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Material Didático

NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO

Impressão e Editoração
INTRODUÇÃO

A Neurociência, Neuroaprendizagem e Neuroeducação contribuem consideravelmente com o


processo de aprendizagem da atual educação, através de novas técnicas de cognição e formas de
aquisição de novos conhecimentos.

Essas formas de aquisição de novos conhecimentos têm como objetivo buscar postulados
teóricos que sirvam como referencial para a contextualização do funcionamento da engrenagem do
aprendizado em que acontece o entender, o aprender e o fixar.

O processo relacionado à aprendizagem é uma realidade científica, na qual existem várias


pesquisas que comprovam a veracidade dos fatos. A Neurociência surge para diminuir dúvidas
acerca do funcionamento de cérebro, bem como entender como ele se forma, como se desenvolve e
como contribui para a formação do ser humano.

A Neurociência é, então, uma necessidade geral em entender como o cérebro


funciona no dia a dia e como contribui para a aquisição de novos conhecimentos. Desvendar os
segredos do cérebro é fundamental para quem deseja descortinar problemas relacionados à atenção,
dificuldades na aprendizagem, atrofiamento cerebral, diminuição da capacidade de reter
informações na memória, entre outras coisas.

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1. NEUROCIÊNCIA

Durante muito tempo o pensamento não foi considerado importante pelos humanos, de
forma que não foi base para estudo algum. Ainda que a existência do encéfalo humano fosse uma
verdade absoluta, ninguém se importava em estudar o pensamento humano com afinco, uma vez
que a luta diária, a luta pela sobrevivência, a busca por melhores maneiras de viver impediam as
pessoas de se dedicarem ao estudo do pensamento.

Depois de facilitada a vida para o homem, começara a surgir, então, teorias complexas sobre
as motivações dos seres humanos. Mas mesmo com o surgimento de teorias complexas, a mente
humana ainda não tinha condições de ser explorada.

Antes de enveredar pelo caminho da neurociência, é preciso que fique claro o conceito de
cognição e consciência:

Consciência vem do latim, conscientia, atributo pelo qual o humano possui em relação ao
mundo e aos chamados estados interiores e subjetivos. Podendo ainda definir como
faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados ou como reconhecer suas
atitudes psíquicas. Define-se como conhecimento. Cognição vem do latim, cognitione, ou
aquisição de conhecimento, percepção. (RELVAS, 2012, p. 34).

O cérebro humano é o órgão mais complexo e que instiga estudiosos e pesquisadores das
mais diferentes áreas. A curiosidade desses pesquisadores e curiosos fez surgir um novo ramo da
ciência, um ramo multi e interdisciplinar, a neurociência.

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A neurociência é a ciência que estuda o sistema nervoso. Estuda sua estrutura, seu
desenvolvimento, funcionamento, evolução, a relação com o comportamento e com a mente, e
também as alterações relacionadas a esse sistema.

Estuda o sistema nervoso, normal e patológico, dando ênfase à anatomia e a fisiologia do


cérebro, relacionando-o a disciplinas como linguística, semiótica, teoria da informação e tantas
outras que estudam o comportamento, o processo de aprendizagem, bem como os mecanismos da
regulação orgânica.

Inúmeros fatos contribuíram para que o sistema nervoso fosse desvendado, aumentando
assim o interesse pelos estudiosos sobre esse complexo sistema do corpo humano. Por exemplo, a
tomografia por emissão de prósitons, nos anos 80, que possibilitou descortinar a estrutura funcional
do cérebro humano.

Para não fugir à regra, a sociedade, normalmente, procura o neurocientista com o intuito de
curar doenças e outras vezes para melhorar a qualidade de vida. Assim, a neurociência presta
serviço no contexto clínico e no cotidiano das pessoas.

No contexto clínico, a neurociência trouxe contribuições importantes para pacientes com


mal de Parkinson, doença de Alzheimer, esclerose múltipla e, também, para as doenças
psiquiátricas como depressão, esquizofrenia e abuso de drogas.

O Brasil possui, estatisticamente, posição não muito favorável com relação a essas doenças
psiquiátricas. A Neurociência, então, surge para diminuir o atraso com relação às doenças mentais,
proporcionando, assim, avanços significativos, nessa questão, com ajuda de outras áreas como a
psicoterapia, psiquiatria e outras disciplinas relacionadas à saúde mental do indivíduo.

Ainda que a ciência não promova a cura de algumas doenças relacionadas ao cérebro, é
possível que ele faça as adaptações necessárias para a sobrevivência do indivíduo no ambiente em
que se encontra. Às vezes fica difícil compreender essa adaptação, pois nem sempre há respostas
plausíveis para explicar como o homem seleciona e processa a informação em seu cérebro.

A necessidade de se estudar o cérebro surgiu há séculos passados. Já na antiguidade, a mente


estava associada ao cérebro e desde então, o ser humano vê a importância de desvendar os mistérios

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da mente humana. Os gregos acreditavam que os ventrículos cerebrais eram órgãos sede dos
humores e também responsáveis pela capacidade intelectual do homem.

Hipócrates, considerado o pai da medicina, criou a teoria dos quatro humores cerebrais. Para
ele, as doenças do corpo eram ocasionadas pelo desequilíbrio de algum desses ventrículos cerebrais.
Galeno, talentoso médico e filósofo romano de origem grega, de posse dessa teoria, aprofundou-a
de tal forma que a teoria dos quatro humores se tornou uma verdade inquestionável até o século
XVIII.

A Doutrina Ventricular acreditava na hipótese de que as funções mentais se encontravam em


três camadas no centro do cérebro, já que esse era considerado muito sujo para atuar como
intermediário entre o corpo e a alma.

Para Galeno, médico que relacionou as formas e as funções cerebrais, o primeiro ventrículo
colhia as informações do ambiente, esse ventrículo podia ser encarado como as sensações. O
segundo ventrículo possuía a função de processar informações em pensamento e o terceiro era
responsável pelo armazenamento em memória.

Enquanto Hipócrates acreditava que a mente estava no cérebro, Aristóteles defendia a ideia
de que a mente tinha sede no coração e que a alma não era tão diferente do cérebro.

Andreas Vesalius acreditava que não estava nos ventrículos a capacidade intelectual do
homem. Já Descartes encontrou a mente no cérebro humano e a ligou à glândula pineal. Para ele,
muitas das atividades do corpo tinham seu funcionamento através de princípios mecânicos.

Médico e neuroanatomista austríaco, Franz Joseph Gall foi um dos pioneiros a mostrar com
precisão as circunvoluções corticais. Foi, também, o idealizador do estudo de localização cerebral, a
cranioscopia. Esse estudo caracterizava-se pela identificação do córtex cerebral, com as 27 regiões
do cérebro.

Johann Spurzheim, identificou mais oito regiões e fez uma correlação clínica entre lesões
experimentais e estimulações localizadas. O termo frenologia – em que prerenos é um nome grego
para mente – foi utilizado por Tomas Foster para denominar os estudos de Gall e Spurheim.

