DIREITO EMPRESARIAL
Texto de apoio nº 3
O Docente
Lombongo Ussenguewonumbi
Luanda, 2020
Índice
Noção e constituição das sociedades comerciais ....................................................................... 3
TIPOLOGIA DAS SOCIEDADES COMERCIAIS ................................................................................ 4
PARTICIPAÇÃO SOCIAL .............................................................................................................. 6
Noção ................................................................................................................................... 6
AS OBRIGAÇÕES DOS SÓCIOS .................................................................................................... 7
Obrigações de entrada .......................................................................................................... 7
Obrigações de prestações acessórias e suplementares .......................................................... 8
Dever de lealdade ................................................................................................................. 8
Direitos dos sócios .................................................................................................................... 8
Direito à informação ............................................................................................................. 9
Direitos aos lucros ................................................................................................................. 9
Direito de voto .................................................................................................................... 10
ESTRUTURA ORGÂNICA DAS SOCIEDADES COMERCIAIS .......................................................... 10
Noção e classificação........................................................................................................... 10
Assembleia-geral..................................................................................................................... 11
Processo deliberativo .......................................................................................................... 11
Administração ou Conselho de administração ......................................................................... 12
Estatuto dos administradores .............................................................................................. 12
Bibliografia ............................................................................................................................ 14
Noção e constituição das sociedades comerciais
1 Lei n.º 11/15, de 17 de Junho, publicada no Diário da República, I Série, n.º 89.
que teria a função de substituir a publicação tradicional em Diário da República
(artigos 14.º e 15.º do diploma que temos vindo a citar).
2 Decreto Presidencial n.º 153/16, de 5 de Agosto, publicado no Diário da República, I Série, n.º 132.
3Os modelos de pactos sociais previamente aprovados constam do Decreto Executivo n.º 247/16, de 3 de Junho,
publicado no Diário da República, I Série, n.º 89.
4
Veja-se LOMBONGO USSENGUEWONUMBI, “Empresas no direito comercial angolano”, in Revista de Direito
Comercial, disponível em http://www.revistadedireitocomercial.com
5 Lei n.º 1/04, de 13 de Fevereiro, publicada no Diário da República, I Série, n.º 13.
6Em Angola, os profissionais liberais podem socorrer-se dos tipos sociedades por quotas e sociedades anónimas
para constituir sociedades civis sob forma comercial destinadas ao desenvolvimento da sua actividade, procedendo
depois a um registo adicional junto da respectiva ordem profissional. Curiosamente, os advogados são os únicos
angolano é hoje exclusivamente constituído por sociedades por quotas e por
sociedades anónimas, tendo os demais tipos societários desaparecido 7.
profissionais liberais que têm uma legislação específica (a Lei n.º 16/16, de 30 de Setembro, publicada no Diário da
República, I Série, n.º 166, sobre as Sociedades e as Associações de Advogados), através da qual criam um tipo
particular de sociedade de responsabilidade limitada, que não segue as regras previstas na Lei das Sociedades
Comerciais, designadamente, por ter uma firma própria registada fora do Registo Central de Denominações Sociais,
um registo próprio fora da Conservatória do Registo Comercial, regras específicas sobre cessão de participações
sociais e exclusão de sócios. Note-se que a doutrina já havia aventado a desnecessidade de se criar um regime
jurídico específico para as sociedades de advogados; veja-se SOFIA VALE e IRENEU MATAMBA, “Parecer jurídico
sobre a admissibilidade de constituição de sociedades de advogados em Angola”, in Academia.edu, 2012,
disponível em
http://www.academia.edu/12950787/Parecer_jur%C3%ADdico_sobre_a_admissibilidade_de_constitui%C3%A7%C3
%A3o_de_sociedades_de_advogados_em_Angola_-_2012 (consultado em 30.10.2017).
7 SOFIA VALE, “Empreendedorismo…”, op. cit., no prelo. Vejam-se os dados estatísticos publicados pelo
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA, Estatística do Ficheiro de Unidades Empresariais 2011-2014, disponível
em
http://www.ine.gov.ao/xportal/xmain?xpid=ine&xpgid=publications_detail&publications_detail_qry=BOUI=30946459
(consultado em 30.10.2017), p. 15.
