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Índice

Introdução...................................................................................................................................................3
1. Aprendizagem Integrada......................................................................................................................4
2. Interactividade pedagógica..................................................................................................................5
3. Construção da aprendizagem...............................................................................................................6
3.1. Factores que influenciam a construção da aprendizagem.....................................................................8
Conclusão..................................................................................................................................................10
Bibliografia................................................................................................................................................11

Introdução
Este trabalho, de natureza avaliativa, faz uma abordagem em torno de três pontos a saber:
“aprendizagem integrada, interactividade pedagógica e construção de aprendizagem”. Estes
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pontos relacionados com a Didáctica da Literatura remetem-nos a uma reflexão aprofundada


sobre a aprendizagem em relação à literatura.

Deste modo, o trabalho faz uma abordagem que obedece a organização dos pontos já
apresentados, começando pelo primeiro, passando pelo segundo ate ao último.

Importa salientar que a fundamentação deste trabalho esteve a luz de diversas obras que estão
listadas na página de referência bibliográfica.
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1. Aprendizagem Integrada
Aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência
construída por factores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais.

Integrar, por seu turno, é visto como todo aquele  processo em que um determinado elemento se
incorpora a uma unidade maior.

Falar da aprendizagem integrada é o mesmo que falar da educação inclusiva, aquela que toda a
humanidade tem direito ou é o mesmo que falar de todos componentes que permitirão que a
aprendizagem favoreça à todos, independentemente das suas necessidades educativas especiais.
É uma espécie de aprendizagem que, busca a todo custo, estabelecer uma aprendizagem para
todos.

O artigo 88 da Constituição da República garante que “Na República de Moçambique a educação


constitui direito e dever de cada cidadão”. (p.26)

Neta ordem, esta plasmado na lei que a educação deve ser estendida para todos sem nenhuma
excepção.

Pintor (2018, p. 21), no seu relatório intitulada ”A valorização da diversidade cultural como
elemento potenciador da aprendizagem integrada e contextualizada”, afirma que a educação é
imprescindível ao desenvolvimento do ser humano, quer a nível pessoal, como social por
contribuir para o seu desenvolvimento como ser individual e enquanto membro de uma
comunidade local e global marcada por diferenças linguísticas e culturais. A UNESCO, por sua
vez, afirma que “todos os seres humanos, mesmo sendo diferentes e diversos, nascem e
permanecem iguais em direito” (UNESCO, 1998, p. 21) sendo visível a partir de discursos
políticos, convenções e outras acções que o direito à educação se afigura como uma prioridade.

Na abordagem acima, é evidente

Uma aprendizagem integrada é mais atractiva e eficiente do que aquela em que cada componente
curricular é ensinado isoladamente.
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Para Figueiredo (2011) “é importante que a planificação do professor contemple uma diversidade
de materiais, de modo a proporcionar o desenvolvimento de todas as capacidades e
competências, indo de encontro aos vários perfis de aprendentes” (p. 11).

A ideia acima é baseada na existência de vários tipos de aprendizagem, e traz uma reflexão de
que é preciso fazer uma composição de todos tipos numa única aula de modo a permitir que a
matéria seja assimilada por todos, visto que existem diferentes tipos de alunos e a sua percepção
é facilitada por um determinado tipo de aprendizagem. Portanto, a ideia de incorporar todos tipos
numa matéria, visa permitir a integração de todos alunos.

Noutra vertente, é preciso fazer tudo por tudo para que a escola seja inclusiva, isto é, permitir
que todo o aluno se sinta a vontade nela. Esta tarefa permitira que diferentes culturas se cruzem
num determinado espaço chamado escola sem que haja nenhum choque.

Tornar uma escola para todos não é uma tarefa fácil, é uma tarefa em que implica que
ultrapassemos rotinas e velhos procedimentos escolares, criando um clima não só aberto ao
diálogo, como ao respeito e valorização pela diversidade que leve o aluno/criança a questionar-se
e contestar os saberes e as práticas sociais, tornando-o consciente dos múltiplos interesses que,
por vezes, não respeitam os ideais democráticos (Peres, 2000, p. 125).

2. Interactividade pedagógica
Numa abordagem muito simples, a interactividade seria uma actividade que envolve uma
interacção, isto é, um tipo de acção que ocorre entre duas ou mais entidades quando a acção de
uma delas provoca uma reacção da outra ou das restantes.  