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Uma fissura no cérebro foi encontrada por Luigi Rolando e também foi ele o responsável
pela estimulação de um nervo no tecido cerebelar. Pierre Broca foi o responsável pela descoberta da
área de Broca, área esta relacionada com a expressão da fala.

O pai da pesquisa experimental cerebral foi Pierre Flourens. Já Carl Wernicke também
estudou a relação entre uma parte do cérebro e uma afasia, ligada à compreensão da linguagem.
Essa área ficou conhecida por área de Wrenicke.

Alexander Von Humbold descobriu a eletricidade animal e J. Hughlings estudou a epilepsia


motora. David Ferrier fez estimulações precisas no córtex de macacos, já Gutav Fritsch e Eduard
Hitzig estimularam o córtex de cães acordados.

Sherrington e Cushing conseguem fazer mapeamentos corticais de gorilas e macacos e


Victor Horley cria um método que seria mais tarde utilizado como método cirúrgico em humanos,
esse método ficou conhecido como estereotáxico e Wilder Penfield fez neurocirurgia com
estimulação elétrica em humanos. No final do século XIX o conceito de localização cerebral foi,
finalmente, estabelecido na Neurociência.

No Brasil, a história da Neurociência se confunde com a história da fisiologia na terra


tupiniquim. Foram os grandes pesquisadores fisiologistas que proporcionaram à sociedade moderna
o contato com estudos na área de Neurofisiologia, Neurobiologia, Fisiologia, Biologia, dentre
outras.

Outra área em que a Neurociência tem ganhado destaque, nesses últimos trinta anos, é na
educação. A aprendizagem escolar ganha outro sentido baseado em estudos voltados para a
memória e como se dá o processo de memorização e atenção no cérebro humano.

Algumas contribuições ela já trouxe para a educação dentre elas a que a emoção interfere no
processo de retenção da informação; para que o aluno aprenda é preciso que ele seja motivado; a
atenção é fundamental para a aprendizagem e o cérebro, em contato com o meio, está em constante
modificação.

A Neurociência surge como uma grande aliada do professor, uma vez que o auxilia a
compreender cada indivíduo como ser único, pensante e que aprende a sua maneira. Dessa forma, a

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Neurociência vem mostrar ao professor que há diferentes formas de aprender e ajudá-lo a encontrar
as melhores formas de ensinar.

É importante salientar que, embora a Neurociência tenha trazido contribuições de grande


valor para a educação, ela não define estratégias de ensino. Cabe à pedagogia, mais precisamente à
didática, reunir as informações baseadas em pesquisas neurocientíficas e criar estratégias para fazer
o conhecimento chegar efetivamente no aluno. Para isso, é importante para o professor saber que o
desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre corpo e o meio social.

Atualmente, as pesquisas da Neurociência têm revelado dados curiosos acerca do


funcionamento do cérebro, por exemplo, o fato de os neurônios não morrerem com o tempo, bem
como o fato de a inteligência não ser única e não possuir um lugar determinado no cérebro.

Durante anos acreditou-se que os neurônios eram destruídos com o passar do tempo. H
Brody, em 1955, já mencionava em seus estudos a morte deles. Sua tese foi comprovada a partir de
uma pesquisa com 20 cérebros de indivíduos da mais tenra idade até 95 anos, em que cortes foram
feitos e pigmentados com uma substância que torna visível os neurônios. Diante disso, então, Brody
concluiu que com a idade havia uma perda significativa dos neurônios, principalmente em áreas
importantes do cérebro.

Somente em 1984 a tese de Brody foi contestada. H. Haug, da Universidade da Alemanha,


depois de observar que o tecido cerebral encolhe depois de cortado e mais ainda, que o tecido
cerebral jovem encolhe mais que o velho, Haug desconstruiu a ideia da morte dos neurônios com o
passar dos anos.

Para reforçar o que Haug afirmou, a equipe de R. Terry, em 1987, questionou acerca dos
cérebros de idosos utilizados. Segundo eles, o cérebro de um idoso doente, com Alzheimer ou
doença senil, interfere no resultado dos estudos, uma vez que um cérebro sadio é diferente de um
cérebro doente. Tenrry e sua equipe chegaram à conclusão de que o cérebro não morre com o
tempo, ele apenas encurta.

Howard Gardner foi o autor da teoria das Inteligências Múltiplas e é baseado nessa teoria
que a inteligência não é vista como única. Gardner apresentou um modelo com sete inteligências,

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todas elas relativamente autônomas: linguística, lógico-matemática, espacial, corporal, musical,
interpessoal e intrapessoal. Mais tarde acrescentou mais duas inteligências a esse modelo:
naturalista e existencialista.

A inteligência linguística diz respeito à linguagem. Alunos com esse tipo de Inteligência
possuem facilidade em manipular as palavras. Gostam de ler, de escrever e sabem usar as palavras
com domínio e segurança. A inteligência lógico-matemática diz respeito a cálculos e números.
Crianças com esse tipo de inteligência adoram resolver problemas que envolvam raciocínio lógico e
adoram desafios matemáticos.

Habilidade em superar dificuldades, em controlar impulsos, motivar a si mesmo, motivar os


outros são características de crianças com inteligência emocional. Já quem tem habilidade com o
mundo dos objetos e sua localização no mundo possui uma inteligência espacial.

Quem consegue representar suas ações, emoções, pensamentos através do corpo possui
inteligência corporal. Quem consegue reconhecer timbres, entonações diferentes conversar sobre os
diferentes estilos musicais, tocar algum instrumento, cantar sem nunca ter tido uma formação em
música é detentor da inteligência musical.

Possui inteligência interpessoal quem tem facilidade em entender o outro, em fazer amizade
com rapidez, que consegue compreender as dificuldades alheias e ajudar ao próximo sem exigir
nada em troca. Já a inteligência intrapessoal é a capacidade que a criança tem em compreender e
lidar com os seus próprios conflitos; reconhecer suas fraquezas e saber quais são os seus pontos
fortes.

Saber reconhecer as espécies, os organismos, plantas e animais do ambiente é uma


característica de quem possui inteligência naturalista. São crianças que se preocupam com questões
ambientais e gostam de cuidar da natureza. A inteligência existencial ou espiritual é considerada
como meia inteligência, mas diz respeito à capacidade de questionar o mundo, a criação da vida
humana, o porquê da existência do ser humano e outras questões filosóficas.

Diante desse conhecimento sobre a inteligência, é fundamental que o professor estimule o


desenvolvimento de cada aluno, crie técnicas pedagógicas capazes de trabalhar o crescimento

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individual dos discentes, uma vez que o processo da aprendizagem não ocorre de maneira única
para todos.

De acordo com a Neurociência, a aprendizagem é obtida a partir de estímulos do ambiente


que fazem aumentar as conexões neurais (sinapses) do cérebro. Um único neurônio é capaz de
receber ou enviar de 1000 a 100.000 conexões neurais, dependendo da localização em que ele se
encontra e dependendo do tipo de neurônio. Por causa da aprendizagem ou ainda da experiência, as
conexões neurais podem variar de um neurônio para outro. Depende, então, do professor o
fortalecimento dessas conexões, através das intervenções pedagógicas utilizadas, ou não, por ele em
sala de aula.

