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VOLEIBOL
PROFESSORES
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha,
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência
de Produção de Contéudo Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila
de Almeida Toledo, Supervisão de projetos especiais Daniel F. Hey, Coordenador(a) de Contéudo
Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da
Silva, Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão
Textual Alessandra Sardeto, Cintia Prezoto Ferreira, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autores
Professora Mestre
Nayara Malheiros Caruzzo
Possui mestrado em Atividade Física e Saúde pela Universidade Estadual de Maringá-PR, especia-
lista em Treinamento Desportivo pelo Centro Universitário de Maringá (2011-2012) e Graduação
(Bacharel) em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2007-2010). Atualmente
é membro do Grupo de Pesquisa Pró-esporte, docente do Departamento de Educação Física da
Fundação Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Mandaguari (FAFIMAN) e docente no curso
de Educação Física da Faculdade Ingá.Tem experiência na área de Esporte e Desempenho humano,
atuando principalmente nos temas de desenvolvimento e aprendizagem motora, Psicologia aplicada
ao esporte, iniciação esportiva e treinamento de vôlei de praia.
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse
seu currículo, disponível no endereço a seguir.
<http://lattes.cnpq.br/9293422406626348>.
Professora Mestre
Suelen Vicente Vieira
É mestre em Práticas Sociais em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação Associado em
Educação Física UEM/UEL (2017), especialista em Metodologia do Ensino da Educação Física pela
Faculdade EFICAZ (2016). Possui graduação em Educação Física - Licenciatura (2013) e Bacharela-
do (2014) pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é integrante do Grupo de Estudos
e Pesquisa em Motricidade Humana da Universidade Estadual de Londrina, professora da rede
municipal de ensino de Maringá e professora mediadora do curso de Licenciatura em Educação
Física (EAD- Unicesumar). Possui experiência na área de formação de professores, treinamento de
voleibol e educação física escolar.
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse
seu currículo, disponível no endereço a seguir.
<http://lattes.cnpq.br/0695426170915616>.
Professor Especialista
Robson Florentino Xavier
Especialista em Psicologia do Esporte pelo Instituto Wanderley Luxemburgo (2006), graduado em
Educação Física Licenciatura Plena (2001-2004) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM),
foi Técnico da Seleção Paranaense de Vôlei de Praia 2005 a 2016, Técnico da Seleção Brasileira
Universitária 2014. Atualmente é Técnico da Seleção Brasileira de Vôlei de Praia Sub 21 (2017) e
Coordenador das equipes dos Jogos Olímpicos da Juventude (COB), em 2017.
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apresentação
Olá, caro(a) aluno(a)! Nas últimas décadas, ficou evidente o desenvolvimento das
seleções masculina e feminina de voleibol, por meio dos títulos que elas trouxeram
para o Brasil e que foram instrumentos que popularizaram a modalidade. As con-
quistas das nossas seleções aumentaram, de forma significativa, a exposição dessa
atividade esportiva na mídia e ajudou a massificação da modalidade, bem como
no surgimento de ídolos, novas rivalidades e interesse comercial, proporcionando,
ao voleibol, espaço nos meios de comunicação.
À luz dos grandes ídolos, o voleibol passou a ser disputado em diferentes con-
textos, como no âmbito do lazer, da saúde e da competição, também passou a ser o
esporte motivo de orgulho e conquistas de suas seleções. Esses fatos contribuíram
para a consolidação do voleibol como o segundo esporte na preferência nacional.
Nesse processo de popularização, a Confederação Brasileira de Voleibol, em con-
junto com as Federações, foi determinante na difusão de algumas especificidades,
que apaixonam a todos que gostam do esporte.
Com todos os fatos citados e o momento incrível que o voleibol obteve na úl-
tima década, seu ensino na escola passou a ser tratado com mais responsabilidade
e tem recebido maior atenção. Vale a ressalva que essa modalidade tem grande
capacidade de aglutinação e características peculiares, e por isso, precisa que seja
ensinado com métodos claros e objetivos para que alcance o pleno desenvolvimento
da criança no período de ensino.
A partir de agora, você vai imergir em um livro que instrui de modo simples
e prático como ensinar o voleibol. Enquanto professores, vocês são desafiados a
transmitir os conhecimentos adquiridos de forma a contemplar todos os alunos.
Hoje, acreditamos que o voleibol tornou-se indispensável na Educação Física e
sua prática proporciona às crianças melhora na qualidade de vida e oportunidade
de adquirir destrezas motoras que podem ser meios de interação social e afetiva
entre os praticantes.
sum ário
UNIDADE I UNIDADE IV
ASPECTOS PEDAGÓGICOS FUNDAMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS
14 Por que Estudar Voleibol? 126 Saque tipo tênis
18 Qual é a Idade Ideal para Aprender o Voleibol? 132 Bloqueio
24 Como ensinar voleibol? 138 Defesa em pé
34 Ordenamento de Ensino dos Fundamentos 142 Rolamento
36 Fases Pedagógicas: o Processo Progressivo- 146 Mergulho
-Associativo
UNIDADE V
UNIDADE II APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO VOLEIBOL
162 Minivoleibol
50 Histórico do Voleibol
170 Sistema de Jogo 6x0
54 Principais Regras do Voleibol
60 Capacidades motoras utilizadas no voleibol
64 Contribuições do Voleibol para o Desenvolvi-
mento da Infância e Adolescência 184 Conclusão Geral
UNIDADE III
FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS DO VOLEIBOL
78 Posição de expectativa e movimentação básica
86 Toque de bola por cima
96 Manchete
102 Saque por baixo
108 Cortada
ASPECTOS PEDAGÓGICOS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Por que estudar voleibol?
• Qual é a idade ideal para aprender o voleibol?
• Como ensinar voleibol?
• Ordenamento de ensino dos fundamentos
• Fases pedagógicas: o Processo Progressivo-associativo
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar o voleibol como instrumento pedagógico de
ensino dos esportes coletivos.
• Averiguar a fase ideal para aprendizagem do voleibol.
• Estudar os métodos de ensino do voleibol.
• Verificar um ordenamento para ensino dos fundamentos
do voleibol.
• Analisar as fases pedagógicas para o ensino do voleibol.
unidade
I
INTRODUÇÃO
C
aro(a) aluno(a), falaremos de uma modalidade que, atualmente, é mui-
to popular, apontada como a segunda modalidade mais praticada no
Brasil e sua prática é difundida em escolas, clubes, parques e ruas. Em
uma sociedade em que aproximadamente 45,9% dos sujeitos são consi-
derados sedentários (DIESPORTE, 2015, on-line)1, é essencial que nós, enquanto
professores de educação física, estimulemos a prática de atividade física adequa-
da - o esporte é uma ótima maneira de se fazer isso!
Nesta unidade, você terá o primeiro contato com a modalidade esportiva cole-
tiva que faz parte das diretrizes escolares e é um elemento muito importante para
os professores licenciados em Educação Física: o voleibol. É essencial para a prática
docente refletir sobre as ações adotadas em sala de aula, de modo que o ensino seja
baseado em evidências científicas e suas práxis devidamente justificadas.
Ao longo da unidade, iremos discutir sobre as dimensões em que o voleibol
está inserido, desmitificando a alta performance como instrumento inerente ao
esporte. Vamos embasar as razões pelas quais devemos dedicar estudos ao voleibol
e apontar em quais contextos essa modalidade será nosso instrumento de trabalho.
Além disso, ao final desta unidade, você será capaz de apontar qual é a melhor
idade para o início da prática do voleibol e como deve ser ensinado. Você já parou
para pensar como irá ensinar o voleibol? Será que podemos ensinar da mesma
forma que o handebol, já que os dois são jogados com as mãos? Definitiva-
mente, não! Cada modalidade tem suas especificidades e, por isso, os esportes
devem ser ensinados de forma peculiar. Temos uma ordem dos fundamentos
para serem apresentados, e isso você saberá no Tópico 4 desta unidade.
Por fim, vamos alicerçar o processo metodológico no processo progres-
sivo-associativo, de modo que você seja capaz de ensinar os fundamentos,
baseado em uma progressão que irá otimizar o aprendizado de seus alu-
nos. Desejamos que você tenha uma boa leitura e aproveite os conheci-
mentos adquiridos nesta unidade!
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
A
ntes de iniciarmos nossos estudos sobre des dos seus praticantes (GAYA, 2006). Desde 2003,
voleibol e aprendermos sobre suas carac- com a instituição do Ministério do Esporte (ME), o
terísticas e processos metodológicos de esporte começou a ser tratado de forma diferente,
ensino, devemos refletir sobre o porquê com incentivo aos programas, projetos e ações.
estudar essa modalidade. Inicialmente, o primeiro A partir de então, a organização interna do ME
pensamento que vem em nossas mentes se deve ao encontra-se dividida em secretarias que compreen-
fato de que ele é instrumento da Educação Física es- de o esporte em três dimensões: Esporte de alto ren-
colar. Porém, em quais outros campos de atuação o dimento, Educação e Lazer e Inclusão social (ME-
voleibol está inserido? ZZADRI et al., 2014). Ainda assim, adotaremos a
Nas diferentes manifestações do esporte, encon- proposta de Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012), que alo-
tramos diversas intencionalidades e objetivos que ca o voleibol como instrumento da Educação Física
se diferenciam a partir das expectativas e necessida- nas áreas de: Saúde e Lazer; Educação e Competição.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
SAÚDE E LAZER
SAIBA MAIS
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
EDUCAÇÃO
O esporte escolar possibilita formar valores, atitudes Em relação ao aspecto cognitivo, Jean Pia-
e habilidades de conduta. O objetivo específico da li- get reconhece, em sua teoria, o importante papel
cenciatura em Educação Física é oportunizar a alfa- do movimento para o desenvolvimento cogni-
betização do corpo e a descoberta das possibilidades tivo, principalmente, durante os primeiros anos
de movimentos, transmitindo cultura esportiva a di- de vida. O domínio afetivo está direcionado aos
versas crianças e adolescentes para que esses cidadãos sentimentos e emoções dos indivíduos sobre si
sejam capazes de utilizar-se dessas práticas corporais mesmo e em relação aos outros, por meio do mo-
ao longo da vida (GAYA, 2006). Ressalta-se que esse vimento. Esses sentimentos podem ser quanto à
aspecto é o foco principal deste livro, que será dire- segurança nos movimentos (confiança do indi-
cionado ao esporte escolar, tendo em vista que futu- víduo na realização das tarefas); a competência
ramente vocês serão licenciados em Educação Física percebida (percepção do sujeito em seu potencial
e, assim, aptos a trabalhar no contexto escolar. de sucesso) e em relação ao autoconceito (consi-
Toda modalidade esportiva, quando bem tra- derada a avaliação do sujeito quanto ao seu valor)
balhada por profissionais competentes e capacita- (GALLAHUE et al., 2013).
dos, pode ser instrumento de educação de crianças No âmbito social, o esporte, como função
e jovens (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012). Aqui, pedagógica que lhe cabe, ressalta a disciplina, o
evita-se a seletividade, a hipercompetitividade e tem respeito à hierarquia e às regras do jogo, além da
a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral solidariedade e espírito de equipe, inerentes ao
do indivíduo, com formação para cidadania (SAN- convívio coletivo, e são fatores que contribuem
TOS et al. 1997). Essa educação pode estar ligada para o desenvolvimento humano. O esporte, nes-
às diversas dimensões do comportamento humano, se aspecto, pode ser instrumento de resgate social
como o desenvolvimento físico-motor, cognitivo, e aliado na luta contra violência, por exemplo,
afetivo e social (GALLAHUE et al., 2013). como fez a Itália - quando organizou um progra-
No aspecto motor, o aprendiz desenvolve habi- ma de recuperação de jovens usuários de drogas,
lidades motoras especializadas, aumentando seu re- por meio do esporte - e os Estados Unidos - que
pertório de movimentos, bem como suas capacidades criou, em Nova Iorque, as ligas da meia-noite e
motoras, que serão base para o aprimoramento dos contribuiu para a diminuição do índice de crimi-
fundamentos específicos da modalidade (BOJIKIAN, nalidade na cidade (SANTOS et al., 1997; WHEE-
J; BOJIKIAN, L, 2012; SCHMIDT; WRISBERG, 2010). LOCK, HARTMANN, 2007).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
COMPETIÇÃO
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
U
m dos grandes jargões da Educação Físi- Essa primeira fase do aprendizado, que ocorre
ca é que “a criança não é um adulto em dos 6 aos 10 anos (contemplada no Ensino Fun-
miniatura”. Ela apresenta características damental I da grade escolar, que compreende do
biológicas e psicológicas diferente dos 1º ao 5º ano), consiste em ampliar a base motora
adultos, e por isso, a experiência de prática para essa da criança, dando-lhe variadas possibilidades de
faixa etária não deve ser similar a dos adultos. Dessa movimento e desenvolvimento de suas capacida-
forma, tem sido proposto que a criança deve praticar des coordenativas. Para isso, recomenda-se que,
diversas modalidades esportivas e recreativas até os nessa fase, sejam trabalhadas as habilidades mo-
10 anos de idade. Dos 10 aos 13/14 anos é o mo- toras fundamentais, tais como correr, saltar, pu-
mento de escolha por uma modalidade específica, lar, arremessar etc., que servirão de base para os
porém, evita-se treinamentos unilaterais e especiali- esportes que futuramente a criança venha praticar
zação em determinada função tática (SILVA, 2012). (GALLAHUE et al., 2013).
18
EDUCAÇÃO FÍSICA
Para tanto, além da Educação Física escolar-se xual, basicamente, as diferenças biológicas entre
nessa fase os pais optarem por atividades em con- meninos e meninas são inexistentes. É a produção
traturno escolar - seria mais indicada uma escoli- hormonal (testosterona para os meninos e proges-
nha de esportes, do que uma escolinha específica terona e estradiol para as meninas) que promove as
de voleibol para essa faixa etária. Isso porque, em diferenças físicas e comportamentais, encontradas
média, as meninas deveriam entrar em contato es- nas fases posteriores. A partir desse momento, o
pecificamente com voleibol, no período de 11 a 13 adolescente poderia ser entendido como um adul-
anos e 12 a 14 anos para os meninos (BOJIKIAN, J; to, em termos biológicos e em relação às cargas de
BOJIKIAN, L., 2012). treinamento (SILVA, 2012).
Mas, porque essa idade? Porque, de acordo com Entretanto, a maturação não ocorre instanta-
o que veremos a seguir, é, em média, nessa idade que neamente, a partir dos primeiros sinais do avanço
ocorre a maturação sexual, considerada a principal qualitativo da composição bioquímica das células,
variável para determinação de quando os pratican- órgãos e sistemas (HAYWOOD; GETCHELL, 2010;
tes passarão a receber treinamento voltado à espe- SILVA, 2012). São necessários meses e anos para a
cialização, em detrimento dos treinamentos de base consolidação da maturidade óssea, alcance do po-
infantil (SILVA, 2012), que visam principalmente, a tencial máximo anabólico, por meio da testosterona
ampliação da base motora por meio da prática es- e amadurecimento das enzimas envolvidas nas ativi-
portiva global. dades anaeróbicas que, até a maturação, são pouco
pertinentes (SILVA, 2012).
ASPECTOS FÍSICOS E MATURACIONAIS
REFLITA
A criança é biologicamente distinta do adulto, até
a ocorrência da sua maturação sexual, basicamente
Sabendo disso, qual é a idade ideal para se-
porque não há produção de hormônios sexuais pelas pararmos meninos e meninas nas atividades
glândulas. O padrão psicológico também se difere, propostas nas aulas de Educação Física? Qual
de modo que a imposição de cargas de treinamento é o motivo para fazermos isso?
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
tras, são observadas entre os sexos, motivo este que Para a avaliação da maturação sexual, existe o
justifica a separação da turma em grupos de meninas protocolo de teste de Tanner (1962), um meio pre-
e meninos para a realização de atividades que exigem ciso de avaliação, no entanto, não é usado frequen-
essas determinadas valências físicas (SILVA, 2012). temente por causa de fatores culturais e sociais e
Entretanto, duas crianças da mesma idade podem só pode ser realizada por um médico, em exame
diferir quanto ao status maturacional, de modo que clínico. A maturação sexual é determinada pelo
uma amadurece mais cedo do que a outra. Ou ainda, alcance variável de características sexuais primá-
duas crianças do mesmo tamanho, porém com dife- rias e secundárias (GALLAHUE; OZMUN; GOO-
rentes idades, podem estar em níveis semelhantes de DWAY, 2013). São considerados caracteres sexuais
maturação. Sendo assim, é difícil prever a maturação secundários, o aparecimento de mamas, pelos pu-
apenas pela idade cronológica ou pelo tamanho (al- bianos e axilares nas meninas, e nos meninos, o
tura) da criança. (HAYWOOD; GETCHELL, 2010). desenvolvimento dos genitais, além do surgimento
Dessa maneira, existem duas formas de distinção de pelos no rosto e engrossamento da voz (BOJI-
da maturação sexual: por meio dos pequenos ossos KIAN. J; BOJIKIAN. L, 2012).
que compõem a articulação do punho e pela avaliação Os primeiros anos de vida é o período de maior
da maturação sexual, que pode ser feita por meio de crescimento do indivíduo, sendo que até os 10 anos
dosagem hormonal ou pela avaliação do surgimento de idade, meninos e meninas apresentam curvas de
das características sexuais. O primeiro, pode ser ob- crescimento semelhantes (MARINHO et al., 2012).
servado por meio de radiografias do punho, que indi- A partir dessa fase, ocorre o estirão de crescimento
cam que a maturação já ocorreu quando os ossos estão nas meninas que, dois anos mais tarde, alcançam seu
totalmente calcificados. A dosagem hormonal avalia a pico de estirão para daí haver a desaceleração da ve-
concentração de hormônios no sangue, de modo que locidade de crescimento, até atingir sua altura máxi-
quanto mais próximo aos níveis dos adultos, maior é o ma aos 16 anos. Já os meninos tendem a ter seu esti-
indicativo de maturação sexual nos adolescentes (SIL- rão de crescimento por volta dos 12 anos, atingindo
VA, 2012; BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L, 2012). seu pico de velocidade de altura dos 13 anos e meio
Outra forma de indicação do status maturacional aos 14 anos, parando por volta dos 18 anos. (MARI-
é o surgimento de características sexuais secundárias NHO et al., 2012; HAYWOOD, GETCHELL, 2010)
durante o estirão de crescimento da adolescência. A velocidade de crescimento dos meninos é mais
As meninas, como entram no estirão de crescimen- rápida do que a das meninas (cerca de 9 cm por ano
to precocemente em relação aos meninos, também para meninos, comparado aos 8 cm por ano das me-
apresentam antes deles características sexuais secun- ninas), porém o grande responsável pela diferença
dárias, tais como aumento dos seios, dos pelos pu- de altura absoluta média entre homens e mulheres
bianos e aparecimento da menarca (primeiro ciclo é o período maior de crescimento que os meninos
menstrual). Em meninos, os testículos e os escrotos têm em relação às meninas, o que significa 10 a 13
aumentam e os pelos pubianos aparecem, porém eles cm de diferença (HAYWOOD, GETCHELL, 2010).
não têm nenhum marco referencial, como as meninas Em síntese, os homens passam dois anos a mais
têm a menarca (HAYWOOD; GETCHELL, 2010). crescendo, em relação às mulheres, porém, vale res-
20
EDUCAÇÃO FÍSICA
saltar que essas idades são estimativas e elas podem As capacidades fisiológicas das crianças são fa-
variar entre os sujeitos. De qualquer forma, quanto tores característicos do processo de maturação e de-
mais tardiamente se atinge a maturação sexual, mais vem ser considerados no momento de preparação
tempo se passa crescendo (SILVA, 2012). de nossas aulas de Educação Física, como a capaci-
E como a maturação vai interferir nas nossas dade cardiorrespiratória, aeróbia, anaeróbia e força
aulas de Educação Física? Temos que considerar o da criança. O crescimento do coração é proporcio-
status de maturação como uma restrição estrutural nal ao tamanho em estatura, de modo que o débi-
que influencia no movimento. Os indivíduos mais to cardíaco do adolescente se desenvolva de modo
maduros são, provavelmente, mais fortes e mais similar ao de um adulto quando ocorre a cessação
coordenados do que os demais. Por isso, devemos do seu crescimento. Dessa forma, o menor débito
considerar a maturação do indivíduo no momen- cardíaco (e com isso, a elevação da frequência cardí-
to de planejarmos nossas aulas e estabelecermos as aca) faz com que a criança atinja seu pico de FC mais
metas de performance para os alunos (SCHMIDT; rapidamente e fadigue mais rápido em relação aos
WRISBERG, 2010). adultos, pois não tem capacidade de ofertar oxigênio
aos seus músculos ativos (SILVA, 2012).
