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Tradução A. X.

MOREIRA
PRÓLOGO
A Biologia progrediu lentamente devido a complexidade do
~êr vivo. No século XVIII ganhou decisivo impulso com Leeu-
ll'enlwek, que ulilizou len/es no estudo do mundo microscó·
pico; com Réawnur e Spallanzani, que aplicaram o método ex·
perintenlal aos fenômenos vitais, e com Linneu, que, pela no-
11/l!ttcla/ura binâria, ordenou o grar1de número de animais e
Licenciado em História vegelais descritos. Criaram, em cot1junto, uma nova forma de
focalizar o es/udo do sê.r vivo.
Esla nova mentalidade, que hoje chamaríamos "científica",
preparou a chegada do século XI X, no qual a Biologia alcan-
çott grande desenvolvimento, apoiando-se em gloriosos twmes,
como Lamark, fundador das doutrinas transformistas; Cuvier,
a que se devem as bases da anatomia comparada e criador da
paleonlo logia; Schleide11 e Schwann, pioneiros no lançamento da
leorio celular; Pasleur, que eslabeleceu os princípios da bacte-
riologia, e Claude Bernard, que fundou os métodos da moderna
fisiologia. Por ou/ ro lado, Mendel iniciou o estudo da herança
biológica, enquanlo Darwin, com a teoria da evolução, tentou
proporcionar uma visão unitária do fenômeno vida.
E.sles e ou/ros ilu"stres homens tornaram possível o flores-
cimenlo da Biologia atual, que situa os processos vitais no
plano físico-químico, de /ai sorte que, com os c011hecimentos de
ltoje sôbre os âcidos nucleicos, aborda a hereditariedade ao
nível molecular, exib it1do uma intri11cada e ao mesmo tempo
promissora problemática.
Nesle Atlas descortina-se, a todos os interessados pela Bio-
EDIÇÃMSPECIAl REVISADA PARA ... logia, uma visão panorâmica dos fenômenos vitais, e, particular-
mente, aos j ovens que se destinam às Universidades, uma pe-
.IVRO IBERO-AMERICANO, LTDA. quena mostra do frondoso bosque das ciências biológicas, ainda
não lotalmen/e explorado , a fim de que, assim estimulados,
possam ir além, orientados pela frase de Ramón y Cajal: "o mar
RIO DE JANEIRO /em misleriosos abismos, a terra guarda em suas entranhas o
passado da vida e o organismo humano oferece em cada cé-
lula 11111a incógnita e em cada pulsação um tema de eterna
meditação".
0 AUTOR

PRÓLOGO
à Primeira Ediçao Portuguêsa
Esle é o segundo ATLAS que temos o prazer de traduzir
para a Edilora Ibero-Americana.
Como o de Bolânica, contém um conjunto de ensinamentos
lllÍ.1icos, indispensáveis, portanto, aos nossos estudantes do pri·
111 •iro e segrmdo ciclos secundários, apresentados de ma11eira
simples, clara e apràpriadamente ilustrados.
olaboramos, em alguns capítulos, introduzindo exemplos
lJYasileiros ou acrescentando as explicações que julgamos ne-
© cessárias.
De modo gera l, porém, foram mantidos os conceitos emiti-
dos pelo awor, embora, por vêzes, nos tivéssemos permitido
fazer pequenas relificações.
A. X. MOREIRA
Licenciado em História Natural
Rio, julho de 1966.
clltfaJ& BIOLOGIA
OBJETO E MÉTODOS próprios de ou tras Ciências Natura is,
1 OR A. DE HARO VERA CATEDRATICO D.A. FACULDADE DE CltNCIAS DE SAL.A.MANCA
DA BIOLOGIA como, por exemplo, a Física e a ~ftVA
Química. A aplicação do microscóp io
Estamos rodeados de sêr es nos ao estudo dos sêres vivos repre-
quais distinguimos características pro- sentou um avanço gigantesco no conhe-
prias: rochas, árvores, animais; outros cimento dos organismos. A p artir do
são semelhantes a nós mesmos. Fala- holandês Leeuwenhoek , no século xvnr,
mos também de corpos sem vida, como observaram-se as pequ enas estruturas
uma rocha, e igualmente de sêres vivos, vivas. O microscópio composto, anos
como um inseto, embora muitas vêzes depois, permitiu exames mais minu-
não saibamos dizer, com precisão, as ciosos, e, finalmente, o microscópio
razões de tal separação. A Biologia electrônico de nossos dias possibilita
se destina, exatamente, a esclarecer as observação de estrutu ras delicadíssimas
causas pelas quais um determinado a t ravés de aumentos de 100.000 vêzes
sêr possue esta complexa atividade de partículas protoplasmáticas. O avan-
que denominamos vida. ço da Química propiciou, por o u tro
Conforme os diversos aspectos pe- lado, a análise precisa das substâncias
los quais abordemos o estudo dos sê- integrantes da matéria vivente e, con-
res vivos, a Biologia subdivide-se nos sequentemente, um conhecimento mais
seguintes ramos: profundo dos constituintes protoplas-
Anatomia: estuda a constituição e máticos, bem como uma melhor com- A n l o nl vc111 L11 uw nhoek (1 632- 1723) é o pri me ir o
estrutura gerais dos sêres vivos. preensão dos fenômenos íntimos da quto u i lll'o o microscóp i o si m p l es p ara o es tudo do
Histologia: trata dos tecidos ani- atividade celular. que hnmou d "onimá lcul os".
mais e vegetais. E lementos b iogenéticos. -Acreditou-
Citologia: estuda as células que for- se, em princípio, que os sêres vivos
mam os organismos. seriam constituídos por matéria dife-
Embriologia: analisa o desenvolvi- rente da que integra o. mundo mine-
mento dêstes últimos (desde a célula ral. Pouco a pouco, todavia, a intro-
ôvo até a aquisição da forma especí- dução dos métodos químicos de aná-
fica). lise demonstrou que os sêres organiza-
Fisiologia: considera as funções do dos compõem-se dos mesmos elementos
sêr vivo. químicos encont rados no mun do inor-
Genética: dedica-se ao estudo da he- gânico. Além disso, evidenciou-se um
rança e variação dos caractéres bio- surpreendente fato: a matéria viva,
lógicos. com a extraordinária quantidade de
Taxonomia: agrupa e classifica os substâncias que a integram, é funda-
sêres vivos segundo suas afinidades mentalmente constituída por uns pou-
naturais. cos elementos químicos, os elementos
Paleontologia: estuda os fósseis (sê- biogenéticos. Dentre êstes, o Zi nco (Zn),
res que habitaram a Terra antes do o Cobre (Cu), o Ferro (Fe) e o Man-
homem). ganês (Mn) representam-se por peque-
Morfologia: observa -e interpreta as níssimas quantidades, razão por que
formas orgânicas em função das uni- são chamados oligoelementos; os de-
dades de que são constituídas. mais formam a <<trama>> da matéria
Ecologia: analisa e pesquisa · as re- viva, e por isso denom inam-se ele-
lações dos organismos entre si bem mentos plásticos.
Cl
como dêstes com o meio em que Um fato que nos chama a atenção
vivem. é a posição dêsses elementos na tá-
O conjunto de dados fornecidos por bua periódica de Mendeleieff: os mais Co Fe
eslas diferentes facetas da Biologia abundantes, o Oxigênio (0), Carb o-
proporciona uma visão do organismo no (C), Hidrogênio (H) e o Nit rogê-
vivo omo um todo que, no estado nio (N), têm baixo pêso atômico e si-
:tlit:tl dos ronhecimcnto humanos, tuam-se no primeiro e segundo perío-
IIPI'I'SI'III 11 s1· sw Pl'l'L' nd ·ntemcnlc com- dos da tábua, o que implica dizer q u e a
pino , IIH'SIIIO riOS lliVl' iS maiS Simp]CS matéria viva é formada por elementos
dt• OI ;illl/;1~,11) leves. Outro aspecto interessante é a
!I llioluvi11 PIOr.lll'dilt lentamente, posição central do carbono e nitrogê-
11111.1 1'1'/ 11111' I'IIIPH' dl'IH'IIII\-11 d' ll1C· nio, constituintes básicos do protoplas- O microscópio el e ctrônico p e r
1111 I 111 ,1111111111111s I' lOIIhl'liiiiCiliOS ma . Em face desta posição combinam- mite aum e ntar 100.000 vê ze s a Na tábua de Mend e leieff pode ser observada a escasso
imag e m do objeto, p o d e ndo-se
proporçã o dos elementos biogenético s em rela ção ao nú -
e studar a s estrutura s ma is d e li -
mero d e e lementos químicos e xistente s .
cad as do protoplasma .
cllttaJdc BIOLOGIA
se quer com elementos positivos (hi- madas princípios imediatos, tais como POR A. DE HAROVERACATEDRATICODAFACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA.
drogênio , por exemplo), quer com ele- água, sais minerais e substâncias or-
mentos negativos (oxigênio, por exem- gânicas chamadas glucídios, lipídios e
plo). E igualmente possível que o car- protídios, assim como vitaminas e hor- SAIS MINERAIS E COMPOSTOS DE CARBONO
bono e o nitrogênio se unam entre si, mônios, todos êles constituintes do edi-
estabelecendo ligamentos -C-N; por fício vivo.
o utro lado, o carbono combina con- Importância da água. - A proporção
sigo mesmo. Por tudo isso compreen- de água varia nos diferentes organis- H2 O
de-se a complexidade das substâncias mos. Pilema pulmo é uma medusa que
orgânicas, estruturadas a partir dos tem uns 95,39% de água, enquanto a
-C-C-N-C-C, base do edifício vivo. semente de cevada tem somente uns
Observe-se que o Silício (Si), disposto 16%. Sódio Célcio
na mesma ·coluna do Carbono , porém Dentro de um mesmo organismo Carbonatos
com maior pêso, não participa da es- observa-se que os tecidos possuem mais Bicarbonatos Fosfatos
trutura viva e que, em contraposição, água à medida que aumentam a ativi-
é a base do reino inanimado . dade fisiológica . Os músculos do corpo
O Fósforo (P), situado na mesma humano têm uns 74 % e, fato surpre-
coluna que o Nitrogênio (N), compor- endente, a substância cinzenta do cé-
ta-se diferentemente, já que tem maior rebro, centro da sensibilidade e da in-
pêso atômico e sempre se combina teligência, é constituída por uns 85% Me1gnésio Cloretos
Potássio H
com o Oxigênio (0). Tem grande im- de água. Sulfatos
portância na captação de energia pela A função da água é variada: I) é
célula. o meio de transporte das substâncias
O Enxofre (S) e o Oxigênio têm que entram e saem dos sêres vivos, no Principais sais minerais encontrados nos organismos .
como função primordial organizar pon- qual hão de estar dissolvidas; 2) con- N o ma téri a viv o há
tes d~ união entre as moléculas, de fere estrutura e rigidez aos tecidos, rn a nd o qua ntidad e
d óg ua.
modo a se formarem arcabouços mais tornando-os plásticos; 3) é a substân-
complexos. Os elementos alcalinos, Só- cia que necessita mais calor para au-
d-i o (Na) e Potássio (K), e os alcalino- mentar a temperatura em um grau
o
terrosos, Magnésio (Mg) e Cálcio (Ca). por centímetro cúbico (calor específi-
juntamente com o Cloro (Cl), inter- co), razão porque permite armazenar
0- o
vêm, em razão da capacidade de ioni- calor e amortecer as mudanças brus-
zação, nos fenômenos de hidratação da cas de temperatura, tão nocivas aos or-
matéria viva. ganismos. Metano
O Hidrogênio (H) é muito impor- · Importância dos sais minerais. -
tante pelo poder de combinação com Além da água evidenciam-se também,
(,)- -o v - - .)
outros ele mentos, e também por in-
terferir nos processos respiratórios .
nos organismos, os sais mine rais, cons-
tituídos por Cloretos (Cl), Fosfatos b
Aldeído
o
Finalmente, são também de relevância ( PO, ), Carbonatos (CO,), Bicarbonatos Amoníaco Âcido ocético

o Cobre, Zinco, Ferro e Man ganês em (CO ,H) e Sulfatos (50,} de Sódio, Po- - )
Cetono
de te rminadas fun ções dos sê res vivos tássio, Cálcio e Magnésio, principal-
(como a respiração , por exemplo). mente. A quantida de dos citados sais
é baixa no organismos, aproximada- Algumas combinações de carbono e hidrogênio .
COMPOSIÇÃO QUIMICA mente uns íÍ.3% nas células animais · e .
DOS SI:RES VIVOS uns 2,5 % nas vegetais, embora de im-
portância extraordinária, já que: I) al-
Princípios imediatos.- Quando se gumas proteínas são apenas solúveis
aquece m carnes ou e nt ão fô lh as em um em dissoluções salinas; 2) regulam a A qut~ctu Hi o fo rt e me nt e um órgão
co d rnn l ou V(lfJü fo l ê l o se re duz a
o
tubo de e nsaio, obse rva-se que nas pa-
redes do mes m o depos it a-se uma le ve
acidez e o conteúdo de água dos hu-
mores orgânicos, e 3) constituem for-
Onl p O!i i O" tn lnurois.
oI
cam ada de água, indi ca ndo s ua pre-
s ·nça na m a l ' ri a viva. Se 'c ontinua-
mações esqueléticas (ossos e cara-
paças) .
o
m os aqu ·ce nd o, res ta , fin a lm e nt e, um Combinações do carbono. - Cada
n· s fduo d l' c inza s co mpos to de sa is á to mo de ca rbono tem a capacidade de
lllll\l' l' : ti ~. unir-se a quatro átomos de hidrogê- o o
Da 111:11<"'1 ia viv;• podl' ~ • ~ L·parar. po 1· nio. O ca rbono pode substituir numa
I
• ~o
IH on·" o' ""'il''''· p111 :tlll<' lliL' fí s icos, ·x tre mid a de de um a cadeia carbonosa
'0111o ,, 11111 . 1 ~· "' · 111 -." il" ~·a o ,. pr •c ipi do is hidrogê nios por um oxigê nio, for-
l il~"il l> , lilll llillllllliO dt • ' "l " l l iiH li ", ' 11:1 mand o uma substâ ncia chamada a/- o
Âlcoo l mon ov ol e nt e
Aml nu I I
o o
Ál cool oolivolente
c/_ff;fuJ de BIOLOGIA
deído, ·enquanto que, se a substituição si, com separação de uma molécula POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
teve lugar em um carbono interior da
cadeia, então o corpo resultante é uma
de água, formando um dissacarídeo.
A reação inversa consegue-se por
Num.3
cetona. Se substituirmos o hidrogênio meio de fermentos, obtendo-se as
por um radical NH, o corpo é uma ami- hexoses de constituição, fenômeno cha- GLUCÍDIOS
na. Uma cadeia carbonosa constituir mado hidrólise. Entre os dissacarídeos
um ácido orgânico quando tem a fun- mais importantes estão a sacarose, lac-
ção carboxila -COOH, e se substitue tose, maltose e celobiose, todas deriva-
um hidrogênio por um radical -OH o das de hexoses e portanto de fórmula
corpo resultante será um álcool mono- empírica comum C.,H,O, ,. São doces,
valente, chamando-se álcool polivalente cristalizáveis e solúveis em água.
se a substituição ocorreu em vários hi- Sacarose. - t:. o açúcar da cana ou
drogênios. Tais as funções químicas de beterraba, originada da umao de
mais frequentes na matéria orgânica. uma molécula de glicose e outra de.
Glucídios.- Incluem-se neste grupo frutose. Ri base
Desoxiribose
os açúcares e as substâncias derivadas Lactose.- t:. o açúcar presente no {).glucopiranose
dos mesmos. Os açúcares fundamen- leite, ao qual empresta o sabor adoci-
tais ou mais simples são as ases, ou cado. Compoem-se de uma molécula de
monossacarídeos, constituídos por uma glicose e outra de galactose.
cadeia de átomos de carbono, cujo Mal tose e celobiose.- Não se en-
número determina o nome do açúcar. contram livres na natureza porque são
Se há cinco átomos de carbono, a produtos de hidrólise do amido, a pri-
ose denomina-se pentose, e se há seis, meira, e da celulose, a segunda.
hexose. As hexoses são as mais im-
portantes e frequentes. Do ponto de A ma/tose é formada pela união de
vista quimico, as oses são aldeídos ou duas moléculas de a-glicose, enquanto 'X· 91,ucopiranose Fruto se
:t-glucofu ranose
cetonas de álcoois polivalentes. que na celabiose a glicose é a (3.
Dentre as hexoses está a glicose, Polissacarídeos ou poliholósides.-
ou açúcar de uva, e a frutose, pre- f.stes glicídios compõem um conjunto
sente juntamente com a anterior no de substâncias com propriedades físi-
mel e em muitas frutas. cas que as diferenciam dos ·açúcares.
São insípidos, insolúveis em água e
Monossacarídeos ou oses.- As he- não cristalizam. Entre os mais impor-
xoses são as mais importantes. Tô- tantes estão o amido, glicogênio e a
das têm a mesma fórmula empírica, celulose, todos êles de forma geral
C,,H.,O,, e a diferença entre elas con- (C,H. ,O, )". Socaros e
siste em que tenham um grupo aldeído Amido. -Substância que se forma A celobiose é um dissacarídeo obtido
ou cetona e na posição dos álcoois, em por hidrólise da celulose.
nos vegetais, consequência da fotossín-
ambos os lados dos carbonos centrais. tese. A frio é insolúvel em água, e
São substâncias de sabor adocicado, aquecido produz um líquido opalescen-
solúveis em água e cristalizáveis, não te, a goma de amido. Com o iôdo dá
se podendo desdobrar, por hidrólise, uma côr azul característica. Encontra-
em substâncias mais simples. se como reserva nas batatas, sementes,
Estrutura cíclica dos monossacarí- frutos, etc. É constituída pela polime-
deos.- O grupo aldeído dos monossa- rização de moléculas de a-glicose. Por
carídeos pode hidratar-se, substituindo hidrólise parcial do amido obtêm-se
um oxigênio por dois radicais -OH e dextrinas, conjunto de substâncias que,
constituindo-se um ciclo com ponte de com água de iôdo, dão colorações va- r~,, utura mol ecular do amido.
oxigênio entre o primeiro e o quinto riáveis do violeta ao vermelho. O ami-
carbono (anel hexagonal do pirano), ou do apresenta-se formando os grãos de
entre o primeiro carbono e o quarto amido, típicos dos vegetais.
(anel pentagonal do furano). Há duas Glicogênio. - J:: a substância de re-
glicofuranoses e duas glicopiranoses, serva animal. Encontra-se no fígado e
chamadas a e (3, segundo a posição do nos músculos para ser utilizado no mo-
hidrogênio e do grupo -OH do pri- mento necessário. Por hidrólise total
rneiro carbono. proporciona glicose. Dá uma côr pardo-
Dissacarídeos ou diholósides. - Dois avermelhada com iôdo. Sua molécula
monossacarídeos podem reagir entre é mais ramificada que a do amido.
A estrutura molecular do glicogênio é
s_e f'!lelhante à do__amido, porém com co-
clltl!aJJde BIOLOGIA
Celulose.- É a substância esqueléti- picas dos lipídios, tais como insolubi-
ca dos vegetais, constituindo grande lidade na água e solubilidade nos dis-
parte das membranas de suas células. solventes lipídicos. Entre elas são es-
O algodão é quase celulose pura. Suã pecialmente importantes os fosfolipí -
molécula tem constituição linear e por dios, como a lecitina; as esterinas,
hidrólise dá celobiose e, finalmente, como a co/esterina, e os carotenóides,
~-glicose. A unidade estrutural da ce- representados pelo caroteno e xantofila
lulose é a celobiose. dos vegetais.
Polissacarídeos heterósides. - Éstes Protídios.- Neste grupo reune-se
glucídios se caracterizam porque dão um conjunto de substâncias nitroge-
por hidrólise açúcares e outras subs- nadas que são os componentes funda-
M o l éc ula da l eci t ina
tâncias não glucídicas. Entre as mais mentais da matéria viva, da qual for- e m forma d e garfo.
interessantes, por suas propriedades es- mam 50% do pêso sêco. Nelas há sem-
truturais, estão a quitina e a pectina; pre C, O, H, N e também, geralmen-

,
a primeira forma o esqueleto dos Ar- te, S e P, junto a outros elementos. ~----Q'v >" '- ., -..

Um representante típico é a albumina · 4i, • ' I )i},. ~---o-ó I -~-


g1
trópodes, e a pectina forma parte das GLOBINA

membranas vegetais. da clara de ôvo. 1, ~-g ' I ,;-· 0 - d . I ~


Hidrolizando os protídios por meio 1 f)-4fj'! '1. o.....n-
Lipídios.- Inclue-se neste grupo um
conjunto de substâncias que têm como
carát«õr comum serem insolúveis em
de ebulição com álcalis obtem-se subs-
tâncias simples chamadas aminoácidos. . •
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fi--Ç'T '!'

água e dissolverem-se nos chamados Conforme o modo porque se apresen- c '


Col e sterol, álcool monoval e nte .
dissolventes orgânicos (éter, tetraclore- tam, os protídios se classificam em:
to de carbono, benzeno, álcool, etc.). 1) Aminoácidos, substâncias sim- q q
É típico nelas a presença de ácidos ples nâo desdobráveis por hidrólise. o-e-e
I ,
graxos, ou seja, cadeias de quatro ou 2) Peptídios, substâncias que se for- ~/ / GLOBINA . . .. ~
mais átomos de carbonos com a fun- mam a partir da hidrólise parcial das ').. __ 1 ·:·.~ Glicocola
ção ácida -COOH que se combina com proteínas. 3) Proteínas, conjunto de
substâncias alcoólicas (com grupos substâncias. que, por hidrólise total, dão 1" /1 ~
-OH) dando corpos chamados quími- apenas aminoácidos. 4) Proteidius, ou . , Hemoglobina e
camente ésteres. Dentre os lipídios po-
demos distinguir os lipídios simples,
que são ésteres de ácidos graxos e ál-
proteínas conjugadas, que por hidró-
lise decompõem-se dando aminoácidos
e outras substâncias chamadas grupos
prostéticos.
Grupo hemo da h e mo gl o b ina.
/ ' oxidado

..,.. ,
••
I

. . .-o
'P
-o

coois, e os lipóides, ou lipídios com-


plexos, que comprendem os ésteres de Aminoácidos. - São as pedras angu- Cisteína
ácidos graxos com álcoois e outras lares do edifício proteico, e são cons-
substâncias. tituídos por ácidos orgânicos nos quais
Lipídios simples.- Entre êles estão um hidrogênio foi substituído por um
as gorduras, que quimicamente sâo és- radical amino -NH, no carbono con-
teres de ácidos graxos com a glice- tíguo ao ácido, formando-se um a-ami-
rina. Compreendem o grupo de subs- noácido . São corpos sólidos, incolores
tâncias vulgarmente chamadas azeites, e cristalizàveis, geralmente solúveis em
manteiga e sebos. água, devido a presença dos radica is
Segundo os ácidos graxos que par- carboxila (-COOH) e amina (-NH,). ·
ticipam da esterificação, as gorduras Peptídios.-Duas moléculas de amino-
resultantes são a oleína, líquida à tem- ácidos podem combinar-se entre si com
peratura ambiente; a palmitina , pasto- separação de uma molécula de água,
sa c a estearina, sólida. As gorduras formando um dipeptídiu. Êste pode,
naturais são constituídas por uma mis- por sua vez , combinar-se com outro
tura destas três, dependendo o estado aminoácido com separação de outra
fí ico, em grande parte, da proporção molécula de água , dando um tripep-
de las. Os úcidos graxos podem separar- 1ídio. A cadeia torna-se alongada por
se da glicerina no processo chamado adição de novas moléculas de am ino-
wponi{i<"a<·ao, n~a~· ;,o inversa a este- ácidos, sempre com separação de água. Cl orofi la b: é
' i{iconw l ' que se· rl·;diza' no intestino Proteínas.- A combinaçao de d ife- ., um a l deld o
do a nterio r.
dlllilllll"" di 'l"'l;co . Sico suhslúncias de rentes polipeptídios conduz a corpos
I \''-.t'l \ tt macromolecularcs chamados proteínas.
J.1 1111hh• • ( OIISIIIIIl"lll 11111 l(l"lliJO lk Tém pl:so molecular muito elevado, da
sni,...l.lllll.l, ljiiiiiiÍl olllll"llil" iJl"ll"IO~l"IH"oiS ordem de 38.000 para a a lbumina do O protopl a tm.o é con stituído por cadeias p roteica s que
po1 t 111 t nrn d p1 np111 d,tclt' IJ"'u tl'-1 11 mo Com a água dão soluções colo i- estab e le ce m lt go mentos lábeis entre s i.
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clltl!aJde BIOLO GI A
POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CltNCIAS DE SALAMANCA
dais de aspecto característico opales- Ácidos nucleicos. - Constituintes
cente. Coagulam-se pelo calor e pelos fundamentais do núcleo são os nucleo-
ácidos. Entre as proteínas mais notá- proteideos, formados pela união de
veis estão as protaminas, histonas, es- proteínas (protaminas e histonas) e um
cleroproteínas, albuminas e globulinas. grupo prostético: os ácidos nucleicos.


