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Resumo
Nos objectivos do plano de amostragem deverão ser incluídas, sempre que possível, as seguintes
alíneas:
a) identificação dos principais problemas que suscitam a preparação do programa de monitorização;
b) definição dos objectivos, de curto e longo prazo, do programa de monitorização;
c) definição dos limites temporal e geográfico para a realização do programa de monitorização.
Os objectivos do programa de monitorização devem permitir uma fácil definição dos parâmetros a
analisar. Caso contrário, aqueles devem ser revistos.
Na definição dos parâmetros, o técnico deverá considerar os seguintes pontos:
a) identificação dos parâmetros a analisar, de acordo com o objectivo do programa de monitorização;
b) consulta de trabalhos já realizados no mesmo local, ou noutro local, desde que os objectivos
sejam idênticos;
c) consulta dos critérios de qualidade da água aplicáveis ao sistema em estudo, tendo em conta os
usos actuais ou futuros;
d) caso seja aplicável, identificação das fontes poluentes;
e) caso seja estritamente necessário, avaliação preliminar do sistema em estudo, utilizando, sempre
que possível, parâmetros de medição directa;
f) especificação dos limites previstos de variação dos parâmetros seleccionados (ppm, ppb, etc.).
A definição geral dos locais de amostragem deve respeitar os objectivos a atingir e considerar a
heterogeneidade do sistema.
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Uma Colheita Representativa conduz à obtenção de amostras nas quais os parâmetros a analisar
possuem o mesmo valor que no sistema em estudo. Uma Colheita Válida conduz à obtenção de
amostras nas quais os parâmetros a analisar apresentam a mesma variação espacial e temporal
observada no sistema em estudo.
O tempo de duração do programa deve ser definido pelos objectivos do estudo. Caso contrário, o
tempo de duração deve ser definido de acordo com a variação temporal dos ciclos com maior escala
verificados no sistema (variações diárias, mensais, anuais, ou outras).
O tempo de duração de uma colheita deve ser definido de acordo com a variação temporal dos ciclos
de menor escala, caso seja possível identificá-los (variações diárias, mensais, anuais, ou outras).
Existem algumas metodologias estatísticas que permitem calcular o número de amostras que devem
ser colhidas, por cada um dos parâmetros a analisar. Estas metodologias exigem o conhecimento (ou a
definição arbitrária) do desvio padrão ou de um determinado intervalo de confiança para a média de
cada parâmetro no sistema em estudo.
Como, em geral, não existe informação sobre o sistema em estudo, a frequência de colheita de
amostras pode ser definida através de uma estratégia compreensiva, considerando os objectivos do
plano de monitorização e os seguintes critérios:
a) Repetição da colheita de amostras nos ciclos temporais de menor escala;
b) Avaliação dos custos associados à frequência definida na alínea anterior, em função da
informação técnica que se poderá obter.
Seguidamente identificam-se algumas das medidas básicas de protecção do operador que efectua a
colheita de amostras de água:
a) uso de bata ou capa impermeável;
b) uso de luvas descartáveis;
c) uso de calçado destinado apenas às colheitas (por exemplo, botas de borracha);
d) uso de colete de salvação, caso seja necessário a deslocação num barco;
e) eliminação das luvas entre cada colheita e lavagem das mãos com água e sabão;
f) desinfecção das mãos com álcool do tipo comercial;
g) lavagem do vestuário após cada uma das campanhas de colheita de amostras.
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5. Identificação dos métodos de análise
O equipamento que é geralmente transportado para os locais das colheitas é composto por sondas
paramétricas de medição in situ dos parâmetros pH, temperatura, oxigénio dissolvido e condutividade.
No caso de planos de amostragem com interesse científico, podem também ser transportados
equipamentos de medição de parâmetros hidráulicos (velocidade da corrente, caudal, etc.) e
meteorológicos (temperatura do ar, velocidade e direcção do vento, intensidade da radiação luminosa,
humidade relativa, etc.).
Para cada um dos parâmetros seleccionados deverão ser identificados os recipientes adequados à
colheita e transporte das amostras, de modo a reduzir a actividade fotossintética, a fixação de
determinadas espécies químicas às paredes do recipiente ou a reacção de outras espécies químicas com
as paredes do recipiente.
Todos os recipientes deverão ser adequadamente lavados, por forma a evitar a contaminação da
amostra. O tipo de recipientes adequados à colheita e transporte das amostras, assim como a sua
lavagem, encontram-se definidos em diversas normas internacionais, das quais destacamos os
"Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater", 18ª Edição.