Assim, acerca da interacção educacional ou pedagógica, Romiszowski (1993) refere a existência


de quatro modelos, (como citado por Bidarra, numa pesquisa intitulada “Aprendizagem
Multimédia Interactiva”):

 A formalização de uma relação professor-aluno baseada num processo expositivo e


demonstrativo clássico. O aluno tem de seguir um programa estabelecido pelo professor
enquanto este corrige e avalia o desempenho do aluno.
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 A extensão da situação anterior: o professor facilita ao aluno recursos didácticos


alternativos, com base em tecnologias de comunicação educacional adequadas a cada
caso.
 A apropriação de conhecimentos passa a ser dirigida pelo aluno cabendo ao professor o
papel pontual de orientador e fonte de recursos. É o caso típico dos modelos de e-learning
convencionais.
 Para além da situação anterior, a comunicação passa a um nível superior em que os
recursos e as sugestões do professor estão de acordo com a especificidade da matéria a
ser tratada e do perfil cognitivo do aluno.

3. Construção da aprendizagem
Werneck (2006, p. 176) sublinha que considera-se como construção o ato de construir algo, e,
como ato ou acção a terceira fase do processo da vontade.
Ele avança ainda que o termo construção aplicado à educação pode ser entendido em dois
sentidos:
 Como constituição do saber feita pelo estudioso, pelo cientista, pelo filósofo resultante da
reflexão e da pesquisa sistemática que leva a novos conhecimentos. Nesse sentido,
construíram-se e constroem-se através do tempo, os conteúdos da Física, da Química, da
Biologia, da Medicina, [...]. O homem não “descobre” o conhecimento pronto na
natureza, mas relaciona os dados dela recebidos constituindo os saberes. A ciência é o
resultado desta elaboração mental, da reflexão, do estabelecimento de relações, da
observação de causas, de consequências, de continuidades, de contiguidades, de
oposições, [...]. Pode-se, portanto entender a construção do conhecimento como a
constituição dos saberes que resulta da investigação filosófico-científica.
 Outra possibilidade de compreensão da ideia de “construção” do conhecimento refere-se
apenas ao modo pelo qual cada um apreende a informação e aprende algum conteúdo.
Neste caso, o sujeito não propriamente “constrói” o saber, somente apropria-se de um
conhecimento já estabelecido. O conteúdo é passado pelo ensino, já pronto e definido
embora sempre passível de modificações, e cada um vai apreendê-lo de modo semelhante
mas não idêntico.
A construção é a constante busca de fazer ou construir alguma coisa.
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A construção de aprendizagem vai ser tudo aquilo que busca, num indivíduo, despertar interesse
extremamente relacionado com a aquisição de novos conhecimentos em prol do
desenvolvimento psicopedagógico.

Vejamos o texto abaixo, da autoria de Pontes, extraído no artigo sobre “A Construção da


Aprendizagem”
Reflexões acerca do papel do psicopedagogo nas instituições educacionais
"O estudo da gramática não faz poetas.
O estudo da harmonia não faz compositores. 
O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas.
O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. 
Educadores não podem ser produzidos. 
Educadores nascem. 
O que se pode fazer é ajudá-los a nascer."

Muitas têm sido as teorias e discussões correntes na contemporaneidade que buscam lançar luz e
compreensão, acerca dos processos, mitos e certezas que envolvem a acção de aprender.

Acção dinâmica, criadora e prazerosa, intimamente determinada pelo desejo de conhecer do


sujeito que a realiza. Mas o desejo é enigma particular e inacessível à racionalização humana.
Demanda cuidadosa tradução, mas permite um hiato eterno no texto que se decifra – o desejo
quer tudo e nada o sacia.

Partindo do pressuposto que são várias as razões que determinam o sucesso ou o “fracasso”
escolar de uma criança. A prática psicopedagógica é entendida como o conhecimento dos
processos de aprendizagem em seus mais diversos aspectos: cognitivos, emocionais ou corporais.
Não se pode falar em aprendizagem sem, portanto, considerar todos os aspectos relevantes na
vida desse sujeito que se relaciona e troca, a partir da criação de vínculos.

O interesse é o elemento mais básico em qualquer aprendizagem. Só aprendemos bem aquilo que
nos interessa. Claro que também é possível aprender algo que não temos interesse algum, mas é
pouco provável que seja possível atingir um nível mais alto de conhecimento de algo que
realmente não nos cativa.
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Neste processo da construção de aprendizagem, por outro lado, entra em jogo a questão de
motivação. Seja intrínseca ou extrínseca, a motivação é principal razão que leva um indivíduo a
desenvolver vontades na busca de conhecimentos.