, rosfoto
Protaminas. - São proteínas de pêso Estes ácidos dão por hidrólise, ácido
molecular baixo (2.000 a 4.000) e de ortofosfórico, pentose e uma base nitro-
carácter básico. genada. A união, seguindo esta mesma

=fÍ~
Combinam-se com os ácidos nuclei- ordem, proporciona um corpo cha- -· o
cos, dando os nucleoproteidos, que são mado mononucleótide; a ligação de vá- I

encontrados no núcleo e em certas rios nucleótides constitue um poli~tu­


'e Adenina
regiões do citoplasma.
Histonas. - Têm maior pêso molecu-
lar que as anteriores e também se en-
contram no núcleo celular combinadas
cleótide, e estes, por sua vez, originam
os ácidos nucleicos. As bases nitroge-
nadas dos ácidos nucleicos são as bases
púricas (adenina ou guanina) ou as
o.. uu,ltlhatft
y
com os ácidos nucleicos. São, apesar bases pirimidicas (citosina ou timina).
disso, solúveis na água e incoaguláveis A pentose pode ser a ribose ou então
pelo calor. a desoxirribose, que se diferencia da
Escleroproteínas. Encontram-se anterior por ter um átomo de oxigênio
nos tecidos esqueléticos animais. En- a menos. Segundo a presença de uma
tre elas estão os colágenos, presentes ou outra existem duas classes de áci-
no osso, cartilagem e no tecido con- dos: ácido desoxirribonucleico, ou ADN,
constituinte fundamental do núcleo, e o

---·-·
juntivo. As queratinas se encontram

•=••=
nos pêlos, penas e unhas, aos quais ribonucleico ou ARN, abundante no ci-
dão resistência. toplasma e nucléolo. A molécula de ADN
tem: extensão de uns 5.000 A; pêso
Albuminas.- São proteínas típicas.
Coagulam pelo calor e são solúveis na
molecular, da ordem de um milhão.
/
ttf g
água destilada e em soluções salinas. Estrutura molecular do ADN. - O
biólogo Watson e o físico Crick pro-
, 11\
... -·-f( •
Entre elas há a ovoalbumina da clara
do ôvo, a seroalbumina do sôro san-
guíneo e a lactoalbumina do leite.
Globulinas. - Também coagulam
puseram uma imagem da estrutura
molecular de ADN na qual êste ácido
se compõe de duas cadeias de polinu-
cleotides enroladas em espiral em re-
,-~.s ~uonino
pelo calor e, embora não solúveis em dor de um eixo comum. Cada molécula
água pura, o são nas soluções salinas. de desoxirribose comporta uma base /

São associadas às albuminas: ovoglo- púrica ou pirimidica, que são encarre-


bina, lactoglobina, seroglobina e fibri- gadas de manter unidas as duas cadeias
nogênio do plasma sanguíneo. por meio de ligamentos hidrogênio que
Proteidios.- Em sua constituição se formam entre as bases púrica-piri-
entram proteínas e substâncias não midica, isto é, que relacionam a ade-
proteicas, formando os grupos pros- nina com a timina (AT) e a guanina
téticos. Entre êlas estão os nucleopro- com a citosina (GC). Dêste modo os Estru t ura de um t e t ran ucl eóti d e
teideos, presentes no núcleo celular e pares das bases que unem as cadeias do áci d o d esoxiri b on ucleico .
constituídos por uma protamina ou bis- helicoidais limitam-se a A-T e C-G; a
tona combinada com os ácidos nuclei - sequência das bases numa cadeia de-
cos, que representam o grupo prosté- termina a sequência da outra cadeia;
tico. Outro proteido muito importante ou seja que, se em uma cadeia ha A,
é a hemoglobina, pigmento que dá côr na outra haverá sua complementar T.
vermelha ao sangue e é formada por Watson e Crick sugeriram que, con-
uma histona, a globina, e um grupo forme a sequência das bases nitroge- I I l i I 1
I
' I I I I
prostético, o hem, com um átomo de nadas numa cadeia, o ADN, constituinte l i t I f I
I
l i I I I
f ·rro. Afim a êla é a clorofila, pig- fundamental dos cromossomas, seria f i 1 \ I I
I
f I 1 \ I
mento que dá cor verde aos vegetais, portador de um tipo ou outro de in- I

__. :fr\ ~ tf. ~~I


COJII mn~ J H.\ sio em v ·z d · ferro no gru- formação genética. II
po prosll'l i co . 11. duro[ i/a 1 ·m um ra- Duplicação do ADN.- No moment o H
I
dical C ll , l:lll·r;d, que, susliluído por da duplicação genética do ADN, as ca- I
I
1111l md11 :oi :lldJ•tdo ('J 10, dü lugar a deias separam-se, atuando cada uma I t I 1 t I
I I I l I I
1 111111[i111 h 1\.nJh:i' 1 lo1 oi 11:1'> apan·t't'lll dl'las como molde, sôbre o qual se for- I \ I 1 I I 1 I

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d""'C)\ i.ul.• (Collclue na lâmh1a C/1.) f I \\ i ;: I
I

N11 duplltoçao do ADN, cada cadei a forma Mo d o d e dupli caçã o do AND, pro p orcionan do
ti f ump l nmontor, mantendo-se o l iga m e nto a m o lécula mã e uma ca d e ia a ca d a m o l éc u lr...!
Hclnnluu timino o citosina-guanino. filh a .
o'lttaJ& BIOLOGIA Sér.e
FENóMENOS OCASIONADOS
PELAS MEMBRANAS
mina. As soluções que apresentam o
fenômeno da diálise chamam-se ver-
POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA. FACULilliDE DE CIÊl'lCIAS DE SALAMANCA B
O comportamento celular não fica dadeiras; as que não o apresentam se PROPRIEDADES FÍSICAS DO PROTOPLASMA Num.l
explicado suficientemente tendo ape- denominam pseudosoluções.
Cristalóides e colóides. -As subs- · DIFUSÃO E OSMOSE. SOES E GEIS
nas em conta a composição química do
protoplasma, mas também devem-se ter tâncias que dão· soluções verdadeiras,
presentes certos aspectos físicos, como como o açúcar, formam cristais por
o tamanho das moléculas e as rela- evaporação da água; daí o nome de
ções que se podem estabelecer entre cristalóides como se denominam; ao
êla, assim como as propriedades das contrário, a solução de albumina, por
membranas celulares. O estudo das evaporação de água, converte-se numa
·.. ·,.,. ,·:Q .· Q
propriedades físicas do protoplasma, massa pegajosa de aspecto parecido a
cola; daí o nome de coloides que têm
~· .. ·.··
.. ·.• .... ....
. .
objeto da biofísica, constitue um ramo
muito promissor da biologia, que traz estas substâncias, chamando-se à solu- :-:·o:..: .- · - .
novas luzes sôbre o trânsito de subs-
tâncias no organismo.
ção coloidal.
Osmose. - O comportamento das so- :< Ô.:·:: :-~ ; :.:::~..
Formação de soluções.- Se tomar- luções frente às membranas depende
mos um torrão de açúcar e se o dei- do tamanho de suas partículas em re-
xamos cair no fundo de um vaso· lação com o tamanho dos poros da A diálise torna -se efe-
tiva porque as partícu -
com água, ao cabo de certo tempo membrana. Nos casos já vistos ao ex- las dissolvidas são me -
tôda água estará açucarada. A clara plicar a diálise, a membrana tem poros nores do que os poros
de ôvo misturada também com água de tamanho tal que permitem a pas- Por dlfusao, os partículas ocupam As membranas permeá · da membrana.
to d o o volumo liquido. veis deixam passar a
torna este líquido albuminoso, límpido sagem das partículas de açúcar, mas substância dissolvida .
e transparente. Em ambos os casos ob- não permitem a passagem das de al-
tem-se um líquido que, observado ao bumina. Em uma membrana de poros
microscópio, mostra-se homogêneo e tão finos que não permitam passar o
atravessa o papel de filtro juntamente corpo dissolvido, porém apenas as mo-
com as partículas de açúcar e albu- léculas de água, como ocorre com be-
mina; êste líquido forma uma solução. xiga de porco, somente haverá passa-
O deslocamento das partículas no gem da água através dela; êste é o fe-
seio de um líquido sem atravessar obs- nômeno chamado osmose, e a referida
táculo ou membrana constitue um membrana semipermeável. Os fenôme-
exemplo do fenômeno chamado di- nos osmóticos têm grande importância
fusão. O oxigênio penetra no sangue, e nos líquidos biológicos. Introduzindo
o gás carbônico dele sai por simples umas gotas de sangue em uma solução
difusão. :€. a diferença de concentra- de cloreto de sódio a 0,5 %, os glóbulos
vermelhos arrebentam por penetração As partículas de albu- A membrana semiper-
ção que determina o sentido do deslo- meável só deixa passdr
mina não podem atra -
camento que vai do meio mais concen- da água por endosmóse, já que dita vessar os poros. a águo.
trado para o menos concentrado. O fe- solução salina é hipotônica em relação
nômeno da difusão é o mais simples ao plasma do glóbulo vermelho. A tt l hurfilnu (C"umo umo A pressão o smótica faz
dos que ocorrem nos meios biológicos. Soes e géis.- O estado coloidal pode il • ud o ~o l., ~do om o com que suba o nível
da água na so lução.
Diálise.- Coloquemos soluções de apresentar aspectos distintos. Se diluir- ó '""·
açúcar e de albumina em recipientes mos gelatina em água quente obtém-se
uma solução líquida chamada sol. Se
fechados com duas aberturas opostas e
obstrua-se a abertura inferior com uma deixarmos esfriar, a massa adquire um . . ..
fôlha de papel de celofane não enver- a~pecto sólido chamado gel, que volta
nizado. Introduzindo-se o recipiente ao estado fluido de sol por aqueci-
com água açucarada numa vasilha com mento; sol e gel são dois estados re-
água pura, esta tornar-se-á açúcarada versíveis da solução coloidal. Existem
ao cabo de um certo tempo, o que casos em que o gel não volta ao es-
indica que a sacarose atravessou a tado de sol; chama-se então coágulo,
membrana de celofane. J:.ste fenômeno como sucede com a clara de ôvo fer-
em virtude do qual o açúcar atravessa vida, que se transforma em gel irre-
a membrana chama-se diálise, e as versível. O gel reversível ao estado de
membranas q ue o permitem são per- sol tem o nome de coacervado.
meáveis. Colocando tamhl-m a solução O protoplasma é constituído por
de albumina nunw v:~sillw com água grandes moléculas de materiais protei-
pura observn Sl' qul' a IIH'lllhr:tna 11cw cos no estado de gel coloidal, o qual
deiw passar :1' parttculas <k alhu é reversível ao estado de sol.

Solução cololdal Coocervado


o1tfaJ de BIOLOGIA
POR A. DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACIJLilo\DE DE CIÊNCIAS DE SALAMAHCA
A CÉLULA rísticos da célula vegetal com exceção
Coleta-se uma folha de musgo ou das bactérias e cianofíceas, são os pias-
então um fragmento de muda de rã tos, que podem ter várias funções.
e observam-se ao microscópio. Veremos Existem os que armazenam amido, de-
em seguida que são compostas por signados amiloplastos; outros, os cro-
unidades poligonais ou redondas que moplastos, têm pigmentos, reconhecen- Membrana
constituem um mosaico. Estas unida- do-se entre êles os cloroplastos, de côr celular

des formam os sêres vivos e recebem verde por possuir clorofila. Estes últi-
o nome de células. mos, além da clorofila, têm um pig- ·
Foi Robert Hooke quem introduziu mento alaranjado, ou caroteno, e outro
esta palavra em sua Micrographia, pu- amarelo, ou xantofila, que é o que dá Mitocôndria
blicada em Londres em 1665, onde des- a côr amarelada às folhas das árvores
creve uma seção fina de cortiça na no outono. Muitas flores e frutos, como
qual se vê uma série de poros ou ca- o girassol, o tomate, o pimentão, etc.,
vidades (células). devem as suas cores aos cromoplastos:
Morfologia celular.- A forma e o Aparêlho de Golgi. - :e. um «Órgão» Membrana
citoplasmático
tamanho das células são variáveis con- bem diferenciado da célula animal, si-
forme as funções que realizam. O ta- tuado nas proximidades do núcleo, de
manho oscila entre 8(.1, para as células aspecto variável, desde a forma espiral
sanguíneas, até I m . para certas células até a de barrete.
nervosas, embora o tamanho corrente Citoplasma fundamental. - :e. consti- Centrosfero
seja de uns 50(.1, podendo-se dizer, de tuído pela massa citoplasmática que Célula vegetal típica,
com um g rande va-
modo geral, que as células vegetais são exclue os órgãos anteriormente descri- Centríolo cúolo c e ntral.
maiores que as animais. tos. Oferece diferenciações diversas,
Núcleo. - O conteúdo celular recebe como a formação de miofibrilas na cé-
o nome de protoplasma. Nesta mas~a lula muscular, de neurofibrilas no neu-
protoplasmática há uma esfera central rônio, e também pode originar cílios e
ou núcleo em cujo interior se distin- flagelos para a locomoção da célula.
guem um ou vários corpúsculos cha- Membranas. - O protoplasma está
mados nucléolos. Em certos momentos separado do meio ambiente por uma
da vida celular, o conteúdo nuclear des- membrana çitoplasmática ativa, que
dobra-se em filamentos curtos chama- não é mais que uma diferenciação do
dos cromossomas. citoplasma. Às vêzes esta membrana se-
Citoplasma e elementos figurados.- grega uma membrana celular, de fun-
O resto do protoplasma sem o núcleo ção inerte, esquelética, e que nos ve-
recebe o nome de citoplasma. Tem as- getais é composta típicamente de celu-
pecto hialino, e nele se reconhecem di- lose.
versos elementos, dentre os quais des- Paraplasma. - Além dos <<Órgãos» ce-
taca-se, próximo do núcleo, na célula lulares que acabamos de considerar
animal e nas células vegetais de orga- deve-se ter em conta as substâncias
nismos inferiores, o centrossoma, no inertes do protoplasma formadas por
qual se observam três partes: um grâ- êle próprio durante sua atividade e Va so le nhoso se m
nulo central, ou centríolo; uma massa que se acumulam em cavidades cha- Tubo criv o so . p roto p lasma .
esférica hialina, ou centrosfera, e uns madas vacúolos, ou então nos con-
filamentos radiais que constituem o driossomas e plastos; têm formas de Camada protetora
áster, originados no momento da di- cristais e grãos de secreção, consti-
visão celular. tuindo o paraplasma. Nos vegetais, o
Condrloma e plastos.- Outros ele- conteúdo vacuolar é uma solução aquo-
mentos importantes são os condriosso- sa, como no càso da sacarose da be- Célula ne rvo sa .
mas, disseminados em grande número terraba, enquanto nos animais o con-
pelo citoplasma, e cujo conjunto cons- teúdo é lipídico, como a gordura do
titue o condrioma. Elementos caracte- tecido adiposo. ·
(Continuação da lâmina A/5.) cadeia recém sintetizada. Esta dupli-
cação da matéria cromossômica é a que
ma a cadeia complementar; assim, a explicaria a transmissão dos caractéres
molécul:1 de ADN, para duplicar-se, hereditários, ao passo que a manuten- epitelial

proporcionn unu\ c:1d •in a cada molé- çã0 (I'! sequência de bases nitrogena-
cula filha, as qunis scrao um híbrido das asseguraria a constância dos men-
de uma ('adl·ia llHIIl'I'IH\ nnli~a c outra cionados caractéres.
As rickettsias são sêr es inte rmediário s
entre os virus e a s bactérias.
cfltfaJde BIOLOGIA
POR A. DE HARO VERA lATEDRATICO DA. FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALA.JAAHCA
ESTRUTURA DOS ELEMENTOS trônico põe em evidência um sistema
FIGURADOS de vesículas de tamanhos diversos e um
conjunto de membranas dispostas em
Condrioma.- Com o microscópio de séries paralelas no aparelho de Golgi. ELEMENTOS FIGURADOS DO CITOPLASMA
contraste de fase aparece o condri- As vesículas parece formarem-se por di- Aparelho de Golgi
oma com o aspecto de corpúsculos de- latação das lâminas ao aumentar o
nominados mitocôndrias, ou então de conteúdo entre êlas, originando-se con-
forma alongada, chamando-se então tinuamente e desaparecendo · no cito-
condriocontos. Com o microscópio ele- plasma. O aparêlho de Golgi é, pois,
trônico os mitocôndrias são vistos como um «ÓrgãO>> de intensa atividade se-
esferas ou elipsóides limitados por uma cretora.
membrana dupla, cuja camada inter- Retículo endoplásmico e ribossomas.
na parece apresentar tabiques que di- Em quase todas as células. o cito-
videm o interior em uma série de Aparelho de Golgi de célula
plasma é percorrido por um sistema do ganglio espinhal do cavalo .
compartimentos. Esta estrutura é ca- de membranas dispostas nas três di-
racterística dos elementos do condrio- mensões do espaço e que limitam uns
ma. f:.ste é um aparelho secretor que tubos ou vesículos : f:.ste sistema em
fabrica gotas de gordura e tem um forma de rede recebe o nome de re-
papel muito importante na respiração tículo endoplásmico. Tais membranas
celular. Os condriossomas formam-se têm na face externa uns grânulos, des-
por divisão de outros precedentes. critos por Palade em 1955 e chamados
Plastos.- São de interêsse os leu- ribossomas, de tamanho de 100 A. O
copias tos, que atuam frequentemente nome de ribossomas deriva do alto
como armazém de amido ( amiloplas- teor de ácido ribonucleico (ARN); são
tos), de a'zeite (elaioplastos) ou de pro- sintetisadores de proteínas. Os ribosso-
teínas (aleurona-plastos). Os cromoplas- mas podem estar também espalhados
tos mais importantes são os cloroplas- pelo citoplasma. Provavelmente o nu-
tos, que fabricam clorofila e são rela- cléolo intervem na formação do retícu-
cionados à fotossíntese. Nas danofi- lo endoplásmico. Os ribossomas são
ceas e em algumas bactérias aparecem constituídos por ARN e proteínas.
os pigmentos fotossintetisadores disper- Não se pode confundir o retículo
sos no citoplasma e em forma de grãos endoplásmico com os dictiosomas, já
ou vacúolos, chamando-se cromató- que estes não possuem grânulos asso-
foros. ciados na membrana (ribossomas) e
O cloroplasto típico é um corpo ademais são específicos para a redu-
ovóide limitado por uma membrana ção do tetróxido de ósmio.
dupla que encerra uma matriz homo-
gênea denominada estrômio, na qual Centrossoma.- Verificou-se que o
há uns grânulos. Vistos ao microscópio centríolo dos espermatozóides ciliados
eletrônico, os grânulos mostram estru- vegetais pode transformar-se em grâ-
tura laminar e apresentam-se ligados nulos basais dos cílios mostrando-se
entre si por meio de membranas de então como órgão locomotor. Por isto,
dupla parede. Os plastos formam-se o fato de que as Fanerógamas careçam
por divisão de outros preexistentes. Ao de cílios nos espermatozóides expli-
conjunto de plastos dá-se o nome de caria a ausência de centrossomas.
plastidoma. O microscópio eletrônico dá-nos a co-
Aparelho de Golgi.- f. constituído nhecer que os flagelos são constituídos
por um sistema de condutos em for- por um cilindro que tem na periferia
ma de rêde complexa e irregular que 9 pares de fibras longitudinais e um
rodeia o núcleo , ou então por elemen- par de fibras no centro, ao passo que
tos separados à m aneira de escamas na base do flagelo êste cilindro carece
ou bastões chamados dictiossomas. de fibras centrais, sendo a estrutura do
O aparêlho de Golgi , de aspecto re- centríolo a mesma que a da base
ticular, é próprio da célula animal en- do flagelo . O centrossoma se apresen-
quanto qu ' a forma difu sa a parece na ta, pois, como indutor da formação
célula v •geLai, embora também os dic- de cílios e flagelos para a locomoção,
tiossoma s ocorrnm na s tlulas anim a is. além de incitar também a formação do
i?.sl · apnrl'lho l ' OI' Il st· s 'I ·tivamentc aparêlho fibrilar para o deslocamento
pelo 1/cido th mlm . O mic ros ópio ele- dos cromossomas na mitose.
clfttaJd.R_ BIOLOGIA
POR A. DE HARO VERA CATEDRA.TICO DA FACULDADE DE C!tNCIAS DE SALAMANCA
CROMOSSOMAS E MEMBRANAS terminada. A êste fator se conhece com
o nome de ge11. Do ponto de vista quí- MORFOLOGIA E ESTRUTURA DA CELULA
Estrutura de um cromossoma. - mico, os gens são constituídos por áci-
Se examinarmos um núcleo celular do desoxirribonucleico, ADN, e são os CROMOSSOMAS E MEMBRANM
devidamente corado veremos uns fi- portadores dos caraeteres hereditários. Cromonemo simples helicoidal
Centrômero
lamentos chamados cromossomas, em «Puffs>> e gens. - Ao longo dos cro- Centrômero ~
seu interior. Se corarmos um cromos- mossomas gigantes e ao nivel das fai-
soma, observamos que é constituído xas ha umas dilatações designadas
por uma massa ou matriz em cujo «puffs>> pelos autores da língua ingle-
centro há um filamento muito corável sa, e que se provou representarem lu-
chamado cromonema, que pode con- gares de síntese de ARN (ácido ribo-
ter uns grânulos denominados cromô- nucleico). O maior ou menor desenvol-
meros. O cromonema pode estar enro- vimento destas dilatações determina a
lado em espiral, sendo os cromômeros maior ou menor atividade sintetizadora
zonas do cromonema em que o en- dos gens localizados nelas, pelo que
rolamento é maior. Na interfase, ou representam ótimo material para o es- romossoma gigante d e Drosophila. Em destaque,
o faixas de que são constituídos.
fase de núcleo em repouso, é que a tudo da ação genética. A, esquema de um cromossomo, segundo P.
a desespiralização é total; daí a difi- Núcleo das bactérias. - A partir do Grassé. B, croniossoma em anáfase, com dois
culdade em observar os cromossomas ano 1946, em que J . Lederberg e cromonemas.
como unidades independentes em um E. L. Tatum comprovaram o emparelha-
núcleo em repouso. Nos espermato- mento e recombinação do material ge-
zóides do caracol ( Helix), os cromos- nético na bactéria Escherichia coZi,
somas se apresentam desenvolvidos e tem-se pesquisado com insistência o
sem cromômeros. O cromonema pode conteúdo do material genético. O «nÚ-
ser duplo, encontrando-se então os dois cleO>> bacteriano portador do material
filamentos unidos entre si pelo cen- genético não se encontra diferenciado
trômero. em cromossomas, senão que, como
Os cromossomas são percorridos em ocorre nos virus , é formado por uma
tôda a sua extensão por umas faixas grande molécula de ADN. Na micro-
transversais que delimitam zonas de grafia eletrônica anexa pode-se apre-
topografia determinada e perfeitamen- ciar uma parte de ADN de uma bacté- ~.

te reconhecíveis. Nos cromossomas gi- ria formando um filamento único de .....


gantes da Drosophila, a môsca do vi- desoxirribonucleoproteína. f'.ste fila- rt"HnOHomas hum anos. Ob.serve-se a espi- Base do cabeça de espermatozóide de caracol {Helix)
nagre, estas faixas estão bem estuda- mento é comparável a um cromossoma '"1. I oto ce dido por L. Koulischer, Bruxe- mostrando os cromossomos (segundo P. Grassé).
1(0 <. )
das, existindo inclusive mapas cromos- único de 1 mm. de comprimento que
sômicos. Os cromossomas dos Dípteros teria a bacteria . O pêso molecular do
podem alcançar 0,2 mm. de compri- ADN bacteriano está perto de 2.000 mi-
mento, e são formados pela união de lhões.
cromossomas simples em número de Membrana nuclear.- O microscópio
2.000 a 4.000. eletrônico evidenciou que o núcleo se
Cromossomas humanos. - A forma e encontra envolvido por uma membra-
o número dos cromossomas são cons- na de parede dupla, a qual, de es-
tantes para cada espécie. O homem paço a espaço, apresenta orifícios atra-
têm 46 cromossomas, nos quais tam- vés dos quais o conteúdo nuclear se
bém se pode perfeitamente observar a comunica com o citoplasmático.
espiralização já conhecida em outros Membrana plasmática. - O conteúdo
cromossomas, tanto vegetais como ani- celular encontra-se separado do meio
mais. Cada cromossoma humano con- ambiente por uma membrana plasmá- Mh lf1Jifllflu • I• h6r1lco pondo em realce o filamento nucl e ar Membrana nuclear com perfo-
tém em media uma cadeia de ADN tica. Abaixo dela há estruturas que em ''" l1111 I 1 n M tyr d i folicvs.
rações, v i s ta ao microscópio
de 2 em . de extensão, formando, provà- conjunto constituem. uma casca. Esta e letrônico
velmente, uma macromolécula que é casca é bem evidente nos ovos de
portadora da informação genética do Equinodermos, Insetos, Moluscos e An-
indivíduo. fíbios, como portadora de informação
Os gcns.- Seguindo o comprimento necessária à formação do embrião. No
dos çromossomas vao-se encontrando protozoário Stentor. V. Tartar mostrou, A
faiw,, pm· cu.ia eonla corre a mani- em 1961, o papel importante que de-
floslo~· ao dos carn r l\' l'l'S hiol ó •iços. As- sempenha a casca na regulação do ali-
sim, pot \'X\'IIIplo , :1 ror dos olhos da nhamento, e também na orientação, dos
0!11\0f>/11111 dt'IH'IIdl' d!' 11111:1 fni xn de- cílios.
lnllu 111 l11 do nú clt o no desenvolvimento · da forma das a lgas Acetabularia mediterranea (A) e A.
• 1 mulnlrl (I\) , tt (pf'ocomcn te enxerta dos.
dlltaJdeBIOLOGIA
DIVISÃO CELULAR Anáfase.- As duas cromatides se-
param-se orientadas pelos filamentos
Indo contra as idéias que prevale- tratores do fuso acromático e se di-
ciam em seu tempo sôbre a forma- rigem aos pólos da célula, convertidas
ção das células, que se acreditava po- já em cromossomas filhos. Nesta fase
deriam se originar a partir de uma termina a divisão de cada cromossoma
matéria vivente amorfa, como se fôra em dois. Dura 1 minuto e 12 segundos
uma cristalização, Virchow, no sécu- na Drosophila.
lo xrx, anunciou que toda a célula pro- Telófase. - Os cromossomas reunem-
cede de outra célula: «omnis cellula e se formando dois núcleos filhos e se
cellula>>, com o que se afirma a tornam invisíveis por um processo in-
unidade reprodutora e funcional da verso ao da prófase. A telófase dura
mesma. 54 segundos no ôvo da Drosophila.
Disting1:1em-se duas partes na divisão Amitose.- Outra forma, menos co-
celular: a divisão do núcleo, ou cario- nhecida, é a divisão direta do núcleo,
tomia, e a divisão do citoplasma, ou ou amitose. Nela o núcleo se divide (fOIIIOI\Onltl dividido
plasmotomia. por estrangulamento. ""' rlucn cromótides
Divisão do núcleo por mitose.- Um
dos primeiros sintomas de que a cé- Divisão plasmática.- De um modo
lula vai sair do estado de repouso p"ara geral, a divisão do núcleo segue a di-
iniciar a divisão é o aumento de vo- visão do citoplasma, repartindo-se equi-
lume do núcleo e o aparecimento de tativamente entre as duas células filhas
filamentos em sua massa; daí nome os elementos do aparêlho de Golgi e
mitose (mitos = filamento) dado a êste do condrioma. Podemos distinguir três
tipo de divisão. Para produzir-se reali- tipos nesta classe de divisão: biparti-
zam-se mudanças profundas que po- ção, gemação e divisão endógena.
demos estudar em quatro fases: pró- A bipartição é a forma típica da di-
fase, metáfase, anáfase e telófase. visão celular, originando-se da célula
Prófase.- Os cromossomas encur- mãe duas células filhas iguais.
tam-se e se tornam mais espessos, mos- A gemação, frequente nas leveduras,
trando-se em principio formando um e outros cogumelos, consiste no apa-
novelo, ou espirema, no qual se dife- recimento sôbre a célula .mãe de um
renciam os cromossomas individuali- ou vários gomos que, por estrangula-
zados e coloridos. Ao mesmo tempo mento, separam-se depois de haverem
desaparecem os nucléolos e, no cito- recebido um núcleo.
plasma, o centrossoma fraciona o cen-
tríolo em duas pârtes, ou diplossoma. Na divisão endógena realizam-se vá-
Estas partes separam-se, uma da outra, rias divisões nucleares sucessivas, cada
por divisões da centrosfera, ficando uma das quais fica finalmente envol-
uma ponte citoplasmática entre ambos vida por uma quantidade determinada
os centríolos, à qual, por sua forma, se de plasma, dando origem a certo nú-
chama fuso acromático, situando-se um mero de células filhas livres dentro
centríolo em cada um de seus extre- do plasma da célula mãe, tal como su-
mos. A prófase dura num ôvo de Dro- cede na formação dos esporos dos co-
sophila 3 minutos e 36 segundos. gumelos ascomicetos. Parte do plasma
Metáfase.- Enquanto se forma o da célula mãe não é utilizado e fica
fuso acromático os cromossomas divi- como corpo residual, sendo postas em
dem-se em duas partes iguais ou cro- libertade as células filhas por rup-
mátides, que por dissolução da mem- tura da membrana mãe.
brana nuclear ficam em suspensão no Causas da divisão celular.- A divi-
citoplasma, colocando-se no plano equa- são do núcleo não vai necessàriamen-
torial do fuso, dando lugar à figura te acompanhada da divisão do citoplas- Divisão citoplasmático por gemação nas leveduras .
de uma estrêla. Daí o nome de estrêla ma, como se pode comprovar nos plas-
mater com que se designa êste as- módios, massas protoplasmáticas cons-
pecto que adotam. Neste momento tituídas por numerosos núcleos for-
pode-se contar com certa facilidade o
número de cromossomas próprio da
esrll1 ·i •. A rn •tMasc não dura mais que
.10 St'KtiiHios no ôvo de Drosopllila .
mados a partir de um primitivo. A ca-
riotomia e a plasmotomia são dois fe-
nômenos independentes entre si, em-
bora, com frequência, superpostos.
-
Divisão endàgeno com formação de muitas células filhas dentro da mémbrana .
clllfuJde BIOLOGIA
CULTURA E FORMA Nutrição das bactérias. -A maior POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALA.MANCA
DAS BACTÉRIAS parte das bactérias retira diretamente BACTÉRIAS E VIRUS
matéria orgánica para sintetizar o pro-
As bactérias são sêres microscópicos
toplasma: são as bactérias heterótro-
pertencentes ao mundo vegetal, e for- CULTURA E FORMA DAS BACTÉRIAS
fas . Entre êlas podemos distinguir as
mam parte do grupo das Esquizófitas .
Seu corpo está tipicamente constituído
saprófitas, que se desenvolvem sôbre
por urna única célula sem núcleo e
matéria orgânica morta, que decom-
põem, corno o Bacillus putrificus, que o~g~~o
o
plastos, apesar de todas terem cro-
produz a putrificação dos cadáveres.
matina, e, algumas, pigmentos assirni-
As bactérias heterótrofas que vivem oo0 0 8
ladores. sôbre vegetais ou animais chamam-se
Forma e tamanho das bactérias.- Micro- Oi pio· Strepto· Bocterium Bocillus leptothrix Vibrião Spirillum
parasitas. A êste grupo pertencem as coccus COCCUI coccus
Distinguem-se quatro tipos destas: arre-
que causam as enfermidades tão peri-
dondadas (cocos), compridas (bacilo),
gosas corno a difteria, o tétano, a tu-
curvas ( espirilos) e filamentosas.
berculose, a febre tifóide e a sífilis.
A forma das bactérias não é cons-
tante, porque êlas adotam aspectos vá-
rios, segundo as condições de ambien-
Um segundo grupo de bactérias é
constituído por aquelas que vivem sô-

bre a matéria mineral, sintetizando o
te. As dimensões variam entre amplos
protoplasma a partir de sais inorgâni-
limites. As parvobactérias, corno as
cos; são as bactérias autótrofas. A ener- Diversos tipos de esporulaçõo em bactérias .
que produzem a <<tos ferina••, medem formo el o cult_i va r bactérias em cá p -
gia necessária para sintetizar os hi- u lo d o Pc tn . Em A obtenção de
31J. de comprimento por O,S!J. de lar-
dratos de carbono a partir do CO, ob- o 16 ni o iso la dos . '
gura, enquanto que nas infusões de
tém-se seja oxidando substratos inor-
folhas sêcas há bactérias de lO!J. de
gânicos diversos (bactérias quimiossin-
comprimento por l!J. de largura.
Reprodução e forma de vida. - As
téticas), seja diretamente da luz solar
baçtérias reproduzem-se por biparti-
(bactérias fotossintéticas). Entre as
bactérias quirniossintéticas estão as ni-
ção. Quando as condições são boas, al-
gumas espécies se divide:ll várias vé-
trobactérias, muito difundidas no solo
que oxidam o amoníaco em nitrito ~
zes em urna hora, de maneira que em
êste em nitrato, com liberação de ener-
24 horas um indivíduo pode produzir
gia, que é utilizada na produção de
vários milhões de descendentes. Tam-
hidratos de carbono. A formação de
bém existe a reprodução sexuada.
nitritos corre por conta dos nitrosso: '
Quando as condições são desfavorá- D! fo.ro nt cs fo rma s d e e spiroquetas. Eritrócitos humanos ias de Corynebacteríum diph-
monas, enquanto que as nitrobactérias
veis, muitas bactérias formam esporo, 0 1 IIII ÇJ uo m se d os d e mai s bactérias envolvidos pelo Baci- feriae, cultivadas em agar (a i. Em b
convertem os nitritos em nitratos. O po l a fl exi bilidad e qu e possuem. llu s anthracis, produ - membranas diftéricas retiradas da~
agrupando-se o conteúdo plasmático no
amoníaco provem da decomposição das tor do carbúnculo. vias respiratórias.
centro ou no extremo da célula e en-
proteínas da matéria orgânica produ-
volvendo-se numa membrana. As bac-
térias encontram-se disseminadas por zida por outras bactérias. I I
Entre as bactérias fotossintéticas es-
tôda a Terra; existem na água, no solo
tão as rodobactérias, que têm pigmen-
e na atmosfera. Um grão de terra de
tos assirniladores, corno a bacterioclo-
lavoura contém muitos milhões de bac-
térias. A ampla difusão das mesmas rofila, de côr verde.
deve-se à grande capacidade de resis-
Finalmente, há um grupo de bacté-
rias que são capazes de assimilar o
\
tência, motivada em boa parte pelos
nitrogênio atmosférico, corno os Rhizo-
esporos, facilidade de multiplicação e
diversidade do modo de nutrição.
bium, enquanto que retiram carbono
A temperatura de 20 graus centígra- sob a forma orgânica, comportando-se,
pois, corno autótrofos para o nitrogê- l)l pl c. vi p no um o nire , cau · Vibrio Comma, pro- Bacilos da tuberculo- Clostridium teto n i,
dos é ótima para a maioria das bacté- odor do p 11 0 um o r,i o. Em o, dutor do cólera se corados em verme- causador do tétano:
rias, e, em geral, a zero graus centí- nio e heterótrofos para o carbono. w'lhHI n 'm o i ; o m b , oto codo asiática. lho pelo método de vive no solo .
Cultura de bactérias. - Para estudar "" ' Or u;po llico. Ziehl Neelsen.
grados não se desenvolvem. Daí a con-
')
servação dos alimentos no refrigera-
dor. As que não formam esporos
urna espécie bacteriana determinada
deve-se isolá-la do meio em que vive
r'
'r<~'~
morrem entre os 70 graus Celsius e e cultivá-la. A cultura mais adequada é ) j f I

