Você está na página 1de 15

Interpretação do Tratado da Reintegração dos Seres e alguns anexos

Martinez de Pasqually ensinou que a posteridade do Adão caído foi composta de duas
classes de seres: a dos descendentes de Caim e a dos descendentes de Seth.

Os primeiros são aqueles banidos, que vieram à existência quando o primeiro homem
abusou, numa paixão física frenética. Devido a este excesso, a Divindade se recusou a
cooperar com sua operação e abençoou o fruto de sua união. O resultado foi Caim,
cuja posteridade não teve nenhuma orientação Divina; de fato, eles foram fortemente
influenciados pelos obscuros poderes dos espíritos caídos. A segunda classe, aqueles da
posteridade de Seth, foram engendrados através de uma breve união marital e tiveram
as bênçãos da Divindade. Esta posteridade aprendeu de Seth a praticar o culto
espiritual que agradou à Deus. Mas os favoritos do Senhor eram fracos e apesar da
interdição Divina, se uniram aos filhos de Caim e logo eles e seus filhos estando
corrompidos esqueceram como operar o culto Divino. Neste estado de exílio o
“Homem de Desejo” ainda, apesar de tudo, tem conservado lembranças de seu Estado
Primitivo.

Deus, da imensidade de seu amor, vendo a situação de seus favoritos, tem enviado para
perto deles, através dos tempos, “redentores” ou menores “eleitos” que receberam “o
nascimento e a vida temporal apenas pela vontade e inspiração Divina... muito embora
a forma destes seres tenham sido emanadas da posteridade de Adão”. Estes “menores
Eleitos” vivem na periferia, de nossa sociedade e não são atingidos por ela. “O Senhor
os retira do meio dos profanos e dos impuros da terra e os protegem de toda
comunicação intelectual com menores comuns”, (ex. Deus faz com que vivam aparte
do povo comum). Eles entram em contato com a humanidade para nos ensinar e nos
lembrar do culto Divino esquecido e permanecem entre nós o quanto for necessário.
São chamados de volta à Deus por uma passagem desconhecida. Já que a presença
destes menores eleitos e suas obras logo se dissipam, assim que eles se vão, até quando
é chegada a hora de enviar o próximo.

 
O papel do Menor Eleito é de vital importância para a reconciliação do “Homem de
Desejo”. O auxílio que este “redentor” traz é duplo: ele transmite (ao homem de Desejo)
as instruções recebidas diretamente do Criador, sobre o culto que deve ser prestado à
Divindade através de “operações espirituais”; transmitem também, aos “Homens de
Desejo” que estão próximos, os dons que receberam, marcando-os com um “caráter”
ou “selo” místico, sem o qual nenhum menor (“menor” é um termo usado por
Pasquallys para designar um ser humano) pode ser reconciliado. Acontece que poucos
receberam esta ordenação misteriosa e assim ele permanece, não importa quais sejam
seus méritos pessoais, um menor em privação (não tem comunicação com Deus, por
exemplo).

Esta é a fonte e a essência da Iniciação Ocidental. Isto não quer dizer que com apenas a
iniciação - ou seja, sem a obra e o esforço pessoal - o homem poderá se reconciliar.
Antes disso, a iniciação é como uma semente que foi plantada, e que necessitará de
água (nutrientes), calor e luz para crescer e se tornar uma árvore. O homem precisa
nutrir a semente iniciática que foi plantada no seu interior. Esta nutrição é feita pela
sua meditação matinal, pelas suas orações, pelos seus atos de caridade e benevolência.
E sobretudo pelo seu esforço em transformar seu interior e dedicá-lo a grande Obra e
a Regeneração Individual.

A Regeneração é definida, filosoficamente, como o processo ou ato de regenerar de


outra forma, reproduzindo ou modificando; renovar espiritualmente pelo poder do
Espírito Santo; melhorar consideravelmente e se reformar a nível de caráter e moral. É
a mudança radical e permanente dos conceitos, morais na natureza espiritual do
Homem, pelo Espírito Santo, através do conhecimento e participação na plenitude dos
poderes espirituais; consequentemente, é um trabalho baseado no reconhecimento do
erro pessoal, sincera insistência neste propósito, forte e persistente intenção de
reformar e fazer restituição no efeitos provocados por eventuais erros cometidos.

