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Examefisico
Examefisico
Genitália
Masculina: comprimento do pênis, orifício uretral (hipo ou epispádia), prepúcio,
testículos (na bolsa escrotal ou canal inguinal), presença de hérnias e hidroceles
(transiluminação).
Feminina: tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios, orifício da vagina e uretra,
distância anovulvar e fístulas. Quase 100% dos RN apresentam excesso de tecido
himenal ao nascimento que desaparece em semanas.
Fimose: é comum no RN a aderência do prepúcio à glande.
Hidrocele: aumento dos testículos com transiluminação positiva e não redução com as
manobras habituais.
Hipospádia: meato uretral na face perineo-escrotal do pênis; excesso de pele dorsal.
Associam-se a alterações dos testículos como criptorquidia.
Epispádia: falha no fechamento da uretra na parede dorsal. Pode acometer toda a
uretra, inclusive com extrofia vesical.
Ectopia testicular: 5% dos RN apresentam testículos não palpáveis ao nascimento.
Verificar os canais inguinais.
Imperfuração himenal: pode levar à retenção de secreções uterinas e vaginais e causar
abaulamento himenal e às vezes retenção urinária por compressão extrínseca.
Hérnias
Genitália ambígua
Anomalias anonetais: estenose anal, ânus perineal anterior, fístula anocutânea, ânus
vulvar, fístula anovulvar, fístula anovestibular, fístula retrovestibular, atresia retal,
imperfuração anal, estenose anal membranosa.
Coluna
Colocar RN em decúbito ventral. Procurar tumores, hipertricose, manchas
hipercrômicas, seio pilonidal. Correr os dedos pela coluna.
Meningomielocele e mielocele: tumorações planas ou pedunculadas decorrentes de
falha óssea no canal raquidiano (espinha bífida). Mais comum na região sacral e
lombar. Fazer avaliação do nível de sensibilidade, avaliação motora e esfincteriana.
Fossetas ou hipertricose podem indicar espinha bífida oculta.
Teratoma sacrococcígeo: tumorações arredondadas, de tamanho variado podendo ser
gigante. Pele que o recobre é, em geral, íntegra. Passíveis de malignização.
Membros
Realizar com o RN em decúbito dorsal. Verificar simetria e proporções, examinar
articulações à procura de luxações.
Fraturas
Paralisias: as paralisias braquiais podem ser de 3 tipos – total, da parte superior do
braço (Duchenne) e do antebraço (Klumke). O braço permanece em adução (encostado
no tórax). Na paralisia de Erb-Duchenne as perturbações sensitivas são pequenas e
localizadas na parte superior do ombro.
Paralisia de membros inferiores é rara e se deve a tocotraumatismos graves ou anomalia
congênita da medula espinhal.
Artrogripose (imobilidade articular): pode ser congênita ou devido a déficits
neurológicos, déficits musculares, compressão fetal por oligoidrâmnio. Problemas
neurológicos parecem ser a causa mais comum: meningomielocele, deficiência das
células motoras da medula anterior, espasticidade pré-natal, anencefalia, hidranencefalia
e holoprosencefalia. Na história, verificar movimentos fetais, oligohidrâmnios e
exames radiológicos.
Pé torto congênito: é a anomalia congênita de membros mais comum. Diferenciar entre
pé torto congênito e posicional.
Prega palmar única: uni ou bilateral, está presente em 2,5% dos nascimentos normais.
Osteocondrodisplasia: evidente encurtamento dos membros (nanismo diastrófico).
Luxação congênita do quadril: o diagnóstico deve ser o mais precoce possível, pela boa
resposta ao tratamento. Pesquisá-lo em todas as oportunidades do exame físico do RN,
pois poderá estar ausente em alguns momentos. Verificar simetria das pregas cutâneas.
Raio X.
Manobra de Ortolani: articulações coxo-femurais em flexão e joelhos em flexão.
Seguram-se as pernas e as coxas com as mãos, colocando-se os dedos sobre o grande
trocanter e realizando-se a adução a abdução da articulação. Positivo quando se
percebe um click com os movimentos.
