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A SITUAÇÃO DO HOMEM DIANTE DE DEUS

Romanos 5:12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o


pecado o mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram”.

O pecado original obviamente é um assunto muito importante. O homem foi criado à


imagem de Deus. Essa imagem, porém, foi pervertida. Os seres humanos são pecadores,
inclinados a toda espécie de mal. Surge, naturalmente, a pergunta: De onde veio o pecado?
A narrativa da Queda em Gênesis 3, contudo, nos diz que o homem foi criado em um estado
de perfeição, mas caiu num estado de corrupção por causa da desobediência. Embora a
narrativa desse evento não nos dê uma explicação para a entrada do pecado no mundo (um
mistério que jamais poderá ser explicado), ela nos diz que em determinado ponto no tempo, o
pecado entrou no mundo dos homens – a única coisa que sabemos é que existiu dois
elementos que colaboraram com a entrada do pecado na humanidade:
Uma prova de obediência - v.16-17: “E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De
toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e
do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Um tentador externo - 3.1: “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais
selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda árvore do jardim?”
O sentido disso é que o pecado é acidental, (causado por uma circunstância
imprevista), mas não essencial, mas é aderente ao homem (aderente vem de “aderir”
passou a fazer parte da natureza humana). Por isso que a redenção do pecado é possível:
os seres humanos podem vir a ser outra vez livre do pecado sem cessarem de ser humanos. A
pecaminosidade não é essencial à natureza humana, Jesus Cristo, embora sem pecado, era
um homem genuíno.
Conforme as passagens da Escritura citadas, é óbvio que a origem do pecado tem de
ser associada à queda do homem e, mais especificamente, com Adão, na qualidade de nosso
primeiro representante legal do primeiro pacto que Deus fez com o homem, chamado de
pacto das obras. A promessa do “pacto das obras” foi a de vida eterna no sentido pleno -
uma vida eterna na qual Adão e seus descendentes receberiam se mantivesse em obediência.
Tanto a “Escritura” como a “experiência” nos ensinam que o pecado é “universal” porque
“todos os homens” já nascem pecador; todos pecam. De acordo com a Bíblia, a explicação
dessa universalidade está na “Queda de Adão”. Então, para entendermos a “transmissão do
pecado de Adão a raça humana” precisamos entender dois pontos fundamentais:
(a) A universalidade do pecado e;
(b) A relação do pecado de Adão com a da humanidade em geral.
A “Queda do Homem” refere-se à primeira transição humana de um “estado de
inocência e obediência a Deus, para um estado de culpa e desobediência a Deus ”. Esse foi o
terrível ato cometido pelo primeiro casal que ficou conhecido como “Pecado Original”, visto
que foi nesse momento que o pecado “contaminou a humanidade e causou a separação entre
Deus e o homem”. A essência do pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a
Deus, recusou a sujeitar a sua vontade à vontade de Deus de modo que Deus determinasse o
curso da sua vida. O homem passou a “conhecer o mal de forma experimental”.
A “queda do homem” trouxeram consequências graves
Em Gênesis 2.16-17 Deus colocou o homem no jardim e lhe dá uma ordem para
não comer da “árvore do conhecimento do bem e do mal”, porque se ele desobedecesse traria
consequências para ele. Existia uma ordem e uma penalidade. A “ordem” de não comer
da árvore do conhecimento do bem e do mal e a “penalidade” era morte no sentido pleno:
física, espiritual e eterna. Ele comeu e esse ato de desobediência trouxe resultados
negativos ao homem que foram: Humilhação - Ele teve vergonha, teve medo, se escondeu,
falta segurança Gênesis 3:8-10; Trouxe insatisfação - O homem nunca está satisfeito Gênesis
3:12; Houve tensão no relacionamento - Veja que o homem começa a culpar alguém:
(1) Deus - O homem culpa Deus pela sua falha - 3.12: “Foi a mulher que Tu me deste”;
(2) A mulher culpa a serpente - 3.13: “A serpente me enganou, e eu comi”.
- A Bíblia nos mostra que quando o homem pecou, o pecado trouxe:
(a) Separação do homem com Deus Isaías 59:2; (b) Morte Romanos 6.23; (c)
Condenação Romanos 8.1; (d) A ira de Deus João 3.36. Porém, Deus promete restaurar o
homem Gênesis 3:15, prometeu Jesus, que seria o redentor, o libertador, o salvador.
Além do mais; (e) Deus disse que multiplicaria as dores de parto da mulher; (f) Deus
também falou que a mulher seria dominada pelo homem, porém, devemos perceber que
antes mesmo da Queda a mulher já era auxiliadora do homem, ou seja, Adão já era o líder, ele
foi criado primeiro e designado por Deus para essa função.
É preciso entender que quando Deus disse que a mulher seria “dominada pelo
homem”, aquela submissão que antes “era natural” agora se tornou um “tipo de obrigação,
um castigo”. Antes do “Pecado Original”, o homem “exercia uma liderança perfeita, santa e
sem maldade”. Já depois do pecado, essa “liderança” foi corrompida, surge o machismo, a
violência, o autoritarismo. Após a Queda do Homem o que era “liderança” passou a ser
“domínio”. Por causa do pecado de Adão, líder da criação de Deus, a “terra foi feita maldita e a
natureza se tornou hostil ao homem”.
O homem também foi sentenciado:
(a) Teria que se sustentar com o suor de seu trabalho. O homem antes da Queda
já desempenhava um trabalho, porém, as tarefas antes do pecado foram
transformadas em algo “penoso e desagradável”. O trabalhado que antes era algo
natural e satisfatório passou a ser um castigo; (b) A terra passou a não produzir
mais com tanta facilidade, ao invés de dar apenas bons frutos, ela também
começou a produzir espinhos e cardos para dificultar o trabalho e o sustento do
homem.
Mas, a sentença mais significativa e emblemática foi a “inimizade entre a semente
da serpente e a semente da mulher” . A partir da “Queda do Homem”, a humanidade está
dividida entre aqueles que são fiéis e amam a Deus, e aqueles que são conduzidos à rebelião
contra Deus e amam a si mesmos. Mas o maior caos experimentado pelo homem está
registrado em Gênesis 3.23-24, onde Deus “Lançou o homem fora... e expulsos o homem” do
jardim do Éden, e foram impedidos de se aproximarem novamente da árvore da vida”. O
pecado se tornou universal, e todos foram separados de Deus.