Doutrinalmente, a Regeneração é tida nas Igrejas Romanas, Gregas, Ocidentais e


Anglicanas como o início de uma nova vida espiritual chamada de Sacramento do
Batismo.
 

Para outras organizações religiosas, a regeneração se refere a uma mudança nos


propósitos que governam a vida de uma pessoa, ou à reforma dos hábitos de alguém;
ou, mais uma vez, a criação e continuação pelo Espírito Santo ou Spiritus Sancti, de
uma nova série de atos santos.

Biologicamente, é a regeneração ou reprodução das células, tecidos, etc., num processo


vital ordinário; processo no qual, através de vários mecanismos, o Calor é Mantido e
Reutilizado.

Regeneração facultativa é a reprodução de um organismo inteiro, a partir de uma


porção de um indivíduo completo, ou poligeneses.

Na Alquimia Hermética REGENERATIO, é o ato de Renascer no Espírito. É a penetração


do CALOR Divino, do amor na alma e no corpo; é a Luz da inteligência emanando do
FOGO Divino no coração do Homem. É O DESPERTAR E O DESENVOLVIMENTO DA
AUTOCONSCIÊNCIA E AUTO-CONHECIMENTO.

Esta é, inegavelmente, a era do sexo, cuja energia está atrelada aos costumes,
convenções, códigos étnicos; vários estágios de envolvimento como modéstia,
ignorância fisiológica, inibição social e eclesiástica estão sendo rapidamente
superadas. Podemos certamente esperar que por muitos anos, estas forças irrestritas e
perigosas se tornarão rapidamente desenfreadas na comunidade e na vida social
dando ampla evidência do poder das forças destrutivas e dos elementos na natureza.
Contudo, no devido tempo, estas forças irão dar lugar a um status equilibrado e são.

Não há perversão na natureza. A natureza equilibra e contrapõe suas forças


perfeitamente; O homem que está em harmonia com a natureza não irá precisar de
discussões, prescrições, compromissos ou juramentos para regularizar tais atividades.
 

É exatamente aqui que a verdadeira compreensão sobre a real Regeneração começa a


ter um grande valor para o estudante. Regeneração é um processo puramente
espiritual. Cada corpo seja Físico, Etérico ou Astral, tem seu próprio tempo definido de
nascimento e maturidade. Isto também é verdadeiro para o revestimento mental e
faculdades e portanto, verdadeiro para a alma e reais poderes espirituais.

A alma, como se sabe, é uma essência extraída como sustento, do corpo Ternário pelo
Espírito Ternário. Esta extração não pode ser feita até que as faculdades mentais
estejam maturadas. Portanto, a alma - nascida do ESPÍRITO - ou seja gerada,
transmitida ou trazida à existência pelo Espírito Ternário, não nasceu no mundo
coincidente com o nascimento do Corpo Físico e portanto, podemos afirmar que “é
NECESSÁRIO nascer de novo” - “a menos que o homem nasça da Água e do Espírito ele
não pode ver o Reino de Deus”.

Aquilo que é carne (o Corpo Físico), é carne (Corpo Físico); nenhum organismo físico
pode adentrar os Mundos Espirituais ou o Reino de Deus. Aquilo que nasce do Espírito
é Espírito, (a Alma Ternária, nascida do Espírito Ternário e do Corpo Ternário). Esta
Alma PODE entrar no Reino do Céu, Se - despertar ativamente para as funções que lhe
são próprias. Ela não pode ser destruída, mas pode precisar mais de uma encarnação
para alcançar o nível necessário para o despertar.

O nascimento da alma é o segundo nascimento ou o nascimento do Espírito. A Alma


pode entrar no Reino de Deus quando quer que desperte para a Autoconsciência e
Auto-conhecimento já descrito anteriormente.