90 graus Celsius. As que formam es-


poros resistem a um calor úmido de
um meio sólido, dentro de urna cáp-
sula de Petri, em cuja superfície se- f ~ 0 "~
100 graus centígrados, inclusive à ebu-
lição durante várias horas. A resistên-
meiam-se as bactéria~ com a alça de
platina. Um dos meios de cultivo uti- ~ '-t-<- ~~
cia ao calor sêco pode-se elevar até 120 lizados para as bactérias heterótrofas ~
graus ccnt !grados. é o caldo de carne em agar. ~(X.
o '

~ I H li uv 1b110 dos ulfuricon s re - Spiriltum rub1-um .~ ive nÓs Diversas espécies de Rh i z o b i um


d il/ " ' <v lla tos a SH 2• águas putrefatas . assimilam o nitrogênio atmosférico.
o'lttaJ de BIOLOGIA
VIAUS I'()H A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAJAANCA » ~
Nu~2J
rou o adenuvirus -causador de infec-
ções respiratórias febrís no homem- BACTÉRIAS E VIRUS
No ano de 1892 descobriu Ywanows- · com acetato de uranilo, e êste manifes-
ki que o suco das folhas de tabaco tou igualmente contôrno hexagonal.
atacadas pela enfermidade chamada OS VIRUS : ESTRUTURA
Crick e Watson, em 1956, haviam já
«em mosaico>> conservava suas proprie- expressado a idéia de que a parte cen-
dades infecciosas depois de fazê-lo pas- tral dos virus, composto de ácido nu-
sar através de um filtro de poros muito cleico, deveria estar rodeada por uma
finos que não permitiam a passagem camada proteica ou «Cápsida», dividida
das bactérias. A êstes agentes invisí- esta, por sua vez, em subunidades ou
veis ao microscópio ordinário, que atra- <<Capsomeros». Nas reproduções anexas
vessam os filtros tal qual o faria uma do adenovirus pode-se observar a re-
substância química e que são capazes gião central do virus, composta de
de produzir enfermidades, considerou- ADN, e a cápsula proteica envolvente,
se como venenos, com o nome de vírus. formada de subunidades. Esta camada
São incapazes de multiplicar-se se não proteica é a que atua de antígeno, pro-
estão alojados em uma célula viva. vocando a formação de anticorpos pelo
Constituição química dos vírus.- individuo infectado. ·
Os virus são compostos de uma região
central de ácido nucleico e de uma Vírus de vegetais.- Grande é o nú-
envolvente proteica, obtendo-se crista- mero de plantas vulneráveis à ação dos
lizados. Os virus dos animais têm a virus, porém, coisa curiosa, as coní- Lesões cau sados nas fôlha s do tabaco p e lo vi-
região central de ADN e ARN; a dos feras e as plantas inferiores, como os rus determina nte da ne cros e tabagina .

virus vegetais somente ARN. Para o cogumelos e os fetos, parecem imunes


estudo dos virus obtiveram-se bons re- a êles. Em geral, um mesmo virus pode
sultados aplicando os raios X e o mi- intectar várias espécies de vegetais.
croscópio · eletrônico, sobretudo no ví- Um dos sintomas que chamam mais
rus do mosaico do tabaco, VMT. f:ste a atenção é a alteração de côr das flo-
tem forma de bastão, de 3.000 A de res. As vêzes esta mudança afeta so-
comprimento e 170 A de largura. Seu mente a parte de pigmentação, obten-
pêso molecular é de 45 milhões e se do-se então um efeito multicolorido,
compõe de 95 % de proteínas e 5 % como ocorre em algumas plantas quan-
de ARN. Sem dúvida êste bastão é do são atacadas pelo vírus do mosaico
ôco, com um canal de 40 A de diâme- do pepino.
tro no centro, apresentando em volta Noutras ocasiões produzem-se tais
uma cadeia de ARN enrolada em es- deformações nas folhas que os agricul-
piral e composta de uns 8.000 nucleó- tores acreditam que os insetos as te-
tidos. A cadeia de ARN está envolta nham comido, como sucede com o to-
por uma formação de moléculas de mate atacado pelo virus ·do mosaico
proteína, cada uma das quais possue do pepino. Também tendem a formar
um pêso molecular de 17.000. anéis, como sucede com um determi- U m vl1 u , II'OII 1m l tldo por he mípte ros, d ete rmina Le são anular produzido p el o virus do toma-
nado virus do tomate. td t << o do fO lh a do b a to ta .
Morfologia e estrutura dos vírus. -
11 teiro.

A aplicação do microscópio electrônico A identificação da enfermidade vi-


ao estudo dos virus provou, em princí- rósica se faz por inoculação nas plantas
pio, que os virus dos vegetais teriam, testemunhas cujas reações motivadas
em geral, a forma bacilar, enquanto por certo virus sejam previamente co-
que os vírus dos animais apareciam nhecidas.
arredondados. Utilizando depois a téc- Vírus de animais.- Nos insetos tem-
nica do «Sombreado metálico», Smith se estudado diferentes grupos de vi-
e Williams, em 1957, demonstraram em rus, caracterizados todos êles pelas for- um a 1
. Víru s do mo sai co do ta b o c o
um virus cristalizado de um inseto mas patológicas que originam nos te- VIT a um e ntad a 50 .000 vê z es,
vi sto ao microscópio e le trô -
qu e produ z a s m es mas som -
(Típula paludosa), mosquito gigante cidos do hóspede. ·Há um grupo que b ra s d e um icosa e d
nico .
dos prados, que o citado virus ofere- determina as enfermidades chamadas
cia um contôrno hexagonal e que mos- <<poliédricas», por se produzirem corpos
trava sombras puntiformes correspon- poliédricos dentro dos tecidos, apre-
dentes a um icosaedro. Pela primeira sentando-se como cápsulas em cujo in-
vez ficou evidente a forma geométrica terior estão as partículas do virus.
das partículas de um virus. Também Os virus poliédricos nucleares desen-
pela Jnl'Smn 1 poca, R . C. Valentine co- (Conclue na lâmina F /5.)
C A I u I 11 dt~ tno {1\ll l o o taca d a Ad e novirus Adenovirus Bact e riófago s {b/ aroconao
"" '" v lt 11 • V I I , o u m nt a d a con A D N com capsô - uma bactéria (o ).
~00 v "' ce ntrol. m e ros .
cllltaJde BIOLOGIA
milhares de células unidas entre si por I 'OH A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
SINCICIOS E COLONIAS
pontes citoplasmáticas e mucilagem,
Os sêres vivos que são constituídos produzindo uma esfera ôca cheia de
por uma única célula realizam também mucilagem e visível a olho nú. Cada
tôdas as atividades próprias da vida, célula constituinte tem dois flagelos,
tais como a nutrição, a reprodução e uma mancha ocular sensível à luz e um
as relações com o meio externo; são cloroplasto.
organismos como os demais, ainda que Volvox tem reprodução sexuada, e
unicelulares, isto é, em que uma só aqui já se nota um princípio de dife-
célula executa todas estas funções. renciação morfológica entre os indiví-
Existe um segundo grupo de organis- duos que compõem a colônia. Volvox
mos constituídos por muitas células; pode ser já considerado como um in-
são sêres pluricelulares. ~ste agrupa- divíduo pluricelular, indivíduo que está
mento celular pode ser simples ou en- destinado a «morrer», salvo as célu-
tão adquirir grande complexidade mor- las que constituem a linha germina-
fológica. tiva.
No plasmôdio há u'o ma ssa unice-
Plasmódios e sincíclos.- A consti- Indivíduos pluricelulares.- A ativi- lular com muito s núcl eos , como e m
dade das células agrupadas para cons- Holicystis, alga marinha .
tuição celular, tal como vimos, nem
sempre ocorre em tôdas as massas vi- tituir uma unidade morfológica supe- r O I UH I ( o d sl ncfcíos na raiz d e uma Compo sitae
vas, sendo que às vêzes se encontram rior se traduz por uma especialização (I OHJJftl( um) 1 d a nd o origem aos laticífe ros .
organismos constituídos por uma massa de funções , que conduz, como conse-
plasmática com vários núcleos, não quência, a uma diferenciação também
aparecendo limites celulares : isto cons- morfológica . Na alga verde Uiva veri-
titui um plasmódio. Uma vez que um fica-se como as células terminais são
plasmódio possue massa citoplasmá- as encarregadas do crescimento, com o
tica contínua, admite-se, sem dúvida, que aparece uma divisão do trabalho.
que cada núcleo rege a atividade do Nos musgos observa-se que as células
citoplasma que o envolve, chamando-se diferenciam-se da seguiente maneira:
enérgide a êste território citoplasmá- umas para realizar a fotossíntese, ou-
tico controlado pelo núcleo. O plasmó- tras, ao alongar-se transformam-se em
dio origina-se por divisão sucessiva pelos rizoides que retirarão água do
do núcleo, acompanhadas estas divi- solo, proporcionando ademais suporte
sões por um aumento de massa do à planta, enquanto que umas terceiras
citoplasma, apesar do qual êste não se encarregam da reprodução, assegu-
se divide. rando a permanência da espécie.
De aspecto parecido ao plasmódio,
porém formado por fusão de células, é Tecidos.- O agrupamento celular Codonoclodium umbellotum , co lônia
o sincício. Aqui, as células, em prin- com a consequente diferenciação do d e células flag e lada s.
cípio individuais, emitem prolongamen- trabalho fisiológico representa uma
tos que se fundem , e fica geralmente maior eficácia na atividade do conjun- Vol \IO.It xlht, nn roproducão asse·
to. A divisão do trabalho pressupõe xuodu, <I f1 1f 11 claçoo da s cé lul as.
uma rede de células, sem limites que
separem umas das outras. umas adaptações da forma da célula
à função que ha de realizar, para po- Uivo , alga v e rd e ,
Colônias celulares.- Entre as for- der assim cumprir seu destino com c o m cr esci me nto 1

maior perfeição. O resultado das adap- apical.


mas vivas inferiores encontramos agru-
pamentos de poucas células que se tações celulares a um trabalho fisioló-
originam a partir de uma célula pri- gico determinado é o aparecimento de
grupos de células com morfologia típica Óvulo
mitiva: êstes conjuntos celulares cons-
tituem uma colônia. Nela, cada célula e com função própria: êste conjunto
realiza as funções próprias de um sêr celular constitue um tecido. Espermatozóides

vivo, tendo vida independente e dando Entre os vegetais inferiores os agru-


lugar, quando chega o momento da pamentos celulares supõem o princípio
reprodução, a uma colônia filha . Na Co- da formação de um tecido, ainda que
donocladium wnbellatwn, flagelado que imperfeito, posto que não o diferencia-
vive nas águas doces, os indivíduos ce- do, e ao qual podemos denominar pa-
lulares estão unidos por meio de um rénquima. Neste tecido tôdas as células
pedúnculo, c no Volvox l'Xistcm vários levam a cabo funções diversas.
Protelo de feto, com célula s verde!.
Hnp > tl du ~clo g6 mica d e Volvox . d es tinados umas à foto ssi nt ese, outros
ltto t~dl vldu s destinados à repro - à re produção e à fixação no solo.
duc,fl t nq von to outros morrem.
ofttaJde BIOLOGIA
R A. DEHARO VERA CATEDRATICO DA. FACUUlADE DE CitliCIAS DE SALAMÀNCA
TECIDOS VEGETAIS brana de cutina que forma a cutícula
A célula vegetal caracteriza-se por impermeável e por apresentar umas
estar envolvida por uma membrana ce- aberturas em forma de lente, que cons-
lulósica; a comunicação de tôdas as tituem os estômatos. Há células epi· TECIDOS VEGETAIS
dérmicas transformáveis em pêlos. f1 1111111 ( 1IU fio
células do interior de um tecido com t.. tltlu pl clc'lfmlco ____.- Origem do
o exterior se vê favorecida pelo apa- Tecido suberoso.- Nos caules e raí- ~ casca
recimento de meatos, que são espaços zes de mais de um ano, o tecido epi- Origem do
cilindro central
intercelulares banhados pela água, ou, dérmico é substituído pelo tecido su-
mais frequentemente, cheios de ar. beroso, formado por camadas de cé-
Meristemas. -As células que cons- lulas mortas cheias de ar que propor-
tituem êstes tecidos são células· embrio- cionam uma proteção mais eficaz que
nárias relativamente pequenas, de mem- a epiderme. A casca da batata e a das
branas delgadas e plasma abundante, árvores são compostas de tecido sube-
que tem por missão reproduzirem-se e roso. Sem dúvida, como a substituição
originarem as restantes células adultas da epiderme pela cortiça ou súber anu-
do vegetal. Distingue-se um meristema laria a troca de gases através do corpo
primário, de células sempre embrioná- da planta, realizam a função própria
rias e situadas principalmente nos pon- dos estômatos umas perfurações cha- Ápl fl v g to tlvo d o caul e d e uma dica-
t ll t d Onlo. forma d o p or cé lula s me riste-
tos vegetativos (meristemas terminais), madas lenticelas, que se observam à on ó tl cu.
os quais se encontram nas extremida- vista desarmada na sup.e rfície dos ve-
des dos ramos e raízes, onde asseguram getais lenhosos.
o crescimento longitudinal, converten-
Tecidos condutores.- O sistema de
do-se depois tais células nos tecidos
transporte representado pelas células
adultos do vegetal. Os meristemas se- parenquimatosas torna-se insuficiente,
cundários procedem de células adultas sendo necessária nas Fanerógamas e
que se transformam de nôvo em em- Pteridófitas a presença de células es-
brionárias: são o câmbio e o felógeno. pecializadas na condução, em forma de
Tecidos parenquimáticos. - As célu-
tubo alongado, próprias dos tecidos
las destes tecidos diferenciam-se das
condutores e constituídas por um te·
embrionárias porque comumente não
cido lenhoso ou lenho e tecido li-
se reproduzem, têm tamanho muito
beriano ou liber. O lenho é formado
maior e são pobres em plasma e ricas
por grandes células mortas, dispostas
em vacúolos, estando suas membranas
em fila, as quais reabsorvem os ta·
pouco espessas pela celulose. A célula
biques de separação ao mesmo terr.po
parenquimática desempenha entretanto
que reforçam as paredes com linina,
múltiplas funções, como a elaboração,
formando longos vasos ou traquéias
transporte e acumulação de substâncias
destinados a condução da seiva bruta
elaboradas por ela, assim como a res-
desde as raízes até as partes verdes
piração e reserva de água. O parên-
do vegetal. O líber acha-se constituído
quima constitue a massa fundamental
por um conjunto de células vivas em
do vegetal. Existe um parênquima assi-
forma de tubos, com um grande va-
milador com células ricas em cloro- cúolo central, porém sem núcleo, con-
plasto, o qual se desenvolve sobretudo
trolando a atividade do citoplasma o
nos caules jovens e folhas . Nas partes
núcleo de uma célu_la irmã, que a
internas do vegetal e em todas as sub-
acompanha, chamada célula anexa. Os
terrâneas existem parênquimas inco-
tubos liberianos se dispõem também
lores que armazenam açúcar, amido.
em filas, encontrando-se os tabiques de
azeites ( parênquimas de reserva) e um
separação perfurados a modo de cri-
parênquima aquífero que acumula água:
vos; daí o nome de tubos crivosos:
nas chumberas, cactus, etc.
Tecido epidérmico.- Os vegetais ter- conduzem a seiva elaborada.
restres de menos de um ano têm seu Tecidos de sustentação. -O escle-
corpo protegido contra traumatismo e rênquima é formado por células mor-
contra evaporação. Esta defesa se rea- tas e fibras que se encontram nos ór-
liza por meio de células incolores uni- gãos adultos, enquanto que os órgãos
das umas as outras; constituem a em crescimento -por exemplo, os cau-
epiderme. Caracterizam-se estas células les jovens- obtém solidez por meio
por ausência de clorofila , por ter a do colênquima, composto de células vi-
parte cxtcrnn recoberta por uma mem- vas capazes de crescer.

de Solvia scloreo, em
MúSCULO ESTRIADO, dos, distingue-se um meio líquido, o
REDE NERVOSA, SANGUE plasma, em que estão incluídos uns
glóbulos formados por células e com-
Fibras musculares. - Existem dois postos de hemácias, leucócitos, e pla-
tipos de células ou fibras musculares, MÚSCULO CARDÍACO , REDE NERVOSA E SANGUE
quetas. O plasma sanguíneo é uma so-
tanto por seu aspecto como por sua lução aquosa de várias substâncias;
fisiologia. A de fibra lisa caracteriza- entre elas merecem atenção os sais
se pela forma de fuso e por pos- minerais, a glicose e as proteínas. As
suir um núcleo ovóide no centro. proteínas do plasma sanguíneo são o
O citoplasma encontra-se diferenciado
em grande número de fibrilas longitu- fibrinogênio, a seroalbumina e as sero-
globulinas. Ao fibrinogênio, solúvel no
dinais e contráteis, chamadas miofibri- plasma, deve-se a coagulação do san-
las. A contração das fibras lisas é lenta
e involuntária em geral, encontrando-se gue, por transformar-se em fibrina,
nos órgãos da vida vegetativa, como os que é insolúvel. A seroalbumina e as
seroglobulinas não coagulam espontâ-
intestinos e as artérias. Forma múscu-
los de côr rosa pálido. O tecido muscu- nueamente. Entre as seroglobulinas es-
lar de fibra estriada é formado por tão os anticorpos produzidos pelo or-
fibras muito longas, com numerosos ganismo ante as invasões microbianas.
núcleos próximos da membrana, e Soro sanguíneo é o plasma sem fibri-
umas fibrilas estriadas transversalmen- nogênio, razão porque não se coagula.
te, constando de zonas claras, chama- Os glóbulos vermelhos ou hemácias são
das faixas I, e de outras escu- células que no homem e demais ma-
ras, denominadas faixas A. No centro míferos perderam o núcleo. Têm forma
da faixa A existe outra de tom claro de lente bicôncava no homem, e o pro-
chamada zona H. A fibra estriada en: toplasma é impregnado de hemoglo-
contra-se também no músculo cardíaco bina, pigmento que dá a côr vermelha
formando o miocárdio, e representa ~ ao sangue. Em um milímetro cúbico de
maior parte das paredes do coração. sangue existem cinco milhões de hemá-
Tecido nervoso. - A relação do orga- cias. Os glóbulos brancos ou leucócitos
nismo animal com o meio ambiente são células com núcleo bem diferen-
fica assegurada por umas células in- ciado e, no homem, maiores que as
A flbro muscu la r ca rdíaca t e m um único núcleo
deformáveis, diferenciadas para trans- hemácias. Existem uns 7.000 por milíme- t nl rCI I , ovô lto po r cito plasma indiferenciado;
Células nervosas da parede do corpo do hi d ra .

~issão de impulsos, e dedicadas, além


tro cúbico. São dotados de movimento Jll rv sl nc -so co m ou tr as fibra s .

d1sso, a comunicar os órgãos entre si. amebóide, e alguns realizam a fagoci-


Estas células formam o tecido nervoso. tose, que consiste na captura de micro-
Nelas distingue-se o corpo com um organismos ou corpos estranhos que
invadem o organismo. Dentre os gló- I
núcleo e uns prolongamentos. O cito- Pilha de eritróciros
plasma encontra-se constituído por bulos brancos distinguem-se duas sé-
grande número de fibrilas, chamadas ries: agranulose, cujo citoplasma não
neurofibrilas, e os prolongamentos são tem granulações e apresenta um nú-
de dois tipos: uns denominados pro- cleo arredondado, e a granulose, com
1oplasmáticos ou dendritos, ramifica- núcleo em rosário e citoplasma com
dos em árvores, e com contôrno espi- abundantes granulações. Por serem ex-
necente, enquanto que o outro prolon- clusivos do sangue são chamados tam-
gamento único, que recebe o nome de bém hemoleucócitos os componentes· da
axônio, longo e de contôrno liso, dá ra- série granulose. Os da série agranu-
mos em ângulo reto, chamados cola- lose encontram-se na linfa (linfócitos),
terais. As células nervosas nos animais no tecido conjuntivo e em muitos ór-
inferiores estão disseminadas por todo gãos do corpo.
o corpo e formam como que malhas Os linfócitos são de pequeno tama-
(caso da hidra de água doce), enquanto nho (6-8[-L de diâmetro) e possuem um
que nos animais superiores há uma con- espêsso núcleo e pouco citoplasma,
centração dos elementos nervosos, for- compreendendo uns 25 % de todos os
mando o encéfalo e a medula espi- glóbulos brancos; não fagocitam. A
nhal. esta série agranulose pertencem tam-
Na estampa E pode ver o leitor uma b~~ os macrófag_os (mais de 15[-L de
preparação do tecido nervoso. d1ametro), os qua1s fagocitam: no san-
Sangue.- No sangue dos animais gue são raros {3-5 % do total dos gló-
vertebrados, os mais evoluídos de to- (Conclue na lâmina F/5.)
Esfr e gaço de sangue humano : componentes.
clftfaJde BIOLOGIA
MúSCULOS E NERVOS terna, a bainha de Schwann, que re- POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULllADE DE CIElfCIAS DE SALAMANCA
O NEURONIO cobre a bainha mielínica; 2) fibras
amielínicas, caracterizadas por terem o
O tecido muscular constitue órgâos
volumosos chamados músculos. Na
formação das massas musculares en-
cilindro-eixo protegido únicamente pela
bainha de Schwann: são características
dos nervos do sistema simpático.
[ Perimís io externo Perimísio interno
Núc leo
Miofibrílos

tram outros tecidos, como o conjun-


A substância branca. - Se fizermos
tivo, e inclusive nervos e vasos san-
guíneos. Uma combinação de tecidos
pode colaborar para a formação de
um corte nos centros nervosos (cére-
bro, cerebelo, medula espinhal), obser-
[
varemos que a substância branca é for-
uma unidade funcional superior, de
mada de fibras mielínicas -daí sua
morfologia definida, a que se chama côr branca-, porém sem bainha de
órgão.
Schwann.
Estrutura dos músculos.- As fibras
musculares são unidas entre si por A substância cinzenta.- Um corte
O hl < p s un músculo es- Corte transversal
meio de tecido conjuntivo. Se fi- transversal na medula espinhal mos- esquemático do
Esquema duma porção de fibra muscular
""' 11111 o, pois implantae estriado.
zermos um corte transversal num tra que a parte central se acha cons- 110 Oti!I OS. bíceps.
músculo alongado, veremos que tôda tituída por uma substância cinzenta, H z
a superfície externa acha-se reco-
berta por uma bainha conjuntiva,
enquanto que a periferia tem a côr
branca. Oqservada a substância cin-
zenta ao microscópio, vê-se que é cons-
!J
chamada perimísio externo, a qual, nos
tituída por células nervosas com den-
extremos, forma os tendões, por meio
dos quais se insere nos ossos. Desta
bainha partem tabiques para o inte-
rior do músculo, que delimitam feixes
dritos.
Noção de neurônio. - Vimos que as
células nervosas e as fibras nervosas
J
musculares separados pelo perimísio não são mais que duas partes de um
interno; finalmente, cada fibra múscu- mesmo elemento, o neurônio. Chama-
lar está envolta por uma rede conjun-
tiva finíssima. Juntamente com o pe-
se neurônio, pois, esta célula particula-
ríssima que consta de um corpo ce- [ Músculo gostronémic
rimísio penetram no músculo vasos
sanguíneos e nervos.
Nervos.- Quando se disseca ao mi-
croscópio um nervo ciático de rã in-
lular, de dendritos geralmente curtos
e ramificados e de um axônio frequen-
temente muito longo, com colaterais e
arborização terminal. Fora da substân-
-
Excitação elétrica do .
troduzido na água salgada a 9 %, ob- cia cinzenta, onde se encontra o corpo nervo ciático da rã.
serva-se que é formado por unidades celular, o axônio rodea-se de bainhas,
filamentosas, chamadas fibras nervo- transformando-se em uma das fibras
sas. Cada fibra tem um eixo, o cilin- nervosas de um nervo.
dro-eixo, que se encontra rodeado por O neurônio pode ter dois milímetros
de comprimento ou mais (pense-se na
uma bainha. Um corte transversal do
nervo ciático mostra que as fibras ner-
vosas se encontram agrupadas em fei-
inervação das extremidades dos gran-
des mamíferos), e depois de Ramón e
[
xes, rodeados, cada um, por tecido Cajal considera-se-o como unidade ana-
conjuntivo. Os feixes, separados pelo tômica e funcional. Entre os neurônios
O I cido nervoso apresen a~se constituído por cadeias nervosas
tecido conjuntivo adiposo, formam, ao estabelecem-se contactos que consti- polos quais se propaga o i o nervoso.
tuem uma sinapse. O influxo nervoso

