Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Documentos
Campo Grande, MS
2002
Exempl ares des t a publ icação podem ser adq uiridos na:
,. edição
l' impressão (2002) : 500 exemplares
Arnildo Pott
Engenheiro-Agrônomo, Ph.D ., CREA Nll 19.587 8"
Região, Embrapa Gado de Corte, Rodovia BR 262, Km
4, Caixa Postal 154, 79002-970 Campo Grande, MS.
Correio eletrônico : apott@cnpgc.embrapa.br
Sumário
Resumo
Abstract
Water being a limit ed resource, there is an increasing concern for water and
environmental quality. Polution is a serious problem which threats springs and
rivers, there being research needed on treatment and conservation. One form of
wastewater treatment is the utilization of biological filters, through constructed
wetlands and ponds with aquatic plants. Ponds of aquatic macrophytes and
swamps play a role of filters for contaminants, helping to return clean water to
the watershed. Some plants are suggested for their ability of nutrient and toxin
uptake, plus giving support to the food chain of aquatic ecosystems. Lemnaceae
ar duckweeds are utilized in case of wastewater (sewage), for their ability of
rapidly growing and of removing toxic substances from the water. Other efficient
plants are water hyacynth (Eichhornia crassipes), water lettuce (Pistia stratiotesJ,
water fem (Salvinia auriculataJ and cattail (Typha domingensisJ. Biomass
produced by macrophytes can have various uses, such as animal feed (fish,
pigs, poultry, etc.), organic fertilize r, industrial raw material, biogas, etc.
Duckweeds may be used even as human food, rich in protein.
Introdução
o recurso água está sendo cada vez mais va lorizado e va lorado, pois é um bem
limitado . A criação da Agênc ia Na ciona l de Águ as - ANA - é um ind ica ti vo da
importãncia da água e da preocu pa ção do Bra si l co m essa questão. M es mo
cidades que eram consideradas bem pro vidas de ág ua já têm problemas com
abastecimento , pelo aumento de demanda versus redução de mananciais por
falta de proteção adequada da cobertura do so lo e con tr a po lu ição . Na " De clara -
cão Universal dos Dire itos da Água ", da Org anização das Nações Un idas -
ONU , consta que a água não deve ser poluída nem envenenada , pois faz parte
do patrimônio do planeta (www.a mb ientebr asil.com .br /l. O ano de 2003 é o ano
internac iona l da água doce .
As zonas úmidas estão sujeitas a graves pressões antrópicas , que ameaçam sua
biodiversidade, devido à drenagem, por serem consideradas improdutivas
(Mereles et aI., 1992). Muitas vezes , a espeCulação imobiliária é uma ameaça
muito grande para as áreas úmidas.
com pequ enas urn as para aprisio nar mi crorga nis m os qu e vive m assoc iado s na
lam a) e outr as , inclusiv e dróse ras e orqu ídeas. A biod ive rsidade é alt a, às v ezes ,
com es péc ies nem co nh ec id as pela ci ênc ia . Um a das reco m end ações do Plano de
Conservação da Bac ia do A lt o Parag uai - PCBAP (Br asi l, 199 7 ) para o pl analt o é
a obse rvâ ncia legal de co nse rvaçã o do s brejo s, buritizais, nasc!'! n t es, cac hoei ras
e ca bece iras de córr egos.
A polu içã o aquática é um sério problema que impa cta nascen t es , cu rsos d ' ág ua e
aqüífe ros, se ndo urge nte pes qu isa r m edid as de t rata m ent o e de preven ção , uma
ve z qu e as cabece ir as são áreas de pr ot eção pe rm anente e qu e t êm grand e
impo rt ância como m ananciais e na con se rva ção de bacias hidrog ráficas .
Os detergentes contêm hidró xido de sódio ou potássio , fósforo etc ., que afetam
a qualidade da água diretamente e secundariamente por meio do crescimento de
algas que podem ser prejudiciais para uso humano e para a vida aquática. A
carga orgânica forma um meio de cultura para moscas e mosquitos, além de
microrganismos causadores de odores fétidos . São freqüentes as denúncias de
mau cheiro e de proliferação de insetos pró ximos a lagoas de decantação de
frigoríficos. Entretanto, despejar esse líquido no solo não é solução, apenas
transfere o problema de local, de onde a água da chuva pode carregá -lo para o
sistema fluvial e contaminar o lençol freático.
foi comprovado que , além da rem oção de poluentes , as plan t as aq u át icas podem
descontamina r a água de germes de doenças , redu zi nd o a população de
patógenos (Niering , 1985 ; Skil licorn et aI. , 1993 ; Val entim , 1999), por m eio
dos microrganismos associados (perifiton) , de co mpositore s de su bst ânc ia s
orgâ nicas , e da absorção de produtos da deco mpo sição e d a oxige n ação do
sis t ema (J oyce , 1990). Segundo Sutton & Orne s (1975) e Lor en zi (199 1),
Lemna e Sp irodela são consideradas exce lentes filt ros bio lógicos . um a vez qu e
co nseguem absorver 97 % do ortofosfato de um lag o raso em oito se mana s,
qu ando co lh idas a cada semana .
Seg und o V alent im (19 99 ), as va nt agens das plantas aq u áticas no tr ata m ento d e
eflu entes , em co mparação a um fi ltro co nvencional (de solo o u de pedras), são a
estét ica e o apelo eco lógico; o cont ro le de mau odo r, agindo como um biofi ltro
de od o r, possi bilit and o in st alação próx im a à co munid ade ; ó tr ata m ento ae rób io e
anaeróbio do ef luen t e, retir and o só lid os suspe n sos e mi c rorgan ismos
patog êni c os ; e o contro le de in se t os, po r ação de plant as su pe rf ic iais.