A capacidade aeróbia, por causa da maturação
SAIBA MAIS
precoce das meninas, atinge sua maturação entre
os 12 e 15 anos, enquanto os meninos a fazem por
Metas de resultado x Metas de performance x volta dos 17 aos 21 anos de idade. Esta, é a única
Metas de processo
Segundo Schmidt e Wrisberg (2010) um pré- capacidade a qual as crianças e adolescentes estão
-requisito para uma aprendizagem satisfatória bem adaptados para atividades de longa duração,
é o entendimento das metas do aprendiz. porém, ainda devem ser evitados exercícios com
Algumas vezes os indivíduos estabelecem me-
tas de resultado, que enfatizam o resultado volumes elevados até a adolescência. Quanto aos
obtido por meio de comparação com terceiros exercícios que exigem capacidade anaeróbica, este
(ex: vencer um campeonato, perder para um é pouco proveitoso em crianças, visto que a capa-
amigo, ser o artilheiro da competição). Entre-
tanto, esse tipo de estabelecimento de meta cidade anaeróbia é determinada prioritariamen-
deveria ser pouco estimulada, pois pouco po- te pela atividade da enzima fosfofrutoquinase, a
demos controlá-las. Desse modo, sugerimos qual ainda não está bem desenvolvida nas crianças
que sejam estabelecidas as metas de perfor-
mance, que focam uma melhora em relação (SILVA, 2012).
ao próprio indivíduo (ex: antes acertava-se Assim como a capacidade anaeróbia, evidências
uma a cada cinco manchetes, hoje, acerta-se apontam que o treinamento de força não é capaz de
três a cada cinco) e as metas de processo, que
enfatizam a qualidade da produção do mo- promover o mesmo aumento da massa muscular nas
vimento (ex: estender o braço no momento crianças, quando comparado aos adultos. Isso per-
da manchete e flexionar as pernas na parte dura até que as alterações hormonais da puberda-
de preparação para o toque).
de ocorram (SILVA, 2012). Percebemos, assim, que
Fonte: adaptado de Schmidt e Wrisberg (2010). com as mudanças hormonais e estruturais que a pu-
berdade proporciona, ocorre uma série de mudan-
21
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
ças nas capacidades físicas, em que os meninos, ge- Nesse sentido, existe algum tipo físico ideal para
ralmente, apresentam ganhos em força, velocidade, o voleibol? Ao considerarmos o voleibol como ins-
resistência e potência, com perdas na flexibilidade e trumento da educação física na sua pluralidade de
equivalência no equilíbrio (MARINHO et al. 2012). dimensões (educacional, competitiva e recreacio-
Considerando o exposto até aqui, percebemos o nal) como já vimos, devemos especificar para qual
quão importante é o fator maturação, quando esti- dimensão estamos tratando. Ao falarmos do es-
vermos trabalhando com as crianças, certo? E, por porte, que é o foco deste livro, bem como o esporte
fim, mais um ponto, porém não menos importan- voltado à saúde e ao lazer, não teremos distinção de
te: é o estigma de que algumas determinadas mo- tipos físicos dos praticantes.
dalidades ajudam no crescimento da criança, como Entretanto, se o trabalho ocorrer em uma es-
é o caso da natação. Isso seria verdade ou mentira? colinha esportiva (em períodos contraturnos, em
Mentira! O fato é que as crianças iniciam a práti- atividades extras à educação física escolar) na-
ca da natação próximo de sua idade maturacional, turalmente, haverá uma seleção de sujeitos, com
em que está ocorrendo o estirão de crescimento, por tipos físicos mais adequados à modalidade. Bo-
volta dos 12 anos de idade para as meninas, 14 anos jikian, J; Bojikian, L, (2012) apontam que o tipo
para os meninos, conforme vimos anteriormente. longilíneo é o que tem melhor adaptação aos joga-
Então, a prática da modalidade coincide com dores de voleibol, pois o comprimento dos mem-
essa fase do pico de crescimento, o que fez, por bros prevalece sobre o do tronco. Por exemplo, em
muitos anos, os pais dos praticantes acreditarem saltos, uma maior alavanca (pernas) tem maior fa-
que seus filhos cresceram por influência da nata- cilidade em vencer uma menor resistência (tron-
ção. O mesmo acontece com a Ginástica artística, co); e em situações de ataque, uma boa enverga-
a qual muitos acreditam causar a interrupção do dura possibilita maior alcance. Vale ressaltar que o
crescimento. Mentira, mais uma vez! Nesse caso, o tipo longilíneo não é o mais alto, mas o que apre-
que acontece é que a modalidade seleciona sujeitos senta uma predominância do comprimento dos
com baixa estatura, por diversos motivos, mas, de membros em comparação ao tronco, podendo ser
forma alguma, interfere no crescimento da criança avaliado por meio da envergadura, que costuma
que a prática. ser maior que a estatura.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
N
este tópico será sugerido uma metodolo- pois esse método consegue elucidar clareza aos
gia para o ensino do voleibol. Não temos praticantes, trazendo bons resultados no processo
a pretensão de defender que essa é a me- ensino-aprendizagem.
lhor forma para o ensino da modalida- Veremos também que o caminho é aproveitar
de, pois reconhecemos que, hoje, há diversas meto- o nosso tempo, de modo que ninguém fique mui-
dologias referentes ao ensino dos esportes coletivos to tempo esperando para realizar a atividade. Sabe
e cada uma com sua grandiosidade. aquele modelo muito utilizado nas aulas de educa-
No entanto, entendemos que a realidade a qual ção física escolar, em sistema de colunas, em que
queremos aplicar o método aqui sugerido, baseado um realiza a atividade e os demais esperam sua vez,
em Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012), tem a escola utilizando-se de duas ou três bolas? Pois então, este
como principal contexto alvo, a qual entendemos é o modelo que não queremos aplicar aqui. Por esse
por uma quantia elevada de alunos, professor úni- motivo, a metodologia que apresentaremos também
co e materiais em pouca quantidade, sendo este, poderá ser utilizada nas escolinhas de iniciação es-
às vezes, inadequado à sua prática. Ainda assim, portiva, em clubes e em turmas de treinamento es-
veremos que é possível realizar um bom trabalho, colar, nos períodos de contraturno.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
O objetivo de todo professor é tornar seu aluno ber etc.), constituída, então, por várias habilidades
habilidoso, certo? Mas o que isso realmente signifi- motoras específicas que proíbem, por exemplo, a
ca? Podemos ver o conceito de habilidade motora retenção da bola e exigem um trabalho coletivo de
em termos que distinguem executantes altamente interdependência entre as ações.
habilidosos, daqueles poucos habilidosos. Assim, Essa característica de não retenção da bola exi-
Guthrie (1952, p. 136, apud SCHIMIDT; WRIS- ge do praticante diferentes processos cognitivos de
BERG, 2010, p. 31) define proficiência da habilidade tomada de decisão e tempo de reação em relação
como “[...] capacidade de atingir algum resultado aos demais esportes coletivos presentes na diretriz
final com o máximo de certeza e um mínimo de dis- curricular, como futsal, basquete e handebol. O que
pêndio de energia ou de tempo de e energia”. diferencia sua forma de ensino.
Nesse sentido, sempre que nosso objetivo for É necessário termos em mente o principal obje-
ensinar uma determinada habilidade motora, pode- tivo ao ensinar os fundamentos do voleibol, que é o
mos avaliar o processo ensino-aprendizagem, me- de aplicá-los na dinâmica do jogo. Isso porque, nada
diante três aspectos: máxima certeza de alcance do vale a criança aprender a dar uma manchete para
objetivo que o nosso aluno adquire, mínimo gasto que sua aplicação seja a realização da habilidade na
energético para a execução do movimento e o mí- parede ou exclusivamente em exercícios estáticos e
nimo tempo de movimento. Para isso, no momento dois a dois. Essa manchete (fundamento) é instru-
de ensinar, devemos nos fazer as perguntas certas, mento do jogo de voleibol e não o fim (BOJIKIAN,
encorajando à aprendizagem baseada na situação/ J; BOJIKIAN, L., 2012). Schmidt e Wrisberg (2010)
contexto sob a qual você quer que seus aprendizes esclarecem isso quando abordam metas de processo
sejam capazes de executar as habilidades que estão e performance, conceituando habilidade-alvo (habi-
sendo aprendidas (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). lidades que um indivíduo deseja ser capaz de reali-
O professor precisa obter o máximo de informações zar), comportamento-alvo (ações que as pessoas de-
que puder sobre os três aspectos da performance: vem ser capazes de produzir, a fim de que executem
a pessoa (quem é ela? É uma criança, adolescente, com sucesso as habilidades-alvo em contextos-alvo)
adulto ou atleta?), a tarefa (irá receber, lançar ou ata- e contexto-alvo (contexto ambiental no qual as pes-
car?) e o ambiente (onde está a pessoa que executa soas desejam ser capazes de realizar uma atividade).
ou aprende a tarefa? Educação física escolar ou trei- Dessa forma, o processo metodológico utilizado
namento esportivo, por exemplo?). deve nos permitir ensinar, ao praticante, com clare-
Ao considerar esses três fatores (pessoa, tare- za, mecanismos para se alcançar a habilidade deseja-
fa e ambiente), devemos fazer, também, a reflexão da, por exemplo, a manchete, e que esta seja capaz de
sobre as especificidades da modalidade que esta- realizar no ambiente que se almeja, como em aulas
mos ensinando. Com a consciência que estaremos de educação física ou jogos escolares e interclubes,
trabalhando com habilidades construídas, bem atingindo um comportamento alvo, que seria o bom
diferente das habilidades motoras fundamentais, desempenho da manchete nessas situações. Sendo
consideradas naturais ao desenvolvimento das assim, aqui iremos propor o método defendido por
crianças (como lançar, correr, arremessar, rece- Bojikian, J e Bojikian, L., (2012).
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
O PROCESSO METODOLÓGICO
Para que haja uma real aprendizagem do volei- pelas crianças desde o ensino infantil). Entretanto,
bol, os procedimentos metodológicos aqui ado- a etapa de aplicação do fundamento à mecânica do
tados englobam domínios cognitivos, afetivos e voleibol, insere-se o fundamento ensinado no jogo, o
motores. Este será pautado na execução do gesto que possibilita o trabalho do aspecto tático em cada
técnico por meio de orientação mecânica, com o fase, sem precisar aprender todos os fundamentos,
intuito de obter maior precisão dos movimentos, para, então, partir para o jogo.
visto as especificidades dos gestos técnicos da mo-
dalidade. Para tanto, a atuação do professor tor- Apresentação da habilidade motora
na-se fundamental nesse processo (BOJIKIAN, J; Aqui, o principal objetivo é dar ciência da impor-
BOJIKIAN, L.,2012). tância do que se vai aprender, da ideia geral do mo-
Isso porque, como dito anteriormente, o volei- vimento e sua aplicabilidade na dinâmica do jogo,
bol tem como característica a não retenção da bola, para, então, motivar o aluno à aprendizagem. É o
que o diferencia dos demais esportes coletivos. Por primeiro contato da criança com o movimento e ele
isso, sugere-se que o praticante tenha automatizado pode ocorrer de várias formas. Essa fase é essencial
o movimento para, então, experimentá-lo no jogo para melhorarmos o nível de prontidão e motivação
e utilizar-se do fundamento nas diversas dinâmicas do aluno para prática e aprendizagem do novo fun-
deste. Somente após a automatização do movimento damento que está sendo apresentado.
é que o aluno torna-se capaz de focar seu pensamen- Vamos refletir sobre a aprendizagem de novas
to nas ações de jogo (SCHMIDT; WRISBERG, 2010; habilidades. Pense em um esporte que você nunca
MAGILL, 2011). praticou. Como seria você receber instruções sobre
Desse modo, sugere-se que o processo metodoló- posição de mãos, braços e pernas, toque na bola ou
gico, que será aplicado para o ensino de cada funda- empunhadura da raquete, se você ao menos sabe
mento separadamente, seja composto de cinco etapas: qual é o movimento final que deve executar? Pois
• Apresentação do fundamento. é nesta fase que esse problema será sanado. O pro-
• Sequência pedagógica. fessor deverá mostrar o fundamento que será ensi-
• Exercícios educativos e/ou formativos. nado, a técnica correta de execução e sua utilidade
• Automatização. dentro do jogo.
• Aplicação do fundamento à mecânica do vo- Para isso, o professor pode utilizar de demons-
leibol. tração própria, de algum aluno ou especialista do
esporte, além de fotos, vídeos, filmes, recortes de
Ressalta-se que esse enfoque aos aspectos técnicos jornais ou revistas. Com postura e entusiasmo do
deve-se ao fato de o voleibol ser uma modalidade professor, nesse momento ele revela seu talento di-
composta por habilidades motoras construídas, que dático e deve fazer seus alunos acreditarem que, com
não foram vistas até o momento (não são embasadas empenho e dedicação, eles chegarão à boa execução
por habilidades motoras fundamentais, vivenciadas do movimento.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
de pernas e, por fim, posicionamento de mãos + prática e tarefa adequada, dependemos da individu-
posicionamento de cotovelos+movimento de per- alidade biológica do indivíduo, que inclui diferentes
nas + movimento de tronco. capacidades e experiências motoras (GALLAHUE;
Desse modo, ensina-se o fragmento da habili- OZMUN; GOODWAY, 2013).
dade motora, que, depois de aprendido, será conec- Assim, temos que ter em mente que alguns
tado a outro elemento e assim sucessivamente até de nossos alunos aprenderão o movimento mais
que a execução esteja completa. É o encaminhar do rapidamente que outros e ficarão ávidos pela pró-
simples para o composto, sem que seja confundido xima etapa, o que exige muito cuidado do pro-
com o desenvolvimento do fácil para o difícil. Isso fessor, que não deve passar para a próxima etapa,
porque, o que hoje é de execução difícil, depois de sem que grande parte da turma tenha dominado
aprendido será fácil ao executante e estará incor- o movimento ensinado, e também não se delon-
porado ao seu acervo motor (BOJIKIAN, J; BOJI- gar demais, desestimulando os mais coordenados
KIAN, L., 2012). até essa fase.
Um modelo de comparação da sequência peda- Ressalta-se a importância do professor corrigir
gógica colocada pelos autores é ao de um “pedaço” a execução de todos os seus alunos enquanto exe-
de corrente, em que cada elo representa uma parte cutam os movimentos, visto que só pode haver pro-
do movimento que, ao ser ensinado, é adicionado gresso da sequência pedagógica quando houver o
à corrente. aprendizado das partes anteriormente ensinadas.
Concluída a sequência pedagógica e tendo o
grupo mais homogêneo quanto for possível, exe-
cutando movimentos próximo do desejado, porém
ainda não mecanizado, visto que este nem era o ob-
jetivo dessa fase, mas sim a execução global do mo-
1 2 3 4 5 vimento, podemos avançar . A não mecanização do
Figura 2 - Modelo de corrente representando a seguência pedagógica movimento é fundamental, tendo em vista que isso
Fonte: Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012, p. 55). possibilitará a correção dos erros mais comuns, ob-
jetivo da próxima fase.
Devemos ensinar o elo 1, ao qual, após apren-
dido o movimento, será acrescentado o elo 2, em Exercícios educativos e/ou formativos
que, quando retido o movimento 1+2, acrescenta- É importante perceber que os exercícios educati-
-se o elo número 3 e assim por diante até formar o vos e os exercícios formativos têm funções dife-
movimento final. rentes e, em alguns momentos, um ou outro será
Sabemos da importância da oportunidade de necessário, ou ainda, ambos se farão indispensá-
prática (ambiente) adequada para a aprendizagem. veis à correção dos fundamentos. De qualquer
No entanto, somente ela não fará com que seus pra- forma, esta é a fase em que os erros de execução,
ticantes tenham sucesso na execução dos movimen- que comumente surgem após a sequência peda-
tos ensinados. Isso porque, além de oportunidade de gógica, serão corrigidos.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Os exercícios educativos visam a correção da Isso porque, existem momentos em que as ca-
parte do movimento que não está permitindo que pacidades motoras apresentadas estão em níveis in-
o gesto técnico seja realizado satisfatoriamen- suficientes para confluir com o aprendizado e, por
te. Objetivam resolver as imperfeições causadas isso, devem ser desenvolvidas dentro da demanda
por erros motores e técnicos (BOJIKIAN, J; BO- exigida pelo esporte em questão. Ao término de
JIKIAN, L., 2012). Assim, o professor identifica, cada sequência pedagógica (ressaltando que para
analiticamente, qual parte do movimento não está cada fundamento, o professor passará pelas cinco
sendo bem executada e foca na correção desse as- fases do processo pedagógico, para, depois, avançar
pecto individual. a um novo fundamento), o professor constatará que
Por exemplo, vamos imaginar uma situação: seus alunos, em média, terão de cinco a seis erros,
estamos ensinando o fundamento toque, e como que normalmente são apresentados.
citamos ao retratar a sequência pedagógica, divi- Como devem ser feitas, então, essas correções? A
dimos o movimento do toque em quatro partes e sugestão é que o professor divida os alunos que apre-
nosso aluno não está conseguindo que seu toque sentem os mesmos desvios motores em grupos, de
atinja a distância necessária. Nesse caso, vamos modo que possa aplicar os exercícios educativos e/ou
analisar qual parte do movimento não está satis- formativos em formato de circuito, em que cada esta-
fatório (posicionamento de mãos; posicionamen- ção esteja destinada à uma correção específica, na qual
to de braços; movimento de pernas e movimento o professor pode adotar que todos passem por todas, ou
de tronco - se formos utilizar as mesmas quatro ainda, que fiquem somente na estação de maior dificul-
partes citadas anteriormente). Tendo em vista o dade. O importante é que todos estejam se exercitando
problema citado (distância alcançada pela bola), ao mesmo tempo, tirando proveito máximo do tempo
podemos inferir que, provavelmente, nessa situa- de aula destinado à prática. Desse modo, promovemos
ção, o problema esteja no movimento de pernas, ganho de desempenho a todos os alunos, igualitaria-
ou falta de movimentação da perna de trás, que mente, independente do equívoco motor apresentado.
fará a alavanca para o movimento. Então, os exer- Em consequência disso, uma vez que os alunos
cícios corretivos que seriam passados estariam apresentem execução adequada ou próximo do ide-
destinados especificamente para correção da mo- al, avançaremos com o grupo para a próxima etapa.
vimentação das pernas.
Entretanto, muitas vezes, determinada impre- Automatização
cisão no gesto motor é tido pela inadequação da Para falarmos sobre automatização, primeiro vamos
formação física do indivíduo em relação à espe- refletir: quais movimentos fazemos no dia a dia,
cificidade das capacidades motoras necessárias à que já estão automatizados? Por exemplo, por que
boa execução da técnica. Portanto, os exercícios não precisamos pensar sobre o que estamos fazen-
formativos visam o desenvolvimento de determi- do quando bebemos um copo d’água ou quando es-
nada capacidade motora, visando favorecer a boa covamos os dentes? Basicamente, porque isso já foi
execução da habilidade motora (BOJIKIAN, J.; repetido por nós tantas vezes, que já está automati-
BOJIKIAN, L., 2012). zado em nosso acervo motor.
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Automatismo é um conceito importante para o xos, que criam situações muito novas, podem exigir
entendimento do desempenho da habilidade moto- novos movimentos que ainda não são o objetivo des-
ra e do dispêndio de atenção para a realização do se determinado momento, vindo a interferir negati-
movimento. O termo automatismo é frequente- vamente no aprendizado. Sendo assim, Bojikian, J. e
mente utilizado para indicar o desempenho de uma Bojikian, L., (2012) sugerem que os primeiros exercí-
habilidade sem que haja exigência da capacidade cios de automatização devem ser mais simples, com
de atenção (MAGILL, 2011). Uma vez retido o mo- execução estática e individual e aos poucos aumentar
vimento, este passa a ser natural ao indivíduo, que a complexidade dos exercícios e inserir deslocamen-
terá uma execução harmoniosa e funcional. O enca- tos e exercícios em duplas, trios e em grupos.
minhamento para a automatização é a repetição da Uma vez que o movimento esteja automatizado,
habilidade motora, desde que realizada em alto grau o professor tomará a decisão de passar para a próxi-
de proficiência (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). ma e última etapa do processo de aprendizado, que
Sendo assim, esta é a fase destinada ao automa- é o objetivo real do processo, em que o executante
tismo dos movimentos. E para que isso aconteça, aplicará o comportamento-alvo ao contexto-alvo.
muitas repetições são destinadas a essa etapa. Po-
rém, o ponto-chave aqui é entender que muitas re- Aplicação do fundamento à mecânica do voleibol
petições são sim essenciais à performance habilido- A aplicação do comportamento-alvo ao contexto-al-
sa, porém a repetitividade na prática não é eficiente vo não pode ocorrer de forma brusca, visto que, na
(SCHMIDT; WRISBERG, 2010). fase anterior, o praticante realizava os exercícios de
Isso significa que a forma como vamos estruturar forma estática e agora o fará em situações comple-
essa prática é de fundamental importância para a reten- xas e direcionadas à dinâmica do jogo de voleibol
ção ou não em longo prazo. Estudiosos da aprendiza- (BOJIKIAN, J; BOJIKIAN, L., 2012). Nesse sentido,
gem motora defendem que a prática, quando realizada o ex-técnico Pete Carril, da Universidade de Prince-
em blocos, produz desempenho eficiente somente du- ton, citado por Schmidt e Wrisberg (2010, p. 291),
rante a prática inicial, não criando uma aprendizagem fez o seguinte comentário sobre a relação entre a es-
duradoura (SCHMIDT; WRISBERG, 2010). Basica- trutura de prática e o contexto-alvo (basquete):
mente, isso ocorre porque a habilidade que está sendo
aprendida é executada fora do seu contexto-alvo. [...] existe toda uma gama de exercícios de dri-
ble, mas a minha reclamação sobre alguns deles
Cabe então ao professor organizar sua prática por
é que eles não estão conectados à habilidade e
meio de exercícios aos quais serão executados o mais à situação reais no jogo. Nenhum exercício tem
próximo possível das condições esperadas. Porém, qualquer valor a menos que seja utilizado de al-
em um primeiro momento, exercícios muito comple- guma forma no jogo.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Isso porque devemos nos atentar que, a todo mo- Fase 1: exercícios em forma de jogo
mento, as habilidades requerem tomadas de deci- São exercícios que possuem mecânicas de movimen-
sões, de acordo com as situações apresentadas, de tos semelhantes às situações reais de jogo, porém têm
modo que a tática e a estratégia formam uma parte fácil realização e baixa organização e devem conter a
importante para a boa execução das habilidades mo- sequência normal da aplicação dos fundamentos em
toras (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). Schmidt uma partida. As ações típicas são sempre compostas
e Wrisberg (2010, p. 291) citam um fisiologista rus- por três momentos: recepção ou defesa, levantamen-
so, N. I. Bernstein (1967 p. 134) que comenta sobre to e ataque (envio da bola para o campo adversário).
o processo de aprendizagem: Esse tipo de exercício pode ser realizado em peque-
nos ou grandes grupos, com a delimitação de qua-
[...] a prática, quando empreendida apropria- dra que for mais adequada. O importante é que seja
damente, não consiste em repetir os meios de
constituído pelos três toques de cada equipe.
solução de um problema motor uma vez após a
outra, mas no processo de resolver esse proble- Devemos estar atento ao fato de que alguns
ma repetidas vezes. alunos apresentarão maior dificuldade em rela-
ção a outros e para garantir que todos tenham
Basicamente, os autores demonstram o porquê não participação igual nas atividades, sugere-se que a
recomenda-se organizar a prática de forma meca- composição de pequenos grupos, com dois ou três
nizada nesta fase. Isso foi passado na fase anterior alunos em cada time, seja mais adequado nessa
(automatização) e, agora, devemos perceber que o fase. Assim, evita-se exclusão dos menos habilido-
início dessa etapa de aplicação deve começar de for- sos e garante envolvimento e comprometimento
ma simples, de modo a permitir ao praticante con- de todos. Vale lembrar que nem sempre os menos
centrar sua atenção tanto na habilidade quanto em habilidosos, hoje, apresentarão os piores desem-
seu emprego durante a dinâmica do jogo, tornando- penho futuramente. Eles podem simplesmente es-
-os progressivamente mais complexos e executáveis. tar passando por fases diferentes de crescimento e
Sendo assim, Bojikian, J.; Bojikian, L., (2012) divi- maturação, por exemplo, como vimos nos tópicos
dem essa última etapa da aprendizagem em três partes, anteriores.
de modo a garantir que o aumento da complexidade Para essas atividades, de dois contra dois ou três
seja atingido. Cabe ressaltar que a aplicação do fun- contra três, vale a improvisação de redes com elás-
damento ao jogo só acontecerá com os fundamentos ticos, divisão da quadra com giz e fitas ou, ainda, a
aprendidos. Caso esteja ensinando o toque, essa fase utilização de linhas pré-existentes das quadras po-
só acontecerá com a realização deste; em caso de estar liesportivas. Isso permite que se ocupe, de muitas
na manchete, então os fundamentos utilizados aqui crianças ao mesmo tempo, premissa para as aulas de
serão o toque e a manchete, e assim sucessivamente. educação física escolar.