~
se reunfrem vários deles, o nervo, o
qual está protegido por uma bàinha propaga-se a uma velocidade de uns
de tecido conjuntivo fibroso, chama- 90 m.js. nos mamíferos. No caracol, a
da perineuro. A fibra nervosa termina velocidade do influxo, ou corrente ner-
em uma arborização terminal. vosa, é de 0,5 m./s.
Existem dois tipos de fibras nervo- A neuróglia.- Nos centros nervosos,
Células de neuróglia. sanguíneo Contato entre dois neurônios.
sas: I) fibras mielínicas, caracterizadas os espaços entre as células e fibras são
Ram1ficacõo
por terem o cilindro-eixo envolvido por ocupados por um tecido de sustenta- Mie tino terminal
uma bainha constituída por um fos- ção especial: a neuróglia, formada por
folipídio, a mielina, que dá a côr branca células pequenas às quais se atribue
característica dos nervos. A mielina papel de nutrição do tecido nervoso.
aparece contraída de trecho em trecho As células de Schwann das fibras ner-
devido as células de Schwann, que vosas desempenham -note-se bem- Bainha de Schwonn
formam outra bainha citoplasmática ex- uma missão análoga . Substância bronca
Nervo

~u h t l d n clo ci nz e nta
Esquema de neurônio.
ctltfaJde BIOLOGIA
POR A. DEHARO VERA CATEDRA.TICO DA FACULDADE DE CltNCIAS DE SALA.MANCA.
TECIDO EPITELIAL E DE TIPO outros que não os do sangue e linfa
CONJUNTIVO extravasados, de tamanho pequeno e
núcleo grande.
Tecido epitelial.- Do ponto de vis- As fibras conjuntivas são de dois TECIDOS NERVOSO, EPITELIAL E CONJUNTIVO
ta morfológico, o tecido epitelial ca- tipos : colágenas e elásticas. As fibras Chapa
--

.
r acteriza-se por ser formado por célu-

··~ •• •• .
colágenas constituem faixas estreitas ' ~ "):C
las em contacto umas com as outras,
e, do ponto de vista fisiológico, o te-
cido epitelial tem como missão reco-
e flexíveis que percorrem a substân-
cia intercelular; são formadas pela es-
cleroproteína colágena, que, por cocção,
:~ .
,t/:r,1 Suhst8ncio de Niul

I
i
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u é

, ' .~ ·~~
brir uma superfície, externa, como no dá gelatina. As fibras elásticas são ge-
caso da pele, interna, como ocorre na ralmente muito finas, e percorrem a 'r I i
NeurBnío o
cavidade intestinal, modificando-se as
vêzes no sentido glandular e adotando
substância intercelular, à qual confe- ( ../ . ~ ~
.I
I~•" .-G~·.
rem elasticidade. O tecido conjuntivo cílios
uma função secretora. Segundo a dis-
posição e forma das células podemos
desempenha, ademais, muito importan-
te papel na defesa do organismo frente .
~~
..,. ~
,r,..
d istinguir: 1) Epitélio de células pla- aos agentes patog~nicos estranhos. · '~·\ v

'·r:J~
nas, caracterizados por células pla- Tecido adiposo.- O tecido adiposo
nas. Podem dispor-se formando uma pode considerar-se como uma varie-
só camada ou ordenando-se várias dade do tecido conjuntivo. As células Neuróglio
camadas ou estratos, como na par- fixas são os adipoblastos; carecem de ;J.
te externa da pele, onde ongmam prolongamentos e armazenam gordura. OM'!~. b
um epitélio tegumentar. 2) Epitélio pa- No princípio os adipoblastos possuem . .CA .
vimentoso, constituído por uma só ca- no interior umas gotas de gordura, I Hd d norv oso : membra nas, ci- Epitél io d e cél ul as
mada de células prismáticas e situado 1 /) ltl rn o c o m sub stância d e planos.
que logo se juntam e formam uma gota N ~• 1 , o nouróg lio .
no intestino. 3) Epitélio vibrátil, com maior no centro da célula.
a peculiaridade de que as células pos- No tecido adiposo distinguem-se to-
suem cílios vibráteis. Encontra-se-o na dos os elementos celulares e interce-
traquéia, onde há também células mu- lulares do conjuntivo. Na diálise dos
cosas que mantêm úmida a superfície. ossos encontra-se uma variedade de te-
4) Epitélio glandular, cuja finalidade é cido adiposo que forma o tutano, ou
fabricar determinados produtos que medula amarela, e que nos extremos
chegam ao exterior (glândula aberta) ou epífises dos ossos ongma a
ou ao próprio sangue (glândula fechada medula vermelha. Embaixo da pele, o
ou de secreção interna: endócrina). tecido adiposo apresenta-se em camada
Tecido conjuntivo. - Os tecidos de contínua, chamada panículo adiposo, o
sustentação, que são: o conjuntivo, adi- qual é muito desenvolvido nas pessoas
poso, cartilanigoso e ósseo, caracteri- gordas e que no porco dà lugar ao tou·
zam-se por possuírem elementos celu- cinho. O panículo adiposo é, além de
lares separados por uma substância in- uma grande reserva de gordura, uma
tercelular. O tecido conjuntivo forma proteção muito eficaz contra o frio.
a trama dos órgãos, e nele se distin- Tecido cartilaginoso. - Suas células
se chamam condroblastos, e estão alo- I tH d o f lljuntlvo d o rato : o, fi br o bl as to; b, ma Tecido adiposo com gordura corada em negro
gue, além das células, uma substância ' i t't ll lj i OI (( t lulo e v a do; d, leu cóci to; e, colá- pelo ácido ósmico. Vári os adip loblastos em
intercelular com fibras entrecruzadas. jadas numas cavidades ou cápsulas car- li 11 111 I, fi l 1C1 t i6 Sii co s. desenvo lvimento.
Entre as células do tecido conjuntivo tilaginosas. A substância intercelular é
estão os fibroblastos, que são as cé- sólida e elástica, observando-se neles
lulas conjuntivas típicas. Sâo de gran- feixes colágenos e fibras elásticas .
de tamanho, às vêzes em forma de Tecido ósseo.- Suas células são os
estrêla, e a elas se atribue a forma- osteoblastos, e estão alojadas em la-
ção das fibras conjuntivas . Os macró- cunas ósseas. A substância intercelular
fagos sâo células com expansões pseu- têm feixes conjuntivos e uma matéria
dopódicas e citoplasma com granula- interfibrilar petrificada por carbonato e
ções: nas inflamações possuem movi- fosfato de cálcio. Tôda a massa óssea
mentos amebóides e grande atividade acha-se percorrida por uma rêde de
fagocitária . As células cevadas caracte- canais, chamados canais de Havers,
rizam-se por ter o citoplasma com por onde passam os vasos sanguíneos
grossos grâ nulos que se tingem meta- e nervos . As lacunas ósseas, situadas
cromà ticam ente, quer dizer , com uma em redor dos canais de Havers, relacio-
côr difere nte da do cor ante utilizado. nam-se com êles, como também entre
Há, a lém di sso, Ii11{ócitos, que não são si, por meio dos canais calcóforos.
t tll ll lnu nm ld cdlno do t e rneiro ven do-se a s Tecido ósseo humano: o, conducto de Hav ers;
1Hl ~- ~~~~ u í Utlllu ul noso s com um o u v ário s con- b, lacuna óssea ; c, conduto s calcóforos.
dt • tlllo t~ l o,
ENZIMAS (aves e mamíferos) têm um ótimo en-
PROPRIEDADES tre 36 graus e 41 graus centígrados.

Os enzimas. - A maior parte das


reações que se realizam na célula são
devidas aos enzimas ou fermentos, que
são biocatalizadores produzidos pelas
próprias células e que aumentam con-
sideràvelmente a velocidade das rea-
ções. Os enzimas digestivos, por exem-
Constituição dos enzimas. - São
substâncias proteicas complexas e, se-
gundo Willsüitter, seriam constituídas
por uma fração · coloidal proteica de-
nominada apoenzima ou apofermento
e por um grupo ativo, coenzima ou co-
fermento. São os coenzimas que de-
• •: lliJ-
i
AmidO digerido

Águo
lJ1J-.. ~ Ácido clorídrico

Ág ua
ll
O amido não

e'Udigerido/
lJ

plo, atuam nas transformações dos terminam a especificidade enzimática Gêlo a 37° C ct 37° C •
alimentos no tubo digestivo da mesma e sua estrutura química é que assinala
se o enzima atua como desidrogenase, A p t lolino (omilose do saliva) torno -se inati - O pH influye na ação da amilase.
maneira que os . catalizadores inorgâ- vo o O'' C, e à 37" C, dig ere o amido.
nicos. Os enzimas participam das rea- descarboxilase, etc. A especificidade do
ções químicas sem, contudo, aparece- substrato é indicada pelo apofenhen- Amido digerido
to. Começamos agora a conhecer a Am1lose O amido não Amido
rem nos produtos finais . A especifici-

I.L lf::;
é digerido
dade é um característico importante da natureza e modo de agir dos cofer-
ação enzimática, em virtude do que mentos: o do coenzima ou codehidra-
cada fermento age sôbre uma substân- se I, chamado difosfopiridinenucleóti-
cia (substrato) ou grupo de substân- de (DPN), intervém na glicólise. Um

~ Gêlo
cias afins; assim a invertase atua ape- mesmo cofermento pode unir-se a dife-
nas sôbre a sacarose. Por outro lado, rentes apofermentos (constituindo en-
alguns enzimas têm especificidade para tão diferentes enzimas) para dar ori-
determinados ligamentos químicos ca- gem à mesma ação em diversos subs- A ~ o lt os t ompero turo s destroem a amilase Com pH neutro, a amilase digere o amido
racterísticos de um conjunto de subs- tratos. Muitos cofermentos são inte- qvf, mo smo à 37° C, ja não atuo.
tâncias, como é o caso das proteases, grados por vitaminas
que hidrolizam as proteínas através do Classificação. - Distinguem-se dois
ligamento peptídico. Não são, todavia,
os enzimas os iniciadores das reações,
grandes grupos conforme o modo de •
mas tão somente ativadores das mes-
atuar: hidrolíticos e respiratórios. Os
/
'Q\
primeiros decompõem (hidrólise) os
mas, que, por isso mesmo, podem rea- princípios imediatos nas unidades ele-
lizar-se sem o seu concurso, natural- mentares de que são formados; as
mente de maneira bem mais lenta. A carbohidrases desdobram os polissa-
saponificação dá espontâneamente gor- carídeos em monossacarídeos (exem-
duras neutras em fraca proporção; sob plo: a· pepsina do estômago, que dá
a ação da lipase o processo é extra- peptonas). A tripsina do suco pan-
ordinàriamente acelerado. Encarada creático e a erepsina do suco intestinal,
como catálise, a ação enzimática é re- que dão, respectivamente, peptídeos e •
1 - tr~llvto m o l ec ular do DPN (difosfopiridinenucleótide), o denominado coênzima I, integrante
versível; por esta razão a maltase, que
desdobra a maltose em duas moléculas aminoácidos. <IU II CI1 Hi h1d109 no scs.

de glicose, pode sintetizar maltose a Os enzimas respiratórios são funda-


partir da glicose. mentalmente oxidantes e encarregam-se

tt
Propriedades físico-químicas dos en- de catalizar os processos respiratórios
zimas. - São solúveis na água e se pre- celulares; entre eles encontram-se as
cipitam pelo álcool, como, de regra, deshidrogenases, que desprendem pares
acontece com as proteínas. Cada fer- de átomos de hidrogênio das substân-
mento tem um pH no qual há <<ótimo» cias orgânicas, bem como os fermen-
de atividade. A pepsina do estômago tos ativadores de oxigênio, que desdo-
atua em meio ácido e a tripsina do
suco pancreático em meio alcalino.
bram a molécula de oxigênio em
átomos que depois se podem com- -~ '. ···-:)
A temperatura também influi no pro- binar com a hidrogênio para formar
água. As descarboxilases separam os
T: -0--d
I \
cesso enzimático; as baixas tempera- v-Q- '-'
turas inativam, sem destruir, os en- grupos carboxílicos dos ácidos orgâni-
zimas. A proporção que à temperatura cos sob forma de CO,. Uma das deshi-
drogenases melhor conhecidas é o fer- -~- ~-o-
sobe aumenta a atividade catalítica, até
atingir um valor ótimo, a partir do qual mento amarelo de Warburg (enzima
flavínico), que retira dois átomos de
. . -o-----+
decresce, sendo que aos 65 graus cen-
tígrados destroem-se os fermentos. Os hidrogênio do substrato e os transfere
ao oxigênio.
v-0-
fermentos dos animais homotermos
M• • 1111 \mo d., um o hidl'ólise, mostrando a ação enzimática: o enzima encaixa perfeitamente no
1 111 1" 1111111 , o qut t xp li co s ua es pecificidade.
ciJlfaJáe BIOLOGIA
AS VITAMINAS drogenases; a carência dessa vitamina
PROPRIEDADES acarreta a pelagra, doença caracteri-
zada pela inflamação da pele e apa-
Um organismo alimentado apenas recimento de manchas cutâneas, acom-
com os principJOs imediatos necessá- panhadas de perturbações nervosas que
rios ao provimento energético mostra, podem levar à demência. VITAMINAS
em pouco tempo, sintomas de subnu-
trição. Dêsse modo são indispensáveis, Vitamina C (ácido ascórbico). - A
ainda que em pequenas quantidades, as carência da vitamina produz o escor-
substâncias denominadas vitaminas. Foi
o médico holandes Eijkman o desco-
bridor dessas substâncias. Tratava,
buto, temível doença dos antigos na-
vegadores. Os pacientes mostravam face
pálida e inchação das gengivas, com
1

-•••o-O=· . "' J \) u
~

-·- .-·-J ,) ~·
·:·
em 1897, dos doentes de beri-beri da hemorragias, produzindo-se finalmente
prisão de Java. Mostravam os doentes a morte por colapso cardíaco. Esta L I

sintomas nervosos que conduziam a vitamina é abundante nas frutas e ver- • <.'
Vitamina A : ontixeroftólmico Vitamina D2 :
paralisia ou à morte. Realizando expe- duras.

• anti raquítica \,... . ·0

-·-·····-. ·---·- -·-·-·- 1.-·-~-·- -·-


riências com galinhas, observou que, ao v
alimentá-las com arroz com casca, os
Vitaminas lipossolúveis
sintomas de paralisia desapareciam. Ad-
ministrava aos doentes a mesma ali- Vitamina A. - J:. abundante na man-
mentação das aves e verificava que teiga, gema de ôvo, leite, cenoura e 11 I Á , • I o • '
também ficavam curados. Concluiu as- espinafre. J:. derivada do caroteno, que • )

sim que o beri-beri não era enfermi- se considera como provitamina A. O fí- • )a/ 1 ' ' ' ' ' .:, ' '
- I • -
dade contagiosa, mas tão somente gado dos vertebrados desdobra os ca- Q=•-1
doença de carência de substâncias nor-
malmente contidas nos tegumentos da-
rotenos em vitamina A através da ca-
rotenase. A carência determina a xe- '
Vitamina E: tocoferol
. . -o-ca g
quela gramínea. Em 1912, Funk extraiu
de 50 kg. de cascas de arroz uns cen-
tigramas de uma mistura de substân-
roftalmia, doença caracterizada por ul-
cerações da córnea. A vitamina em foco
intervem na formação da púrpura re-
u-0-~
v-Q-
I
cias capazes de impedir o beri-beri . Q v
Dentre essas substâncias estavam as
tiniana.
-e-:.f.r .. -g Q- -Q -.:0 v -
1

aminas, donde o nome vitamina (amina


da vida). A esta vitamina denominou-
se B. Há dois grupos de vitaminas:
Vitamina D (calciferol, vitamina an-
tirraquítica).- A hipovitaminose é o
raquitismo, enfermidade muito comum
, "
..,,Q\ /Q-0-Q-Q-v
,,,,
u
,_.n
u.._.v....,
.,.n_
11 I

a) solúveis em água (hidrossolúveis); na infância e causada per calcificação


b) solúveis nos lipídeos (lipossolúveis). VIta mina Bp ou oneurina Vitamina PP Vitamina C
deficiente. A vitamina D intervém no
Estrutura molecular de algumas vitaminas.
mecanismo de regulação do cálcio e
Vitaminas hidrossolúveis fósforo no sangue. A luz solar têm
ação antirraquítica no organismo hu-
O complexo vitamínico B representa mano.
o fator estudado nas observações ini-
ciais de Eijkman e Funk. Verificou-se Vitamina E (tocoferol, vitamina da
que é integrado por umas doze subs- antiesterilidade).- Nos ratos assegura
tâncias, entre as quais a vitamina B, as funções de reprodução, enquanto que
fator antineurítico ou antiberibérico. nas ratas, se carentes, ocorre frustra-
J:. encontrada na gema do ôvo, fígado, ção ou abôrto com morte do feto no
Gengivas em doente de escorbuto .
espinafre e couve. J:. hoje conhecida útero materno. A geléia real têm gran-
como aneurina ou tiamina e é neces- de quantidade de vitamina E . Esta ge-
"
sária à integridade e funcionamento do léia constitui-se em grande alimento
sistema nervoso. J:. também de inte- para as larvas de abelhas destinadas a
rêsse a vitamina B, ( riboflavina), que se converterem em rainhas.
integra o cofermento de numerosos en-
zimas (fermento amarelo de Warburg). Vitamina K.- J:. a vitamina antihe-
A carência do ácido pantotênico ou vi- morrágica; encontrada na couve e to-
tamina B.., no organismo determina mate. Supõe-se que a não constata-
perturbações no crescimento, na diges- ção da hipovitaminose- K no homem
tão, ao tempo em que também pode .deve-se ao fato de as bactérias intes-
causar broncopneumonias. A vitami- tinais sintetizarem a vitamina, abun-
Com vitamina D2
na PP (cmtip e/ágrica) integra as deshi- dante nas - fezes.
ll11h1 11 llt!ld H , () , carênc ia D eg e ne ra ção mu scular Radiografias da pe r na d e uma crian ça .
ti• vl lllltl 110 A; b, no rma l. p e lo berib e ri.
cf/l;taJde BIOLOGIA
GLÂNDULAS ENDóCRINAS hormônios, dentre os quais a corti- I ORA. DE HAROVERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAM.ANCA
sona. A insuficiência córtico-suprarrenal
A atividade coordenada de tecidos e diminui a resistência do organismo às
órgãos depende do sistema nervoso e infecções e intoxicações. A doença de
de um conjunto de substâncias que, Adisson, disfunção da córtex supra
elaboradas pelo próprio organismo, são renal, caracteriza-se por uma extrema
transportadas pelo sangue e vão ativar debilidade, distúrbios digestivos, au-
ou diminuir o funcionamento de um mento de pigmentação da pele e des-
órgão ou tecido; estas substâncias são falecimento cardíaco. Prognóstico, fatal.
os horm6nios. Bayliss e Starling desco-
briram, em 1902, o primeiro hormônio, Tireóide.- ~ uma glândula situada
através estudos de secretina do duode- na parte anterior do pescoço e abaixo
no. Quando o quimo ácido chega ao da laringe; inflamada, ocasiona o bó-
duodeno, a secretina produzida aí é cio. Produz o hormônio tiroxina, em
reabsorvida pela mucosa duodenal e cuja constituição entra o iôdo (4 áto-
atua (tendo como via o sangue) sôbre mos por molécula); como função fun-
o pâncreas (produtor do suco pâncreá- damental está a de acelerar o metabo-
tico) e sôbre o fígado. lismo, aumentando o consumo de oxi-
gênio. A exacerbação da tireóide con-
Pâncreas. - ~ uma glândula anexa duz ao hipertireoidismo (doença de
ao aparêlho digestivo, jogando os pro- Basedow); nos casos agudos manifes-
dutos no intestino (glândula exôcrina). ta-se o bócio exoftálmico, que se ca-
Funciona também como glândula en- racteriza pela projeção do globo ocular.
dócrina ao produzir o hormônio in- O hipotireoidisrno vai, as vêzes, acom-
sulina em células especiais, chamadas panhado da hipertrofia do tecido con-
em conjunto ilhotas de Langerhans. juntivo glandular com a formação do
A insulina torna possível o aproveita- bócio, se bem que com sintomas opos-
mento da glicose pelos tecidos ao tem- tos aos da exolftalmia: há diminuição
po em que diminue, pela mesma ra- do metabolismo e propensão à obesi- B6clo exoftálmico.
zão, a taxa daquele carbohidrato no dade, olhar moribundo e tendência à
sangue. O fígado, pelo contrário, ar- deficiência mental. Também é própria
mazena glicose sob forma de glicogênio. dêsse estado uma certa inchação da
A deficiência de insulina acarreta o pele, especialmente a. do rosto, fenô-
diabetes. meno conhecido por mixedema. Se a
Cápsulas supra-renais. - São em nú- degeneração da tireóide se produz na
mero de duas e situam-se sôbre os infância, então a criança não cresce fí-
rins. Em corte transversal verifica-se sicamente nem se desenvolve mental-
que são formadas por duas camadas: mente. Em alguns países montanhosos
a) córtex; b) medula. Esta última sin- e desérticos o hipotireoidismo se apre-
tetiza a adrenalina, hormônio que pre- senta sob forma de cretinismo endê-
para o organismo para as situações em mico, com mixedema e com ou sem
que há necessidade de desgaste muscu- bócio; o cretino é disforme e imbecil.
lar (ataque e defesa). As causas do desenvolvimento do cre-
A adrenalina, de ação contrária a da tinismo estão relacionadas, entre ou-
insulina, comanda: 1) carreamento de tras, com a falta de iôdo na água.
glicose do fígado para o sangue; 2) di- A tiroxina controla a metamorfose dos
latação dos brônquios a fim de que anfíbios.
entre mais ar nos pulmões; 3) aumen- Hormônios sexuais.- As glândulas
to do ritmo cardíaco; 4) vasoconstric- sexuais dos vertebrados (testículos e
ção na pele e no aparêlho digestivo, ovários) são constituídas pela g6nada,
provocando disturbios na digestão, ao encarregada da formação dos gametos,
tempo em que há vasodilatação nos e pela glândula intersticial, que é a
músculos; 5) dilatação da pupila. ~ste eloboradora dos hormônios sexuais.
é o quadro típico da atividade de ata- O hormônio sexual masculino é a tes-
que do gato ou de outro felino. A ati- tosterona, e o feminino, a estrona, cha-
vidade fisiológica da adrenalina exerce- mado ainda foliculina. As fêmeas tam-
se já na concentração de 1/100.000 mi- bém têm a progesterona, ou hormônio
lhões. da gravidez. As glândulas intersticiais
A córtex supra-renal secreta vários entram em ação na puberdade e de-
Doença de Aadison
!doença do bronze).
A. ''111' lvfdodo ao galo contrasta com a passividade
ol11 l"llnho.
ciiJ;fu_JJe BIOLOGIA
terminam o aparecimento dos carac- o dissolvido na água em carbono or- !'OH A. DE HAROVERA CATEDRATICO DA fACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALA.MANCA
teres sexuais secundários, que diferen- gânico . Uma das substâncias orgânicas
ciam o macho da fêmea: assim, entre por ela formada é a glicose, que é ar·
outros atributos, os jovens adquirem mazenada sob forma de amido. Assim
bigode e voz grave, ao p asso que nas há experiências que demonstram ser o
FOTOSSÍNTESE
moças desenvolvem-se os seios. A cas- amido resultante da fotossíntese: cobre- Luz verde
tração impede o aparecimento dos ca- se uma parte de folha verde com pa- LUZ
racteres secundários. No homem (eu- pel metálico (papel de cigarros) e após
nuco) a barba nâo cresce e a voz não algumas horas de exposição ao sol re-
CLOROFILA
é grave. Ao lado disso há depressão tira-se-a do vegetal, descolore-se-a pelo
psíquica especial, que é o que dis- álcool etílico aquecido e mergulha-se-
tingue o boi do touro e o capão do a em solução aquosa de iôdo: a fração ATP
galo. foliar exposta à luz toma côr azul ca-
racterística, ao passo que a parte não
Hipófise ou corpo pituitário. - Jô. um exposta (coberta com o papel) continua
pequeno órgão que descansa na cela incolor. As radiações vermelhas são as
túrcica do osso esfenóide. Jô. a glân- de maior eficiência fotossintética, con-
dula mais importante do corpo hu- 2 OH $~ TPN • TPN H
2
Não há fotossíntese .
forme experiências feitas com Elodea. 2 c
mano, uma vez que controla e domina A clorofila é a substância capacitada
tôdas as glândulas endócrinas. Entre para absorver as radiações luminosas, ATP
os seus hormônios encontra-se a so- e é ela que empresta a côr verde aos
Vitamina K

matotropina, que estimula o cresci- vegetais. Seu espectro de absorção é


mento. O hiperpituitarismo determina mais amplo na faixa do vermelho . ENZIMA
RIBOFLAVfNIC
gigantismo, e o hipopituitarismo con-
duz ao nanismo. Se o hiperpituitarismo Duas são as reações de fotossíntese , V t , no
poctro,
f

do ponto de vista moderno: a) Reação lltr\p l li <• h~t


rç o
ocorre quando o indivíduo já atingiu o dtu r odi(I(,.Of s vor- A reação luminosa ativa a elo ro-
crescimento normal, instala-se a acro- luminosa, na qual a clorofila é ativada l:','
lhn 11 t 1(1 lorofi- fil a, q ue p erd e e lé ctro ns.
megalia, que se caracteriza pelo de- pelos fótons, e a água, dissociada em
senvolvimento deformado de pés, mãos seus componentes. O hidrogênio resul-
e maxilar inferior, ao lado de regres- tante passa ao trifosfopiridin enucleó- A luz vermel ha inicia odes-
tide (TPN), dando TPNH,; o oxigênio
são das faculdades psíquicas. Outro
hormônio hipofisário é a gonadoesti- desprende-se, e a energia é acumulada 0 p re nd ime nto de oxigên io
p e la Elõdeo.
mulina A, que ativa a produção de sob forma de ATP. Neste processo a
clorofila perde elétrons, que, em cir-
células da reprodução; a gonadoesti-
mulina B incita a produção dos hor- cuito fechado, voltam depois a ela atra- CH 2 ·0·0
vés de um citocromo. As reações rea- li c OI I I
momos sexuais com os quais se inicia I co 2 2H · C · OH Faixa
a puberdade. A oxitocina estimula as lizam-se no cloroplasto, e nela inter- 11 c OI I de papel
contrações do útero durante o parto, vém, ainda, a vitamina K, um coênzi- I metálico
ma com riboflavina e um citocromo; a I COOH
e a prolactina ativa a produção do 11 1 ( c (V
leite pelas glândulas mamárias ao tem- temperatura não influe no processo. Ácido fosfoglicérico
po em que desenvolve o instinto mater- b) Reação da obscuridade. Nesta fase,
nal. Outros hormônios intervêm na ti- o CO, é transformado em carbono or-
reóide, pâncreas e córtex supra-renal. gamco, para o que é utilizada a ener- f •n\ n du 1, formando -se ácido fos fog licérico, produto também
gia obtida na reação luminosa. Esta .1 . 11 1, oi "
Paratireóides, timo e epífise. - As reação é feita gradativamente: o CO,
paratireóides situam-se na parte pos- combina-se com a ribulose difosfato,
terior da tireóide e controlam as pro- dando ácido fosfoglicérico, substânci~
porções de cálcio e fósforo no organis- p,resente já na glicólise e que pode
mo. O timo e a epífise são glândulas de originar uma hexose seguindo o ca-
ação ainda duvidosa; o timo parece minho inverso daquela. Compõe-se as-
controlar o primeiro crescimento geral sim um ciclo fechado que regenera
A lâ mina imped e a ação
e genital, enquanto que a epífise parece continuamente a ribulose difosfato, e da luz .
bloquear o desenvolvimento somático e também se formam moléculas de hexo- REAÇÃO DA
o das glândulas genitais. ses. A reação obscura abrange um con- OBSCURIDADE
junto de reações químicas cujas velo-
6
Estudo da fotossíntese cidades são influenciadas pela tempe-
ra/ ura. A radiação verde não tem ação
A fotossíntese é o processo que sôb re a fotossíntese: é a razão da côr
transforma o gás carbónico do ar ou da clorofila. lôdo _ . .

