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Correção da Prova escrita de Português, 8.

º ano (Para)Textos

Correção da Prova escrita de Português


8.º ano
Outubro de 2018

GRUPO I
Transcrição do texto ouvido:

Pescadores queixam-se da incerteza da vida do mar

Jornalista: É uma convivência pacífica e muito envolvente, diariamente, porque é aqui


que todos os dias, quando os barcos chegam do mar, os pescadores começam por
vender aqui o peixe. E onde é que estamos? Estamos no Varadouro de Monte Gordo.
Parece, assim, a esta hora, uma espécie de cemitério de barcos, de barcos artesanais,
que vão à pesca todos os dias – ou, pelo menos, assim o desejavam os pescadores
aqui de Monte Gordo – e é aqui que tudo começa: primeiro vão ao mar, às quatro da
manhã; depois, quando chegam, mais ou menos, as nove, acabam por chegar aqui à
areia – há sempre um trator da Associação dos Pescadores de Monte Gordo que
acaba por trazê-los até aqui acima, porque senão seria muito difícil, mas, antigamente,
já assim foi – e é aqui que são vendidos alguns peixes porque o peixe não é em muita
demasia. Não é, aqui, Sr. João, o que é que está a acontecer hoje com, com a pesca?
O senhor foi, foi hoje à faina, mas não trouxe muito peixe.
Sr. João: Ouça, eu hoje fui à faina e o pouco peixe que trouxe mandei para a lota. Não
é vendido cá.
Jornalista: Manda para a lota porque é a segunda fase da vossa venda de peixe, em
Monte Gordo. Primeiro é vendido aqui na praia, depois vai para a lota.
Sr. João: Nós não somos autorizados a vender o peixe na praia de Monte Gordo. O
nosso peixe, que nós apanhamos, é para a lota de Vila Real de Santo António.
Jornalista: E da, de Vila Real de Santo António é vendido… Mas diga-me uma coisa,
não é só nas lotas, porque os senhores criaram aqui uma associação, a Associação de
Pescadores de Monte Gordo – mesmo aqui ao pé onde nós estamos, mesmo em
frente, realmente, aqui à vossa, ao vosso varadouro – com um objetivo. Qual é o
principal objetivo desta Associação de Pescadores?
Sr. João: A Associação, o objetivo desta Associação de Pescadores é a gente manter
para os pescadores o mar que nós temos.
Jornalista: Cada um dos senhores tem um barco, há cerca de trinta e oito barcos
aqui… O senhor João também tem um barco que está ali, mesmo próximo da, da areia,
não é?
Sr. João: Sim, senhores!
Jornalista: O senhor vem de uma família de pescadores…
Sr. João: Venho, sim, senhores!
Jornalista: Há quase cem anos que este varadouro existe aqui…?
Sr. João: Este… Quase cem anos, não! Se calhar, na volta, mais de cem anos que
este varadouro existe cá!

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Jornalista: E o senhor sabe fazer outra coisa que não ser pescador? Ou vai ser
pescador até sempre?
Sr. João: Eu vou ser, vou, vou morrer até ser pescador, até ao fim!
Jornalista: Mas é, é um negócio que vai dando?
Sr. João: Eh, eh… Vai-se ganhando para a bucha! Há uns dias que se ganha, outros
dias não se ganha. Por exemplo, eu hoje já fui três dias ao mar, não ganhei nada!
Amanhã posso ir, posso recuperar…
Jornalista: É uma sorte! Nunca há uma certeza. É também por isso que o senhor tem
um terço ao pescoço, já agora, pergunto-lhe?
Sr. João: Este terço… Este terço foi ben…, foi benzido para uma melhoria minha,
mas… até à data vamos ver o que é que ele vai dar.
Jornalista: Espero que lhe corra bem a pesca nos próximos dias – hoje é dia de folga.
Vamos só terminar aqui, mostrando o que é que esta associação tem para dar: é o
peixe de Monte Gordo. Pode-me dizer só três ou quatro peixes que aqui, hoje, se
podem comer no restaurante?
Sr. José Serrano: Sim… Por exemplo, temos o salmonete (ao fundo: “o salmonete da
praia de Monte Gordo”), o robalo da costa, a dourada da costa, sardinha, as azevias –
que é apanhado aí pelo senhor João e por mais, por outros pescadores, não é?
Jornalista: Muito obrigada, senhor José Serrano! Boa sorte para aqui para a faina e
também para o dia de hoje no restaurante!

