O texto que se segue é uma reprodução escrita, com
pequenas adaptações e esclarecimentos, do programa exibido pela Rádio e Televisão de Portugal, “1992 – Televisões Privadas” integrado na série “50 Anos 50 Notícias”, de 2007.
Como tal, cumpre-me esclarecer que toda a informação
constante deste documento foi apresentada pela citada estação de televisão portuguesa, aquando da exibição do documentário referido.
Resta-me recordar, em último lugar, que no ano de 2007 a
Rádio e Televisão de Portugal celebrou o seu quinquagésimo aniversário. TELEVISÕES PRIVADAS (1992)
1992, 6 de Outubro. Está no ar o primeiro canal privado de
televisão em Portugal: a SIC – Sociedade Independente de Comunicação, S.A.
(Emídio Rangel, Director-Geral da SIC, em 1992) “Todos os
meus sentidos, todas as minhas preocupações estavam voltadas para aquilo que a SIC estava a fazer! Não houve segundo nenhum que eu não tivesse acompanhado de perto! Era um momento absolutamente decisivo, era um momento histórico também, porque, pela primeira vez, ia nascer uma televisão privada em Portugal. A emissão da SIC abriu com o Hino da SIC e, logo, com um serviço de notícias, que foi apresentado pela Alberta Marques Fernandes. Foi claramente um momento de grande emoção, um momento muito impreciso, muito marcante. Foi um momento em que houve choro e lágrimas e abraços.”
No primeiro dia, há pompa e circunstância no lançamento do
novo canal, mas fica ainda um espaço por conquistar. Durante trinta e seis anos, esse espaço pertenceu exclusivamente à RTP – Rádio e Televisão de Portugal, S.A.
(Emídio Rangel) “A brecha que era preciso abrir naquele muro
de pedras muito largas, que tinha sido criado pelo (José Eduardo) Moniz, foi na área da Informação. A observação da Informação que a RTP produzia, mesmo estando já a viver em Democracia, era ainda uma informação marcada pelo jugo político, pelo partido que estava no poder, que estava no Governo e, portanto, era uma Informação muito governamentalizada.” Na segunda metade dos anos 80, tinha começado a discutir-se a abertura da televisão ao sector privado. A Igreja Católica, que tinha sido a iniciadora do debate, ainda terá de esperar para ter o seu canal (TVI – Televisão Independente, S.A.). Para já, a SIC é a primeira a beneficiar da Revisão Constitucional de 1989.
A RTP perdeu o monopólio, mas está presente no lançamento
da nova concorrente. O confronto ainda está para começar…