A rib ulose d ifo sfato se regenera , o O amido é o p roduto nor


que permite a continu idade do ciclo. mal da fotos sín te se.
Ciclos do C, N, 5 e P trificantes). O nitrogênio do ar at-
rAtfaJiú BIOLOGIA
mosférico é utilizado diretamente por
Ciclo do carbono.- A fotossíntese certas bactérias que, via de regra, as-
converte o carbono inorgânico em or· sociam-se a raízes das Leguminosas
gânico, formando matéria vegetal, que (Micorrizas).
passa depois aos animais herbívoros CICLOS DO C, S, N, e P
Ciclo do enxôfre.- As plantas ver- A energia solar áe.
e, finalmente, aos carnívoros. Volta ou-
des incorporam o enxôfre sob forma sencadeia o ciclo.
tra vez à forma de carbono inorgânico de sulfatos que, na assimilação, reduz-
pela morte e decomposição dos sêres se ao radical sulfidrila SH, parte in-
vivos, na qual tomam parte decisiva
tegrante do aminoácido cisteína, pre-
as bactérias do solo. A passagem cons-
sente em tôdas as proteínas. Passa
tante de carbono inorgânico a orgâ-
assim aos animais e, na putrefação, as
nico, e vice-versa, só é possível gra-
bactérias devolvem-no como ácido sul-
ças à energia solar, que movimenta o
fídrico. As bactérias sulfurosas encar-
ciclo. O desgaste de energia durante o
regam-se da oxidação do ácido supra
processo traduz-se nos fenômenos pró-
citado, convertendo-o em ácido sulfú-
prios da vida.
rico e sulfato, capazes de reiniciar o
Ciclo do nitrogênio.- As plantas ver- ciclo.
des absorvem, além do carbono, o ni- Ciclo do fósforo. - O fósforo pro-
trogênio sob forma de nitratos. O ni- vém da apatita, mineral magmático. As
trogênio é um dos componentes fun- águas dissolvem-no, e as raízes dos
damentais dos aminoácidos. Os animais vegetais clorofilados absorvem-no. O
recebem o nitrogênio das plantas e, fósforo é de extraordinária importân-
por morte e putrefação, causada pelas cia; o armazenamento de energia faz-
bactérias, devolvem-no como amoníaco se no composto fosfatado ATP (adeno-
ao solo. O amoníaco é posteriormente sina trifosfato ). O ciclo do fósforo tem
transformado em nitritos que, por sua como característica estar sempre rodea-
vez, originam os nitratos (bactérias ni- do de atmosfera de oxigênio.

(Continuação da lâmina D/2.) minados órgãos ou tecidos animais foi Cic lo do carbono, Ciclo da nitrogênio.
o ponto de partida para uma tentativa
volvem-se no núcleo das células, en-
de classificá-los. Como virus causado-
quanto que os virus poliédricos cito-
plasmáticos apenas se formam no cito- res de doençâs no homem citamos: o
plasma, e até hoje só foram encontra- do · sarampo, varíola, gripe e poliomie- ulfobo ctérias

lite. Há também os virus de bactérias,

I \
dos nas células intestinais.
A seletividade dos virus por deter- ou bacteriófagos.

(Continuação da lâmina E/3.) sófilos. Os primeiros formam 71 %, os


bulos brancos), encontrando-se também acidófilos 2% e os basófilos 0,5 %. As
no tecido conjuntivo, no fígado e no plaquetas, também chamadas trombó-
citos, são anucleadas. Há 250.000 por 5 0
tecido nervoso. Fagocitam as células ---- 4 H2
mortas ou degeneradas. Os hemoleucó- milímetro cúbico no homem; são l\n1 1 d'u <JU O reduzem
•ulh rHa

I
lll
citos dividem-se em três classes con- atuantes na coagulação do sangue e
forme as respectivas granulações se são considerados por alguns como ft·ag-
tinjam com corantes neutros, ácidos mentos de células gigantes da medula
ou básicos: neutrófilos, acidófilos e ba- vermelha.

7
Plontos e
animais O fósfo<o ;nleg<e o dele sob o lo< mo /-

I
de fosfolos .

Apotita, fonte
Mt)rlf) n t t;s tos de de fosfnlos
oulnHIII e plcrntos

l<la do nxõfre. Ciclo do fósforo.


cflttaJdR BIOLOGIA
POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
APARELHO DIGESTIVO de diferenciação morfológica, com ór-
gãos distintos que, do mesmo modo NUTRI O
A nutrição, pela qual há intercâm- que as glândulas anexas, adquirem as-
bio contínuo de matéria e energia com pectos morfológicos peculiares. ÓRGÃOS DA DIGESTÃO
o exterior, é um fenômeno exclusivo
dos sêres vivos. Nos sêres autótrofos, Aparelho digestivo humano.- Com- Vacúolo pulsótil -.

as substâncias incorporadas são exclu- preende o tubo digestivo pràpriamente


sivamente minerais . Os heterótrofos in- dito e as glándulas anexas. O primeiro
corporam as orgânicas, nas quais o consta de: bôca, faringe, esôfago, es-
carbono é a base do edifício vivo. Já tômago e intestinos. As glândulas ane-
que a matéria alimentar dos vegetais xas são: glândulas salivares, fígado e
verdes é constituída pelos minerais pâncreas. Os órgãos abdominais pren-
tomados do solo em solução na água, dem-se a esta parte do corpo pela
não têm êles necessidade de órgãos es- m embrana denominada peritôneo (com- Vocúolo/
digestivo
peciais para a transformação dos ali- posta de 2 folhetos: parietal e vis-
mentos. No caso dos animais, porém, cera!).
Fo rmação de vacúolo digestivo na ameba .
uma vez que são heterótrofos, aquela
necessidade existe, pois como organis- Bôca.- to limitada pelas mandíbu-
mo de análise hão de desdobrar as las e lábios e revestida pela mucosa
substâncias em seus componentes mais bucal. Na bôca estão a língua, órgão
simples antes de assimilá-las; a se- musculoso, e os dentes, peças rígidas
quência dessas transformações consti- implantadas em alvéolos. Os dentes,
tue, em conjunto, a digestão. com ajuda da língua, trituram os ali-
mentos com a objetivo de facilitar a
Vacúolos digestivos.- Os animais digestão. Há três tipos de dentes, com
unicelulares de vida livre retiram do funções próprias: incisivos, de coroa
meio ambiente as partículas alimenta- comprimida e cortante; caninos, de
res, já por pseudópodes, que podem coroa pontiaguda para dilacerar, e mo-
aparecer indiferentemente em qual- lares, de coroa ampla para amassar Gl. submoxilar
quer parte da célula (ameba), já pelo os alimentos. O homem (e a maior
citóstoma, que serve de entrada, tal parte dos mamíferos) tem duas denti-
qual bôca (protozoários ciliados). O ÇÕ(!S sucessivas: a de leite (2 incisi-
alimento fica englobado ao citoplas- vos, 1 canino e 2 premolares, em cada
ma e contido no vacúolo digestivo, metade do maxilar), e a definitiva
onde atuam os sucos digestivos, isto é, (2 incisivos, 1 canino, 2 premolares "e
enzimas capazes de desdobrar as mo- 3 molares) . Os premolares apresentam
léculas em seus componentes elemen- a coroa com dois tubérculos, enquanto
tares. que os molares apresentam-na com
quatro. A fórmula dentária do homem é
Cavidade digestiva. - Nos Meta-
zoários, a partir dos Celentéreos (hi- A h lo lo !I • o s d mai s celentéreos têm cavi-
•ludt d u• tlvo p orman e nte .
dra, por exemplo), aparece já uma ca- 2.1 .2.3
vidade permanente revestida por célu-
las especializadas na digestão e ab- 2.1.2.3
Glândula de
sorção dos alimentos . lieberkühn
O numerador assinala o número de
Tubo digestivo.- O aperfeiçoamento dentes da metade do maxilar supe-
·da atividade digestiva condiciona o rior; o denominador indica o mesmo
aparecimento de uma cavidade com com vistas ao maxilar inferior.
duas aberturas, bôca (que serve para
entrada) e ânus (que serve de saída às Faringe.- Atrás da bôca está a fa-
substâncias não absorvidas). Forma-se, ringe, que se comunica com o esôfago.
dêste modo, o tubo digestivo, com di- Nela abrem-se as duas trompas de Eus-
versas modificações. Nas minhocas, o táquio, que conduzem ao ouvido médio.
aparelho digestivo é simples, e redu-
zido a um tubo, com dilatações em al- Esôfago. - É o tubo que comunica
gumas zonas. Na sanguessuga, êste tubo a faringe com o estômago, atravessan-
possue prolongamentos laterais cha- do o diafrágma. Mede uns 25 em. de
mados cecos digestivos. Nos vertebra- comprimento, e as paredes possuem
Musculatura
dos o aparêlho digestivo alcança gran- fibras musculares que produzem mo- r ulnu longitudinal
Arl4hln Se rosa
Mlttlt w rutuhu
Corte do intestino delgado., Ceco
ollu li " Apêndice vermiculor
clll1!aJ,iÚ BIOLOGIA
POR A. DE HARO VERA CA.TEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SA.LAMANCA
vimentos peristálticos de modo a per- bre os alimentos. f:ste suco possue
mitir o avanço do alimento em dire- ácido clorídrico e pepsina, atuando esta
ção ao estômago. como protease e desdobrando os al-
buminoides em polipeptídeos ou pep-
Estômago. - É revestido interna-
tonas. As restantes categorias de ali-
mente pela mucosa gástrica, onde es-
mentos não são alteradas pelo suco
tão as células caliciformes, secretoras
gástrico. Quimo é o líquido ácido pro-
de mucus lubrificante. Há, ainda, as
duto da digestão estomacal.
glândulas secretoras do suco gástrico,
constituído pela pepsina e ácido clorí- Digestão intestinal.- No intestino
drico. delgado completa-se a digestão de to-
dos os alimentos. Nesse trato digestivo
Intestinos.- Ao estômago segue-se o agem o suco pancreático, a bile e o
intestino delgado, cujas paredes têm suco i11testinal. Quilo é então o produto
numerosas vilosidades intestinais. Se-
final dessa digestão intestinal. Com-
gue-lhe o intestino grosso, que termi-
põem o suco panc'reático os seguintes
na no ânus; êste, fechado pelo respec-
enzimas: uma amilase, que desdobra
tivo esfíncter, permite a saída das fe-
o amido em mal tose;· uma lipase, que
zes ou excrementos. transforma as gorduras em glicerina e
Glândulas anexas do tubo digesti- ácidos graxos; a tripsina, que continua
vo.- São as glândulas salivares, que o trabalho da pepsina no estômago,
se abrem na bôca; o fígado e o pân- digerindo os albuminoides e peptonas
creas, que se abrem no duodeno. em tripeptídios e dipeptídios. A trip-
sina é secretada pelo pâncreas sob
Digestão dos alimentos forma de tripsinogênio, e esta subs-
De todos os alimentos ingeridos pelo tância, posteriormente, por ação da
homem, apenas os sais minerais, a enteroquinase do suco intestinal, con-
água, as vitaminas e a glicose são ca- verte-se em tripsina.
pazes de atravessar a mucosa intesti- A erepsina do suco entérico desdo-
nal sem sofrer digestão prévia. Os bra os tri e dip~ptídios em aminoáci-
demais alimentos sofrem a ação dos dos, com o que termina a digestão das
sucos digestivos através as enzimas proteínas. A maltase, invertase e lac-
neles dissolvidas, passando em cada tase digerem os correspondentes dissa-
um dos diversos órgãos em que expe- carídeos. O papel da bile é o de emul-
rimentam transformação parcial até sionar as gorduras a fim de que sejam
atingir o intestino delgado, no qual mais fàcilmente atacadas pela lipase.
se completa a digestão. Igualmente neutraliza a acidez do qui-
mo. O intestino grosso não secreta suco
Mastigação e insalivaç.ã o.- Na bôca, digestivo. Nele os alimentos demoram
os alimentos reduzem-se a partículas ainda algum tempo, durante o qual
(digestão mecânica), ao mesmo tempo continua a digestão iniciada na por-
em que se misturam com a saliva, que, ção delgada.
por meio da ptialina (enzima do tipo
amilase) transforma o amido em mal- Plantas carnívoras. - São vegetais
tose. A mucina integra também a sa- clorofilados que capturam pequenos
liva, que facilita a deglutição, isto é, animais e lhe digerem as proteínas
a deslisamento dos alimentos em di- por meio de sucos, com o que apro-
reção ao estômago. visionam-se do nitrogênio de que ne-
cessitam, já que, em regra, vivem em
Digestão gástrica ou estomacal. - meios carentes desse mineral. Com vis-
No estômago, o suco gás! rico age sô- tas ao carbono, são autótrofas.
clittaJde BIOLOGIA
POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SA.LA.MANCA
LIQUIDOS CIRCULANTES Plasma intersticial e linfa. -O plas-
ma intersticial banha os tecidos ani-
Os animais mais simples vivem na mais e é formado pela exsudação de
água, que lhe envolve as células, e da plasma dos capilares sanguíneos e lin-
qual retiram os alimentos e na qual, fócitos. O plasma intersticial penetra
ao mesmo modo, vertem os produtos nos vasos linfáticos, pelos quais circu-
de excreção. Os animais superiores , na la, constituindo a linfa, que, finalmen-
medida em que aumentam a respectiva te , se mistura com o sangue. O san-
massa e se diferenciam em estruturas, gue, a linfa e o plasma intersticial cons-
necessitam de um meio interno líquido tituem o meio interno.
capaz de ràpidamente oxigenar as cé- Coagulação do sangue.- Uma vez
lulas , alimentá-las e delas recolher as que o meio interno dos animais com-
dejeções resultantes do catabolismo. põe-se de líquidos circulantes, com- linfócito
Essas excreções são finalmente elimi-

-··
preende-se que existam mecanismos que
nadas do organismo através dos pul-
mões (respiração, CO, ) e dos rins.
tmpeçam sua saída em caso de feri-
mento. Esses mecanismos são variados.
t:m alguns casos o ferimento é fechado •
• Plaquetas
Formação dos glóbulos sanguíneos.- Megocoriódtos
pelo acúmulo de células do líquido

-
Esta função está entregue, nos verte- circulante, formando-se uma massa ho- Formação e origem dos glóbulos sanguíneos.

.. .
brados, ao sangue, que, igualmente, de- mogênea que evita a hemorragia, como
fende o organismo de invasões micro-
bianas. Nos invertebrados cabe à hemo-
no caso dos Equinodermas; outras vê-
zes são os músculos próximos da lesâo Co ++
•b

0
I......
d
4 •
linfa papel semelhante. A vida dos gló-
bulos vermelhos é, em média, de 46
dias, enquanto que a dos leucócitos e
que se contraem, fechando-a (nos Mo-
luscos), embora o líquido se coagule
em contacto com a superfície trauma-
f r ::mboquinase
Co +++ : : • -
Cá lcio

Tror:bogênio •.• + - - -
Trombina - ,...
Fibrinogênío l
Fb
1 ·
nno
plaquetas é de 3 a 4 dias. Compreende- tizada (nos Vertebrados). As plaquetas
Cdoagulação do sangue: a, plaqueta com tromboquinase· trombogênio; c, fibrinogênio;
, rutura de uma plaqueta. '
se então que êstes elementos hão de transportam um sensibilizador, a trom- Sôro de coelho,

m
se formar continuamente, como tam- boquinase, que se liberta quando aque-
antipinto
bém continuamente são destruidos. De- las atingem os bordos do ferimento; a
nomina-se hematopoese à síntese dos tromboquinase combina-se com o trom-
glóbulos sanguíneos, que, como se de- bogênio do plasma sanguíneo, bem
preende, abrange a eritropoiese (for- como com o cálcio, dando origem a

J · ~::~~· o·
mação de glóbulos vermelhos ou he- trombina que, por sua vez, transfor-
mácias) e a leucopoiese (formação ma o fibrinogênio em fibrina. Esta é ;:~
de glóbulos brancos ou leucócitos). insolúvel e se precipita, fechando a fe-
A hematopoiese realiza-se na medula ·.··
rida.
óssea. Anàlogamente, hematólise é a I 2 3
destruição dos glóbulos mortos, e se Antlcorpos sanguíneos. - Quando o 1, o sôro de pin-
organismo é invadido por agentes es- to precipita;
realiza principalmente no fígado e
baço. tranhos, quer patogênicos ou não, vale- 2, o de cão, com
menor intensi-
'--L--•• ~ AS

se da defesa química, encarregada de l1n o, strao-se o sõro de pinto dade e o de Modo de determinar
Os linfócitos, ao contrário dos de- precipitar ou destruir as substâncias • l11l lo -so no coelho b· êste pombo, 3, sem Formação
o grupo sanguíneo
de onti-R:h no
mais glóbulos brancos, formam-se no danosas, além da defesa celular a car- •'lnhoro anticorpos. ' reação
organismo humano.
baço e gânglios linfáticos . O baço é go dos leucócitos. A defesa química é Kh -
um órgão de côr vermelho-escura si- efetuada pelos anticorpos, que perten-
tuado no abdômen, na altura do rim cem ao grupo das globulinas do plasma
esquerdo. sanguíneo e que se opõem às substân-
Na medula óssea há celulas primá- cias danosas citadas, ou antígenos. Em
rias ou hemucitoblastus que dão ori- presença dêstes. os anticorpos provo-
gem aos granulócitos, eritrócitos e me- cam aglutinação, e inclusive lise (disso-
gacariócitos. No fígado destroem -se os lução) dos mesmos. Quando se injeta
glóbulos vermelhos com liberação de sôro de pinto em coelho provoca-se a
colesterina, integrante das membranas formação de anticorpos anti-pinto .
daqueles glóbulos. Essa substância é Quando se introduz o sôro do coelho
eliminada pela hile. A hemoglobina no de pinto, êste precipita. O sôro de
transforma-se no pigmento /?i/irubina, peru apenas turva ligeiramente, ao
que igualmente é eliminada pela bile, passo quP o de pombo permanece
ao passo que o ferro fica armazenado transparente. Há, pois, grande especifi-
no fígado . cidade dos anticorpos.
c •u twumto om que os dois Se a mulher é Rh negati-
":_0 e o marido posit ivo, os Na segunda gestação
• "Kh '" untlvo s. Nenhum pode haver abôrto.
I''""''""' para os filhos. folhas Rh positivos té m
pouca chance de sobrevi-
vência (exceto o primeiro}.
clltfaJ de BIOLOGIA
Grupos sanguíneos.- Os anticorpos importância nos casamentos em que a POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALA.MANCA
armazenados no plasma sanguíneo são, mulher é Rh negativa e o marido Rh . • . ,., . . ': v . :~ . -\.~- -~~ ~. '.
em geral, produt.:> da ação de um an- positivo. O fator Rh + é o dominante
tígeno sôbre o organismo. Há, sem dú- e, consequentemente, os filhos daquel~ CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA E LINFÁTICA
vida, os anticorpos naturais, normal- matrimônio serão positivos. Durante Vaso dorsal
mente elaborados, como se viu em a primeira gestação, alguns eritrócitos Cavidade
pulmonar
alguns casos de transfusão sanouínea do filho, portadores do antígeno Rh,
nos quais poderiam ocorrer c conse: passam ao sangue materno, provocando Coração
quências nefastas. A incompatibilidade com
a formação, nêste, de anticorpos Rh sangue
sanguínea deve-se ao fato de que o (anti Rh). Mesmo assim, o filho so- oxigenado
receptor (o plasma) possue um anti- brevive. Na segunda gestação os anti-
corpo, ou aglutinina, que reage com corpos maternos atravessam a placenta
um antígeno, ou aglutinógeno das he- e entram na circulação do feto, des-
mácias do doador. Nos eritró,citos hu- truindo-lhe as hemácias, com conse-
manos dois são os aglutinógenos en- quências geralmente mortais e abôrto
contrados: A e B; no plasma pode (eritroblastose). ~oso dorsal
haver duas aglutininas: a (ou anti A) t"t-'RH<t.---
e b (ou anti B). Uma pessoa que te- Circulação
nha nas hemácias o aglutinôgeno A Nos animais inferiores (como na
não pode ter no plasma a aglutinina a. minhoca) o aparêlho circulatório cons-
Esta condição possibilita a existência ta de um vaso dorsal contrátil, no O sa.ngue oxigen~do tem cõr azul devido
de quatro grupos sanguíneos humanos, qual a circulação se efetua de trás para ao p•gmento respiratório hemocionino.
frente. Neste vaso há dilatações que
a saber: grupo O (zero), sem aglutinó-
genos, mas com as duas aglutininas no servem de coração. Há também um ..... . - --'-~ ~~1hu~ ~:ck
plasma; grupo A, com aglutinógeno A vaso ventral no qual o líquido circula
nas hemácias e aglutinina b no plas- da frente para trás. O coração vai se Nos vormes poli-
Nódulo de Taworo

ma; grupo B, com aglutinógeno B nas diferenciando na escala zoológica, apa- '1 v tos h6 dois va-
recendo nos Moluscos como órgão bem OJ 1 o n g u rn e os
hemácias e aglutinina a no plasma; prln lpais.
Fascículo de His
grupo AB, com os dois aglutinóge- definido, de paredes musculosas, ao
nos A e B nas hemácias e sem aglu- mesmo tempo que se observa um sis-
tininas no plasma. No quadro anexo tema de vasos com uma aorta que sai
pode-se observar que as pessoas do do ventrículo. Nos vertebrados desen-
grupo O (zero) são doadoras univer- volve-se o sistema linfático ~o Iai:lo
sais, pois seus glóbulos vermelhos não do vascular sanguíneo. Aquêle recolhe
se aglutinam em nenhuma hipótese; ao o plasma intersticial, que, enriquecido
contrário, não podem receber sangue pelos elementos celulares fagocitários,
de outro grupo por possuírem as duas banha os tecidos. O sistema linfático
aglutininas a e b no plasma. As pes- desemboca em veias.
soas do grupo AB são receptoras uni- O coração humano, já bastante di-
versais, embora só possam doar sangue ferenciado (o dos Vertebrados em ge-
as pessoas de seu grupo. ral), também é dotado de automatis-
O antígeno Rh ou rhesus é assim mo graças ao tecido nodal, represen-
denominado em virtude de ter sido o tado pelos nódulos de Keith e Flack
correspondente anticorpo descoberto na aurícula direita e pelo de Tawara
· em coelhos e cobaias nos quais se in- no tabique interauricular, pelos quais
jetou eritrócitos do macaco Rhesus. contrae-se espontâneamente.
As hemácias das pessoas Rh + agluti- Distribuição dos alimentos. - A cir-
nam-se em presença da aglutinina anti- culação sanguínea encarrega-se de dis-
Rh do sôro sanguíneo do macaco tribuir os alimentos absorvidos no in·
Rhesus. Quando se m)etam antíge- testino. Na própria mucosa intestinal
nos Rh num indivíduo Rh negativo, são sintetizadas as gorduras às expen- Mesentérica

isto é, em pessoa carente destas pro- sas da glicerina e ácidos graxos, que superior

teínas, formam-se anticorpos Rh no passam aos vasos quilíferos através das


vilosidades intestinais. Os vasos quilí- Renal
plasma da pessoa receptora. Uma se-
gunda injeção de sangue com antíge- feros são capilares linfáticos incumbi-
no Rlt na mesma pessoa provoca um dos de conduzir a emulsão gordurosa
à cisterna de Pecquet, passando daí ao inferior
choque, c inclusive a morte, por aglu-
tinação causada pela formação de aglu- canal torácico, e posteriormente à veia
tininas e lisinas . f:_qr fato é ele l(randc (Conclue na lâmina G/2.) llíoco · llíoco
externo

rculoç o venoso e linfática.


cllttaJ.de BIOLOGIA
óRGÃOS DA RESPIRAÇÃO POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAM..l\NCA
As brânquias, as traquéias e os pul-
mões representam um maior grau de
aperfeiçoamento.
ÓRGÃOS DA RESPIRAÇÃO
As substâncias alimentares absorvi- As primeiras são expansões foliáceas
das formam, em· principio, ua massa ou filamentosas ramificadas, em cujo
própria, processo que pressupõe des- interior a circulação sanguínea é abun-
gaste de energia, que se obtém dessas dante; aparecem nos organismos aquá-
mesmas substâncias, especialmente dos ticos. Nos poliquetos sedentários, as Respiração aer6bio

glucídios e lipídios. Anàlogamente, o brânquias, formadas por tentáculos ra-


funcionamento dos órgãos acarreta con- mificados, situam-se na extremidade ce-
sumo de energia: as raízes necessitam fálica. Nos crustáceos inferiores apa-
dela para retirar os sais minerais do recem como apêndices laminares em
solo; o coração requer potência para contínuo movimento. Nos moluscos e
impulsionar o sangue por todo o cor- crustáceos superiores, as brânquias são
po; o deslocamento dos animais supõe protegidas por uma dobra da pele que
também desgaste energético; conse- forma a cavidade branquial. Nos ver-
quêntemente, tanto para formação do tebrados de respiração branquial, como
próprio corpo como para execução nos peixes, a água entra pela bôca, e,
das funções, o sêr vivo consome depois de atravessar o tubo e a pa- Fo$e anaeróbia

energia. Os alimentos, especialmente


os lipídios e glicídios, são os fornece-
dOl-es dessa energia. Esta é obtida ge-
rede do corpo, sai pelas fendas bran-
quzazs, em cujas paredes estão as lâ-
minas branquiais.
\
ralmente pela queima, isto é, por com- -.. Fase oer-ób.i.g_
binação com o oxigênio, fenômeno que As traquéias são constituídas por um Lentlcela para respiração das cau-
A respiração a na e r 6 b i a
sistema de tubos ramificados por todo 1 s lenhasas (b); em (a), corte de
constitue a respiração, e cujos produtos I nticola. substitue a aeróbia com
são a água e o gás carbônico, deje- o interior do corpo do animal. As últi· de,sarer•~ i menta de abun-

ções aproveitadas pela planta (função mas ramificações estão em contacto 7"'""" -~·•~ co,_
clorofiliana.) f.ste tipo de respiração de- com as células, onde se dá o intercâm- ~~~
nomina-se aeróbia. Há determinados or- bio gasoso. As traquéias abrem-se no
ganismos que liberam a energia contida exterior por orifícios, ou estigmas. Sâo
nos alimentos por outras vias dife- próprias de animais de respiração
rentes, como, por exemplo, no caso aérea, como os insetos e aracnídeos.
das leveduras e vermes intestinais (tê- A ventilação é feita por cont~ações rít-
nia). f.stes organismos prescindem do micas dos músculos do corpo.
oxigênio para viver, decompondo os ali-
Os pulmões são dilatações vesicu- respiram por
mentos por processo de fermentação,
isto é, processo respiratório sem oxi- losas da parede da faringe, mais ou
gênio: é a respiração anaeróbia. menos ramificadas. Os gastrópodos ter-
restres, como o caramujo, têm a cavi-
dade paJeai tão vascularizada que pode
funcionar como pulmão. Os pulmões
Respiração nos animais. - Nos ani- permitiram aos vertebrados a conquis-
mais inferi01·es não há órgãos especiais ta do meio aéreo.
destinados a absorção do oxigênio: tô-
das as células corpóreas retiram-no
indistintamente da água em que está Aparelho respiratório humano. -
dissolvido, na qual também lançam Inicia-se com a laringe, órgão fona-
o CO, resultante. A falta de aparelho dor; continua-se com a traquéia, que
respiratório implica na ausência de sis- desce ao lado do esôfago. A traquéia
tema circulatório. Nos Anelídeos, a pele bifurca-se em brônquios, cada um dos
está adaptada ao intercâmbio de gases: quais penetra em um pulmão, onde se
é ricamente vascularizada, propiciando estende em várias direções, formando
uma intensa respiração cutânea. Esta a árvore brônquica. Os últimos brôn-
modalidade respiratória é muito impor- Slott mo t r a que a I
quios ramificam-se em bronquíolos, em d u(lfonhala.
tante no reino anima l; as rãs têm-na cujas extremidades aparecem dilata-
tão desenvolvida que até pOdem viver ções, ou vesículas pulmonares. As pa-
sem pulmões por tempo relativamente redes destas, em forma de racimos,
longo .
constituem os alvéolos pulmonares.
Representação de 2 vesículas com
A traquéia leva o 0 2 diretamente Caracol cam cavidade respectivos alvéolos em cuja su-
<oaJ tocldas. pulmonar aberta (a)- perfície o s-anQue se oxigena.
cl1liaJ de BIOLOGIA
Metabolismo ção de mais duas moléculas de ATP e POR A. DE HARO VERA CATEDRÃTICO DA. FÃCULDADE DE.CIÊNCIÃS DE SÃLA.MANCA
passagem do DPN a DPNH,; a se-
A digestão desintegra as partículas gunda compreende dois caminhos: se
alimentares, e a circulação desobriga-se há oxigênio no meio (fase aeróbia), o
de levá-las até as células, fazendo com METABOLISMO
ácido pirúvico é totalmente oxidado, 11 oso 16 CJ
que penetrem no citoplasma, ficando a formando-se CO, e H,O e produzindo
respiração encarregada de proporcio- 36 ATP; se não há oxigênio (fase .anaé- \
A I <:I • Ido f o• fog l icérico 13 C)
nar o oxigênio necessário à liberação róbia) o hidrogênio do DPNH, passa
de energia contida nos elementos nu- ao ácido pirúvico, que assim se trans- I)PN -~
tritivos. A célula utiliza êstes alimen-
Á~o
forma em ácido lático (CH,-CHOH-
tos na manutenção ou aumento de sua COOH) no caso da célula animal. Na OPN fi ) pirúvi co 13 C)
própria substância, assim como para 2 "'?w M
célula vegetal o ácido pirúvico passa
realizar as suas atividades; do mesmo a aldeído acético (CH,CHO) e a álcool C 0 2 . . . ) - - - Acetil coênzima (2 C) õCl ";
,_,_o
o :r :r";
n :r o o o ã2
8
modo, por degradação, libera deles
a energia. O conjunto dessas transfor-
etílico (CH,CH,OH), como se verifica ~ ~~ u u u u u u 'ô Q.
Á Ido o•alo cético
na estampa G2. CSw
mações da matéria constitue o meta- ~ DPN H Ácido c i t \ 16 CJ u..o:r
N O :Z: J:
:r
N ::i O
:r C> ... :r
bolismo, caracterizado sempre pelos en- Oxidação completa da glicose.- Na 2 õ o:r o
zimas. Os fenômenos de destruição ou
degradação compõem o catabolismo, e
fase aeróbia o hidrogênio do DPNH,
transfere-se ao oxigênio e o ácido pi-
f--. OP N
~u
o
u
:r
os de construção-síntese compõem o rúvico combina-se com o coenzima A, Á·hf ..,611co (4 C) Q.
o
U..
oo
N

anabolismo. Entre os dois estabelece-se dando acetilcoenzima A, com interven- < 'ii:i
um equilíbrio que justifica a frase de
Claude Bernard: «A vida é a morte>>.
ção do DPN, que passa a DPNH,. O
acetilcoenzima A penetra então no ci-
ti d o fum 6rl o (4 C)
M
Q.
....
...<o
Metabolismo dos glucídios. -A gli-
cose que entra no organismo é arma-
zenada no fígado sob forma de glico-
clo alimentado pelo ácido cítrico -ciclo
de Kreb s, onde é completamente oxi-
dado-. Na oxidação da glicose origi-
namse 12DPNH, , e a oxidação de cada
'Ç",:: "9:1l :r o
oo o
<

o
:r :r"; ~
N
Q.