"O Trabalho Interior é uma atividade prática, essencialmente pessoal e experimental. A


teoria só pode ajudar na medida direta em que for testada. O principal perigo de
acompanhar o desenvolvimento através do estudo teórico é viciar-se em teorias e
auto-enganar-se, iludindo-se que está trabalhando sobre si, quando na verdade está
apenas adquirindo informação. Portanto, NÃO SE ILUDA! Nada será conseguido no
sentido do autodesenvolvimento senão por meio da prática diária e constante e do
trabalho tradicional de observação e auto-análise."

O Criador em sua essência é quádruplo (lembremos o nome Divino IHVH), porém


triplo em sua manifestação (lembremos de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo).

A Essência Divina está acima de qualquer pensamento, qualquer palavra e de qualquer


articulação possível. Esta essência pode ser denominada de “Essência Imanifestável”.
Indubitavelmente o nome mais popular e conhecido de Deus é o Tetragrammaton, ou
Yod, Hey, Vav, Hey,  que significa "O grande nome de Deus em quatro letras". Estas
letras são representadas como YHVH ou YHWH e que os judeus representam
escrevendo com a letra Dalet (D’) para evitar qualquer possível violação da sua
santidade.

Isto é um pequeno reflexo da integração sobrenatural deste Nome Divino, a letra


“Dalet” e ao número 4. Nos tempos bíblicos, os escribas que copiaram as escrituras e
desejando preservar o segredo da pronuncia do nome sagrado, substituíram pelo nome
de Adonai, no sentido de "Senhor" em hebraico. Bom, desta transcrição do nome foi
que surgiu a pronúncia errônea de Jeová. O nome YHVH é freqüentemente
interpretado como "O que é, foi e será".

Na Cabala, cada letra do nome Divino (YHVH) é atribuída uma relação como os
estratos ou mundos para a manifestação do Inefável ou sejam:

a)     A letra Yod ao mundo da Emanação associado ao Espírito;

b)     A letra Hey ao Mundo da Criação associado à Alma;

c)     A letra Vav ao Mundo da Formação associado à Mente, e

d)     A letra Hey ao Mundo da Ação ao Corpo, mundo material, finito;


 

Por outro lado, na concepção Martinista da Criação relata que os quatro aspectos da
Criação na quádrupla essência divina estão associados com quatro círculos e números,
cujo modelo é descrito no “Tratado da Reintegração dos Seres” contidos no mundo da
“Imensidade Divina”. Esta “Imensidade Divina” se compõe de quatro círculos
identificados pelos números 1 ,2, 3, e 4, ou sejam;
a) O primeiro círculo, por ser um número denário, ou 10, representando a unidade
absoluta da Divindade, então o Criador corresponde ao número 1.  Dessa unidade
divina, saiu todo pensamento de emanação espiritual e de criação da potência
espiritual temporal, bem como o princípio da ação de toda forma de corpo de matéria
aparente. O círculo de espíritos superiores denário são os agentes do poder universal
do Criador denário. Os Espiritos Denários, figurados pelo número 10, são também
chamados de Espíritos Superiores.

b) O segundo círculo, contendo o número 7, ou dos Espíritos Setenários. É o círculo dos


espíritos maiores. É a primeira emanação espiritual que o Criador emancipou do
círculo de sua Divindade; assim, esses espíritos são depositários da lei do Criador com
a Essência e Forma de Manifestação do Criador, simbolizado no círculo de número 2.
O círculo de grandes espíritos octonário, agentes da Palavra de Deus. Os Espíritos
Setenários são provenientes dos espíritos denários, mas não têm a íntima ligação com a
divindade, nem a capacidade de emanar seres, e, como a classe anterior, não têm em si
a potência criadora.

c) O terceiro círculo, contendo o número 3, é o dos Espíritos Inferiores. É a segunda


emanação espiritual emancipada do círculo da Divindade; assim, esses espíritos são
depositários do preceito do Criador. Contendo a forma da manifestação, simbolizado
no círculo de número 3. O círculo de espíritos inferiores setenário, os agentes da ação
divina operacional, o círculo de menor espíritos ternários. Sua potência consistia na
possibilidade de criação e reprodução de essências espirituosas e de uma posteridade
para povoar a criação do universo. Após sua emanação, não foram emancipados, tal
como ocorreu com os espíritos Setenários.

