Você está na página 1de 3

Turma: DIR2AN-PLB (Direito Paulista)

Alunos: Helon Portela da Silva RA: 819115568

Mateus Bispo Araujo RA: 81914556

Vitor Vinicius Camargo Mendes RA: 819144353

1- O imóvel adquirido por Adalberto durante o casamento é bem em comum


ou particular dele?

Tendo em vista que o regime escolhido por Solange e Adalberto foi o de comunhão
parcial de bens, caso o imóvel tenha sido adquirido durante o período em que
permaneciam casados e de forma onerosa o bem é comum, pois o artigo 1.660 do
Código Civil garante em seu primeiro inciso a comunhão dos bens adquiridos na
constância do casamento, ainda que o imóvel esteja apenas no nome de um dos
cônjuges, como aconteceu no presente caso do imóvel da rua Áustria que estava
registrado apenas no nome de Adalberto.
Nesta linha, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA. DIVÓRCIO E PARTILHA. IMÓVEL COMUM.
Sendo o imóvel de ambas as partes, por óbvio, o fruto daquele também o é
partilhável, conforme o art. 1660 do Código Civil. RECURSO
DESPROVIDO. (TJRS, Agravo de Instrumento, Nº 70078758380,
Sétima Câmara Cível, Relator: Liselena Schifino Robles Ribeiro, Julgado
em: 14-08-2018, publicado em: 15-08-2018)

No mesmo sentido decidiu Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios em


apelação:

DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO - PARTILHA DE IMÓVEL - BEM


ADQUIRIDO NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO - DIVISÃO MEIO
A MEIO - ACORDO EXTRAJUDICIAL - NÃO PRESERVAÇÃO DO
DIREITO DO CÔNJUGE VIRAGO - COMPENSAÇÃO DOS DÉBITOS
PARA DIVISÃO PROPORCIONAL DO BEM. SENTENÇA MANTIDA.

1) - Sendo o imóvel adquirido e as parcelas foram pagas na constância da


sociedade conjugal, deve o imóvel ser divido meio a meio entre os
cônjuges, em obediência ao regime escolhido, o da comunhão parcial.
2) - Correta a sentença que partilha o bem entre os cônjuges na proporção
de metade para cada um quando o acordo realizado extrajudicialmente não
preserva o direito de uma das partes.
3) - Recurso conhecido e não provido. (TJ-DFT – Acórdão 697841,
20090710354215APC, Relator Des. LUCIANO MOREIRA
VASCONCELLOS, data de julgamento: 29/7/2013, publicado no DJE:
1/8/2013. Pág.: 130)

O imóvel só seria considerado um bem particular de Adalberto se o mesmo fosse


adquirido sob os dispostos do art. 1659 onde se excluem bens específicos como descrito
por Cleyson de Moraes Mello (2017, p. 184): “não se comunicam os bens recebidos por
doação ou sucessão e os sub-rogados em seu lugar.”

Referência

MELLO, Cleyson de Moraes. Direito Civil- Famílias. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
2017.

2- Ciclene Solange quer manter o nome de casada e Adalberto quer que ela volte a
utilizar o nome de solteira. Ela tem direito a manter o nome de casada ou
Adalberto pode exigir a mudança?

Ciclene tem o direito de manter o sobrenome com base no §2º do artigo1.571 do Código
Civil, onde é garantido a conservação do nome de casado mesmo após o divórcio,
ficando a critério de Ciclene.

Portanto, Ciclene teria o direito de manter ou descartar seu nome de casada, haja vista,
que a mudança obrigatória de seu nome afetaria o seu direito de personalidade, que
segundo Cleyson de Moraes Mello (2017, p. 135) são “aqueles inerentes aos seus
caracteres essenciais”, portanto, o nome é inviolável, assim como todos os outros
direitos de personalidade.

Ciclene só perderia este direito na hipótese disposta no art.1.578 do Código Civil, qual
seja, se fosse declarada culpada na ação de separação judicial, e cumprido os requisitos
da parte final do caput e dos incisos deste dispositivo.
Com isso, o Colendo Superior Tribunal de Justiça decidiu nesse sentido:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PEDIDO DE
EXCLUSÃO DE PATRONÍMICO ADOTADO PELA CÔNJUGE POR
OCASIÃO DO CASAMENTO. REVELIA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO
QUE NÃO É CONSEQUÊNCIA OBRIGATÓRIA DA AUSÊNCIA DE
CONTESTAÇÃO. NECESSIDADE DE EXAME DO ACERVO FÁTICO-
PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE CONTESTAÇÃO DA QUAL NÃO
SE DEDUZ CONCORDÂNCIA COM A PRETENSÃO DE ALTERAÇÃO
DO NOME CIVIL. EXIGÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DA
VONTADE A ESSE RESPEITO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE QUE
NÃO ABRANGE AS QUESTÕES DE DIREITO. EFEITO DA REVELIA
QUE NÃO SE OPERA, ADEMAIS, QUANDO SE TRATAR DE DIREITO
INDISPONÍVEL. DIREITO AO NOME, ENQUANTO ATRIBUTO DO
DIREITO DA PERSONALIDADE, QUE MERECE PROTEÇÃO,
INCLUSIVE EM RAZÃO DO LONGO TEMPO DE USO CONTÍNUO. 1-
Ação distribuída em 23/03/2015. Recurso especial interposto em 03/11/2016
e atribuídos à Relatora em 06/04/2018. 2- O propósito recursal é definir se a
revelia da ex-cônjuge na ação de divórcio em que se pleiteia, também, a
exclusão do patronímico por ela adotado por ocasião do casamento pode ser
interpretada como anuência à retomada do nome de solteira. 3- A decretação
da revelia do réu não resulta, necessariamente, em procedência do pedido
deduzido pelo autor, sobretudo quando ausente a prova dos fatos
constitutivos alegados na petição inicial. Precedentes. 4- O fato de a ré ter
sido revel em ação de divórcio em que se pretende, também, a exclusão do
patronímico adotado por ocasião do casamento não significa concordância
tácita com a modificação de seu nome civil, quer seja porque o retorno ao
nome de solteira após a dissolução do vínculo conjugal exige manifestação
expressa nesse sentido, quer seja o efeito da presunção de veracidade
decorrente da revelia apenas atinge às questões de fato, quer seja ainda
porque os direitos indisponíveis não se submetem ao efeito da presunção da
veracidade dos fatos. 5- A pretensão de alteração do nome civil para exclusão
do patronímico adotado por cônjuge por ocasião do casamento, por envolver
modificação substancial em um direito da personalidade, é inadmissível
quando ausentes quaisquer circunstâncias que justifiquem a alteração,
especialmente quando o sobrenome se encontra incorporado e consolidado
em virtude do uso contínuo do patronímico pela ex-cônjuge por quase 35
anos. 6- Recurso especial conhecido e desprovido.
(STJ, REsp 1.732.807-RJ, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi,
Data de julgamento: 14/08/2018, Data de Publicação: 17/08/2018)

Posto isto, Adalberto nada pode exigir, quanto a exigência de mudança de nome da ex-
cônjuge, pelo simples fato desta optar por manter, o que já justifica seu direito, mas
também por não ser declarada culpada em separação judicial, como única excludente
para a faculdade de Ciclene manter o nome.

MELLO, Cleyson de Moraes. Direito Civil- Famílias. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
2017.

Você também pode gostar