A escola, na figura do professor precisa criar um espaço em que o aluno se sinta motivado a
aprender e não desestimulado, devido à mera exposição de conteúdos, totalmente desvinculados da
realidade. É preciso que o professor realize atividades que despertem a curiosidade dos alunos e os
motivem a enfrentar desafios e buscar respostas para os inúmeros questionamentos que devem
existir na sala de aula.

São as conexões neurais que remodelam o que acontece no cérebro em função do


aprendizado, ou seja, o caminho certo depende do aprendizado. A conexão neural correta é aquela
em que se processa a informação de maneira significativa e fortalecida.

E para o cérebro não há nada melhor do que aprender. O aprendizado é um dos grandes
prazeres que o cérebro tem, pois através do aprendizado ele descobre uma nova maneira de fazer
alguma coisa, de resolver problemas, de juntar informações que dá certo e é interessante. Para
Carlson (2002, p. 242) “a aprendizagem significa o processo pelo qual as experiências mudam
nosso sistema nervoso e, desta forma, também mudam nosso comportamento”.

É também através da aprendizagem que o indivíduo constrói e desenvolve comportamentos


que são fundamentais para sua sobrevivência, uma vez que não há nenhuma realização ou prática
humana que não dependa do aprendizado.

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Os estudos no campo da Neurociência crescem assustadoramente e trazem contribuições
importantes acerca do funcionamento do encéfalo na cognição, no pensamento, emoção, na
aprendizagem e no comportamento.

Cabe à Neurociência cognitiva estudar as áreas relacionadas ao pensamento, aprendizado e


memória. O estudo do planejamento, do uso da linguagem e das diferenças entre a memória para
eventos específicos e a memória para execução de habilidades motoras são exemplos da análise ao
nível cognitivo.

Os estudos modernos sobre os processos mentais utilizam-se da sensação e da percepção,


afinal todo conhecimento é adquirido através da experiência sensória, ou seja, tudo que se vê, ouve,
sente, degusta e cheira fica marcado no ser humano.

Diante do que foi dito, fica claro que a mente humana não é uma folha em branco, sem
marcas e impressões. Se assim fosse, ela jamais seria remodelada e, hoje, sabe-se que a mente é
constantemente remodelada, reinventada.

As experiências são informações que chegam ao sistema nervoso central na forma de


estímulos sensoriais. Cabe ao encéfalo a tarefa de processar as informações e compará-las com
outras que já estejam previamente guardadas, de forma que possa reconhecê-las ou não.

Essa tarefa executada pelo encéfalo não envolve apenas os aspectos físicos das informações
como cor, tamanho, forma, mas também às questões ligadas aos sentimentos e às emoções. Depois
de processadas as informações pelo encéfalo, uma gama de sensações é memorizada juntamente
com essas informações, podendo ser agradável ou não.

Sabe-se que os cinco órgãos do sentido são ótimos canais para a captação das novas
informações, no entanto eles apresentam algumas limitações. Além disso, as percepções diferem
qualitativamente das propriedades físicas dos estímulos, visto que o sistema nervoso extrai somente
determinadas partes da informação de cada estímulo, enquanto ignora outras, e interpreta esta
informação no contexto das estruturas encefálicas das experiências prévias.

Assim, cores, sons, sabores e odores nada mais são do que criações mentais construídas pelo
encéfalo a partir da experiência sensória. Nada disso existe fora do encéfalo.

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Mesmo que as percepções quanto ao tamanho, forma e cor dos objetos sejam derivadas de
padrões de luz que chegam às retinas, as percepções, ainda assim, parecem corresponder às
propriedades físicas dos objetos. Na maioria das vezes, podem-se usar as percepções para manipular
um objeto e predizer aspectos do seu comportamento,

As percepções não são consideradas como registros imediatos do ambiente externo. Elas
são, na verdade, formadas internamente, com suas limitações que são impostas pelo sistema nervoso
central e por suas habilidades funcionais.

O ambiente externo, maioria das vezes, é distorcido, pois somente as informações que são
realmente filtrado e processado pelo encéfalo conseguem construir uma realidade própria, dentro da
interpretação do próprio sistema nervoso, sempre baseado em capacidades cognitivas.

A realidade do mundo exterior é mediada não só com a ajuda dos órgãos do sentido, mas
também por um imbricado complexo de sistemas que analisa e reanalisa as informações enviadas
para o encéfalo

A Neurociência tem ajudado a educação de várias maneiras, por exemplo:

 Ensino cognitivo, em que os alunos são preparados para aumentar as conexões neurais;
 Horário das aulas, em que se constatou que os adolescentes necessitam mais de descanso
que outras faixas etárias e que suas capacidades cognitivas são muito menores no período
da manhã;
 Variedade no aprendizado, em que incentiva a realização de atividades diferenciadas,
onde os professores pedem aos alunos que resolvam problemas usando múltiplos
métodos e não memorizando apenas uma maneira de solucioná-los;
 Aprendizado personalizado, em que os professores devam realizar atividades que
atendam às necessidades individuais de cada aluno;
 Problemas de aprendizado, em que as pesquisas científicas têm ajudado os alunos
disléxicos a melhorar o desempenho de cada um;
 Diversão em sala de aula, em que comprova a importância do brincar em sala de aula,
uma vez que ajuda o corpo a liberar dopamina e ajuda o cérebro a se lembrar dos fatos
com mais rapidez.
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 A importância do estudo em grupos, em que afirma a necessidade de aprender em grupo
como forma de diminuir a ansiedade e auxilia o corpo a liberar dopamina e ajuda os
alunos a lembrar mais das informações a longo prazo.

A Neurociência é, pois, uma aliada dos professores e não uma nova pedagogia que
visa à resolução de velhos problemas ligados à aprendizagem. Ela contribui com o novo
olhar do educador diante da maneira de ensinar e mostra a ele que a aprendizagem se dá
de forma diferenciada em cada aluno presente na sala de aula, ajudando, assim, a criar
uma educação menos excludente.

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2. NEUROEDUCAÇÃO

O cérebro não é imutável, ele é estruturado de acordo com os estímulos recebidos através
das ações realizadas no dia a dia. Ou seja, a partir da quantidade de estímulos recebidos, o cérebro,
através das conexões neurais, muda o seu comportamento e já não tem mais a mesma estrutura de
outrora.

De posse desse conhecimento, cientistas estudam cada vez mais como se dá o processo de
aprendizagem no cérebro, contribuindo, assim, para a prática educativa de educadores necessitados
de maiores informações acerca desse processo.

A Neuroeducação ainda é um campo recente da ciência, porém a ânsia dos cientistas em


desvendar o comportamento do cérebro com relação à atenção, cognição, motivação, emoção,
aprendizagem, memória e linguagem é tão forte quanto a de cientistas de outras áreas.