Manobra de Barlow: flexionar joelhos e quadris. Seguram-se pernas e coxas coma as
mãos colocando-se os dedos sobre o grande trocanter, mantendo as articulações em
abdução média, realizando-se movimentos pressionando o grande trocanter
anteriormente e sentindo-se o deslocamento da articulação.
Mecônio e Urina
99% dos RN urinam nas primeiras 48 h de vida, sendo que 23% o fazem na sala de
parto. O volume urinário nas primeiras 24 h de vida é de cerca de 15 ml.
As causas mais comuns de incapacidade de urinar nas primeiras 24 h são: prepúcio
imperfurado, estenose de uretra, valva de uretra posterior, bexiga neurogênica,
ureterocele, tumores renais, rins multicísticos, hipovolemia, baixa ingesta, agenesia
renal bilateral (Síndrome de Potter), necrose tubular (secundária a hipóxia), trombose
de veia renal, síndrome nefrótica congênita e pielonefrite congênita; 90% dos RN tem a
primeira eliminação de mecônio nas primeiras 24 h de vida. Causas de atraso na
eliminação são: obstrução intestinal, mucoviscidose, hipermagnesemia, doença de
Hirsprung.
Exame Neurológico
Exame do crânio e da face: fontanelas, suturas, edema em couro cabeludo, alterações no
perímetro cefálico e paralisias faciais.
Comportamento: realizar o exame com a criança despida, longe das refeições, acordada.
Verificar a postura, reação à luz, nistagmo e estrabismo constante. “Sinal do sol poente”
pode ser manifestação transitória sem qualquer correlação com patologias ou sinal de
hipertensão intracraniana. Pupilas (tamanho e forma), reflexo cócleo-palpebral
(frente a um estímulo sonoro verificar o piscar –resposta normal). Observar a
movimentação espontânea, paralisias, tremores, abalos, convulsões, movimentos
contínuos de sucção e mastigação.
Tremores: geralmente são de causa metabólica – hipoglicemia, hipocalcemia, hipo ou
hipernatremia, deficiência de piridoxina, aminoacidopatias-hemorragia intracraniana
(HIC), hipóxia, dependência de drogas. Cessam ao se segurar o membro do RN.
Crises convulsivas: são atípicas. As causas mais comuns são: as metabólicas, HIC,
encefalopatia hipóxico-isquêmica, meningite e dependência de drogas.
Letargia: presente na hipotermia, hipóxia e infecções.
Postura: a postura normal do RN é a de flexão dos 4 membros. Poderá ocorrer hipo ou
hipertonia. Hipotonia pode ser secundária a prematuridade, anestesiam materna e
drogas utilizadas na mãe, hipóxia, tocotraumatismo, infecções e HIC.
Ângulo calcanhar-orelha: decúbito dorsal elevam-se os membros inferiores em direção
à cabeça sem retirar o quadril da mesa. Normal de 80 a 100 graus. No pré-termo é
maior.
Ângulo poplíteo: decúbito dorsal, flexione as coxas sobre o quadril até que o joelho
toque o tórax. Mantendo esta posição, eleve apenas as pernas e observe o ângulo entre
a coxa e a panturrilha. Normal entre 80 e 100 graus.
Manobra do cachecol: decúbito dorsal, flexione o braço sobre o antebraço e leve o
cotovelo ao lado oposto. Hipotonia, quando o cotovelo ultrapassa a linha axilar anterior
contralateral (normal no pré-termo).
Tônus ativo
1) retificação do corpo: segurando-se o RN verticalmente pelas axilas,
ele flexiona as pernas e ao se apoiar seus pés há uma extensão das pernas
tronco e cabeça.
-2) sustentação da cabeça: suspensão do RN pelas mãos e pulsos até a posição sentada.
O RN é capaz de segurar a cabeça por alguns segundos e após ela cai para frente.
Reflexo da sucção e deglutição: sincronia, força e rítmo.
Reflexo de Piper (pontos cardinais): ao se tocar as comissuras labiais e os lábios
superior e inferior o RN move a cabeça na tentativa de sugar.
