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PRÉ-HOSPITALAR
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Assunto:
Avaliação da Vítima
(Manual Operacional de Bombeiros Resgate Pré-Hospitalar e Manual do Curso de Capacitação e Socorro Pré-Hospitalar Militar - CCSPHM-IFISAL)
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Objetivo
- Definir Avaliação Primária e Secundária;
- Diferenciar a Avaliação Primária da Avaliação
Secundária;
- Aplicar corretamente a Avaliação Primária ; e
- Saber quando e como aplicar a Avaliação
Secundária.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Introdução;
Desenvolvimento;
- Avaliação Primária;
D (Danger): Avaliação do Cenário;
R (Responsive): Responsividade;
X (Exsanguinação): Contenção de hemorragias;
A (Airways): desobstrução de vias aéreas com controle de coluna cervical;
B (Breathing): Respiração;
C (Circulation): Circulação.
- Avaliação Secundária;
D (Disability): Estado Neurológico (Subjetiva e Objetiva);
E (Exposure): Exposição da vítima.
- Reavaliação e Monitoração.
Conclusão.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Introdução
Em 1976, ao sofrer um acidente com sua família,
o cirurgião ortopédico Jim Styner pôde perceber as
fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de
vítimas de traumas. Depois dessa experiência, o
médico desenvolveu o protocolo ABCDE do
trauma*, que passou a ser empregado em diversas
regiões do mundo a partir de 1978, sendo ministrado
neste ano o primeiro curso sobre o tema.
ABCDE do trauma* - Protocolo atualizado para XABCDE, conforme 9ª edição do PHTLS.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Os acidentes elétricos
Antes de iniciar o atendimento à vítima a
fonte elétrica deverá ser desligada para que
o socorrista possa prestar socorro sem se expor,
assim não correrá o risco de se tornar uma
segunda vítima;
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Os acidentes automobilísticos
Estes deverão ser sinalizados para evitar novos
acidentes e minimizar os riscos de exposição de
quem está prestando atendimento, assim como os
das próprias vítimas.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Avaliação Primária
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A Avaliação Primária é o exame sucinto e
sistematizado da vítima, que permite detectar
situações que ameaçam a vida. Essas situações são
detectadas através da verificação de alguns
parâmetros, avaliados num período de 15 a 30
segundos, obedecendo a uma sequencia de
prioridades.
A frase “DR XABCDE”, resume, em inglês, a
Avaliação Inicial (ou primária), de modo geral.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
D Danger PERIGOS
R Responsive RESPONSIVIDADE
X Exsanguinação HEMORRAGIAS
A Airways VIAS AÉREAS
B Breathing RESPIRAÇÃO
C Circulation CIRCULAÇÃO
D Disability DEFICITS
E Exposition EXPOSIÇÃO.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
O “D” (danger), representa perigo, ou seja, o
socorrista deve lembrar-se dos 3 itens de segurança:
pessoal, cena e situação;
O “R” (responsive), a responsividade (nível de
consciência) deve ser avaliada;
O “X” (Exsanguinação), diz respeito ao controle de
grandes hemorragias;
O “A” (airway), refere-se às vias aéreas que deverão
estar pérvias (livres) e à imobilização da coluna cervical;
O “B” (breathing), relaciona-se com a respiração e
ventilação;
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
O “C” (circulation) trata da circulação sanguínea;
O “D” (disability) à avaliação neurológica simplificada
(AVDI + pupilas) e;
O “E” (exposition) à exposição da vítima (retirando-
se as vestes.
Assim, é importante que todas as etapas sejam
executadas nesta sequência, sem atropelamentos ou
omissões.
A seguir, a avaliação da vítima será explicada
passo-a-passo.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
D (Danger)
(Neutralização de riscos evidentes e não evidenciados)
Olhe o local do evento tentando identificar
quais perigos ainda estão latentes e quais lesões
poderão ser detectadas na vítima. A descrição do
acidente ou mal súbito poderá ser feita pela
própria vítima (se consciente) ou por pessoa que
tenha presenciado o ocorrido; sendo assim,
questione testemunhas.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
R (Responsive)
(Nível de consciência da vítima através da fala)
O nível de consciência deverá ser avaliado
chamando a vítima ou dando-lhe um comando
vigoroso, em voz alta, por três vezes, tocando-a
pelos ombros com cuidado:
“Ei, você está bem?”;
“O que aconteceu?” ou
“Abra seus olhos!”.
