segurança Pública – dimensões
 Segurança Interna
 Segurança Pública
 As comunidade arcaicas

Bibliografia: Introdução ao estudo da segurança pública - UnisulVirtual

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

 A palavra segurança vem do latim “securitas” – sem medo - e se refere às


medidas destinadas à garantia da integridade de pessoas, dos bens e
instituições

 Desde os primórdios da civilização, o homem carece da segurança para


sua sobrevivência, o que faz desta, ao longo de toda a História, uma
condição essencial à vida.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Vida em sociedade – necessidades:

 Código de convivência

 Cumprimento garantido por um grupo de pessoas

• Caso contrário:

 Predominância da lei do mais forte

 Prejuízo da paz e da tranquilidade

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

Platão “A República”

“... o que causa o nascimento de uma cidade... é a


impossibilidade que cada indivíduo tem de se bastar a si mesmo
e a necessidade que sente de uma porção de coisas“

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

Nos primórdios da civilização humana, as pessoas organizaram de tal forma, que um


grupo escolhido entre toda a população, passasse a fazer pelo povo tudo aquilo que
ele não poderia fazer por si só e que fosse de interesse público.

Surgia assim a figura do SERVIDOR PÚBLICO

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

O SERVIDOR PÚBLICO:

 Faz pelas pessoas tudo aquilo que elas, não podem fazer por si só pelo povo:

 Saúde

 Educação

 Preservação do ambiente

 Gestão dos recursos públicos

 Segurança dos que vivem no território

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

O que caracteriza a Segurança?

 A segurança, enquanto necessidade básica da vida humana em sociedade,


possui duas dimensões:

 Segurança Interna

 Segurança Pública

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Segurança Interna:

Grupo de servidores públicos treinados e com os equipamentos


necessários para responder com o uso da força bélica a todas as
violações, ou possibilidade de violações, das fronteiras do país, com o
desejo de garantir o exercício livre e soberano do Governo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Segurança pública:

Exercida por uma gama de servidores públicos, para a garantia do


exercício pleno da cidadania situação na qual o povo de um Estado vê
seus direitos civis e políticos garantidos pela acção do Governo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Segurança pública:

Os servidores que trabalham comprometidos com o dever de promover


a segurança pública, diferentemente dos que trabalham para garantir
a segurança interna, não possuem inimigos.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Segurança pública:

O objeto laboral é a garantia do cumprimento do cumprimento do


código de convivência, intervindo sobre os conflitos de interesses
pessoais para garantir o interesse colectivo.

Não há quem seja inimigo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA
Como era a segurança nos primórdios das vida humana?

 Segurança pública:

Infractor da lei (código de convivência social)

Quem num determinado momento, transgrediu uma norma vigente e,


no momento e em nome do bem-estar coletivo, será, na forma da lei,
objeto de intervenção do Estado para que seja restaurada a ordem
pública.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

 Executivo
 Judiciário
 Legislativo

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A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

As comunidades humanas primitivas assentavam essencialmente na


interdependência directa dos indivíduos, relacionamento, cujo equilíbrio
significava a sobrevivência e continuidade da colectividade e dos seus membros.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

Pensa-se que nas sociedades primitivas a distribuição de papéis sociais teria uma
relação íntima com as características físicas dos indivíduos e, bem assim, com a
sua aptidão natural para o desempenho de determinadas tarefas.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 A padronização dos papéis naturais (decorrentes da necessidade: o ter de ser)


transformá-los-ia em papéis sociais, impregnados de simbologia e carga moral
(o dever ser).

 A repetição da acção gera o costume e o costume obtém o valor de norma.

 A regulação das relações entre membros da mesma tribo deixou de ser


baseada exclusivamente nas necessidades de sobrevivência do colectivo,
acrescentando-se-lhe o plano simbólico.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 O surgimento dos hábitos e costumes, como primeiras formas de regulação,


permitiu que a acção individual fosse fiscalizada e julgada pelo colectivo
tribal.

 As sociedades primitivas são unidades auto-reguladas e auto-policiadas em


que a regra sócio-moral pretendia proteger, a sustentação material do
colectivo e o equilíbrio do seu modo de vida.

 Com a diferenciação de papéis havia surgido também a diferenciação de


classes, de importâncias e de poderes.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 A pressão (moral) do colectivo é a primeira forma de verdadeiro controlo


social, reforçada pela espiritualidade e religião.

 O costume teve uma origem factual;

 A imposição da regra sócio-moral pretende obter o melhor dos resultados


expectáveis.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 A experiência dos antepassados demonstra qual o comportamento mais


adequado à obtenção do melhor resultado para a colectividade, esse
comportamento torna-se norma moral.

 As acções do indivíduo fundamentam-se na sua condição social, no costume


que lhe é inerente, no temor reverencial perante a comunidade e perante as
divindades.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 Os conflitos entre pares eram resolvidos entre pares;

 Por vezes com o auxílio de um intermediário de reconhecida autoridade,


aplicando-se frequentemente o princípio da restauração.

 Os casos de violações das normas resultavam habitualmente em castigos


físicos, mas não raras vezes em penas restaurativas, deliberadas inter pares
em conselhos tribais.