 
d) O quarto círculo, contendo o número 4 e que está defronte ao círculo denário, é o
círculo dos Espíritos Menores. É a terceira emanação espiritual emancipada do círculo
da Divindade, a Essência. "O Ser Supremo, apesar de estar ligado a todos os números,
se manifesta particularmente pelo número do quadrado, que é ao mesmo tempo, o
número do homem" (ver “Dos Erros e da Verdade”);

As atribuições numéricas de 1 a 4 na quádrupla essência Divina correspondem a alma


do homem (1) em correspondência espiritual com o intelecto (2), o intelecto com o
espírito (3) e o espírito com a Divindade (4), o que demonstra a correspondência de
todo o ser espiritual com o Criador eterno. Estes são os números de que se serviu o
Eterno para realizar a criação universal, geral e particular.

Na forma tríplice de manifestação a trindade está associada que Deus é o Pai, o Verbo é
o Filho e o Espírito é o Espírito Santo. Esta manifestação em Pai, Filho e o Espírito Santo
são três funções em três faculdades inatas do Divino que se constituem em Vontade,
Pensamento e Ação.  Dessa forma, Deus revela a Si mesmo em Sua Palavra como um
Deus Uno e Trino em que se revela como único e verdadeiro. For we must always
remember that as we study this fact, we are not dealing with a doctrine about God,
with an abstract concept, or with a scientific proposition about the nature of Divinity.

Na manifestação da Vontade do Criador, o Pai é a origem e o fim de tudo (Alfa e


Ômega da Criação); o Filho constitui do Verbo (Logos) e a Sabedoria. No entanto, a
inteligência criadora corresponde ao Espírito Santo.  No entanto Pai e Filho estão
unidos no Espírito Santo e por meio do Espírito habita em todas as criaturas.

Mas não é no celeste que o tempo é instaurado? No supra celeste temos o 10, o
transformador de energia, o 8 o número do reparador , que se espalha pela criação e
que pra mim são os pontos de Hubbie do criador no Universo, guardando as leis
Universais, espirituais, e o 7 guardando as leis materiais, sendo que o 3 são partículas
que estrturam a criação, partículas sub atômicas, no meu entender

2.- Como se manifesta essa essência quádrupla e essa manifestação tríplice na


Criação?
Resposta:

O Eterno para realizar a criação universal, segundo Martinès de Pasqually no seu


“Tratado da Reintegração dos Seres”, serviu-se de quatro números para realizar a
criação e usados para operar a emanação dos espíritos e emancipação do homem. A
quádupla essência divina correspondia às quatro classes de seres emanados do seio da
Divindade. Esses seres se dividiam em quatro classes, pois toda emanação Divina traz a
marca do quaternário. Eles se diferenciavam uns dos outros pelas

faculdades, propriedades e virtudes que eram necessárias para preencher as funções


que o Criador havia atribuído a eles. Essas quatro classes correspondiam a quatro
círculos e formavam o que é chamado de a "Corte Divina" no "Tratado da
Reintegração":

a)     O primeiro círculo era o dos Espíritos Superiores;

b)     O segundo círculo o dos Espíritos Maiores;

c)     O terceiro círculo o dos Espíritos Inferiores;

d)     O quarto círculo o dos Espíritos Menores.

Isto caracteriza que antes da criação, a Divindade emanou seres espirituais para a sua
própria glória.