Ainda que sejam muitos os temas que interessam aos neuroeducadores, o foco principal é o
papel dos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem, bem como a construção do
conhecimento no indivíduo. Várias são as técnicas utilizadas pelos cientistas para identificar como
se dá a aprendizagem no cérebro humano, uma delas é o imageamento cerebral e a outra, por sinais
elétricos.

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O imageamento funcional cerebral é um exame utilizado para medir a atividade elétrica do
cérebro. É esse exame que permite identificar quais são as doenças que alteram a atividade elétrica
do cérebro, como epilepsia e neoplasia.

Os estudos na área da Neuroeducação já comprovaram o que há muito tempo vem se


discutindo quando o assunto é aprendizagem. Hoje é irrefutável a ideia de que o conhecimento não
se dá de maneira única para todos. E por conta disso, o professor, hoje, é convidado a encarar seus
alunos como seres plurais, dotados de inteligências e habilidades específicas. O educador que não
consegue enxergar a sala de aula como um ambiente diversificado, possivelmente encontrará
problemas ao lidar com esses alunos, pois a diversidade encontrada na sala de aula é uma grande
fonte de enriquecimento da ação pedagógica.

Entender o funcionamento da aprendizagem neural é compreender que ela se dá de forma


individual e personalizada. Sendo assim, aprendizagem não combina com currículo escolar, uma
vez que o tempo da escola institucional não é no mesmo ritmo da sinapse neural. O estudante
precisa aprender ou fingir que aprende os conteúdos que são exigidos.

Dessa forma o estudante segue a vida escolar, muitas vezes apresentando problemas e
dificuldades que nunca serão solucionados, gerando, então, o insucesso escolar e, muitas vezes, até
desistindo de estudar. Quando se fala que aprendizagem é o ritmo de cada um, isso tem estreita
relação com as sinapses neurais que perpassam pelo interesse do cérebro de recompensa e o desejo
do sistema límbico e cognitivo.

Os objetivos educacionais precisam ser repensados, com o intuito de valorizar a


aprendizagem biológica ou sináptica, mas também a subjetiva, a afetiva, a emocional, a social e a
cultural. Os agentes dessas mudanças são os representantes e integrantes envolvidos na escola,
alicerçados pela família.

A aprendizagem desencadeia uma transformação estável e duradora no comportamento e no


nível de conhecimento da pessoa. Essa transformação está relacionada com a experiência e com as
descobertas. Através da experiência novas formas de encarar o mundo, os problemas, as
dificuldades são estabelecidas. É através da aprendizagem que novos saberes são adquiridos e novas
capacidades são desenvolvidas.

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As pesquisas feitas pelos neuroeducadores atestam que a aprendizagem é mais significativa
quando não há interferência de sentimentos desagradáveis no educando. A criança que assiste aula,
livre de problemas de ordem emocional, consegue aprender melhor do que o colega que vai à escola
com inúmeros problemas de ordem sentimental, emocional.

O estresse na sala de aula causa a liberação de adrenalina e cortisol, substâncias que agem
como inibidoras da aprendizagem, alterando a fisiologia do neurônio e interrompendo as
transmissões das informações das sinapses nervosas. Já a aula livre de estresse, em que o professor
desperta o interesse do aluno através das conexões afetivas provocam a liberação de substâncias
ligadas à satisfação, ao prazer e ao humor, como a serotonina e a dopamina.

Sabe-se que a educação informal tem grande relevância na formação do caráter do


indivíduo. Dependendo de como se estabelece a convivência do indivíduo com os familiares, ele
poderá ter um desenvolvimento harmônico ou não.

A educação da criança deve ser baseada no ponto de equilíbrio entre a proibição e


permissão, uma vez que uma educação sem restrições pode trazer consequências drásticas
futuramente. É claro que é inevitável para a criança, diante de tanta proibição, a frustração. No
entanto, até o saber lidar com a frustração é importante para um desenvolvimento saudável. Saber
lidar com as emoções e problemas dos alunos é uma questão de grande relevância na ação docente.

O professor deve estar atento a essa questão e procurar entender o universo do aluno, antes
mesmo de fazer qualquer julgamento e contribuir para a criação de estereótipos. Se o professor tem
um olhar mais apurado e consegue identificar problemas dessa natureza, ele pode estabelecer uma
relação mais afetiva com o discente que apresenta a dificuldade. Assim, detectando o problema e
contribuindo para a solução deste, com certeza, o aluno abrirá caminho para a estimulação de
conexões neurais.

A aprendizagem não pode acontecer baseada na ameaça, mas sim no desafio. Essa é uma
grande contribuição da Neuroeducação para a prática educativa, pois retira o clima de medo que
antes pairava nas aulas e dá lugar ao clima acolhedor, ao diálogo e, principalmente, a atividades que
estimulem a capacidade de raciocínio do aluno.

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Para uma aprendizagem significativa, a aula tem de ser prazerosa, bem-humorada, elaborada
e organizada estrategicamente a fim de atender os movimentos neuroquímicos e neuroelétricos do
estudante. O cérebro é ávido por novas informações. O professor que não instiga seus estudantes à
dúvida e à curiosidade inibe o potencial de inteligências e afetividade no processo de aprender. É
preciso provocar desafios nos estudantes, promover uma aula mais dinâmica:

... utilizar o espaço fora da sala de aula, criar projetos de leitura e escrita, ajudar os
estudantes a preparar discursos, despertar para os debates e elaborar palavras cruzadas.
Devem-se reescrever letras de músicas para trabalhar conceitos, como jogos de estratégias;
usar informações em gráficos; estabelecer linhas do tempo; e proporcionar atividades de
movimentos. Podem-se desenhar mapas e labirintos; conduzir atividades de visualização,
como jogos de memória; permitir a criação, valorizando o ritmo de cada um; designar
projetos individuais e direcionados; estabelecer metas; oferecer oportunidades de receberem
informações uns dos outros; e envolver em projetos de reflexão, utilizando-se de
aprendizagem cooperativa. (RELVAS, 2012, p. 58-59).

O início da aula é primordial para tentar atrair o aluno para a aula, pois o cérebro humano no
início da aula solicita, por meio das conexões neurais, fatos novos, haja vista à produção de
acetilcolina durante a concentração inicial. Essa produção de acetilcolina é responsável por manter
os movimentos das sinapses da célula neural

Outros problemas, como por exemplo, a falta de estabelecimento e manutenção da


motivação, da atenção, da concentração e da ansiedade também contribui, significativamente, para
diminuir a capacidade de realizar novas conexões neurais.

Há alguns princípios básicos que norteiam as pesquisas da Neuroeducação, princípios esses


que receberam influências de outras áreas – Neurociências, Psicologia e Educação - com o mesmo
interesse no processo da aprendizagem.

O primeiro princípio diz respeito à motivação e acredita que estudantes aprendem melhor
quando são constantemente estimulados. O segundo se refere ao estresse; afirma que o estresse
causa danos à aprendizagem. “Tarefas que exigem aprendizado aceleram o nascimento de novos
neurônios no hipocampo, por outro lado, tarefas submetidas a estresse constante, que atrapalha o
aprendizado, nascem menos neurônios” (HOUZEL, 2002, p. 123).