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Ordenamento de Ensino
dos Fundamentos
E
xistem diversos ordenamentos dos funda- Essa ordem garante que o processo seja aplicado
mentos, que são atualmente adotados pelos de acordo com as etapas metodológicas apresenta-
professores que trabalham com o voleibol. das anteriormente (apresentação da habilidade +
Por isso, nosso objetivo, neste tópico, não é sequência pedagógica + exercícios educativos e/ou
defender a melhor ordem de ensino dos fundamen- formativos + automatização + aplicação à mecânica
tos, e sim, sugerir e justificar o porquê de nossa es- do voleibol - somente do(s) fundamento(s) aprendi-
colha. Para isso, seguiremos a proposta adotada por do(s)). Imaginem que, ao invés do toque, iniciásse-
Bojikian, J. e Bojikian, L., (2012). mos o ensino pelo saque, justificando nossa escolha
É importante ressaltar que o professor pode utilizar pela ordem que os fundamentos aparecem no jogo.
a sequência de ensino que melhor lhe couber, entretan- Conseguiríamos, ao chegar na última fase de apli-
to, é essencial que sua metodologia e proposta didática cação do fundamento ao jogo, executar um jogo
sejam fundamentadas e pautadas em bases científicas. adaptado somente utilizando o saque? Seria muito
Sendo assim, a sequência sugerida para o ensino mais difícil, certo? Então, a sequência aqui sugerida
dos fundamentos é: garante a aplicação de cada fundamento e o compi-
• Posição básica e movimentação. lamento das mecânicas e movimentos semelhantes
• Toque de bola. entre os fundamentos.
• Manchete. Aconselhamos a posição básica ser ensinada pri-
• Saque por baixo. meiro, visto que ela será a mesma para execução dos
• Saque tipo tênis (comumente chamado saque demais fundamentos e todas as movimentações ca-
por cima). racterísticas empregadas durante o jogo do voleibol.
• Cortada. E aí, vocês podem estar se perguntando: “mas fare-
• Bloqueio. mos a aplicação ao jogo, somente utilizando a movi-
• Defesa. mentação básica?”. Sim, é possível aplicar a posição
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EDUCAÇÃO FÍSICA
básica para movimentação em exercícios em forma mecânicas para que ocorra, primeiro, o ensino do
de jogo e jogos adaptados, porém ainda sem toque saque por baixo para, depois de dominado, ensinar
e manchete, utilizando apenas lançamentos de bola o saque por cima. Isso geraria uma perda de tempo
(em que o aluno deve segurar e lançar a bola). Isso desnecessária, a menos que justifique-se pela pouca
contribuirá para melhoria da percepção espacial e idade das crianças e, então, por ainda não apresen-
temporal em relação à bola e das capacidades pri- tarem determinadas capacidades motoras.
mordiais para boa execução do toque e manchete. O saque tipo tênis, além da sua função própria,
Sendo assim, antes de ensinarmos a criança a dar to- facilitará o aprendizado da cortada, pela proximida-
que e manchete, devemos ensiná-la a chegar na bola de dos movimentos. E, logicamente, somente após a
(assim ela aprenderá quando usar o toque e em qual cortada é que se faz necessária a existência do blo-
situações de distância da bola utilizar a manchete). queio, o que justifica ser o próximo fundamento a
Em seguida, a opção é pelo toque de bola por cima, ser ensinado.
pois além dele fazer uso da posição básica, previa- Por fim, os fundamentos de defesa, como mer-
mente ensinada, uma vez que o praticante o tenha do- gulhos em pé e rolamentos etc., virão por último,
minado, é o fundamento que lhe garantirá maior pre- visto sua complexidade em relação aos demais.
cisão na situação dos jogos de aplicação. Assim sendo, Eles devem ser ensinados apenas pelos professores
os jogos propostos na última etapa do processo farão atuantes em clubes e escolinhas esportivas, pois na
uso da posição básica + toque de bola por cima. escola não temos tempo hábil para isso, nem con-
Para dar prosseguimento, o próximo fundamen- dições físicas e materiais, pois precisaríamos de jo-
to é a manchete. Alguns consideram a manchete elheiras para os alunos, plintos ou caixotes para os
mais fácil, por ter contato com o antebraço, porém, cortadores realizarem o ataque para aplicabilidade
essa é uma região com informação sensorial inferior da defesa, além de boa condição de quadra e quan-
à ponta dos dedos e, por isso, oferece menor preci- tidade elevada de bolas.
são. Isso poderia dificultar os jogos de aplicação, po- Assim sendo, o professor pode programar seus con-
rém, como é o terceiro fundamento a ser ensinado, a teúdos, seguindo essa ordem, utilizando-se o processo
criança poderá fazer uso de: posição básica + toque pedagógico para cada fundamento a ser ensinado.
de bola por cima + manchete.
Com a manchete dominada, o saque poderá ser
utilizado, agora, com um sentido prático. Indica- REFLITA
mos que o saque por baixo seja utilizado em aulas
de Educação Física, a considerar sua facilidade em Nas aulas de Educação Física Escolar são des-
relação ao saque tipo tênis. E, então, que este último tinadas, em média, oito aulas por bimestre e
seja utilizado por professores que trabalham com em cada bimestre ensina-se um esporte dife-
rente (a considerar cada ano). Então, em oito
a modalidade em clubes e escolinhas esportivas. aulas, tendo em vista que se deve contem-
Isso porque os movimentos não se assemelham, de plar as cinco fases do processo metodológico,
modo que o saque por baixo não é uma adaptação quantos fundamentos o professor ensinará?
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Fases Pedagógicas:
O Processo Progressivo-Associativo
A
primeira fase de aprendizagem denomi- Ensino Fundamental II, ou seja, 6º ano. É possível,
namos fase de estimulação, que corres- se o conteúdo for bem estruturado e as aulas bem
ponde do 1º ao 5º ano do Ensino Funda- planejadas, que o professor passe pelos fundamen-
mental, atendendo crianças da primeira tos básicos, como posição básica, toque de bola por
e segunda infância (Ensino Fundamental l). Nessa cima e manchete, neste primeiro ano de contato com
primeira fase, o envolvimento das crianças nas ati- a modalidade, e assim sucessivamente, até contem-
vidades devem ter o caráter lúdico, participativo e plar todos os fundamentos, possibilitando destinar
alegre, a fim de oportunizar o desenvolvimento das o Ensino Médio para o ensino e aplicação do sistema
habilidades motoras fundamentais para o desenvol- tático, que veremos nos capítulos que seguem.
vimento dos jogos em geral, contribuindo para seu Nesse sentido, vimos, no Tópico 4 que, uma vez
entendimento tático dos jogos esportivos coletivos criado o processo metodológico para a aprendiza-
(GRECO; BENDA, 2007). gem do fundamento selecionado para ensino, será
Desse modo, ao encontro com o exposto nos desenvolvido desde a etapa da apresentação da ha-
tópicos anteriores, sugere-se que o voleibol seja ini- bilidade até a última, denominada aplicação. Cabe-
ciado com crianças que estão no primeiro ano do rá ao professor criar exercícios de aplicação apenas
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EDUCAÇÃO FÍSICA
com o fundamento ensinado, no caso, posição de ex- Ao realizar esse processo de ensino do funda-
pectativa e movimentação. Assim, quando os alunos mento, no momento da fase de aplicação, deverá
estiverem realizando a contento esse fundamento, o ser feita uma associação ao fundamento anterior,
professor pode partir para o ensino do próximo, que iniciando, assim, o processo de combinação com
é o toque, de acordo com a ordenação do ensino dos os fundamentos previamente apreendidos. Nessa
fundamentos, visto no Tópico 3. lógica, o ensino do fundamento manchete deve
O processo de ensino e aprendizagem deverá ser trabalhado da mesma forma que o toque, para
conter a sequência previamente apresentada. Lem- que na fase de aplicação os dois fundamentos se-
bra da qual estamos nos referindo? Vimos a sequ- jam reunidos para criarmos um mecanismo de
ência representada pela figura de uma corrente, em associação, demonstrando que existe uma lógica e
que os elos simbolizam cada fase que é acrescentada, aplicabilidade aos fundamentos anteriores. Além
formando o processo de ensino. Para refrescar sua disso, haverá um trabalho dinâmico no processo
memória, caso não se lembre: de aprendizagem e não permitiremos que os fun-
1. Apresentação da habilidade. damentos anteriores sejam desaprendidos ou per-
2. Sequência pedagógica. cam a sua eficiência.
3. Exercícios corretivos e formativos. Dessa maneira, ao término desse processo de
4. Automatização. ensino, se for utilizado o ordenamento de ensino
5. Aplicação do fundamento à mecânica do proposto, ao chegarmos na fase de aplicação do sa-
voleibol. que por baixo, o aluno estará jogando voleibol.
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ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Didaticamente, essa sequência foi proposta de- Quadro 1 - Classificação dos grupos das habilidades
vido às características dos movimentos se asseme- motoras
lharem. Assim, o professor poderá racionalizar me- GRUPO I GRUPO II GRUPO III
lhor todo o processo de ensino e aprendizagem. Isso Posição básica Saque tipo tênis Defesa em pé
porque movimentos similares utilizam-se capacida- Movimentação Cortada Rolamentos
des motoras parecidas para sua boa execução - como Toque Bloqueio Mergulho
força de pernas, equilíbrio estático, dinâmico e recu- Manchete Recursos
perado e elasticidade de quadríceps - ao pensarmos, Saque por baixo
por exemplo, no ensino da posição básica, do toque Fonte: Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012, p. 62).
e da manchete (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012).
Por conseguinte, segundo os mesmos autores, Vale destacar que, em contextos em que há pro-
com os fundamentos organizados nessa sequência, ximidade dos movimentos que estão sendo apren-
possibilitamos maior utilização das capacidades mo- didos, ocorre transferência de aprendizagem, que é
toras em relação às demandas de tempo e repetição. um conceito importante da área da aprendizagem
Isso porque, há de se considerar que as capacidades motora. Segundo Magill (2011), a transferência de
físicas não são rapidamente desenvolvidas, como a aprendizagem é a influência da experiência ante-
aprendizagem de alguns fundamentos (ex: posição rior, no desempenho de uma nova habilidade ou
básica, que pode ser ensinada em duas sessões). As- em novo contexto, o que justifica, mais uma vez,
sim, como demanda mais tempo de prática para que a importância do agrupamento dos fundamentos
haja melhora em seus índices de atuação, ao agrupar que utilizam capacidades motoras parecidas no
fundamentos semelhantes, garantimos maior tempo processo de ensino.
de utilização e, consequente, o desenvolvimento das
mesmas capacidades físicas.
Posto isto, seguimos a divisão feita por Bojikian,
J. e Bojikian, L. (2012), que separa os fundamentos
em três grupos, cada um aponta as capacidades mo-
toras inerentes aos fundamentos que as compõem.
38
considerações finais
O
conceito de esporte, no Brasil, está pautado na evolução do fenômeno
sócio-cultural esportivo, instaurado em nossa sociedade. Isso porque,
o esporte é tido como direito de todos. Desse modo, as formas de
manifestação desse direito norteiam a prática desse esporte como o
Esporte-educação; Esporte-lazer, no qual consideramos, também, os aspectos de
saúde; e o Esporte-desempenho.
Vimos, nesta unidade, que o esporte-desempenho não representa a totalidade
do esporte, ainda que, por vezes, seja visto como o todo e não como uma das ver-
tentes que representa. É importante que o professor de Educação Física conheça
o esporte em sua forma totalitária, para que possa utilizá-lo como ferramenta de
trabalho na realidade em que estiver inserido.
Estudamos a melhor idade para aprendizagem do voleibol, considerando os
aspectos físicos e maturacionais da criança, fatores que a distinguem biologica-
mente de adultos. Logo, a indicação do status maturacional da criança vai nos
ajudar a guiar melhor nossas aulas, conforme a faixa etária, e atender às suas
necessidades.
Nesse sentido, para que ocorra de fato a aprendizagem da modalidade a qual
estamos ensinando, faz-se necessário adotar alguns procedimentos metodológi-
cos, de acordo com as especificidades desta. O voleibol, em especial, tem algu-
mas características que o diferem das outras modalidades pois é uma modalidade
modalidade com rede e não permitir a retenção da bola. Tais elementos são de
suma importância para a construção da aprendizagem do entendimento do jogo
e dos fundamentos técnicos.
Do mesmo modo, tão importante quanto às cinco etapas que foram suge-
ridas para o ensino da modalidade, é a ordem em que serão apresentados esses
fundamentos às crianças. Devemos manter a progressividade deles, do simples
para o complexo, para que a aprendizagem dessa modalidade ocorra de forma
natural à criança e que ela possa utilizar os fundamentos, conforme aprenda,
para jogar voleibol!
39
LEITURA
COMPLEMENTAR
Importância do Esporte
A importância do esporte na sociedade pode ser de- do um antídoto à violência (em Nova Iorque, as ligas da
monstrada de diversas formas, como, por exemplo, a meia-noite contribuíram para a diminuição do índice de
preocupação dos governos em tornar o esporte obriga- criminalidade).
tório onde quer que a sua ação se faça sentir, principal- No âmbito econômico, o esporte envolve muitos recur-
mente no ensino, desde a primeira infância até os cursos sos financeiros; movimenta uma grande indústria diver-
universitários; a dedicação, por parte da imprensa diária, sificada e especializada na produção de equipamentos
em todo o mundo, de grande parte de seu tempo e es- esportivos, uniformes, equipamentos protetores, calça-
paço ao noticiário esportivo; a acirrada disputa entre os dos, entre outros.
países para sediar eventos esportivos de alcance interna- Constitui meio de vida para milhares de pessoas em todo
cional; e o esforço de muitos países em disseminar novas o mundo, pois é uma atividade de grande geração de em-
modalidades esportivas. pregos que envolve desde médicos, professores, técni-
Alguns aspectos que ressaltam a importância do esporte cos, dirigentes, fisiologistas, nutricionistas, dirigentes até
são que ele permite a aproximação e confraternização pessoal de apoio que trabalha em rouparia, lavanderia e
dos povos, como é o caso dos Jogos Olímpicos; possibilita comércio de artigos esportivos, entre outros. Além disso,
a divulgação de uma melhor imagem externa dos países, estimula o setor de construção, aumenta o fluxo turístico
já que os eventos mais importantes são vistos por mi- e propicia o surgimento de novos produtos e serviços.
lhões de pessoas em todo o mundo (não se pode ques- A atividade por si mesma pode apresentar retorno eco-
tionar a contribuição do futebol brasileiro para a criação nômico, deixando de ser considerada despesa e passan-
de uma marca Brasil); pode ser utilizado como elemento do a ser considerada investimento. No mundo, diversas
de motivação da educação tradicional e possibilita maior empresas do mercado financeiro estão comprando a
interação das pessoas com o meio ambiente. propriedade de times profissionais.
No âmbito social, o esporte tem função pedagógica no O interesse das TVs pela transmissão de eventos esporti-
processo de formação do indivíduo, ressaltando a dis- vos e o surgimento da televisão com programação paga
ciplina, o respeito à hierarquia e às “regras do jogo”, a em particular têm dado uma dimensão ainda maior ao
solidariedade, o espírito de equipe e outros fatores do esporte, contribuindo para o aparecimento e crescimen-
desenvolvimento humano. Pode ser utilizado como ins- to de novas modalidades esportivas e o surgimento de
trumento de resgate social (a Itália, por exemplo, organi- novos formatos para esportes já tradicionais.
zou um programa para recuperar dependentes químicos
Fonte: adaptada de Santos (1997).
por meio do esporte) e, também, vem sendo considera-
40
atividades de estudo
41
atividades de estudo
3. Sobre o processo metodológico de ensino dos 4. O processo metodológico para o ensino dos
fundamentos do voleibol, relacione as seguin- fundamentos do voleibol é composto por cinco
tes colunas. etapas. Quais são elas? Explique suas respec-
( ) Uma vez retido, o movimen- tivas características.
(a) Apresentação
to passa a ser natural para o
da habilidade
indivíduo. 5. Sobre a última fase de aprendizagem, a Aplica-
( ) Deve-se estimular o aprendiz ção do fundamento à mecânica do jogo, assi-
(b) Sequência a tentar realizar a atividade mo- nale a alternativa incorreta.
pedagógica tora sem a bola, para vivenciar a
a. Exercícios em forma de jogo aprensentam si-
sinergia do movimento global.
tuações reais de jogo, porém com nível fácil de
(c) Exercícios ( ) Quando grande parte do gru-
realização e atividades de baixa organização.
educativos e po atingiu o movimento deseja-
formativos do, avançam no processo. b. O jogo adaptado consiste em exercícios com
( ) Objetiva resolver imperfeições dinâmica de jogo, porém em uma dinâmica ar-
(d) Automatização causadas por equívocos motores tificial criada pelo professor.
e técnicos.
c. O jogo de iniciação ainda não permite que a
( ) Transição não pode ser
(e) Aplicação brusca: imobilidade a situações criança jogue com a aplicação das regras bá-
complexas. sicas.
a. A, D, B, C, E. d. Nos exercícios em forma de jogo sugere-se a
b. B, D, E, A, C. composição de pequenos grupos para facilitar
e garantir a participação de todos nas ações.
c. D, A, B, C, E.
e. No jogo adaptado prioriza-se a repetição das
d. D, A, C, B, E. ações de jogo.
e. A, C, D, E, B.
42
EDUCAÇÃO FÍSICA
Duelo de Titãs
Ano: 2000
Sinopse: as vitórias da equipe do técnico Herman Boone (Den-
zel Washington) foram importantes; mas, a mais marcante foi a
superação do racismo, dos preconceitos e do ódio racial. Pode
ser utilizado como material para redação, história, geografia, so-
ciologia e ética, pois desperta para as dimensões em que o esporte pode abranger.
Comentário: vimos, no Capítulo 1. sobre as dimensões do esporte, especificamente do vo-
leibol. Esse filme vai mostrar os contextos que o esporte está inserido e como ele pode ser
influente em diversos assuntos sociais.
43
referências
BOJIKIAN, J. C.; BOJIKIAN, L. P. Ensinando Volei- MEZZADRI, F. M.; FIGUEIRÔA, K. M.; SILVA, M.
bol. 5. ed. São Paulo: Phorte Editora, 2012. M. Os jogos olímpicos, paraolímpicos de 2016 e os
GALLAHUE, D. L. OZMUN, J. C. GOODWAY, J. D. legados de esporte de lazer. In: MARINHO, A.; NAS-
Compreendendo o Desenvolvimento Motor. 3. ed. CIMENTO, J. V.; OLIVEIRA, A. A. B. Legados do
São Paulo: Phorte editora, 2013. esporte brasileiro. Florianópolis: UDESC, 2014.
GAYA, A. A reinvenção dos corpos: por uma peda- PÚBLIO, N. S.; TANI, G. Aprendizagem de habilida-
gogia da complexidade. Sociologias. Porto Alegre, des motoras seriadas da ginástica olímpica. Revista
ano 8, n. 15, p. 250-272, jan/jun, 2006. Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 7, p. 58-68,
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universal: da aprendizagem motora ou treinamento SANTOS, A. M. M. M. et al. Esportes no Brasil: situ-
técnico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. ação atual e propostas para desenvolvimento, 1997.
HAYWOOD, K. M; GETCHELL, N. Desenvolvi- SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. Aprendizagem e
mento Motor ao longo da vida. 3 ed. São Paulo: performance motora: uma abordagem da aprendi-
Artmed, 2010. zagem baseada no problema. Porto Alegre: Artmed,
MAGILL, A. R. Aprendizagem e controle motor. 2010.
Conceitos e aplicações. 8. ed. São Paulo: Phorte. SILVA, A. S. Treinamento físico para crianças e ado-
______. Aprendizagem motora: Conceitos e aplica- lescentes. In: SILVA, F. M.; ARAÚJO, R. F.; SOARES,
ções. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. Y. M (orgs.). Iniciação Esportiva. Rio de Janeiro:
MANOEL, E. J.; CONNOLLY, K. J. Variability and MedBook Editora Científica, 2012. p. 1-18.
the development of skilled actions. International WHEELOCK, D.; HARTMANN, D. Midnight
Journal of Psychophysiology, v. 19, p. 129-47, 1995. basketball and the 1994 crime bill debates: The ope-
MARINHO, N. F. S. et al. Desenvolvimento humano: ration of a racial code. The Sociological Quartely. v.
uma breve visão voltada para a educação física. In: 48, p. 315-342, 2007.
Iniciação Esportiva. Rio de Janeiro: MedBook Edi-
tora Científica, 2012. p. 19-42.
Referências On-line
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23 maio 2017.
² Em: <https://www.cbdt.com.br/o-que-e-o-punhobol/>. Acesso em: 23 maio
2017.
44
gabarito
1. C.
2. D.
3. C.
4.
• Apresentação da habilidade: tem a finalidade de dar ciência da importân-
cia do movimento;
• sequência pedagógica: realizado com um número mínimo de repetições;
• exercícios educativos e formativos: não deve ocorrer a automatização até
esse momento. Existência de engramas fracos que podem ser corrigidos
nessa fase.
• automatização: processo de fixação que exige repetições.
• aplicação: recomenda-se começar com habilidades fechadas para progre-
dir para as abertas, aumentando a variabilidade dos exercícios propostos.
5. C.
45
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO
VOLEIBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Histórico do voleibol
• Principais regras do voleibol
• Capacidades motoras utilizadas no voleibol
• O desenvolvimento físico na infância e na adolescência
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o histórico do voleibol.
• Conhecer as principais regras da modalidade.
• Estudar as capacidades motoras utilizadas no jogo do
voleibol.
• Estudar o desenvolvimento na infância e na adolescência.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Histórico do
Voleibol
A
o pesquisarmos sobre a história e surgi- quicar no chão duas vezes antes de rebatê-la. Apesar
mento do voleibol, encontramos diversas disso, o voleibol foi criado com características pró-
leituras e interpretações sobre o assunto. prias, diferente de seus predecessores.
Por isso, vamos nos basear na história Basicamente, quando falamos em surgimento
contada por Bizzocchi (2004), que nos traz detalhes de algum esporte, devemos analisar a história da so-
sobre a criação e evolução da modalidade. ciedade naquele determinado momento, visto que
O voleibol é uma adaptação americana do jogo novas criações vêm para aclarar carências da socie-
italiano conhecido como faustball (faust em alemão dade da época. Desse modo, sabe-se que os norte-
significa punho), que era jogado por equipes de duas -americanos, no final do século XIX, dedicavam-se
a nove pessoas, que devolviam a bola sobre uma a esportes específicos, de acordo com as estações
rede, utilizando os punhos e poderiam deixar a bola do ano. Na primavera, o esporte praticado era o
50
EDUCAÇÃO FÍSICA
beisebol; no outono, era vez do futebol americano da para beleza e vigor físico, praticada pelos associa-
e quando chegava o inverno e as nevascas, que não dos de meia-idade na época (BIZZOCCHI, 2004).
permitiam esportes ao ar livre, as pessoas se reu- Morgan aceitou o desafio e começou a idealizar
niam nos ginásios, onde havia prática da ginástica, o projeto de um novo jogo, sem imaginar que estava
que dominavam os programas de Educação Física prestes a criar um esporte que viria a ser olímpico e
da época (BIZZOCCHI, 2004). praticado em países espalhados por todos os con-
Nesse momento, em 1891, foi requerido ao tinentes. Para isso, baseou-se no basquetebol e no
professor James Naismith, da Associação Cristã de tênis, esportes populares nos Estados Unidos.
