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A CRIAÇÃO

2.1 As DUAS ÁRVORES SÂO DOIS ESTILOS DE VIDA

Deus plantou grande número de árvores no Jardim no Éden, mas “no meio do jardim”, isto é,
num lugar de especial proeminência, plantou duas árvores: a árvore da vida e a árvore do
conhecimento do bem e do mal. Adão foi criado inocente, não tinha conhecimento do bem nem
do mal. E Deus o colocou no jardim, dizendo com efeito: “Ora, o jardim está cheio de árvores
repletas de frutos, e podes comer livremente do fruto de todas as árvores. Mas, no meio do
jardim, há uma árvore chamada árvore do conhecimento do bem e do mal cujo fruto não deves
comer porque, no dia em que o fizeres, certamente morrerás. Mas, lembra-te, o nome da outra
árvore, ao pé dessa, é árvore da vida”.

Qual é, pois, o significado dessas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente
neutro - nem pecador, nem santo, mas inocente - e Deus colocou essas duas árvores no jardim
para que ele pudesse pôr em prática a faculdade de “livre escolha” da qual era dotado. Podia
escolher a árvore da vida, ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora tivesse sido proibido a Adão, não é mau em si
mesmo. Sem ele Adão estava limitado e não podia, por si mesmo, decidir em questões de ordem
moral. O julgamento do que era certo e bom não lhe pertencia, e sim a Deus, O único recurso de
Adão, quando tinha que encarar qualquer problema, era remetê-lo a Deus. Assim, havia no
Jardim do Éden uma vida que dependia totalmente de Deus.

Essas duas árvores representam, portanto, dois princípios profundos; simbolizam dois planos
de vida, o divino e o humano. A árvore da vida é o próprio Deus, porque Deus é vida, a mais
elevada expressão de vida, bem como a fonte e o alvo da vida. O que representa o seu fruto?
Nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer o seu fruto.
Ninguém é capaz de receber Deus como Deus, mas podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O
fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com
devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus em forma recebível: Deus, em
Cristo, pode ser recebido por nós.

Se Adão tomasse da árvore da vida, participaria da vida de Deus e se tornaria um “filho” de


Deus, no sentido de ter em si mesmo vidas derivada de Deus. Teríamos então a vida de Deus em
união com o homem: uma raça de homens tendo em si a vida de Deus e vivendo em constante
dependência dele. Se, por outro lado, Adão se voltasse na direção contrária e tomasse do fruto da
árvore do conhecimento, desenvolveria a sua própria humanidade, de forma natural e separada de
Deus, conquistando o direito de formar opiniões independentemente de Deus. Não teria, porém, a
vida divina em si mesmo.

Adão escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, tomando assim uma posição de
independência. A história da humanidade é o resultado da escolha que Adão fez. Assim, em
Adão, todos nos tornamos pecadores dominados por Satanás, sujeitos à lei do pecado e da morte
e merecedores da ira de Deus. A escolha de Adão é a razão da cruz.

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