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Vista aérea Letchworth, a primeira Cidade-Jardim
[www.letchworthgardencity.net]
Cottages projetadas em 1906 por Parker ed Unwin para a Garden City Tennants
Ltd [www.letchworthgardencity.net]
As viradas dos dois séculos foram marcadas por similaridades e diferenças que
devem ser ressaltadas. As similaridades são mais evidentes no processo de
urbanização devido ao inchaço populacional nas grandes cidades e impactos
sociais e ambientais decorrentes do processo de crescimento. Tais problemas
urbanos podem ser considerados bem atuais como: pobreza, falta de moradia, de
coleta de lixo, de rede de água e esgoto, ruas estreitas que impediam a
circulação de ar e do sol, moradias amontoadas, poluição e falta de espaços
para lazer, uma degradação do ambiente urbano e dos recursos naturais.
Alva (2) afirma que essa acelerada expansão urbana acabou por criar
deseconomias de aglomeração e por inverter o sentido das externalidades, as
quais passam a ser negativas. Estas se apresentam materialmente como
degradação do meio ambiente urbano como a contaminação das águas, produção
excessiva de calor, uso irrestrito do automóvel queimando combustíveis
fósseis, gases e partículas que permanecem em suspensão e a produção de
resíduos industriais e domésticos não recicláveis pelos sistemas produtivos,
nem biodegradáveis pela natureza. Esses fatos põem definitivamente em cheque o
modelo metropolitano tradicional de ordenamento territorial que se limita a
indicar quais são as funções previstas e a compatibilidade entre elas.
As interações das cidades com o ambiente natural têm que ser consideradas como
lugares com recursos próprios com demandas necessárias para sua manutenção e
seu desenvolvimento. Portanto, o conceito de desenvolvimento urbano
sustentável passa por uma estratégia de ecologia urbana que coloca a cidade
como um meio ambiente construído não apenas como usuário do ambiente natural,
mas também como fontes de recurso.
De acordo com esta visão, os aglomerados urbanos deveriam ser analisados como
ecossistemas complexos, embora com um metabolismo mais intenso, onde o
metabolismo urbano deve ser analisado como um intercâmbio de matéria, energia
e informação entre o assentamento urbano e seu contexto geográfico. Conforme
coloca Rueda (3):
“... cidade e campo devem estar casados, e dessa feliz união nascerá uma nova
esperança, uma nova vida, uma nova civilização”. (5)
Sua intenção não era criar um subúrbio jardim, mas uma entidade cidade-campo
em combinação permanente com dimensões controladas de 2.400 hectares para
32.000 pessoas, sendo 2.000 hectares para a área rural de 2000 habitantes e
400 hectares para a parte urbana de 30000 habitantes dividas em 6 partes ou
bairros com 5.000 habitantes. A zona agrícola agiria como um amortecedor
contra o crescimento incontrolável do centro populacional. Para Howard, quando
uma cidade atingisse a sua capacidade de suporte, novas cidades deveriam ser
formadas em torno de uma cidade central de 58.000 habitantes, um núcleo
cultural, formando uma constelação de cidades interligadas por meio de
ferrovias e rodovias.
Dentro dos ideais de Howard, o direito ao espaço era o mais defendido por ele,
por influencia do cooperativismo, onde as terras agrícolas adquiridas para a
instalação da cidade seriam registradas em nome de industriais de posição
responsável e honra indubitável que arrendariam para os futuros moradores. O
lucro comumente obtido pelo empresário loteador serviria para amortizar a
dívida do empréstimo e seria revertido para a comunidade, em forma de infra-
estrutura e edifícios públicos como patrimônio coletivo. O comércio e a
indústria seriam incentivados por meio de baixas taxas e longos prazos de
arrendamento para possibilitar a fixação de novos moradores.