O PECADO NA VIDA DA RAÇA HUMANA


O capítulo 5.12 de Romanos – Fala da eficácia da morte de Cristo para o resgate do
pecado humano. Paulo faz uma “analogia” entre Adão e Cristo, colocando Adão na qualidade
de representante legal de toda raça humana e Cristo na qualidade de representante legal da
nova humanidade espiritual. Ele destaca a superioridade da graça com relação a lei, mostrando
a “universalidade do pecado”. A expressão “um só homem” se refere a Adão e ao relato de
Gênesis 3 onde fala da “queda do homem”, e a entrada do pecado ao mundo, por intermédio
de um só homem.

A. O PECADO ORGINAL
O Pecado Original é o “estado e condição” de pecado em que todos os homens nascem
- todo homem nasce num “estado de culpa” e vive numa “condição de transgressor”. Estado é
uma posição ou categoria ou “status” na vida; Condição é o modo de existência da pessoa,
especialmente como determinado pelas circunstancias da vida. O homem está num estado de
culpa - achado culpado diante de um tribunal de justiça, e a isto geralmente se segue uma
condição de condenado.
Recebe o nome de “pecado original”: (1) Porque é derivado da raiz original da raça
humana; (2) Porque está presente na vida de todo e qualquer indivíduo , desde a hora do
seu nascimento; (3) Porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que
corrompem a vida do homem.

1. OS DOIS ELEMENTOS DO PECADO ORIGINAL: Devemos distinguir dois


elementos no pecado original, a saber: (a) A Culpa Original e; (b) Corrupção Original.
1.1. A culpa original: Se refere à “responsabilidade que cada um dever arcar pelos
seus próprios atos” que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a
outrem. A culpa expressa a “relação que há entre o pecado e a justiça” [a penalidade da lei].
Podemos falar da “culpa em dois sentidos”, a saber: Réu comprovado - possui uma dívida de
crime) e Réu Passivo de Condenação - dívida de penalidade).
(a) Réu Comprovado - perdeu a moral, não tem nenhum princípio moral - é
considerado culpado. Não pode ser removida pelo perdão, não é removida pela justificação
baseada nos méritos de Cristo. Nesse sentido a “culpa” não pode ser transferida de uma
pessoa para outra; (b) Réu Passivo de Condenação - quer dizer merecimento de punição,
ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação da lei. Nesse sentido, a culpa
não faz parte da essência do pecado, mas é, antes, uma relação com a “punição referente a
desobediência de uma lei”. Nesse sentido, a culpa pode ser removida pela satisfação da justiça,
pessoal ou vicariamente. Poder ser transferida de uma pessoa para outra, ou pode ser
assumida por uma pessoa em lugar da outra. Essa culpa é retirada do crente pela justificação,
embora merecedores de condenação, nãos os tornam sujeito ao castigo. “O primeiro Adão
atuou no lugar da raça humana. Embora apenas ele seja culpado de sua transgressão, a
penalidade de sua transgressão é transferida a raça humana.” Quando o homem caiu e se
afastou de Deus, ele ficou devendo uma reparação ou satisfação penal, judicial é essa
reparação foi feita através da “morte de Cristo” - que levou sobre si os nossos pecados e
sofrerá eternamente a penalidade fixada sobre os seus ombros. Nesse sentido a expiação é
uma providência divina em forma de misericórdia, que tem como objetivo remover o pecado
(Romanos 5.10) “A remoção é uma “transferência – mudar de um lugar para o outro” - O
inocente sofre pelo mau.”
1.2. A corrupção original: A corrupção original inclui duas coisas, a saber: (a) A
ausência da justiça original e; (b) A presença do mal positivo. A Corrupção Original pode ser
chamada de “Depravação Total e Incapacidade Total”. A Depravação Total é a corrupção
herdada: (1) Todo homem é completamente depravado; ( 2) Todo homem não conhece a
Deus; (3) Todo homem é incapaz de afetos e são desinteressados em suas relações com os
seus semelhantes; (4) Todos homens são entregues a todas as formas de pecados.
O homem ainda é capaz de realizar: (1) O bem natural; (2) O bem civil ou a justiça
civil; e (3) O bem religioso. Quanto a “incapacidade total”: O pecador não pode praticar
nenhum ato que obtenha a aprovação de Deus ou que corresponda às exigências da lei de
Deus; Ele não pode mudar a sua preferência pelo pecado pelo amor de Deus; não pode fazer
nada que mude isto; o homem é incapaz de fazer qualquer “bem espiritual”.

