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INFORMAÇÕES SOBRE CARLOS BRATKE

Filho do modernista Oswaldo Bratke, o arquiteto iniciou sua carreira na década de 1960 ainda
sob forte influência da chamada escola paulista de arquitetura, marcada pelo uso expressivo
do concreto aparente e pela exaltação da estrutura dos edifícios como espetáculo de força e
equilíbrio.

Mas Bratke logo passou a questionar a cartilha brutalista e se firmou como um dos maiores
nomes entre os chamados não alinhados ao estilo que dominava as faculdades de arquitetura
da cidade.

Sua obra, de grande apelo comercial, acabou se consolidando como uma investigação do
potencial das estruturas, que permitem enormes pavimentos livres de pilares, ao mesmo
tempo em que exalta na superfície um impacto que ele mesmo reconhecia como algo de ficção
científica.

O Plaza Centenário, um de seus prédios mais vistosos na Berrini, resplandece em seu


revestimento metálico. Não por acaso, a estrutura com quatro torres circulares ganhou o
apelido de RoboCop.

Mesmo famoso hoje pelo uso intensivo de aço e vidro, materiais-fetiche da arquitetura pós-
moderna, Bratke primeiro aprendeu a dominar o uso do concreto. Mas, ao contrário de
mestres da escola paulista como Paulo Mendes da Rocha, Bratke buscou outro efeito plástico
no material.

Um marco dessa experimentação é o edifício Bandeirantes, um dos primeiros que construiu na


Berrini. Nele, um bloco de ângulos retos é ladeado por estruturas circulares de concreto, uma
espécie de adorno que protege as janelas da luz intensa do sol.

Ao longo dos anos, Bratke foi diluindo a austeridade brutalista para chegar a um estilo mais
fluido, que embaralha referências, o que ajuda a entender seu interesse tanto pela obra de
Rino Levi, um dos maiores nomes do modernismo brasileiro, quanto pela do canadense Frank
Gehry, arquiteto do Guggenheim de Bilbao, na Espanha, famoso por suas formas fantásticas.

Ele também fez da casa que construiu para viver com a família no Morumbi, na zona oeste
paulistana, um projeto nada convencional, invertendo a posição dos quartos e das áreas de
estar – ali, os espaços de dormir ficam no piso inferior à sala, algo que pensou para isolar a
residência dos barulhos da rua.

As soluções inventivas de Bratke, no entanto, não conquistaram a crítica. Ele era atacado por
fazer o que muitos viam como pastiche da pior arquitetura corporativa e por repetir algumas
estratégias em seus prédios de escritórios.

Em sua defesa, chegou a dizer que os brasileiros eram “caipiras” demais para aceitar as formas
que sua firma estava propondo. Ele também comprou briga com o arquiteto uruguaio Rafael
Viñoly, que disse que a arquitetura corporativa no Brasil era “muito ruim”.

“Aqui existe boa arquitetura e má arquitetura, como em muitos outros lugares do mundo”,
rebateu Bratke, há quatro anos. “Acho que o Viñoly é um grande arquiteto, mas ele está
dizendo essas coisas porque quer trabalhar no Brasil; muitos arquitetos estrangeiros estão
vindo para cá, e ele está procurando mercado.”

Além de se dedicar a seus projetos, Bratke também assumiu cargos na diretoria do Instituto de
Arquitetos do Brasil e na Fundação Bienal.
Principais Obras

Edifício Oswaldo Bratke, construção dos anos 80

Edifício comercial OPI2


Edifício Banespa, na República, construído em 1992

Edifício “futurista” Bolsa de Imóveis, em São Paulo


Teatro Ópera Carlos Gomes de Campinas, SP

INFORMAÇÕES DA OBRA EDIFÍCIO JACARANDÁ


Local: SP, Brasil

Início do projeto: 2012

Conclusão da obra: 2015

Área do terreno: 5.827 m²

Área construída: 27.927 m²

Tipo de obra: Edificações Corporativas

Tipologia: Corporativo

Materiais predominantes: Aço / Alumínio / Cerâmica / Concreto / Drywall / Pedras / Tijolos /


Vidro

FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Carlos Bratke Arquiteto - Arquiteto: Carlos Bratke / Colaboradores: João Belo dos
Santos, Antônio Artico, Yury Chamon e Camila Tambelli

Construção/Incorporação: Engeform Construções

Construção/Incorporação: Bratke Collet


Consultoria em Conforto Ambiental e Sustentabilidade: Centro de Tecnologia de Edificações
(CTE)

Consultoria em Conforto Ambiental e Sustentabilidade: Fundação Vanzolini

Engenharia Estrutural - Estrutura de Concreto: Aluízio D’Ávila Engenharia de Projetos

Engenharia Estrutural - Estrutura Metálica: Projeto Alpha Engenharia Ltda

Gerenciamento/Coordenação: Bratke Collet

Projeto de Climatização e Ar-condicionado: Thermoplan Engenharia Térmica

Projeto de Comunicação Visual: Oz estratégia+design

Projeto de Iluminação: Mingrone Iluminação

Projeto de Interiores: Ana Costa Arquitectura e Design

Projeto e/ou Consultoria de Acústica: Erhardt Projetos Acústicos

Projeto e/ou Consultoria de Esquadrias: ARQMATE - Maria Teresa Faria

Projeto e/ou Consultoria em Impermeabilização: Proassp Assessoria e Projeto

Projetos de Instalações Hidráulicas/Elétricas: Soeng

Design marcante
A partir de um terreno generoso, com mais de 5.800 metros quadrados, o arquiteto Carlos
Bratke projetou um edifício de apenas seis pavimentos, mas com estrutura imponente, que
facilmente se destaca no entorno da região da Berrini, em São Paulo. O Edifício Jacarandá é
marcante porque sua arquitetura valoriza uma fachada robusta e envidraçada, ao mesmo
tempo que valoriza um layout prático de ocupação.