De acordo com Choay (7), esses modelos pré-urbanos do século XIX são
criticados por sociólogos, pois a cidade não era vista como um processo, mas
como um objeto reprodutível, extraída da temporalidade concreta, portanto,
utópica, apesar das preocupações realistas socioeconômicas do autor da Cidade-
Jardim. Para Choay, esse modelo é culturalista, expressado nos desenhos de
Unwin e Parker em Letchworth, pois prevalece a visão cultural sobre a
racionalista progressista, ou seja, as necessidades espirituais e artísticas
representadas por espaços com formas menos rigorosas com particularidades e
variedades prevalecem sobre a lógica racional dos espaços aplicados para
qualquer lugar do modelo progressista como a Vila de Owen e o Falanstério de
Fourier.
A Cidade-Jardim e o Ecourbanismo
Segundo Newton (9), posteriormente, nos EUA, foram produzidos exemplos muito
importantes e representativos baseados nos princípios de Howard, porém, as
primeiras vozes do planejamento não foram de industriais preocupados com os
trabalhadores e o desenvolvimento socioeconômico, mas de profissionais de
arquitetura da paisagem que davam ênfase ao desenho físico e os aspectos da
vida em comunidade como Olmested, Vaux e Cleveland.
Considerações finais
notas
1
BURSZTYN, Marcel (org). Ciência, ética e sustentabilidade: desafios ao novo
século. São Paulo, Cortez Editora, 2001.
2
ALVA, Eduardo Neira. Metrópoles (in)sustentáveis. Rio de Janeiro, Relume
Dumará, 1997.
3
RUEDA, Salvador. Modelos de ciudad: indicadores básicos. Las escalas de la
sostenibilidade. Quaderns D’arquitetura e urbanismo. Barcelona, Collegio D’
Arquitetos de Catalunya, mar. 2000, p. 27.
4
HOWARD, Ebenezer. Cidades-Jardins de amanhã. Tradução: Marco Aurélio Lagonego,
Introdução: Dácio Araújo Benedito Otoni. São Paulo, Estudos Urbanos, Série
Arte e Vida Urbana, Hucitec, 1996, p. 116.
5
Idem, ibidem, p. 108.
6
OTONI, Dácio Araújo Benedito. Introdução. In HOWARD, Ebenezer. Op. cit.
7
CHOAY, Françoise. O Urbanismo – utopias e realidades, uma antologia. 5ª
edição, Editora Perspectiva SA, São Paulo, 1998.
8
NEWTON, Norman T. Design on the land. The development of landscape
architecture. The Belknap Press of Harvard University, Press Cambridge,
Massachusets, 1971.
9
Idem, ibidem.
bibliografia complementar
CORBETT, Judy e Michael. Designing sustainable communities: learning from
Village Homes. Washington, DC and Covelo, Island Press, 2000.
KEM F. TO. Transformation of our cities: new approaches in urbanism. London,
Architetural Association Graduate School.
LUCEY, Norman. The effect of Sir Ebenezer Howard and the garden city movement
of twentieth century town planning. Rickmansworth, Hertfordshire, 1973.
Internet: http://rickmansworthhertts.freeserve.co.uk
PIERCE, Margaret. Letchworth Garden City (1903-2003). Letchworth Garden City,
Yesterdays World Publications, 2003. Internet: http://letcworthgardencity.net
ROGERS, Richard; GUMUCHDJIAN, Philip. Cidades para um pequeno planeta.
Barcelona, Gustavo Gilli, 1997
RUANO, Miguel. Ecourbanism, sustainable human settlements: 60 case studies.
Barcelona, Gustavo Gili, 2a edição, 2000.
STRICKLIN, Carol. Adpating the garden cities concept. Florida, APA National
Planning Conference, Orange County Planning Divisons, 2000.
Websites de interesse
Community Greens. Srared Parks in Urban Blocks. http://communitygreens.org
Center of Excellence for Sustainable Development. Succes Stories.
www.sustainable.doe.gov
In Context – A Quarterly Of Humane Sustainable Culture – A model solar
community proves its worth by Bill Browning and kim Hamilton.
www.incontext.org
Rocky Mountain Institute. www.rmi.org/sitepages/pid209.php
Heroes for the Plannet Heroes Galleries.
www.time/reports/environment/heroes/heroesgallery/0,2967,Corbett,00.html
Davis CA. http://eslarp.uiuc.edu/la/la338-501/groups/c/DavisCA.html