Moços (ACM), de Springfield, Massachusetts, que Assim, no inverno de 1895, Morgan apresentou
criasse algum esporte que pudesse ser jogado den- um jogo de rebater, batizado de minonette. A rede
tro do ginásio, por causa do rigoroso inverno, e que que era utilizada no tênis foi elevada a 1,98 (do chão
fosse menos agressivo que o futebol. Assim, surgiu o até o bordo superior), utilizou-se como bola, a câ-
basquetebol, esporte que foi aceito de imediato e em mara da bola de basquetebol e, inicialmente, foram
pouco tempo popularizou-se em todas as ACMs dos elaboradas 10 regras básicas. Apresentado aos alu-
Estados Unidos (BIZZOCCHI, 2004). nos da ACM de Holyoke, o minonette - como o es-
Naismith foi apresentado a um aluno que de- porte foi chamado inicialmente - foi bem aceito e
fendia a escola no momento, em um jogo de futebol recebeu algumas sugestões de mudanças após suas
americano, do qual era assistente técnico, e logo se primeiras exibições. Os alunos solicitaram que hou-
tornaram grandes amigos. Este aluno era William vesse substituição da bola, pois a utilizada, por ser
George Morgan, que nasceu em 23 de janeiro de muito leve, deixava o jogo lento. Desse modo, tes-
1870, na cidade de Lockport, Nova Iorque, e que saiu tou-se a bola de basquete, porém foi considerada
de casa aos 14 anos e foi para Escola Preparatória de pesada. Isso levou Morgan a pedir à empresa A. G.
Mount Hermon, onde conheceu Mary King, que vi- Spalding e Brothers, a fabricação de uma bola espe-
ria a ser, anos depois, sua esposa (BIZZOCHI, 2004). cial, com peso intermediário, que variava de 255 a
Morgan foi incentivado por Naismith a ingres- 340g, e que ficou muito parecida com a bola que te-
sar na Escola para Trabalhadores Cristãos da ACM mos atualmente (BIZZOCCHI, 2004).
de Springfield (atualmente, Springfield College), em Em 1896, Morgan foi convidado pelo diretor
1894, mesmo ano em que Morgan foi transferido Dr. Luther H. Gullickda da Escola para Trabalhado-
para a cidade de Auburn, Maine. Um ano mais tar- res Cristãos da ACM, de Springfield, para mostrar
de, ele foi transferido para Holyoke, Massachusetts o novo jogo, em uma Conferência de diretores dos
e assumiu o cargo de diretor do Departamento de Departamentos de Atividades Físicas das ACMs da
Atividades Físicas da ACM local. Foi lhe solicitado, região. Morgan, junto aos 10 voluntários, divididos
pelo pastor Lawrence Rinder, que desenvolvesse um em dois times de cinco pessoas, apresentaram-se e
jogo menos vigoroso que o basquetebol (visto que causaram impacto, despertando discussões entusias-
os alunos mais velhos não se adaptaram à modalida- madas. Nessa ocasião, Gullick sugeriu que alteras-
de em razão dos choques e lesões que ocasionava) e sem o nome do jogo, em que foi aceita a ideia de um
mais recreativo que a calistenia - ginástica promovi- docente da escola, A. T. Halstead. O professor pro-
51
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
pôs o nome volleyball, já que a bola ficava em cons- apontado como o segundo esporte mais praticado
tante voleio (volley, em inglês) sobre a rede. A ACM, pelas tropas norte-americanas, ficando atrás apenas
rapidamente adotou o voleibol em todas as unidades do softball (BIZZOCCHI, 2004).
dos EUA e Canadá, o que contribuiu para a difusão Devido à prática do voleibol pelos soldados nor-
do esporte (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012). te-americanos, o mundo enxergou a modalidade
Em 1897, foram publicadas as primeiras regras, como um esporte vigoroso e dinâmico, conveniente
porém só em 1918 é que se fixou o número de seis também para os homens fortes. Isso porque, até a
participantes, assim como é atualmente. Em 1922, Segunda Guerra Mundial (1945), o voleibol era visto
limitou-se a quantidade de toques por equipe, em como esporte recreativo, praticado por mulheres e
no máximo três, visto que, até então, ambos eram pessoas de meia-idade. Assim, foi criada, em Paris, a
livres. Em abril de 1922, foi realizado, no Brooklyn, Federação Internacional de Voleibol (FIVB), em 20
Nova Iorque, o Primeiro Campeonato Nacional de de abril de 1947.
Voleibol entre as ACMs, reunindo 27 núcleos de 11 O Brasil foi um dos 14 países a participar do
estados norte-americanos. Em 1928, fundou-se uma congresso de fundação junto com França, Itália,
filiação com 22 associações, que promoveu torneios Checoslováquia, Estados Unidos, Bélgica, Egito,
e a Associação de Voleibol dos Estados Unidos (US- Hungria, Iugoslávia, Holanda, Portugal, Romênia,
VBA), presidida por George Fischer, que se manteve Uruguai, Líbano e Polônia. Dois anos mais tarde, a
no cargo por 24 anos. FIVB promoveu o I Campeonato Mundial, em Pra-
O voleibol chegou na América do Sul em 1910, ga, vencida, nesta edição, pelos soviéticos (FIVB).
e o Peru foi o país pioneiro na prática. No Brasil, Em 1954, houve a criação da Confederação Bra-
há duas prováveis datas de início do esporte, sendo sileira de Voleibol (CBV), momento em que a orga-
a primeira delas em Pernambuco, em 1915, no Co- nização da modalidade deixou de ser realizada pela
légio Marista de Recife. Outros estudiosos afirmam Confederação Brasileira de Desportos. Em 1955, o
que foi na ACM de São Paulo, em 1916. De qualquer voleibol estreou nos Jogos Pan-Americanos que teve
forma, o primeiro campeonato nacional foi dispu- sua edição no México e todos seus ingressos esgota-
tado somente em 1944 (BIZZOCCHI, 2004; BOJI- dos, antes mesmo do início dos jogos.
KIAN, J.; BOJIKIAN, L. 2012). Na década de 60, o voleibol foi apontado como
Em 27 de dezembro de 1942, aos 72 anos, o cria- o esporte mais popular em 25 países, dentre os 100
dor do voleibol, William George Morgan, faleceu em filiados à FIVB, sendo o terceiro esporte coletivo
sua cidade natal. Porém, conseguiu ver sua modali- mais praticado no mundo, chegando a ter mais de
dade se expandir pelo mundo, tomando forma com 60 milhões de praticantes. Em 1962, o Congresso
regras cada vez mais consolidadas. A National Re- Olímpico Internacional realizado em Sofia, Bulgá-
creation Associations (NRA), em 1946, considerou ria, aceitou o voleibol como esporte olímpico, após
o voleibol o quinto esporte mais praticado nos Es- ter feito uma demonstração prática. Desse modo,
tados Unidos, em uma publicação Recreation, com em Tóquio (1964), o voleibol estreou em Olimpí-
mais de 5 milhões de participantes, com aproxima- adas com 10 equipes masculinas e seis femininas
damente 1.210 cidades associadas à NRA. Ainda, foi (BIZZOCCHI, 2004).
52
EDUCAÇÃO FÍSICA
Os Jogos Olímpicos de Munique (1972) apresen- meio de cursos que eram ministrados por técnicos
taram um voleibol que começava a evoluir taticamen- estrangeiros. Nesse momento, vários campeonatos
te, em que as equipes adotaram um padrão defensivo internacionais foram sediados no Brasil, fazendo
e levantamentos com maior alternância de ritmo (bo- com que grandes clubes e seleções viessem aqui
las mais baixas e mais rápidas). O destaque foi para competir. O intercâmbio contribuiu para o aumen-
a equipe japonesa masculina, que nesta edição revo- to do nível do nosso voleibol, o que despertou inte-
lucionou a forma de jogo. Em 1980, em Moscou, a resse do público e, consequentemente, da televisão.
União Soviética assumiu o lugar mais alto do pódio, A presença da televisão trouxe empresas patroci-
com a fusão entre o modo de jogar dos japoneses, nadoras, que possibilitaram a profissionalização do
aliado à sua superioridade na estatura dos jogadores. voleibol, permitindo que técnicos e atletas se dedi-
Em 1984, o mexicano Rubén Acosta assumiu a cassem exclusivamente ao esporte (BOJIKIAN, J.;
presidência da FIVB. Com ideias inovadoras, apro- BOJIKIAN, L., 2012).
veitou o bom momento do voleibol e sua popula- O constante estudo, especialização e dedica-
ridade para conseguir poderosas parcerias com as ção dos técnicos favorecia o aumento da qualida-
redes de televisão, vendeu eventos internacionais e de do trabalho oferecido. Enquanto isso, o mesmo
buscou patrocínios fortes, que distribuíram prêmios acontecia fora das quadras, quanto à organização e
milionários. Em suma, transformou o voleibol em infraestrutura. Hoje, as equipes são compostas por
um forte espaço para o marketing esportivo (BIZ- profissionais de várias áreas, compondo comissões
ZOCCHI, 2004). técnicas multiprofissionais, que trabalham em har-
Desse modo, em 1990, a Liga Mundial foi dis- monia e com base científica, buscando a excelência
putada pela primeira vez e distribuiu 1 milhão de da performance (BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012).
dólares em prêmios. Já em 2002, 15 milhões de dó- O Brasil é um dos poucos países a possuir des-
lares foram disputados por 16 seleções masculinas, taque no cenário mundial com as equipes do fe-
atestando o voleibol como exemplo administrativo minino e do masculino. Além disso, a força inter-
e empresarial. Perceba você que todo o desenvolvi- nacional do voleibol brasileiro é notada, também,
mento histórico do Voleibol contribuiu para tornar- nas equipes de base, bem como no voleibol de praia
-se a potência vista hoje. A TV é o veículo de maior adulto e juvenil.
importância para os patrocinadores do esporte, pois O fato do nosso voleibol ser o mais respeitado no
suas aparições são extremamente valiosas. O vôlei mundo deve-se ao empenho e à capacitação de pro-
de praia tem acompanhado o vôlei de quadra como fessores, técnicos, atletas e dirigentes. E, para isso, a
exemplo de investimento em marketing. CBV contribui para o processo de formação qualifi-
cada dos técnicos, que oferece cursos de atualização
VOLEIBOL NO BRASIL profissional e organiza-os por níveis (existem, atual-
mente, cinco níveis no voleibol de quadra e dois no
A partir da metade de 1970, a CBV, com a cola- voleibol de praia). Assim, preserva-se a qualidade e
boração de algumas federações, passou a investir a seriedade nas atuações que transformam o voleibol
na formação de técnicos e atletas brasileiros por do Brasil na potência que é hoje.
53
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
N
este tópico serão apresentados as prin- REGRAS DO VOLEIBOL
cipais regras e características da moda-
lidade. Além de direcionar um jogo de Neste subtópico não vamos fazer uma descrição
voleibol, as regras orientam ações téc- detalhada de todas as regras de voleibol, mas sim,
nicas, táticas e também norteiam as funções dos explanar sobre as características do voleibol, bem
jogadores na quadra. Os fundamentos do Voleibol como as principais regras e funções dos envolvidos:
possuem algumas orientações presentes nas regras. professores e alunos.
O objetivo não é que você, aluno(a), memorize as Uma partida de voleibol pode ser disputada em
regras da modalidade, mas que compreenda a totali- quadras abertas e fechadas. O jogo é disputado por
dade que compõe um jogo de Voleibol. duas equipes, compostas por seis jogadores cada.
54
EDUCAÇÃO FÍSICA
Cada grupo é coordenado por um técnico e pos- atinge uma diferença de dois pontos. Exemplo: 25
sui outros seis jogadores reservas. O jogo acontece x 23. Quando essa diferença não é obtida, pros-
com a presença de dois árbitros, um apontador e segue-se o set até que uma das equipes consiga
quatro fiscais de linha. tal vantagem. A quadra oficial do voleibol dispõe
As partidas podem ter cinco sets; porém, vale de 18m x 9m de largura. É dividida por uma rede
ressaltar que a maior parte dos eventos escolares de 9,5m x 1m de largura, suspensa a uma altura
ou jogos de categorias menores, o jogo será em de 2,43 m para as equipes masculinas e 2,24 m
uma partida “melhor de 3 sets”, ou seja, a equipe para as femininas em jogos oficiais, podendo va-
que vencer dois sets é a vencedora. Se houver ne- riar em categorias infantis. A bola oficial tem cir-
cessidade, haverá a disputa de um terceiro set, até cunferência de 65 a 67cm e deve pesar entre 260
15 pontos. Cada set tem, pelo menos, 25 pontos, e 280g. (CBV, 2015-2016, on-line1; BOJIKIAN, J.;
de modo que o placar só é finalizado quando se BOJIKIAN, L., 2012).
LINHA
LATERAL FAIXA
F M
(5cm) 2,24m/2,43m 1m LATERAL REDE
1,7 ANTENA
3m
5m 3m
>3-8m ZON >3-5
ATA A DE m
ZONA DE QU
E
DEFESA 9m
9m
9m
LINHA DE MEIO
DE QUADRA
LINHA LINHA DA ZONA
FUNDO DE ATAQUE (3m)
ZONA DE
SAQUE (9m)
Figura 1 - Medidas da Quadra
Fonte: os autores.
55
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Saque: fundamento que inicia a disputa de cada só pode ser feito com uma das mãos, geralmente
ponto. O objetivo do sacador é enviar a bola para o utilizado um ataque agressivo e veloz, porém tam-
lado do adversário. Ele posiciona-se atrás da sua li- bém temos as largadas ou “caixinhas”, golpes que
nha de fundo e saca, se a equipe adversária não con- quebram o sistema defensivo, (devido a imprevisi-
seguir efetuar o passe será computado ponto para a bilidade do golpe, geralmente utilizado com o atleta
equipe do sacador, o qual terá outra oportunidade empurrando a bola com a ponta dos dedos)
para sacar. Bloqueio: primeira ação defensiva da equipe.
Recepção: fundamento de característica defen- Utilizado para cessar o ataque adversário ou mesmo
siva, também denominado como passe. Utilizado amortece-lo. Pode ser simples (uma pessoa) duplo
para receber a bola que é lançada pela equipe ad- (duas pessoas) ou triplo (tres pessoas). Só pode exe-
versária no saque. A forma mais usual de efetuar cutar esse fundamento os jogadores que se encon-
esta ação é por meio da manchete, porém hoje tram nas posições 2, 3 e 4. Assim, saltam próximo
também pode-se efetuar a recepção com o toque. à rede com as palmas da mãos voltadas para o ad-
O objetivo do passador é evitar que a bola toque versário. É o movimento realizado na tentativa de
o chão de sua equipe, e recepcionar a bola para o defender o corte. Um ou mais jogadores (no limite
levantador de sua equipe. de três jogadores) saltam próximo à rede para inter-
Levantamento: fundamento também chama- romper a jogada do adversário e rebater a bola com
do de transição. Realizado antes do ataque, geral- as palmas das mãos.
mente é o segundo toque da equipe. O levantador Defesa: fundamento defensivo, utilizado para
é o responsável por preparar a jogada e distribuir a conter o ataque (corte) da equipe adversária. Por
bola para os seus atacantes, normalmente fazendo meio desse fundamento, busca-se evitar o ponto
uso do toque. ou criar oportunidade de contra-ataque, pode-se
Corte: movimento de ataque. Fundamento de utilizar qualquer parte do corpo para executar
característica ofensiva. Tem o objetivo de agredir a esse fundamento, porém o mais efetivo é a man-
equipe adversária desestruturando seu sistema de- chete (CBV, 2015-2016, on-line1; BOJIKIAN, J.;
fensivo transpondo o bloqueio e a defesa. O ataque BOJIKIAN, L., 2012).
56
EDUCAÇÃO FÍSICA
Líbero: recepciona o saque e defende o ataque. O jogo só se inicia ou continua com pelo menos 6
Lembramos que é proibido ao líbero efetuar o ata- jogadores em quadra. Portanto sem o número mí-
que, bem como levantar utilizando-se de toque nimo não se pode iniciar a partida. Cada professor/
dentro da linha de ataque. Uma das características técnico tem direito a 6 substituições durante um set.
principais do líbero é ter habilidade para conduzir Lembrando que o aluno/atleta substituído só pode
a bola em boas condições para o levantador (CBV, retornar no set no lugar do aluno/atleta que o subs-
2015-2016, on-line1). tituiu (CBV, 2015-2016, on-line)1.
Levantador: atleta que prepara a jogada para Cada equipe tem direito a dois tempos de um
o ataque. No sistema 5x1 (esse sistema consiste na minuto por set, que pode ser solicitado a qualquer
equipe com 5 atacantes e 1 levantador, utilizado momento, por meio de sinalização ao segundo árbi-
em equipes de rendimento), o levantador, quando tro. O professor/técnico é o responsável por deter-
encontra-se no fundo da quadra, não pode efetuar minar e preencher, em uma papeleta que lhe é en-
bloqueio nem mesmo atacar a bola para a quadra tregue pelos árbitros, a ordem inicial de sua equipe.
adversária quando a mesma estiver acima do bordo Essa papeleta de ordem inicial é entregue no início
superior da rede. de cada set de uma partida de voleibol, além da or-
Atacante ponteiro: seu principal objetivo é o dem inicial de saque de sua equipe, ela contém o es-
passe; responsável pelo sistema de passe da equipe, paço para designar o Líbero e também a assinatura
o atleta deve possuir força, velocidade e capacidade do técnico (CBV, 2015-2016, on-line)1.
para atacar a bola nas pontas ou atrás da linha dos
três metros. Equipe: Líbero:
Ass. Téc.:
57
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
A quadra de voleibol é dividida em seis posições O jogo tem início com o saque que, após auto-
e a rotação ocorre em sentido horário. Exemplo: rizado pelo árbitro, terá 8 segundos para ser reali-
sempre ao realizar o saque o jogador estará na po- zado pelo jogador, podendo lançar a bola para sua
sição 1. Cada posição possui um limite de espaço de execução apenas uma vez. Desse modo, é permitido
atuação que deve ser respeitado antes do saque, caso apenas uma tentativa de saque. Caso haja um erro
o posicionamento não seja respeitado ocorrerá um do sacador, o ponto é dado para outra equipe, que
erro de rodízio. Quando a bola está em jogo, os joga- passa a ter o direito de sacar.
dores podem atuar nos diversos espaços da quadra. Nesse momento, quando a equipe recebe o di-
reito de sacar, ela é obrigada a realizar um rodízio.
• Posição nº 1 - defesa direita e saque; É proibido que os jogadores de defesa (posições 5,
• Posição nº 2 - oposto ou saída de rede; 6, 1) ataquem na área de ataque (área dos 3m) e exe-
• Posição nº 3 - meio de rede ou central; cutem o bloqueio acima do bordo superior da rede,
• Posição nº 4 - ponta ou entrada de rede; visto que esse papel deve ser realizado pelos joga-
• Posição nº 5 - defesa esquerda; dores que estão na área de ataque, posições 2, 3 e 4,
de acordo com o rodízio (CBV, 2015-2016, on-line1;
• Posição nº 6 - defensor central ou defesa
central. BOJIKIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012).
O jogador não pode tocar a bola duas vezes se-
guidas, exceto quando o primeiro toque foi prove-
niente do toque no bloqueio. No momento em que
58
EDUCAÇÃO FÍSICA
59
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Capacidades Motoras
Utilizadas no Voleibol
N
ão podemos falar de capacidades físicas O voleibol é considerado um esporte que possui
no voleibol sem antes discutirmos as uma alternância no ritmo e intensidade das ativida-
suas características e a sua aplicabilida- des durante um jogo, denominado de atividades di-
de. Faz-se necessário, para o desenvolvi- nâmicas acíclicas, as quais predominam os sistemas
mento do aluno nesta modalidade, que ele tenha um anaeróbios. A intensidade e o curto período em que
bom condicionamento físico, o qual caracteriza-se ocorrem as jogadas determinam que os alunos utili-
pela boa recuperação entre as sessões de prática, zem o esforço máximo para sua execução, como as
bem como a prevenção de lesões, como aspecto de corridas de rápida mudança de direção e os saltos
suma importância (KRAEMER; HAKKINEN, 2004; verticais para os ataques/bloqueios com curtos perí-
BOMPA, 2002). odos de recuperação.
60
EDUCAÇÃO FÍSICA
CAPACIDADES COORDENATIVAS.
Sendo assim, existem dois tipos de capacidades • Agilidade: é a qualidade física que permite a
que podem ser trabalhadas na modalidade do volei- mudança na direção do corpo no menor tem-
bol: as capacidades físicas condicionais e as coorde- po possível. Conhecida como velocidade de
nativas, que serão sempre mais complexas na me- “troca de direção”. Para a agilidade, a flexibi-
lidade é importante.
dida em que o nível técnico dos alunos envolvidos
• Equilíbrio: adquirida por uma combinação
aumentar (GROSSER, 1983).
de ações musculares que objetiva sustentar o
Podemos classificar capacidade física como todas
corpo sobre uma base, contra a lei da gravi-
as qualidades físicas motoras passíveis de treinamento. dade. Pode ser de 3 tipos: dinâmico, estático
Weineck (2003) relata que as capacidades condicionan- e recuperado (GROSSER, 1983).
tes são mais diretamente voltadas para energia necessá-
ria a uma ação motora, enquanto as coordenativas são Em relação ao desenvolvimento das capacidades
mais relevantes à precisão delas, as quais são proprie- coordenativas, estas ocorrem entre os sete anos e o
dades qualitativas do nível de rendimento do indivíduo início da puberdade. É observado que nesta idade
que o capacitam a executar determinadas ações. ocorre o amadurecimento do Sistema Nervoso Cen-
Como Grosser (1983), outros autores corrobo- tral (SNC), que leva a uma melhoria do processa-
ram com a definição que classifica as capacidades mento de informações e da função acústica e ótica
motoras desportivas em: Capacidades Condicionais (WEINECK, 2003). Isso, como vimos no Tópico 2
(âmbito quantitativo) e Capacidades Coordenativas da Unidade I, facilita a execução de movimentos que
(âmbito qualitativo). A seguir podemos ver as defi- utilizam capacidades coordenativas, como as visuo-
nições de ambas. -manuais, por exemplo, como é o caso do toque de
bola por cima.
