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º ano
1.ª parte
1 Ingredientes vitais
Ricardo Ribeiro
Breve História de Quase Tudo, de Bill Bryson
Tradução de Daniela Garcia
5 Lisboa: Quetzal Editores, 2003, 496 pp.
Os livros de ciência acessível a todos podem ser considerados um género próprio, apesar do lugar
onde colocam a tal ciência ficar muito discutivelmente à mão de verdadeiramente «todos». Este tipo de
obras surge com alguma frequência no nosso mercado, com balizas temáticas mais ou menos definidas.
Um dos históricos será Cosmos, de Carl Sagan, e, para completar o enquadramento, teremos em Ao
10 Encontro de Espinosa, de António Damásio, um dos mais recentes casos.
É à luz desta categoria que deveremos observar Breve História de Quase Tudo, cuja primeira
particularidade pode ser assinalada no percurso profissional e literário do seu autor, Bill Bryson.
Basicamente desde sempre, Bryson escreveu sobre viagens. Os seus travelbooks1 são famosos, sobretudo
no mundo anglo-saxónico, e a sua presente incursão no ramo da ciência terá surpreendido muita gente.
15 Segundo as suas palavras, o desejo de escrever algo assim partiu dos seus pesadelos enquanto jovem
aluno, obrigado a encarar a ciência com materiais de estudo pouco claros e extremamente aborrecidos.
Vai daí, decidiu arranjar maneira de pintar todas essas cinzentas matérias com cores bem mais alegres, e
aqui temos este Breve História de Quase Tudo.
E quando escolheu o título, não estava a brincar! Na realidade, ao longo das suas quase quinhentas
20 páginas, uma infinidade de ciências é desdobrada perante o atónito olhar do leitor, que nem se apercebe
da passagem de uma para outra. Geologia, paleontologia2, sismologia, antropologia, física quântica,
química, farmacologia... um leitor apenas terá de escolher, porque qualquer ramo da ciência que lhe
ocorra terá elevadas probabilidades de se encontrar representada neste extenso tratado.
A divisão dos capítulos não coincide obrigatoriamente com a transição entre estas áreas do saber; nem
25 o ritmo adotado por Bryson o permitiria, tal é a velocidade com que muda de assunto. Não pense o leitor
que por ação desta dinâmica as coisas são expostas de forma atabalhoada e superficial. Bom, superficial
talvez, que afinal de contas este livro é sobre quase tudo, mas há aqui margem para vários conceitos, e
não poderá mesmo assim ser de ânimo leve que se classificará o texto de superficial.
Uma das características da escrita do autor é o humor despretensioso com que se exprime. Por incrível
30 que possa parecer, quem lê este livro pode dar consigo mesmo a rir literalmente à gargalhada, perante as
situações narradas, mas, sobretudo, pela forma como estas são descritas por Bryson. (…)
Quanto à edição portuguesa da Quetzal Editores, há que se lhe tirar o chapéu: «plasticamente» muito
agradável, é enriquecida por um excelente trabalho de tradução assinado por Daniela Garcia.
http://criticanarede.com/lds_histquase.html (Consultado em 18-11-2014)
Vocabulário
1 livros de viagens; 2 ciência que estuda os fósseis.
1. O texto apresentado é
(A) uma exposição.
(B) um artigo de opinião.
(C) uma apreciação crítica.
(D) uma notícia.
4. Na oração “Este tipo de obras surge com alguma frequência no nosso mercado” (linhas 7 e 8), o predicado
integra, respetivamente,
(A) um modificador do grupo verbal e um complemento direto.
(B) dois modificadores do grupo verbal.
(C) um modificador do grupo verbal e um complemento oblíquo.
(D) dois complementos oblíquos.
5. As expressões “de Carl Sagan” (linha 9) e “ de António Damásio” (linha 10) desempenham a função sintática
de
(A) modificadores restritivos do nome.
(B) modificador do grupo verbal.
(C) vocativos.
(D) modificadores apositivos do nome.
8. A forma verbal “decidiu” (linha 17), no pretérito perfeito composto do conjuntivo ficaria
(A) tinha decidido.
(B) tivesse decidido.
(C) tem decidido.
(D) tenha decidido.
13. A oração “quem lê este livro” (linha 30) pode ser classificada como subordinada
(A) adjetiva relativa explicativa.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) substantiva relativa (sem antecedente).
(D) substantiva completiva.
15. Os vocábulos “Geologia, paleontologia, sismologia, antropologia, física quântica, química, farmacologia”
(linhas 21 e 22) estabelecem com “ciência” uma relação de
(A) hiponímia-hiperonímia.
(B) meronímia-holonímia.
(C) sinonímia.
(D) hiperonímia-hiponímia.
19. Classifique a oração iniciada pelo vocábulo “que” presente na linha 26.
21. Reescreva a frase “obrigado a encarar a ciência com materiais de estudo pouco claros e extremamente
aborrecidos.” (linha 16), substituindo o complemento direto da oração subordinante pelo respetivo pronome
pessoal.
23. Apresente o processo fonológico ocorrido na evolução do étimo latino “alumiar” para “Lumiar”.