Você está na página 1de 24

Universidade Federal do Amazonas

Aspectos biofísicos e bioquímicos da contração


muscular

Profa. Dra. Isabelle B. Cordeiro

1
2020
O músculo: revisando histologicamente o tecido muscular

Músculo esquelético Músculo cardíaco Músculo liso

Feixes de células muito Feixes de células alongadas e Aglomerados de células


longas (30cm), cilíndricas, ramificadas, que se unem por fusiformes que não têm
multinucleadas e que contêm meio dos discos intercalares, estrias transversais. Aqui o
muitos filamentos, as estruturas encontradas processo de contração é lento
miofibrilas exclusivamente no músculo e involuntário.
cardíaco

2
O músculo: revisando histologicamente o tecido muscular

Célula muscular

A membrana plasmática da célula


muscular é chamada de sarcolema

O sarcolema possui invaginações


denominadas túbulos transversos
ou túbulos T.

3
https://anatomychartee.co/image/9613/skeletal-muscle-anatomy-and-physiology-this-figure-shows-the-structure-of-the-muscle-fibers-in-the-top-panel-a.html
O músculo: revisando histologicamente o tecido muscular

Célula muscular

O sarcolema possui invaginações


denominadas túbulos transversos ou
túbulos T.

Os túbulos T estabelecem contato com


sacos membranosos denominado retículo
sarcoplasmático.

4
Histology and Cell Biology: An introduction to pathology. 4th Edition. Kierszenbaum & Tres
As proteínas constituintes das fibras musculares

5
Bioquímica ilustrada de Harper.
O túbulo T estende-se de dentro do sarcolema

Calsequestrina: proteína
ligante de cálcio

Receptor de di-
hidropiridina: proteína
canal voltagem dependente
de Ca2+ (canal lento)

Retículo
sarcoplasmático Receptor de rianodina:
canal de liberação de Ca2+
do RS para o sarcoplasma.

https://www.youtube.com/watch?v=_VJ8EFEPz88

6
Bioquímica ilustrada de Harper. https://www.youtube.com/watch?v=p8iKzWqUU2s
O túbulo T estende-se de dentro do sarcolema

7
Bioquímica ilustrada de Harper.
As concentrações intracelulares de Ca2+

• A concentração do Ca2+ no
sarcoplasma do músculo em
repouso é em torno de 10-8 a 10-7
mols/L

• A concentração do Ca2+ no
sarcoplasma após um estímulo
nervoso aumenta rapidamente
para 10-5 mols/L

8
Relações energéticas no músculo

O músculo é capaz de transformar energia potencial elétrica (presente nas biomoléculas) em trabalho
mecânico e calor.

Em repouso: Energia potencial Em movimento: Energia potencial convertida em trabalho mecânico

Contração muscular: trabalho


mecânico

Calor gerado por reações bioquímicas

Calor gerado pelo atrito

9
Biofísica Básica. Ibrahim Felipe.
Eficiência mecânica

Relação que estabelece o quanto da energia se transformou em trabalho e quanto se dispendeu em


calor


=

10
Biofísica Básica. Ibrahim Felipe.; G1 Notícias
Componentes funcionais do músculo

Componentes Elástico e Contrátil

Elástico Contrátil Produção do trabalho muscular

Músculo em repouso

Músculo relaxado

Músculo contraído

Músculo distendido

Amortecimento do trabalho muscular 11


Fisiologia Essencial – Mourão e Abramov, Editora GEN
Tipos de Contração muscular

Contração Isométrica: o músculo se contrai, mas o seu comprimento não é alterado.

Não há trabalho físico: produto Fxd é nulo

12
Tipos de Contração muscular

Contração Isotônica: o músculo se contrai, e o seu comprimento diminui.

Há trabalho físico: o encurtamento do músculo pode chegar a 1/3 do comprimento do


músculo relaxado.