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Outro princípio diz respeito ao tom de voz e afirma que o cérebro já identifica o tom como
ameaçador ou não; a expressão facial da pessoa também é encarada como princípio, uma vez que
orienta o indivíduo a conhecer o ânimo do outro.

Outro princípio interessante está relacionado ao feedback e estabelece como fundamental


para a aprendizagem a necessidade de retomar o que foi visto, estudado. Além desses tem, também
o princípio relacionado à nutrição, em que acredita que o bom desempenho ou não do cérebro está
diretamente ligado a uma alimentação saudável.

Tem ainda o princípio relacionado ao sono que acredita que este tem participação direta na
consolidação da memória. Muitas escolas modificaram o início das aulas do turno vespertino, por
influência dos estudos com sono. Esses estudos comprovaram que o adolescente tem sua capacidade
intelectual diminuída no período matutino.

Aprender é se transformar intrinsecamente por meio de reflexões de atitudes e de


comportamentos. O estudante tem de encontrar significado no que estuda; do contrário, o cérebro,
como fiel escudeiro da aprendizagem significativa, deve encontrar coerência na informação que
recebe, senão deleta.

A Neuroeducação tem se debruçado cada vez mais em buscar respostas para os inúmeros
questionamentos relacionados ao cérebro e ao processo de aprendizagem. Saber, por exemplo, que o
cérebro é um sistema especializado, uma vez que não é possível ser bom em tudo, ou ainda que a
aprendizagem, em parte, se dá pela capacidade do cérebro aprender pela experiência, é um estímulo
para os educadores e uma oportunidade de rever velhos conceitos e melhorar a prática educativa.

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3. PLASTICIDADE NEURAL

A plasticidade neural, também conhecida como neuroplasticidade, é a capacidade que o


cérebro tem de se reorganizar de acordo com os estímulos recebidos do ambiente. Há alguns anos,
acreditava-se que uma vez sofrido algum dano, o cérebro ficaria com sequelas irreversíveis, não
voltando nunca mais a ser o mesmo.

Brandão (2004, p. 97) afirma que:

Em vista da dificuldade em se definir o que vem a ser aprendizagem tem-se optado por um
termo mais geral que é a plasticidade cerebral que se refere a alterações funcionais e
estruturais nas sinapses (zonas ativas de contato) como resultados de processos adaptativos
do organismo ao meio.

Hoje é sabido que o cérebro, dependendo da experiência e dos estímulos que o indivíduo
reserva para ele, renova suas conexões sinápticas e por conta disso, novos comportamentos são
adquiridos, novas habilidades e o desenvolvimento humano se dá, então, num contínuo processo de
estimulação, renovação de neurônios e mudanças de comportamento.

É a plasticidade neural que explica o fato de certas regiões do cérebro substituírem funções
afetadas por lesões cerebrais. Dessa forma, uma área do cérebro lesionada pode perfeitamente ser
recuperada por uma área vizinha. No entanto, a recuperação dessa função lesionada.

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O processo de plasticidade neural possibilita ao indivíduo uma maior eficácia em suas
tarefas, pois a relação que ele estabelece com o meio produz inúmeras modificações no seu cérebro,
permitindo uma constante adaptação e aprendizagem ao longo de toda a vida.

A plasticidade ajuda a amenizar uma adaptação funcional/estrutural do sistema nervoso


central. A aprendizagem é uma plasticidade. Ao lê um livro, ouvir uma notícia no telejornal
executa-se uma atividade capaz de fazer modificações no cérebro.

Quando se assimila um novo conceito/conteúdo é sinal que houve uma modificação em


algum nível sináptico ou estrutural. Esse processo de plasticidade é bastante amplo, envolve vários
aspectos, principalmente na área de formação de novas sinapses, novos contatos e na formação de
novos neurônios.

Dessa forma, vale ressaltar que a plasticidade neural não envolve somente casos de lesões
cerebrais, mas também casos em que há modificações neuroquímicas, sinápticas, do receptor neural,
da membrana e ainda modificações de outras estruturas neurais.

Esse fato é melhor compreendido quando se tem conhecimento acerca do neurônio, da


natureza das suas conexões sinápticas e da organização das áreas cerebrais. A cada nova
experiência do indivíduo, portanto, redes de neurônios são rearranjadas, outras tantas sinapses são
reforçadas e múltiplas possibilidades de respostas ao ambiente tornam-se possíveis.

As conexões sinápticas ocorrem com os neurônios, com a necessidade que eles têm em fazer
novas ligações entre eles. Essa necessidade surge porque os neurônios, ao contrário de outras
células do nosso corpo, não se reproduzem. Essa “falha”, então, é corrigida através dessas ligações,
as chamadas conexões neurais ou conexões sinápticas. Para Houzel (2002, p. 165) “O declínio das
funções mentais com a idade não parece resultar da morte de células nervosas, mas sim da redução
do número de conexões entre elas”.

As sinapses são, então, conexões especializadas que permitem a transmissão de informação


entre os neurônios. Elas são estruturas dinâmicas que governam e moldam o fluxo de informação do
circuito nervoso. Dessa forma, a plasticidade sináptica consiste na capacidade de rearranjo por parte

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das redes neurais, ou seja, perante cada experiência nova do indivíduo, as sinapses são reforçadas,
permitindo a aquisição de novas respostas ao meio ambiente.

Logo, a plasticidade sináptica constitui um dos mecanismos mais importantes da


plasticidade permitindo igualmente que uma lesão em nível da transmissão de informação neuronal
seja recuperada por meio da criação de outras redes neuronais que possam substituir os danos
causados pela lesão.

A criança, ao sofrer uma lesão no cérebro, as células nervosas sadias assumem as tarefas das
que foram destruídas. Isso se chama plasticidade neuronal.

As conexões neurais acontecem desde a mais tenra infância até a idade adulta. Cada
comportamento novo adquirido é fixado no Sistema Nervoso Central (SNC), contribuindo para o
desenvolvimento normal e evolutivo.

A plasticidade cerebral permite que uma determinada função realizada numa área do cérebro
seja desenvolvida em outra área, sem danos maiores. Assim, ela contribui para o aprendizado, para
o desenvolvimento de funções consideradas neuropsicológicas e motoras do indivíduo.

Cinco são os tipos de plasticidade neural: regeneração, plasticidade axônica, dendítrica,


somática e sináptica. A regeneração ocorre, principalmente, no sistema nervoso periférico (SNP).
Esse tipo de plasticidade acontece em um ambiente favorável composto por mielina, que é
produzida pelas células de Schwann. As células de Schwann que determinam o crescimento axonal.

A plasticidade dendítrica é responsável por alterações no número, no comprimento, na


disposição espacial e na densidade das espinhas dendítricas. As espinhas dendítricas são
micropetídeos especiais que possuem íons e pequenas moléculas que são fundamentais para a
transmissão de informações entre os neurônios.