Se a vítima responder significa que a respiração
e a circulação estão presentes.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Essas perguntas visam avaliar, de maneira
rápida e sucinta, o estado respiratório,
circulatório e neurológico da vítima, por meio
das respostas emanadas. Respostas coerentes
mostram que a mesma está orientada e
respirando, que o sistema circulatório e
neurológico estão preservados até o presente
momento, porém não se pode afirmar que
problemas futuros não poderão ocorrer.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
X (Exsanguinação)
(Contenção de hemorragia externa grave)
A abordagem a esta, deve ser antes mesmo do
manejo das vias aérea uma vez que,
epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias
aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto
período de tempo, o que mais mata no trauma são
as hemorragias graves.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A (Airways)
(Desobstrução de Vias Aéreas com controle de Coluna Cervical)
B (Breathing)
(Qualidade da respiração)
Avalia-se a respiração da vítima pelo método
mnemônico V.O.S – ver, ouvir e sentir.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Caso a vítima não esteja respirando, inicia-se
imediatamente a reanimação respiratória e
verifica-se o pulso carotídeo para constatar
ocorrência de parada cardiorrespiratória.
Em situações que a vítima tenha respondido às
perguntas, quando checado a responsividade,
considera-se que a vítima está respirando e
observa-se como está a sua respiração. Nesses casos,
avalia-se a qualidade quanto à velocidade,
profundidade, ao ritmo e sons.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Em caso de respiração muito lenta (abaixo de
12 repetições por minuto) ou muito rápida (acima
de 30), deve-se administrar oxigênio e avaliar a
necessidade de realizar ventilação assistida. Nesses
casos, deve-se inspecionar o tórax da vítima e, se
possível, auscultar o pulmão visando encontrar
motivos de alteração respiratória da vítima.
Caso não observe respiração, o socorrista
deverá fazer duas insuflações e confirmar a
permeabilidade das vias aéreas.
Insuflações de Resgate
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
C (Circulation)
(Qualidade da circulação sanguínea)
Avaliação Secundária
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
É o exame que se segue à avaliação primária,
depois que se constata que o paciente respira, tem
pulso e se encontra estabilizado. É um exame
minucioso de todos os segmentos do corpo, também
chamada de avaliação da “cabeça aos pés”.
Visa detectar lesões que, embora graves, não
colocam a vítima em risco iminente de vida.
Esta avaliação é dividida em objetiva e
subjetiva.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Subjetiva: trata-se de um rol de perguntas
direcionadas à complementação da avaliação da
vítima (anamnese). O socorrista deve:
- Conversar com a vítima, se consciente, fazendo
um histórico resumido (nome, idade, como ocorreu
o acidente, queixas principais, endereço e telefone);
- Usar o AMPLA (Ambiente, Medicamentos,
Passado médico, Líquidos e alimentos e Alergias); e
- Conversar com acompanhantes e testemunhas.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Objetiva:
- Examinar da “cabeça aos pés”;
- Reavaliar a respiração, circulação e
temperatura;
- Aferir a pressão arterial com o uso do
esfigmomanômetro.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Ao iniciá-la em vítimas com história de
trauma, é necessário que a coluna cervical já esteja
imobilizada por um colar cervical. Em não
havendo material adequado, é melhor improvisar
do que não fazer nada.
O colar cervical é um dispositivo usado para
limitar a movimentação do pescoço, evitando
e/ou diminuindo dano medular em vítimas com
história de trauma.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Sinais vitais
O socorrista inicia pelos chamados sinais
vitais. Estes sinais são: Frequência
Respiratória (FR), Pulso (P),
Temperatura (T) e Pressão Arterial (PA).