CAPACIDADES CONDICIONAIS. Perceba que todas essas capacidades elencadas
• Força: é a capacidade física que permite des- anteriormente são cabíveis para diversas modali-
locar um objeto, o corpo de um parceiro ou dades esportivas. É importante que você, futuro(a)
o próprio corpo por meio da contração dos professor(a), trabalhe essas capacidades motoras
músculos.
durante uma aula de Educação Física por meio de
• Velocidade: é a capacidade física que permite
atividades lúdicas e globais.
realizar movimentos no menor tempo possí-
Porque as capacidades motoras devem ser tra-
vel ou reagir rapidamente a um sinal.
balhadas dessa forma? Como posso trabalhar essas
• Coordenação Motora (destreza): é a capaci-
dade física que viabiliza a realização de uma atividades? É importante compreender que um dos
sequência de exercícios de forma coordenada. nossos propósitos na docência é propiciar ao aluno
• Flexibilidade: propicia a execução de movimen- o contato com a modalidade esportiva. A técnica dos
tos em grande amplitude (GROSSER, 1983). movimentos e as capacidades motoras devem ser tra-
• Resistência: proporciona realizar esforço du- balhadas sem a exigência de um alto nível técnico. O
rante um tempo, com suporte da fadiga e re- objetivo é trabalhar as capacidades necessárias para
cuperação após pouco tempo da prática. o voleibol de uma maneira prazerosa para o aluno.
61
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Sendo assim, sugerimos que as atividades para do praticante desenvolver por completo seu acervo
os jovens tenham as seguintes características: motor. Entretanto, é importante sempre se adequar
• Exercícios/atividades com grau de dificulda- ao planejamento e ao tempo destinado à modalida-
de relativamente baixo e médio. de do Voleibol, de maneira que o aluno consiga ter
• Exercícios/atividades com graus diferentes de uma compreensão total da modalidade. Cabe a você,
dificuldade, partindo do mais simples para os futuro(a) professor(a)/profissional de Educação Fí-
complexos. sica, utilizar toda a sua criatividade e entendimento
• Exercícios/atividades de baixa intensidade, do assunto, para planejar e criar atividades variadas
pois o nível de preparação física é pequeno e com exercícios e jogos, dando condições às crianças
o aluno ainda não possui capacidades técni-
vivenciarem o voleibol com toda a sua dinâmica.
cas de alto nível.
• Verificar nas atividades/exercícios a duração
SAIBA MAIS
e intensidade. Para a característica do Volei-
bol, indica-se atividades/exercícios de baixa
intensidade e curta duração. Existem diversas atividades que trabalham as
• Iniciar o trabalho com baixa intensidade e capacidades motoras das crianças. Por isso,
elencamos algumas formas de abordagem.
aumentando progressivamente, conforme • Capacidades Condicionais – Flexibi-
acontece a ampliação das capacidades técni- lidade: o trabalho de flexibilidade nas
co-táticas. aulas não deve ser extenuante. Você,
enquanto professor(a), pode trabalhar
no início das aulas um alongamento
Lembramos que Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012) com a turma. Além de prevenir lesões
dividem o processo de aprendizagem dos funda- e preparar o corpo para a realização de
mentos em três grandes grupos. Esses grupos foram uma atividade física, você trabalhará a
flexibilidade de seus alunos. Idade indi-
unidos observando as capacidades motoras seme- cada: todas as idades, o(a) professor(a)
lhantes exigidas para execução dos movimentos. deve adequar o alongamento para as
Vamos, então, retomar o exposto no Tópico 5 da diferentes idades.
• Capacidades Coordenativas – Equilí-
unidade anterior e utilizar como exemplo os funda- brio: atividade do Saci-Pererê. Indique
mentos do grupo l (posição básica, movimentação, aos alunos que todos estão em uma
toque, manchete e saque por baixo). Todos esses floresta e fazem parte de uma comu-
nidade em que todos são sacis-pere-
fundamentos do voleibol têm como características rês. Ao comando do (a) professor(a), os
a requisição de capacidades físicas, como equilíbrio, alunos devem realizar os movimentos
coordenação do aparelho locomotor, velocidade de indicados como saci-pererê (ou seja, com
apenas uma perna). Direcionamento
reação, coordenação viso-motora e coordenação es- do(a) professor(a): andar pela floresta,
paço-temporal para sua boa execução. saltar entre as pedras para atravessar
Observamos, nesta unidade, que os autores, em um lago e saltar em grupo. Idade indi-
cada: crianças de 6 a 9 anos.
todas as situações propostas, defendem ser de suma
importância o planejamento do trabalho em longo Fonte: adaptado de Slideshare.net ([2017], on-line)3.
62
EDUCAÇÃO FÍSICA
63
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
A
prática de atividades físicas e esporti- Contudo você deve estar se perguntando: esta-
vas durante a vida, ocorridas no âmbi- mos falando de treinamento na no ensino do volei-
to educacional, do lazer, rendimento bol? A resposta é sim, e a justificativa para a utili-
ou iniciação esportiva, deve ser consi- zação desse termo é simples. Greco e Benda (1998)
derada como um momento importante da vida da defendem que um dos graves problemas na biblio-
criança. Por isso, Greco e Benda (1998) sugerem grafia sobre esportes no Brasil é a consideração de
que esse momento deve ser entendido como um treinamento como alta performance. Entretanto, o
processo mais amplo, denominado ensino-apren- termo treinamento é tido como um processo peda-
dizagem-treinamento (E-A-T), independente da gógico, inter-relacionado com o ensino que pode
esfera a qual estiver inserida. alcançar diferentes objetivos e significados.
64
EDUCAÇÃO FÍSICA
65
considerações finais
Caro(a) aluno(a), durante esta unidade você pôde perceber que o desenvolvi-
mento histórico da modalidade, bem como suas principais regras são componen-
tes essenciais na compreensão de uma modalidade esportiva.
As práticas corporais podem contribuir e fortalecer na formação e no desen-
volvimento integral do jovem inserido em uma prática esportiva, devidamen-
te organizada. Cabe a nós, professores de Educação Física, entendermos nossos
alunos, suas especificidades e diferenças biológicas individuais. É necessário que
você, enquanto futuro(a) professor(a), compreenda que, em uma mesma turma,
terão indivíduos em estágios de maturação biológica bem diferentes, o que, con-
sequentemente, ocasionará em respostas diferentes aos estímulos dados em aula.
Por esses e outros motivos, é inaceitável a especialização do aluno em qual-
quer posição tática nessa fase. Isso porque, enquanto alguns alunos já estarão
alcançando seu pico máximo de desenvolvimento morfológico, outros ainda nem
estarão passando pela fase do estirão de crescimento. Assim, o entendimento das
capacidades motoras e do desenvolvimento do aluno é de suma importância para
a atuação docente.
Ainda assim, isso não impede que façamos trabalhos com exigências físicas,
que visam trabalhar e desenvolver as capacidades motoras que, mais tarde, servi-
rão de base para a prática esportiva em diversas modalidades. Contudo, fica aqui
expresso que o desenvolvimento das capacidades físicas não necessita de traba-
lhos com peso resistido, realizado exclusivamente em uma academia de muscula-
ção. Este deve ser inserido nas aulas de educação física, por meio de aquecimen-
tos, atividades lúdicas e globais; até porque, enquanto não atingir a maturação, os
ganhos de força específica são quase nulos nesta fase.
Lembre-se: o objetivo aqui é propiciar ao aluno a vivência e o contato com a
modalidade do Voleibol.
66
LEITURA
COMPLEMENTAR
Maturação Biológica
Franz Boas (1858-1942), um dos fundadores da Auxologia ção esquelética é o melhor sistema para avaliar a idade
Moderna, salientou, no seu tempo, que a idade cronoló- biológica e o estatuto maturacional de uma criança ou
gica não era o melhor indicador para identificar o timing jovem. São bem conhecidas as mudanças na forma, ta-
(momento em que ocorre um dado evento maturacio- manho e densidade do osso durante o crescimento, o
nal) e tempo (ritmo com que esse evento se manifesta) que permite a sua avaliação e atribuição de significado,
nas alterações que se verificam em diferentes caracterís- em termos de “distância”, relativamente ao estado adul-
ticas biológicas. É de entendimento generalizado que o to ou maturo. As mudanças que ocorrem em cada osso
timing e tempo dos diferentes indicadores de maturação desde o início do seu processo de ossificação até à mor-
biológica são independentes da idade cronológica. Num fologia adulta são uniformes e ocorrem de modo regular
grupo de crianças do mesmo sexo e mesma idade crono- e irreversível.
lógica ocorrem variações na idade biológica ou na matu- A estimação da idade óssea de uma criança ou jovem
ridade alcançada, i.e., as crianças apresentam trajetórias exige uma elevada precisão. Embora os métodos dis-
próprias em direção ao estado adulto, o que lhes confere poníveis apresentem alguma facilidade operacional, é
estatutos maturacionais distintos, comumente denomi- exigido do avaliador o conhecimento minucioso das es-
nados de ‘avançado’, ‘normal’ e ‘atrasado’ . pecificidades do método e fundamentalmente, uma con-
A avaliação da maturação biológica é uma prática co- siderável experiência prática. O controle e a qualidade
mum na área da Medicina e da Auxologia Desportiva. dos resultados de avaliação são os pilares de qualquer
No domínio das Ciências do Desporto, o seu uso tem pesquisa científica. Esta processologia não está publica-
sido variado, de que destacamos: identificar o timing do da em livros de texto nem artigos no espaço lusófono da
salto pubertário e idade no pico de velocidade da altu- Educação Física e Ciências do Desporto. Decorrem, da-
ra; estimar a velocidade de crescimento e previsão da qui, os objetivos do presente artigo: apresentar os pro-
estatura adulta; descrever e interpretar o significado da cedimentos metodológicos utilizados na estimação da
variação da maturação esquelética em função da idade idade óssea em crianças e jovens; descrever o método
cronológica. Tanner-Whitehouse 3 (TW3) e esboçar os resultados de
Na literatura, são referenciados os seguintes sistemas: um treinamento para a reprodutibilidade do método em
maturação esquelética, sexual, somática, dentária e bio- crianças e jovens.
química/hormonal. É unânime considerar que a matura- Fonte: Silva et al. (2012).
67
atividades de estudo
68
atividades de estudo
isso utiliza-se o sistema 6x0 nessa fase de iniciação equipe é o capitão que também tem a função de
escolar, pois todos devem ser estimulados a jogar participar do sorteio no início da partida.
em todas as funções). ( ) O início do jogo e de cada ponto acontece
( ) Meninos e meninas podem realizar somente após o saque.
atividades juntos na primeira infância de 6 a 11 ( ) É aceita apenas uma tentativa de saque.
anos, pois eles possuem a mesma capacidade de Caso o jogador erre, o ponto e o direito de sacar
força e resistência. passam para a equipe adversária.
4. Em relação às regras do voleibol, sobre o rodí- 6. Nesta unidade, aprendemos sobre as diferen-
zio e posições dos jogadores, assinale a alter- tes capacidades (coordenativas e condicionais)
nativa correta. que são necessárias para a apreensão da mo-
a. O rodízio acontece em sentido anti-horário, dalidade. Nesse sentido, imagine-se enquanto
e os jogadores podem circular pela quadra futuro(a) professor(a) de Educação Física e ela-
livremente. bore 2 atividades lúdicas, uma para trabalhar
com a Agilidade (Capacidade coordenativa) e
b. Uma quadra de voleibol é divida em 6 posi-
outra para trabalhar com a Coordenação Mo-
ções, que define o local em que o jogador se
tora (Capacidade condicional).
posicionará. O rodízio sempre acontece em
sentido horário.
c. O jogador que está na posição 6 sempre rea-
lizará o saque.
d. Cada jogador deverá manter sua posição den-
tro de quadra, mesmo após o saque.
e. Nenhuma das alternativas apresentadas é
correta.
69
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Iniciação Esportiva
Francisco Martins da Silva, Rossini Freire de Araújo e Ytalo Mota
Soares
Editora: MedBook
Sinopse: o livro Iniciação Esportiva pretende atingir aqueles pro-
fissionais que estão iniciando na profissão ou aqueles que ainda
detêm pouca informação sobre o tema. Inicialmente, o livro se dedica às áreas correlatas,
como fisiologia, aprendizagem motora e psicologia. Posteriormente, são apresentadas as
modalidades esportivas, com seus respectivos referenciais históricos e os fundamentos téc-
nico-táticos. Para além dessas informações, os leitores poderão aproveitar as sugestões de
aulas para o início do trabalho nas diferentes modalidades esportivas.
Este link traz todas as regras do voleibol indoor, interessante para os professores saberem as
regras e diminuírem suas dúvidas. Para conhece-lo, acesse o link disponível em: <http://2017.
cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/RegrasOficiaisdeVoleibol-2015-2016.pdf>.
70
referências
Referências On-line
¹ Em: <http://2017.cbv.com.br/pdf/regulamento/quadra/RegrasOficiaisdeVolei-
bol-2015-2016.pdf>. Acesso em: 25 maio 2017.
² Em: <http://www.fivb.org/EN/FIVB/FIVB_History.asp>. Acesso em: 25 maio
2017.
³ Em: <https://pt.slideshare.net/letymiura/atividades-de-equilibrio>. Acesso em:
25 maio 2017.
71
gabarito
1. D.
2. A.
3. F, V, V, V, V.
4. B.
5. V, V, F, V, V, V, V.
6. O importante é que você, futuro(a) professor(a), trabalhe essas capacidades moto-
ras durante uma aula de Educação Física por meio de atividades lúdicas e globais.
A técnica dos movimentos e as capacidades motoras devem ser trabalhadas sem a
exigência de um alto nível técnico. O objetivo é trabalhar as capacidades necessárias
para o voleibol de uma maneira prazerosa para o aluno. Agilidade: Pegando a cau-
da - Cada aluno receberá uma tira de jornal, que deverá ser colocado no cós da calça
nas costas, imitando uma cauda. Ao sinal do professor, cada aluno tentará roubar
a cauda dos colegas de turma e ao mesmo tempo proteger a sua. Ao final será feita
a contagem de quantas caudas cada um conseguiu pegar. Coordenação motora
(destreza): Estafeta - a turma formará uma fila. Será elaborado um percurso de ati-
vidades, primeira estação: pulos dentro de um caminho de arcos; segunda estação:
carregar uma bola com apenas uma mão se equilibrando em cima de uma corda
que estará no chão; terceira estação: correr entre os cones que estarão dispostos no
espaço em zigue-zague. O primeiro aluno da fila iniciará o percurso, ao voltar para a
fila, o próximo poderá sair, e assim sucessivamente, até todos participarem.
72
UNIDADE
III
FUNDAMENTOS TÉCNICOS BÁSICOS
DO VOLEIBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Posição de expectativa e movimentação básica
• Toque de bola por cima
• Manchete
• Saque por baixo
• Cortada
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o processo pedagógico de ensino da posição de
expectativa.
• Entender o processo pedagógico de ensino do toque.
• Estudar o processo pedagógico de ensino da manchete.
• Compreender o processo pedagógico de ensino do saque
por baixo.
• Estudar o processo pedagógico de ensino da cortada.
unidade
III
INTRODUÇÃO
Posição de Expectativa e
Movimentação Básica
A posição de expectativa é um dos fundamentos do voleibol de mais
simples utilização e ensino. Deverá estar interligada ao ensino da movi-
mentação pela quadra, em um processo pedagógico único.
APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE
78
EDUCAÇÃO FÍSICA
79
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Visto que temos a intenção de trabalhar com a ini- dar, para distâncias curtas, para todas as dire-
ciação do voleibol, nos ateremos apenas à posição ções e quando a bola não está em jogo.
de expectativa dos jogadores que farão a recepção b. Deslocamentos: para troca de posição na
da bola (posição de expectativa média). Isso por- quadra, sem mudar, no entanto, a posição de
que os conteúdos dos fundamentos, bloqueio e expectativa do jogador (média, alta), utiliza-
do em todas as direções.
defesa, provavelmente não serão ministrados nes-
se contexto, tendo em vista o tempo disponibiliza- c. Passo cruzado: utilizado para percorrer
maiores distâncias e necessita de prática.
do para a modalidade no plano de ensino escolar.
d. Salto: pode ser utilizado com ou sem deslo-
Sendo assim, ao falarmos da posição de expectati-
camento prévio, para alcançar bolas altas ou
va, estaremos nos referindo à posição média.
muito distantes.
Na posição de expectativa média, as pernas
e. Corrida: com a finalidade de cobrir distân-
devem estar flexionadas levemente, com o quadril
cias maiores, é utilizada com passos peque-
próximo à altura dos joelhos e braços semiflexio- nos e rápidos.
nados na altura da cintura e à frente do corpo. Os
pés devem estar afastados na largura do ombro, Partindo da posição básica, o aluno realiza des-
com um pé ligeiramente à frente do outro. O peso locamentos em direção à bola que podem ocorrer
do corpo deve estar deslocado para frente, tanto em várias distâncias, porém muito raramente, isso
quanto for possível, de modo que os calcanhares acontecerá acima de 4,5 metros. Em média, os des-
não estejam apoiados no chão e o peso deve es- locamentos variam de 1,5 a 2m de distância. Como
tar apoiado na planta do pé de forma equilibrada os deslocamentos para trás são mais difíceis de se-
(LERBACH; VIANA JÚNIOR, 2006; FIVB, 2011). rem executados, recomenda-se que os professores
A posição de expectativa deve ser aprendida em posicionem seus alunos de forma que tenham maior
conjunto com as movimentações, que no terreno área de cobertura à frente, do que para trás (BOJI-
de jogo são classificadas em função do trabalho dos KIAN, J.; BOJIKIAN, L., 2012).
pés. Esse deslocamento pode ocorrer em direção à É importante entendermos que as movimenta-
bola ou para uma posição na quadra. São reconheci- ções e a posição de expectativa terão sido estimula-
das as seguintes movimentações (LERBACH; VIA- das na fase de iniciação ao voleibol mediante do Mi-
NA JÚNIOR, 2006): nivoleibol, por meio de alguns jogos. Dessa forma,
a. Passo simples: utilizado normalmente no an-
80
EDUCAÇÃO FÍSICA
esse fundamento será rapidamente contemplado em parados para a realização do movimento. Basica-
aula (talvez um ou dois encontros), de modo que, ao mente, os alunos devem ter em mente que: primeiro
perceber que os alunos estão realizando o movimen- chega-se na bola, para depois realizar o movimento.
to satisfatoriamente, o professor deverá avançar para Como vimos, para distâncias curtas, devemos
o próximo fundamento. estimular os deslocamentos (que ocorrem sem per-
Nesse momento, o professor irá corrigir alguns der a posição de expectativa) e podem ser realiza-
aspectos do deslocamento, de modo a tornar mais dos com passos cruzados ou com passos laterais (os
eficaz a movimentação durante o jogo. Nessa fase, professores podem fazer analogias com os passos de
os alunos costumam tocar na bola ainda em movi- caranguejos).
mento, ou então, sem estar à uma distância correta
da bola. Também é essencial enfatizarmos que, para
tocarem na bola, o deslocamento já deve ter ocorri-
do, de modo que os alunos estejam completamente
81
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
82
EDUCAÇÃO FÍSICA
• Em duplas, realizam movimentação para di- • Mesmo exercício anterior, fazendo os deslo-
reita e esquerda, comandada por um aluno, camentos laterais. Após algumas execuções
enquanto o outro executa. Após algumas re- determinadas pelo professor, troca-se.
petições, alterna-se quem está executando. • Individualmente, os alunos fazem desloca-
• Mesma coisa, mas agora com deslocamentos mentos, em posição de expectativa, segu-
frente e trás. rando uma bola na altura do quadril, com os
braços semiflexionados.
• Alunos executam deslocamentos para todas
as direções, agora, em comando do professor. • Com a rede mais baixa que a altura oficial,
os alunos executam os deslocamentos frente
e trás, tocando na bola que seu companheiro
EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS está segurando do outro lado da quadra (isso
os forçará a realizar o deslocamento manten-
do a posição de expectativa).
Agora, após realizados os movimentos em algumas si-
tuações (diversas direções), começam aparecer alguns Exercícios formativos
erros de execução. Nesse momento, antes que os alu- • Vale reforçar que os exercícios formativos são
nos automatizem o movimento errado, o ideal é corri- referentes às capacidades motoras e visam
girmos o que não está satisfatório no movimento. Para desenvolver aspectos de força, flexibilidade,
isso, surgem alguns erros comuns aos executantes: velocidade etc.
• Não flexionar as pernas, mas sim o tronco. • Nesse caso da posição de expectativa e mo-
• Posicionar os braços muito baixo, para frente vimentação básica, são recomendados exer-
ou muito abertos. cícios que estimulam o desenvolvimento da
elasticidade e resistência dos quadríceps, co-
• Realizar os deslocamentos sem manter a po-
ordenação bilateral do aparelho locomotor.
sição de expectativa.
83
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
AUTOMATIZAÇÃO
• Em duplas, um aluno lança enquanto o outro Devemos lembrar que, de acordo com o que vimos
realiza deslocamentos para direções variadas na Unidade l, a automatização remete à repetição
(frente, trás, direita e esquerda), lançadas em nas mais variadas situações. Portanto, você, profes-
altura baixa, para que o aluno que a realiza sor(a), deve criar variações e novos exercícios, a par-
faça os deslocamentos e mantenha a posição
tir destes aqui apontados.
de expectativa. Após determinadas repeti-
ções ou tempo de exercício, o professor tro-
ca-se as funções. APLICAÇÃO
• Em grupos de duas pessoas, um lança e os de-
mais, em posição de expectativa, realizam o Jogos de iniciação (adaptados de GONZÁLEZ; DA-
deslocamento e devem pegar a bola antes que RIDO; OLIVEIRA, 2014).
caia no chão.
• Os alunos do lado B lançam a bola para os 1. Voos e chegadas:
alunos do lado A, que devem se deslocar para Ficar em grupos de 5 a 6 alunos, em círculo, espaça-
frente e manter a posição de expectativa ao dos a aproximadamente 1m de distância. O objetivo
segurar a bola. é lançar a bola de um para o outro, tentando man-
ter a bola no ar o maior tempo possível. Mover-se
enquanto observam a bola, chegar em boa posição
para pegar a bola antes que caia no chão. A fim de
criar maior competição entre os alunos, o professor
pode determinar uma competição entre os grupos.
Quem mantiver a bola no ar por maior tempo, ven-
ce. Pode variar a distância entre os alunos, aumen-
tando gradativamente.
2. Fogo cruzado:
84
EDUCAÇÃO FÍSICA
85
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Toque de Bola
por Cima
Após ensinada a posição de expectativa e movimen-
tação básica, vamos seguir para o toque de bola por
cima, novamente passando pelas cinco fases do ensino.
APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
Execução
Todo o corpo participa da execução do toque. O
contato será realizado com a parte interna dos de-
dos, realizando uma pequena flexão de punhos. Os
braços e as pernas deverão se estender, efetuando,
Figura 5 - Entrada sob a bola toque de bola assim, uma transferência de peso do corpo da perna
Fonte: UniCesumar.
de trás para a da frente.
87
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Término do movimento
Ao final do movimento, o corpo terminará todo es- É importante destacar que, em um primeiro mo-
tendido e o impulso procede do movimento de per- mento da aprendizagem, recomenda-se que os alu-
nas, que continua por meio da extensão do corpo até nos aprendam apenas o toque de frente, para depois
transmitir o toque na bola. aprenderem suas variações.
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA
• Lançar a bola para cima e para frente, correr e
agarrar a bola na posição do toque.