B. PECADO FATUAL
1. A RELAÇÃO ENTRE O PECADO ORIGINAL E O PECADO FATUAL:
O “pecado original” originou -se num ato livre de Adão como representante da raça
humana, numa transgressão da lei de Deus e numa corrupção da natureza humana, tornando-
o sujeito à punição de Deus. Todos os seus descendentes, de modo que “nascem como
pecadores”, num “estado de culpa e numa “condição corrupta”. Todo homem é culpado em
Adão e, consequentemente, nasce com uma natureza “depravada e corrupta ”. E essa
“corrupção interna” é a fonte poluída de todos os pecados praticados pelo homem que
chamamos de “pecados fatuais”. Quando falamos de “pecados fatuais”, estamos falando
de ações praticadas por nós que envolve todos os pensamentos, e decisões ou vontade
decorrente do pecado original. São os pecados individuais em atos ou pensamentos. O
pecado original é somente um; o pecado fatual é múltiplo.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS PECADOS FATUAIS: É impossível dar uma classificação uma


e compreensiva dos pecados fatuais. Eles variam em grau (intensidade) e em espécie
(variedade), e podem ser diferenciados segundo mais de um ponto de vista.
O VELHO TESTAMENTO faz uma importante distinção entre “pecados cometidos
atrevidamente” e “pecados cometidos sem premeditação” , isto como resultado da
ignorância, fraqueza ou erro (Números 15.24-31). Os pecados cometidos por atrevimento não
podiam ser “expiados por sacrifícios” e eram punidos com grande severidade.
O que significa “fazer algo atrevidamente”? A referente expressão “atrevidamente”
(v.30), no hebraico significa “com a mão levantada”, que tem a intenção de pecar. Estes
“atrevidos” são considerados pecadores presunçosos, que pecam intencionalmente contra a
vontade e a glória de Deus, que despreza à palavra do Senhor. A “mão alta” (erguida), mostra
toda atitude de orgulho contra Deus , que desprezam à autoridade divina . Em outras
palavras são rebeldes, presunçosos, orgulhosos, arrogantes, atrevidas e desafiadoras – são
pessoas que resistem e desprezam à autoridade divina. Os pecados cometidos por
ignorância podiam ser “expiados sacrificialmente” e eram punidos com muito maior
brandura, enquanto, os pecados cometidos de propósitos, com plena consciência do mal
envolvido, e com deliberação, são maiores e mais condenáveis do que os pecados
resultantes de ignorância, de uma concepção errônea das coisas, ou da fraqueza de caráter.
O NOVO TESTAMENTO nos ensina com maior clareza que o “grau do pecado” é
em grande medida determinado pelo grau de luz que o pecado possua. As pessoas que não
seguem e nem acreditam em preceitos e dogmas religiosos são deveras culpados, mas os
que têm a revelação de Deus e gozam os privilégios do ministério do Evangelho são
muitos mais culpados (Mateus 10.15; Lucas 12.47,48; 23.34; João 19.11; Atos 17.30; Romanos
1.32; 2.12; 1Timóteo 1.13, 15, 16).

O que a bíblia diz da situação do homem diante de deus?


Romanos 3:10 diz: “Não há um justo, nenhum sequer”.
Romanos 3:11 diz: “Não há quem entenda, não há quem busque a Deus”.
Romanos 3:12 diz: “todos se extraviaram”.
Romanos 3:12 diz: “Não há quem faça o bem, nem um sequer”.
Romanos 3:14 diz: “A boca, eles a têm cheia de maldição e amargura”.
Romanos 3:16 diz: “nos seus caminhos, há destruição e amargura”.
Romanos 3:17 diz: “desconheceram o caminho da paz”.
Romanos 3:18 diz: “Não há temor de Deus diante de seus olhos”.
Romanos 3:23 diz: “que todo homem é pecador”.

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