Al g umas planta s, como po r exe mp lo , a orelha- de-on ça (Sal vinia spp . - Fi g. 1),
possuem g ran de capacid ade de remove r e ac um u lar m et ais p esa dos , co m o
chumb o ou cá d mio . Porém , qu ando conta min ad a n ão p od e se r u sa da co m o
alimento ou adub o (Am aral & Bitt ri c h, 200 2 ), poi s o desc art e d essa bi o m assa
pode co ntam in ar t am bé m o sol o e a ág u a subte rr ânea (Pit ell i et aI. , 200 2 ).
Todavi a, os m et ais pesados ca pturados pode m se r reci c lados .
to:
o
Cl.
o
~
c
~
o
Õ
u-
Fig. 1. Orelh a-d e-o nça , Salvin ia
auric u la ta .
1::
11
ro
c
ro
o
-,
1:: 1::
11 11
o o
:2 "O
C C
~ ~
2 o
tf ~
nitr ogê nio pe la alga Anabaena azo /lae, qu e vive a ela assoc iada, entr e as folh as
(Po tt & Pott. 2000).
Às vezes, as lemnáceas são confundidas com algas e podem , por isso , erronea-
mente ser consideradas prejudiciais aos peixes ou à qualidade da água. A
diferença prática está na forma , pois algas são filamentos ou apenas uma camada
muito fina ("nata") de coloração verde, às vezes vermelha, ao passo que
lemnáceas são como pequenas folhas, de pelo menos 1 mm de espessura ,
algumas tendo uma raiz (Lemna) ou mais (Spirodela).
o essencial seria fazer testes de espécies promissoras, num sistema piloto, que
cresçam bem no efluente e no clima local (não esquecer de coletar uma amostra
para herbário, como testemunha para correta identificação das espécies e futuros
estudos). Os propágulos devem ser coletados e colocados em tanque em casa de
vegetação (telado), para testar facilidade de propagação. O teste de campo
consiste em instalar na área apropriada próximo ao local, por exemplo: abaixo de
um estábulo, ou de uma área de confinamento de gado, tanques ou valas com
30-50 cm de profundidade forradas com plástico quando o solo for permeável
ou de alvenaria.
Comunidades de lemnáceas
As lemnáceas podem ser usadas individualmente ou associadas, segundo
18 Pot enc ial d e u so d e pl antas aqu áti cas na de spo luiçã o d a água
Espécie individual
• Lemna minuta (Fig. 2)
• Lemna aequinoctialis
• Spirodela intermedia
• Wolffia brasiliensis
Conjunto de espécies
• Lemna aequinoctialis + Wolffia brasiliensis (Fig . 3)
• Lemna aequinoctialis + Wolffia brasiliensis + W. columbiana
• Spirodela intermedia + Wolffie//a lingulata
• Spirodela intermedia + Wolffie//a oblonga
• Spirodela intermedia + Wolffie//a lingulata + Lemna valdiviana +
Wolffia columbiana
Avaliacão do sistema
I
As plantas começam a competir entre si por superpopulação, por isto devem ser
removidas em parte, garantindo a propagação das plantas remanescentes . A
remoção também é uma das soluçõe:o 'm caso de excesso de população em
represas, mas muito dispendiosa (Pedralli, 1999). Além disto, causa grande
impacto à medida que revolve o sedimento, aumenta a turbidez da água e a
coleta direta de muitos organismos aquáticos, como peixes, crustáceos e
tartarugas (Pitelli et aI., 2002). No caso das lemnáceas, a colheita é mais
simples, porque são pouco volumosas e ideais para tanques .
20 Potencial de uso de plantas aquáticas na despoluição da água
Utilização da biomassa
A biomassa produzida pelas macrófitas pode ter vários fins, como forragem para
animais (peixes, suínos, aves etc.) e alimento humano , rico em proteína, adubo
orgânico, indústria etc. (Lakshman, 1987; Joyce , 1990; Skill ico rn et aI., 1993),
e obtenção de biogás (pedralli, 1999). Segundo Junk (1979) e Irgang & Gasta i
Junior (1996), macrófitas aquáticas têm grande valor como adubo orgânico .
Salvinia auriculata serve de biofertilizante e cobertura morta em horta e pomar
(Joyce, 1990).
Considerações finais
Referências bibliográficas
BERG, M . E. van den . Formas atuais de aproveitamento das espéc ies nativas e
exóticas do pantanal matogrossense . In: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATU -
RAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO PANTANAL, 1. , 1984. Corumb á. Anais ...
Brasília: Embrapa -OOT, 1986. p. 131-136 . (Embrapa-CPAP . Documentos, 5) .
ESTEVES , F. A . Fundamentos de limnologia . Rio de Janeiro : Int erci ênc ia: FINEP.
1988 . 575 p .
HAGEN, A . Planting the seed - a guide to establishing aquatic plants . Ont ario:
Environment Canada, 1996. 24 p.
LAK SHMAN , C. Eco l echn ologica l opp orlunil ie s for aqu ali c pl anl s - a surv ey o f
ulili za li on opli ons. In: REDD Y, K. R.; SMITH, W . H. (Ed .). Aquatic plants for
water treatment and resource recovery . Orl and o : M agn oli a. 1987 . p . 49 -68 .
Patrocínio:
oI
"-
'"
N
I
"'
ex:>
Z
Mini stério da Agricultura, ID
V>