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Pulso
É a onda de impulso e retração do sangue,
percebida através da palpação de uma artéria,
resultante dos batimentos cardíacos. Na palpação,
verifica-se a frequência do pulso que, num
indivíduo normal deve variar entre 60 e 100
batimentos por minuto (bpm) em repouso.
Entretanto, fatores como idade, febre, estado
atlético ou emocional podem induzir variações
para mais ou para menos.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Em adultos pode-se verificar o pulso em várias
artérias. Caso haja dificuldade para encontrá-las, é
preferível a artéria carótida.
A técnica correta para se obter o pulso arterial
é apalpar o vaso desejado utilizando-se as pontas
dos dedos indicador e médio, em contraposição
ao polegar, exercendo leve pressão contra o osso;
conta-se o número de batimentos durante quinze
segundos e multiplica-se por quatro para se
estabelecer a frequência em um minuto.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Respiração
Para verificar a respiração posiciona-se ao
lado da vítima e simulando que se verificará seu
pulso radial. Deve-se contar a FR (nº MR/min)
durante quinze segundos e multiplicá-la por
quatro para obter a frequência em um minuto.
Cada movimento respiratório corresponde a uma
elevação e a uma retração da caixa torácica. No
indivíduo adulto considera-se normal de 12 a 20
movimentos por minuto.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Durante este procedimento, verifica-se o
ritmo respiratório, a amplitude respiratória e
a presença de sons anormais (como roncos,
murmúrios, sibilos ou chiados e assobios).
Em condições basais, os movimentos
respiratórios se dão em ritmo regular, sem variações
importantes de frequência e amplitude.
Quando o ritmo respiratório é irregular,
frequentemente há lesão neurológica associada,
comprometendo o centro regulador da respiração.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Se a vítima estiver consciente, deve-se
perguntar se sente dor ou dificuldade para respirar,
observando se ela utiliza músculos acessórios
(músculos utilizados para ajudar na dinâmica
respiratória, normalmente não utilizados) como os
músculos abdominais.
Se mesmo assim for difícil estabelecer a
frequência respiratória, coloca-se a mão próxima à
região do processo xifoide para se sentir a
inspiração e expiração.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Temperatura
Febre é rara nos traumas, porém, deve
deixar o socorrista alerta para contaminações
do ambiente. Pele fria, salvo hipotermia, pode
representar falha circulatória ou choque.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Pele
A pele é o retrato das condições
circulatória e respiratória da vítima. Este
parâmetro é extremamente importante, pois
pode indicar, indiretamente, sinais de choque
hemorrágico, colapsos circulatório e
respiratório.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
A pele da vítima poderá apresentar-se
normal, quente ou fria, assim como seca,
úmida ou pegajosa, corada ou descorada
(pálida) ou cianótica. A cianose é
caracterizada por um tom azulado da pele,
manifestada pela hipóxia devida à
diminuição da oxigenação ou da irrigação
sanguínea.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
D (Disability)
(Avaliação de Déficits Neurológicos)
Durante a avaliação primária, checou-se
apenas a responsividade. Este é um modo
grosseiro de se avaliar déficits neurológicos.
Agora o socorrista vai dar continuidade ao DR
ABCDE, a partir do “D”.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Uma vez que o cérebro é órgão que mais
consome oxigênio, é também o mais sensível às
alterações cardiovasculares e respiratórias.
A letra “D” destina-se à avaliação do Estado
Neurológico da vítima. Para isso, realiza-se duas
avaliações: Escala de Coma de Glasgow – ECG.
A ECG tem por finalidade avaliar o nível de
consciência da vítima por meio de resposta
motora, ocular e verbal.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Nada mais simples do que se perguntar à
vítima o próprio nome. Esta informação é valiosa,
pois, quando respondida, mostra que a pergunta
foi entendida, indicando circulação sanguínea,
respiração e nível de consciência adequados.
Caso contrário, o paciente deverá ser avaliado
através da “Escala de Coma de Glasgow”, ou
GCS (Glasgow Coma Score).