8 Lei n.º 19/12, de 11 de Junho, publicada no Diário da República, I Série, n.º 110.
9 LEONILDO MANUEL, “Algumas Notas Sobre O Regime Jurídico Das Sociedades Unipessoais No Direito Angolano
(Some Notes on the Legal Regime of Single Corporations in Angolan Law)” (October 14, 2017). American University,
WCL Research, in Social Sciense Research Network, disponível em SSRN: https://ssrn.com/abstract=3053318
(consultado em 30.10.2017).
10 Lei n.º 11/15, de 17 de Junho, publicada no Diário da República, I Série, n.º 89.
11.º, n.º 1, do diploma já citado). Este diploma veio consagrar outras medidas
que, até hoje, não estão a ser aplicadas na prática: (i) a legalização dos livros
de actas na Conservatória do Registo Comercial (artigo 11.º, n.º 2, do diploma
em questão) e (ii) a publicação dos actos das sociedades num site da internet,
que teria a função de substituir a publicação tradicional em Diário da República
(artigos 14.º e 15.º do diploma que temos vindo a citar).
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Noção
11 Decreto Presidencial n.º 153/16, de 5 de Agosto, publicado no Diário da República, I Série, n.º 132.
12Os modelos de pactos sociais previamente aprovados constam do Decreto Executivo n.º 247/16, de 3 de Junho,
publicado no Diário da República, I Série, n.º 89.
nos termos dos artigos 23.º, 24,25 e 26 da Lei das Sociedades Comerciais. Por
outro lado, os sócios são obrigados a realizar as suas entradas, contribuir para
o desenvolvimento da sociedade, a realizar sempre que exigível a prestação
acessória e a quinhoar nas perdas artigo 23º do diploma já referenciado.
A situação jurídica do sócio tem de se moldar às finalidades da sociedade
como estrutura jurídica da empresa e fica sujeita a três princípios:
Obrigações de entrada
Direito à informação
1) Assembleia-geral;
2) Administração ou Conselho de administração;
3) O conselho Fiscal ou Fiscal único;
Assembleia-geral
Assembleia-geral é o órgão supremo das sociedades, que tem poderes
genérico, para modificar os estatutos, verificados certos pressupostos. Todavia,
é um órgão deliberativo, competindo as funções executivas.
Assembleia-geral deve reunir ordinariamente, todos os anos, para deliberar
sobre assunto sua competência e que diz respeito a sociedade. Também pode
ainda reunir extraordinariamente sempre que seja convocada por quem tem
competência para o efeito.
Processo deliberativo
Convocatória e funcionamento
A convocatória deve conter obrigatoriamente as menções referidas no artigo
275º. Lei das Sociedades Comerciais.
A ordem do dia deve mencionar claramente o assunto sobre o qual se vai
deliberar.
Assembleia-geral poderá no entanto deliberar sobre questões incidentais, que
decorrem directamente da ordem de trabalhos, como é o caso da destituição e
da acção de responsabilidade contra os administradores, que podem ser
deliberadas na Assembleia-geral convocada para apreciar as contas do
exercício.
Assembleia-geral deve reunir-se na sede social, salvo se quem convocou a
Assembleia-geral escolher outro local, dentro da comarca da sede, por falta de
condições adequadas das instalações da sociedade.
Formas de deliberação
Os sócios deliberam normalmente em Assembleia-geral reunida mediante
convocatória efectuada de acordo com os preceitos legais.
Mas a Lei das Sociedades Comerciais admite também as deliberações
unânimes por escrito, independentemente de convocatória e de reunião dos
sócios, desde que todos os sócios estejam de acordo quanto a essas
deliberações. Nesta conformidade distinguem-se as assembleias universais,
porquanto aqui tem de haver reunião efectiva de todos os sócios da sociedade,
mas basta que todos estejam de acordo em que se delibere sobre certas
matérias, independentemente da existência ou regularidade da convocatória,
podendo depois a deliberação ser tomada pela maioria legal.
As deliberações sociais seja qual for o modo como foram tomadas, têm de ser
vertidas para um documento escrito (acta) sob pena de não poderem ser
provadas.
Administração ou Conselho de administração
Estatuto dos administradores
Vinculação da sociedade
Bibliografia
LEGISLAÇÕES