gênio. Conforme as necesidades, o fí- DNPH, produz 57 cal. (DPNH, +' / ,0,->
gado cede-a ao sangue. A glicose é o !:(5 :r" D :r O 0 O-~
alimento hidrocarbonado por excelên-
... DPN+H,0+57 cal.). Cada DPNH, oxi- ~~ u u u u u u ~
dada origina 3 ATP, com perda de Ow 0 <'<(!)
cia, e sua degradação, ou catabolismo, 27 calorias sob forma de calor. "-o :r :r :r :r Oa.
em presençã do oxigênio, obedece à
seguinte reação: C,H,0, +60, -> 6C0, +
Cic lo d e Kre bs ou do ácido cítrico. o~o.. :r oÔ
Metabolismo de lipídios e protídios. !!::Z: o li
+6H,0+674 Cal. Esta é a representa- As gorduras são catabolizadas e in- ou u u
ção global do processo que se realiza corporadas ao ciclo de Krebs . No seu <"!:r
por etapas. É a reação inversa à fo- anabolismo intervem o coenzima A N

tossíntese. (Co A-SH). que incorpora ácidos gra-


oo
xos à glicerina. Na degradação dos pro- ü
Síntese do ATP.- A proporção que tídios forma-se amoníaco, que, nos ma- ·<
Q.
se produz energia na degradação da o
glicose, ela vai se armazenando no ADP,
míferos, transforma-se, no fígado, em I DPN 1- Co A - SHI O:r
Q.
:r:rl <
uréia, que é excretada pela urina N
que passa a ATP. Cada molécula lt ~
:ro:rooo
de ATP armazena 8 calorias. O catabo-
(2NH, + CO, + 2 ATP -> H,NCONH, +
uuuuuu o ~
+ 2 ADP + 2 P).
Q.
u <
lismo da glicose compreende duas fa-
ses principais : a primeira, glicólise, No catabolismo dos ácidos nucleicos
O ácido piróvico reage com
o coên z ima A e forrru:J ate·
:ro:r
:r
"" ....
:r <
N
'~ N

consiste no desdobramento de uma mo- origina-se o ácido úrico, que resulta da


tilcoênzima.
M
"'
Oii:
o ... "'00
... :r
lécula de glicose em duas de ácido oxidação das bases púricas integrantes ou oo:r ·o
pirúvico (CH,-CO-COOH) com forma- dos citados ácidos nucleicos. ·<zu
w
u
Q. ã2
o •W
l2
< Ua.
::lO :r
(Continuação da lâmina F /9) ao fígado por meio da veia porta. o (!) ... :r o "'l2
l2:roo
sub-clávia esquerda. O restante do quilo No fígado, a glicose (em virtude "'u u u co

~~
é absorvido pelos capilares sanguíneos da função glicogênica) converte-se em
das vilosidades intestinais . Daí passa glicogênio. o
0 N U
o
l2 :r -"-
11
1
- 0 11 1- CoA - S - C - R2 .I! ü O·~ O a. Õ
:r :r :r o... ·< " 9~
u ..J :z:"'0 OI
O:rOO:r ·<C>u uu

o~~
uuuuu
11
2
Ç- 0 H + Co A - S - C- R3 :rox:r:r
:r ....
lt t od um lipíd io a partir da glicerina. Fermentação da glicose.
clltlaJd-e BIOLOGIA se'ri e

FUNÇõES DE RELAÇÃO observa-se uma curvatura dêste em di-


POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SA.LAMANCA
EXCITABILIDADE DA MATÉRIA VIVA
H Num.l
reção ao lugar da iluminação do pri-
As funções de nutrição asseguram · meiro coleóptilo. No que diz respeito
aos organismos o intercâmbio de ma- à explicação do tato, sabe-se que se TACTISMOS, TROPISMOS E NAS TIAS
téria com o meio ambiente, o que lhes produz uma diminuição da sensibili-
garante a vida. Tais funções, entretan- dade do plasma para a auxina nas cé-
to, não seriam possíveis sem a pre- lulas da zona iluminada, com aumento Metade do bloco não
sença nos sêres vivos de uma capa- exposto à luz.
nas da zona de sombra, acompanhado
cidade de reação, chamada excitabili- provàvelmente de inativação da auxina
dade, sempre que variam as condições sob ação da luz.
do meio. As reações do organismo aos·
estímulos externos constituem as fun- O geotropismo faz com que as plan-
ções de relação ... As bactérias e .algas tas orientem as raízes na direção e
unicelulares, assim como os animais, sentido da gravidade (geotropismo po-
realizam movimentos locomotores ati- sitivo) e os caules no sentido oposto.
vos em busca de condições favoráveis A explicação do geotropismo está, ain-
de vida. As plantas superiores, fixas da, na auxina, frente à qual as raízes a
ao substrato, também executam movi- reagem de forma contrária aos caules, ':!" ob•curldade (~)o ca~le cresce muito; é, porém, débil. Em (a) ilumina-se lateralmente um co-
mentos (movimentos do caule, folhas, pois, nas primeiras, uma maior con- ' IH n Ira um ro1o lummoso, o caule para aí se dirige leóptilo de aveia; em (b) decapita-se-o
centração de hormônio inibe o cres- Ih). e coloca-se-o sôbre agar.
etcétera).
cimento.
Movimentos de órgãos vegetais.- As nastias são movimentos transitó-
Chamam-se tropismos aos movimentos rios de certos órgãos vegetais, orien-
em que há relação com a parte do tados em relação com a organização
órgão estimulado. Esses movimentos dos mesmos. São bons exemplos os mo-
permitem aos órgãos dos vegetais fixos vimentos fotonásticos de abertura e
orientarem-se de modo permanente no fechamento de algumas flores .

~.,.1-
sentido mais adequado a sua vida. Con-
forme o agente estimulante, distingui- Deslocamentos de organismos unice-
mos: fototropismo, provocado pela luz; lulares.- Quando os estímulos deter- •• (o(, moooro ""'"' o
geotropismo, pela gravidade; hidrotro- minam que o organismo se aproxime bra-se e segue a vertical. Se a macete
pismo, pela água, e quimiotropismo, ou se afaste do centro estimulante, te- <ou lu crosce verticalmente gira sô?re um eixo horizontal (b), o Movimentos fotonásti·
Hn1 ; ntldo oposto ao da gravi- cau_le nao s~ dobra; se o giro é sôbre
pelas substâncias químicas. mos as taxias ou tactismos. As quimio- cludt . o e1xo vertical, o caule curva-se na di-
cos das flores.
Os caules têm fototropismo positivo. taxias têm grande importância na na- reção do eixo (c).
Quando iluminamos lateralmente o co- tureza, posto que tornam possível o I' '
leóptilo de aveia, observamos que êle encontro de gametos, uma vez que a
dirige a extremidade para a luz. Se concentração de substâncias químicas
nele traçarmos pequenos sinais com secretadas pelo óvulo atrai os esperma-
tinta nanquim comprovaremos que o tozóides. A excitabilidade nos Metazoá-
movimento resulta de crescimento: o rios alcança grande desenvolvimento
lado exposto à luz cresce mais lenta- com a diferenciação de células espe-
mente que o voltado para a sombra, cializadas em captar diferentes estímu-
provocando uma curvatura no sentido los, formando, em conexão com o sis-
e direção da fonte luminosa. Esta rea- tema nervoso, os órgãos sensoriais, re-
ção fototrópica de crescimento produz- ceptores do estímulo. Estas células pro-
se por alteração do hormônio de cres- piciam as relações com o mundo exte-
Galvanotactismo negativo
cimento, ou auxina. Evidencia-se êste rior, cuja base é o movimento reflexo, do Paromoecium.
fenômeno iluminando lateralmente um ato involuntário produzido pela trans-
coleóptilo de aveia e cortando-lhe o formação de uma excitação em reação, ~ ..(_.J4. Médula espinhal
ápice. Coloca-se o coleóptilo sôbre um com a intervenção de vários neurônios
bloco de agar, com uma lâmina de (dois pelo menos). Quando inconscien-
mica que o divide em dois, assim como temente tocamos um objeto que quei-
o ápice do coleóptilo, separando dêste ma, produz-se imediatamente a con-
modo a parte iluminada da que havia tração dos músculos do braço, que
ficado na obscuridade. Retirando a me- retiram a mão do objeto: é um mo-
tade do bloco de agar em contacto vimento reflexo. O reflexo representa
com a parte não iluminada, e pondo o grau mais simples de coordenação
Neurônio
à esquerda do ápice de um coleóptilo nervosa, segundo Sherrington, e é a c l nlloo io o 6r motor
decapitado, porém não exposto à luz, base da atividade dos Metazoários.
!Jrl" qun r ti
• n • 11111ulo
Células sensoriais: Arco reflexo
lumlrHJ4n . Re tin o
a, primá r i as; b,
neurosensoriais.
cilliaJde BIOLOGIA Serre " [

1
Nu~lJ
mas (chamados olhos) que, por desen- I'OI A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
REPRODUÇÃO ASSEXUADA
volvimento, dão nascimento a uma L __ _ _ __ _ FUNÇÕES DE REPRODUÇÃO
Chega um momento em que as fun- nova planta.
ções vitais dos indivíduos decrescem REPRODUÇÃO ASSEXUADA
e êles caminham para a morte. As Multiplicação dos Metazoários. -
funções de reprodução permitem que Esta modalidade apenas se verifica nos
uma parte do indivíduo escape à des- organismos cujas células são pouco di-
truição, assegurando assim a sobre- ferenciadas, ou então, nos que pos-
vivênci& da espécie. Tôdas as células suem células embrionárias totipoten-
dos organismos inferiores são capazes tes. Condições semelhantes encontra-
de se reproduzir. A' medida, porém, que mos nas esponjas, celentéreos, vermes
as células se diferenciam, com a divi- e equinodermas, assim como nas for-
são do trabalho, aparecem os órgãos mas embrionárias de todos os animais,
reprodutores, aos quais fica adstrita a inclusive dos mamíferos. A multipli-
formação das células germinativas , as cação vegetativa pode ser por gema-
quais separam-se do organismo forma- ção, ou gemiparidade, e por escição, ou
dor e originam novos indivíduos. f.stes eis si paridade.
gérmens são unicelulares, e podem ser Germinação
de esderócio
gametas ou esporos. Em determinadas 1111'"'' '\ o d o Divisão da alga Spirogyra.
Gemiparidade.- Nos Celentéreos há 1!1 11 pfH 'I IIln d ~
condições é possível aos órgãos vege-
muitas espécies que produzem gomos dint o nHtn n .
tativos adquirir capacidade reprodutiva enteio ataco-
ou gemas que se desprendem e vivem da pelo "espo·
através da constituição de germens plu-
ativamente (exemplo: hidra da água rão" .
ricelulares formados, portanto, por um
doce). O poliqueta Syllis ramosa for-
conjunto que se desprende e inicia
ma gomos laterais que se convertem
um nôvo sêr. Em vista do exposto até
em outros poliquetos, dando a impres-
aqui temos que a reprodução pode ser:
são de uma rede de finos filamentos. Corte de um soro.
assexuada ou sexuada. Na assexuada
o nôvo sêr vivo procede ou de con- Também se constituem, às vêzes,
juntos de células vegetativas que têm gemas que permanecem aderentes ao
vida independente (reprodução vegeta- organismo formador. Organizam-se as-
tiva) ou de esporos (esporulação) . sim as colônias de Celentéreos e Brio-
zoários.
Multiplicação vegetativa das plantas. l nl h11 d tl ''t o r rn fsporôngios
Todos os vegetais possuem reprodução Cissiparidade.- O animal divide-se 11 1 11 1111 lnc t, do r solta ndo es-
vegetativa, sendo que nos inferiores em duas partes, cada uma das quais, ••1 poros.
esta facultade é mais acentuada. Os por regeneração, recupera o tamanho
musgos produzem, por exemplo, pro- inicial do animal. A divisão dos em-
págulos, constituídos por várias células briões, ou poliembriomia, descoberta
vegetativas que se desprendem e for- por P. Marchai, em 1898, num himenóp-
mam um nôvo musgo. Os líquens que tero cujos ôvos se desenvolvem nas
recobrem as rochas e árvores consti- larvas de determinadas mariposas, é
tuem sorédios, conjuntos enovelados um fato de grande interêsse biológico.
de hifas do cogumelo com gonídios de Um único embrião se transforma em
certas algas unicelulares ; alguns cogu- muitos outros por estrangulamentos su- Of minoçõo
melos, como o <<esporão do centeiO>> cessivos, dando cada um dêles um in- d o 9 ê muI a Galho !estaca)
originam esclerócios, que nada mais divíduo. Todo conjunto desenvolve-se dt o~ p o nja .
são que massas condensadas de hifas dentro do mesmo ôvo. A mesma coisa
com vida latente e a espera do término acontece no tatú (Tatusia) e na espé-
do inverno adverso à sua germinação. cie humana; os gêmeos idênticos tem
As fanerógamas têm na gema ou esta origem.
gomo o elemento destinado a repro-
dução vegetativa. Ela é constituída por Esporulação. - Só ocorre nos ve-
tecido meristemático, embrionário, to- getais e nos Protozoários. O esporo é
tipotente, não diferenciado, e protegido uma célula resistente às condições am-
por brácteas . A batata inglêsa e a chufa bientais desfavoráveis, sendo formado
formam dilatações feculentes ( tubércu- nos esporângios (nos vegetais). Quan-
los) nas extremidades de caules sub- do móvel por flagelos, denomina-se
terrâneos. Nos tubérculos estão as ge- zoósporo.
~. \111 ''" do do
pu lqu u lu ~yllrs
Cissiparidade dos
llflll ll \fl
Poliembrionio do equinodermas.
totú .
o1tl!aJ de BIOLOGIA Séri e

REPRODUÇÃO SEXUADA de flagelos. Nas Fanerógamas o tubo


polínico põe o espermatozóide em con-
I'OH A. DE HARO VERA CATEDRA.TICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
FUNÇÕES DE REPRODUÇÃO
I Num.2
Os indivíduos que possuem êste tipo tacto direto com o óvulo.
de reprodução produzem normalmente
dois tipos de células germinativas, cha- órgãos sexuais e sexo. - Os gametos REPRODUÇÃO SEXUADA
madas gametas, as quais não podem se dos organismos pluricelulares são for-
desenvolver diretamente, como os es- mados em órgãos especiais ou game-
poros. Terão forçosamente que se fu- tângios (nos vegetais) e gônadas (nos
sionar no ato denominado fecundação. animais). Os gametângios masculinos
Somente a célula resultante desta fu- são os anterídios, e os femininos, oogô-
são, a célula ôvo, ou zigôto, evolve, nios, quando unicelulares, isto é, sim-
dando um nôvo sêr. A reprodução se- plesmente células-mãe dos óvulos, e
xuada permite o intercâmbio e recom- arquegônios quando pluricelulares e
binação do material biológico entre os com aspecto de botelha. Nos Meta-
indivíduos. zoários as gônadas masculinas são os
testículos, e as femininas, os ovários.
Tipos de reprodução sexuad:l. - Os A formação de um ou outro tipo de
garnetos masculinos são típicarnente A tu • • duciono l da m e iose é caracterizada, na metáfase, pelo pareamento do _
garneto determina o sexo do indivíduo. •n rno ~ homólogos. s cromos
células flageladas e capazes de se des- Os do sexo masculino produzem esper-
locar nos meios líquidos de modo a
encontrarem o óvulo ou garneto fe-
minino. Quando os dois garnetos, mas-
matozóides, enquanto que os do sexo
feminino produzem óvulos. Alguns ani-
mais, corno o caramujo terrestre, a c ult \''
~

~')).
.
C~·
~ Espermotogônios

"~ e)
culino e feminino, são morfologica- minhoca e a sanguessuga, produzem os
t ' ..9
Ovogônias
mente iguais, a reprodução é por dois tipos de garnetos, e são herma-
isogamia (isogametos são as células que froditas, como de resto também algu-
se fusionarn). ~ste tipo de reprodu- mas fanerógarnas. r,.,,,, \ \ \ \,
ção ocorre em alguns protozoários e
em determinadas algas <:: cogumelos. Gametogênese.- Nas gônadas há o
Quando os garnetos são diferentes, a
reprodução é por anisogamia. A um
epitélio germinativo, onde estão as gô-
nias, morfologicamente iguais nos dois
, .
.. Espermatócito I Ovócito· l

~
dêles, o maior, denomina-se macro- sexos (espermatogônias nos machos e
gameta, ou garneto feminino, e ao de
grande rnotilidade, e menor, denomina-
se rnicrogarneto ou gameta masculino.
ôvôgonias nas fêmeas). Estas células
dão origem aos garnetos pelo processo
chamado gametogênese (espermatogêne-
f f Espermatócito li ...
A anisogarnia extrema, caso em que o
garneto masculino é muito desenvolvido
e sedentário por ausência de organelas
locomotoras, denomina-se oogamia, e
se e ovogênese). Aínbos são processos
homólogos e envolvem uma fase de
multiplicação, outra de crescimento e
uma terceira de maturação.
M lm
I \
(., (j c "\,
I \
Espermátides
Ovócito 11

,,1\,,
ocorre nas plantas superiores e rneta- Na fase de multiplicação, que se ini-
.b,.. b ~, ~
Polócitos
zoários. cia no período embrionário, e, às vêzes, Óvulo
Morfologia dos garnetos. - Os rnicro- termina com êle, as gônias dividem-se Espermatozóides ó v u ro circundado
por células folicula-
garnetos são denominados espermato- ininterruptamente por meio de mitoses res e por 6 esper-
zó.ides, ao passo que os rnacrogarnetos, normais. I''""'"'I
!11111ldH . p ormotogênese. Ovogêne se .
matozóides.
ó1•ulos. ~stes últimos são de maior ta- Na fase de crescimento as gônias
manho devido a grande quantidade de aumentam de volume e transformam-se
substâncias de reserva que armaze- em citas primários ou de primeira or-
nam. Em alguns casos alcançam volu- · dem (espermatócitos e ovócitos). Já
me extraordinário; assim os óvulos das aqui observam-se difererwas entre os
aves são as gemas dos ovos. Os rni- espermatócitos e ovócitos: os primeiros
crogarnetos são típicarnente flagelados, são menores e os segundos têm mais Óvulo
vendo-se os mais primitivos nas algas citoplasma e maior quantidade de vi-
e musgos; com freguência têm mancha teto nutritivo.
ocular e cloroplastos, sendo, pois, ver- O período de maturação caracteriza-
dadeiras células livres com capacidade se pela redução à metade do número de
fotossintética, corno na alga parda cromossornas. Os citos de primeira or-
Fucus. Os espermatozóides das Pteri- dem são células com número par de cro- ' "'11" "' '' no olgo Ulo thri x. Anisogamia na Oogamio e m Fucus .
dófitas têm muitos flagelos dispostos rnossomas (diplóides) dando cada um, alga Cytlerio.
em espiral, enquanto que os das algas em duas divisões meióticas sucessivas,
vermelhas e Fanerógamas são carentes quatro células haploides com a metade
o1ttaJde BIOLOGIA série

do número de cromossomas. A primeira pendentes: as células resultantes desta


divisão, chamadas espermátides .nos
POR A. DE HAROVERA CATEDRATICO DA. FACULDADE' DE crtNc!As DE SALAlWfCA
.
FUNCÕES DE REPRODUCÃO .
I
mitose reducional origina dois citas se-
cundários a partir de um cíto primário; machos e óvulos nas fêmeas, têm tam-
desde esse momento já há uma diferen- bém n cromossomas. FECUNDAÇAO E CICLOS BIOLÓGICOS
ça de comportamento: os espermat~c~tos Organismos haplontes e diplontes. -
primários originam d01s espermatoc1t~s A fecundação e a meiose, integrantes
secundários iguais, ao passo que o ovo- do ciclo biológico dos organismos, per-
citó primário forma um ovócito secun- mitem distinguir na vida daqueles uma
d:fi-io com a maior parte do conteúdo fase diploide, ou diplofase (com células
citoplasmático, e um primeiro corpúscu- diploides), e uma haploide, ou haplo-
lo polar, que é um ovócito secundário fase (com células haploides). Conforme
abortado. Na segunda mitose meiótica a meiose se realize mais ou menos dis-
que se segue, cada espermatócito se- tanciada da fecundação, é possível se-
An terídi o. Óvulo ' Macho {pequeno )
cundário origina dois espermátides; parar os sêres em haplontes, diplontes haploide( t• 1
enquanto isso, o (mico ovócito secun-
dário produz uma ovótide e um se-
gundo corpúsculo poiar. Geralmente o
primeiro corpúsculo polar também rea-
liza a segunda divisão de maturação,
e diplohaplontes. Nos haplontes a meio-
se sucede a fecundação, como em Spy-
rogyra e outras algas inferiores. Nos
organismos diplontes a meiose ocorre
ouónlo. Arq uegô n io.
...... .
'tfr.c ~

Óvulo
' •) Espermatozóide
.,

~~Óvo pe rdurável
durante a gametogênese, imediatamente fecundado -
razão por que, no final de cada avó-
cito primário, diploide, obtem-se quatro
células haploides, das· quais três dege-
neram. As quatro espermátides, haploi-
antes da fecundação, como acontece,
salvo poucas exceções, em todos os
Metazoários, assim como em certas al-
gas, entre as quais o Fucus. Nos sêres
~',',,, ~
' -
\
f\0 "'v ~O
des transformam-se em espermato- haplodiplontes a meiose está separada b"'e\~
zóides pelo processo da espermiogê- da fecundação e da gametogênese. O zi- \O"' o'< Fêmea
nese. "-...;,.~ Óvulo nõo fecundado porteno-
gôto, como no feto, origina uma ge- ''oe..\ gênética.
ração diploide (esporófito) que, em lu-
Meiose.- O zigôto tem o dôbro de gar de gametócitos, produz esporócitos,
l'(n I nogênese. i>"'' \
cromossomas dos gametas uma vez que
rY \
ou seja células mães dos esporos. Cada \
resulta da fusão dos mesmos. Cada esporo dá, por germina-ção, uma gera- \
éspécie animal ou vegetal possue um ção haploide (protalo) sôbre a qual se \
número fixo e determinado de cromos- Óvulo dipfoide

, ~ ........
formam diretamente os gametas (ga- (ôvo eativol)
somas, motivo pelo qual forçosamente m~tófito ). A maioria dos vegetais é
a meiose é o mecanismo inverso ao da haplodiplonte.
fecundação, que mantém aquela cons-
tância cromossômica. A meiose consta Fecundação. - A fusão dos gametas
de duas fases: a primeira, reducional, pode realizar-se no interior do orga- Ciclo biolôgico do rotífero dulciaquícola
Feto (2 n) Pteroilina.
nismo feminino, como nos Mamíferos

•ÁÀ
e a segunda, equacionai. Na prófase os (i;(1 m a toa
cromossomas homólogos dispõem-se (fecundação interna), ou na água, na
aos pares (um de origem materna e
outro de origem paterna) ao mesmo
qual as células sexuais, muito nume-
rosas, são deixadas em liberdade como Protolo In)
•• • Esporos ·

em muitos animais marinhos (fecun-


tempo em que se dividem em duas
cromátides. Na anáfase cada cromos-
soma do par dirige-se para um polo
dação externa). A esta categoria per-
tence o ouriço do mar, cujo esperma-
tozóide dirige-se ao encontro do óvulo,
\ .. .---
,.,~

da célula, e assim, na telófase, as duas


células filhas (espermatócitos II e ovó- atraído por um hormônio feminino
citos li) têm n cromossomas, ou seja a (vide minúcias na estampa). Membrana
- __p .
metade dos cromossomas. Cada cromos-
soma divide-se em duas cromátides, as
Partenogênese. - O desenvolvimento
do óvulo, de modo a formar um nôvo ( 1, In "' d< nvo lvimi nto d e fe to. 1 J de
·q \ fecundação
Espermatozóides de ouriço do Apenas um penetro; o
quais, na anáfase da mitose seg~inte, individuo, esta ligado, em geral, à fe- mar, atraídos pelo óvulo. flagelo fico foro
separam-se como cromossomas mde- cundação; vimos que, indubitàvelmen- f'•onúclto mascul ino

Os dois pronúcleos en- Formo-se núcleo de


trom em contado .fecundação
fecundação ·do ouriço do mOr.
otteaJ de BIO L O GIA
I'OR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA
te, tanto nos vegetais quanto nos ani- organizando-se assim um terceiro fo-
mais, o óvulo pode se desenvolver sem lheto, ou mesoderma, com a cavidade
o concurso do espermatozóide, fenô- celômica no centro de cada bolsa. As
meno chamado partenogénese (etimolà- paredes das bolsas unem-se ao ecto- SEGME N TAÇÃO DO ÔVO NOS ANI MAIS
gicamente, concepção virgen. e que derma e endoderma, deixando o tubo
constitue curiosa modalidade da rep1 o- digestivo numa cavidade geral, ou ce-
dução sexuada. loma. Os animais que passam por esta
fa3e são ce/omados. As esponjas e os
celentéreos são celenterados, pois não
Desen_volvimento embrionário e pós· possuem celoma.
embrionário Estágio de Estágio de
Destino dof folhetos embrionários. llu& to
2 blostômeros .4 blostômeros
Depois da fecundação , o ôvo ou zi- Os três folhetos embrionários primiti-
gôto começa o desenvolvimento por di- vos, ectoderma, endoderma, e mesoder-
visões sucessivas, originando um em- ma, formarão todos os tecidos e ór-
brião, que posteriormente transforma- gãos do indivíduo adulto por meio de
se num nôvo ser. O tipo de segmen- multiplicações celulares e pregueamen-
tação é função da quantidade de vitelo tos. As minúcias dessas multiplicações
nutritivo contida no ôvo. e pregueamentos variarão conforme o
grupo de animais; em todos, porém, a
Formação da blástula e da mórula. ectoderma origina a epiderme e os ór-
No anfioxo, o ôvo, depois de um certo gãos de relação, como o sistema ner-
número de clivagens, converte-se em voso central e as células sensoriais; a Corte do mórulo mos-
MÓIUI H Blóstula
uma massa de células chamadas blas- endoderma forma a parte absorvente trando que é mocisso
tômeros. Nesta altura, por seu aspecto do tubo digestivo, como também as
de pequena amora, recebe o nome de glândulas anexas do aparêlho diges-
mórula. Em sequência a mórula torna- tivo; nos vertebrados terrestres dá ori-
se ôca e constitue-se de blastômeros gem aos pulmões. O mesoderma cons-
dispostos em uma ou várias camadas: titue a musculatura, o aparêlho excre-
é a blástula. A cavidade interna é a tor, as gônadas e o esqueleto dos ver-
blastocele. Neste estado cessa a seg- tebrados.
mentação do ôvo, que aumentou de
tamanho e dividiu-se em partes cada Desenvolvimento pós-embrionário. -
vez menores. Os embriões dos animais ovíparos têm
que eclodir, tão logo se esgotem as
Formação dos folhetos embrioná- reservas nutritivas do ôvo, a fim de
rios.- Continuando, a blástula sofre procurarem por si mesmos os alimen-
uma invaginação, de modo que se con- tos de que necessitam. Quando as re-
verte em saco de parede dupla: é a servas são abundantes, o desenvolvi-
gástrula, cuja parede externa consti- mento embrionário prolonga-se, e o
tue a ectoderma, enquanto a interna é indivíduo nasce já com a forma defi-
a endoderma. A nova cavidade, gastro- nitiva. Nesse caso os alimentos apenas
cele ou arquénteron (ou intestino pri- o fazem crescer e adquirir a maturi-
mitivo), comunica-se com o exterior dade reprodutora: diz-se, nêste caso,
através do blastóporo. A gástrula é, que o desenvolvimento é direto , como
portanto, diblástica, isto é , formada acontece nas Aves e Répteis. Quando as
por dois folhetos. Em alguns animais, reservas alimentares são consumidas
como, por exemplo, esponjas e celen- nas primeiras fases do desenvolvimen·
téreos, a forma adulta é a própria to, o embrião deve ter vida livre,
gástrula. Noutros animais o embrião nascendo em forma de larva ( desen-
prossegue o desenvolvimento; no an- volvimento indireto) . O estado adulto
fioxo, animal marinho de uns sete cen- denomina-se imago, e a transforma-
tímetros de comprimento que vive en- ção da larva em imago constitue a
terrado na areia, a endoderma dá metamorfose. Os embriões dos animais
nascimento a duas invaginações dorsais vivíparos encontram as substâncias ali·
que, por estrangulamento, convertem- mentares no interior da mãe. Têm de-
se em duas bolsas aos lados do corpo, senvolvimento direto.