 A ausência de anonimato entre membros da tribo dificultava a prática do


“delito” e motivava a rápida retribuição pelo dano causado, quando
aquele acontecesse.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 Cada membro da tribo assumiria a responsabilidade de se proteger a si e


defender os membros do seu agregado, bem como de vigiar o comportamento
dos restantes e protegê-los das ameaças causadas por outros.

 Com o tempo e a emergente importância das classes sacerdotais, os papéis de


guardião da moral / religião e julgador, foram sendo confundidos, sendo
frequentemente atribuído a estes o papel de ditar as leis, proteger as normas
e julgar os infractores.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 Com a sedentarização e a aquisição de novas competências de domesticação


de plantas e de animais, a noção de propriedade foi-se sofisticando
lentamente. Se antes a posse se confundia com a propriedade, a redefinição
da propriedade cria a noção de riqueza.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 Para a além da endo-vigilância comunitária e da auto-responsabilidade, os


membros dominantes da sociedade farão surgir grupos de indivíduos
destinados especificamente à vigilância e protecção da sua integridade
pessoal e do seu património, dentro e fora das suas casas.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 As casas mais ricas, com criados ou escravos, fazem uso deles para protecção
do domínio privado, dando-lhes por delegação a competência que de outra
forma seria do seu dono; este modelo de segurança do espaço doméstico
mantém-se em vigor até aos dias de hoje.

 “As pessoas que possuem bens preciosos em abundância fazem-nos vigiar e


defender pela criadagem, actividade que constitui uma das principais funções
de que esta está incumbida.”

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 O surgimento de aglomerados de grande dimensão na antiga Mesopotâmia, é


considerado como o nascimento das civilizações. Aí escravos Núbios eram
utilizados na vigilância de mercados, como guarda-costas e mercenários.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 Com o surgimento das cidades-estado, emergiram estruturas de regulação


formal.

 Já não seria apenas a tradição, a religião e a palavra a transportar a Lei,


surgiram códigos regulando normas de comportamento social, prevendo
expressamente penas para os desvios detectados.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

 O soberano, exercia a autoridade secular e divina de regular o


comportamento dos seus súbditos.

 Considera-se frequentemente que o Código de Hamurabi foi o primeiro código


penal da História.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 As comunidades humanas primitivas assentavam essencialmente na


interdependência directa dos indivíduos, relacionamento, cujo equilíbrio
significava a sobrevivência e continuidade da colectividade e dos seus membros.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Com o tempo e a complexificação das estruturas de organização social, a


padronização dos papéis naturais (decorrentes da necessidade: o ter de
ser) transformá-los-ia em papéis sociais, impregnados de simbologia e
carga moral (o dever ser). A repetição da acção gera o costume e o
costume obtém o valor de norma.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 A regulação das relações entre membros da mesma tribo deixou de ser


baseada exclusivamente nas necessidades de sobrevivência do colectivo,
acrescentando-se-lhe o plano simbólico.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 O surgimento dos hábitos e costumes, como primeiras formas de regulação,


permitiu que a acção individual fosse fiscalizada e julgada pelo colectivo
tribal, tornando as sociedades primitivas em unidades auto-reguladas e
auto-policiadas em que a regra sócio-moral pretendia proteger, não só a
sustentação material do colectivo, mas também a homeostasia do seu
modo de vida.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 A pressão (moral) do colectivo é a primeira forma de verdadeiro controlo


social, reforçada pela espiritualidade e religião.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Os conflitos entre pares eram resolvidos entre pares, por vezes com o
auxílio de um intermediário de reconhecida autoridade, aplicando-se
frequentemente o princípio da restauração.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 A ausência de anonimato entre membros da tribo dificultava a prática do


“delito” e motivava a rápida retribuição pelo dano causado, quando aquele
acontecesse.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Com o tempo e a emergente importância das classes sacerdotais, os papéis de


guardião da moral da religião e de julgador, foram sendo confundidos, sendo
frequentemente atribuído a estes, o papel de ditar as leis, proteger as normas e
julgar os infractores.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 O controlo social tinha duas vertentes: uma endógena, vigiando os pares,


os membros de uma mesma comunidade e uma exógena dirigida aos
estranhos à comunidade.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Para a além da endo-vigilância comunitária e da auto-responsabilidade, os


membros dominantes da sociedade farão surgir grupos de indivíduos destinados
especificamente à vigilância e protecção da sua integridade pessoal e do seu
património, dentro e fora das suas casas.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Com o surgimento da civilização e das primeiras Cidades-estado, emergiram estruturas de


regulação formal. Já não seria apenas a tradição, a religião e a palavra a transportar a
Lei. Surgiram códigos regulando normas de comportamento social, prevendo
expressamente penas para os desvios detectados.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 Nas primeiras civilizações, a regulação e fiscalização das condutas humanas


está condicionada aos poderes religiosos das classes sacerdotais e seculares das
classes nobres ou dos soberanos, sendo frequente que ambas se confundissem
numa só.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


A SEGURANÇA PÚBLICA AO LONGO DA HISTÓRIA

As comunidades arcaicas

A reter

 A acção policial destinava-se a garantir a paz nas ruas mas, sobretudo, a


manutenção do poder do soberano e o respeito pelos cultos e tradições
religiosas da sociedade.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública

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