O conceito de plasticidade neural pode ser perfeitamente aplicável à educação, haja vista a
tendência do sistema nervoso em se adaptar diante de situações externas no decorrer do
desenvolvimento infantil, ou na fase adulta, restabelecendo e restaurando funções desorganizadas
por condições patológicas.

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É preciso deixar clara a existência de vínculos dos fenômenos plásticos cerebrais com o
desenvolvimento do sistema nervoso na sua compreensão sócio-histórica-educativa, levando em
consideração a capacidade de resposta compensatória diante não apenas das lesões patológicas, mas
também das influências do ambiente, concluindo-se que a plasticidade cerebral pode e deve ser
encarada por uma infinidade de abordagens, dentre eles a experimental – mais comum -, a
abordagem mais concreta da existência e expressão funcional do sistema nervoso, como por
exemplo, motricidade, percepção e linguagem.

Com relação ao aprendizado, a plasticidade neural é essencial para o desenvolvimento da


aprendizagem, uma vez que permite ao cérebro a capacidade de se renovar, a ponto de tirar de letra
qualquer situação relacionada à aprendizagem.

A plasticidade neural, processo natural do organismo, é primordial para o desenvolvimento


da aprendizagem, bem como para o desenvolvimento das funções neuropsicológicas e motoras do
indivíduo. É preciso ter sempre em mente que o desenvolvimento só é possível através do estímulo
e das conexões neurais, já que os neurônios não se reproduzem, renovam-se.

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4. MEMÓRIA

A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um fenômeno
biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais que funcionam juntos. O lobo
temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo envolvimento com a memória. Ele
está localizado abaixo do osso temporal (acima das orelhas), assim chamado porque os cabelos
nessa região frquentemente são os primeiros a se tornarem brancos com o tempo.

Existem consideráveis evidências apostando essa região como sendo particularmente


importante para armazenar eventos passados. O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que
pode ser a região potencialmente envolvida com a memória em longo prazo.

Nessa região existe um grupo de estruturas interconectadas entre si que parece exercer a
função da memória para fatos e eventos (memória declarativa), entre elas está o hipocampo, as
estruturas corticais circundando-as e as vias que conectam essas estruturas com outras partes do
cérebro.

O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e eventos serão
armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de novidades e com as relações
espaciais.

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A amígdala cerebral, por sua vez, é uma espécie de “conector” do cérebro. Ela se comunica
com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, por meio de suas extensas conexões. Os
estímulos sensoriais vindos do meio externo, tais como: som, cheiro, sabor, visualização e sensação
de objetos, são traduzidos em sinais elétricos e ativam um circuito na amígdala que está relacionado
à memória, o qual depende de conexões entre a amígdala e o hipotálamo, onde as respostas
emocionais provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a aprendizagem,
porque elas ativam outras conexões das amígdalas para as vias sensoriais, por exemplo, o sistema
visual

O córtex pré-frontal exibe também um papel fundamental na resolução de problemas e


planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o córtex pré-frontal esteja
envolvido com a memória, é que ele está interconectado com o lobo temporal e o tálamo.

Vale destacar que a fixação da memória de longo prazo ocorre por meio do ácido glutâmico
ou glutamato: principal neurotransmissor estimulador do sistema nervoso central. A sua ativação
aumenta a sensibilidade aos estímulos dos outros neurotransmissores. É vital para estabelecer os
vínculos entre os neurônios que são a base da aprendizagem e da memória de longo prazo.

A acetilcolina controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas à atenção, à aprendizagem


e à memória. Para garantir que essa informação seja transformada em memória de longo prazo e,
por conseguinte, em aprendizagem, o professor deve permitir que as aulas sejam emolduradas pela
emoção, pois, quando a informação tem significado para a vida e vem pelo caminho da emoção,
jamais é esquecida.

A intervenção pedagógica é capaz de promover processos de pensamento, fazer a relação


entre as informações e situá-las em uma rede mais complexa de significação. Sem dúvidas, as
práticas pedagógicas trazem as metodologias, as estratégias de ensino, os recursos didáticos que
provocam estímulos neurais.

A melhor escola, já é sabido, é aquela que provoca o desafio diante do pensar, que permite o
questionar, que estimula a dúvida, que não oferece respostas prontas para o educando e que, por
fim, acredita que aprender é um ritmo neurofisiológico da célula cerebral em razão de estímulos
desafiantes.

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A memória é uma função do cérebro que tem como objetivo reter informações relacionadas
à experiência do indivíduo, de modo que ao acioná-las, ele seja capaz de responder prontamente.

Sendo a aprendizagem desenvolvida pela aquisição de novos conhecimentos, a memória é,


então, parte fundamental no processo de aprender, uma vez que é ela, a memória, retém os
conhecimentos aprendidos.

Não existe um local exato no cérebro em que a memória se processa. Por ser um fenômeno
biológico e psicológico, que envolve vários sistemas cerebrais trabalhando juntos, a memória
processa-se sem lugar determinado.

As atividades realizadas no dia a dia só é possível devido ao armazenamento das


informações na memória. Assim, cada vez que uma atividade cotidiana precisa ser realizada, o
cérebro busca nos arquivos da memória informações que são codificadas, armazenadas e
recuperadas. Tudo isso feito de uma forma automática, envolvendo vários sistemas cerebrais, o que
faz o cérebro ser um órgão altamente complexo.

Atividades como andar de bicicleta, cozinhar, andar, nadar, tocar um instrumento musical,
aquisição de uma nova língua não aconteceriam da forma que acontecem se não fosse a memória.
Sem ela, seria necessário reaprender fatos e habilidades diariamente.

O registro é processo fundamental para quem deseja se lembrar de algo. Uma vez registrada
na memória, há uma entrada de dados nela e consequentemente o seu armazenamento. Quando não
há esse registro, seja por falta de atenção ou por falta de concentração, não há armazenamento de
dados e por conta disso não existirá nada para ser lembrado, conhecido como o famoso “branco”.

Esse armazenamento de dados é conhecido como retenção. Uma retenção eficiente se dá


quando as informações são colocadas nos arquivo da memória através de indexadores ou outros
mecanismos, de forma que as informações não sejam apenas lançadas no “banco de dados” da
memória sem qualquer correlação.

Por conta disso, alunos mais organizados possuem uma capacidade de retenção maior que os
alunos não organizados. É papel, então, do professor em parceria com os pais, incentivar a

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organização dos discentes, contribuindo, assim, para a ampliação da capacidade de retenção de
informações aprendidas.

Outras formas de melhorar a capacidade de retenção: através do interesse, da observação,


associação e repetição. Dessa forma, parece válido que o professor, ao fazer o seu planejamento de
aula, elabore atividades, levando em conta os processos mencionados.

Em contraponto à retenção, existe a recuperação. Esta diz respeito à capacidade que o


cérebro possui em retirar da fase de retenção da memória informações que serão utilizadas. Quando
existe uma efetiva retenção, não existe nenhuma dificuldade em executar o processo conhecido
como recuperação.