13
Tipos de Contração muscular

Contração Isotônica versus Isométrica


Isotônica Isométrica

Elástico Contrátil Elástico Contrátil

O músculo enrijece pois o componente elástico do


músculo está cada vez mais tenso (Tônus muscular)
14
Fisiologia Essencial – Mourão e Abramov, Editora GEN
Equação de Hill
Equação que prevê a dinâmica de contração muscular
Define esses dois parâmetros: as contrações isométricas e isotônicas
A – calor de ativação
a.ΔL – produto do calor de contração pela distância percorrida
f. ΔL – é o trabalho realizado pela força (f) exercida pelo
= + .∆ + .∆
músculo no espaço (ΔL).
Isotônica Calor de ativação: um componente físico
relacionado à produção inicial de calor nas
contrações musculares.
L2
A equação de Hill demonstra que a relação
entre Tensão e velocidade é hiperbólica.
Portanto, quanto maior o carregamento
aplicado no músculo, mais lenta é a contração
do mesmo. Da mesma forma, quanto maior a
velocidade da contração, menor é o
L1
carregamento que ele consegue segurar.
15
Biofísica Básica. Ibrahim Felipe
Equação de Hill
Equação que prevê a dinâmica de contração muscular
Define esses dois parâmetros: as contrações isométricas e isotônicas

A – calor de ativação
a.ΔL – produto do calor de contração pela distância percorrida
= + .∆ + .∆ f. ΔL – é o trabalho realizado pela força (f) exercida pelo
músculo no espaço (ΔL).
Isométrica

Na isometria – ocorre aumento do tônus muscular para que o trabalho


continue, ou seja, o músculo deve estar tenso o suficiente para não se
permitir deformar pela resistência mecânica que a carga impõe.

16
Biofísica Básica. Ibrahim Felipe
Estudando um pouco o tecido cardíaco

Células musculares lisas

Células
marcapasso Células endoteliais

Células do epicárdio

Fibroblastos

Cardiomiócitos 17
Literature Review of Stem Cell Markers Expression In Developing
Mouse Cardiac Septa Histological And Immunohistological Study
A relação entre sobrecarga hemodinâmica e as respostas celulares

Sobrecarga hemodinâmica

Lei de Laplace
T= P x R
e

necrose

hipertrofia

apoptose

autofagia

fibrose 18
As adaptações bioenergéticas que favorecem o trabalho cardíaco

Por que o coração (em condições


normais) não entra em fadiga?

- Massa de 400 g de músculo


- Contrai-se em torno de 60 a 100 vezes por minuto
- Potência para manter 5 L de sangue circulando a
uma pressão média de 100 mmHg

- No coração, a razão capilar/fibra é 1:1,


garantindo que para cada fibra cardíaca, há um
capilar provendo de oxigênio.
(nas demais células, a proporção é de 1 capilar para
cada 4 fibras musculares).

19
As adaptações biológicas que favorecem o trabalho cardíaco
Por que o coração (em condições normais) não entra em fadiga?
As mitocôndrias da célula cardíaca são muito grandes em comparação às de outras células

Fig. l Cardiac muscle has mitochondria homogeneously distributed Fig. 2 Fast-oxidative-glycolytic (FOG) fibers have dense mitochondrial populations in
perinuclear and subsarcolemmal spaces. Red muscle. X 8,000
between myofibrils. X 11,600

This figure was uploaded by Fay M Hansen-Smith


20
A relação entre sobrecarga hemodinâmica e as respostas celulares
Respostas frente à sobrecarga
hemodinâmica

Sobrecarga Sobrecarga de
pressórica volume

↑ Estresse VE Sensores ↑ Estresse VE


sístole mecânicos diástole

Sinais intra e
extracelulares

Remodelamento
ventricular
21
Remodelamento ventricular

Lei de
Laplace
.
T=

22
Braunwalds: Heart Disease. Zipes et al., 11ª Edição, Elsevier
Via de sinalização no miócito normal

23
Bases moleculares das doenças cardiovasculares, Krieger. https://www.youtube.com/watch?v=v7Q9BrNfIpQ
Via de sinalização no miócito com insuficiência cardíaca

24
Bases moleculares das doenças cardiovasculares, Krieger.

Você também pode gostar