3.1. Factores que influenciam a construção da aprendizagem


O processo de aprendizagem é um fenómeno natural do ser humano que envolve uma serie de
factores: aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais.

Dentre os diferentes factores que influenciam a construção de aprendizagem, destacam as que em


seguida estão detalhadas:

a) O meio
O individuo aprende num ambiente, o que este significa e como se deve exprimir dependendo do
contexto de que a família faz parte e da sociedade em que esta inserido.

Neste factor, o meio, estão inclusos todos os ambientes em que um indivíduo pode encontrar-se
inserido, por mais pouco tempo que seja, a partir da família, escola, comunidade, igreja, etc...

b) Motivação
Se o indivíduo estiver interessado por determinado assunto, há uma atitude activa e empenhada
no processo de aprendizagem.
Conhecimentos anteriores – estes podem condicionar a aprendizagem, na medida em que há
acontecimentos prévios ou bases que se não tivessem sido concretizados, tornar-se-iam mais
difíceis na aprendizagem.

Uma nova aprendizagem só acontece quando uma nova informação se relaciona com
conhecimentos anteriores.

c) Experiencias passadas
Situações vividas influenciam as atitudes face a aprendizagem, quer em relação aos conteúdos
quer aos métodos utilizados.

d) Factores sociais
O meio social, económico e cultural de origem do indivíduo influencia, bastante, o processo de
aprendizagem.
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Os factores culturais descritos acima, muitas vezes, são diferentes entre as seguintes:

a) Expectativas individuais dos familiares, dos professores e dos próprios indivíduos


A expectativa que os professores ou familiares têm em delação ao indivíduo afectam o modo
como interagem com eles, influenciam a auto-imagem dos indivíduos e o seu comportamento.
Idade – a idade é um factor importante que interfere na aprendizagem, pois a cada estádio de
desenvolvimento intelectual corresponde a uma capacidade específica, logo as metodologias
educativas têm de estar em concordância com o nível etário e desenvolvimento dos indivíduos.

b) Inteligência
O nível de inteligência de uma pessoa relaciona-se com facilidade de aprender, pessoas com
maiores capacidades intelectuais conseguem compor raciocínios mais elaborados

c) Memória
Os processos de aprendizagem estão ligados à memória. Só a memória nos possibilita reter o que
aprendemos para responder adequadamente a situações presenciais e proporcionar a
possibilidade de projectar um futuro.
Todos os factores, mencionados acima, podem condicionar a construção da aprendizagem a um
determinado indivíduo.

Para além dos já pormenorizados factores, a arte e a música podem influenciar a construção da
aprendizagem, há medida em que estes vão se tornando hábito na rotina diária do indivíduo,
proporcionando-lhe alguns ensinamentos e conhecimentos.
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Conclusão
Inerente aos três pontos discutidos ao longo deste trabalho, que são “aprendizagem integrada,
interactividade pedagógica e construção de aprendizagem”, importa sublinhar, em gesto de
conclusão, que, quanto à aprendizagem integrada, as escolas tem um papel muito preponderante
com vista a assegurar que o ensino seja abrangente.

Sobre a interactividade pedagógica, é necessário que muitas actividades sejam implementadas


para, para além de despertar a vontade de aprender no aluno, condicionar um ambiente de
aprendizagem que englobe uma vasta gama de actividades, que comecem de brincadeiras a
seriedade.

A construção de aprendizagem, por sua vez, é influenciados por diferentes factores onde o
aprendiz pode encontrar-se inserido, para alem de factores pessoais.
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Bibliografia
Constituição da república de Moçambique.

Figueiredo, L. (2011). O Papel da Motivação na Construção da Aprendizagem. Lisboa.

Peres, A. N. (2000). Educação Intercultural: Utopia ou Realidade? Processos de pensamento dos


professores face à diversidade cultural: integração de minorias migrantes na escola. Profedições,
Porto.

Pintor, A. P. Da Cruz. (2018). A valorização da diversidade cultural como elemento potenciador


da aprendizagem integrada e contextualizada. Lisboa.

Pontes, G. E. A Construção da Aprendizagem, disponível em:


Http://Profala.Com/Artpsico44.Htm, visitado no dia 24/10/2020 as 6:00

Romiszowski, A. (1993). Developing Interactive Multimedia Courseware and Networks: Some


Current Issues, in Lathem, C., Williamson, J., Henderson-Lancett, L. (Eds.), Interactive
Multimedia: Practice and Promise, pp. 57-78, London: Kogan Page.

UNESCO (1998). Educação: um tesouro a descobrir. Porto: Edições ASA

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