Existem dois tipos de memória: a memória ativa de curto prazo e a memória permanente de
longo prazo. A memória ativa de curto prazo pode ser considerada como uma memória descartável,
pois não fica retida na memória. São pedaços de informações que tão logo são usados, saem da
mente cedendo espaço para novas informações.

A memória permanente de longo prazo, ao contrário do que muita gente imagina, não está
relacionada a episódios que aconteceram há muitos anos. Ela diz respeito a qualquer tipo de
informação que não mais está no consciente do indivíduo, muito menos na memória ativa de curto
prazo. A memória permanente de longo prazo está armazenada nos arquivos de memória da mente
para que as informações lá armazenadas possam ser recuperadas ou recordadas tão logo necessite.

Apesar de saber que a memória está relacionada com as conexões neurais, é sabido, também,
que quanto mais se pensa nas experiências vividas, maior é a capacidade de se lembrar delas, por
conta disso existem algumas técnicas de memorização que trabalham com essa questão.

Uma delas é a repetição. Técnica ligada à repetição de assuntos, palavras, números, quantas
vezes for necessário até que sejam efetivamente aprendidos. Outra técnica é a de imagens mentais,
indicada para quem tem a chamada memória visual. Esse recurso de imagens mentais consiste em
utilizar imagens impactantes, de forma que cause uma grande impressão na memória.

Quando uma pessoa tem certa familiaridade com um determinado espaço e a utiliza como
forma de recordar alguma informação, essa técnica é conhecida como técnica dos espaços.

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A técnica da palavra-chave consiste em associar uma determinada informação a uma
palavra-chave, de modo que ao utilizar essa palavra-chave venha à tona um raciocínio completo e
até uma matéria inteira. Quando se tem uma facilidade em recordar números, a associação de
números a outras informações é uma alternativa para quem deseja se lembrar de uma grande
quantidade de informações. Essa técnica é chamada de técnica dos números.

Outro método de memorização muito utilizado para trabalhar com crianças é o de rimas e
jogos. Esse método é eficaz para o tratamento com as crianças, uma vez que está associado à
afetividade. Ao relacionar uma palavra a outra que soa de forma parecida, a criança consegue
memorizar com mais facilidade se assim não fizesse.

É a memória uma grande aliada da aprendizagem. Uma vez armazenadas, de forma eficaz,
informações nos arquivos da memória, elas são retidas e com isso, o indivíduo aprende, de fato o
que foi visto, estudado, lido. Revitalizar o cérebro através da memória é sempre uma importante
maneira de assimilar novas informações.

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5. NEUROAPRENDIZAGEM E COGNIÇÃO

A aprendizagem é possível a partir do momento que o cérebro consegue reagir aos estímulos
recebidos do ambiente, aumentando, assim, as conexões entre os neurônios ou conexões sinápticas.
Essas conexões, então, ficam responsáveis pelo processamento das informações no imbricado
sistema neural.

Cognição diz respeito à aquisição do conhecimento. Já o conhecimento é o conjunto de


informação que são adquiridas ao longo do tempo através das experiências vividas.

Neuroaprendizagem, então, está relacionada ao processo de desenvolvimento da


aprendizagem no cérebro, de forma que possibilite a aquisição de conhecimentos, proporcionando a
inteligência no indivíduo.

Inúmeros estudos foram feitos para desvendar os segredos do cérebro e tentar entender como
ele funciona e como as novas informações aprendidas podem ficar retidas mais facilmente na
memória do indivíduo.

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A Neuroaprendizagem, então, surgiu como uma necessidade de implementar técnicas de
aprender e estratégias de armazenar, de forma eficaz as informações na memória. Essas técnicas,
estratégias, métodos são formas de utilizar o cérebro como um todo, utilizando os dois hemisférios
cerebrais.

Os dois hemisférios cerebrais são ligados por uma complexa cadeia de fibras nervosas. Essa
cadeia de fibras está ligada a diferentes tipos de atividades mentais, sendo que o córtex esquerdo
está ligado à lógica, ao raciocínio, às palavras, números. Já o córtex direito está relacionado com o
ritmo, as imagens, as cores e as artes. Utilizar os dois cérebros simultaneamente é essencial para
quem deseja ser especialistas em diversas áreas.

Um conjunto simultâneo de informação e aluno em estado de relaxamento alerta são teorias


defendidas pela Neuroaprendizagem. Nada de alunos, passivos, só ouvindo informações para depois
repeti-las, através do famigerado método decoreba.

Durante a década de 70, um importante professor e pesquisador, mundialmente reconhecido,


Tony Buzan, desenvolveu uma técnica de aprendizagem conhecida como mapas mentais. Essa
técnica consiste em fazer um resumo do que foi lido, estudado e colocar as ideias principais em
forma de palavras chaves, com a ajuda de desenhos e cores.

Numa imitação da teia de aranha (teia ou radial divergente) a ideia principal do texto é
colocada no centro de uma folha em branco, não pautada, e as outras ideias ligam-se à central
através de ramificações. Cada palavra chave precisa estar associada a um desenho, bem como
pintada com cores diferentes e chamativas.

Um ensino pautado no aumento das conexões sinápticas modifica sobremaneira a função


cerebral do indivíduo. Cabe, então, à escola desenvolver um currículo baseado nos estudos da
Neurociência e da Neuroaprendizagem. O professor, o método de ensino, o contexto em que o aluno
está inserido na sala de aula, família e comunidade também são responsáveis pela alteração das
conexões neurais.

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6. NEURÓBICA

A neuróbica é uma ginástica neural que tem como objetivo estimular novas conexões entre
os neurônios através de exercícios que fujam de ações rotineiras, responsáveis pelo atrofiamento do
cérebro. Ela foi projetada com o intuito de mantê-lo saudável e ágil, de forma que possa criar novos
e diferentes padrões de atividades do neurônio.

Ela surgiu com a intenção de tratar pacientes idosos, a fim de evitar doenças degenerativas,
próprias da idade. Atualmente, a neuróbica não é mais utilizada apenas em tratamentos com idosos;
crianças podem praticar para melhorar a nota na prova, adolescentes podem fazer para não dar o
famoso “branco” na hora do vestibular, adultos para eliminar o estresse e aumentar a produtividade
no ambiente de trabalho, todos que desejam investir no aumento da capacidade de memorização e
de superação devem fazer a ginástica cerebral.

Lawrence Katz, neurocientista, investigador do instituto médico norte-americano Howard-


Hughes e o médico indiano Paul E. Denninson, PhD em Educação pela Universidade da Califórnia,
foram os idealizadores dos exercícios para os neurônios, cada exercício com um com um propósito.
Katz é o autor do livro Mantenha seu Cérebro Vivo e propagador da máxima “cérebro: use-o ou
perca-o”.

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O objetivo da neuróbica é estimular os cinco sentidos de modo que o indivíduo passe prestar
mais atenção nas suas ações, melhorando, assim, seu poder de concentração, bem como uma
memória mais ativa. Não se trata de acrescentar à rotina hábitos e atividades diferentes, mas sim de
fazer de forma diferente exercícios típicos do dia a dia. Os exercícios da neuróbica oferecem ao
cérebro a possibilidade de combinar os cinco sentidos, além dos “sentidos” de caráter emocional e
social.