Desenvolvi me nto do anfio xo (Bronchiostoma lo nceo latum) .


-

. ------ ------- .... ~- -- ~ ---~-~ .

clfttaJde BIOL·OGIA
Embrião dos vegetais. -Nas angios- é muito desenvolvido, pois contém a
permas, o ovário é parte componente gema que alimenta o embrião até a
da flor. No interior do ovário há um eclosão. Nos mamíferos êste saco é va-
número variável de grânulos ou prz- zio é fechado, já que o organismo ma-
terno se encarrega da alimentação; a Mlrrópll o DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO E PÓS - EMBRIONÁRIO
mórdios seminais (com o saco embrio-
nário). Quando o tubo polínico pe-
netra no óvulo, através da micrópila, os
outra forma uma bolsa, a alantóide,
que nos répteis e aves funciona como ~:~~~;H•u'ttoa Siné rg id o s ~ ::~:~:ermo
dois núcleos espermáticos ou esper- bexiga urinária do embrião e também
matozóides têm destinos diferentes: como membrana respiratória. Nos ma-
um fecunda a oosfera e o outro fe- míferos põe-se em contacto com a Embrião Co ti lédone
cunda o núcleo do saco embrionário. placenta e possui vazos sanguíneos que
O óvulo fecundado dá origem ao permitem o intercâmbio de substâncias Ponto vegetativo
com as paredes do útero materno. Rodfculo
embrião, enquanto que da segunda fe-
cundação surge o endosperma, ou te- Além destas, desenvolve-se também o O endosperma
cido nutritivo. O óvulo transforma-se coríon, que envolve todas as demais e nvolve o
então em semente. O embrião, a prin- estruturas. Em contacto com a parede Emeb'!l~~i~oÕ I
cípio, é um corpo arredondado e pluri- do útero aparece a placenta, formada
Endospermo {3 n) Cotilédone
celular; mais tarde diferencia-se em tanto por tecido embrionário como
radícula, cotilédones e gêmula, ficando por tecido materno. O sangue materno
em estado de vida latente. circula abudantemente pela parte ma-
terna da placenta, enquanto que uma Embrião Se me nte se m
Metamorfose.- Conforme a conti- artéria conduz o sangue dó embrião e ndospe rma
nuidade da alimentação, distinguem-se seguindo a alantóide e capilariza-se na
nas larvas dois tipos de metamorfose: parte embrionária da placenta, de tal Du p la fec undação no Tipos de sementes conforme o desen-
simples, quando a larva passa a adul- sa~o embrio nário. volvimento do endosperma.
modo que as duas circulações, a ma-
to sem interromper a alimentação e terna e a fetal (chama-se o embrião de
sem passar por um período de inati- feto) aproximam-se, sem que se mis-
vidade (como nas râs e gafanhotos), e turem, trocando substâncias, tôda vez
complexa, em que há uma fase inter- que o sangue materno cede oxigênio e
mediária entre a larva e o imago. alimentos, carreando gás carbônico e
Ovo e anexos nos vertebrados. - os produtos de excreção. Uma veif! se
O ôvo de certos vertebrados se desen- encarrega de conduzir o sangue ao em-
volve sem formações embrionárias ane- brião. A artéria, a veia, o saco vitelino
xas, como nos peixes e anfíbios, razão e a alantóide, envolvidos por tecido
pela qual são designados anamniotas. conjuntivo, formam o cordão umbilical;
Ao contrário, nos répteis, aves e mamí- êste representa a ponte de união en-
feros o ôvo é protegido por membranas tre a placenta e o embrião. Após o nas-
especiais, em face do que êstes ani- cimento, a cicatriz deixada pelo cordão Me tamorfose completa dos lepidópteros.
mais são ditos amniotas. umbilical constitue o umbigo.
Logo que o óvulo entra em contacto A placenta especializa-se como ór-
com a parede uterina, penetra na mu- gão endócrino. No homem, durante as
cosa que a reveste, formando mem- doze primeiras semanas, ela fabrica
branas protetoras que o implantam na quantidades pequenas, mas érescentes,
referida parede. O ectoderma do em- de estrógeno, progesterona e outros
brião produz na face ventral uma mem- hormônios, secreção que maqtêm du-
brana que o envolve completamente rante este tempo a atividade do ovário.
-o âmnios-, deixando uma cavidade Depois disto é a própria placenta que,
amniótica entre ela e o embrião, ca- após desenvolver-se, controla, pela pro-
vidade cheia de um líquido que serve dução de progesterona, a progressão da
para amortecer os traumatismos. Tam- gravidez. Daí o perigo de abôrto nos
bém, na futura região abdominal ori- três primeiros meses quando, por qual-
ginam-se duas membranas devidas prin- quer razão, o ovário não produza pro-
cipalmente ao endoderma: uma forma gesterona e a placenta retarda-se um
o saco vitelino, que nos répteis e aves pouco em atingir a maturidade.

Adulto: respiração pulmonar

I mhrl3o d ma mlf e ro e anexos. Metamorfose dos Anfíb ios.


clfttaJ de B I O L O .G I A Se ri e
GENÉTICA mitido à descendência: êste fenômeno POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FAClJLilADE DE CltNCIAS DE SA.LAMAHCA L Num.l
constitue uma mutação. HERANÇA BIOLÓGICA
Quando temos gerações sucessivas Mendelismo. - Para realizar o estu-
de ratos vemos como a descendência do da transmissão dos caracteres he-
parece com os pais. Os filhos possuem RAÇA PURA E MUTAÇÃO. MENDELISMO
reditários, Mendel utilizou o método da
um conjunto de caracteres (aspectos
hibridação, conhecido pelo nome de
morfológicos e fisiológicos) bem defi- mendelismo. Para obtermos os híbri-
nidos que nos faz reconhecê-los como dos escolhemos duas raças, certifican-
ratos, tornando-os semelhantes entre si
do-nos de que são puras. Efetuamos o
e diferentes dos outros animais. Com

y
cruzamento. Quando, no caso de plan- p
isso entra-se na noção de espécie. Há tas fanerógamas, queremos cruzar p lan-
caracteres específicos que se transmi- tas de flôres vermelhas com plantas
tem hereditariamente de pais a filhos,
de flores azuis, cortamos os estâmês
tendo-se certeza de que um par de de umas, por exemplo vermelas, e co-
ratos dará sempre ratos e que a des- brimos o pistilo com gaze a fim de
cendência de um par de môscas será evitar a fecundação por pólen estranho.
formada por môscas. Cabe aqui per-
Coleta-se pólen maduro da flor azul
guntar: que base material há nos por meio de um pincel e, levantando a
organismos que explica a herença bio-
gaze, poliniza-se a flor vermelha, atri-
lógica? tando o estigma ( polinizaçüo artificial).
Os caracteres transmitidos por um Quando o cruzamento é entre animais
indivíduo podem ser específicos, isto
(pássaros, insetos, etc.) isolam-se as
é, peculiares da espécie a que perten- fêmeas de raça pura e, uma vez que
ce; podem ser também raciais, ou seja atinjam a maturidade sexual, une-se-as
pertencentes a um grupo determinado
com o macho, também de raça pura.
dentro da mesma espécie, e, finalmen-
Quando nâo há ato sexual. como nas
te, podem ser individuais, ou seja, pró-
abelhas, efetua-se uma inseminação
prios de um determinado indivíduo.
artificial, introduzindo-se os esperma-
No século XIX, Gregorio Mendel rea-
tozóides nas vias genitais da fêmea com
lizou cruzamentos entre indivíduos per-
tencentes à mesma espécie, fixando-se micropipeta.
Diversos pesquizadores, trabalhando
na transmissão hereditária de uns pou- com a hibridação e fixando-se em uns
Segundo geração, f 2 O aparecimento de moscas com asas vesti -
cos caracteres ractats, simplificação is, transmissíveis aos descedentes cons·
poucos caracteres, lançaram-se ao es- mutação. · '
esta que lhe permitiu ver com cla- A 1• H•Ç o 6 pura para cor do pelagem.
tudo dos problemas de herança bioló-
reza os fenômenos hereditários.
gica, construindo dest'arte a Genética,
Raça pura e raça híbrida. - Quando importantíssimo ramo da Biologia. A
cruzamos entre si cobaias de pelagem partir do norte-americano Th. H. Mor-
negra, vemos que os filhos têm todos gan, os resultados foram espetaculares.
pelagem negra, e que êstes, cruzados Aquêle cientista realizou experiências
também entre si, dão origem ainda a com a môsca Drosophila melanogaster,
cobaias de pêlo negro: as primeiras material de fácil obtenção, pois podem
cobaias cruzadas constituem uma raça ser criadas em pequenos frascos e se
pura para o carácter côr da pelagem. alimentam de substâncias variadas (ma-
Evito -se o fec und a ção talh a ndo os est o me s
Diz-se que dois indivíduos são de raça çãs, plátanos, etc.). É, ao mesmo tem-
pura quando, sendo da mesma espécie, po, excelente material, já que tem gran-
apresentam, uma vez cruzados entre de poder de reprodução, conseguindo-
si, descendência uniforme para um ou se uma geração de 12 em 12 dias, tra-
vários caracteres. O par tomado como balhando-se na temperatura de 20 graus
ponto de partida das experiências cons- Celsius.
titue a geração paterna (P) que dá ori- Monohibridismo.- O cruzamento de
gem à primeira geração filha (F,). Os dois indivíduos que diferem entre si
netos representam a segurida geração apenas por um carácter (comprimentos
filha (F,). Raça híbrida é aquela na de asas, côr da semente, etc.) constitue
qual a descendência não é uniforme. o monohibridismo. O carácter é repre-
Mutações.- Às vêzes, na descendên· sentado por duas potencialidades opos-
cia de indivíduos de raça pura, apa- tas, de tal modo que cada indivíduo de
recem indivíduos com qualquer carác- raça pura não possue mais do que
ter d iferente que. por sua vez, é trans- uma potencialidade.
•· M o nd I (1 8 22 • 1884), pioneiro dos estudos
•llho • loo ra nço bio lóg ica. Modo de efectuar a polinização
artificial .
dlttaJ de BIOLOGIA ·sene
Leis de Mendel por sua vez, da fusão dos gametos),
terão consequentemente o par Aa, com
l'OH A. DE HARO VERA CATEDRA.TICO DA FACULDADE DE CltNCIAS DE SALAMANCA
HERANÇA BIOLÓGICA
L Num.2
Consideram-se dois casos no mono- um gen para o carácter dominante e
hibridismo: os dois híbridos exibem o o outro para o carácter recessivo.
carácter de um dos pais, ou carácter Tôda geração F, terá, pois, o mesmo LEIS DE MENDEL
dominante (o carácter que não se ma- genótipo Aa. Os híbridos (F,) têm por-
nifesta é o recessivo), ou então os dois
têm aspecto intermediário entre os
pais, devido a equipotência dos carac-
tanto as duas potencialidades (liso e
enrugado), mas, em virtude da domi-
nância do liso, apenas esta se realiza.
rI
teres; no primeiro caso a herença é
alternativa, e no segundo, interme-
diária.
Daí o fenótipo liso dos integrantes des-
ta F, ainda que portadores da poten-
cialidade enrugada (pelo gen a).
I
Monohibridismo com dominância.-
Cruzemos, como fêz Mendel, duas ra- Composição da F,.- Quando cruza-
çãs de ervilhas ( Pisum sativum); uma mos entre si ervilhas da geração F,
com sementes lisas e outra com se- obtemos uma descendência F,, que nâo
mentes enrugadas: a geração híbrida é homogênea, porque compõem-se de
resultante, F,, têm todas as sementes ervilhas lisas e enru'gadas, evidenciando
de superfície lisa, como um dos pais; o carácter híbrido dos pais. Nesta F, Mucho Fras co de cultivo f ê mea

conclue-se que o liso é o carácter do- separam-se os caracteres dos pais, um A 111111141 Uto ophllo molonogoster é muito usada, em laboratório, para estudos da herança biológica.
minante. dos quais, o enrugado, parecia haver
Quando cruzamos ervilha de flo- desaparecido. A geração F, mostra 75 %
res vermelhas com ervilha de flores de sementes lisas e 25 % de sementes
enrugadas: de cada quatro sementes,

p~
brancas, a F, têm flores vermelhas:
vermelho é o carácter dominante, en- uma é enrugada e três são lisas. Quando
quanto branco é o carácter recessivo. plantadas, as sementes enrugadas produ-
zem plantas tôdas com sementes en-
Monohibridismo intermediário. - Ao rugadas (raça pura). Nas sementes Óv ulos ®
cruzarmos maravilha ( Mirabilis jalapa) lisas, de cada três, uma dá sempre se-
mentes lisas (raça pura), enquanto as \
de flores brancas com outra de flores Hlbrldos iguais
vermelhas, obtemos, em F,, maravilhas duas restantes originam na geração
de flores róseas, côr intermediária en- seguinte (F,), 75% de sementes lisas
tre as dos progenitores. e 25 % de enrugadas, evidenciando o
carácter de hibridismo . Em resumo, a
Primeira lei de Mendel.- Dos fatos geração F, é formada por três cate-
que acabamos de expor deduz-se a gorias de ervilhas: 1/4 lisas e puras,
primeira lei de Mendel, ou lei da uni- metade lisas híbridas e 1/4 enrugadas
formidade da primeira geração filha: puras. No caso da maravilha, os hí-
«quando cruzamos dois indivíduos de bridos são indistintos pela côr rósea. Descendência no monohibridis-

..
Cromossomos e gens no mono-
raça pura, os híbridos resultantes são A F, de ervilhas compõe-se de dois hibridismo. mo intermediário.
todos iguais entre si>>. fenótipos (liso e enrugado) e de três Gametas do mocho
Esta lei é perfeitamente compreen- genótipos (AA, Aa e aa); na mara- I~''''\~; 9 d'
~
~~ ~
dida à luz da teoria cromossômica da vilha (herença intermediária) a F, é " ?,._ .• Raça s p uro s
herança Se um progenitor tem a su- composta por três fenótipos (branco, /
perfície das sementes lisa é porque pos- rosa e vermelho) e por três genóti-
º
-
sue um par de cromossomas homólo- pos (AA, Aa e aa). Na herença com
1 ~ ~~~~ ~~~~ ~~~~ ~~~~
gos, portadores dos gens para o carác- dominância o genótipo AA têm a mes-
ter liso. Na formação dos gametos, por
meiose, separam-se os elementos do
ma expressão fenótipica que Aa. Os
indivíduos que têm gens idênticos com ,, Ge roçõo
unifor me
par homólogo, e assim cada célula se-
@ ~~~~ D~~~ ~~~~ ~~~~
vistas a um carácter são denominados

...
/\
xual resultante têm apenas um cro- homozigotos ( AA-aa) e os que têm gens
mossoma do par; portanto o gen opostos ( Aa) são chamados heterozi-

.. ..
dominante, que podemos chamar de A gotos. Homozigoto equivale à raça pura,

® nD~~ ·~~as . ~~~~ ~~~B


(maiúsculo, por indicar dominância). e heterozigoto, à híbrido. Nos primei-
No indivíduo de sementes enrugadas ros, o fenótipo é a expressão do genó- ()}
formar-se-ão gametos também iguais e tipo.
portadores do gen recessivo a, determi-
~
~ ~~~~ ~~B~ ~~8§ ~~ ô§
nante do carácter enrugado. Os hí- Segunda lei de Mendel.- A segunda
bridos, originado~ do zigoro (n·su lt ante. lei de Mendel, ou da disjunção dos
ftl> . . G:< o o 8b a a b b

l'rnpnr1< o fonotlpica do F2 no dihibridismot 9: Gens da F2 no dihibridismo.


l o I r I.
dlliaJde BIOLOGIA Sene

caracteres, é formulada pelo estudo da mossômica da herança, apoiada por


I '0R A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADF ~., CIÊNCIAS DE SALAMANCA
HERANÇA BIOLOG _
L Num.J
compos1çao da segunda geração fi- Morgan e sua escola, afirma que os
lha {F,). Nos indivíduos desta geração caracteres si:io transmitidos pelos cro-
separam-se os caracteres dos avós. mossomas. Essa teoria é plenamente HERANÇA DO SEXO E «VINCULAGEM» OU «LINKAGE»
tõste fato pressupõe a pureza dos ga- ratificada pelo estudo da herança do
metas produzidos pelos híbridos, que sexo.
são portadores de uma potencialidade,
lisa ou então enrugada. Compreende- A Drosophila apresenta dois pares de
remos melhor se tivermos em conta cromossomas em forma de U, sendo
que os gametos resultam de meiose, e um par puntiforme e um em forma
portanto são portadores apenas da de bastão. As células dos machos di-
metade dos cromossomas das células ferenciam-se das da fêmea pelo fàto
somáticas; consequentemente as célu- de que um dos cromossomas em bas-
las do componente Aa (híbridos) da- tão apresenta um gancho na extremi- Ovuh1a
rão gametos A e a, isto é, puros. dade: são os heterocromossomas, de-
Dihibridismo.- O cruzamento de in- signando-se Y ao· que leva o <<gan-
divíduos que diferem em dois carac- cho» e X ao outro. Assim, os machos
teres, por exemplo, o de cobaia de ( d =sinal de Marte) têm o par XY,
pêlo negro e curto com outra de pêlo enquanto que as fêmeas ( ~ signo de
oranco e longo, determina a descen- Venus) têm o XX. O sexo está
dência homogênea de acôrdo com a ligado a êstes cromossomas. Nos
primeira lei de Mendel (indivíduos fi- mamíferos, inclusive o homem, nos
lhos, de pélos negros e curtos). Portan- anfíbios e muitos peixes e insetos, as
to, negro (A) domina branco a e cur- fêmeas são também XX e os ma-
to (B) domina longo (b). Ao cruzarmos chos XY. Nas aves, répteis e borbole-
entre si as cobaias de F, obtemos a tas, o macho é XX, e a fêmea é XY.
geração F,, na qual aparecem os tipos
primitivos, negro-curto e branco-longo, Gens ligados (linkage). - Quando A h« ih m o do sex o r ealiza-se por meio de um par de cromossomos em f.orma de bastão, chama-
cruzamos Drosophilas que diferem em ttn ht lt ro romosso ma s.
como ainda tipos novos: cobaias de
pêlo negro longo e de pêlo branco e dois caracteres (dihibridismo), umas de
curto; há, pois, quatro fenótipos dis- corpo cinza e asas longas (GGLL) e Corpo ci nzo i Corpo negro,
cuos longos asas
outras de corpo negro e asas vesti-
tribuidos na seguinte proporção: 9 co-
giais ( nnvv), os primeiros fatores são . vestigiois
baias de pêlo negro e curto; 3 de pêlo '
negro e longo; 3 de pêlo branco e cur- dominantes, e os últimos, rece5sivos. I
to e 1 de pêlo branco e longo. A geração F,, como se pode prever, é
Terceira lei de MendeL - Para inter-
formada de indivíduos semelhantes:
todos têm o corpo cinza e asas lon- --- --.. -----,"';
,"
pretar a composição da F,, no dihi- gas. Cruzando âgora esta geração F, ' n a n Óvulos
bridismo, Mendel (que trabalhava com entre si, ao contrário do que estabelece
'
ervilhas lisas e amarelas, enrugadas e a terceira lei de Mendel (disjunção in-
verdes), admitiu que os caracteres he- dependente dos caracteres), a F, estará
reditários se transmitissem indepen-
dentemente uns dos outros. 1õ a ter-
somente constituída de 75 % de mos-
cas do corpo cinza e asas longas e 25 % ,,
ceira lei de Mendel. · de corpo negro e asas vestigiais: são Híbridos
Para que se produzam as· combina- as proporções do monohibridismo.
ções observadas em F, cada cobaia terá
que originar quatro tipos de gametos: O fato explica-se atentando-se em ... ... '
uns com as potencialidades AB (negro-, que os fatores cinza-longo estão con- ' ... ... ''
curto), outros com as Ab (negro lon- tidos no mesmo cromossoma; quer apermo tozóid es
' Óvulos
go), outros aB (branco curto) e ou- dizer há gens vinculados ou ligados:
tros ab (branco longo). Cada um desses cinza está ligado a longo, enquanto
tipos pode associar-se com cada um que negro está ligado a vestigial; os
t•~J

J'
dos gametos do outro progenitor, dando autores de língua inglêsa chamam lin-
um total de 16 combinações. kage a êste fenômeno, ampliação da I G • •G n b'O n

~~
terceira lei de Mendel, que supõe que II

Herança do sexo e vinculagem as potencialidades são transportadas


por cromossomas distintos, podendo
l + +l v- -
de caracteres
um cromossoma ser portador de mui-
Herança do sexo.- A teoria cro- los gens. 75 ° / o do co r po cinza e asas longos 25 °/o de corpo negro e asas vestig ia is
A p t porçõos d e f 2 sa? ~xplicadas supondo-se que os fatores cincento-longo estão no mesmo cro-
mnuomo os negro-vest1g1al noutro cromossomo homólogo; os gens estão "vinculados".
clftfaJde BIOLOGIA Série

Entrecruzamento e herança ligada meiro pertencem a espeCie humana e I'OR A. DE HARO VERA CATEDRATICO D.A. FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAL.A.MANCA L
ao sexo a grande maioria dos animais; ao se-
gundo correspondem, entre outros,
HER~NÇA BIOLÓGICA Num.4
Exceção à vinculagem de gens: o aves, répteis e lepidópteros.
entl;ecruzamento. Cruzemos uma ENTRECRU~~p~\~~l O E HERANÇA LIGADA AO SEX.O
mõsca híbrida femea (Gn Lv) de cor- Vejamos a herança ligada ao sexo asa s vestigiais
po cinza e asas longas (fenótipo) com no caso das aves, efetuando o cruza- f
um macho de raça pura recessivo mento galinha ne·gra de raça Langhan n o o·.
( nv nv). A descendência será consti- com galo de plumagem tigrina Ply- . , X
tuída de 41,5% de moscas de corpo mouth Rock.. A geração F, é composta lí
')) Corpo cinza
" .,
cinza e asas longas, 41,5% de corpo de galos e galinhas todos tigrinos; ( ) asas longos ' Ó
negro e asas vestigiais, 8,5 % de cor- na F, por outro lado, vemos 75% de

l 1 1\""'~
po negro e asas vestigiais e 8'5 % de aves tigrinas e 25 % de aves negras,
corpo negro e asas longas . A ligação
que havíamos visto entre os gens cin-
zento-longo e negro-vestigial rompeu-se
proporções típicas do monohibridismo
com o carácter tigrino dominante.
Acontece ainda que tôdas as aves ne-
'.;'/ 41 ,5 o;. 41,5 o;.
em 17% dos casos durante a forma- gras são do sexo feminino, e as tigrinas
ção dos óvulos do híbrido. Compreen- são femininas e masculinas. Para ex-
de-se êste fato supondo que no de- plicar o fato havemos de admitir que
correr da meiose tivesse ocorrido o sexo heterogamético é o feminino,
um entrecruzamento dos cromosso- sendo o galo tigrino da geração pa-
mas (crossing-over dos autores ingle- terna portador de um gen tigrino do- Explicação do entrecruzamento de
ses), do seguinte modo: durante a minante em cada cromossoma X. cromossomos ou 11
Crossing-over".
metáfase da mitose reducional os cro-
mossomas homólogos distribuem-se aos Herança mendeliana no homem. - v ' Mu lher sadia

pares e se entrecruzam, trocando al- Desde o ano de 1905, em que Farabee


ças ou segmentos entre si; conseguin- comprovou numa família marcada pela A vln ulagem dos gens pode romper-se devido ao
temente, o segmento portador do gen L braquidactilia serem as leis da herança 11
rou ing" durante a meiose. • •
pode soldar-se ao segmento portador válidas também para a espécie huma-
na, os progressos na genética humana

li
do gen n, constituindo-se C.est'arte um
nôvo cromossoma com os gens Ln. têm sido valiosíssimos. Em razão disto
Igualmente, o outro cromossoma for- conhecem-se, hoje em dia, numerosas
mado será portador dos gens Gv. anomalias e doenças hereditárias. Den-
Herança ligada ao sexo. - Posto que tre as ligadas ao sexo, está a acroma-
o sexo é determinado pelos hetero- topsia, ou cegueira para as cores. Por
cromossomas, todos os caracteres cujos ela tôdas as cores são vistas acinzen-
gens estejam neles ser·ã o automàtica- tadas; uma de suas formas é o dal- • •

~I
mente ligados ao sexo. O cromosso- tonismo, que se apresenta nos homens
ma Y é, geneticamente, quase vazio, numa frequência de 4 % e nas mulheres
e, na realidade, é um cromossoma em é muito raro (0,5 % ). O gen determinan-
fase de regressão. Ao contrário, o cro- te do daltonismo é recessivo e localiza-
mossoma X comporta grande número se no cromossoma X; em consequên- Fêmea
de gens. Assim, entende-se que a he- cia, se o homem · é portador desse gen ·• portadora • O
rança vinculada aos heterocromosso- a doença se manifesta, ao passo que
mas assume aspectos particulares , e a mulher, para ser doente, terá que
é distinta da proporcionada pelos apresentar o gen em dose dupla (combi-
demais cromossomas, ou autossomas. nação homozigótica), e deve, portanto,
Quando os caracteres são devidos a recebê-los dos dois prÕgenitores. A he-
mofilia, ou incapacidade de coagulação

I
gens do cromossoma X (e não Y), os
machos recebem de suas progenitoras do sangue, manifesta-se apenas nos ho-
o único cromossoma X; as fêmeas re- mens; a transmissão é igual a do dal-
ceberão das mães um X, e dos pais tonismo; o gen é igualmente recessivo,
o outro X (considerando-se o sexo mas- e quando presente em dose dupla (caso
culino heterozigótico ou heterogaméti- das mulheres), o ôvo não é viável. Por
co ), dois cromossomas diferentes. esta razão não há mulheres hemofíli-
Distinguem-se dois tipos de heran- cas uma vez que não chegam a nascér.
ça ligada ao sexo conforme estejam Também são doenças hereditárias a
representados os dois cromossomas X: sordomudez, a deficiência mental, a
b raquidactilia (dedos curtos), polidac- .• o
tipo Drosophila (fêmea XX) e tipo
Abraxas (fêmea XY) , como nas bor- tilia (mais de cinco dedos) e a sin-
• +
boletas (do gênero Abraxas ). Ao pri- dactilia (dedos unidos). Sadio Portador(! Hemofílico Morre
lt•H hnço llgad.a ao sexo na~ aves, nas quais 0 indiw TranSmissão da hemofilia no homem.
vftlu o h t rozogoto é o femonino.
dlttalJde BIOLOGIA Sene