A manifestação da quádrupla essência é distribuída conforme tabela abaixo:

Aspectos Números Círculo Classes de Espíritos


O Criador 1 Denário Superiores Denários
Essência e Forma de Maiores Setenários
2 Setenário
Manifestação do Criador
Forma de Manifestação 3 Ternário Inferiores Ternários
Essência 4 Quaternário Menores Quaternários

No processo da Criação, há quatro grandes divisões chamadas "Imensidade Divina",


"Imensidade Supraceleste", "Imensidade Celeste" e "Mundo Terrestre".  Na distinção
desses mundos na quádrupla essência Divina, existe a Imensidade Divina onde o
Divino emanou todos os seres espirituais para a sua glória e, a Imensidade
Supraceleste que é semelhante à Imensidade Divina e que as mesmas faculdades de
potência espiritual estão numa e noutra imensidade.

Mas, há uma distinção a ser feita entre esses dois mundos: os agentes espirituais
divinos operam na imensidade infinita do Criador, enquanto os agentes supracelestes
operam apenas numa imensidade limitada. Assim, a Imensidade Supraceleste é passiva,
porque está sujeita ao tempo. A Imensidade Divina, ao contrário, não é e nunca será
sujeita ao tempo; ela não pode ter limites, como o pensamento e a potência do Criador
também não podem ter limites.  A Imensidade Divina consiste na multidão dos
espíritos que o Criador emana de si. É pela continuidade dessa emanação espiritual
que a Imensidade Divina é infinita. Cada espírito, no momento em que é emanado do
Criador, encontra um lugar e um espaço adequados ao seu ser, para colocar em ação e
em operação a potência que ele recebeu do Eterno. (Tratado de Reintegração dos
Seres). Portanto, as manifestações das essências Quádrupla e tríplice na Criação se
manifestam por meio da emanação de seres puramente espirituais. Eles tornavam-se
diferentes uns dos outros por meio das propriedades, faculdades e virtudes que lhes
eram necessárias para atender e preencher as funções que o Criador lhes havia
atribuído.

A tríplice manifestação Divina tem por a base a vontade do Criador. Esta vontade
inicialmente tinha dois níveis de luz: o que leva a revelação de sua existência e
essência para “Si Próprio” e a que leva para “Si Próprio”. Nesta fase da manifestação, a
tradição afirma que Deus desejava contemplar Deus. A Divindade na sua total essência
motivou-se a criar outros a fim de compartilhar a sua Divindade, causado pelos seus
ininterruptos esforços para existir.

A manifestação da tripla essência divina forma claramente os três princípios de toda


criação, como segue: a intenção do Pai em 1, a vontade de Cristo em 2, e a palavra do
menor espiritual resultante da intenção e da vontade dos dois primeiros em 3. Inclui-
se o menor no número das três primeiras essências divinas porque ele mesmo é
produto da intenção do Pai, da vontade do Filho regenerador e da ação do Espírito
Divino.

A tripla e a quádrupla essência divina são números de que o próprio Eterno se serviu
para operar a criação universal, geral e particular, e a emanação dos espíritos, tanto
aqueles que se tornaram maus quanto aqueles que conservaram a pureza de sua
natureza espiritual divina.

Plano Astral

Plano Astral é um plano de existência intermediário entre o Plano Divino e o Plano


Físico. O Plano Astral é muito mais do que a extensão do Plano Físico. Neste plano
possuem vibrações e o espiritual e material e que tem o domínio da Luz Astral. Esta
Luz Astral é um instrumento de vida, se fixa em todos os centros vivos, prendendo-os
aos núcleos dos planetas e ao coração dos homens. É o filtro das energias e é o refletor
que envia aos homens as energias espirituais. A visão do Mundo Astral é muito
diferente e muito mais ampliada que a visão física. No Plano Astral os objetos são
percebidos de todos os lados e no interior.