O transporte das amostras e a sua permanência no laboratório, sem qualquer conservação, pode
provocar a alteração das espécies químicas ou biológicas que se pretendem analisar. Torna-se, assim,
importante proceder à conservação das amostras durante o transporte e permanência no laboratório
(Quadro 1).
Após a definição dos parâmetros a analisar e das metodologias de conservação das amostras, deverá
proceder-se à selecção do material e reagentes de conservação necessários.
O volume das amostras colhidas deverá ser suficiente, de modo a garantir, pelo menos, uma
repetição de cada uma das determinações analíticas.
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10. Avaliação dos custos de realização da campanha de monitorização
A preparação da campanha de amostragem deverá ser concluída com uma avaliação dos custos, por
forma a ser possível o ajustamento de alguns dos critérios usados. A avaliação dos custos do plano de
monitorização é tanto mais fácil, quanto maior fôr a experiência dos técnicos que o elaboraram.
Quadro 1. Conservação das amostras, de acordo com a espécie química ou biológica a analisar
Parâmetro a analisar Conservação da amostra
pH Nenhuma. Leitura no local
Temperatura Nenhuma. Leitura no local
Oxigénio dissolvido Nenhuma. Leitura no local
Condutividade Nenhuma. Leitura no local
Cor Refrigeração a 4°C, no escuro
Turvação Refrigeração a 4°C, no escuro
Odor Refrigeração a 4°C, no escuro
Dureza total, cálcica e magnesiana Refrigeração a 4°C, no escuro
Sólidos totais, suspensos e dissolvidos Refrigeração a 4°C, no escuro
Azoto amoniacal 0,8 ml H2SO4 conc./litro de amostra
Nitratos Refrigeração a 4°C, no escuro
Nitritos Refrigeração a 4°C ou congelação
Azoto total 2 ml H2SO4 conc./litro de amostra
Fósforo total 40 mg HgCl2 por litro de amostra
Ortofosfatos 40 mg HgCl2 por litro de amostra
Carência química de oxigénio (CQO) Refrigeração a 4°C, no escuro
Carência bioquímica de oxigénio (CBO) Refrigeração a 4°C, no escuro
Óleos e gorduras 2 ml HCl conc. por litro de amostra
Hidrocarbonetos totais 2 ml HCl conc. por litro de amostra
Cloretos Refrigeração a 4°C, no escuro
Sulfatos Refrigeração a 4°C, no escuro
Alcalinidade à fenolftaleína e total Refrigeração a 4°C, no escuro
Metais (em geral) 2 ml HNO3 por litro de amostra
Crómio VI Refrigeração a 4°C, no escuro
Mercúrio 2 ml HNO3/litro de amostra e refrig.
Coliformes totais Refrigeração a 4°C, no escuro
Coliformes fecais Refrigeração a 4°C, no escuro
Estreptococos fecais Refrigeração a 4°C, no escuro
Clostridios sulfito-redutores Refrigeração a 4°C, no escuro
Número total de germes a 22°c Refrigeração a 4°C, no escuro
Número total de germes a 37°c Refrigeração a 4°C, no escuro
Protozoários Refrigeração a 4°C, no escuro
A execução da campanha de monitorização deve obedecer a alguns critérios, de modo a ser possível
a avaliação permanente das operações a executar: a) faseamento das campanhas de colheita de
amostras e das determinações analíticas; b) caso a dimensão da campanha de monitorização o
justifique, deverá proceder-se à elaboração de relatórios preliminares; c) avaliação permanente do
cumprimento do faseamento das campanhas de colheita de amostras e das determinações analíticas; d)
rápida correcção de deficiências laboratoriais; e) elaboração rápida e precisa do relatório final.
Bibliografia Aconselhada
APHA, AWWA, WPCF (ed.), Standard methods for the examination of water and wastewater, 18 edition,
1994.
Margat, J., Les ressources en eau: manuels et méthodes, BRGM/FAO (ed.), 1996.
Mendes, B., Microbiologia. Vol I, Lidel (ed.), Lisboa, 1998.
Mendes, B. e Santos Oliveira, J. F., Qualidade da água para consumo humano. Ambiforum (ed.), 2
volumes, Lisboa, 2000.
OECD, Water management, 1998.
WHO, Environment and health. WHO Regional Office for Europe, 1999.
ISO, ISO Standards Compendium-Environment-Water Quality
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OBJECTIVO DO PLANO
DEFINIÇÃO DA FREQUÊNCIA
DE AMOSTRAGEM
IDENTIFICAÇÃO DOS
MÉTODOS DE ANÁLISE