“Pescadores queixam-se da incerteza da vida do mar”, desde o início da notícia até aos 2min57segs, in
https://www.rtp.pt/noticias/pais/pescadores-queixam-se-da-incerteza-da-vida-do-mar_v757368, (transmitido em
03/08/2014)

1.1. B.
1.2. C.
1.3. A.

GRUPO II

1.1. B.
1.2. C.
1.3. D.
1.4. A.
1.5. D.

2. D., F., A., C., B., E.

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3. Sugestão de resposta:
O adjetivo “severo” é adequado para caracterizar Sören, pois era um homem
que impunha à família uma “lei de silêncio” e que exigia disciplina e responsabilidade
aos seus familiares.

O adjetivo “meticuloso” é adequado para caracterizar Sören, pois quando enviou


o seu veleiro para o mar, fez questão de inspecionar cuidadosamente cada canto do
barco e escolheu os homens que considerava mais competentes para tomarem conta
dele.

O adjetivo “amargurado” é adequado para caracterizar Sören, pois quando o seu


veleiro naufragou e os seus irmãos morreram, abandonou a sua vida de marinheiro e
jamais voltou a ver o mar.

4. Hans era um rapaz apaixonado pelo mar (“caminhava ao longo do cais, ao lado de
botes e veleiros, atravessava a praia… ouvia o respirar indecifrado da sua própria
paixão”), sonhador (“Hans suspirava e nas longas noites de inverno procurava ouvir
[…] o distante, adivinhado, rumor da rebentação”, “Queria navegar para o Sul.”),
destemido e aventureiro (“Queria ser um daqueles homens que a bordo do seu barco
viviam rente ao maravilhamento e ao pavor, um daqueles homens de andar baloiçado,
com a cara queimada por mil sóis”).

5. Estas palavras demonstram que Hans queria viver uma vida de aventuras. O seu
sonho era ser marinheiro e experimentar as emoções que os marinheiros viviam: não
só o maravilhamento de conhecer novas terras, novas gentes, mas também o pavor
que sentiam quando uma tempestade surgia, quando estavam muito tempo no mar.
Hans queria sentir tudo o que fazia parte da vida de um navegador quer o bom quer o
mau.

6. Sören reagiu de forma drástica ao naufrágio, pois, a partir daquele momento,


afastou-se do mar, castigando-o e culpando-o pela morte dos irmãos. Ao saber do
desejo do filho, o pai, certamente, não reagira de forma positiva, e provavelmente iria
proibir o filho de enveredar por aquela profissão, receando que o mar também o
levasse.

GRUPO III

1. A. – 3.; B. – 1.; C. – 2.; D. – 6.; E. – 4.; F. – 5.

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2. A. Pretérito imperfeito do indicativo; B. Pretérito imperfeito do conjuntivo; C. Pretérito


imperfeito do indicativo; D. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

3. Hans tinha um grande desejo, ser marinheiro, mas não o contou ao pai. Esperava
que, com o tempo, lhe pudesse contar a verdade.

4. A. Sempre que Hans ia à vila, (o rapaz) subia até ao promontório.


B. Sören nunca mais olhou para o mar dado que os seus irmãos morreram num
naufrágio. / Dado que os seus irmãos morreram num naufrágio, Sören nunca
mais olhou para o mar.

GRUPO IV
1. Sugestão de resposta:
Uma vida ligada ao mar é, certamente, uma vida cheia de aventuras e com muitas
emoções, pois, por muito que se tente controlar o mar, este é um elemento que se
caracteriza pelo imprevisto.
Na minha opinião, uma vida dedicada ao mar pode apresentar várias vantagens:
não é uma vida monótona, é uma forma de vida caracterizada pela liberdade. Exemplo
disso são os velejadores, os surfistas, os mergulhadores que vivem em comunhão com
o mar e que, quase todos os dias, podem descobrirem coisas novas naquele elemento.
No entanto, esta vida também pode ser sinónimo de algumas desvantagens.
Quem depende do mar depende de condições climatéricas que não controla e se essas
condições forem muito adversas pode ficar sem ocupação e, em casos extremos, sem
vida. Como exemplo, refiro os pescadores cuja vida está dependente das condições
meteorológicas e, de um momento para o outro, toda a sua vida pode mudar.
Para concluir, considero que o ideal seria termos uma vida em comunhão com o
mar, mas não estarmos totalmente dependentes dele, pois o mar é exótico e
maravilhoso mas também pode ser perigoso.
(184 palavras)

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