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Universidade de Brasília

Instituto de Ciência Política


Introdução a Ciência Política - Turma M
Docentes: Marília Souza Oliveira e Pablo Holmes Chaves
Discente: Gustavo Souza Trindade
Matrícula: 190014130

01)

Para LFM a falta do sentimento de representação é a crise que está posta e ela é
formada por três fatores: queda no comparecimento eleitoral, onde cita como exemplo os
EUA.

O comparecimento às eleições presidenciais oscilou entre 58,3% e 63,1% da população em idade de votar
entre 1952 e 1968; a partir daí, inicia uma curva francamente descendente, alcançando o mínimo de
47,2% em 1996 (e 51,2% nas últimas eleições, em 2000). Nas votações para o Congresso, o índice é
sempre sensivelmente menor.1 Diante disso, os cerca de 70% das eleições gerais holandesas de 1998
parecem invejáveis, mas se trata do menor comparecimento do pós-guerras, num país em que, até 1986, a
participação eleitoral ficou abaixo dos 80% em um único pleito, chegando, por vezes, a superar os 90%.
(MIGUEL, Luis Felipe. REPRESENTAÇÃO POLÍTICA EM 3-D: Elementos para uma teoria ampliada
da representação política. REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS, Brasília, v. 18, n. 51, p.
124-124, fev/2003.)

Portanto, para ele a queda do comparecimento eleitoral indica desinteresse e falta de


esperança com os mecanismos democráticos. Além disso, outro fator encontra-se no
esvaziamento dos partidos políticos e o Brasil talvez seja o maior exemplo de como isso se
mostra verídico, uma vez que os 33 partidos presentes no nosso cenário eleitoral pouco ou
nada tem de diferentes de dezenas de outros, salvo raras exceções, o que acaba por minar a
confiança da população nesse tipo de organização. Juntamente com o último fator citado, a
desconfiança e, por vezes, o ódio deflagrado contra as instituições democráticas, tal qual o
legislativo e executivo, cena que a cada dia fica mais real.

2)

A nova esquerda é uma inquirição dos modelos tradicionais de sociedade pensados


pelos pilares tradicionais da esquerda tal qual Karl Marx e Lênin, propondo um pensamento
mais liberal e conciliador com as ideias da democracia direta, fazendo assim, uma esquerda
mais palatável e ajustável aos gostos da população. Desse modo, os três pensadores citados
possuem um ponto de vista convergente e próximo em relação a democracia participativa,
com poucas diferenças, focando suas argumentações na elaboração de um sistema social mais
justo e participativo, no qual o maior número possível de cidadãos possa opinar sobre as
questões centrais que lhes afetam. (HELD, 1997)

Portanto, apesar das similaridades, os autores apresentados possuem algumas


diferenças no seus conceitos de democracia participativa, Poulantzas buscou uma maneira de
unir os principais fundamentais do marxismo e do liberalismo uma vez que acreditava que a
democracia popular mostra-se frágil e, por vezes, decadente, necessitando-se de um encontro
com as instituições da democracia representantiva (HELD, 1997). Macpherson, por
conseguinte, passa por um processo de reformulação da democracia liberal, ou seja, busca
reciclar e autenticar uma teoria falida e sem apelo democrático pelos princípios participativos
e populares da democracia participativa, (HELD, 1997) teve um foco também na questão de
regulação popular do estado, além disso a democracia direta e reformulação dos partidos
políticos são temas do seu interesse e que compuseram seu pensamento. Pateman considera a
impossibilidade de se estender a democracia participativa a diversos setores da vida pública,
devendo-se manter certos sistemas da democracia participativa inalterada, para ela “Muitas
das instituições da democracia liberal – partidos, concorrentes, representantes políticos,
eleições periódicas – serão elementos inevitáveis de uma sociedade participativa” (HELD,
David. “Participação, liberdade e democracia”. Modelos de Democracia. Belo
Horizonte: Paideia, 1987, p. 234)

3)

O efeito carona, para o autor é “uma vez que o resultado da ação coletiva é um bem
público que pode ser aproveitado por todos, independentemente da participação anterior, o
indivíduo é tentado a abster-se de contribuir, na expectativa de que outros se empenharão em
seu benefício.” (HIRSCHMAN, 1993). Ou seja, o indivíduo racional, por muitas vezes, se
absterá do trabalho, enquanto outros o fazem por ele. Como exemplo cotidiano nós temos as
praças de alimentação dos shoppings, onde muitos não levam nem a própria bandeja para o
local de descarte, pois sabem que outra pessoa terá de limpar aquilo.

O efeito impacto demonstra as consequências que ações danosas do passado tem na


tomada de decisões no pressente. (HIRSCHMAN, 1993). Politicamente falando, este efeito
faz-se bastante presente. A última corrida presidencial no Brasil nos mostrou isso, com a
chegada de um presidente que apoiou sua campanha no sentimento de ódio nutrido pelos
eleitores aos governos antigos.

O fenômeno de romaria ocorre quando o custo vale o benefício. (HIRSCHMAN,


1993), como quando estamos doentes e continuamos a realizar os trabalhos da faculdade.

Referências

HELD, David. “Participação, liberdade e democracia”. Modelos de Democracia. Belo


Horizonte: Paideia, 1987
HIRSCHMAN, Albert O. De Consumidor a Cidadão: atividades privadas e participação
na vida pública. São Paulo: Brasiliense, 1993, p. 84-129
MIGUEL, Luis Felipe. “Representação Política em 3-D: elementos para uma teoria
ampliada da representação política”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.18, nº 51,
p. 123-140, 2003.

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