Esta escala permite que se dê uma pontuação
ao paciente, que varia de 3 a 15.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Mais do que determinar a gravidade da
situação clínica de um paciente, a sua aplicação
mais de uma vez permite que se perceba se o
paciente está afundando ou se recuperando. Ela
é de fundamental importância na avaliação de
vítimas de trauma cranioencefálico.
São avaliados 3 parâmetros: a abertura
ocular, a melhor resposta verbal e a melhor
resposta motora.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
E (Exposition)
(Exposição dos ferimentos)
De posse do conhecimento sobre a história do
trauma, poderemos imaginar quais órgãos e regiões
podem ter sido afetados. A vítima deve ser exposta
o suficiente para que todas as regiões sejam
examinadas, sem, entretanto, atentar contra o
pudor e a dignidade do paciente.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Cabeça e Pescoço
Ao palpar todo o couro cabeludo, pescoço e
face, deslizam-se os dedos por toda a extensão,
delicadamente, buscando-se sinais de sangramento,
ferimento, inchaço ou mesmo de depressão ou
projeção ósseas, caracterizando fraturas. Deve-se
manter a cabeça fixa manualmente durante todo
procedimento.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Orelhas e Nariz
É verificado se há saída de sangue ou
líquido cefalorraquidiano por essas
estruturas. Caso positivo, indica possível
fratura de ossos do crânio. Verifica-se ainda a
simetria e a presença de lesões e inchaços
no nariz.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Boca
No exame mais acurado da cavidade
bucal, tenta-se identificar e remover corpos
estranhos que porventura tenham passado
desapercebidos. Observa-se a coloração dos
lábios, das gengivas e da língua.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Tórax
Deve-se inspecioná-lo em busca de
ferimentos, inchaços, deformidade, retrações,
assimetria, objetos encravados ou fraturas.
Observa-se se a expansibilidade é
bilateral, palpam-se as clavículas e
costelas buscando deformidades, crepitações
ósseas, áreas de dor ou mesmo ferimentos com
fraturas expostas e enfisema subcutâneo.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Extremidades
Aqui são avaliados a pelve (bacia), todo
o dorso e extremidades (braços e pernas).
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Dorso
Palpa-se com delicadeza toda a coluna
vertebral. Devem-se pesquisar regiões dolorosas,
com inchaços, afundamentos ou deformidades
ósseas, hematomas e ferimentos. É difícil determinar
fraturas da coluna vertebral, pois muitas vezes os
sintomas se confundem, e a queixa de dor da
vítima é em outra região.
Deve-se movimentar a vítima o mínimo
possível durante o exame.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Braços
Inicia-se inspecionando e palpando os
ombros até os dedos, pesquisando presença
de abrasões, hematomas, ferimentos, espículas
ósseas, aumento de volume, deformidades,
palidez e cianose de extremidades.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Inicia-se inspecionando e palpando os
ombros até os dedos, pesquisando presença
de abrasões, hematomas, ferimentos, espículas
ósseas, aumento de volume, deformidades,
palidez e cianose de extremidades. Avalia-se a
circulação investigando a temperatura e cor
da pele, enchimento capilar e presença de
pulso radial bilateralmente, atentando-se à
simetria e amplitude do pulso.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Reavaliação e Monitoração
É realizado por um ou mais socorristas
durante o transporte da vítima até a chegada
ao hospital de referência. É de extrema
importância lembrar que após a vítima ser
colocada dentro da viatura, os socorristas em
nenhuma hipótese poderão deixá-la sozinha. Os
principais procedimentos são:
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
- Refazer o XABCDE;
- Aspirar secreções das vias aéreas com o material
adequado e disponível;
- Controlar sinais vitais por meio do oxímetro de
pulso, que devem ser descritas na ficha de
ocorrência em pelo menos 3 momentos;
- Aplicar a oxigenoterapia em vítimas de trauma
na proporção de 12 á 15 L/minuto; e
- Controlar a temperatura corporal por meio de
cobertor aluminizado.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Conclusão