• Em duplas, um lança a bola alta em diferentes
direções, para que o outro aluno corra e agar-
re a bola na posição do toque.
• Ficar de cócoras, atrás de uma bola parada no
solo, com um dos pés ligeiramente à frente
do outro.
• Idem ao posicionamento anterior, colocar as
mãos sobre a bola de modo que forme o tri-
ângulo com o posicionamento dos dedos.
• Idem ao anterior, elevar a bola sobre a testa
(cerca de um palmo da testa).
• Idem ao anterior, acrescentar extensão de
pernas e braços (terminando o movimento
Figura 7 - Término do movimento toque de bola em pé, com os braços estendidos à frente do
Fonte: UniCesumar.
corpo, segurando a bola).
88
EDUCAÇÃO FÍSICA
89
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Fonte: Unicesumar.
90
EDUCAÇÃO FÍSICA
Exercícios educativos
• Em duplas, um aluno lança a bola em dife- se levantar e realizar o movimento de exten-
rentes direções para que o outro se desloque são de braços, enquanto realiza a extensão e
e, ao chegar embaixo da bola, agarre em posi- transferência de peso de pernas (se observar-
ção inicial do toque. mos atentamente, o movimento de se levan-
• Individualmente, os alunos realizam toques tar é muito similar ao movimento de transfe-
para cima, dentro de um círculo que eles rência de peso que queremos ensinar).
mesmos desenharam no chão (com diâmetro
Você, enquanto professor(a), decidirá quais exercí-
aproximado de 1,5m).
cios aplicará em sua turma. A seleção dos exercícios
• Individualmente, os alunos realizam toques
vai depender de quais erros seus alunos estiverem
deixando quicar a bola no chão entre um to-
que e outro, para que tenham que entrar em- apresentando.
baixo da bola para realizar o movimento.
• Em duplas, um aluno fica sentado, com a Exercícios formativos
bola nas mãos em posicionamento indicado • Sentados, utilizando-se de medicine ball (ou
(dedos formando um triângulo), enquanto caso não tenha disponível na escola esse ma-
o outro aluno segura a bola, de modo a não terial, podemos utilizar bolas de basquete), os
deixar que a bola saia das mãos do aluno que alunos devem realizar o movimento do toque
está realizando o movimento e oferecendo para cima.
uma pequena resistência (sobrecarga). Isso • Em pé, realizar toques para cima ainda com
permite que o aluno que executa, aumente a bola de medicine ball.
percepção do trabalho muscular necessário • Individualmente, a uma distância próxima da
para realização do movimento, o que auxilia parede, realizar toques na parede com bola de
na correção e automatização do movimento, basquetebol.
por meio da cinestesia proporcionada.
• Exercício igual ao anterior, mas agora em pé,
para que o aluno possa vivenciar o movimen-
to de braços e pernas (por meio da transfe-
REFLITA
rência de peso).
• Em duplas, um aluno começa sentado (em
uma cadeira, banco de reservas, arquibanca- Refletindo sobre sua futura prática peda-
da) com um pé encostado no banco e o outro gógica: como oportunizar aos seus alunos
posicionado a frente, enquanto o outro terá experiências positivas na Educação Física Es-
colar? Como planejar as aulas para atender à
a função de lançar a bola. O aluno lançará a
diversidade de alunos?
bola para cima, próximo de quem estará sen-
tado, de modo que o aluno que executa deve
91
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
AUTOMATIZAÇÃO APLICAÇÃO
JOGOS DE INICIAÇÃO
Nessa fase, o importante é ter grande volume de prá-
tica. Para isso, você deve adaptar os exercícios aqui 3. Jogadas confiáveis:
sugeridos à realidade em que atua, como a quanti- Os alunos devem preparar-se para receber a
bola (posição de expectativa), e retornar para sua
dade de bolas, disponibilidade de paredes, número posição original após a rebatida, assim, sugerimos
de alunos etc. realizar a atividade em um espaço de 3m x 3m, uti-
• Repetição na parede em séries longas (20 a 30 lizando a linha dos 3m como linha de fundo. Desse
modo, é possível fazer 3 quadras de cada lado, de
repetições), à uma distância de aproximada-
modo que as crianças jogarão contra as respecti-
mente 1m. vas “quadras” de frente da sua. O objetivo é tentar
• Em duplas, trocas de passes, à uma distância manter a bola no jogo, concentrando-se em jogá-la
de 2m aproximadamente. por cima da rede e dentro da quadra.
Caso tenham muitos alunos na turma, pode pedir para
• Idem ao anterior, ir aumentando a distância que o aluno execute a ação e saia para que o próximo
progressivamente. da fila receba e envie a bola, e assim por diante.
• Ainda em duplas, posicionados a 4m de dis- Variação: idem ao anterior, porém o aluno fica na
quadra até a finalização do ponto, em que o objeti-
tância aproximadamente na linha de fundo, vo da atividade é, agora, fazer com que a bola toque
trocar toques e ir se movimentando lateral- a quadra adversária.
mente, em direção à rede. Realizar dos dois
4. Longe e perto, lado e lado:
lados da quadra (para que mais alunos reali-
zem o movimento ao mesmo tempo). Delimitar o tamanho da quadra conforme o professor
julgar adequado, tendo em vista que o jogo será de
• Três alunos estarão posicionados na rede (po- 1x1. O professor determinará alvos na quadra (que
sição 4, 3 e 2), de frente para a quadra em que pode ser desenhado ou demarcado com objetos,
estão, para lançarem bolas às posições 5, 6 e como cordas, cones e colchonetes). Esses alvos estarão
1, respectivamente. Os alunos que irão exe- dispostos na quadra na frente e atrás ou um em cada
lado da quadra, em que o objetivo é acertar o alvo
cutar estarão em colunas ao final da quadra adversário com o toque da bola no chão (que deve ser
e se deslocarão para realizar o toque de uma enviada por meio do toque de bola sobre a rede).
bola que será lançada pelos alunos que estão Variações: jogo 2x2, 3x3 e quanto à pontuação (exem-
posicionados na rede. Após realizar o movi- plo: só vale ponto, se a bola cair no alvo. Caso caia fora
mento, vai para o final da fila, revezando en- do alvo, não conta ponto para a equipe).
tre as colunas. O exercício deve ser realizado
do mesmo modo, do outro lado da quadra.
• Semelhante ao anterior, porém, agora realiza-
-se o toque de bolas lançadas nas três posições
(1, 6 e 5), utilizando de deslocamento lateral
(caranguejo). De mesmo modo, do outro
lado da quadra o exercício deve ser realizado.
• Idem ao anterior, mas agora inverte-se a
ordem das posições (5, 6 e 1). De mesmo
modo, o exercício deve ser realizado do outro Figura 9 - Jogo de rede
lado da quadra. Fonte: adaptado de Brasil ([2017], on-line)1.
92
EDUCAÇÃO FÍSICA
B
A
B
A
B
C
A
Figura 10 - Exercício de aplicação, com ação completa: passe, levanta- Figura 12 - Exercício de aplicação, de uma ação completa
mento e ataque (realizados por meio de toque de bola por cima) Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012).
B
C
A
B
A
B
A C
C
Figura 13 - Exercício de aplicação, de uma ação completa, com
Figura 11 - Exercício de aplicação, de uma ação completa lançamento de bola para execução do passe
Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012). Fonte: adaptada de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012).
93
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
B
A
B
A
C
A
B
94
EDUCAÇÃO FÍSICA
95
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Manchete
A
manchete é o fundamento que utiliza, para sua execução, os
dois braços unidos, normalmente utilizado para recepções
de saques e defesas de cortadas, e também utilizado como re-
curso no levantamento. O aluno executa uma ação de ataque
à bola, que toca em seu antebraço e, por isso, suporta melhor os fortes
impactos, comparado aos dedos, utilizados no toque, por exemplo (BI-
ZZOCCHI, 2004; LERBACH; VIANA JÚNIOR, 2006).
APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE
96
EDUCAÇÃO FÍSICA
97
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
98
EDUCAÇÃO FÍSICA
Fonte: UniCesumar.
99
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Exercícios formativos
• Similar ao último exercício apontado, reali-
zar o movimento da manchete, enfatizando
as pernas flexionadas e os braços estendidos,
segurando uma bola de medicine ball de 1
ou 2 kg (caso não tenha disponível, utilize
uma bola de basquete e aumente o volume do
exercício).
AUTOMATIZAÇÃO
APLICAÇÃO
100
EDUCAÇÃO FÍSICA
101
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
APRESENTAÇÃO
Fase preparatória
O jogador de frente para rede, pés afastados em po-
sição de passo, pernas ligeiramente flexionadas em
posição contralateral, corpo equilibrado, com tron-
co inclinado para frente. O braço que segura bola
(braço não dominante) deve estar à frente do corpo
e um pouco ao lado, na direção do braço batedor. A
mão do impacto ficará atrás do quadril, em forma de
concha ou copinho.
102
EDUCAÇÃO FÍSICA
Posição 1 Posição 2
Posição 3 Posição 4
Posição 4
Figura 22 - Saque por baixo - Posição
Fonte: UniCesumar.
103
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA
• Em duplas, um aluno lança para o outro, uma
bola rasteira, semelhante ao movimento do
boliche, de modo que ela seja lançada com
o braço estendido, vindo de trás para frente,
acompanhado de flexão e extensão das per-
nas, com transferência de peso da perna de
trás para perna da frente.
• Idem ao exercício anterior, com o aluno
acentuando a flexão das pernas e lançando o
braço para frente e para cima, de modo que a
Figura 23 - Saque por baixo bola realize uma parábola alta.
Fonte: UniCesumar.
104
EDUCAÇÃO FÍSICA
• Realizar o movimento de saque por baixo, te o trabalho de pernas e bata na bola (por
sem a bola. O professor deve questionar os baixo da rede), mantendo o braço estendido
alunos sobre qual a semelhança do movi- até o final do movimento. O aluno que segura
mento completo do saque que realizaram não deve permitir que a bola saia de sua mão
sem a bola, com os exercícios que estavam quando golpeada pelo colega.
realizando (enfatizar o movimento de per- • Sacar ao lado de uma parede, procurando
nas e a transferência de peso de uma perna movimentar o braço paralelamente à ela.
para outra).
• A uma distância próxima à rede (1 a 2m), em
• Efetuar saques contra uma parede, a diferen- duplas, os alunos sacam fazendo a bola pas-
tes distâncias (aumentar a distância, confor- sar por cima da rede e cair na zona de ataque
me o aluno adquirir segurança). da outra quadra.
• Efetuar saques em direção a um companhei-
ro, a diferentes distâncias. Exercícios Formativos
• Efetuar saques por cima da rede, aumentan- Realizar os dois primeiros exercícios da sequência
do gradativamente a distância (podendo ser pedagógica com bolas de medicine ball ou bolas de
iniciado a partir da linha dos 3m). basquete (caso a escola em que você trabalhe não
• Sacar buscando um objetivo no campo possua esse material).
contrário.
AUTOMATIZAÇÃO
EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E FORMATIVOS • Dispostos em colunas, sacar por cima da
rede, para coluna respectiva, iniciando a cur-
Erros mais comuns: tas distâncias, aumentando gradativamente.
• Flexionar o braço no momento da batida. • Sacar na parede, procurando atingir um alvo
• Não utilizar a transferência de peso das per- ou alguma altura predeterminada.
nas para sacar. • Sacar livremente, em direção à quadra con-
• Não lançar o braço para frente, em direção ao trária.
seu objetivo. • Sacar procurando acertar alvos colocados
em diferentes pontos da quadra oposta (co-
locar alvos de ambos os lados, para que os
Exercícios Educativos
alunos possam ser distribuídos para realizar
• Em duplas, por baixo da rede, um aluno se- o saque. Os alvos podem ser cones, arcos,
gura firme a bola do seu lado da quadra, pró- coletes espalhados pelo chão ou qualquer
ximo a rede, para que o outro aluno execu- material disponível).
105
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
APLICAÇÃO
Exercícios em forma de jogo
• Os alunos da coluna A sacam para os alu- • Igual ao anterior, mas o aluno que recebeu a
nos da coluna B, que receberão de toque ou bola (coluna B) faz o deslocamento para ata-
manchete. A frente dos receptores haverá car a bola que será levantada pela coluna C.
um aluno (um para cada fila) que será res-
ponsável por segurar a bola recepcionada
A B
e passá-la à fila do saque. Os sacadores vão
aumentando a distância, a medida que se C
sentirem confiantes. As três colunas sacam,
para suas respectivas colunas da frente, re- A C B
cepcionar a bola.
Com recepção Figura 27 - Exercício de aplicação de ação completa: saque, passe, levan-
tamento e ataque (realizados por meio de toque ou manchete).
Fonte: adaptado de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 87)
Jogo adaptado
Podem ser utilizados os mesmos exercícios indi-
A B cados para a aplicação do toque de bola por cima
e da manchete, com os alunos utilizando o saque
por baixo, em substituição do lançamento de bola
de professor. Nos exercícios em que os alunos lan-
Figura 25 - Exercício de aplicação do saque
Fonte: adaptado de Bojikian, J. e Bojikian, L. (2012, p. 87). çam a bola para iniciar o jogo, eles passam a sacar
por baixo.
• Os alunos da coluna B recepcionam a bola de
saque dos alunos da coluna A. Os alunos da
coluna C levantam a bola para que os alunos Jogo
da coluna D ataquem para o outro lado, de Os mesmos exercícios sugeridos à aplicação do
toque ou manchete. toque e manchete, com os alunos utilizando o sa-
que por baixo para substituir o envio da bola do
D A professor e o lançamento dos alunos para iniciar
B C a partida.
C
A D
106
EDUCAÇÃO FÍSICA
107
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Cortada
A
cortada é o fundamento mais frequentemente utilizado para execu-
ção do ataque por ser um fundamento de grande efetividade. Dentre
as crianças, comumente é o fundamento pelo qual elas mais anseiam
aprender, visto seu destaque perante os demais. Podemos fazer uma
analogia ao “gol” do futebol, por exemplo.
APRESENTAÇÃO
A cortada é o fundamento que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa enviar,
por meio de um golpe forte, realizado durante um salto, a bola no solo adversário, de
forma que, geralmente, encerra o rali. É considerada o gesto técnico mais complexo
do voleibol, devido às dificuldades de execução das várias fases em conjunto (coorde-
nação de vários movimentos). As cortadas exigem, para seu domínio, força, velocida-
de, destreza e precisão e, normalmente, é composta por cinco etapas: deslocamento,
chamada, salto, fase aérea e queda.
108
EDUCAÇÃO FÍSICA
109
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Salto
É executado com rápida extensão das pernas e ajuda
dos braços e tronco, que são lançados para cima. Os Jogador canhoto
pés tocam o chão primeiro com os calcanhares e a Como não são a maioria da população, em alguns
última parte a perder o contato com o solo são as momentos, os canhotos são esquecidos, ao planejar-
pontas dos pés. mos as atividades, de modo que o jogo é baseado na
facilidade para o destro. Por isso, devemos nos aten-
Fase aérea tar a isso e fazer algumas adaptações para os canhoto.
Os braços são lançados para cima. O braço bate- A principal delas é na fase da chamada da cor-
dor continua seu movimento para trás da cabeça, tada, em que o canhoto deve iniciar com a perna
semiflexionado, passando sobre a linha do ombro, direita a frente, de modo que posicione o ombro es-
na máxima amplitude escapuloumeral. O braço de querdo mais distante da rede. Além disso, se para os
equilíbrio se mantém estendido à frente do corpo e destros a melhor posição para o ataque é a posição
ocorre uma hiperextensão do tronco. 4 (entrada de rede), para os canhotos a melhor po-
O ataque deve ocorrer no ponto mais alto do sição é a 2, na saída de rede, pois recebem a bola
salto, aproveitando os movimentos dos braços, com levantada da esquerda para a direita.
110
EDUCAÇÃO FÍSICA
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA
• Os alunos realizam sem a bola o movimen- • fazer a chamada após ter finalizado as passadas;
to dos braços da cortada, sem a chamada de • não flexionar as pernas para realizar a chamada;
braços. • não estender os braços para trás na execução
• Em pé, com a perna esquerda ligeiramente à da chamada;
frente, os alunos realizam, ainda sem a bola, o • não elevar os braços pela frente do corpo na
movimento de braços da cortada, com a cha- armada dos braços para cortar;
mada de braços.
• atacar com o braço flexionado;
• Idem ao anterior, com flexão e extensão de per-
• não utilizar o braço de equilíbrio, utilizando
nas, tronco flexionado à frente, mas sem salto.
apenas o braço batedor durante a cortada;
• Realizar mesmo movimento do item anterior, • desequilíbrio, que proporciona queda na rede;
agora com salto, porém sem deslocamento.
• dificuldades no tempo de bola, saltando antes
• Realizar mesmo movimento do item anterior, ou depois do momento adequado para me-
realizando o movimento da cortada, com lhor alcance da bola;
chamada de braços, realizando, agora, duas
• falta de precisão no contato da mão com a bola,
passadas que precedem a chamada de braços
realizando o contato da bola com o punho;
para o salto.
• falta de potência do braço.
• Dispostos em três colunas, os alunos farão
o movimento completo de ataque e tocarão
em uma bola que estará sendo segurada por Exercícios Educativos
alunos voluntários, que estarão em cima de • Sem bola, em duplas, de mãos dadas, realizar
um banco (cadeiras, plintos etc.), na altura da o movimento de deslocamento e chamada de
rede. Enfatizar que os alunos iniciem o movi- braços;
mento em cima da linha dos 3m. • sem bola, realizar o deslocamento pisando
• O professor lança bolas (levanta) para que dentro de círculos desenhados no chão, com
os alunos possam cortar. Eles devem iniciar chamada de braços e salto;
o deslocamento após o lançamento da bola. • realizar a chamada de braços após o deslo-
Neste, o professor pode fazer uma, duas ou camento, de modo que, no momento de ele-
três colunas para ataque, dependendo do nú- vação dos braços, as costas da mão toquem
mero de alunos na turma. no solo;
• no momento da chamada, os alunos batam
EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E/OU FORMA- palma, atrás da panturrilha;
TIVOS
• o aluno se desloca segurando uma bolinha
na mão não dominante. No momento da
A seguir, é possível ver os erros mais comuns duran- chamada, a bolinha é passada para a mão do-
te a realização dos exercícios: minante, por trás da panturrilha, para que o
• Não coordenar as passadas com a chamada aluno realize o movimento da cortada, com
de braços; salto e lance a bolinha para a outra quadra;
111
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
AUTOMATIZAÇÃO
• o professor lança uma bola para que os alu- • Ataque de bola lançada (levantada) nas posi-
nos se desloquem, façam a chamada de bra- ções da entrada e saída de rede.
ços com salto, mas a segurem em seu ponto • Deve ser realizado igualmente ao movimento
mais alto (segurar com as duas mãos); anterior, no entanto, é necessário que haja al-
• os alunos estarão posicionados em cima da li- vos na quadra a serem acertados.
nha dos 3m. O professor lança uma bola nessa • Os alunos iniciam a ação com toque, abrem
mesma direção, para que, sem deslocamento, fora da quadra e realizam o deslocamento
apenas com chamada de braços, flexão e exten- para ataque.
são de pernas, os alunos realizem o movimen-
to da cortada, buscando tocar na bola em seu
ponto mais alto com os braços bem estendidos;
• realizar o movimento da cortada contra uma
parede (paredão).
112
EDUCAÇÃO FÍSICA
APLICAÇÃO
113
considerações finais
C
hegamos ao final de mais uma unidade, em que vimos o processo de
ensino dos fundamentos básicos da modalidade de voleibol. Adotamos
aqui, essa nomenclatura porque entendemos que, ao dominar, mesmo
que de forma rudimentar, os fundamentos apresentados nesta unidade,
torna-se possível a realização do jogo a nível de iniciação.
Apesar de enfatizarmos os gestos técnicos no ensino dos fundamentos da
modalidade, vale expressar que entendemos a importância do jogo para o apren-
dizado. Por isso, estimulamos que na fase de aplicação, ao final de cada processo
de ensino, o professor tenha autonomia de escolher quantos encontros destinará
à tal fase, baseado nas necessidades específicas de seu grupo. Sabemos que o pra-
zer pela atividade é o que motiva a criança em participar da atividade, entretanto,
quando não há manutenção da bola no ar, o jogo fica monótono e desmotivante.
O voleibol, normalmente, é o único esporte com rede que os alunos experien-
ciam, já que todas as demais modalidades usualmente trabalhadas como conteú-
do no contexto escolar são esportes de invasão (futsal, handebol e basquetebol).
Isso pode ser o motivo gerador de algumas dificuldades que encontramos ao en-
sinar a modalidade e podem ser sanadas, se forem desenvolvidas outras modali-
dades com rede divisórias (exemplo: tênis, badminton, pádel, peteca, punhobol
etc.). Isso ocorre porque sabemos que é possível transferir os conhecimentos de
um contexto para o outro.
Novas formas de jogar devem ser inventadas com base nessa lógica e quere-
mos dar liberdade para criação de novos exercícios, além dos aqui propostos. Os
professores devem criar variações e novos exercícios, podendo utilizar (ou não)
os exemplos citados nesta unidade. Mesmo se as condições não forem as mais
adequadas em seu local de trabalho, não deixe de criar e experimentar novos
jogos com rede divisória. Isso auxiliará o ensino do voleibol posteriormente.
114
LEITURA
COMPLEMENTAR
115
atividades de estudo
116
atividades de estudo
b. O aluno executa uma ação de ataque à bola, que toca em seu antebraço,
e, por isso, suporta melhor os fortes impactos ao executar uma manchete.
c. A cortada é considerada o gesto técnico muito simples do voleibol, pois a
coordenação do movimento não exige diversas habilidades.
d. O saque é realizado pelo jogador que ocupar a posição 3 e que estará
atrás da linha de fundo, podendo ocupar qualquer lugar na quadra.
e. O toque de bola por cima é realizado com a palma da mão e pode ser
dividida em duas fases.
117
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Ensinando Voleibol
João Crisóstomo Marcondes Bojikian e Luciana Peres Bojikian
Editora: Editora Phorte
Sinopse: a quarta edição do livro teve a preocupação em fazer
com que os seus conteúdos pudessem continuar a ser úteis, não
só aos técnicos que trabalham diretamente com a iniciação do
voleibol, mas principalmente à esfera acadêmica em todo o país. É gratificante saber que
muitos Cursos de Educação Física adotam sua metodologia, e que ele tem sido referência
em inúmeros trabalhos acadêmicos. Esperamos que o Ensinando Voleibol continue a dar sua
contribuição neste processo de qualificação do nosso esporte, e que contribua, especialmen-
te, nas possibilidades da utilização do voleibol como instrumento de educação, colaborando
na formação de bons cidadãos.
Essa é uma palestra do professor Pablo Juan Greco (muito citado ao longo das unidades) em
um encontro multiesportivo de treinadores formadores, realizado em Saquarema, na Confe-
deração Brasileira de Voleibol, com o tema Formação Esportiva. Em uma fala interativa e des-
contraída, ele mostra uma metodologia de se trabalhar as habilidades esportivas e modelos
de ensino técnico e tático nos esportes.