ADAPTAÇõES AO MEIO gemas hibernantes, que s:io protegida~


I 'OR A. DE HARO VERA C'ATEDRATICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SALAMANCA M
Os sêres vivos estão diferenciados
por fôlhas coriáceas enquanto as nor-
mais (fô lhas) caem. Outra forma de
ADAPTAÇAO AO MEIO E ECOLOGIA Num.l
em muitos tipos de organizações. Ten- adaptação é a exibida pelas plantas
do-se em vista o estudo das formas vi- geófilas, que no decurso da estação ADAPTAÇÃO AO MEIO
vas é comum .dividi-las em grupos se- desfavorável (frio ou secura) produ- Trajeto d os
gundo as afinidades anatõmicas e fi- zem órgãos subterrâneos que ficam andorinh a s
siológicas. Os caracteres individuais são em estado de vida latente ao tempo
variados, havendo uns subordinados a em que a parte aérea morre; êstes ór-
outros . Neste princípio reside a base gãos podem ser rizomas, tubércu los e
das classificações naturais dos sêres bulbos.
vivos, cujos grupos fundamentais, cha- A vida animal desenvo lve-se bem
mados taxonômicos, e em ordem hie- em temperaturas que oscilam entre
rárquica decrescente, são os seguin- 5 graus e 35 graus Celsius, que cons-
tes: Reino, Filo ou Ramo, Classe, Or- titue a temperatura ótima. Há, a lém • nc \ult tn m nto é uma forma
d t tft • .-u do pro t oz oários
dem, Família, Gênero e Espécie. Assim disso, a temperatura máxima, e outra o nl ru u baixas te mp e raturas .
a abelha classifica-se da seguinte ma- Salamandra entumecida pelo
mínima que limitam as possibilidades frio no inverno.
neira: Reino, animal; Ramo, artrópo- de vida de um determinado anim al.
dos; Classe, insetos; Ordem, himenóp- As três temperaturas citadas consti-
teros; Família, apídeos; Gênero, Apis, e tuem os pontos críticos. Quando as
Espécie, mellifica. A espécie é a ca- temperaturas extremas são próximas da
tegoria básica e define-se, como Cu- ótima, diz-se que o animal é esteno-
vier (1769-1832): «conjunto de indiví- A migração das aves é ou -
termo. Nesse caso apenas suportam tra forma de defesa con-
duos que descendem uns dos outros pequenas variações, como as próprias tra o frio.
ou de antepassados comuns e que se do alto-mar e bosques equatoria is. Os
parecem tanto entre si como seus paiS>>. animais euritermos resistem a grand es
Cada espécie an imal ou vegetal é de- variações de temperatura pelo fato de
signada cientificamente por dois vo- terem as temperaturas extremas muito A m<Hmo ro nt ro e m hibernação no
cábu los, ambos em latim, constituindo afastadas da ótima; estas condições são fnv rn ,
a nomenclatura bilwmial ou lineana, inerentes aos climas continentais e
em homenagem ao seu criador, o na- praias, como o das águas doces, As Aves
turalista sueco Carl von Linné (1707- c os Mamíferos são homotermos, isto
1778). Ao nome específico seguem-se as é, têm temperatu:-a pràticamente cons-
iniciais do autor da mesma. As es- tante e num determinado nível. Por
pécies não são imutáveis, mas sJfrem meio dos tegumentos isolam-se térmi-
modificações que lhes permitem adap- camente do meio ambiente. Os res-
tar-se às diferentes condições ambien- tantes animais, pecilotermos, têm tem-
tais: as mutações, descobertas em 1901 peratura variável de acôrdo com o
por Hugo de Vries, são fonte constan- meio. Os Répteis e Anf ibios ficam en-
te daquelas modif icações. tumecidos na estação fria das latitudes
médias, e alguns mamíferos, como a
Fatores ambientais_ - Dentre os fa- marmota, entram em sono hiberna/
tores que agem cbntinuamente sôbre os devido ao hipofuncionamento da ti-
séres vivos há os físico-químicos, como reóide. Muitos animais evitam o frío
temperatum, água, luz, etc., e outros emigrando, como as cegonhas e as
bióticos, representados pela interferên- andorinhas. Os r'OHforos res i ste m bem à desse-
cia de diferentes organismos. co .,o ,
Adaptações à água. - Os vegetais
Adaptações à temperatura. - Os ve- terrestres experimentam adaptações es-
getais que suportam temperaturas ex- peciais às variações de umidade; os
tremas produzem sementes e esporos, que vivem em lugares em que a água
que são órgãos desidratados capazes de é abundante (alagadiços, pântanos, etc.)
resistir a temperaturas de 65 graus são dotados de fô lhas grandes, nas
Celsius e -70 graus Celsius. A parte quais há numerosos estômatos (plantas
vegetativa adapta-se, às vêzes, às bai- higrófilas) . As xerófilas, que habitam
xas temperaturas, crescendo pouco e lugares secos, adaptam-se de mo lde a
formando tapetes no solo, o que lhe evitar a transpiração (eliminação de
permite aproveitar a maior tempera- vapor d'agua) através de fôlhas coriá-
tura do mesmo. Ocorrem, ainda. as ceas, duras e com número reduzido de

O s tub é rculos, orgãos subterrãneos, Conforme a composição da fauna , disti nguem- se cinco
suportam o f r io, e nquanto os órgãos regiões zoogeográficas.
a é r e os mo rre m .
cllttaJ~ BIOLOGIA Serie

estômatos (como na alfarrobeira, loen- iguais (como nos corais e madréporas) POR A. DE HAROVERA CATEDRATICO DA. FACULDADE DE CWCIA.S DE SA.LA.MA.NCA M
dro, oliveira e loureiro). As vêzes esses ou então cada qual ter a seu encargo
estômatos mergulham em criptas es- uma atividade fisiológica diferente, uma
ADAPTAÇAO AO MEIO E ECOLOGIA Num 2
tomatíferas, como na espirradeira. Na· divisão de trabalho que implica em
oliveira e louro observam-se aquelas diversificação morfológica. Exemplo in-
ASSOCIAÇÕES DE SÊRES VIVOS
adaptações, e na gramínea Stipa ca- teressantíssimo é o que nos propor-
pillata, própria das dunas, observa-se cionam os sifonóforos, celentéreos pe-
enrolamento do limbo; os estômatos lágicos, cujos indivíduos são tão espe-
situam-se apenas na região dos feixes. cializados e de tão estreitas relações
A redução do limbo é outra manifesta- fisiológicas entre si que a colônia aca-
ção de xerofilia, com se constata no ba funcionando como um único indi-
tomilho, alecrim e pinheiro; há casos víduo.
inclusive em que as fôlhas desapare- Outra modalidade de associação é a
cem, como na gilbardeira, sendo nesta sexual, na qual os componentes têm
emergência os ramos e caules res- finalidades de proci:iação; na assexual,
ponsáveis pelas funções daqueles, para ou assexuada, em contraposição, os in-
o que achatam-se e carregam-se de clo- divíduos agrupam-se para fins diversos,
rofila, e são denominados cladódios. excluindo o de procriação e cria da
As vêzes, e sobretudo nas zonas desér- prole. Há diversos tipos dessa associa-
ticas, as raízes ganham incremento ou ção, sendo o gregarismo o mais notável,
exibem um parênquima aquífero muito já que os animais que o integram,
desenvolvido, destinado à reserva de todos da mesma espécie, exercem fun-
água. São as plantas chamadas sucu- ções de nutrição e defesa. Não atin-
lentas, ou carnosas, como o cactus e a gem um grau elevado de organização
<<chumbera>>. na atividade geral; tal é o caso dos
Muitos animais inferiores enquis- cardumes (sardinhas e outros peixes).
tam-se em face da sêca. O caso dos Nos herbívoros, o rebanho esboça ja
peixes Dipnoicos é curioso. f:stes pei- um comêço de subordinação a um
xes vivem em rios sujeitos a sêca, e As " te rmitasll ou 0 cupins" constituem uma asso-
ou mais machos de maior experiên- ciação com el e vado grau de organ ização.
por ocasião da estiagem escondem-se cia. Nas associações estatais existe
no lôdo, que escavam, e passam a elevado grau de organização, bem como
respirar o ar atmosférico através da divisão de trabalho, o que conduz ao
bexiga natatória que funciona como surgimento das castas, morfo-fisiolà-
pulmão: é o sono estiva!. gicamente distintas; estas associações
Adaptações à luz.- As adaptações à formam os estados ou sociedades, ex-
luz diferenciam, nos vegetais, dois ti· clusivos de abelhas, vespas, formigas
pos de fôlhas, conforme a planta seja e cupins.
de luz ou de sombra. A própria si- Nas assoçiações interespecíficas, de
metria dorsiventral é uma das adap- gradação variada, contam-se em ordem
tações à luz. crescente: o comensalismo, o inquili-
Nos animais, de modo geral, há nismo, a simbiose e o parasitismo. No
maior pigmentação na face dorsal do comensalismo, o indivdíduo vive sôbre
corpo, esposta à luz, enquanto que nos o hóspede ou no seu interior, alimen-
cavernícolas não há pigmentação, ao tando-se dos restos de alimentos, como
mesmo tempo em que são cegos, na no caso das bactérias das f~zes intes-
maioria das vêzes. tinais. No inquilinismo, o indivíduo
busca guarida ou proteção, como o
ASSOCIAÇõES BIOLóGICAS peixe-agulha, Fierasfer acus, que, ao
presentir perigo, aloja-se dentro de ho-
Os sêres vivos não estão isolados lotúrias, e determinados caranguejos,
mas, pelo contrário, mantem relações que se refugiam nos mexilhões. A sim-
de natureza diversa entre os da mes- biose consiste na associação de dois
ma espécie (associações interespecífi- indivíduos com benefício mútuo, como
cas). Nas primeiras inclue-se a colô- nos líquens (associação entre algas ver-
nia, forma primária constituída pela des e cogumelos), em que a alga sinte-
união de ind ivíduos que nasceram de tiza materia orgânica que, em parte,
um primitivo por gemiparidade. Os in- cede ao cogumelo, enquanto êste pro-
tegrantes da corônia podem ser todo porciona à alga umidade e sais. A união

lltt'tll!il at.htt rocha sêca e ensolarada; é uma Simbiose de caranguejo ermitão com anêmo-
ll'•t•lu• d11 grande eficácia. na s do mor.
ciJ1:ilMde BIOLOGIA Ser1e

é tão eficiente que cada um dos inte- vive no fígado, retirando o alimento POR A. DE HARO VERA CATEDR.ATICO D.A. FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAL.A.MAJCA M
grantes isoladamente só poderia viver
em solos úmidos e sombrios, ao passo
por uma ventosa bucal. A primeira ge-
ração, que é hermafrodita, tem auto-
ADAPTAÇAO AO . MEIO E ECOLOGIA Num.3
que o líquen pode viver sôbre rochas fecundação, saindo os ovos através da
escarpadas, sêcas e ensolaradas. As sim- biles e das fezes; ao chegarem à água PARASITISMO
bioses digestivas constituem uma va- desenvolvem-se em larvas ou mirací-
riedade de grande interêsse, e é reali- dios, revestidas de cílios. Dirigem-se
zada entre animais herbívoros e certas estas larvas em busca do caramujo de
bactérias e protozoários; os mamífe- água doce Limnae, onde, na <<Cavidade
ros herbívoros são incapazes de di- pulmonar>>, transformam-se numa se-
gerir a celulose; as bactérias por outro gunda geração, o esporocisto, que não
lado, digerem-na. A simbiose entre os tem tubo digestivo. Ao atingir a ma-
dois determina a diferenciação de turação, o esporocisto produz, por par-
autênticas câmaras de fermentação no tenogênese, a terceira geração, consti-
tubo digestivo do herbívoro e permite tuída por indivíduos denominados ré-
ao mamífero a transformação daquele dias, com tubo digestivo fechado. Ao
polissacarídeo em ácidos graxos . sairem do esporocisto, as rédias diri-
gem-se ao fígado do molusco, onde, ain-
Parasitismo_ - A associação de duas da por partenogênese, formam larvas
espécies, em que uma (parasito) obtem cercárias, de organização semelhante a
alimentos da outra, com prejuízo desta do adulto e com uma espécie de cauda
(hóspede), constitue o parasitismo. As de que se servem para deixar a limnea
vêzes o parasito nutre-se de tecidos, e nadar até as margens do rio, lago,
sangue, seiva, etc., do hospedeiro. Con- etcétera, local em que se fixam e se
forme se depreende, há, nessa associa- enquistam, perdendo a cauda, e onde
çãú, uma parte beneficiada e outra, também aguardam o gado que, no A erva de passarip
como dissemos, prejudicada. A vida pasto, comerá as ervas e com elas nho tem clorofila-
parasitária têm grande influência na as cercanas. É pois, um parasito
organização dos sêres; a abundância com dois hospedeiros. A tênia ou solitá- Minúcias dos haustórios
de alimentos acarreta a atrofia dos sê- ria (Taenia solium) é um platelminto que se apoderam da sei-
A "cusculo" é planta parasita e sem folhas. va bruta.
res parasitos, e inclusive desaparecem segmentado que vive no tubo digestivo Proglótide
órgãos locomotores, por desnecessários , humano. Na extremidade anterior do
bem como os dos sentidos, pela mesma corpo há uma dilatação muito peque- Intestino
humano
razão; desse modo, a maior parte dos na, à guiza de cabeça, o escólex, com
parasitos internos, como as tênias, são quatro ventosas e uma coroa de gan-
cegos. chos. O escólex dá origem a segmen-
Nos vegetais, o parasitismo esta- tos ou prog/ótides, em número de 600,
belece-se em todos os graus: muito di-
fundido nas plantas inferiores (bacté-
rias e cogumelos patogênicos), nas fa-
nerógamas é, todavia, escasso; a erva
de passarinho, que vive sôbre árvores e
que dão um comprimento total de
cêrca de 3 m . O proglótide é hermafro-
dita. A tênia não têm tubo digestivo,
absorvendo o quilo intestinal humano
através da pele, e, como é anaeróbia,
I
é clorofilada (côr verde), é semipara- utiliza apenas uma pequena parte do
sita em virtude de ser apenas capaz que absorve. Têm autofecundação, e
de absorver a seiva bruta (realiza fo- os proglótides (chamados pivides) , con-
tossíntese). Retira-a utilizando órgãos tendo cada um 50.000 ovos, são elimi-
sugadores, chamados haustórios, que nados com as fezes humanas. Em cada
penetram nos vasos condutores (vasos ôvo há um embrião que pode ficar
lenhosos) do hospedeiro. em vida latente até que o porco o en-
Dentre os animais, conhecemos ver- gula. Êste embrião desenvolve-se en-
mes parasitos da espécie humana, como tão na larva ou oncosfera, que, atra-
\
1 ""',, ,
a Fascio!a hepática, que com mais fre- vessando as paredes do estômago, cai Ovos

-
quência vive nas vias biliares de cor- na corrente circulatória e chega aos
deiros e vacas . É hermafrodita e têm músculos . Aí a larva progride em cis-
um ciclo biológico dos mais curiosos do ticerco (escólex invaginado). Quando o
reino animal, já que é constituido por homem come uma carne infestada, o O ncosfera
três gerações inteiramente diferent es . cisticerco transforma-se no escólex,
Pertence ao grupo dos Plat elmint os , origem de nova tênia.

lei o blologico da Fosciolo hepático. Ciclo biológico da Toenio solium.


~&BIOLOGIA Série

BlóTOPOS E BIOCENOSES biótopos concretos, caracterizados por POR A. DE HARO VERA CATEDRATICO DA FACULDADE DE Crf:NCI.A.S DE SALJ\MANCA M
condições particulares que determi- ADAPTAÇAO AO MEIO E ECOLOGIA
As condições ambientais apresen- nam adaptações específicas . Conforme
tam-se de mane ira determi nada e em esses biótopos, os animais serão: ter- BIÓTOPOS E BIOCENOSES
local definido, compondo o q ue de- rícolas, que vivem no solo, com desen-
nominamos biótopo ou ambiente bio- volvimento das patas para o salto
lógico. Exemplo: a zona litorânea ca- (canguru) ou para a corrida (cavalo);
racteriza-se pelo constante bater das aquícolas, que habitam as margens das
vagas, pela intensa luminosidade e por águas: as aves são dotadas de mem-
grandes oscilações térmicas. branas interdigitais para nadar (patos)
Tipos de biótopos.- Consideram-se, ou, então, membros alongados que per-
geralmente, dois grandes biótopos: o mitem caminhar sôbre o fundo (ce-
aquático e o terrestre; no primeiro dis- gonhas e flamengos). Os mamíferos
tinguem-se o ambiente marinho e as aquícolas, como o castor, têm pelagem
águas continentais; no segundo, dis- densa. Os animais aerícolas passam
tingue-se o ambiente da superfície grande parte da vida no ar, como os
terrestre, ou epigeu, e o subterrâneo, insetos, aves e morcegos, razão por
ou hipógeo. :e.stes biótopos condicio- que são dotados de asas. Os animais
nam formas de vida: os habitantes do hipógeos têm vida subterrânea e ca-
biótopo aquático possuem respiração racterizam-se por apresentar morfo-
cutânea ou branquial típicas e têm fe- logia adequada à penetração na terra
cundação externa; os do biótopo ter- -patas anteriores em pá (toupeira) e
restre respiram por traquéias ou pul- corpo alongado vermiforme.
mões e têm fecundação interna. Na flora terrestre, as condições am-
Conhecem-se três regiões biológicas bientais determinam três tipos básicos
nos oceanos: a região litoral, a região de conjuntos vegetais: o bosque, a
pelágica e a região abissal. mata (ou capoeira), de plantas lenhosas
A região litoral está sujeita ao con- e o campo, principalmente de gramíneas.
tínuo embate das ondas; em razão de Biocenose. - Os sêres vivos de um
que os organismos que nela vivem ne- determinado biótopo estão intimamen-
cessitam de fortes carapaças de pro- te relacionados entre si: há, por exem-
teção (ouriços e estrêlas do mar; mo- plo, interdependência nos habitantes de
luscos e crustáceos); outros aderem à uma lagoa, de tai sorte que os vege-
rocha, como as actínias e os cefaló- tais servem de alimento aos animais
podos; um terceiro grupo vive dentro de herbívoros (moluscos, peixes, insetos),
tubos autofabricados, como os vermes. e êstes, por sua vez, alimentam os ani-
mais carnívoros (rãs, serpente). Os car-
A região pelágica é tranquila e cor- nívoros, através de excrementos ou do
responde à zona de alto mar; os or- próprio corpo, após á morte, devolvem
ganismos próprios desta zona têm es- à lagoa todo o patrimônio mineral sub-
queleto pouco desenvolvido e órgãos traído aos vegetais, de modo que por
de flutuação. êstes últ imos reenceta-se o ciclo. Há
A região abissa1 é a das grandes um trânsito contínuo da matéria mi-
profundidades, caracterizada pela au- neral dos sêres autótrofos aos hete-
sência de luz, baixa temperatura e rótrofos, e vice-versa. Denomina-se
grande tranquilidade; os seus habi- biocenose ao conjunto de organismos
tantes, em consequência, alimentam-se interdependentes próprios de um de-
dos restos de vegetais e animais da terminado biótopo.
superfície das águas. B iogeografia.- As espec1es distri-
No ambiente terrestre os organis- buem-se em regiões def inidas, fora das
mos dispõem de organização apropria- quais não serão encontradas. Estas
da de modo que se possam defender áreas de dispersão podem ser mais ou
da secura, ao mesmo tempo em que menos extensas. Conforme a composi-
apresentam formações esqueléticas que ção faunística, dist ingu imos cinco re-
lhes dão certa rigide<;. As plantas têm giões terrestres (vide estampa L/1): ín-
raízes que as fixam ao solo; os ani- dica, etiópica, neotrópica, holártica No Oq ull lbrío b i6ce n6tico, a quantidade de material qu e pa ssa ao estado or!;Jânico por fotossíntese
mais têm órgãos locomotores que su- (com duas sub-regiões, paleártica e 11 o mesma qu e re torno à lagoa por d e composição 1dos organismos; a energra que 'desencadeio êst~.
c 1 lo proced e do sol.
portam e deslocam o corpo. neártica) e australiana, que está sepa-
O meio terrestre compreende outros rada da índica pela linh a de Wall ace.
íNDICE DE ASSUNTOS lNDICE DAS SÉRIES

OBJETO E M~TODOS DA BIOLO- Hipófise ou corpo pituitário, para- F/3.- Nutrição dos organismos.
GIA . . . . . . A/ 1 tireóides, timo e epífise F/4
Elementos biogenéticos ESTUDO DA FOTOSSíNTESE . q111mica da ma- F/4.-
F/5.- )} ))
COMPOSIÇÃO QUíMICA DOS SE- CICLOS DO C, N, S, P F/5
RES VIVOS . . . . . A/ 2 química da ma- F/6.- ))
APARELHO DIGESTIVO F/ 6
Princípios imediatos. Importância Vacúolos, cavidade e tubos diges- F/7.-
da água e dos sais minerais. tivos. Aparelho digestivo humano. >> F/8.-
Combinações do carbono quunica da ma- ))

Glucídios: Mono e dissacarídeos. DIGESTÃO DOS ALIMENTOS :F/7 F/9.- ,,


Polissacarídeos ou poliholósides. A/3 Mastigação e insalivação Diges-
Polissacarídeos heterócides A/4 tão gástrica e, intestinal. Plantas química da ma-
carnívoras » SÉRIE G
Lipídios e lipoides. Protídios: Ami-
noácidos, proteínas . . . . . . LíQUIDOS CIRCULANTES F/8 I\ / qu ímica da ma- G/ 1.- Resp iração e metabolismo.
Protaminas, histonas, escleropro- Formação dos glóbulos sanguíneos.
teínds, albuminas, proteidios e Plasma e linfa. Coagulação e an- G/ 2.-
ácidos nucleicos. Estrutura mo- ticorpos do sangue
lecular e duplicação do ADN . A/ 5 Grupos sanguíneos e circulação. :F/9 I IUI\ 11 SÉRIE H
FENôMENOS OCASIONADOS PE- ()RGÃOS DA RESPIRAÇÃO . G/ 1 1111 l'wpr il'dad •s [ísicas do pro-
LAS Mt<:MBRANAS B/1 Respiração nos animais. Aparelho lopla ., ma . H / 1.- Excitabilidade da matéria
Soluções. Diálise. Cristalóides e respiratocio humano ))
viva.
colóides. Osmose. Soes e géis. METABOLISMO . G/ 2 I IIIE ( '
A C~LULA . . . . . . . .. . C/ 1 M e tabolismo dos glucídios. Síntese SÉRIE I
Morfologia·. Núcleo. Citoplasma e do ATP . Oxidação da glicose. I II Mo r I o l o~e i a c es trutura da cé-
Metabolismo de lipídios e pro- llll.r
elementos figurados. Paraplasma. »
tídios ))
I/ I.- Funções de reprodução.
ESTRUTURA DOS ELEMENTOS FI- FUNÇõES DE RELAÇÃO . H/1
I I' Mwl o l o~e i a c es t rutura da cé- Ia.- ,
GURADOS . C/2 Movimentos de órgãos vegetais. lttl a .
Condrioma. Plastos. Aparelho de I/3. - ,
Golgi. Retículo endoplásmico e
Deslocamentos de organismos I II Mml o l o~e i a c estru tu ra da cé-
unicelulares ltd ir.
ribossomas. Centrossoma » SÉRIE J
REPRODUÇÃO ASSEXUADA . I/1 I /•I M o tl o l o~ot ia c es t r utu ra da cé-
CROMOSSOMAS E MEMBRANAS . C/3 Multiplicação vegetativa das plan-
Estrutura de um cromossoma. Gens tas. Multiplicação dos Metazoá- llll,r. J / 1.- Desenvolvimento dos a nima is
e «PUffs». Núcleo das bactérias. rios. Reprodução por gemipari- e vegeta is.
Membranas nuclear e plasmática. dade, cissiparidade e esporula- tUII i )) J / 2. - Desenvolvimento dos
DIVISÃO CELULAR . . . . . . . C/ 4 ção
ll / 1. llalll'l'i <ls e virus. e vegetais.
Divisão do núcleo por mitos-=: pró- REPRODUÇÃO SEXUADA I/ 2
fase , metáfase, anáfase e teló- Tipos. Morfologia dos gametos. P/ . ,
fase . Amitose. Divisão plasmáti- órgãos sexuais e sexo. Gameto- SÉRIE L
ca. Causas da divisão celular. gênese . . . . . . . StlUE E
Meiose . Haplontes e diplontes. Fe- L/ I.- Herança biológica .
CUL'l'URA E FORMA DAS BAC- cundação. Partenogênese I/3 I II Agrup a mentos celulares e te-
T~RIAS D/ 1 L/ 2.-
DESENVOLVIMENTO EMBRIONA- dd os. L/ 3. -
VIRUS D/ 2 RIO E POS-EMBRIONARIO J/1 1\/ A g rup <~ m c nt o celulares e te- L/ 4.-
Formação da mórula, da blástula ri dos.
-SINCíCIOS E COLóNIAS . E/ 1 e dos folhetos embrionários
Plasmódios e sincícios. Colônias Desenvolvimento pós-embrionário. )) I\/ I. A ~e rupam e nto s celulares e te-
celulares. Indivíduos pluricelula- SÉRIE M
Embrião dos vegetais. Metamorfo- r idos.
res. Tecidos » se. ôvo e anexos nos vertebrados. J/2 1\14 /\ ~e rup a m c nt os celula res e te- M/1...!.... Adaptação ao meio e eco-
TECIDOS VEGETAIS . . . . . . . E/2 GEN~TICA . L/1 r idos. logia.
Meristemas. Tecidos parenquimáti- Raça pura e híbrida. Mutações.
cos, epidérmico, suberoso, con- Mendelismo. Monohibridismo . )) I ·/~. Agrupamentos celulares e te- M/ 2. -Adaptação ao meio e eco-
dutores e de sustentação . » LEIS DE MENDEL L/ 2 c idos. logia.
MúSCULO ESTRIADO, R~DE NER- Monohibridismo com e sem domi- M/ 3.- Adaptação ao meio e eco-
VOSA, SANGUE . ID/ 3 nância. Primeira lei de Mendel. I~ IHE I~
Composição da F , logia .
MúSCULOS E NERVOS. O NEU - Segunda lei de Mendel 1•/ 1 Nutrição d os orga nismos. M/ 4.- Adaptação ao meio e eco-
RóNIO . E/ 4 Dihibrid1smo. Terceira lei de 1•/ »
Mendel . .. L/3 logia .
TECIDOS EPITELIAL E CONJU N-
TIVO . E/ 5 HERANÇA DO SEXO E VINCULA-
Tecidos adiposo, cartilaginoso e GEM DE CARACTERES ))

ósseo » Gens ligados (linkage) ))

Ji;NZIMAS E PROPRIEDADES . . . F / 1 ENTRECRUZAMENTO E HERANÇA


Constituição dos enzimas e classi- LIGADA AO SEXO . . . ,. L/4 que ilustram esta obra foram executados por: D. Juan Maria
ficação » Herança mendelian8 no homem. » f, .u lâminas C/4, I/2, L/2 e L/3. Srta. Montscrrat F abra Her-
VITAMINAS E PROPRIEDADES F/2
ADAPTAÇõES AO MEIO à. M/1 as L/2, F/I, F/4, F/5 e M/3. D. Carlos Gutiérrez Marín: Jami-
F a tores ambientais . Adaptações L 4, F /6, I/1, I/3 e L/4. D. Santiago Prevosti Pelegrín: A/2, A/3,
Vitaminas hidrossolúveis : c omple- temperatura e à água ))
xo B e vitamina C . C 1, C/2, D/1, E/1 E/5, F/2, F/3, F/8, F/9, G/1, G/2, I/l, J/1,
Vitaminas lipossolúveis: vit amin as A SSO CIAÇõES BIOLóGICAS M/2
A, D, E e K P arasitismo . M/3 l /4. D. José María Thomas-Doménech: lâmina A/L
BIOTOPOS E BIOCENOSES M/4 ridas de S.E.F. (Torino ).
GLANDULAS ENDóCRINAS . F/ 3
Pâncreas, supra-renais, tlreólde Tipos d e biótopos. Biocenose ))

gônadas B iogeo gtr afia ))

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