Reflexo da prensão palmar e plantar: o RN é capaz de segurar firme o dedo do
examinador a ponto de poder ser elevado do plano horizontal, e ao se tocar os pés há
uma flexão dos dedos e pés.
Reflexo de Moro: assemelha-se a um abraço espasmódico.
Reflexo de extensão cruzada: extensão passiva de uma das pernas faz-se um estímulo
doloroso no pé. Deverá haver ligeira flexão seguida de extensão contralateral. Este
reflexo estará ausente nos partos pélvicos e espinha bífida.
Reflexo de Galant: decúbito ventral, cabeça centrada, faz-se um estímulo paravertebral
de cima para baixo e como resposta espera-se um encurtamento do tronco no lado
estimulado. Deverá ser pesquisado bilateralmente.
Engatinhamento: espontâneo ou após apoio na planta dos pés.
Reflexo da marcha: sustentando-se o RN pelas axilas, ao se tocar os pés na mesa, ele
reage com passos.
Reflexo da colocação: RN seguro pelas axilas, ao se tocar o dorso dos pés na mesa, ele
suspenderá o pé sobre a mesa como se subisse degraus.
Maturidade neuromuscular:
Janela quadrada: flexão do pulso, avalia-se o ângulo mínimo entre a palma da mão e a
superfície dos músculos flexores do antebraço. O ângulo diminui com o progredir da
gestação.
Prova da gravata: avaliação do tônus superior axial e escapular. Avalia-se puxando a
mão do RN em frente ao tórax, envolvendo o pescoço, semelhante a uma gravata.
Cuidado em RN pré-termo, em fratura de clavículas, úmero curto e lesão do plexo
braquial.
Recuo do braço: decúbito dorsal dobra-se o cotovelo sobre o braço por 2 a 5 segundos,
e após avalia-se o recuo do braço à posição de flexão.
Angulo poplíteo: já descrito.
Calcanhar-orelha: seguram-se as duas pernas juntas em direção à orelha sem retirar a
pelvis da mesa. Avalia-se o ângulo entre a superfície da mesa e o calcanhar. Maturidade
física
Com o desenvolvimento a pele torna-se espessa, opaca e queratinizada. Avalia-se a
visibilidade dos vasos e sulcos. Lanugem: são pelos finos sobre o corpo, estão em
menor proporção em região de atrito. Surgem por volta da 19ª a 20ª semana e têm
máxima aparição entre 27ª a 28ª semana de vida intra-uterina.
Superfície plantar: avaliam-se as rugas que se dirigem dos dedos para o calcanhar.
Quando há oligoidrânmio, acentuam-se as rugas.
Aréola e glândula mamária: tamanho, diâmetro e coloração
Cartilagem da orelha e pálpebras: a cartilagem da orelha torna-se mais firme com o
decorrer da gestação. O descolamento da pálpebra tem inicio na 22ª semana e sua
abertura completa por volta da 28ª semana. Genitália externa: a descida testicular para a
bolsa escrotal ocorre por volta do 3º trimestre e a bolsa escrotal se toma mais enrrugada
próximo ao termo. O tamanho final do clítoris é adquirido bem antes da deposição de
gordura nas estruturas vizinhas e por isso aparenta falsamente hipertrofiado.
Gemência
Ausente
Audível com estetoscópio
Audível sem estetoscópio
Tiragem intercostal
Ausente
3 últimas intercostais
Mais de 3 intercostais
BIBLIOGRAFIA
1)Fletcher M A. Avaliação física e classificação. IN: Avery G B, Fletcher M A,
McDonald M G. Neonatologia- Fisiopatologia e tratamento do Recém-Nascido, 4ª
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3)Margotto PR. Fratura de clavículas: experiência nacional e internacional. Boletim
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JMA, Oliveira ND, Nader PO, Margotto PR. Anamnese e Exame Físico do Recém-
Nascido. Manual de Assistência ao Recém-Nascido, Ministério da Saúde, pg 25, 1994