118
referências
Referências On-Line
1
Em: <http://www.esporte.gov.br/arquivos/snelis/segundoTempo/maisEduca-
cao/redeParede07102010.pdf>. Acesso em: 26 maio 2017.
119
gabarito
1. F, V, F, F, V.
2. A.
3. B.
4. Provavelmente, após uma avaliação por meio de jogo adaptado ou jogo formal, você
entraria com seus alunos na fase de exercícios educativos, a fim de corrigir alguns
equívocos técnicos, e seguiria a partir destas para as demais fases, até chegar na fase
de aplicação e nesta permanecer.
5. C.
120
UNIDADE
IV
FUNDAMENTOS TÉCNICOS
AVANÇADOS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Saque tipo tênis
• Bloqueio
• Defesa em pé
• Rolamento
• Mergulho
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o processo pedagógico de ensino do saque tipo
tênis do voleibol.
• Estudar o processo pedagógico de ensino de bloqueio do
voleibol.
• Conhecer o processo pedagógico de ensino da defesa em
pé do voleibol.
• Estudar o processo pedagógico de ensino dos rolamentos
do voleibol.
• Conhecer o processo pedagógico de ensino dos mergulhos
do voleibol.
unidade
IV
INTRODUÇÃO
N
esta unidade, você verá os fundamentos do voleibol, que aqui
chamaremos de avançados. Consideramos assim, pois enten-
demos que possivelmente (tendo em vista a estruturação das
diretrizes curriculares atualmente) esses fundamentos ge-
ralmente não serão vivenciados na Educação Física Escolar. Então, você
deve estar se perguntando: “por que não?”, ou então “por que está aqui
contido, se não é conteúdo da Educação Física Escolar?”. Estas são ques-
tões legítimas ao nosso ver.
Desse modo, vamos responder à sua primeira questão (já falamos so-
bre isso na Unidade I, quando estudamos a sequência pedagógica de en-
sino, porém, ainda assim, pensamos ser importante retomar aqui). Pois
bem, o voleibol é um dos instrumentos da Educação Física escolar e,
por isso, divide espaço com outras quatro modalidades regulares (futsal,
handebol, basquetebol e atletismo), que é um dos diversos conteúdos es-
truturantes da cultura corporal (junto com: Jogos e Brincadeiras; Lutas;
Dança e Ginástica). Por isso, julgamos que não haverá tempo hábil para
que o professor trabalhe tais fundamentos na Educação Física.
Contudo, então, por que esses fundamentos estão contidos neste li-
vro? Isso se dá pelo fato de que consideramos o professor em sua totali-
dade, de modo que este deve estar preparado para trabalhar nos diversos
campos de atuação da Educação Física e na pluralidade das dimensões
em que o esporte se apresenta. Se em sua escola, sua diretora lhe propõe
atuar com o voleibol em tempo contraturno, então você precisará ter co-
nhecimento mais avançado sobre a modalidade. De mesma forma, se
você tiver oportunidade de trabalhar com escolinha voltado ao esporte
de rendimento dentro ou fora da escola.
Por esses motivos, apresentaremos, aqui, alguns fundamentos que,
neste livro, chamamos de avançados pelos motivos apresentados, mas
que, no entanto, são comuns ao jogo de voleibol. Faça bom proveito do
conteúdo e tenha uma boa leitura!
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Saque Tipo
Tênis
A
aprendizagem do saque tipo tênis de-
veria anteceder à da cortada, visto a
similaridade do movimento de braço e
tronco. Porém, pelo motivo “tempo” e
estruturação do plano de ensino escolar, optamos
por considerar o saque por cima, mesmo sendo tão
comum à prática do voleibol, como um fundamen-
to avançado.
APRESENTAÇÃO
126
EDUCAÇÃO FÍSICA
Fase preparatória
O jogador estará com as pernas em posição ânte-
ro-posterior e ombros paralelos à rede, em posição
equilibrada. A bola será segura com uma ou duas
mãos, com os braços estendidos à frente do corpo.
Figura 2 - Saque por cima - Fase preparatória Figura 3 - Saque por cima - Execução
Fonte: Unicesumar. Fonte: Unicesumar.
127
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Execução
A bola é lançada para cima-, um pouco acima da
linha do tronco-, a uma altura igual ao alcance do
Figura 4 - Saque por cima - Término do movimento
braço de ataque do executante. Ao lançar a bola, o
Fonte: Unicesumar. braço de ataque é lançado para cima do ombro, até
sua máxima amplitude, estendido, com a palma da
SAQUE FLUTUANTE mão voltada para a bola.
No momento em que atingir seu ponto mais
Essa técnica de saque possui esse nome porque a alto, a bola deverá ser golpeada pelo braço de ataque,
bola percorre sua trajetória sem rotação, devido ao com a mão firme, realizando uma hiperextensão de
tipo de batida que não flexiona o punho. Esse tipo de punho. O braço que lançou a bola é que dá equilí-
golpe faz com que a bola execute uma trajetória flu- brio ao movimento, e quando ocorre a batida, o co-
tuante e irregular. Este saque é de preferência entre tovelo e o punho travam-se, evitando o movimento
os jogadores iniciantes, pela facilidade de execução. que proporciona a rotação na bola.
128
EDUCAÇÃO FÍSICA
Término do movimento
O braço de ataque é lançado em direção à rede, em
extensão máxima, terminando seu movimento qua-
se paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido
para a perna da frente.
Para professores que fazem uso da transferência
de aprendizagem, sugere-se que primeiramente seja
ensinado o saque tipo tênis com rotação, pelo fato
de possuir movimentos de braço e tronco, realmente
iguais ao da cortada. Destaca-se que ambas as for-
mas (com rotação e flutuante) podem ser executa-
Execução 1
dos com o jogador saltando. O saque com rotação
(saltando) é conhecido popularmente como saque
viagem, originalmente chamado de saque viagem ao
fundo do mar.
Execução 2
Execução 3
Figura 6 - Saque por cima Flutuante - Execução Figura 7 - Saque por cima Flutuante - Término do movimento
Fonte: Unicesumar. Fonte: Unicesumar.
129
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
130
EDUCAÇÃO FÍSICA
131
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Bloqueio
O
bloqueio é o fundamento que gera um dos pontos mais gra-
ciosos do voleibol, tendo, inclusive, um jingle muito conhe-
cido no voleibol como “Paredão”. Requer uma estatura mí-
nima que permita o alcance do bordo superior da rede com
os braços estendidos e é realizado na tentativa de atrapalhar o ataque
adversário.
APRESENTAÇÃO
132
EDUCAÇÃO FÍSICA
Fonte: Unicesumar.
Execução
SPORTES COLETIVOS: VOLEIBOL - BLOQUEIO
O salto pode ser precedido, ou não, de um desloca- COM DESLOCAMENTO VISTO DE FRENTE
mento. Ele deve ser realizado de frente para a rede, Link: https://vimeo.com/214842916/5d8cc15a96
133
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
O bloqueio defensivo visa impedir que o ata- Também, podemos classificar os bloqueios quanto
cante corte bolas junto à rede, protegendo uma ao número de participantes, em bloqueio simples
área referencial. Sugere-se esse tipo de bloqueio (um jogador), duplo (dois jogadores) e triplo (três
para alunos com menores estaturas e com alcance jogadores).
mais baixo.
Tempo de bloqueio
Para haver um bloqueio efetivo, há necessidade
da sincronização do tempo de bloqueio, em rela-
ção ao cortador. O bloqueador deve antecipar ou
retardar a subida, em virtude de levantamentos
mais rápidos ou mais lentos feitos pelo levanta-
dor adversário.
SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA
• De frente para uma parede, bem próximo a
Posição 1
ela, o aluno deve flexionar os braços, posi-
cionando as mãos na altura dos ombros, com
as palmas paralelas à parede. Os pés devem
estar em afastamento lateral na largura apro-
ximada dos ombros.
• Realizar o mesmo movimento anteriormente
descrito, mas agora saltando e tentando bus-
car uma altura máxima.
• Idem ao movimento anterior, saltando, com
desenhos de giz no chão, de modo que o alu-
no tente cair dentro do círculo, do mesmo
Ofensivo 2
lugar que saltou.
• De frente para rede, adotar a posição funda-
mental correta.
• Os alunos formam colunas e, frente a frente,
um de cada lado da rede, saltam simultane-
amente e tocam as palmas das mãos sobre a
borda superior da rede.
Defensivo 3
Figura 9 - Bloqueio
Fonte: Unicesumar.
134
EDUCAÇÃO FÍSICA
135
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
136
EDUCAÇÃO FÍSICA
137
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Defesa em Pé
A
defesa em pé é uma ação defensiva utili- canismos para o aluno compreender o fundamento e
zada no voleibol empregando a manche- entender que para executa-lo ele deve partir sempre
te, porém esta se difere da manchete do da posição de expectativa baixa.
passe. Esse fundamento é utilizado para Outra característica importante para o aluno na
parar o ataque adversário, impedindo, assim, que a execução desse fundamento é que ele deve procu-
bola toque o solo. Porém, entre os fundamentos é o rar se posicionar de frente para o atacante, buscando
que apresenta um maior número de recursos. estar com o pé mais próximo da linha lateral mais
Uma das principais características de um defen- a frente. Quando houver contato com a bola, o jo-
sor é que o ele deve partir de uma posição de expec- gador de defesa deve procurar amortecer a bola ou
tativa baixa, apoiado na ponta dos pés para facilitar fazer com que ela vá o mais alto possível, de forma
um possível deslocamento. Para a execução deste que outro componente da equipe possa dar prosse-
fundamento, cabe ao professor estimular e criar me- guimento ao jogo.
138
EDUCAÇÃO FÍSICA
A posição de expectativa é a postura adotada pelo Para a sequência pedagógica podem ser utilizados
aluno que o permita agir prontamente, assim que a os mesmos exercícios propostos para manchete, po-
situação exigir, em condições ideais de velocidade e rém, ao invés da posição de expectativa média, os
qualidade de movimento. Sua importância no con- alunos deverão estar em posição de expectativa bai-
texto do jogo de voleibol se justifica pela imprevisi- xa (como visto na Unidade 3).
bilidade e rapidez das ações. Quanto mais rápida a
resposta a uma situação de jogo, maior a possibili- EXERCÍCIOS EDUCATIVOS FORMATIVOS
dade de sucesso (BIZZOCCHI, 2004).
Erros mais comuns que ocorrem durante os exercícios:
APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE • Ficar na posição de expectativa alta;
• deixar a manchete próxima ao corpo;
Devemos salientar que no momento da defesa, os • não colocar o corpo atrás da bola;
alunos devem ter a seguinte postura, partindo da • movimentar o braço sem deslocar o quadril e
Postura Fundamental de Expectativa Baixa: o ombro simultaneamente;
• As pernas devem estar semiflexionadas, o • ficar com os pés paralelos;
tronco ligeiramente flexionado em relação • deixar o pé, à frente, contrário ao da sua lateral;
à bacia e os braços unidos confortavelmente
• ficar atrás do bloqueio da sua equipe.
à frente.
• A bola deve estar acima dos joelhos e dentro Exercícios Educativos
de um triângulo formado por eles e pela pelve. • Fazer as crianças andarem meia quadra aga-
• Em defesas de bola que vão ao lado do defen- chadas segurando o tornozelo.
sor, este deve movimentar a pelve e o ombro • Colocar a criança sentada em um banco bai-
para o mesmo lado, ficando atrás da bola e xo com um pé ligeiramente à frente do outro
tendo como base os joelhos. e lançar bolas em sua direção.
• De dois em dois, um aluno segura a bola e o
seu parceiro, em posição de expectativa bai-
xa, desloca-se à frente, faz a defesa e retorna à
posição anterior.
• Dois a dois, uma criança entre dois arcos co-
locados no chão, um do seu lado direito e ou-
tro do lado esquerdo, o parceiro executa se-
quência de ataque para o lado direito e depois
para o lado esquerdo. O defensor desloca-se
com apenas uma das pernas para dentro de
um arco, levando perna, pelve e ombro em
Figura 11 - Defesa em pé direção à bola, depois para o outro lado, fa-
Fonte: UniCesumar. zendo o mesmo trabalho.
139
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
APLICAÇÃO
140
EDUCAÇÃO FÍSICA
141
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Rolamentos
A
s defesas tornam o voleibol mais emocionante, deixando os
rallys mais longos e disputados. Os rolamentos são recursos
utilizados pelos jogadores quando fazem defesas de longas
distâncias, como forma, até mesmo, de proteção às quedas.
APRESENTAÇÃO
142
EDUCAÇÃO FÍSICA
Posição 1 Posição 2
Posição 3 Posição 4
Posição 5 Posição 6
Posição 7 Posição 8
Figura 12 - Rolamento
Fonte: UniCesumar.
143
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Exercícios Educativos
• Executar o rolamento sobre o colchonete; no
instante da queda, o professor lança a bola
para o aluno golpear;
• executar o mesmo exercício, porém peça ao
aluno para deixar a cabeça sobre o braço que
Figura 13 - Sequência pedagógica - Rolamento
pega a bola e olhe em direção a sua mão.
Fonte: UniCesumar.
144
EDUCAÇÃO FÍSICA
145
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Mergulho
O
mergulho faz parte dos recursos defensivos que são utiliza-
dos pelos jogadores de alto nível em defesas de distâncias
mais longas que não permitem a defesa em pé. Não será vi-
venciada no contexto escolar pelos motivos já explicitados.
Ainda assim, o conhecimento acerca dessa temática se faz importante
para que o acadêmico de Licenciatura tenha o conhecimento aprofun-
dado sobre a modalidade.
146
EDUCAÇÃO FÍSICA
Posição 1 Posição 2
Posição 3 Posição 4
Posição 5 Posição 6
Posição 7 Posição 8
Figura 14 - Mergulho
Fonte: Unicesumar.
147
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
148
EDUCAÇÃO FÍSICA
149
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
APLICAÇÃO
REFLITA
150
considerações finais
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais uma unidade, na qual vimos o pro-
cesso de ensino dos fundamentos da modalidade de voleibol intitulados “avança-
dos”. Entendemos que os fundamentos apresentados nesta unidade tornam pos-
sível a realização do jogo em nível técnico superior ao contemplado na Educação
Física Escolar.
Ainda que os fundamentos Saque por cima e Bloqueio pareçam muito co-
muns e usuais à prática do voleibol, foram contemplados, nesta unidade, justi-
ficados pelos motivos já explicitados anteriormente. Basicamente, o tempo de
prática destinado ao voleibol escolar é insuficiente para que se contemple ambos
os fundamentos na prática pedagógica da Educação Física. Entretanto, em qual-
quer âmbito da prática esportiva fora do contexto escolar, seja visando saúde ou
lazer, especificamente esses dois fundamentos devem ser vivenciados por seus
praticantes.
Os fundamentos avançados exigem dos professores e alunos um certo grau de
amadurecimento dos fundamentos básicos e de experiência com a modalidade.
Isso porque há maior complexidade de execução e risco de lesões, caso não se-
jam realizados corretamente. Além disso, há necessidade de boa estrutura física e
material, como condições adequadas da quadra de voleibol da escola e aparatos,
como joelheiras, respectivamente, que possibilitem quedas com maior segurança
aos aprendizes.
Certamente, a partir do conhecimento aqui exposto, assegura-se que o em-
prego dessas habilidades ao ensinamento da modalidade voleibol, trará aos alu-
nos maior motivação e os conduzirá ao melhor nível de jogo, estimulando as
crianças à prática esportiva, além daquela oferecida pela Educação Física Escolar.
A inserção dos fundamentos saque por cima, bloqueio e defesas em pé e com uti-
lização dos recursos rolamentos e mergulhos, tornam a modalidade mais atrativa
aos praticantes que, muitas vezes, acompanham o voleibol de alto nível e querem
reproduzir os movimentos vistos nos jogos.
151
LEITURA
COMPLEMENTAR
Na prática docente, o maior desafio é propor ativida- fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar
des que englobem todos os alunos com suas diferenças a participação dos alunos com necessidades especiais.
maturacionais, biológicas, afetivas e emocionais. Nesse Uma criança na cadeira de rodas pode participar de uma
sentido, alunos deficientes constantemente são excluí- corrida se for empurrada por outra e, mesmo que não
dos desse processo. O que você, aluno, fará em sua prá- desenvolva os músculos ou aumente a capacidade car-
tica pedagógica para atender a esses alunos? A seguir, é diovascular, estará sentindo as emoções de uma corrida.
apresentado um texto retirado dos Parâmetros Curricu- Num jogo de futebol, a criança que não deve fazer muito
lares Nacionais, em que essa temática é abordada. Boa esforço físico pode ficar um tempo no gol, fazer papel de
leitura! técnico, de árbitro ou mesmo torcer. A aula não precisa
se estruturar em função desses alunos, mas o professor
Alunos com deficiências físicas pode ser flexível, fazendo as adequações necessárias.
Por desconhecimento, receio ou mesmo preconceito, a Outro ponto importante é em relação às situações de
maioria dos alunos com deficiências físicas foram (e são) vergonha e exposição nas aulas de Educação Física. A
excluídos das aulas de Educação Física. A participação maioria das pessoas portadoras de deficiências tem tra-
nessa aula pode trazer muitos benefícios a essas crian- ços fisionômicos, alterações morfológicas ou problemas
ças, particularmente em relação ao desenvolvimento das de coordenação que as destacam das demais. A atitu-
capacidades afetivas, de integração e inserção social. de dos alunos diante dessas diferenças é algo que se
É fundamental, entretanto, que alguns cuidados sejam constrói por meio da convivência e dependerá muito da
tomados. Em primeiro lugar, deve-se analisar o tipo de atitude que o professor adotar. É possível integrar essa
necessidade especial que esse aluno tem, pois existem criança ao grupo, respeitando suas limitações, e, ao mes-
diferentes tipos e graus de limitações, que requerem mo tempo, dar oportunidade para que desenvolva suas
procedimentos específicos. Para que esses alunos pos- potencialidades.
sam frequentar as aulas de Educação Física é necessário A aula de Educação Física pode favorecer a construção
que haja orientação médica e, em alguns casos, a super- de uma atitude digna e de respeito próprio por parte
visão de um especialista em Fisioterapia, um Neurolo- do deficiente e a convivência com ele pode possibilitar a
gista, Psicomotricista ou Psicólogo, pois as restrições de construção de atitudes de solidariedade, de respeito, de
movimentos, posturas e esforço podem implicar riscos aceitação, sem preconceitos.
graves. Fonte: Brasil, PCN (1997).
Garantidas as condições de segurança, o professor pode
152
atividades de estudo
153
atividades de estudo
154
EDUCAÇÃO FÍSICA
Desafiando os gigantes
Ano: 2006
Sinopse: em seis anos como técnico de futebol americano de uma
escola, Grant Taylor nunca conseguiu levar seu time Shiloh Eagles a
uma temporada vitoriosa. E ao ter que enfrentar crises profissionais
e pessoais aparentemente insuperáveis, a ideia de desistir nunca lhe pareceu tão atraente.
É apenas depois que um visitante inesperado o desafia a acreditar no poder da fé que ele
descobre a força da perseverança para vencer.
Comentário: dificuldades profissionais, todos nós enfrentamos diariamente. A Educação Físi-
ca Escolar é cheia de desafios, pois estamos trabalhando todos os dias com a educação de mi-
lhares de jovens, aliado às condições estruturais, que, na maioria das vezes, não são as mais
adequadas. Por isso, quando as dificuldades lhe parecerem invencível, lembre-se deste filme.
A seguir, por meio do vídeo, são mostrados exercícios pedagógicos que ensinam o mergulho
e o rolamento do voleibol de uma forma simplificada e que possibilita o ensino desses fun-
damentos na escola. Tais atividades possivelmente não serão realizadas durante as aulas de
Educação Física Escolar, mas podem ser executadas em atividades de contraturno.
Para conferir os exercícios pedagógicos, acesse o site disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=4JmZfe5ek4s>.
155
referências
156
gabarito
1.
Saque com rotação
Tem esse nome pela rotação que é imprimida à bola, por meio da flexão de punho
que é realizada no instante do golpe. É utilizado tanto para realizar saques dirigidos,
como em saques fortes, de acordo com a velocidade que o jogador imprime à bola.
O jogador estará com as pernas em posição ântero-posterior e ombros paralelos à
rede, em posição equilibrada. A bola será segura com uma ou duas mãos, com os
braços estendidos a frente do corpo.
A bola é lançada com uma das mãos, acima da cabeça (aproximadamente 1,5 m).
Os braços são lançados para cima, o que braço batedor, passar acima da linha do
ombro, em sua máxima amplitude escapuloumeral.
O outro braço (braço que lançou a bola para cima) encerrará seu movimento para o
alto, um pouco acima da linha do ombro, estendido à frente do corpo. Quando a bola
atingir seu pico de altura, o tronco fará uma hiperextensão. No momento em que a
bola descer a uma altura apropriada, será golpeada com o braço dominante, bem
estendido, seguida de uma flexão do tronco. A mão iniciará o contato com a bola,
enquanto faz a flexão de punho.
Depois da batida, há uma transferência de peso do corpo para a perna da frente, o
que faz com que, naturalmente, a perna de trás seja lançada para frente, permitindo
ao jogador estar em movimento e retomar seu lugar na quadra. O braço termina
paralelo ao corpo, em posição natural.
Saque flutuante
Essa técnica de saque possui esse nome porque a bola percorre sua trajetória sem
rotação, devido ao tipo de batida que não flexiona o punho. Esse tipo de golpe faz
com que a bola execute uma trajetória flutuante e irregular. Este saque é de prefe-
rência entre os jogadores iniciantes, pela facilidade de execução.
O arremesso deverá ser realizado com uma mão, apesar de no início do movimento
a bola ser segura com as duas mãos. A bola é lançada para cima um pouco acima da
linha do tronco, a uma altura igual ao alcance do braço de ataque do executante. Ao
lançar a bola, o braço de ataque, estendido, é lançado para cima do ombro, até a sua
máxima amplitude, com a palma da mão voltada para a bola.
No momento em que atingir seu ponto mais alto, a bola deverá ser golpeada pelo
braço de ataque, com a mão firme, realizando uma hiperextensão de punho. O braço
que lançou a bola dá equilíbrio ao movimento e quando ocorre a batida, o cotovelo e
o punho travam-se, evitando o movimento que proporciona a rotação na bola.
O braço de ataque é lançado em direção à rede, em extensão máxima, terminando
seu movimento quase paralelo ao solo. O peso do corpo é transferido para a perna
da frente.
2. D.
3. A.
4. F, F, V, V, V.
5. D.
157
APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Minivoleibol
• Sistema de Jogo 6x0
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a aplicabilidade do Minivoleibol.