Quanto ao Plano astral, há diversas correspondências com as diversas concepções


esotéricas, que traduzimos abaixo:

a)     Martinismo – associa com a Natureza, considerando a relação com a


manifestação tríplice Divina;

b)     No processo da Criação, envolve o mundo das Orbes, formado por 7 planetas;

c)     No mundo de Adão, temos a sua manifestação em três planos: o Adão Kadmon,
que é o modelo divino do homem andrógino no paraíso, nos planos superiores, antes
da queda e que precedeu a Queda e que está no Plano Divino, o Adão Belial, que é o
homem depois da queda, nos planos inferiores, e, finalmente o Adão Protoplasta, que é
o Adão Universal antes da queda;
 

Há tradições ocultas que definem os Planos Astrais em sete subplanos agrupados na


primeira classe com os 1º, 2º e 3º sub-planos, a segunda classe formada pelos 4º, 5º e
6º; e a terceira pelo 7º sub-plano que é o mais denso. No entanto, analisando o
processo de Criação e o mundo das Orbes, sob outro ponto de vista, podemos associar
essa fase do processo da seguinte forma:

No Martinismo Mundos da Criação Mundos dos Adãos ou AdamNos Planos


Kadmon
Empíreo
Deus (O infinito além do mundo(Grande ser espiritual) Divino
dos Orbes)
 
Protoplasta
Orbes
Natureza (Princípio das AlmasAstral
(Corpos celestes)
diferenciadas)
Elementar Belial
Homem Físico
(Animal, vegetal e mineral) (O Homem Caído)

A divisão do sistema solar que é mais ou menos invisível é chamada de Mundo


Empíreo; a constituição do planeta Terra com outros planetas e satélites denomina-se
de Mundo dos Orbes e os reinos animal, vegetal e mineral e a sua existência pertence
ao Mundo Elementar.

Segundo o Martinismo, a forma do processo de regeneração da alma deve ser através


das sete esferas do Mundo Celeste.  As sete esferas que compõem o Mundo dos Orbes
estão situadas abaixo das Estrelas Fixas, onde se tem o Zodíaco com as suas doze
constelações Zodiacais.

Na sua essência o Plano Astral é setenário  e corresponde ao Mundo das Causas


Segundas e está composta de 7 regiões conforme tabela abaixo:

Binários que regem a vida


Regiões Denominação Planetas
Positivo Negativo
Primeira Das Paixões e desejos Vis Domínio Servidão Lua
Segunda Da impressionabilidade Graça Fealdade Mercúrio
Terceira Dos anelos Fertilidade Esterilidade Vênus
Quarta Dos sentidos Riqueza Pobreza Sol
Quinta Da vida da alma Sabedoria Ignorância Marte
Sexta Da luz da alma Paz Guerra Júpiter
Sétima Do poder da alma Vida Morte Saturno

Deus é  “DEZ” e é “UM”

Temos diversas maneiras de se concluir que Deus é “Um”. Podemos associar ao


raciocínio com a “Manifestação Quádrupla da Essência Divina” e com  o mapa
astrológico como sendo uma representação exata do Tetractys, sendo ele (o mapa)
próprio uma unidade, com cada um dos doze signos do zodíaco, sendo
simultaneamente polar (ativo ou passivo), modal (cardeal, fixo ou mutável) e
elementar (Terra, Ar, Fogo e Água). O Tetractys é um símbolo composto de dez pontos
em uma formação triangular apontando para cima. Era um modelo sagrado para a
escola de filósofos que seguiam os ensinamentos do sábio grego Pitágoras (século 6
a.C). Eles usaram o Tetractys (Tétrada) jurar seus juramentos em cima, na mesma
forma que os cristãos modernos juram sobre a Bíblia.

Dentro deste tema temos o número 1 como o ‘Criador” com leis, preceitos e
mandamentos, tendo como aspecto astrológico a “Conjunção”; O número 2 como a
‘Essência e Forma de manifestação” e Oposição como o aspecto na sua ordem
astrológica dos aspectos; o número 3, a “Forma de Manifestação”, ou seja a forma sob a
qual Deus se faz presente e se comunica,  bem como o aspecto “Trígono” no
modalidade cosmológica; e o número 4, com a sua “Essência”  e os elementos
constitutivos da criação. Considerando a “Teoria Quaternária pela adição Numérica”
de Pitágoras, temos:

Aspectos da Os Números como arquétipos da  


Imensidade Divina
Ordem Cósmica
Criador 1 Conjunção A totalidade
(Mônada)
Essência e Forma de 2 As polaridades positiva e
Oposição negativa
Manifestação do (Dualidade)
Criador
Forma de 3 A modalidades Cardinal, Fixa e
Manifestação Trígono Mutável
(Trindade)
Essência 4 Os quatro elementos: Terra, Ar,
Quadratura Fogo e Água.
(Sólido)
Total 10 A Tetractys: 1 + 2 + 3 + 4 = 10
Unidade
=1

Os pitagóricos acreditavam que a natureza de todas as coisas poderiam ser


compreendidas e descritas de acordo com os poderes dos números 1, 2, 3 e 4 como
uma seqüência de desdobramento da criação. Estes números não são apenas
quantitativos, mas também são arquétipos de número, com "unidade”, “duplicidade”,
“trindade” e “quadruplicidade” em que cada um tem o seu significado qualitativo.

No “Tratado da Reintegração dos Seres” Martinès de Pasqually definiu o entendimento


acima como a “Quádrupla Essência Divina” e considerava que os quatro círculos
estavam contidos na “Imensidade Divina” representavam simbolicamente pelo numero
10, com um número1 inscrito em um circulo. Para ele, Deus é “um” e a sua essência é
quaternária. Essa quaternidade, Deus a manifesta pela emanação dos primeiros seres
em quatro classes. Martinès denuncia o dogma da Trindade, mas vê em Deus três
modalidades de expressão: o pensamento, a vontade e a ação. Essa trindade de
expressão é exercida por meio de espíritos, e será posteriormente também o apanágio
do homem. O Martinès não admite o dogma da Trindade, pois Deus é um e sua
essência, quaternária. Quando ele nomeia o Pai, o Filho e o Espírito Santo, estes são
para ele três funções em três faculdades — respectivamente, a intenção, o pensamento
e a ação —, e não hipóstases (para usar o sinônimo técnico de Pessoas).

Nesse sentido de unicidade do Criador sem considerar a trindade como Pai, Filho e
Espírito Santo, a Cabala considera no processo criativo Divino, como sendo o Único, o
Um. Denomina o “Único” como sendo “Yachid” em hebraico. Yachid corresponde a
essência da luz infinita Divina como que estivesse escondida dentro da própria
essência, antes de se tornar revelado para si mesmo. Neste nível de essência, entende-
se que corresponda a “Onipotência” de Deus pelo simples fato de que Deus é capaz de
fazer e de não fazer tudo. O “Único” implica que tudo se expande e se multiplica como
a própria essência Divina.  Neste nível inclui todas as dez esferas (Sefirot), porém, estão
totalmente ocultas e não podem ser distinguidas. É uma analogia do poder de bondade
e do movimento que estão inclusos na singularidade da alma e assim estão na
singularidade da Luz Infinita. 

Yachid, o Único, significa que tudo é extraído do Divino e aparece com uma
abundância múltipla dentro dele, Nesta fonte tudo é unido. Nem mesmo contém partes
no seu Todo. Também implica dizer que o Divino é tão absolutamente único que não
existe qualidade alguma que possa ser atribuída a Ele. É absolutamente simples e uma
absoluta e completa unidade. Denota ausência de qualquer tipo de pluralidade.

Em outro nível considera como o “Um” ou “Echad”. O “Um” se refere à verdadeira e


absoluta unidade Divina dentro da Criação. Também representa o máximo da unidade
antes da Criação. Neste estágio trata da habilidade inata do Divino em se tornar
revelado. O Echad significa que o Criador está presente igualmente em todas em todos
os planos e em todos os mundos. É unidade que contém partes e essas partes são
unificadas em um todo.  Deus é Um.

Em resumo, tem-se:

  Indica a ausência de qualquer tipo de pluralidade.    É uma


unidade completamente simples sem conter partes no seu
O Único (Yachid)
todo.
O Um (Echad) Contém partes no seu todo para unificação. No entanto as
partes são unificadas para um Todo.

Na verdade o “Um” é o segredo no Nome Essencial do Divino, YHWH que se revela em


toda a Essência antes do início da criação.

S.I

Você também pode gostar