“Exploramos uma solução com um núcleo central – elevadores, escadas e banheiros –


abraçado pelo edifício e usado há muito tempo em prédios antigos. A vantagem é que você
não fica restrito a uma forma quadrada”, explica o arquiteto.

Para segurar os grandes vãos de 25 metros, uma arrojada estrutura de concreto foi projetada
pelo engenheiro Aluízio D'Ávila. “Os vãos possibilitaram um ambiente totalmente aberto e
flexível, ideal para a criação de layouts livres e simples”.

O layout repete-se no subsolo do Edifício Jacarandá, marcado também por espaços enormes,
desprovidos do apoio de pilares. Ao eliminar qualquer necessidade de pilar interno, a garagem
ficou livre, sem aquele emaranhado de colunas que dificulta qualquer manobra no
estacionamento.

Fachada envidraçada
“Sem dúvida, o aspecto mais especial do edifício é sua forma: o espaço interno grandioso, os
vãos enormes e estruturais. Cada vez mais tenho projetado prédios de escritórios evitando
colunas centrais, o que me proporciona qualidade ambiental”, opina Bratke.

Para realizar as grandes empenas de vidro laterais, o arquiteto precisou fazer uma parruda
estrutura metálica, viabilizada pelo calculista Flávio D'Alembert. Ela se projeta sete metros
para fora do edifício, como se fossem abas, marcando o design da fachada. Edifício Jacarandá -
Design marcante

A cor amarela está presente em algumas paredes e escadaria, destacando-se na composição


arquitetônica.

Programa
Desde a entrada, o Edifício Jacarandá mostra-se acessível e amigável. O acesso de pedestres é
feito por um pórtico coberto, que protege das intempéries, e leva à grande recepção de pé-
direito duplo com 10 metros. No total, o prédio oferece 12.172 metros quadrados de área,
com lajes de 2.105 metros quadrados privativos e uma cobertura de 705 metros quadrados. O
mezanino é ocupado pelo teatro/auditório, além de áreas de serviço do próprio prédio,
administração, segurança, vestiários e sanitários. A garagem oferece 60 vagas por andar tipo e
33 para a cobertura. Ela também dispõe de bicicletário e vaga para caminhão/fretado.

Sustentabilidade
Com alto padrão tecnológico, o projeto dispõe de piso elevado, sistema de ar-condicionado
VRF – Variable Refrigerant Flow –, eficiência energética, reuso de água e certificação Gold – US
Green Building Council.

“Após ter conquistado o selo Gold, o Edifício Jacarandá concorre ao selo Platinum. Houve todo
um acompanhamento de consultoria especializada em LEED, desde a escolha dos vidros da
fachada, com tonalidade e absorção de calor voltadas ao conforto térmico e economia
energética”, relata o arquiteto Carlos Bratke. Outra preocupação foi com relação ao reuso das
águas cinzas e do sistema de ar-condicionado.

Parcerias
De acordo com Bratke, o projeto Edifício Jacarandá reuniu diversas equipes profissionais, que
somaram qualidade ao resultado final. “A cor esverdeada/amarelada/acinzentada dos vidros
da fachada foi escolhida após consulta feita à artista plástica Lúcia Kock, especializada em
vidros. E a sugestão de consultá-la veio de um dos construtores – trata-se de um consórcio
entre a Engeform e Bratke Collet”, lembra.

A arquiteta de interiores portuguesa Ana Costa foi responsável pela elaboração e escolha de
materiais da portaria e do hall – balcão de recepção, catracas e halls de elevadores. “Além
disso, também incorporamos a paisagista Isabel Duprat, que sugeriu o formato quadrado do
espelho d'água desenhado por mim”, finaliza Bratke.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
 Arquitetura marcante na paisagem – projeto Carlos Bratke.
 Fachada composta por painéis de vidro em vários tons de verde em um jogo de
sombras e luzes assinada pela artista plástica Lucia Koch. Os amplos panos de vidro que
compõem essa fachada favorecem a iluminação natural dos escritórios.
 Paisagismo exuberante - projeto Isabel Duprat.
 Baixa ocupação do terreno com ampla área verde.
 Térreo amplo (aprox. 2.000 m² de área coberta) para recepção e usos variados (não
computado na área BOMA).
 Lajes com 2.200 m² + cobertura diferenciada com terraços e jardins para
descompressão.
 Formato que permite flexibilidade para layouts diversos.
 Número de andares reduzido, o que permite o deslocamento vertical rápido e
eficiente.
 Possibilidade de interligações internas entre lajes através de escadas (locais pré-
determinados).
 Possibilidade de acréscimo de 4 banheiros executivos por andar nas extremidades das
lajes.
 Especificações acima dos padrões da categoria assegurando ao prédio visibilidade e
ocupação por empresas locatárias de primeira linha.
 Sistema de ar condicionado VRF com alta eficiência energética (com COP acima de 4).
 Usina geradora com capacidade para assumir áreas comuns, privativas e sistema de ar
condicionado.
 Expertise e tradição ENGEFORM e BRATKE COLLET na administração dos
empreendimentos próprios comprovada através de taxas condominiais abaixo dos valores
praticados no mercado.
 Bicicletário.
 Teatro / Auditório.
 Pré-certificação Gold – US Green Building Council: uso consciente recursos naturais.
 Consumo individualizado de água e ar-condicionado.
 Luminárias LED com protocolo DALI (Digital Addressable Lighting Interface).

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