• Entender o rodízio 6x0 como progressão ao jogo formal.
unidade
V
INTRODUÇÃO
Minivoleibol
Segundo Gonçalves (1998), a competição não pode O Minivoleibol parte do pressuposto que o jogo
deixar de ser considerada um instrumento pedagó- deve sempre estar inserido em todas as fases de
gico importante no processo de estimulação para a aprendizagem do voleibol, pois, segundo Mesqui-
prática do voleibol. Cabe ao professor transmiti-la em ta (1998), ele constitui um meio pedagógico fun-
cunho educativo e dela extrair os efeitos indispensá- damental ao possibilitar a obtenção de prazer e de
veis à orientação da sua intervenção pedagógica. êxito - condições indispensáveis para a obtenção de
De acordo com o mesmo autor, antes de tudo, a sucesso em qualquer atividade.
criança gosta de brincar e de jogar. Isso fica muito É do conhecimento geral, e defendido pela
evidente ao analisarmos que estas são as únicas ati- maioria dos autores especialistas no assunto, que
vidades em que elas se engajam livremente. O jogo a prática do jogo formal (modelo 6x6), ao nível
permite à criança afirmar a própria individualidade da iniciação, se constitui inadequada. Tal cons-
ao mostrar que participação na atividade resulta em tatação ocorre porque a ruptura do jogo é uma
sua capacidade de saber fazer, dando a ela a oportu- constante devido à dificuldade de sustentar a bola
nidade de responder às suas motivações. no espaço aéreo (por causa, fundamentalmente,
162
EDUCAÇÃO FÍSICA
da grande extensão do espaço de jogo), sendo que dimensões do espaço de jogo e do número de joga-
a criança tem contato muito reduzido com a bola dores por equipe).
(BAACKE, s.d.) Desse modo, a proposta dos jogos reduzidos
Ao encontro dessa ideia, Buck, Harrison e Bryce em suas diferentes variações (1x1, 2x2, 3x3, 4x4)
(1990) constataram que, na situação de jogo formal, evita os exercícios analíticos e faz do jogo reduzido
os alunos têm pouco contato com a bola, isto é, em um meio de excelência do aprendizado do volei-
média, menos de uma vez por minuto. Isso confir- bol. Por meio desses argumentos, surge o Mini-
ma que a utilização dessa forma de jogo enquanto voleibol, que apesar de não ser classificado como
meio de aprendizagem do Voleibol não é considera- um esporte, ou uma modalidade, é entendido
da adequada para iniciantes. como um método de trabalho (SANTOS, 2011).
Parece ser lógico e necessário encontrar uma Para você, futuro(a) professor(a) de Educação Fí-
fórmula que proporcione, aos pequenos praticantes, sica, que irá trabalhar com a iniciação do voleibol,
o maior contato com a bola, para que obtenham êxi- consideramos o Minivoleibol adequado para uma
to na execução da tarefa. Utiliza-se para tal situações assimilação mais rápida por meio de um iniciação
facilitadoras da sustentação da bola (diminuição das lúdica na modalidade. (SANTOS, 2011)
163
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
164
EDUCAÇÃO FÍSICA
165
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
Voleibol
Algumas dicas da Federação Internacional de Voleibol
(2014, on-line)1 sobre o processo de aprendizagem desta
modalidade.
1º etapa
Indicada para 8 – 10 anos: base para o Minivoleibol
Trabalhar com pequenos jogos, transpor a bola por cima da rede, jogos
de 1x1. Exercitar a cooperação, antecipação e o movimento na direção
da bola e algumas regras básicas.
2º etapa
Indicado para 9 – 11 anos: preparação para o Minivoleibol
3º etapa
Indicado para 10 – 12 anos: introdução do Minivoleibol
166
EDUCAÇÃO FÍSICA
4º etapa
Indicado para 11 – 13 anos: aperfeiçoamento do Minivoleibol
5º etapa
Indicado para 12 -14 anos: transição para o voleibol
É importante destacar que a criança não deve ser cobrada pela exe-
cução perfeita do movimento. A intenção é provocar e instigar a re-
alização dos movimentos fundamentais básicos (que já abordamos
na Unidade III e IV), pois além de vivenciar a modalidade do voleibol,
devemos lembrar que a base motora para desempenhos futuros,
em geral, é trabalhada nesta primeira fase. Reitera-se que todas as
faixas etárias estão em estreita interdependência, o que salienta a
importância de um bom trabalho nas fases iniciais do aprendizado
desta modalidade.
167
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
MATERIAIS ALTERNATIVOS
168
EDUCAÇÃO FÍSICA
Para que a quadra seja adaptada, sugerimos que as três quadras sejam realiza-
das no sentido transversal da quadra oficial. Assim, as miniquadras, ficarão com
as medidas de 5m x 12m, tendo 1,5m de espaçamento entre elas (Figura 2).
1,5m
5m 1,5m
12m
9m
1m
18m
Contudo, você deve estar se questionando: “como farei, se não tenho três redes
para serem montadas em cada quadra?”. Evidente que, ao usarmos essas dimen-
sões, o ideal é utilizar os kits de Minivoleibol, que, no entanto, são escassos nas
escolas. Para tanto, utilizaremos materiais adaptados, como elásticos e materiais
similares. Para fixar, normalmente, se a quadra utilizada for poliesportiva, pode-
mos fazer as amarrações nas traves dos gols, cruzando a quadra até o outro lado,
fazendo, assim, a rede das três miniquadras.
A criatividade do professor fará a diferença e possibilitará que ele realize as
adaptações necessárias à sua realidade. Além disso, vale explorar outras ativida-
des, não necessariamente relacionadas ao voleibol, mas nessa logística da quadra,
para trabalhar atividades com a rede divisória. Isso ajudará na aprendizagem da
modalidade.
169
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
170
EDUCAÇÃO FÍSICA
SAIBA MAIS
4 3 2
Fonte: adaptado Bojikian, J.; Bojikian, L. (2012).
O SISTEMA DE JOGO 5 6 1
O sistema de jogo conhecido como 6x0 ou mesmo
6x6 consiste no sistema que não tem jogadores es-
pecializados em cada posição, o que garante que
todos os alunos participem do ataque, do levanta-
mento e das recepções e defesas. O levantador será Figura 3 - Posições da quadra
sempre aquele que ocupar a posição 3 da quadra Fonte: adaptada de Educação Física na Mente (2017, on-line)3.
(Figura 3).
171
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
POSIÇÃO Nº 1
Chama-se defesa direita. Tam-
POSIÇÃO Nº 2 bém é nessa posição que o atle-
Denomina-se oposto ou saída ta fica responsável pelo saque.
de rede.
POSIÇÃO Nº 3
Denominada de meio de rede
ou central.
2
3 1
6
4
POSIÇÃO Nº 4
Denominada de ponta ou entrada
de rede. POSIÇÃO Nº 6
Denomina-se como defensor
POSIÇÃO Nº 5
central ou defesa central
Conhecida como de defesa es-
querda, normalmente é a posi-
ção que atua o líbero nas equi-
pes com nível mais avançado.
172
EDUCAÇÃO FÍSICA
Podemos observar na Figura 3 que há uma clara divisão na quadra entre as po-
sições 5, 6 e 1 e as posições 4, 3 e 2. As ações dos atletas nessas determinadas
posições são diferentes.
As posições 4, 3 e 2 se encontram dentro da linha dos 3 metros, essa linha
delimita e permite que os jogadores dessas posições fiquem responsáveis pelas
ações de ataque da equipe, em que somente eles podem bloquear e atacar dentro
dessa zona. Também são conhecidos como jogadores da rede ou de ataque.
Os jogadores que se encontram nas posições 5, 6 e 1, que ficam na posição
de fundo de quadra são os responsáveis pelas ações defensivas da equipe, eles
não podem bloquear e nem atacar dentro da linha dos 3 metros, a ação de ata-
que só pode ser feita se for efetuada atrás dessa linha limite. Os alunos dessas
posição são conhecidos como jogadores de fundo da quadra ou jogadores da
zona de defesa.
Os jogadores da linha de ataque (posições 2, 3 e 4) podem participar normal-
mente das jogadas de rede (ataque e bloqueio). Os jogadores de defesa (posições
5, 6 e 1), caso ultrapassem os pés na zona de ataque, não poderá efetuar ataques
com a bola estando a uma altura superior à borda da rede. Para tanto, ele deverá
saltar de trás - antes da linha, ainda na zona de defesa - da linha de ataque, sem
pisar nela. Em nenhuma hipótese, os jogadores dessa posição poderão realizar
bloqueios (Educação Física na Mente, [2017], on-line)3.
O posicionamento dos alunos, no voleibol, ocorre da seguinte forma:
3 2
1
4 6
5
173
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
POSIÇÃO Nº 2
Deverá se posicionar à frente da
posição 1 e à direita da posição 3.
POSIÇÃO Nº 1
POSIÇÃO Nº 3 Deverá estar atrás da posição 2
Deverá se posicionar entre as po- e à direita da posição 6.
sições 4 e 2 e à frente da posição 6.
2
1
3
6
4
POSIÇÃO Nº 4
Se posicionará à esquerda da
posição 3 e à frente da posição 5. POSIÇÃO Nº 6
Estará entre as posições 5 e 1 e
atrás da posição 3.
POSIÇÃO Nº 5
Deverá estar atrás da posição 4
e à esquerda da posição 6.
174
EDUCAÇÃO FÍSICA
Uma equipe é composta por ações defensivas e ofen- O contra-ataque nada mais é do que a ação
sivas e no sistema 6x0 todos participam dessas ações. defensiva executada pela minha equipe após
A formação para a recepção de saque mais utilizada o ataque do adversário. Por exemplo: minha
equipe saca, o adversário executa o passe,
por equipes iniciantes é a que chamamos de W, pois levantamento e o ataque. Meu time conse-
coloca o maior número possível de alunos partici- gue realizar a defesa e já organiza a transi-
pando da ação de recepção, dificultando o sucesso ção para o ataque. Essa ação é denominada
contra-ataque.
do saque adversário.
Fonte: os autores.
2
1
175
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
1
(respectivamente atacante de centro e defesa direi-
ta) aproximam-se do bloqueador para dar cobertu-
6
ra. Por fim, o jogador que ocupa a posição 6 (defesa
central) se prepara para defender os ataques que são
lançadas no fundo da quadra.
5
Por outro lado, na Figura 9, você pode observar
que o ataque vem da posição de saída de rede (lado es-
Figura 7 - Sistema defensivo sem bloqueio
querdo da quadra), assim, ocorre o bloqueio simples
Fonte: adaptado de Professor Educação Física (2014, on-line)4. do jogador atacante da entrada de rede (posição 4).
2
1
3
6
4
5
Figura 8 - Defesa com ataque pela entrada de rede e bloqueio simples na Figura 9 - Defesa com ataque pela saída de rede e bloqueio simples na
saída de rede (posição 2) entrada de rede (posição 4)
Fonte: adaptada de Professor Educação Física (2014, on-line)4. Fonte: adaptada de Professor Educação Física (2014, on-line)4.
No contexto escolar e de iniciação esportiva, va- Dessa forma, as funções se alteram um pouco: os
mos trabalhar, a maior parte das vezes, com o blo- jogadores de defesa direita (posição 1) e de ataque
queio simples. Observe pela Figura 8 como o ata- direito (posição 2) ficam responsáveis por defender
que partiu do lado direito da quadra, o atacante da os ataques mais fortes. Para a cobertura ao bloque-
posição de saída de rede (posição 2) fez o bloqueio. ador, os responsáveis são os jogadores das posições
É necessário, então, que os jogadores se organizem 3 e 5 ( atacante de centro e defesa esquerda, respec-
para conter a bola que vem do ataque. O jogador da tivamente). Para as bolas atacadas mais ao fundo da
posição defesa esquerda e ataque esquerdo (respec- quadra, o responsável é o jogador de defesa central
tivamente posições 5 e 4) se preparam para realizar (posição 6).
176
EDUCAÇÃO FÍSICA
177
considerações finais
P
rezado(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa última unidade, na qual
apresentamos o Minivoleibol, uma metodologia que defendemos como
a mais eficaz e adequada para o processo de aprendizagem inicial da
modalidade. Após isso, como progressão a essa fase, faz-se necessário
a compreensão do jogo de 6x6 ou 6x0. Você pôde aprender que para organizar
este jogo, utiliza-se o rodízio 6x0, no qual todos os alunos passam por todas as
posições, evitando-se, assim, a especialização precoce e permitindo que todos
vivenciem os diferentes posicionamentos do Voleibol.
Cabe a você, futuro(a) professor(a) de Educação Física, elaborar ferramentas
para dar suporte organizacional à sua turma, para, assim, amparar os alunos com
ações pautadas dentro de uma sistema proposto para o ensino do voleibol. Tam-
bém é importante criar estratégias para que os seus diferentes alunos vivenciem
a modalidade.
Lembramos, mais uma vez, que a aprendizagem do sistema 6x0 será facilitada
se, no processo anterior a essa fase, o professor estiver fazendo uso do método
Minivoleibol e de atividades lúdicas desportivas com rede divisória. Isso dará
condições para os alunos interagirem e entenderem que o voleibol é um esporte
competitivo, e também cooperativo (entre as equipes, que devem manter a bola
no ar), premissa importantíssima para o entendimento pelas crianças sobre a
dinâmica da modalidade.
Ao final dessa trajetória, esperamos ter contribuído para o seu crescimento
profissional e pessoal. A modalidade do Voleibol é mais uma dentre as diferen-
tes práticas corporais trabalhadas da Educação Física e deve ser transmitida aos
alunos. Esperamos que seus estudos sobre o Voleibol não se encerrem aqui, e
destacamos, ainda, que o estudo das práticas corporais da Educação Física são
fundamentais para transmitir ao seu aluno o mais rico repertório motor.
178
LEITURA
COMPLEMENTAR
Além do Minivoleibol, existem outras atividades que auxiliam no trabalho lúdico dessa
modalidade com as séries iniciais. As atividades envolvem fundamentos do voleibol e
também outros materiais que não são característicos da modalidade, mas que ofere-
cem princípios, como a organização de equipe e reconhecimento do espaço de jogo,
que são fundamentais no voleibol. A seguir, citamos algumas dessas atividades.
Voleibol Lençol
A atividade é realizada dentro da quadra de voleibol. Os alunos serão divididos em duas
equipes, que serão separadas pela rede. Dentro de cada equipe, os alunos serão dividi-
dos em grupos de quatro alunos. Distribua para cada grupo um lençol ou toalha. Cada
integrante da equipe irá segurar em uma ponta do objeto. Ao iniciar o jogo, a bola só
poderá ser lançada utilizando o lençol ou toalha, para isso, será necessário que todos
os integrantes façam o movimento com o adereço escolhido, para lançar a bola e trocar
passes. Adaptações referentes ao tamanho da quadra, número de alunos e altura da
rede podem ser realizadas atendendo à realidade.
Basquetevôlei
A atividade acontece na quadra de basquetebol. Divida os alunos em duas equipes.
O objetivo da atividade é realizar a cesta (basquetebol), entretanto, os movimentos e
fundamentos utilizados na troca de passes da equipe devem ser fundamentos do vo-
leibol (toque, manchete, saque, cortada). Algumas regras podem ser inseridas, como a
retenção da bola com mãos por apenas 3 segundos.
179
atividades de estudo
1. Nesta unidade, aprendemos o sistema de jogo 4. Sobre o sistema de jogo 6x0 (ou 6x6) e o posi-
6x0 que deve ser aplicado nos alunos após o cionamento dos jogadores em quadra, analise
Minivoleibol. Sobre esse sistema e suas ações as afirmações a seguir e, em seguida, assinale
defensivas, analise as assertivas a seguir e, em a alternativa correta.
seguida, assinale a alternativa correta. I. O sistema de jogo 6x0, ou 6x6 é voltado para
I. Na recepção para equipes iniciantes, a posi- o alto rendimento.
ção W é a mais indicada.
II. O sistema de jogo necessita de jogadores es-
II. Para receber faz-se necessário apenas 3 joga- pecializados.
dores em equipes iniciantes.
III. No sistema de jogo 6x0 o levantador sempre
III. No sistema 6x0, todos os jogadores desempe- está na posição 3.
nham as funções de atacantes e levantadores,
IV. Os jogadores da posição 5, 6 e 1 são chama-
não existindo jogadores especializados.
dos de jogadores de fundo de quadra ou joga-
a. Apenas as afirmativas I e III estão corretas. dores da zona de defesa.
b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas. a. Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
c. Apenas a afirmativa I está correta. b. Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
d. Apenas a afirmativa II está correta. c. Apenas a afirmativa I está correta.
e. As afirmativas I, II e III estão corretas. d. Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
e. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
2. Porque é interessante iniciar o voleibol primei-
ramente com a aprendizagem do Minivoleibol?
5. Sobre as posições de ataque e defesa na qua-
dra, as ações defensivas e rodízio, assinale
3. A FIVB apresenta algumas etapas e orientações
Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as alterna-
para o trabalho do Minivoleibol até chegar ao
tivas a seguir.
jogo formal (6x6). Na 1º etapa (indicado para
( ) Posição 2, 3, 4 na quadra são conhecidas
8 – 10 anos), aprendemos que o importante é
como posição de ataque.
trabalhar com pequenos jogos que realizem o
movimento de transposição da bola por cima ( ) As posições 4, 3, 2 não podem bloquear
da rede, trabalhando a antecipação e direção e nem atacar dentro das linhas dos 3 metros
da bola. Com base nessa 1º etapa e em suas ca- quando a bola estiver em uma altura superior à
racterísticas indicada pela FIVB, cite e explique borda da rede.
duas atividades que as contemplem. ( ) Nas ações táticas defensivas, temos as
ações de bloqueio, defesa em pé, rolamento e
mergulhos.
( ) O objetivo principal das ações defensivas é
impedir que o ataque adversário se transforme
em ponto, visando propiciar um contra-ataque.
( ) O rodízio dos alunos na quadra dar-se-á no
sentido horário.
180
EDUCAÇÃO FÍSICA
O grande desafio
Ano: 2007
Sinopse: inspirado em uma história real, o filme conta a jornada do
brilhante, mas volátil, professor Melvin Tolson (Denzel Washington)
que usa de seus métodos pouco convencionais, de sua visão políti-
ca radical e do poder das suas palavras para motivar um grupo de alunos do Wiley College,
do Texas, a participar de um campeonato de debates na Universidade de Harvard.
Comentário: um filme que nos inspira a trabalhar, mesmo quando as situações parecem
ser desfavoráveis. Dificuldades serão iminentes à nossa prática pedagógica cotidiana, ainda
assim, temos que saber que os bons professores podem fazer uma diferença significativa na
vida de seus alunos.
Esse vídeo traz opções de exercícios para iniciação do Minivoleibol por meio de exercícios
pedagógicos, aumentando progressivamente o grau de dificuldade destes. O interessante é
que todos eles são realizados sob a rede, principal característica da modalidade.
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referências
Referências On-line
1
Em: <http://www.fivb.org/EN/FIVB/FIVB_History.asp>. Acesso em: 01 jun.
2017.
2
Em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25589>.
Acesso em: 01 jun. 2017.
3
Em: <http://educacaofisicanamente.blogspot.com.br/2012/05/taticas-basicas-
-do-voleibol.html>. Acesso em: 01 jun. 2017.
4
Em: <http://professor-educacao-fisica.blogspot.com.br/2014/08/voleibol-siste-
ma-t-defensivo.html#more>. Acesso em: 01 jun. 2017.
5
Em: <http://www.cbv.com.br/v1/vivavolei/mini_regras.asp>. Acesso em: 01 jun.
2017.
6
Em: <http://educacaofisicafoz.do.comunidades.net/jogos-ludicos-para-volei-
bol>. Acesso em: 02 jun. 2017.
182
gabarito
1. A.
2. Iniciar o voleibol por meio do método Minivoleibol (MV), além de facilitar o desenvol-
vimento motor na execução das tarefas táticas, aos iniciantes, obtêm-se a vantagem
de distribuir diferentes responsabilidades durante o jogo e também de transmitir
uma visão geral das funções do voleibol.
3. Atividade 1: ficar em grupos de 3 a 4 alunos, em círculo, espalhados em um espaço
de aproximadamente 1m de distância. O objetivo é lançar a bola de um para o outro,
tentando manter a bola no ar o maior tempo possível. Mover-se enquanto observam
a bola, chegar em boa posição para pegar a bola antes que ela caia no chão. Pode
variar a distância entre os alunos, aumentando gradativamente. Variações: utilizar
de bolas mais leves como bola de vinil (gigantes), bolas de borracha ou até bexigas.
Atividade 2: conforme a Leitura Complementar da Unidade V - Voleibol com bexigas,
os alunos devem ser divididos em duas equipes. Cada equipe se posicionará de um
lado da quadra. Distribua uma bexiga/balão para cada aluno. Cada aluno deverá en-
cher a bexiga/balão. Ao sinal, cada aluno deverá lançar sua bexiga/balão ao campo
adversário, ao mesmo tempo em que tenta devolver as que foram lançadas para
o seu campo, por cima da rede. Após algum tempo, o professor dará um sinal de
término. Marcará ponto a equipe que possuir menos bexigas/balões em seu campo.
4. D.
5. V - F - V - V - V.
183
ESPORTES COLETIVOS VOLEIBOL
conclusão geral
Caro(a) aluno(a)! Chegamos ao final do nosso livro, ao qual construímos conhe-
cimentos acerca de uma modalidade tão comum à prática esportiva: o voleibol.
Por meio dos pontos apresentados em cada unidade, esperamos ter contribuído
para sua formação acadêmica e lhe proporcionado conhecimento científico que
embase a sua atuação segura na prática escolar e não escolar.
Até o presente momento, vimos o voleibol nos diversos contextos em que se
apresentam como instrumento da Educação Física, contemplado nas áreas da
Saúde e do Lazer; da Educação e da Competição. Para que a aprendizagem acon-
teça de forma significativa, sugerimos uma idade ideal para que a criança tenha
condições mínimas para ser introduzida à modalidade. Logo, faz-se necessário o
método de ensino, que foi apresentado em forma de processo metodológico e é
constituído por cinco etapas, explanando-se a importância de uma ordem espe-
cífica dos fundamentos para o processo de ensino.
Para que haja o entendimento satisfatório sobre a modalidade, foi apresen-
tada uma breve história, seguida das principais regras norteadoras do esporte
e que limitam o que é permitido em sua dinâmica. Ainda, para aprofundar a
compreensão sobre o voleibol, algumas capacidades motoras necessárias aos par-
ticipantes, bem como os estudos sobre o desenvolvimento físico na infância e
adolescência foram apontadas, com o intuito de entender os jovens e podermos
organizar melhor a prática de ensino.
Assim, foram sugeridos processos pedagógicos para o ensino de todos os fun-
damentos da modalidade e como forma metodológica, com o objetivo de facilitar
o entendimento da modalidade pelas crianças, sugeriu-se a prática do Minivoleibol
como elemento facilitador da aprendizagem. Dessa forma, temos mais chance de
garantir o prazer da criança e seu engajamento pela modalidade nas idades poste-
riores. Por meio das unidades, o ensino do voleibol foi contemplado nos aspectos
técnicos, táticos e pedagógicos. Agora, o ensino do voleibol depende de você.
Boa prática!
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