Há muito tempo, acreditava-se que o cérebro nascia com uma quantidade de neurônios e
com o decorrer do tempo esses neurônios desapareceriam. Atualmente, a ciência nos revela que
novos neurônios nascem com frequência no cérebro adulto, mais precisamente no hipocampo.

O hipocampo é o lugar no cérebro em que neurônios novos nascem constantemente. É ele o


responsável pela formação de novas memórias, ou seja, ele está diretamente ligado à aprendizagem.
O hipocampo é responsável por transmitir informações novas para os bancos de memórias. (Coll,
2004, p. 35).

Tem-se estudado como se dá a aprendizagem e é sabido que a aprendizagem na criança se dá


por observação e por investigação do mundo. Quanto mais a criança explora as coisas do mundo,
mais ela é capaz de pensar e compreender. A aprendizagem se dá através de conhecimentos,
informações úteis que são agregados ao cérebro, permitindo assim a atividade cerebral: as conexões
neurais ou conexões sinápticas.

É necessário que a criança crie um sentimento positivo em relação a si mesma, pois uma
criança segura de si e que se sente útil aprende com mais facilidade e o processo de ensino
aprendizagem está garantido. É importante também aumentar o vocabulário da criança, de modo
que ele ordene com mais facilidade o seus pensamentos e, ainda, valorizar o desenvolvimento do
raciocínio lógico.

O cérebro adora atividades diferentes, dessa forma, novas conexões neurais são formadas e
consequentemente o volume de informações no cérebro. Portanto, quanto mais atividades forem
realizadas, mais conexões sinápticas o cérebro fará. Nada de ficar na mesmice, sem tentar novos
desafios, novas formas de encarar a vida. O importante é sair do ócio e da rotina.

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Ao executar uma atividade de rotina, a pessoa não se concentra no que está fazendo, uma
vez que tal atividade é mecânica, sem esforço de concentração. Ao realizar exercícios que saiam da
rotina, o indivíduo “obriga” o cérebro a pensar somente no que está fazendo, ou seja, sua
concentração na atividade é bem maior.

A neuróbica surge como uma possibilidade de exercitar o cérebro para que as conexões
neurais não caiam. Assim como o corpo precisa de exercícios físicos para se manter saudável, o
cérebro também necessita de exercícios para se manter “ativo”.

Os exercícios referentes à neuróbica usam os cinco sentidos para estimular a tendência


natural do cérebro de formar associações entre diferentes tipos de informações (HOUZEL, 2002, p.
165). Dessa forma, caminhar de costas, escrever com a mão direita, comer uma banana com
catchup, vestir a roupa com os olhos fechados são exercícios que fogem à rotina e possibilitam uma
maior concentração do cérebro.

Apesar de não ter nenhum embasamento científico que ateste a sua eficácia, vários
programas de exercícios são utilizados por diferentes tipos de pessoas com o intuito de melhorar a
capacidade cerebral. Dentre esses exercícios, alguns são muito simples:

 Usar o relógio de pulso no braço direito;


 Andar pela casa de trás para frente;
 Vestir-se de olhos fechados;
 Comer comidas diferentes;
 Ler ou ver fotos de cabeça para baixo;
 Olhar as horas no espelho;
 Escrever ou escovar os dentes usando a mão esquerda;
 Quando for trabalhar, fazer um trajeto diferente do qual está acostumado;
 Usar o mouse com a mão contrária;
 Fazer uma atividade física que nunca pensou em realizar;
 Utilizar o dicionário para aprender uma palavra nova a cada dia;
 Ouvir as notícias no rádio ou na televisão e durante o dia anotar os principais pontos
que se lembrar;

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 Ler uma palavra e pensar em outras cinco que comecem com a mesma letra;
 Memorizar a lista de compras em vez de anotá-la no papel;
 Escolher uma fotografia em uma revista e escrever 25 adjetivos relacionados à
imagem escolhida;
 Selecione uma frase de um livro e tente formar uma nova frase com as mesmas
palavras;
 Pedir uma comida num restaurante e tentar adivinhar os ingredientes dela antes
mesmo de comê-la;
 Comprar um quebra cabeça novo e tentar montar o mais rápido possível,
cronometrando o tempo;
 Entrar numa sala e perceber quantas pessoas estão do lado direito e quantas estão do
lado esquerdo;
 Entrar num ambiente qualquer e observar quais os objetos que estão presentes.
Depois de um tempo tentar identificar a posição de cada objeto.

Ao fazer esses exercícios o indivíduo aumenta o poder de concentração, de memorização,


além de aliviar o estresse, melhorar a coordenação motora, rapidez de raciocínio e estimular a
criatividade. Percebe-se, então, que inúmeros são os benefícios oferecidos pela neuróbica.

Qualidade de vida também é fundamental para quem precisa manter a mente afiada. Um
estilo de vida mais tranquilo, longe de estresse, longe de bebidas alcoólicas, cigarro, drogas, noites
perdidas, alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e muita disposição.

Sair da zona de conforto não é fácil, mas quando se tem em mente que essa zona não ajuda o
cérebro a manter-se vivo, apenas limita-o, a necessidade de tornar esse cérebro mais ativo faz-se
latente e surge a vontade de praticar a neuróbica. Faz-se mister divulgar sobre essa ginástica neural
a fim de que uma quantidade maior de pessoas possam se beneficiar com a neurofitness.

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CONCLUSÃO

Os estudos científicos relacionados ao funcionamento do cérebro surgem como aliados do


processo ensino-aprendizagem e melhora na prática educativa e, consequentemente, com função
social da escola. Estudar mecanismos complexos como o da aquisição de conhecimento, retenção
de informação na memória são estudos que facilitam a vida daqueles envolvidos no processo
educacional.

Os professores ganham com esses estudos porque passam a conhecer questões nunca antes
estudadas, só mesmo vivenciadas na prática educativa. Baseado nos novos estudos acerca do
funcionamento da mente humana e como se processa a aprendizagem nela, o professor pode
vislumbrar em seu planejamento escolar formas de concretizar as pesquisas feitas, melhorando,
assim, a sua forma de ensinar.

Os alunos ganham também com essas novas pesquisas referentes ao cérebro e seu
funcionamento porque passam de sujeitos passivos no processo ensino-aprendizagem para sujeitos
ativos. São os educadores que se tornaram agora o foco do processo, então, os estudos são em cima
de como chegar ao aluno e aumentar as conexões neurais deles, de forma que não percam o desejo e
a vontade em aprender.

Neurociência, Neuroeducação, Neuroaprendizagem são ramificações da ciência que


possuem a aprendizagem como objetivo de estudo e todos os envolvidos nesse processo. O
professor que se especializa em uma dessas áreas adquirirá conhecimentos relevantes a serem
utilizados em sala de aula, contribuindo, assim, para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

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