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JUSTIFICATIVA
A antropologia urbana se caracteriza, em grande medida, por uma etnografia das ruas,
das zonas residenciais, das casas, das vidas, das relações e das mais variadas
experimentações na/da cidade. Desde o mês de março de 2020 vivemos tempos
impreciso e diferentes: cotidianos alterados, sensações de vidas suspensas, cenários
de injustiça social, desigualdades, dores, perdas e o receio quase que cotidiano de um
vírus que se tornou pandêmico alterando a ordem social, as relações pessoais, as
formas de comunicação e de interação. As vivências nos espaços urbanos sofreram
grande alteração e estão tendo que se inventar/reinventar com a emergência da
Covid19 e sua demanda por isolamento social de parte da população. Nesse momento,
a urgência e importância da escrita e do registo etnográfico nessas e dessas vivências
urbanas se faz latente. Mas também, as etnografias já iniciadas ou que estavam prestes
a iniciar, e que não estavam preparadas para esse remodelamento urbano, tiveram que
ser repensadas/adaptadas/criadas.
Este curso livre se propõe a pensar a respeito das pesquisas urbanas criadas/recriadas
em tempos pandêmicos da Covid19 e também ousa discutir e produzir novas e velhas
possibilidades de registro etnográfico nas bordas da pandemia que nos assalta. Os
registros podem ser vários: refletidos, teorizados, auto-etnográficos, artísticos,
imagéticos, sonoros, híbridos... Importa em nossas reflexões e produções o que nos
afeta e o que afeta aquilo e aquelas/es que temos a possibilidade de ir acompanhado,
vendo, escutando e sentindo. Uma apreciação de etnografias multi-situadas e,
necessariamente, plurais.
EMENTA
Pandemia COVID19, isolamento social e etnografia. Pesquisas urbanas e fronteiras
digitais. Registros etnográficos e novas tecnologias. Experiências etnográficas na/da
pandemia.
OBJETIVO
O objetivo é estabelecer um espaço de diálogo com as/os discentes acerca do momento
atual da pandemia Covid19 e, a partir daí, pensar as etnografias urbanas anteriormente
realizadas com o uso de tecnologias digitais, as etnografias que estão tendo que se
readaptar metodologicamente para um uso mais intenso da internet como campo de
pesquisa (diante das restrições físicas necessárias para a contenção da pandemia),
mas também, objetiva-se pensar as etnografias que estão sendo direcionadas a
entender o contexto urbano em suas experimentações e vivências em tempos
pandêmicos.
METODOLOGIA
- Apreciação e debate de artigos científicos, relatos de experiência, imagens e sons que
tratem da temática e que possam provocar tanto reflexões teóricas, quanto
experimentações etnográficas.
- Serão realizadas 10 atividades Síncronas (marcadas com a letra “S”) e 10 atividades
Assíncronas (marcados com a letra “A”).
- As atividades Síncronas serão gravadas e posteriormente disponibilizadas (google
drive) para atender quem não pôde participar simultaneamente.
- Serão disponibilizados pela professora previamente (google drive) materiais textuais e
audiovisuais que servirão de apoio didático para o curso.
- Em alguns dos encontros síncronos, teremos convidades.
- Para as atividades Assíncronas, a professora estará disponível para orientações (caso
sejam necessárias) em horário a combinar com cada discente.
CRONOGRAMA/PROGRAMAÇÃO
FERRAMENTAS DIGITAIS
- Para as atividades Síncronas serão utilizadas a plataforma Google meet de acordo
com o cronograma do curso.
- Para a disponibilização do material didático do curso será usada a ferramenta Google
drive.
Para validar as atividades Assíncronas, será necessário o envio das atividades à
professora para serem validadas como carga horária cumprida pela/o discente.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
- Tratando-se de curso livre, a avaliação se dará pela assistência aos encontros e/ou
pelo acesso aos conteúdos disponibilizados on-line. Será encaminhado um
instrumento de avaliação, através da ferramenta Questionário do SIGAA, contemplando
questões acerca das considerações dos/as alunos/as sobre o curso livre, em especial
sua dinâmica e conteúdos contemplados.
- A/o discente precisará de participação em 70% do curso para ser certificado e ser
computada a carga horária.
REFERÊNCIAS
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tempos de pandemia, 2020. Disponível em: https://confinaria.hypotheses.org/ acesso
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KRENAK, Ailton. A vida não é útil. Companhia Das Letras, 2020.
___________. RIBEIRO, Sidarta. Mesa 6: Sonhos para adiar o fim do mundo. Live:
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____________________. Antropologia a contas gotas – Dores, Ausências e formas
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